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Monografia Marcos 01 - 27
Monografia Marcos 01 - 27
Orientadora:
Erika Mendel Ferreira
Facilitadora Didata pela IBF
Registro IBF .RIOB 1201
26 de Fevereiro de 2016
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Obra Síntese apresentada à Escola de Biodanza Rio de Janeiro e aprovada pela
comissão julgadora formada pelos didatas:
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Orientadora: Erika Mendel Ferreira
Facilitadora Didata de Biodanza pela International Biocentric Foundation
Registro IBF .RIOB 1201
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xxxxxxxxxxxx
Facilitadora Didata de Biodanza pela International Biocentric Foundation
Reg. xxxxxxxxxxx
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Andrea Zattar
Diretora Escola de Biodanza Rio de Janeiro
International Biocentric Foundation
Reg. RJ, nº 132
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Danielle Tavares
Diretora Escola de Biodanza Rio de Janeiro
International Biocentric Foundation
Reg. RJ, nº 134
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“ Sob o olhar repousa o infinito e o movimento do
Universo”
Marcos Santarossa
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ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ..................................................................... 06
INTRODUÇÃO .............................................................................. 08
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CONCLUSÃO ……………………………………………………………… 55
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a meu filho e minha nora que mesmo não conhecendo a Biodanza
constataram a transformação que em mim houve no caminho que me permiti
enxergar.
Agradeço a todos participes do meu caminho por onde passei nas maratonas,
congressos, cursos e vivencias de Biodanza.
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Agradeço a todos os presentes nesse momento solene e grandioso em minha
vida.
Agradeço ao Universo, que existe por existir a vida, me permitindo ser um
milagre, e estar aqui presente, reverenciando os meus ancestrais, antecedentes da
minha história.
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INTRODUÇÃO
- O Inicio
Passou-se o tempo e meu olhar se perdeu nas andanças pela vida, nas
experiências e caminhadas pelas quais passei.
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O meu olhar era restrito ao que não via de verdadeiro, pois não enxergava a
vida e é interessante assinalar o que me magnetizava era a tela de cinema de meus
tempos de criança, um olhar fascinado e inocente das muitas histórias que assisti.
Hoje, na minha história, o olhar é fascinado e inocente mas pela vida e toda a
sua manifestação grandiosa.
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CAPITULO 1 : BIODANZA E OLHAR
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biológica de saciedade em sua manifestação e nesta bipolaridade existe uma lógica
da vida para a adaptação das espécies em escala muito ampla.
A base orgânica que autorregula os instintos é constituída por uma estrutura
neuroendócrina de notável precisão o que os torna sem perigo, coerentes com o
impulso inato.
1.1.2.Principio Biocêntrico
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Nisso bem fala Sanclair Lemos que “em uma concepção biocêntrica o ser
humano é compreendido como um ser auto organizador que se renova por
autopoiésis na ação e na relação com o ato de viver sendo a autopoiésis um
processo de autocriação”.
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Composição Parte Volátil dos
Bactérias Mamíferos
Interestelar Cometas
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O Princípio Biocêntrico restabelece a noção de sacralidade da vida, situando
o respeito pela vida como base das disciplinas e comportamentos humanos “in
totum”.
O nosso olho que faz parte de nossa corporeidade é um pequeno órgão que
pesa aproximadamente 7,5 g mas que tem a capacidade de ver não só o foco
detectado como também os ângulos ao seu redor.
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uma grande capacidade regenerativa, conferindo-lhe a capacidade de recuperação
rápida de lesões superficiais.
O “cristalino” é o órgão que ajusta na retina o foco da luz que vem através da
pupila. O funcionamento dessas lentes é que propicia a formação da imagem na
retina.
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O olho não funciona da mesma maneira em todos os animais.
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No segundo é complexo tendo a pupila equivalente ao diafragma de uma
câmera fotográfica, possui o movimento de fechamento – miose – que é um conjunto
de músculos lisos composto por fibras circulares e o movimento de abertura –
midriase – formada por fibras radiais.
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Os estudos de Piaget no campo da Psicologia evidenciaram que o conceito
de Identidade ocultava a complexidade ainda não suspeita. Os dois paradoxos da
Identidade faziam deste conceito um enigma, ao que parece, insondável:
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O poder de vinculo se dá quando percebemos o “outro” fortalecendo a nossa
identidade na alegria de “ser com outro”, em harmonia.
A criança que encara com seu olhar o adulto, faz isso de forma sublime e
deslavada até os 3 ou 4 anos, perdendo esse encanto com a repressão e os
preconceitos do meio.
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“A estrutura da identidade advém no momento do contato afetivo
inicial com a mãe (contato tátil, visual e vocal)”
Identidade segundo René Spitz.
Figura 1
Vemos na foto da figura 1, o menino no segundo mês,
acompanha com o olhar o rosto do adulto.
Figura 2
Na figura 2, durante a mamada o menino não tira os olhos do rosto da mãe.
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Figura 3
Figura 4
Na figura 3, reage ao rosto sorridente do adulto, e tem uma reação ao rosto de perfil
do adulto na figura 4.
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Figura 5
Na figura 5 a criança se sente só ao não ter a atenção do adulto, o seu olhar de
reconhecimento
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A criança se antecipa numa unidade a partir da imagem do outro, ou seja DA
IMAGEM do corpo próprio encontrada no espelho.
“Quando, diante do espelho nos deparamos com nossa imagem, pode haver
um momento em que ela se modifique, como aponta Lacan, sobretudo quando há
um momento em que o “o olhar que aparece no espelho começa a não olhar para
nós mesmos”.
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Essa transformação do objeto, de reconhecível e intercambiável, para um
objeto privado e incomunicável que pode dominar disformicamente, o sujeito em
suas fantasias, é o que marca o que Lacan chamou de “initium, aura, aurora” de um
sentimento de estranheza, que é a porta aberta para a angústia.
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O vínculo se dá também através do contato e da caricia, mas o olhar é o
identificador do reconhecimento em grupo.
A importância do olhar que vincula é o mesmo que nos faz pertencentes a
ordem cósmica.
Narciso que vivia debruçado no lago para observar sua beleza refletida na
água tinha somente olhos para si e desprezava a realidade por não ter aquele a
quem tanto amava – a si próprio.
Oscar Wilde tem uma visão diferente desse final contando que após a morte
de Narciso, as oréiades, deusas do bosque, observaram que o lago se transformou
em um cântaro de lágrimas salgadas, choradas pelo próprio lago, inconformado com
a morte de Narciso. E o interpelaram ficando surpresas quando o lago disse não ter
reconhecido a beleza de Narciso, por se achar refletido nos seus olhos a sua própria
beleza.
Este espelho apresentado por Wilde reflete como Narciso, o que o próprio
lago viu somente a si. Tendo espelhado a imagem do herói, não se permitiu ver a
beleza expressa pelo outro, tão preso que estava na visão da sua própria beleza
refletida no fundo dos olhos de Narciso.
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O espelho, segundo o mito, funciona como um alter-ego, ou seja o seu próprio
ego ao refletir a própria imagem tal qual aparece, daí a infelicidade da personagem.
E foi assim que Rolando Toro criou o Modelo Teórico de Biodanza baseado
em pesquisas feitas em 1965 com dança no Hospital Psiquiátrico de Santiago do
Chile com enfermos mentais.
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*Exercícios de regressão apresentavam respostas parassimpático-
colinérgicas.
Identidade Regressão
Transe
Percepção realista
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Através do processo evolutivo dos alunos, dentro das cinco linhas de vivencia
(potencial genético) chegou-se ao modelo atual.
MODELO TEÓRICO
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O potencial genético se estimula através das cinco linhas de vivencia em
exercícios integrados de Biodanza, propiciando bem-estar e alegria de estar em
grupo:
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Os fatores ambientais que determinam a expressão do potencial genético se
denominam “ecofatores”, que podem ser positivos ou negativos se permitem ou
bloqueiam a expressão de potenciais.
Uma sessão de Biodanza é um bombardeio de ecofatores positivos sobre a
função integradora-adaptativa-limbico-hipotalamica, potencializando a expressão da
identidade.
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Partindo desse eixo Identidade -------- Regressão podemos dizer que no
estado de Consciência de Identidade o indivíduo se percebe como centro do mundo,
com seus olhos abertos, enquanto que na regressão, o indivíduo tende a dissolver-
se na totalidade do universo, perdendo os limites corporais e vivendo o
Indiferenciado. No regresso à consciência, ele adquire uma nova visão ampliada,
enxergando o universo através do olhar cósmico,
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A experiência de regresso ao indiferenciado onde a própria identidade se tem
como parte da Identidade do “Todo”, constitui o ponto de união entre Identidade e
Regressão.
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- Encontro de Mãos e Olhares - Duas pessoas se aproximam
progressivamente e se tomam pelas mãos olhando-se nos olhos mas sem se
abraçar.
- Roda Final - Como ocorre com a Roda Inicial agora o olhar é de agradecimento
pelos momentos vividos pelo grupo, reconhecendo-se a importância de cada um.
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“É preciso esquecer o aprendido que nos fez adultos para ver o
mundo com novos olhos”
Rubem Alves
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Falar sobre o olhar é como desnudar o mistério da existência, abrindo espaço
para o maravilhoso.
É assim o olhar, bonança que nos faz ver o que deve ser visto: a beleza da
vida.
Para Demócrito, os olhos, feitos de átomos d’água, são espelhos onde vem
refletir-se átomos de fogo (fonte de luz) que se desprendem das coisas luminosas ou
iluminadas, espalhando-se pelo ar e alcançando os olhos, onde se espelham.
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O olhar, misterioso como o vêem, é aberto a luz e a vida. Por ele, se enxerga
a imensidão do Universo, a estrela a distância, o mar próximo, a flor no jardim e o
passarinho que pousa distraidamente em sua janela.
“Pensar é estar doente dos olhos” no olhar de Alberto Caeiro, uma visão mais
intensa, captada no real.
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inocência. Em mim revelou minha base instintiva que é a sabedoria biológica da
espécie em sua própria lógica.
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Se eu não tivesse a percepção do olhar biocêntrico não teria observado a
beleza no simples movimento natural da vida!
E foi com esse olhar perceptivo que vivi uma das mais profundas vivencias
que me aconteceram. A noite muito cansado das andanças pelo vale na Chapada,
adormeci e quando acordei no dia seguinte me dei conta que foi um sono sem
sonhos, sem inquietações um sono muito reparador. Havia dormido igual a um
pássaro, houve um interregno desde o momento que adormeci até o meu despertar:
um sono de passarinho!
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CAPÍTULO2: O PROJETO RIO-ABRACE
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seus direitos como cidadão, para que o participante reconheça o seu valor, seu
potencial e enxergue o valor e o potencial dos outros.
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visão objetiva das maneiras de se estar no mundo, dos valores que possibilitam um
contato com o potencial criativo como instrumento de transformação.
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Para atender as pessoas cadastradas, bem como seus familiares a RIO-
ABRACE conta com uma equipe de profissionais técnicos e voluntários, composta
por:
Objetivos
Valores
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2.3. Apresentação do Projeto de Biodanza
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CAPÍTULO 3:
APLICAÇÃO DA BIODANZA NO PROJETO RIO-ABRACE
Eu, com o meu olhar, me abri a permanente escuta desse grupo com suas
necessidades e vontade de superação.
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3.3. O Programa
- Aulas 2 a 4
Nas três outras aulas, o objetivo foi despertar a autoestima e a crença em si,
focando na importância de estar vivo, valorizando o próprio ato de viver, com a
celebração do encontro, a alegria no caminhar.
- Aulas 5 a 8
Nessas aulas, os exercícios propostos Deslocamento Suave(desaceleração)
Respiração Dançante (conexão consigo) e a Dança Livre (a alegria no movimento)
focaram no elevar da autoestima, da confiança em si e a celebração do encontro
buscando sempre a integração motora.
- Aulas 9 a 12
Procurei dar ênfase como nas aulas anteriores na espontaneidade e na
alegria proporcionando tônus vital e na desaceleração para haver a conexão consigo
mesmo, no prazer do movimento pelo movimento.
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Os exercícios-chave foram a Dança de Extensão Máxima para expansão dos
limites corporais, A Sincronização Melódica para trazer o movimento com a melodia
e a Dança de Expressão Melódica coordenando a melodia com a expressão de si, o
estar no mundo.
- Aulas 13 a 16
A percepção da dificuldade motora em alguns alunos me fez procurar dar
ênfase nos exercícios envolvendo a harmonia através da Dança de Extensão
Harmônica visando a uma maior harmonia, a Respiração sem Música (contato
consigo) e no Deslocamento Suave exercício de soltura corporal, frisando no grupo
desde a primeira aula na importância da autorregulação.
- Aulas de 17 a 20
A Partir da aula 18, introduzi exercícios de Posição Geratriz do Código I.
Percebi nessas aulas uma maior desenvoltura por parte dos alunos mais integrados
se percebendo integrante do grupo.
Foi com uma emoção e uma alegria imensa, me senti premiado pelas
dificuldades iniciais de trabalhar com um grupo que me exigiu muita atenção e
dedicação. O progresso deles me deu a certeza do meu trabalho como facilitador
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galgando mais uma etapa, com a sensação de estar atendendo o propósito da
Biodanza que é facilitar a vida das pessoas.
- Aulas 21 a 24
- Aulas 25 a 28
Com estas aulas, o convite foi expressar-se com danças no centro da roda,
jogos de contato caminhando em grupo, aproximando o grupo afetivamente com
rodas de embalo, caricias e abraços de coração a coração.
- Aulas 29 a 32
Foi um salto significativo de quando iniciei as aulas, olhando o
desenvolvimento, a melhoria de cada um no processo de integração motora, na
disposição física mesmo na limitação de cada um, na amizade surgida nas aulas de
Biodanza, na valorização da vida e na sua reverencia, na afetividade no grupo e nos
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exercícios que procuraram estimular a renovação orgânica, trazendo humor
endógeno e sensação de bem-estar.
3.4. Depoimentos
- um aluno regular que atua-dá força as pessoas que passaram pela mesma
doença que ele, indo ao hospital de 15 em 15 dias, comentou se eu poderia dar
aulas também no local onde ele dava assistência, para melhorar o estado anímico
das pessoas ali hospitalizadas.
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Esse gesto de reconhecimento ao meu trabalho me encheu de alegria e
emoção e me fez entender que as dificuldades da doença não podem provocar
desanimo e que a vida é muito maior que isso, é a mais pura manifestação de amor
que pode ajudar as pessoas a terem mais saúde e alegria de viver;
3.5. Fotos
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CONCLUSÃO
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O meu desafio como facilitador vai ser espalhar sementes por todos os cantos
onde eu estiver para que germinem e se transformem em árvores da vida, levando
alegria e mais saúde para as pessoas.
“Nuestros pies y nuestro corazón son rítmicos. Nuestras manos son melódicas,
como nuestro cuello y nuestra sonrisa. La armonía, en cambio, hay que buscarla em
el fondo de los ojos, em el encuentro de miradas, donde se establece el circuito
inicial, o de La vida”
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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