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REFORMA SINDICAL POLÊMICA

fOTO SA/oLUEl TOSTA

TODOS AO ENCONTRO UM DEBATE COM A


'ESQUERDA SOCIALISTA
SINDICAL NACIONAL E DEMOCRÁTICA' SOBRE
CONTRA A'REFORMA O NOVO PARTIDO
PÁGINAS 6E 7 E FALA Z~ MARIA PÁGINAS 4·5
_______ J
EDITORIAL

o QUE SE DISSE
Chega de maracutaias, desem- EDITORIAL/FALA
ZE:: MARIA
2

((A agência tem prego e reformas neoliberais! CASO

PoL~MICA
WALooMIRo 3
4 -5
sido ineficiente Ocaso enlJO[vetldoo bra- BlOCO DE SUJOS REFORMA SINDICAL 6-7
ço direito de José Dirceu,
por agir dentro Waldomiro Dilliz, com bi-
i MOVIMENTO
B
)
dos parâmetros cheiros e dof'IOSde casas de
bingos, demonstra queogo-
MULHERES 9

legais. JJ vemo Lula, defato, dá COIt-


tiltuidadeaogoverno FHC
<4J..rV~""I.L~ CORREIO
CIONAL /
INTERNA-
HAITI
••0- ••••

ATHOSIRIGARAY.
em todos os sentidos.
Governatldo em alialtça "t
PARTIDO ..2
secretário de Plaltejametlto da
com a burguesia, compro-

.'·'5'·
Agêluia Brasileira de Iltteligêtlcia,
metido com a sustentação da
em etJcontrocomjomalistas. A f.'-'".,.,.,'
ordem vigeltteecomoFMI,
ABIN substituiu o alttigo SNI
oPT (etambémoPCdoB)

••..-
adotou seus métodos. Liberdade para ospresos '
NOTAS O "toma-lá-dá-cá" e , políticos dogoverno Lula
Itegociatas de toda espécie ~ Após liderar uma ocupação a uma
seguem vigoratido com toda área do govenJo ftderal em Manaus
NO VINHO, A VERDADE
a força /la admiltistração (AM), vários militantes foram
Mesmo com o acordo para congelar presos, acusados dejonllação de
petista. Foi assim tia reJômla da previdêruia, nn votaçãodo orçamento e na reforma ministerial.
o debate sobre a reforma Trabalhista
É revoltat1le também, assistir a mais uma operação abafá das investigações e CPIs, com as quadrilha, Ci"co continuam presos,
até o fim das eleições, Lula não se
entre eles julio César Ferraz, do
conteve em um jantar em Brasília, no mesmas figurinhas carimbadas de sempre ocupando o cenário, como Sarney, ACM e cia.
dia 11 de fevereiro. À vontade, de· Movimento dos Sem Teto. Apesar de
E,.ifim, a tão exaltada ((éticada admitlistração petista" se revela mais uma farsa, do t"esmo ligados a partidos como o PT,
fendeu o fim da multa de 40% sobre o
FGTSe o parcelamento do 13' salário
modo que as promessas de emprego e mudmlças. pedoB e PDT,faram comp[eta-
e disse que o adicional de férias não E ogovenlO continua mentindo para a população, quando diz que haverá ((espetáculodo metlle ahandOf'ladospor estes partidos
é tão sagrado assim. crescimento" e que a vida vai melhorar. e estão presos há mais de 120 dias. O
Segundo publicado na coluna de Elio A política econômica do governo Lula, em acordo com o FMI, conseguiufazer com que o govenJo Lula tenta jogar a culpa no
Gaspari, o presidente da CUT, Luiz Produto [/ltemo Bruto (PIB) reCl/asse0,2% 110 a '10 passado: o pior resultado desde 1992. Judiciário. Desta vez esta desculpa
Marinho, em conversa com jornalis-
Também o PIB percapita (o Produto dividido pelo tlúmero de habitatltes) caiIl1,5%. 1550 não pega, pois os dirigentes foram
tas, recorreu ao efeito do álcool presos pela Políâa Federal porque
para tentar explicar as palavras de demollStra dimi/lllição da capacidade produtiva eaumento da pabreza. A renda dos traba[ha-
ocuparam tm1 lerrerro do governo.
Lula: "Ele já havia tomado vinho de· dores caiu em média 15%. Foi o govemo que mandou prender.
mais no jantar'". A única coisa que subiu foi o desemprego. Em apenas doze meses houve um aumento de Entre na campa",ita pela libertação
20% do CO/ltige/ltedos desempregados. ElU[uatlto ogovernofola em "espetáCl/[odo crescimento" dos compat1heiros, que se encontram
NEM ELE AGUEN A E'USH o país afu/lda em miséria e desemprego. em péssimas cOlldições(a[gum faram
O pior é que essegoverno vai contirmar implementando mais reformas e mais ajustes espaPlcados), e envie mensagens para:
exigidos pelo FMI.
Ministro Mareio TlwmasBastos
Em jatltarcom jomalistas, Ita véspera do escâtlda[o Waldomiro, Lu[a dec/aroll que dos
Fax: (61) 224-4784
direitos trabalhistas só iria restarasférias, prometendo à burguesia acabarcoma multa de 40% e-mailgabinetemj@mj.gov.br
do FGTS e ''llexibilizar'' ([eia-se "acabar") direitos como 13° e licença-maternidade.
Tudo issocorifimlOoqlleo P STU há tempos vettl alertaltdo. Queetllalia'IfllComa burguesia
eatrelado ao FMIo governo Lula acabariaatacatldoduramentea classetrabalhadora. CotlfinllO
também qllea reforma siltdica[ prepara a retirada de direitos históricoslta refollllO trabalhista. Oplnllo Soel.lI.t •• um. publlc.çio qulnzen.' do
Ogoverno do PT, atrelado com o imperialismo e a burguesia, é igual a tudo qlle está aí. P.rtldo Soel.lllt. dOI Tr.b.lh.dore. Unlne.do
CNPJ 13.282.901/0001-64
Nós do P STU, defendemos completa iltvestigação dosfatos tlO caso Waldomiro eafinltamos Atividade principal 91.92-8-00

que os trabal1tadores devem confiarapenas na sua mobilização. É necessário irà luta co,.ttra CORRESPONDtNCIA

as rejonnas neoliberaisdessegoverno, contra as maracutaiaseodesemprego eexigirnão apenas Rua Loefereen, 909· Vila Clementlno
;>10 Paulo - SP- CEP 04040-030
plmi{ão para 05corruptos, mas também a ruptllra com o FMI e a Alea. e-mail: opInl.o •••• tll.tH •• b.
Fax: (111 5575-6093
Para derrotare55apolítica cotltimlÍsta do FMI, da burguesia e também dogoverno do PT,
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL
os trabalhadores precisamforjar uma nova direção para suas entidades, hoje controladas em Marhícha Fontana (MTb14555)

maioria por direções chapa brallca. Precisam também de uma oposição de esquerda pra valer, CONSELHO EDITORIAL

ii~íft-'"'' compromefida com a luta pela cOlIStruçãode um governo dos trabalhadores sem burgueses ecom Bernardo C8róeira, Cyro Garcia. Concha Menezes,
Dirceu Travesso. Eduardo Almeida. Joio Rie8«SO Soares,

O Capitão América foi criado em uma verdadeira trausfonnação social ,.10 nosso país. joaquim Magalhêes, José MarladeAlmeld8. luiz carlos
Prates 'Mancha', Nando Poeta e ValérloArcary
1941, como um supersoldado que
REDAÇAo
combatia as tropas de Hitler usando Andr6 Valuche, JeferSOfl Chama, Luizacastelll. RodfI&O
as cores da bandeira norte·america- FALA ZÉ MARIA Rlcupero, Wilson H. Silva, Yurl FuJlta, Valéria Paiva

na. Nos quase 60 anos depois, princi· PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇAD

os ao ncontro
palmente durante a guerra fria, sua Gustavo Slxel

modorrenta cruzada nos quadrinhos COLABORARAM NESTA EDIÇAo


A1ejarlClro Iturbe, Ana Mlnuni. Glsele Teresa. JosefWell,
em defesa da "liberdade" e da ··demo·
• •
I T •
Ora!do P8N8. PIMJIoBMela
cracia" foi útil aos governos dos EUA.
IMPRESSÁO
Mas nada como o tempo e uma dispu· GazetaSP - fone: (11) 6954-6218

ta presidencial. Na edição n' 22 da A refonna sindical preparada pelo govemo, em conjtmto com as ,.,_, .";4f."II-I.'
revista MuNel Kn;ghts, ~le visita a centrais sindicais que compõem o FNT, tem como objetivo tratlSjerir o
base de Guantánamo. em Cuba, onde poder de decisão dos si"dicatos de base às cúpulas das Centrais. A NOME
Bush mantém há dois anos 660 suspei·
transferência depoder de negociaçãodos Sitldicatospara as celltrais, além
tos de terrorismo. O "herói", que em
dejogar no lixo um dos prituípios fimdacionais da CUT, que é o de
setembro de 2001 abraçou a '"Guerra ENDEREÇO
ao Terror", entra em crise com o que
defender a soheraw'Qdas anembléias de base,joga nas mão das Centrais
vê. Como na vida real, todos estão poderes para negociar direitos trabalhistas como o FGTS e o 13°,
CIDADE _
incomunicáveis, sem acusações for- A reforma ailldafere o prillCípio da liberdade siltdical. Com ela a
mais e são tratados pelos militares cn'ação de flOVOSsindicatos terá que ser autorizada pelas cet1trais. ESTADO CEP _

como 'combatentes inimigos'. Dialltedisso é que vem crescendoa adesão ea cotlvocaçãodo Encotllro TELEFONE _

A história, talvez encomendada por Nacional Síndical, que acontecerá em Brasflia 'lOSpróximos dias 13 e E·MAIL _

um democrata, parece tentar criar 14 de março.


uma nova fase ao "sentinela da liber- Esse Encontro, não temos dLÍvidas, terá grande amplitt~de e represetllatividade e poderá 24 EXEMPLARES 48 EXEMPLARES
dade", na qual reflete mais e luta construir, deJato, lima Campatlha à altura de e,.ifrentar,para de"otar, essa reforma neoliberal O 1x R$ 48 O 1x R$ 96
menos. Mas, as criticas aos "exage- do governo LI/Ia.
ros" de Bush não apagam a trajetória O 2x R$ 24 O 2xR$48
Para tanto, o desafio que estará colocadopara as centenas de sindicatos, oposições sindicais
do personagem e dos próprios EUA. eos mais de mil ativistas e lideranças que estarão em BrasOia neste Encontro, será o de constituir
O 3x R$ 16 O 3xR$32
Guantánamo não é um 'desvio de
as condições concretas que possibilitem alavancar e coordenar tJmQgrattde Campanha.
O Solidária O Solidária
rota', é apenas um capítulo a mais nos R$ ....•.... R$ .
Isto implica em buscar unir a luta contra a ((reforma" às lutas por emprego, salário e pela
incontáveis ataques aos povos. Para
nlptura com aAlca e o FMI; em aprovar um caletldário de campanha ede mobilização egarantir Envie cheque noomal ao PSTlJ no valor da asma-
l1mpar essa história, nem uma tln total. OJ parcelada para Rua Loefgreen, 909
autocrítica do Rambo... as condições de coordenação que possibilitem forjar essa luta. • VRa C1ementlno . São Paulo - SP - CEP 04040-<130
Vamos à luta! Todos ao Encotltro Sindical Nacionnl!

E - Ano IX • De 03 a 16/03/2CJ0.4
CASO WALDOMIRO

, ,
IGUALZINHO A TUDO QUE ESTA AI
Ora, o PT optou por governar em O P A A R . ". ';
MARIÚCHA FONTANA, aliança com a burguesia e seus parti- IEENTENOA O CASO.--,
da redação _I ",--J
dos, nos limites da ordem vigente e O PSTU defende que seja realiza-
atrelado ao FMI e à Nca. Fez, portan- da uma ampla investigação desse es- FITA No dia 13 de fevereiro, no 24·
aior crise até agora do tO, uma opção por governar contra os cândalo e apóia a instalação de uma aniversáriodo PT, as TVsdivulgaram
governo Lula, O caso trabalhadores. Quem aceita ser geren- CPI. Mas o PSTU, ao mesmo tempo, imagens cedidas pela revista Epoca,
Waldomiro é maIS uma te do capitalismo em crise, governar não deposita nenhuma confiança em na qual WaldomiroDiniz,braço direito
do ministro José Dirceu, aparece ne-
demonstração de que o com e para a burguesia e receber uma CPI. Não acreditamos que esta gociando propina com CarlosAugusto
governo Lula dá conti- financiamento dela nas campanhas poderia apurar de forma consequente Ramos, o Carlinhos Cachoeira, "em·
nuidade ao de FHC. eleitorais s6 pode ficar de rabo preso. este escândalo de corrupção, pois, presário do ramos de jogos", vulgo
A denúncia de que Waldomiro bicheiro. O vídeo, de 2002, ano elei-
Há muito o PT passou a receber como o próprio Lula chegou um dia a
toral, mostra Waldomirooferecendo
Diniz, braço direito do ministro José dinheiro de banqueiros, grandes em- declarar, o Parlamento é um antro de um edital de licitação da Loterj (lote-
Dirceu, negociava com bicheiros o presas e de empresas que vivem de picaretas. ria do Rio de Janeiro) para que o
favorecimento em concorrências e Ji- sugar O Estado, como empresas priva- Sem dizer que a oposição burguesa, empresário o modifique de acordo
citações, em troca de propina para si e com seus interesses.
das de lixo ou de transportes. como é o caso do PSDB, não tem
"contribuições" para campanhas elei- qualquer interesse em acabar com a PROPINA WaldomiroDiniz,então pre-
torais do PT, arrasta esse Partido para corrupção,já que o ex-governo FHC e sidente da Loterj, pede dinheiro para
a vala comum em que chafurdam os QUEM ACEITA SER GE- esse partido protagollizaram os maiores as campanhas de Rosinha Matheus
partidos da burguesia. (ex-PSB,hoje PMDB)e Benedita da
lances de corrupção da história do país.
Mas isso que causa mais espanto e
RENTE DO CAPITALISMO Silva(PT),ao governodo Rio,e para a
Para haver apuração até o final seria de GeraldoMagela(PT),candidato ao
decepção para todos que esperavam EM CRISE SÓ PODE necessário também uma comissão inde- governo do Distrito Federal.
desse governo mudanças, é apenas o pendente: formada por personalidades
resultado inevitável da adaptação
FICAR DE RABO PRESO CPI O governo exonera Waldomiroe
reconhecidas pela população como declara que suas atividades ilícitas
Irreversível do PT à ordem e à intocáveis no terreno da ética e também não ocorreram sob o governo Lula. A
instituClonalidade vigente e do aban- Então, o "toma-Iá-dá-d", o fisiolo- por entidades como a ABI e outras, oposIÇãopede uma CPI.A bancada do
dono da independência de classe em PT no Senado diz que só aceita se a
gismo e negociatas de toda espécie democdticas e dos trabalhadores, po-
CPI for ampla e investigue todos os
favor de uma política de alianças e continuam vigorando no governo rém independentes e não governistas. finandamentos de campanha, inclu-
colaboração com a burguesia. petista. Foi assim na aprovação da Aos trabalhadores, diante da falên- indo as denúncias contra as campa-
reforma da Previdência no Congres- cia e traição do PT, está colocado o nhas de FHCe Serra. Enquantoo PSDB
desafio de confiar em suas próprias colhe assinaturas e o Planalto
so, na votação do Orçamento e na desautoriza a proposta de CPIampla,
reforma ministerial. forças, de resgastar sua independência o PL colhe assinaturas suficientes
A classe dominante e sua Por isto, este primeiro escândalo de classe, rejeitando alianças e pactos para instalar uma CPIdos Bingos.
Institucional idade é corrupta da cabe- que atingiu O governo Lula, certa- com a burguesia.
ça aos pés. E tem ficado cada dia ainda GTECHVem à tona que Waldomiro
mente não será o último. Pois, assim Para acabar de vez com a corrupção continuou envolvido nestas histórias
mais corrupta, no compasso da pilha- como outros escândalos já atingiram o é necessária uma verdadeira transfor- sob o governo Lula. Ele admite ter
gem promovida pelo processo de PT nas prefeituras (como, por exem- mação social no país e um governo participado de reuniões com execu·
recolonização imperialista. Apenas o plo, o caso Celso Daniel), em nível verdadClramente dos trabalhadores, tivos da Gtech multinacional que
negociava a renovação de contrato
governo FHC, os tucanos e sua base federal não sed diferente. sem burgueses e milionáriode administraçãode loteri-
aliada levaram bilhões nos diversos Pois, andando de braços dados com corruptos, as com a Caixa Econômica federal.
escândalos: Sivam. privatizaçÕC5, tnu- o PL, Sarney, Quércia, Maluf, Roberto que tenha
dança do câmbIO, aprovação da ree- MP DOSBINGOSApóso PLconseguir
Jefferson e a tropa de choque do coragem de assinaturas suficientes para uma CPI
leição e um longo etc. Sem falar da Collor, além de vários expoentes tam- romper dos bingos, o governo edita medida
roubalhe1Ta enviada para as mlllncras bém do PSDB e PFL, o PT vaI se com tudo provisória que proibe bingos.
contas abertas por políticos, banquei- ficando cada dia mais "igualZinho a ISSO que
ros. elnprcsários e multi nacionais em tudo o que csti ar'. está aí. _
paraísos fiscais.

Pela estatização dos bingos


Para tentar sair da defensiva, tirar O foco do escândalo de
corrupção e abafar uma possível CPI, o governo editou uma
Medida Provisória proibmdo os bingos em todo o país. Com .sso,
espera criar na população a percepção de que não tem o rabo preso
com os bingos.
Por outro lado, a Força Sindical e também entidades espor-
tivas pedem pura e simplesmente a reabertura, apoiando-se no
drama dos trabalhadores das 1.100 casas de bingos que, de
uma hora para outra, estão no olho da rua.
Os que defendem a MP alegam que os bingos devem ser
fechados porque, por trás das máquinas e bolas coloridas, há
diversos meios para legalizar o dinheiro do tráfico, da
dilapidação do erário público etc. Enfim, são usados em larga
escala para lavagem de dinheiro e pelo crime organizado,
sendo, aliás, atividades ligadas às máfias.
Mas o fechamento dos bingos não vai acabar com tal
lavanderia. Fomentará ainda mais as mMias. ao colocar tal
atividade na ilegalidade. Essa medida, portanto, do ponto de
vista de coibir o crime organizado e a lavagem de dinheiro é
inócua. Além de jogar no mesmo saco corruptos e mafiosos
donos de bingos com jogadores e trabalhadores.
Se o governo quisesse realmente enfrentar o crime orga-
nizado, deveria investigar até o fim esse escândalo e outros,
como o do Banestado, bem como acabar com as contas CC-
5 e instituir o controle de capitais. Deveria fazer também uma
verdadeira devassa nas contas, prender todos os corruptos e
estatizar todos os bingos, colocando-os sob controle público.
Tal medida fecharia uma das torneiras da lavanderia Brasil,
garantiria o direito ao lazer de uma parcela da população e
também milhares de empregos.

- Ano IX· De O) a 16/0)/2()()4


NOVO PARTIDO

UM NOVO PARTIDO VELHO


as teses de Enrico Berlinguer, dirigente do Partido legítimo que ele tenha essas posições e que elas
EDUARDO ALMEIDA,
Comunista Italiano e do movimento que viria a ser sejam discutidas. O que questionamos é que elasjá
da Direção Nacional do PSTU
conhecido como "eurocomunista", sejam hcgcnlônicas, sem nenhuma discussão, a
uitos ativistas que estão rompendo cOtn Naquele momento, Coutinho era ainda mili- ponto de ser ele o apresentador do "novo partido",
o PT se defrontam cOtn Uln3 situação tante do PCB e suas teses estavam à direita dc e que suas posições balizem o manifesto do movi-
inesperada: quando mais seria neces- grande parte da esquerda brasileira, em particular mento. O que criticamos é que se exclua do
sária a ullidade para formar um movi- da maioria dos que iniciavam a construção do PT, movimento aqueles que defendem uma posição
mento forte por um novo partido, está Todo o primciro período em que o PT se apresen- oposta à de Coutinho, como o PSTU.
ocorrendo un13 divisão. tava com o letna "trabalhadorvota em trabalhador"
Uma reunião de 30 pessoas, comandada por foi visto por Coutinho como "sectário": ItVotei em
Heloísa Helena, Babá, Luciana Genro e um grupo Gabeira, em 1986. Fai a primeira vez que vatei ••o PT. E
de intelectuais do Rio de Janeiro (no qual se inclui
Carlos Nelson Coutinho), vetou a participação do
desdeetltão comeceia ,ramoraro PT, mesmo ac/rando-o ainda
sectário. Meu espírito ({alíatlcista", que vinha do PCB, de urguesa OU "de
rs "
PSTU c de outros setores no movimento, rompen- certomodo se manteve, mas achei queera importmtte entrar no
do a unidade possível e necessária. A cxclusão do PTetravaruma luta intema, oquefizem 1989. Queria ser
PSTU é uma decisão burocrática, de um sectarismo o d,a to democrático dentro do PT, quen'a 1evarpara opartido Quando surgiu o eurocomunismo, tão aprecia-
impressionante, que vai nacontramãodo sentimen- a discussão que eu havia proposto em me" ensaio lj1 demo- do por Coutinho, o stalinismo europeu estava em
to dos ativistas quc cstão na base das lutas deste país. cracia como valor tmiversal', "(Teoria e Debate nO 51 - crise, rompendo cotn Moscou, e passando de
Mas qual o motivo desta atitude sectária? Este junho a agosto dc 2002). armas e bagagens para a social-delnocracia.
grupo, quc formou a "Esqucrda Socialista e De- A evolução da situação internacional e do pró- Berltngucr, secrctário-geral do PCI, e lídcr do
mocrática", fez a opção por formar um novo prio PT tcrminaram por levar as tescs dc Coutinho curocomunismo, proclamou em 77: "A democracia é
partido rcfornlista c eleitoral. Por isso, querem à VItória.Depois da qucda das ditaduras stalinistas /zoje não apenas o terreno "0 qual O adversário de classe é
excluir todos os quc defcndcm a formação de um do lestc europeu, a propaganda imperialista apre- obrigado a retroceder, mas é também o valor histon:camente
partido revolucionário, goava a "mortc do socialismo" e a vitória da "demo- ti"iversal sobre o qualfimdar lima on:~inal sociedade socialis-
Esta opção fica clara ao se cstudar a Dcclaração da cracia", No Brasil, existia também uma base mate- ta", (A delllocracia COIIIO valoumiversal, p. 20)
Esquerda Socialista c Dcmocrática lançada no Rio. rial para cstc giro à direita: as vitórias eleitorais O eurocomunislllo aceitava a democracia bur-
Esse texto, que define politicamente o novo parti- levaram a uma integração paulatina do PT à demo- guesa como valor universal, acima das classes so-
do que eles querem criar, não faz etn nenhum cracia burguesa, As teses de Coutinho foratn então ciais, Berlinguer, com isso, apenas repetia as teses
momento alusão à nccessidade de uma ruptura, de assumidas pelaArticulação e grande partc das corren- clássicas de Bernstein, quc foi dirigente da social-
uma revolução socialista, tes do PT (aberta ou disfarçadamente). democracia alemã c primeiro formulado r teórico
Na elaboração deste texto foi determinante a Pode-se dizer, sem nenhum exagero, que dessas teses de endeusamento da democracia bur-
participação do intelectual Carlos Nelson Coutinho foi parte muito importantc da matriz guesa, em ruptura completa com o marxismo,
Coutinho, militante do PCB por muitos anos e, ideológica do giro à direita da direção do PT na As formulações dc Bernstein-Berlinguer-
depois, do PT. O peso de Coutinho pode ser década de 90. Na verdade, ele nem tem o mérito Coutinho partem de desconsiderar o caráter de
constatado pelo fato de ter sido o orador principal, da originalidade (suas teses são cópias de classe do Estado. O marxismo, ao contrário, define
no ato mais importante realizado por este movi- Berlinguer, que por sua vez as copia de Bernstein), o estado pelos interesses de classe que defende. A
mento, no Rio de Janeiro, em 9 de fevereiro. nem foi produto de sua luta política a guinada do democracia burguesa é, segundo Marx e Lênin,
Na apresentação da Esquerda Democr~tica e PT (e sim do período de reação da década de 90). apenas uma forma do Estado, e, portanto, de uma
Socialista, Coutinho disse que o PT, ao passar para Mas não se pode deixar de reconhecer que ditadura de classe. Em uma estrutura econômica
o campo do neoliberalismo, está atacando a demo- Coutinho foi vanguarda da reação ideológíca deste capitaltsta, o Estado é a superestrutura política que
cracia no país. Para ele, o modelo positivo são as período no Brasil. defende os interesses da burguesia dominante, o
eleições da década de 70 na Europa, nas quais Mas como o governo petista encampou o 'comilie=utillOdoJ neg6cicsda butgUeSia", segundo Marx.
existiam dois projetos em disputa (o da direita e o neoliberalismo e foi mais à direita que Coutinho, Para os marxistas, a revolução é necessária para
da social-democracia com o Partido Comunista este se identificou com a esquerda do partido (que abrir caminho para o socialismo, o que significa
Italiano, o PCI), ao contr~rio dos EUA, onde as se adaptou também à democracia burguesa). De- derrubar o Estado burguês e seu regime 'democr~-
eleições se dão ao redor de partidos com o mesmo pois, rompeu com o PT, indo agora consttuir a tico", Para os reformistas, a democracia burguesa é
projeto neoliberal: O PT, ao se bandear para o Esquerda Socialistae Democrática. Engana-se quem estratégica, universal, e deve ser defendida (não s6
neoliberalismo, estaria levando o Brasil para o acha que Coutinho mudou. Ele afirma com toda a de golpes fascistas, mas mesmo contra as massas) e
modelo político norte-americano, o que afetaria a clareza e honestidade que foi e segue sendo um aperfeiçoada. Todos os partidos que adotam esta
democracia republicana. Segundo Nelson, o novo reformista: "Uma coisacuriosa: quarn10entrei noPT, aLho estratégía terminam por se transformar em aparatos
partido viria para responder à necessidade de que a maioria do partido me considerava de direita, um essencialmente eleitorais, como a social-democra-
aprofundar a democracia e ser um pilar da mesma. riformista com ilusões democráticas. Apanhei muito nos de- cia, o PCI e o PT.
O modelo de novo partido para a Esquerda botes quefl:uom as diferentes correntes internas. Hoje, certa-

Um reformista
Socialista e Democrática gira, portanto, ao redor mente, meident!ficocoma esquerda dopartido. E tenho quase
das eleições, repetindo os erros do PT. E já nasce certeza de que nãofui eu quem mudou".
Coutinho reafirmou este balanço de si próprio
com uma estratégia reformista.
Vinda de Coutinho, como veremos, esta posição no ato do Rio, reafirmando ser reformista e que coerent
não surpreende. O triste é ver essas posições de não mudou suas posições. Na verdade, quem Coutinho, parasustentar suas teses, parte de uma
Coutinho refletidas na declaração de conjunto do mudou foi a direção do PT, a esquerda petista e crítica radical a Marx e Engels:
novo movimento e sua intervenção, no ato do Rio, agora os novos companheiros da Esquerda Socia- "( ... ) Em 1848, quando Marx e E'lgels escreveram o
ser aplaudida entusiasticamente pelas direções de lista e Democrática que assumem as posições de Mat'ifesto Comunista (."0 qual dljiniram o Estado como um
todos os grupos que compõem a Esquerda Socia- Coutinho na Declaração do movimento. ((comitêque administra os negócioscomuns da classe burgue-
lista e Democrática (MES, CST, SOL, MTL etc), Posturas reformistas, abertas e explícitas como sa... "), a luta de classes lhes aparecia comoaguerra civil mais
que, no mesmo dia, tomaram a palavraparadefen- estas, não teriam tanto espaço se não fossem ampa- ou metias oculta (...), até o pa ••to em que ela explode em
der em um tom ultra-sectário a exclusão do PSTU. radas por setores mais à esquerda. Roberto Robaina revolução aberta e oproletariado jimda seu domínio através da
O aplauso à apresentação da estratégia de um (dirigente do MES, que esteve presente no ato do demibada violenta da burguesia. Uma teoria Urestn'ta"do
partido reformista eleitoral e a defesa da exclusão Rio e aplaudiu Coutinho), há um ano atrás, escre- Estado, portanto, combinava-se com uma teoria ttexplosiva"
dos que defendem um partido revolucionário são veu o seguinte sobre as relações de Coutinho com e violenta da revolução socialista. Ambas as teorias decorriam
dois gestos que têm uma profunda ligação. a direção do PT: "(",)com suas posições, o teórico carioca da supasiJ;ão(...) de que a dinâmica de aLumulação capitalista
foi útil para a direção majoritária do partido. 4final, seu fazia com que a burguesia fosse incapaz de "assegurar a
núcleo dirigente, neste caso também seguindo a tradição da existência do seu escravo"(. o trabalhadorassalariado) conde-
corrente oportunista no movimento operário, demora para nando-o assim à pauperização absoluta. O aumento do lu-
formular teoricamente seus avanços no dia a dia da palítica. As cro(. ..) teria como contrapartida a redução do salário do
tesesde Coutinho lhespouparam trabalho: caíram como uma trabolhador. O único meio que restaria a esse(. ..) paragaran-
Coutinho teve um papel destacado na evolução luva porajustifllarseu ••ovo curso". (Uma visão pela esquer- tira sua sobrevivência(...) seria derrubara capitalismo"(...)
ideológíca da esquerda brasileira, e do PT em da, p.sO) (Contra corretlte, pAO)
particular. Em 1979 publicou o texto "A democra- Desde já, não questionamos a presença de "Ora, considerar como válida ainda hojea estratégia revo-
cia como valor universal", repercutindo no Brasil Coutinho no movimcnto por um novo partido. É lucionária proposta no Manifesto é, no mínimo, prova de

OPINIÃO SOCIALISTA
A rejeição ao
classismo como
"sectário"
Um dos elementos decisivos da direitização do
PT foi o abandono de uma política de indepen-
dência de classe para adotar a aliança de classes com
setores da burguesia.
Quando Lula e o PT fizeram a aliança com José
de Alencar e o PL, houve revolta num amplo setor
da militância petista.Já Coutinho manifestou apoio
à política da direção do PT. No artigo "O govemo
Lula Oll o estreito fio da navalha", ele afirma: ((Estadecisão,
que rompe (om o isolamento sectário que caracterizou os
pn"meiros aHOSdo PT (e que retoma na prática uma antiga
"'rauça "aliaruista" do velltoPCB), revelouser(. ..) uma das
razões da vit6n'o de Lula. Quase sempre com lucidez e bom
sellSO,o atual grupo dirigeme do PT propôs alianças (. ..)".
Em entrevista recente aojomal do Brasil, depois de
ter rompido com o PT, Coutinho afirma: flSempre
considerei um e"o do PT, em seu período inicial, teradotado
uma política de isolamento, uma política sectária. Mas é
preciso defi/lir c/aram"'te o que é uma política de alianças.
(...) é preciso defiuir ao mesmo tempo os aliados< os adver-
sários. O adversário desta alimlío etllre os trabalhadores e a
burguesia iudustrial, expressa ua cltapa Lula:JoséAletlcar,

~-
deveria ser o capitalfirlarueiro ( ... )".
Então, não é casual que a carta de princípios da

..
folos de Bersteln
càrraz do Paltido
Esquerda Socialista e Democrática não critique o
governo Lula pela aliança de classes com José
Alencar e também possua uma postura de en-
Comunista Italiano.
frentamento aberto com todos os partidos burgue-
Berllnguere pI<n.1na ses, ou a defesa de um governo dos trabalhadores.
di 'isque«la É claro que tal "deficiência" tende a ter profun-
Democriltk:ae das conseqüências no futuro do partido. Heloísa
Socialista·
Helena, por exemplo, a principal figura pública
deste Movimento, já manifestou seu apoio a Regis
Cavalcante, do PPS, para a prefeitura de Maceió.
O PPS é um partido burguês, do qual faz parte
Ciro Gomes, atual ministro do governo Lula.
agudo anacronismo (. .. ) esta situação se al- socialistas abandonassem a luta pelo
terou radicalmente (. ..). A base econômica
dessa mudança foi dada pelo aume/lto da
Considerar comI "objetivofi/lal" (. ..)Penso terchegado o
momento de superar definitivamente os Novo partido velho
produtividade do traballlo (. ..) pela extração lálida ainda, .hojt anátemas restlltamesda dillÍSãodo movi- No ano em que se comemoram os 80 anos da
da mais valia relativa; isto pennite um au- a estrategza mClltooperário em 1917 (...) e recou"'-
cerclaramente que essaopção dos social-
morte de Lênin, orgulhosamente queremos defen-
mento simultâneo de lucros e salários e, por der a construção de um novo partido revolucioná-
cOllSegui/lte, abre espaço para /legociaçães e revolucionária democratas pelo rifonnismo possibilitou rio, e nos contrapor a estas teses reformistas. Segui-
cO/lcessães. Oprocesso de democratização a proposta no às classes traballladoras do "OcidCllte" mos reivindicando o marxismo-leninismo, como o
que a/ltes aludimos é um dos resultados que signiftcativas e duradouras conquistas que existe verdadeiramente de novo, de moderno.
essa /lavafOrma de/uta declassesproduziu /la Manifesto sociais e democráticas (. ..)" (p. 43). É preciso hoje rejeitar categoricamente a heran-
terreltOpolítico-illStitucio/lal. " (p. 42) (Comunista) é, Maisadiante,Coutinholamen- ça do stalinismo e seus partidos, e não só por sua
ta que a social-democracia tenha
Assim como não comprova suas
teses historicamente, Coutinho não
no mínimo, mudado este curso: "Renwuiar às
postura burocrática e autoritária, mas por seu re-
formismo. E é necessário também refutar o mo-
se atreve a dar qualquer exemplo, em prova de agudo rifomlOSeadotarporadigmasllCOliberais delo social-democrata. Entre as posições clássicas
qualquer parte do mundo, do que tem sido, inftlizmetlte, a alternativa da da social-democracia e do stalinismo existe uma
descreve sobre as "concessões" do maioria dospartidos social-democratas, ampla base de acordo reformista. Não é por acaso
capitalismo. CarlosNelsonCoutinho sobretudo dos que estão hoje /lO govemo" que o PCdoB está no governo Lula. Não é por
Ele escteveu estas teses em 1999, (p.45). Para ele, o correto seria acaso que; como disse Coutinho, a "herança
depois de mais de duas décadas de manter e radicalizar a llpolítica de aliancista" do velho PCB (aliança de classes com a
planos neoliberais na Europa e pelo menos uma na rejônnas". E o que seria a reforma no terreno do burguesia) terminou predominando no PT.
América Latina. Tempos de retrocessos brutais do Estado? O "aprofimdam",to da democracia" seria a com- O novo partido defendido pela Esquerda Socia-
nível de vida das massas. Tempos que confirmam binação entre O Parlamento e "orgattismos populares de lista e Democrática está nascendo com o mais velho
plenamente as projeções de Marx, e negam as de democracia de base". Qual a relação entre estes organis- dos vícios da esquerda, o reformismo. Querem na
Bernstein e Coutinho.Justiça seja feita a Bernstein: mos?" Se se matttiverem abertos à pressão daqueles organismos realidade, recriar um PT mais à esquerda. Mas nem
ele retirou sua teoria equivocada de um perfodo populares, osparlamentos podem adquirir uma novafim{ão: sequer partem do período inicial progressivo do
real de reformas e concessões do capitalismo. podemsero localde lI//la uo"" síutesepolit;'a das dema/ldas dos PT, mas de sua fase já regressiva da década de 90,
Coutinho faz estas afirmações no período de deca- vários sujeitos coletivos, tortlatldo-se assim a instância na qual se consolida como partido reformista e
dência do imperialismo, em plena vigência do instituciollOl decisiva da exprfS/ão da hegemonia" (p. 33). eleitoral. Não é por acaso que este partido já está
neoliberalismo, em que este tipo de avaliação se Enfim, Coutinho reivindica um programa estra- nascendo e assumindo Carlos Nelson Coutinho
choca com a experiência concreta de qualquer tégico semelhante ao da social-democracia, dos como um de seus ideólogos e se utilizando do
trabalhador. tempos em que esta era reformista. Aponta o método das exclusões.
Coutinho segue: "Não foi por acaso assim, queosetor
I Parlamento não só como uma via para superar o Trata-se na realidade, de um novo partido velho.
majoritário do movime/lto operário e socialista dos países capitalismo, mas como a principal instituição polí- .,
"ocidentais" (no sentido gramscimlo da expressão) passou a tica no período pós-capitalista. ,~.. . _,'.,I=?STU' =
adotar uma polít;'a riformista (. ..)E/ltusiasmadocom apos- Ao contrário de outros reformistas, Coutinho
sibilidade de "co/!Cessões"por parte do Estado capitalista, tem a honestidade de não desconhecer seus víncu- Leia a integra deste artigo em nosso slte
Eduard BerllStei/l fOi oprimeiro apropor (...) que osportidos los teóricos com Bernstein.

. Ano IX . De 03 a 16/0312004
,--.•.
MOVIMENTO POLEMICA
......•..
Na edição 161, de outubro de 2003,pu-
Servidores blúamos artigo de Paulo Barela, mili-
federais tante do PSTU (ao lado). •••
Plenária nacional vota continuidade
Ele trata da continuidade da luta de
apontam todo ofuncionalismo e também aponta l'lWlO • .tJIIILA.
."""n
Ç')\"I'blw
I(locb••.ll",",""'~-
•• - ',- "'~,~

greve para
.,. ••.••••• tO'l

---
o fato de que o governo Lula estava
abril rompendo acordos degreves passadas e
,u

que parte das direções estava aceitando


PAULO BARELA, aspropostas rebaixadas do mesmo.
de Brasília (DF) O artigo gerou uma polêmica sobre o
'"
•••••
posicionamento da maioria da Executiva •••
Com a presença de 314 repre- ••
sentantes, entre delegados e ob-
da ASSIBGE-SN, que enviou até nossa ••••
servadores, a Plenária Nacional redação uma resposta às afirmações de ~
dos Servidores Federais apro- Barela. Publicamos na íntegra o artigo de
vou greve por tempo inde- respostada maioria Executiva iÚ! sindicato,
terminado a partir de abril deste bem como, um novo artigo de Paulo
ano. A medida tomada pelos ser- Barela, esclarecendoaposição doPSTU
vidores federais é uma resposta Reproduç30 do Qpini30 Socialista 161
ao arrocho salarial patrocinado
pelo governo Lula e às enro- RESPOSTA DA EXECUTIVA DA ASSIBGE
lações da equipe governista nas
mesas de negociação.
O governo tenta dividir o Congresso da ASSIBGE reafirma a
movimento apontando a dispo-
nibilidade orçamentária de 1,5 independência do Sindicato e repudia acusação
bilhões de reais para reajustes
salariais. Na indecorosa propos- contra a maioria da Executiva Nacional
ta governamental, consta um rc-
ajuste linear de 2,67%eumabono a aprovação da proposta dogoverno, q"efoi submetida livremente
EXECUTIVA NACIONAL DA ASSIBGE - SINDICATO
variável com teto máximo de 116 NACIONAL a apreciação dos trabalhadores. Portanto, não há qualquer docu-
reais. Para as categorias com salá- °
mento que comprove "carátergovernista" da maioria da direção
rios mais baixos, seriam criadas gra- 06° Congresso da ASSIBGE - Sindicato Nacional, reali- da ASSIBGE-SN. Entendemos q"e ofato da categoria aceitar
tificações produtivistas com valor zado entre 12 e 16 de novembro de 2003, em Paraib,ma, São "m reajuste de 40% da gratificação (e não os 50% como quería-
máximo de 20% sobre o salário- Pa"lo,foi o maior da história dos trabalhadores do IBGE e mos) - ainda que este reajuste não seja repassado integralmente a
base e aplicadas através de avalia- re"niu 180 delegados de base de todo o país. Além de condenarem aposentados epensionistas - não representa que os trabalhadores
çãodedesempenho. veementemente apolítica econômica e os rumos dogovemo Lula, do IBGE estão caindo em qualq"erarmadillla do governo. Esta
O governo Lula, como o de os congressistas reafirmaram apostura independente e combativa °
decisão tem muito mais a ver com arroel,o salarial vivido pelo
FHC, não recompõe as perdasacu- que a A.SSIBGE-SN vem adotando. Os delegados decidiram funcionalismo e está em consonâ"cia com a correlação deforças
também, por esmagadora maioria, repudiar como caltmiosa a daquele momento, ap6s uma greve de 38 dias. O convite a Dirceu
muladas de 1998 à 2003 que já
matéria "Plenária Nacional vota continuidade da luta contra a Travesso, membro da Direção Nacional do PSTU, para parti-
acumula 50,19% e mantém as
reforma da Previdência" publicada na edição nO 161 dojornal cipar do paineluO governo Lula, avaliação eperspectivas" no 60
distorções nas carreiras promoven-
Opillião Socialista, do PSTU, assinada por Paulo Barela, no Congresso, é "ma prova de que a ASSIBGE-SN permanece
do a criação dessas gratificações.
que se refereà postura da maioria da Executiva Nacional de nosso aberta a contribuição de todas as correntes de pensamento que se
Tudo isso porque o orçamento está
Sindicato. Não se compreende como uma direção que esteve à expressam entre os trabalhadores. As resol"ções do Congresso são
comprometido com o pagamento
frente dagreve dos servidores contra a Reforma da Previdência no mais uma demonstração de que 'IOSSO S;'Jdicato segue numa linha
da dívida externa e as metas de
IBGE e que defende" a independência e a autonomia do sindi- de independência e combatividade. Só podemos creditar tamanho
superávitdo FMI. Essas medidas
cato diante dogoverno Lula, pode ser acusada de '~overnista". A equívoco na análise da conduta da maioria da Executiva Naci-
também são pré-condições para os matéria em questão também não cita o fato de que, das 23 onal da ASSIBGE-SN a "ma pos",ra arrogante, sectária e
acordos da Alea, que envolvem o assembléias realizadas em todo o país para discutir aceitação ou prepotente, que busca diferenças com quem se deveria buscar
mercado da concessão de serviços
públicos.
não do reajuste da gratificação da categoria, em 21 delas os °
acordos, que em nada ajuda a constmir a unidade dos traba-
trabalhadores votaram pela sua aprovação. Não há q"alq"er lhadores para combater os planos neoliberais e continuistas do
Os servidores reafirmaram que boletim O" documento da direção do nosso Sindicato que defenda governo L"la.
não aceitarão a chantagem da
divisão da miséria. O recurso
NOSSA POSiÇÃO
apresentado não cobre sequer a
inflação de 2003 (9,19%).
Os servidores também se Não é governista, mas fez acordo rebaixado
posicionaram frente às reformas
sindical e trabalhista que o governo PAULO BAR ELA, de Brasílía (DF)
duais, sob o argumento de que o (governo está irredutível;foi °
possível alcançar na mesa de negociação".
articula com empresários e as cen- No OS 161, afirmamos oseg"inte: "(. ..)Iamentável é opapel Não temos acordo com os companheiros. Ocorre que nagrevedo
trais sindicais. Foi aprovada a pro- de direçõesque estão defendendo aspropostas rebaixadas dogoverno IBGE em momento alg"m foi colocado como "m dos eixos de
posta de que a CUT se retire do nas assembléias, o que s6 explicita ocarátergovenJÍ5tas de algumas mobilização, a garantia dos 50% da gratificação para todos. Ao
Fórum Nacional do Trabalho e direções si"dicais no serviço público federal. Foi assim na °
contrário, debateficou circunscrito na superestrutura. A base s6
que não fale mais em nome dos ASSJBGE/SN, ondea "laioria da Exerutiva Nacional defe"deu apareceu como sujeito quando da flecessidadede votara aceitação ou
servidores federais. uma proposta deparcelame"to do reajuste"a GDACT (Gratifi- não do acordo, sem orientação nenlwma por parte da direção. Os
Ao final. os representantes caçãocomAvaliação de Desempenho) de 50% atéo alto de 2005 compmlheiros não cumpriram com sua tarefa de direção, cuja
discutiram a necessidade de e, na Fasubra, onde o PCdoB e Tribo defenderam um reajuste obrigação era apontaros problemas do acordo- inclusive infonnan-
construir a resistência contra es- miserável de 5%(. ..)". doa categoria q"eo PL-248, que admite a demissão por insufici-
sas reformas aprovando a parti- Cometemos um erro ao c1lamar a maioria da Executiva da ência de desempenlJo do servidor, voltará a tramitar,lO Congresso
cipação e organização do En- ASSIBCE degovemista, ig"ala"do-a à maioria da direção da Nacio"a/. Os compa"lteiros desco"lteceram resoluçõesde Congres-
contro Nacional Sindical, que Fastlbra. Os compa"lteiros da maioria da ExeClttiva doASSJBGE sos anteriores onde a categoriajá havia rechaçado a criação destas
será realizado nos dias 13 e 14 de não são governistas. E, disto, nos autocriticamos publicamente. gratificações sujeitas à avaliação de desempenho e orientaram o voto
marçoem Brasília. Porém, não nos autocriticanws e cont;,wamos considerando afavor do acordo no momento das assembléias.
totalmente correta a comparação que fazemos entre a conduta Também não podemos aceitar que os companheiros tentem
política da maioria da Executiva Nacional doASSIBGE/SN, apresentar-secomo paladinos da democracia. A presença de Dirceu
CALENDÁRIO
fre"te a negociação da gratificação de desempenho (GDACT), e Travesso no Congresso da categoria tem a ver com a intervenção
o acordo rebaixado defmdido pela maioria da Fasubra. Pois, a histórica do PSTU tIO IBGE e não como uma ((concessão"demo-
13 e 14/03 • Encontro maioria da Executiva capitulou à lógica governista na mesa de crática da atual maioria. Intervenção esta, aliás, decisiva para a
NacionaL SindicaL
negociação. Por isso, reafinnanzos que a conduta foi semelhante, derrubada dos setores ligados à ArticulaçãO em 1999 e para a
15/03 - PLenárias setoriais °
embora os companheiros não estejam,1Ogoverno nem defendam. tranfiormaçãodoASSIBGE-SN numa mtidadecombativa, de-
Ta"to para o acordo do ASSIBGE/SN, quanto para o da mocrática e independente.
16/03 - Plenária NacionaL Fasubra, ogoverno fez a mesmo exigência: aprovação pelo movi- Temos muitas críticas à condução quea atual maioria imprime
mmto para que o acordofosse selado. Apesar dos compa"heiros à entidade. Basta dizerq"ea ExeClttiva Nacional nãose reúne desde
17/03 - Lançamento da afirmarem em se" pedido de resposta que não há nenhum docu- setembro. A política da maioria tem sido de decidir apartirdo contato
Campanha SaLariaL2004
mento atestando a defesa da proposta rebaixada, éfato que os com set/s aliados, impedindo o debate das diferellfas e ofimciona-
dirigentes defenderam-na ttaSassembléias e nas coordmaçães esta- menta regI/tardas instâncias, com o único objetivo de isolara P STU.

O".N'ÃO SOC.AlISTA
MULHERES

CONT A TODA FORMA DE A. -..

VIOLENCIA A ULHER
ANA MINUTTI,
da Secretaria Nacional
de Mulheres do PSTU Diante de todas estas formas de
violência cometidas pelo sistema
dia 8 de março é conside- capitalista, as mulheres nunca dei-
rado o Dia Internacional xaram de lutar. Por isso, no 8 de
da Mulher em homena- março, estaremos nas ruas por:
gemàlutade 1290perárias Emprego, salário, terra e moradia
norte-americanas do setor Q!.JeLula rompa com a Aleae o FMI
têxtil, que foram assassinadas pelo Nãoao pagamento das dívidasinter·
na e externa para: dobrar o salário
patrão por reivindicarem melhores mínimojá, rumoao saláriodo OIEESE
condições de trabalho e salários. Isto Reduzira jornada de trabalho, sem
aconteceu em 1857, mas a disposição reduzir o salário
de luta destas heroínas continua a ser Reforma agrária sob o controle dos
seguida pelas mulheres que estão indo trabalhadores sem·terra
às ruas lutar contra as reformas nco- Construçãode lavanderias e restau'
rantes públicos
liberais do governo Lula; pelas pales-
Construção de creches nos locais
tinas e iraquianas que lutam contra de trabalho, moradia e escolas
governos imperialistas e fascistas; pe- Legalizaro aborto
las mulheres das cidades que lutam Construir casas abrigo para mulhe·
por moradia e as do campo, que res vitimas de violência
lutam pela terra. Saúde e Educação pública, gratuita
e de boa qualidade.
Esta luta talnbém continua viva
Não às reformas neoliberais
porque, infelizmente, a violência so-
frida pelas mulheres no capitalismo
continua manifestando-se de inúme- P5TU.ORG.BR
ras formas c ocorre em todos os espa-
ços. A cada quatro minutos acontece Veja no site os locais dos atos do 8
de Março e um artigo sobre Nilcea
uma agressão física, praticada geral-
Freire e a Secretaria Especial de
mente pelo homem com quem vive Políticas para as Mulheres
ou viveu. Mas a violência doméstica www.pstu.OTg.brlmulher.s.asp
não é a única forma de agressão ou
causa de morte entre as mulheres.
em 1998, eram 56% das empregadas balham 12 horas sem o pagamento das no Brasil, tem se expandido mais am-
c c domésticas. horas extras. Segundo entidades fe- plamente entre mulheres jovens, com
O ministas mexicanas, no processo de menor poder aquisitivo e menos aces-
O governo Lula - obedecendo às admissão, a maioria das fábricas exige so às informações e serviços em geral.
ordens do FMI - está atacando os V I R certificado médico de que ela não está A prática do aborto é condenada no
trabalhadores em geral. E as mulhe- O governo Lula continua firme ne- grávida e, para não pagar a licença Brasil e em quase todos os países da
res são ainda mais atingidas com essa gociando a entrada na Ala (Area de maternidade, algumas empresas dis- América Latina. No caso do Brasil,
política. Das 2,4 milhões de pessoas Livre Comércio das Américas) em 2005. tribuem uma pflula que proporciona 98% dos casos de mortalidade materna
que procuravam emprego em janei- Um acordo que, se firmado, significa- menstruações mensais c, em muitas poderiam ser evitadas se houvesse aces-
ro, 54% eram mulheres. O rendi- rá a destruição da indústria nacional, a delas, as mulheres são forçadas a mos- so aos serviços de saúde no período da
mento médio das mulheres tem sido elevação do desemprego, a redução de trar seu absorvente higienico sujo para gestação e atendimento na hora do
cerca de 35% inferior ao dos homens, salários e direitos, privatização da Edu- provar que não estão grávidas. parto. Ou seja, ao mesmo tempo em
sendo que, na indústria, 69% das cação e da Saúde, etc. É isto que Lula Aqui, caso a Alca se concretize, que condena milhares de mulheres à
mulheres ganham até três salários está tentando antecipar com as "refor- iremos viver uma situação semelhan- morte, sem direito de decidir sobre
mínimos, enquanto que os homens mas" Previdenciária, Tributária, Sin- te, intensificando ainda mais o grau de seu próprio corpo, o capitalismo não
no mesmo patamar correspondiam a dical, Universitária e Trabalhista. Estas exploração associado ao machismo. garante as condições para que as mu-
45%. De todas as pessoas que rece- políticas, irão afetar todos os trabalha- lheres que desejam sejam mães. Essas
bem o mínimo, 53% são mulheres e dores, e as mulheres em particular. mulheres não têm direito a creches,
2,6,milhões de mulheres da área rural Se pegarmos como exemplo o Mé- Os horrores sofridos pelas mulhe- habitação, empregos e salários
recebiam até um salário mínimo. xico, onde já foi assinado um acordo res continuam quando o assunto é descentes para criar seus filhos.
Quando adicionamos raça na discus- semelhante com os Estados Unidos e o sexualidade. A prática da mutilação E, quando essas mulheres amam
são, as desigualdades só crescem: Canadá - o NAFTA -, podemos feminina (amputação do clitóris), já outras mulheres, são tratadas com vio-
mulheres negras recebem 55% me- verificar como isso nos afetar~.Lá, nas aleijou 114 milhões de mulheres em lência, intolerância, ignorância e
nos do que as mulheres não negras e, chamadas maquiladoras,as mulheres tra- todo o mundo. Assim como a AIDS, machismo.

Trabalhadoras da Flakepet: um exemplo de luta FOTO MATHEUS BIRKUIT


gravidez de risco e outras que tiveram A luta das operárias da Flakepet é
GISELE TERESA,
bebês recentemente, mas, devido ao um exemplo, nesse 8 de março, de
da Secretaria de Mulheres
do PSTU·São Paulo abandono da fábrica pelo patrão, não que só a luta muda a vida.
tiveram os direitos assegurados.
No dia 9 de março, a ocupação Apesar disto, essas valorosas compa-
da fábrica de reciclagem Flakepet nheiras, quando questionadas sobre a
completará três meses. Na defesa ocupação, respondem que é um desa-
dos 140 empregos, operárias e fio que vale a pena: "Precisamos acre-
operários resistem e garantem a ditar na ocupação".
produção sob seu controle. Essa situação demonstra que, du-
As operárias - maioria na fá- rante a ocupação, as mulheres têm que
brica - passam por cima das di- garantir, juntamente com os homens,
ficuldades que encontram no ca- condições para enfrentar os problemas
minho: elas não têm onde deixar decorrentes da opressão, começando RIAS comemoram a ocup~ç~o.
os filhos; há uma operária com pela instalação de uma creche. Ao l~do.interior d~ fábrica

. Ano IX . De 03 1!I 16/03/2004


í
.A

UM A O DE RESISTE CIA E LUTA


-
NO MÊS EM QUE SE COMPLETA UM ANO DA AGRESSÃO, RESISTÊNCIA IRAQUIANA PÕE EM XEQUE O IMPERIALISMO

majoritariamente por líderes religio-


ALEJANDRO ITURBE,
de Buenos Aires, Argentina sos ligados ao governo do Irã e que,
até agora, tentavam acaltnar as coisas e
pesar do triunfalismo do encontrar umasaída para a situação em
governo ianque e seus alia- conjunto com a APC (Autoridade
dos, rapidamente ficou cla- Provisória de Coalizão), o "governo-
ro que a captura de Saddam fantoche", apoiado pelas autoridades
Hussein, no final de 2003, ianques da ocupação.
não paralisou a resistência militar e de Um setor, como Abdal Asís al-
massas à ocupação imperialista. Na Hakim, colabora de maneira aberta
verdade, a situação não foi sequer com a ocupação e a APc. Outros,
atenuada. Pelo contrário: continuou, como o aiatolá AIí as-Sistani, come-
de maneira crescente, debilitando a çam a exigir eleições para antes de 30
ocupação. de julho, inclusive sem que retirem as
Vejamos alguns dados. Desde 10 de tropas invasoras. Este líder religioso,
maio de 2003, data em que terminou que nunca condenou a ocupação, ten-
a guerra "normal", uma média, diária, ta canalizar e confundir as mobiliza-
de 33 atentados ocasionou mais de 500 ções do povo xiita. Mas sua exigência
mortes de soldados ianques e milha- se choca com a política norte-ameri-
res de feridos. Esta cifra é muito supe- cana, que não prevê nenhum processo
rior às baixas sofridas durante a pró- eleitoral, pelo menos até 2005.
pria guerra. A isto devem se somar as Finalmente, aparece lima posição
baixas de soldados e funcionários bri- mais dura, como a de Muhamad Ayad
tânicos, italianos e espanhóis. al-Kibaisi, que exige, antes de qual-
Os próprios homens do imperialis- quer eleição, o fim da ocupação. O
mo vêem que a situação se complica certo é que estas divisões na direção
cada vez mais. O tenente-general burguesa xiita abrcm fissuras quc po-
Raymond Oderno, chefe do operativo dem favorecer ainda mais as lutas e
que capturou Saddarn, dcclarou: tnobilizações e a perda de controle de
uSaddam não estava didghldo a otlda de suas bases por parte dessas direções.
violência outi-tlorteamericafla por isso a re-
l

sistência conti"uará". Os analistas políti-


cos afirmam o mesmo. TOIn Dodge, Um plano que
do Instituto de Estudos Estratégicos
dos EUA, considera que Ira insurgência
... fras
cresceulIIuilo lIIaisalélll doconlrolede Saddalll. O resultado é que o plano original
Há de 15 a 30 gmpos selll cOlllalo direlo dos ianques (repassar o poder formal
(político oufinanceiro) COIIIele". Segundo a um governo formado por políticos e
distintas avaliações de organismos de figuras iraquianas opositoras a Saddam
inteligência norte-americanos, a cifra nos meios de comunicação. Nesta ver- Ainda que tenham origem em seto- e de certa representatividade, para le-
de combatentes da resistência varia tente parece predominar o setor sunita res sociais e religiosos distintos, ambas gitimar a ocupação e amortecer a resis-
entre cinco e 50 mil. da população, do qual Saddam fazia as vertentes expressam o ódio à ocupa- tência) já fracassou. Os ianques não
parte, e a maioria de seus ex-funcioná- ção, ao saque que o itnperialismo sub- conseguiram incorporar nenhum se-

uas vertentes rios civis e militares. A outra vertente é


de caráter massivo, expressada através
mete o país e ao crescente aumento da
pobreza, da miséria e do desemprego.
tor de peso ao governo. O resultado é
que a APC não tem nenhum peso
a resistência de mobilizações, fundamentalmente
do setor xiita, que representa os 60%
Aocu pação imperialista consegu iu que,
depois de décadas de enfrentamentos,
nem influência na população e só é
uma máscara inexpressiva do poder
Com as dificuldades que nos apre- mais empobrecidos da população, dis- xiitas e sunitas, hoje, se unam para lutar real: a hierarquia militar e política
sentam a distância e o fato de manejar- criminados (política e economicamen- contra o inimigo comum. norte-americana.
mos somente informações jornalísticas, te) pelo regime de Saddam. O imperialismo não poderá derro- Agora, eles tentam criar um novo
acreditamos que a resistência à. ocupa- Longe de apoiar as tropas invasoras tar este processo somente assassinan- governo provisório, em uma tentativa
ção tem duas vertentes. Uma de cará- para "libertá-los de Saddam", como do ou prendendo uns poucos líderes. de incorporar alguns novos setores,
ter .. tar, que tem maior repercussão esperava o imperialismo, o povo xiita Para conseguir impor uma derrota, a mas o repúdio da população à ocupa-
repudia a ocupação e os invasores. Por realidade exige uma longa permanên- ção faz com que nenhum dirigente
isso, no ano passado, eles aproveita- cia, com milhares de soldados, banha- com alguma influência queira "se quei-
ram festejos religiosos para exigir que dos de sangue e fogo. Exa- mar" entrando nes-
"os iraquianos formem seu próprio governo, talnente o oposto o que se
sem Saddam nem os EUA". desejam os ianques.
E, este ano, realizaram mobiliza-
ções com cerca de 100 mil pessoas em
Bagdá, a capital, e de vários milhares A direção
em Basra, Nasiria, Kerbala e outras
cidades. Além disso, há contínuos xiita se divi
enfrentamentos contra as patrulhas e Este processo de mobilização de
os quartéis dos ocupantes. massas dividiu sua direção, formada

O"'N'ÃO SOCIALISTA
INTERNACIONAL

Por outro lado, no terreno militar, a


rápida vitória obtida pelos invasores (du-
ta) para lutar pela retirada das tropas, que
já conseguiu centenas de adesões.
fORA IMPERIALISMO DO HAITI!
rante aguerra "clássica" contra O exército É mais uma amostra do desgaste de
JOSEF WEIL, da revista Mandemo Vivo
deSaddarn) setransfonnou em umaguer- Bush, cuja aprovação popular caiu de
ra não-convencional,contra uma resis- 86% (quando derrotou o exército de Ao fecharmos esta edição, o presidente do
tência popular que é muito mais diftcil de Saddam) aos 46% atual. Por outro Haiti,Jean- Bertrand Aristide, havia acaba-
ser derrotada. lado, com o processo eleitoral já em dode partir para o exílio. Enquanto aconfu-
curso, as pesquisas indicam que, hoje, são se espalhava pelas ruas, o presidente do

"A ONU, Bush perderia as eleições para John


Kerry, que quase seguramente será o
Conselho de Relações Exteriores dosEUA,
Richard Hass, declarava: "Temos que aceitar

por favor!" candidato do Partido Democrata.


Toda a situação (resistência armada
que os Jrairia'los simplesmente não são capazes de
governara sipróprios". Adeclaração e os episó-
Não é casual, então, que o governo em um pafs ocupado, sintomas de dios após aqueda deAristide demonstram que o imperialismo planeja
Bush (modificando a posição original, crise no exército, protestos dentro dos mais uma intervenção militar.
quando da invasão, e mantida até há EUA) traz à memória o fantasma do
Vietnã, a primeira grande derrota mi- UMA HISTÓRIA DE LUTAS E INTERVENÇÕES
pouco), agora apele para a ONU para Há exatos 200 anos, em 1804, o Haiti tornava-se uma nação
tentar sair deste "pântano". Este pedido litarsofrida pelo imperialismo ianque.
independente, depois de uma vigorosa revolução protagonizada
de intervenção recebe o apoio de al- Não é casual que o debate sobre a
pelos negros escravizados, que conquistaram a liberdade e impuse-
guns dirigentes xiitas, como as-Sistani situação no Iraque e a política de Bush
ram uma fragorosa derrota aos colonizadores franceses.
que propõe que seja este organismo se estendam cada vez mais à própria
De lá para cá, a história do país foi uma sucessão de lutas e
internacional que supervisione as elei- burguesia norte-americana. Uma si-
intervenções imperialistas, muitas vezes apoiadas pela corrupta
ções. De um lado, Bush pede que a tuação que não só se expressa em burguesia local. Apenas para localizar a história de Aristide, é
ONU intervenha para convencer a meios de comunicação importantes preciso lembrar que entre 1957 e 1990, o Haiti foi governado pela
direção xiita a colaborar; por outro, (como o Washington Post e o New York sangrenta ditadura dos Duvalier (Papa e Baby "Doe"). Aristide era
tenta ampliar a "legalidade" da ocupa- Times), como também no setor do um sacerdote católico vinculado à Teologia da Liberação que se
ção para que a ONU lhe cubra as costas imperialismo que prepara uma mu- tornou importante figura na luta contra estes ditadores e que, num
e lhe ajude a desmontar a resistência. dança (nas próximas eleições) com a complexo processo de idas e vindas, tornou-se presidente em 2000,
É claro que a ONU e, por trás dela, candidaturadodemocrataJohn Kerry, depois de ter sido reconduzido ao pafs por 20 mil marines norte-
o imperialismo europeu que não par- numa tentativa de Uamenizaras perdas". americanos e ter "ganho" uma eleição com 92% dos votos.
ticipou da invasão, como França e Como parte disto, o Congresso,
Nemanha, está disposto a ajudar Bush. agora, está investigando a responsabi- R O E
lidade de Bush e da CIA nas falsas O BE
Os sintomas de
acusações de que Saddam possufa ar- Os compromissos de Aristide !Joto) com o
mas de destruição em massa; desculpa FMI e os EUA fizeram com que ele governasse
que serviu para justificar a guerra e a contra aqueles que o haviam seguido. Após três
crise n tropas invasão militar. É algo que serve para anos, sem resolver nenhum problema de fun-
do, Aristide eomeçou a se utilizar amplamente
A dureza da resistência e o ódio desgastar a imagem de Bush e, por sua
vez, para pressioná-lo e obrigá-lo a de forças repressivas para controlar a situação,
com que são recebidos, levou as tro-
buscar uma solução para a crise atual. gerando enormes protestos e o crescimento de
pas ianques a aumentar a repressão às
uma oposição "civil", mas também alimentando o surgimento de
manifestações, cometendo assassina-
"forças rebeldes" compostas por ex-militares. Tanto no campo
tos abertamente nas ruas (incluindo
"civil" quanto militar há setores identificados com O regime anterior
crianças e velhos) ou a prender milha-
ou relacionados à CIA e ao imperialismo.
res de ex-soldados iraquianos ou "sus-
Com O acirramento da crise política e econômica nos últimos
peitos". Para os ocupantes, todo meses, o imperialismo norte-americano começou a estimular uma
iraquiano pode ser um inimigo. negociação entre Aristide e a oposição "civil", propondo a aeeitação
Mas a mesma situação também faz de um primeiro-ministro ou ainda a antecipação de eleições. Mas,
com que seu moral esteja cada vez na medida em que os rebeldes armados iam avançando, o imperia-
mais baixa. Inclusive, foram vistos ca- lismo norte-americano, com o francês, começou a defender a sarda
sos insólitos de soldados dando entre- do presidente como uma forma de "impedir um banho de sangue".
vistas a órgãos de imprensa, dizendo Argumento reforçado pelo próprio Aristide, que também clamava
que seus superiores não conhecem o por uma intervenção militar internacional para "pacificar" o pafs.
que acontece realmente no Iraque
porque ((estão em seus escrit6rios clima-
tizados". Ao mesmo tempo, aumenta Estácolocadaapossibilid equeo A atual intervenção do imperialismo francês e americano - com
cada vez nlais o nÚlnero de suicídios imperialismo enfrente, no Irague, uma O vergonhoso apoio do governo Lula, que não só faz parte de uma
entre os soldados dos EUA. nova derrota militar, similar àquela no farsa chamada "Amigos do Haiti" como também votou a favor da
Este clima de moral baixo é inten- Vietnã. Consideramos completamente intervenção, no Conselho de Segurança da ONU - não tem nada
sificado por outro fator: existe um equivocada a posição daqueles que pro- a ver com preocupações humanitárias.
põema intervenção da ONU como for- O governo fantoche do Haiti será totalmente submisso ao
número expressivo de soldados de
ma de conseguir uma safda favorável imperialismo. Exemplar neste sentido foi a cerimônia de posse do
origem latina no exército ianque, um
presidente interino, o presidente da Suprema Corte de Justiça
setor que é discriminado social e eco- para0 povo iraquiano. Comodemonstra
Boniface Nexandre. Escoltado por soldados norte-americanos ele
nomicamente nos EUA. A maioria a experiência, qualquer intervenção des-
prestou juramento na presença dos embaixadores dos EUA e da
deles ingressou no exército para ter te organismo só servirá para defender os
França e para mostrar a quem deve obediência, telefonou para pedir
um melhor salário e um trabalho que interesses imperialistas e para proteger o
uma intervenção da ONU na presença de ambos.
lhes permitisse ser aceitos pela socie- assassino Bush.
Este governo irá negociar com os paramilttares que controlam boa
dade. Muitos nem sequer tinham ci- Por isso, a LIT-QI, como milhões
parte do país e não resolverá a miséria porque se ajustará aos planos
dadania norte-americana e se alista- de trabalhadores de todo o mundo, e neoliberais do FMI e de Washington. Também reprimirá qualquer
ram porque lhes prometeram isto, sem depositar nenhuma confiança nas protesto e atacará liberdades democráticas e organizações populares,
depois da guerra. Ném disso, também direções burguesas sunitas ou xiitas, como ocorre no Afeganistão, onde o imperialismo se apóia nos
lhes prometeram uma guerra curta e ap6ia a resistência iraquianaatéacom- bandos desses "senhores da guerra" para garantir a "ordem".
uma rápida e vitoriosa "volta a casa". A pleta derrota e a expulsão das tropas. Cabe destacar a total colaboração e coordenação estreita dos
realidade se mostrou Inuito mais dura É dever de todos os lutadores ajudar imperialismos francês e norte-americano, superando as diferenças
que estas promessas e hoje muitos para que isto ocorra. Em primeiro lu- abertas na invasão do Iraque, comprovando como, em última
destes jovens latinos se perguntam se gar, com solidariedade e nossa mobili- análise, seus interesses coloniais e contra as massas se unenl quando
vale a pena morrer por alguns milha- zação. No dia 20 de março, por exem- necessário e possível e como utilizam a ONU para legitimar mais
res de dólares e um passaporte. plo, em Londres e nos EUA, como uma vez uma intervenção militar em nome da "paz". Por isso,
também no Brasil e vários outros paí- devemos denunciar a intervenção militar franco-norte-americana
ses, várias organizações irão real1zar no Haiti e exigir sua retirada imediata, como também denunciar
uma jornada mundial de repúdio à todo e qualquer governo que apóie e participe desta intervenção;
invasão. É uma excelente oportunida- como, lamentavelmente, é o caso do governo Lula, no Brasil.
de. A LIT-QI chama a mais ampla
Mesmo nos EUA, algumas famílias unidade para que, nessa jornada, se •
de soldados começaram a realizar ações mobilizem milhões em todo mundo.
Artigo especial da Internacional SaciaUst Organlzatlon (ISO),
de protesto contra a política do gover- Fora as tropas imperialistas! Iraque dos EUA,analisando as eleições norte· americanas.
no. Como parte delas, se formou a para os iraquianos! Edição especial do Correio Internacional sobre o Haiti.
rede Bring them IlOme(Tragam-nos de vol-

• Ano IX . De 03 a 16/03/20G4
PARTIDO

Vereadores do PSIU avaliam ma datos


ção dos movimentos, discutindo com denúncia de Lula, em MonteCarmelo, bém para ajudar na construção de uma
GUSTAVO SIXEL,
da redação eles cada projeto e realizando plená- o mandato de Huender ajuda a impul- alternativa revolucionária, o PSTU.
rias regulares do mandato. Em 2003, o sionar a Campanha Contra a Alea, que Em Juazeiro, o mandato aumentou a
Nas eleições de 2000, o mandato acompanhou os 30 dias da teve grande repercussão na cidade. visibilidade do partido. Segundo Fá-
PSTU elegeu vereadores greve da Universidade Regional do As denúncias locais também são bio, '~brirnos traballzo em setores oude o
em duas cidades. Agora, Cariri (Urca), no Crato, até a ocupa- feit:ls e contribuem para a crítica ao partido Hãotiulza contato, comoambulames,
Fábio José, de Juazeiro do ção ser invadida pela poIrcia, no dia 18 sistema. Em Juazeiro, o prefeito ar- moto-taxistas e movimellto popular}}. Além
Norte (CE), e Huender de julho. Para Fábio, o apoio às lutas mou um esquema com um grupo de disso, o PSTU ampliou sua presença
Franco, de Monte Carmelo (MG), e a denúncia da Câmara fazem com vereadores. onde cada utn teria direi- onde já existia. como servidores mu-
aproximam-se do final de seus man- que o PSTU seja reconhecido na to a liberar 30 multas de trãnsito. Fá- nicipais e na universidade.
datos. As experiências guardam mui- região: "A vatrgllarda vê a diferença. O bio encontrou por acaso o documento Para as eleições deste ano, o Parti-
tas semelhanças entre si. vereador do PT aposta todas as fie/lOS no sobre uma mesa e fez a denúncia, que do está discutindo O lançamento de
Sem gabinete e setn nenhum asses- Parlamellto ellquanto agetltedetlllflcia o seu foi vista por todo o país no Jornal candidatos a prefeito no Crato e em
sor, Fábio José faz um mandato das caráter típico de uma democracia dos ricos}}. 'Nacional e fez o prefeito recuar. Juazeiro do Norte. EmJuazeiro, o PT
ruas. Logo em janei- Em Monte Carmelo, a denúncia acabou de realizar suas prévias e a
ro de 2001, esteve também é sistemática. "A Câmara éjogo candidata ligada à esquerda foi derro-
por 15 dias na ocu- de carta marcada. São 14 vereadores contra A atuação de um revolucionário no tada. f/O espaço eleitoral para nosso partido
pação dos servido- nós. Usamos o espaçopara iràluta, denunciar Parlamento provoca reações. Em 2003, aumentou. Na padaria, na banca, em qual-
res muniCipaiS em o govemo LlIla, a prefeitllra do PT e Aécio Fábio exigiu uma CPI para apurar o quer lugar, sou parado por pessoas que que-
greve. Essa mar- Neves", diz Huender. A principal luta sumiço de um cheque da Câmara, de rem saber o que vamos jàzer fias eleições",
ca prosse- do PSTU na cidade é por emprego. A 60 mil reais, e foi ameaçado. ((Me conta Fábio.
guiu, co- economia local possui um forte peso ligaram e disseram que se rtãoparasse, seria
locando do setor ceramista, que emprega qua- morto". Ele não recuou e buscou apoio
o gabi- se 4 mil trabalhadores. Desde 2003, o nos movimentos sociais. A campanha
nete à setor atravessa uma crise, com muitas cresceu. encontrou eco na imprensa e
disposi- das 36 fábricas fechando. A resposta culminou com a invasão da Câlnara
tetn sido a mobilização, com passea- por centenas de ativistas. Eles entra-
tas, inclusive até a casa do prefeito do ram gritando "Cadê o cheque?" e o pre-
PT, e mais de 20 greves. sidente da Câmara. para não ficar
Os ataques do governo Lula, como inelegível, teve de renunciar.
as filas dos idosos, são denunciadas
pelo jornal mensal do mandato de
Fábio José, distribuído nas ruas de Mais do que o apoio às lutas, o que
Juazeiro. Fábio conta que as falas da diferencia o mandato revolucionário
Câmara ecoam na cidade e intimidam é que este está a serviço de uma
o PT: (tO vereador do PT que,juntocoflosco, estratégia maior, a revolução e o
criticava aAka eas refonnasde FHC, hojeoll socialismo. Desta forma. es-
se cala 011 defende o govenlO". Além da tes três anos serviram tam- Fábio José,
de Juazeiro do
NorteICEI

($04)9982-0004 • JACAREI
MARANHÃO PERNAMBUCO R. Luiz SImon,386 . Centro
AGUIVOCÊ • PELOTAS 112) 39S3.6122
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(62)261-8240 golanla§pstu.org.br Centro XV Novembro, 1175 . Centro·
Inlao
~ ~

Ano IX EcHçlo 167 ia Iista,


S OC
REFORMA UNIVERSITARIA D~
LULA E DO FMI É PRIVATIZAÇAO:
Riforma está a serviço da Alca e do FMI

JÚLlA EBERHARDT*,
Diretora de Universidades Públicas da UNE e do
Movimento Ruptura Socialista

o contrário das "mudanças" prometidas


durante a campanha eleitoral de 2002, o
governo Lula continua aplicando a po-
líticaeconômica c as reformas ncoliberais
de FH .
Prova disso foi o pagamento recorde de 145,2
bilhões de reais de juros da dívida externa em
2003, a renovação do acordo com o FMI, a defesa
dos interesses de latifundiários nas negociações da
Alea e a Reforma da Previdência que privatizou a
previdência no Brasil. As conseqüências disso são
500 mil novos desempregados, 13% de queda no
poder de compra dos trabalhadores e um corte de
7,5 bilhões no Orçamento de 2004 que atingiu a
educação em 630 milhões.
Seria ingenuidade pensar, portanto, que uma
reforma Universitária proposta por este governo
poderia fugir a esta política econômica e à agenda
das reformas neoliberais. Pelo contrário, O objetivo PRIVATlZAÇAO ATRAVES Ou seja, as universidades públicas deixam de ser
do governo com esta Reforma é preparar o ensino ~ financiadas com verbas públicas, e passam a de-
superior brasileiro para a implementação da Alca pender do mercado, que s6 financia as pesquisas
em 2005 (não é por acaso que a reforma acontece Durante a década de 90 houve um duro comba- que gerem lucro. O "pacto" transforma as institui-
neste ano), economizar dinheiro para pagar a dívida te do movimento universitário contra as propostas ções em verdadeiras empresas com metas e
(fazendo com que as universidades públicas bus- de privatização vindas de FHC e Paulo Renato. premiação financeira, acabando com a autonomia
quem dinheiro na iniciativa privada) e salvar os Por isso, o governo Lula tenta a todo o momen- e sujeitando às universidades ao governo. As facul-
tubarões do ensino privado que estão em crise, to negar que esteja propondo uma reforma dades privadas vão receber verbas do governo para
dando isenção de impostos e incentivos legais. privatizante, afirmando, não s6 defender o ensino oferecerem vagas gratuitas! É exatamente a mesma
O imperialismo e seus organismos (FMI, OMC, público e gratuito, como também incluir aqueles proposta defendida por Bresser Pereira, o ide610go
Banco Mundial) influenciam diretamente a refor- que hoje estão fora da universidade. da Reforma neoliberal do Estado.
ma universitária de Lula, pois têm um objetivo Mas isso é pura propaganda enganosa. A verda- Além disso, o governo quer transformar o En-
muito claro com ela: acabar com a produção de deira intenção de Lula é criar um "Pacto para o sino à Distância na grande panacéia para incluir 500
conhecimento e tecnologia das universidades pú- Desenvolvimento Inclusivo", por meio de um mil estudantes até 2007. Ao invés de investir em
blicas dos países da periferia do capitalismo, for- acordo feito entre governo e instituições (públicas criação real de vagas e contratação de professores.
mando mão de obra barata em cursos de curta ou privadas), com metas a serem atingidas em um O governo prefere uma expansão "virtual" que
duração; e abocanhar um mercado de ensino pri- prazo definido, em troca de verbas federais "ex- gasta menos e favorece as multinacionais que
vado muito lucrativo. Esses são os objetivos da tras". Outra fonte de recurso seria a captação na investem no setor. Isso tem apenas U1TI nome:
atual reforma universitária. iniciativa privada por meio das fundações. PRN ATlZAÇÃO.
SUPLEMENTO ESPECIAL

"NEOLIBERALISMO REQUENTADO" E A
--
REFORMA UNIVERSITARIA'DO GOVERNO LULA
alianças oportunistas com sctores da burguesia reito privado; proposta de autonornlJ Universitária
KÁTIA REGINA DE SOUZA LIMA',
brasilcira. Estes três eixos atravessam a campanha do governo; lei de lOovaçio tecnológica que
Especialpara o Opiniio Socialista
eleitoral - "'Coligação Lula Presidentc'" - aprcscn- viabiliza a transfcrrncia dt: tccnolowa das nniver-
ma análise aprofundada das condlçõcs tando um projeto nacional de descnvolvinu:nto sidades para as empresas, entre outrOs,
de vida da imensa maioria da população caracterizado pelo aprofundamento, e não apenas Um clcml:l1to fundamental deste debate c que
em âmbIto mundial evidencia que o a continuidade, da agenda neoliberal para o Bra- demonstra como a rcfonna Universitária se cons-
neolibcrallsmo. como projeto construí- siF, especialmente no que se refere ao pagamento titui numa política de governo, mais ampla do que
do pela burguesia internacional em res- da dívida externa e aos acordos com os organismos o MEC de Cristovam Buarque ou de Tarso Gen-
posta à crise estrutural do capital, não consegue internacionais do capital. ro, é o documento do Grupo de Trabalho inter-
garantir alteraçõcs no cenário de empobrecimento a aprofundamento desta agenda neoliberal e a mimsteriaP intitulado Bases para o Eufretltamento da
e de estagnação econômica que marca a atualidade. subordinação aos organismos internacionais estão CriseEmergetlcial das Universidades Federa is e Roteiro para
Neste cenário, intelectuais orgânicos da burguesia prcsentes na I{Carta ao POli(} Brasileiro" divulgada em a Re.fônna UnilJersitán'Q Brasileira. O centro do docu-
constroem como estratégia para legitimação do junho de 2002; no programa de governo e nas mento é a defesa da diversificação das fontes de
poder de elasse burguês um processo de ideolo- financiamento das universidades públicas, especi-
gização maciça sobre a existência de um "capitalis- almente as federais, e a alocação de verbas públieas
mo humanizado". Nem neoliberalismo, nem so- '}1 reforma de Lula é o para universidades privadas c confessionais (Pacto
cialismo, ncm social-democracia européia, mas
um "novo" projcto socied.rio, ora idcntificado relançamento requentado de Educação pelo Desetlvotvimellto Inclusivo e o recém
lançado ProgramaU,,;,'ersidadePara Todos).
como Terceira Via, ora como Nova Social Demo-
cracia, Nova Esqucrda, ou ainda, Governança
das propostas privatizantes A Edueação à distância tem sido apresen-
tada pelo governo "neoliberal requentado" de
Progressista, que tem como um dos principais
mentores políticos Anthony Giddens, diretor
que a UNESCO, o Banco Lula como uma estratégia de "democratização"
do acesso à educação superior. Entretanto, uma
da London School of Economics e profes- Mundia~ o FMI, o BID análise aprofundada dos documentos e projetos
sor da Universidade de Cambridge.
A Terceira Via, pleiteando para si O papel e FHC apresentaram ao do governo demonstra que o que está sendo
proposto é a comercialização de pacotes tecnoló-
de teoria da sociedade e da política contempo-
râneas, apresenta os seguintes fundamentos bási-
longo da década de 90" gicos, de programas de ensino c materiais didáticos
produzidos nas empresas c universidades none-
cos: 1) no nfvel da política, trata-se de 'modernIzar americanas c européias; a expansão das universida-
o centro', con1 a aceitação da idéia de justiça social cartas do governo brasileiro ao FMI elaboradas por des corporativas. com seus cursos dirigidos para os
e a rejeição da 'política de elasses' e da igualdade Palocci-Meirelles que apresentam a seguinte pau- interesses Imediatos das empresas; a diplomação
econômica, procurando apoio em todas as classes ta: superávit primário de 4,25% do PlB para paga- compartilhada entre universidades norte-america-
sociais e assegurando que o governo seja uma das mentO da dívida externa; aprovação de reformas nas c européias e univerSidades brasileiras e, o
condições para a expansão e o desenvolvimento da estruturais (Previdência, Fiscal, Tributária, Traba- projeto de implantação de universidades virtuais.
liberdade individual e, 2) no plano econômico, lh,sta. Sindical); autonomia do Banco Central e que constituem áreas de interesse político c eco-
trata de equilibrar regulação e desregulação de implementação de polfticas sociaIS focalizadas no nômico para o capital inrcrnaClonal c se articulam ao
uma economia mista, através de parcerias entre "alíVIO à pobreza". debate sobre a A1cae a ação da aMC na periferia do
público e pnvado (Chauf, 1999)'. No que se refere à área de Educação. o governo capitalismo - a Educação como serviço" .
É neste cenário político mais amplo que deve- Lula vem implementando a mesma linha polftiea Fica c\-idcntc. portanto. que a direção política
mos compreender a guinada à direita do Partido apresentada pelo Banco Mundial e FMI: a) neces- da reforma Universitária proposta pelo governo
dos Trabalhadores durante a década de 1990, sidade de investimento público no combate ao Lula constitui-se no relançamento "requentado"
marcada pelos seguintes ci.xos polfticos: 1) a eltmi- analfabetismo, no financiamento da educação fun- das propostas pnvatlzantes que a UNESCa, o
nação das referências ao socialismo e às lutas damentai e do ensino médio; b) abertura do setor Banco Mundial, o FMI, o BID e o governo
antiimperialist3s como princfpios e objetivos do educacional, especialmente da Educação superior neoliberal de FHC apresentaram ao longo da
partido, substituídas pela tentativa de conciliação para a participação das empresas e grupos estran- década de 90. Está colocada para todos nós a tarefa
dos inconciliáveis interesses de classes; 2) a geiros, através da Educação superior à distância e, polftica de desmontar criticamente esta proposta,
burocratização do partido através da ação de c) diversificação das fontes de financiamento da re-afirmando o projeto de Educação e de Uni-
funcionários contratados que substituíram a Educação superior, eixo norteador da proposta de versidade que construímos, fruto da concepção
militância de base; 3) a redução das lutas dos reforma Universitária do governo Lula. Esta pro- de que a Universidade pública brasileira tem um
trabalhadores à legalidade posta encobre a estratégia de privatização das papel fundamental na construção de
burguesa, tàzc..:nclo com unrvcrsidadcs públicas através da rctomada um projeto de soc,,-dade que ul-
que o objetivo do parti- "'envernizada" do conceito de público não-estatal trapasse a "humanização do
do se resttlnja a ocupa- presente na re fonna do Estado bra~t1eiro,elabora· capitalismo", marca n:gJs-
ção de cargos no g0- da por FHC-Bresser Pereira. via parceria., púbh- trada do b''t)vcrnoLula
verno através de co-p . regulamentação das fundações de di- da SIlva. _

T
1 Chauí, M. Fantasia da Terceira Via. Jornal Folha
de São Paulo, 19/1211999.
2 Para aprofundar este debate, ver Dias, E.F. Qye
fazer? A conjuntura e as nossas tarefas. In
Revista Universidadee Sociedade. N. 30. Junho de
2003. Brasilia:ANDES· Sindicato Nacionaldos
Docentes das Instituições de Ensino Superior.
3 Este Grupo de Trabalho foi composto por
representação da Casa Civil,da Secretaria Geral da
Presidência da República e dos Ministériosda Kátia IUgina i professora da EJCola d, S''''4o
Educação, Planejamento, Fazenda e Ciência e Social , doutoranda da Faculdad, de Educação
Tecnologia. da Universidade Federal Flutlli"enJe (UFF),
4 Lima, K. R. S. Organismos Internacionais: o p ••quisadora do Coletivo de Estudos sobre Polí-
capital em busca de novos campos de explora· tica Educacional e do NEPES - UFF, membro
ção. In: Neves, L. (org.) O Empresariamentoda do GT de Pou/ica Educaciollal da ADUFF
educação. Novos contornos do ensino superior no
Brasildos anos 1990.SP:Xamã, 2002.

OPINIÃO SOCIALISTA

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