Você está na página 1de 13

Danielle Lobo

Gabriel Menezes Filadelfo


Geovanna D’Onófrio de Moraes
Sanny Sousa Batista

Seleção de Áreas Propícias a Implementação de um Aterro


Sanitário no Município de Seabra - Bahia

Vitória da Conquista
2022
Danielle Lobo
Gabriel Menezes Filadelfo
Geovanna D’Onófrio de Moraes
Sanny Sousa Batista

Seleção de Áreas Propícias a Implementação de um Aterro


Sanitário no Município de Seabra - Bahia

Projeto apresentado ao orientador da


disciplina de geomática, como parte dos
recursos avaliativos referentes ao semestre
2022.2, do curso de Engenharia Ambiental.
Orientador: Daniel Pedro Santos Marinho

Vitória da Conquista
2022
RESUMO
A destinação final dos resíduos sólidos gerados em áreas urbanas constitui-se em um
dos grandes problemas da gestão pública em todo o mundo, não apenas devido à
quantidade diária de lixo acumulada, mas também pelo impacto que causa ao meio
ambiente. Desta forma, neste trabalho, procurou-se selecionar as áreas propícias para
disposição final dos resíduos sólidos urbanos na cidade de Seabra/BA. A Seleção das
áreas viáveis foi realizada utilizando o sistema de informações geográficas ArcGis
através do qual também se exclui as áreas inadequadas de acordo com os parâmetros
vigentes. Foram identificadas as possíveis áreas para implantação de aterros
utilizando matrizes de ponderação nas quais as áreas foram pontuadas de acordo os
aspectos da legislação ambiental vigente. Com resultado constatou-se que existe
áreas viáveis, que atende aos parâmetros e exigências legais, essa análise pode ser
realizada em todos os municípios de pequeno porte a fim de adequar à disposição
final de seus RS e promover o bem-estar da população local e preservação do meio
ambiente.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos, Disposição Final de Resíduos, Aterro Sanitário,


Seleção de Área.

INTRODUÇÃO
A disposição final dos resíduos sólidos urbanos se tornou um dos problemas
mais sérios da atualidade, pois está diretamente associada à qualidade ambiental e à
saúde pública. Desta forma, países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento
apresentam situação mais crítica, pois nestes ainda predominam formas inadequadas
de disposição, como lixões e aterros controlados

Ao introduzir novos produtos na vida moderna, e em quantidades crescentes,


fez com que os resíduos domiciliares passassem a ser uma ameaça ao ambiente, e
apresentassem itens classificados como perigosos. Dentre estes itens estão
substâncias tóxicas, como os metais pesados, comumente presentes em pilhas,
baterias e lâmpadas fluorescentes (FERREIRA, 2000).

Sendo assim, o primeiro passo para uma disposição final adequada inicia-se
com a seleção de locais favoráveis para a implantação do aterro sanitário, do ponto
de vista ambiental. Áreas adequadas, além de promoverem a proteção ao ambiente e
à saúde pública, representam menores gastos com as etapas de implantação,
operação e encerramento do empreendimento, proporcionando economia em todo o
processo.

Como as características ambientais se diferem de uma região para outra,


dentro de cada país ou estado, surge a necessidade de desenvolver critérios,
legislações e normas técnicas específicos para orientar a seleção de locais para
disposição de resíduos.

No Brasil, após alguns anos em desenvolvimento, em 1997 foi lançada a norma


técnica relativa aos critérios de localização de aterros sanitários, a NBR 13896, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas. A partir do final dos anos 1990 há o
crescente desenvolvimento e aprimoramento de métodos de seleção de áreas para
implantação de aterros sanitários, devido, especialmente, ao maior acesso aos
sistemas de informação geográfica, que possibilitaram o uso de diferentes técnicas de
análise espacial.

A presente pesquisa verificou a melhor localização para um aterro sanitário no


município de Seabra – BA, utilizando de critérios legais e técnicos, além de basear os
resultados em pesquisas bibliográficas.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

Averiguar a melhor localidade para a implementação de um aterro sanitário no


município de Seabra – BA.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Avaliar os critérios existentes para seleção das áreas;

• Estimar a área necessária para a construção do aterro no município de Seabra;

• Elaborar um mapa com as informações do estudo de área para implantação do


aterro.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (1987), NBR 10.004,
define resíduos sólidos como: “aqueles resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos,
que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos
e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em
face a melhor tecnologia disponível”.

Essa definição torna evidente a diversidade e complexidade dos resíduos


sólidos. Os resíduos sólidos de origem urbana (RSU) compreendem aqueles
produzidos pelas inúmeras atividades desenvolvidas em áreas com aglomerações
humanas do município, abrangendo resíduos de várias origens, como residencial,
comercial, de estabelecimentos de saúde, industriais, da limpeza pública (varrição,
capina, poda e outros), da construção civil e, finalmente, os agrícolas.

Dentre os vários RSU gerados, são normalmente encaminhados para a


disposição em aterros sob responsabilidade do poder municipal os resíduos de origem
domiciliar ou aqueles com características similares, como os comerciais, e os resíduos
da limpeza pública.

A Lei nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos


(PNRS), constitui-se em instrumento essencial na busca de soluções para um dos
mais graves problemas ambientais do Brasil, o mal destino dado aos resíduos
sólidos, impondo a necessidade premente de substituir os lixões a céu aberto por
aterros sanitários como medida de proteção ambiental. Embora os resíduos urbanos
possam ser estudados sob diversos enfoques, na presente pesquisa o tema é restrito
à escolha de locais para sua disposição final em aterros sanitários.

O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos envolve diversas fases, sendo


o descarte final, a última desse processo. Existem basicamente três formas de
disposição final no solo, sendo duas inadequadas (lixão e aterro controlado) e uma
adequada (aterro sanitário), descritas a seguir:

Lixão: a simples descarga dos resíduos sólidos sobre o solo, sem medidas de
proteção ao ambiente ou à saúde pública;
Aterro Controlado: Segundo a NBR 8849 (1985, apud ROHDE, 1989) é
técnica de disposição de resíduos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à
saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, trata-se de
uma forma de disposição similar ao aterro sanitário, porém sem impermeabilização
de base, nem sistemas de coleta e tratamento de percolado2 e de biogás3, o que a
caracteriza como totalmente inadequada, por não promover a proteção ao solo, às
águas e ao ar.

Aterro Sanitário: Segundo a NBR 8419 da Associação Brasileira de Normas


Técnicas (1992), é técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem
causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos
ambientais (negativos). Este método utiliza princípios de engenharia para confinar
os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível,
cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho,
ou a intervalos menores, se necessário. Conta com impermeabilização de base e
sistemas de coleta e tratamento de biogás e do líquido percolado.

De acordo com a NBR 8419/92, para definir um local destinado ao aterro


sanitário, devem ser considerados os zoneamentos ambientais, zoneamentos
urbanos, vizinhanças e hidrografia.

Completando, a NBR 15849/10 define que a distância mínima entre o aterro e


os núcleos populacionais próximos deve ser de 500 metros; caso haja a existência de
corpos d’água superficiais, deve se manter uma distância mínima de 200 metros entre
eles.

METODOLOGIA

Foram utilizados como critérios para a escolha do local do aterro as zonas


urbanas, hidrografia, rodovias, vilas, aglomerados rurais e áreas de preservação.
Essas informações foram obtidas através de dados encontrados na internet e
organizados para a melhor visualização. Utilizando a ferramenta Clip, foi possível
determinar o município de Seabra para a permitir o seu uso na localidade.
Figura 1 - Município Seabra.

Fonte: Autores, 2022.

Figura 2 – Rodovias.

Fonte: Autores, 2022.


Figura 3 – Hidrografia.

Fonte: Autores, 2022.

Figura 4 - Zona Urbana.

Fonte: Autores, 2022.


Figura 5 - Vilas e Aglomerações Rurais

Fonte: Autores, 2022.

Figura 6 - Área de Preservação

Fonte: Autores, 2022.


Figura 7 – Aeródromos.

Fonte: Autores, 2022.


Para cada critério destes há uma distância mínima que deve ser seguida para
a implementação de um aterro sanitário. Assim, utilizando a ferramenta Euclidean
Distance foi delimitado essa distância que deve ser seguida, sabendo que, de acordo
com a NBR 13896/97, deve ter um limite de 30 km para ida e volta, de distância da
cidade atendida, ou seja, um raio de 15 km.

As distâncias mínimas entre o aterro sanitário e os critérios são:

Zonas urbanas: 500 metros;

Hidrografia: 200 metros;

Rodovias: 35 metros;

Vilas: 500 metros;

Aglomerados rurais: 500 metros;

Áreas de preservação: 200 metros

Aeródromo: 10000 metros.

O Resultado do projeto está apresentado abaixo onde é possível identificar as


áreas mais propícias para a implementação do aterro sanitário.
Seleção de Áreas Propícias a
Implementação de um Aterro Sanitário
no Município de Seabra - BA

Locais para a implementação


Propício

Não Propício

Autores:
Danielle Lima de Souza Lobo
Gabriel Menezes Filadelfo
Geovanna D’Onófrio de Moraes
Sanny Sousa Batista
CONCLUSÃO

O contato com métodos de seleção de áreas para implantação de aterros


sanitários permite afirmar que não há um método padrão, adequado a todas as
realidades. Segundo Brollo (2004), os parâmetros de análise são inerentes às áreas
estudadas, e só é possível estabelecer regras rígidas para classes de parâmetros
quando há legislação específica.

No caso brasileiro, há outros tipos de dificuldades associadas ao


desenvolvimento e aplicação de métodos, como a falta de disponibilidade de dados
no formato necessário, problema muitas vezes contornado com a inferência de
atributos dificultando assim a busca dos resultados, como foi o exemplo da falta de
dados sobre a precipitação em Seabra.

Contudo, foram encontradas áreas propícias para implantação de aterro para


disposição final dos Resíduos Sólidos, ademais o aterro do município está localizado
a 3 km (quilômetros) do município de Seabra as margens da BR-242, do ponto de
vista ambiental está corretamente localizado, mas existem estudos que apontam à
falta de política, plano e conselho de saneamento básico na cidade não sendo possível
afirmar se o aterro atende as legislações ambientais.

É possível afirmar também que o sistema de informações geográficas no


ArcGis foi eficiente para construção mapa final.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8419 (NB-843/1983):
Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos. Rio de
Janeiro, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13896: Aterro de
resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação. Rio de
Janeiro, 1997.
BROLLO, M. J.; DA SILVA, M. M. Política e gestão ambiental em resíduos sólidos.
Revisão e análise sobre a atual situação no Brasil. In: 21o CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 2004. Disponível em:
https://seama.es.gov.br/Media/seama/Documentos/Residuos%20Solidos/8%20-
%20REFER%C3%8ANCIAS%20BIBLIOGR%C3%81FICAS.pdf. Acesso em: 15 dez.
2022.
COUTINHO, I, L. Seleção de áreas para implantação de aterros sanitários: análise
comparativa de métodos. 2007. Rio Claro, São Paulo. Dissertação de mestrado.
Disponível em https://repositorio.unesp.br/handle/11449/92745. Acesso em: 15 dez.
2022.
FERREIRA, J. A. Resíduos Sólidos: perspectivas atuais. In: SISINNO, C. L. S.;
OLIVEIRA, R. M. (org.). Resíduos Sólidos, Ambiente e Saúde: uma visão
multidisciplinar. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000.
SÃO PAULO (Estado). Lei no 12.300, de 16 de março de 2006. Institui a Política
Estadual de Resíduos Sólidos e define princípios e diretrizes. Disponível em
http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/index.htm. Acesso em: 15 dez. 2022.

Você também pode gostar