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Espada

A Espada é um "instrumento" usado pelo maçom; embora com


aspecto de uma arma, o principal meio de defesa dos Cavaleiros,
quando ainda, desconhecidas as armas de fogo, não se poderia
conceber o uso de uma arma, dentro de um Templo.
A origem da Espada, como instrumento maçônico, nos vem da
construção do segundo Templo, pelo Príncipe Zorobabel, sob a
proteção do Rei Ciro, da Pérsia. O relato bíblico é deveras
interessante, pois Zorobabel, junto com seu povo, recém liberto da
escravidão de Babilônia, erigiu, no mesmo local onde fora destruído
o Grande Templo de Salomão, um outro, não tão magnífico, mas
precioso. Há uma diferença na construção desses dois primeiros
Templos dos Hebreus, para o primeiro, não fora permitido que judeu
algum, tomasse parte dos trabalhos; no segundo, foram
empregados, somente trabalhadores judeus. Tratando-se de um
lugar onde os povos inimigos dos Hebreus haviam tomado posse,
Zorobabel encontrou a resistência armada dos mesmos; embora
sob a proteção do Rei da Pérsia, os trabalhadores executavam as
suas tarefas com a mão direita ocupada a esquerda com uma
Espada, prontos a defenderam a obra sagrada dos assaltos
inimigos. Assim, a Espada passou a ser símbolo da presença
Divina, na construção do Templo; Templo aqui, com o significado de
Templo Humano, de aperfeiçoamento do homem maçom. O
Apóstolo deu à Espada outra função que não a de luta: comparou-a
à palavra; disse que a "língua" é uma Espada de dois gumes" pois
pode ferir a outrem como também, ao que a maneja. A Justiça é
representada por uma Espada, da qual pedem os pratos de uma
balança. Espada, pois é símbolo de Justiça, de Igualdade, de
Honra. A espada simboliza a Consciência; quem a maneja deve
estar alerta, para não ferir, para não agredir. No cerimonial do Grau
Quatro, denominado de Mestre Secreto, o maçom ao desembainhar
a Espada, a leva aos lábios, beijando a sua lâmina, num propósito
de que jamais poderá agredir ou ferir.
O homem, segundo a lenda bíblica do Éden, após seu banimento
em decorrência do seu "pecado original", junto com Eva, foi proibido
de retornar ao Jardim e como impedimento, um Anjo manejando
uma Espada, estava sempre presente, como advertência e
autoridade. O homem sempre foi subjugado pela Espada; em todos
os sentidos, daí ser esse instrumento, um símbolo perene de
vigilância. Nas Cerimônias maçônicas, a Espada usada não retrata
a arma tradicional usada pelas Forças Armada de um país. Ela tem
formato mais suave, sendo o seu punho, a cruzeta e a lamina
formados de forma simbólica. Não há, porém, normas especificas
a respeito. Houve época, no século passado, que as Lojas recém
instaladas, recebiam da França, o material necessário para o seu
funcionamento, incluindo as duas Colunas, que vinham
confeccionadas em folha de Flandres; Espada, Candelabros,
Malhetes, Aventais, Joias, enfim, todos os paramentos necessários;
com isso, houve uma "padronização" nos trabalhos. Ainda hoje, ao
visitarmos pequenas Lojas do interior de nosso imenso território
encontramos, esses objetos, que são conservados como relíquias.
Dentro de uma Loja, atrás de cada cadeira, e até das poltronas dos
tronos das Luzes, vem colocada uma Espada; o seu uso é restrito à
algumas cerimônias. Quem as usam são o Cobridor Externo e o
Cobridor Interno, ou Guarda do Templo; a Espada é usada com a
mão direita, pois, esses Oficiais têm a função de "guardar a
incolumidade" dos irmãos presente; porém quando desembainhada,
a ponta da lâmina é dirigida ao solo, simbolizando que a ação, não
é agressiva. Porém, propriamente maçônica é a Espada Flamigera;
é ela de formato singelo, com lâmina ondulada e de um só gume,
sem fio, sendo a ponta arredondada; ela provém de raio solar, daí o
nome de "flama", e é com ela que o Venerável Mestre, consagra o
Iniciado por três vezes, com seu Malhete, na lâmina; na antiga
Cavalaria, os Cavaleiros eram assim declarados, batendo com a
Espada em seus ombros. O manejo da Espada Flamejante é
exclusivo do Venerável Mestre que a mantém sobre o seu trono.
Não se confunda a Espada Flamejante, como a Estrela Famígera;
pois, a Estrela não se denomina de "flamejante" e nem a Espada
de "famígera". A Espada, sendo instrumento é ao mesmo tempo,
símbolo; como instrumento a sua definição é clara e simples;
conhecendo o seu histórico, de onde e como surgiu, que qualquer
boa Enciclopédia fornece, estará ela definida. Contudo, como
símbolo, além das interpretações conhecidas, por visíveis, existem
as interpretações esotéricas, que exigem estudo minucioso;
representa a Espada, o próprio maçom; o verbo; a presença
disciplinadora de Deus; a proteção ampla celestial.

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