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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA DE
FAMÍLIA E SUCESSÃO DO FÓRUM DA JABAQUARA - SP

Júlia, nacionalidade, menor impúbere, representada por sua mãe


Catarina, nacionalidade, solteira, balconista, inscrita no CPF/MF sob o nº...,
RG..., residente e domiciliada em ..., por seu (sua) advogado (a), regularmente
constituída, conforme procuração anexa, com fundamento na Lei n. 5.478/1968
e no Art.1.694 do Código Civil, vem, respeitosamente, promover:

AÇÃO DE ALIMENTOS

COM PEDIDO LIMINAR DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS

contra ANTÔNIO, nacionalidade, estado civil, gerente de supermercado, inscrito


no CPF/MF sob o nº..., RG..., residente em Pinheiros..., pelas razões de fato e
de direito adiante articuladas

I. DOS FATOS.

Trata-se de ação de alimentos com pedido de liminar de alimentos


provisórios, onde a representante da parte autora, Catarina, que junta de Antônio
são pais de Júlia, que atualmente tem 6 anos de idade, e mora com sua mãe
desde o nascimento nas imediações do Fórum do Jabaquara.

Júlia foi fruto de um namoro do casal e embora Antônio tenha


reconhecido oficialmente a filha no nascimento, sua colaboração nunca foi
consistente para o seu sustento, efetuando depósitos na conta da genitora da
criança de quantias entre R$ 500,00 e R$ 750,00 mensais.

Catarina, que é solteira, conta com a ajuda de sua mãe viúva para
suprir as despesas com moradia, alimentação, transporte, escola, vestuário,
saúde e lazer de Júlia, que somam, atualmente, R$ 2.500,00.

Ocorre que Catarina, nos últimos tempos, tem tido dificuldades


para pagar todas as despesas e está endividada, pois sua mãe adoeceu, Antônio
não tem efetuado os depósitos para a filha e sua renda como balconista não
passa dos R$ 1.500,00. Antônio tem boa situação financeira, com emprego fixo
e salário de aproximadamente R$ 10.000,00, pois é gerente de um grande
supermercado.

No entanto, resiste em fazer um acordo sobre o pagamento das


despesas com Júlia, pois, alega que por ter outra família e mais um filho a
caminho, não tem condições de contribuir para o sustento de Júlia.

Catarina, que não possui condições financeiras, alega que poderá


contribuir apenas com R$ 500,00 por mês do valor necessário de R$ 2.500,00
mensais.

Sendo assim, busca a parte Autora pela concessão dos alimentos


pretendidos na presente ação.

II. DOS DIREITOS

a) Obrigação alimentar

Nos termos do Art.1.694 do Código Civil, é dever dos parentes


prestar alimentos aos filhos que deles dependem. O réu é pai da autora, como
se percebe pelo registro de nascimento.
Vale ressaltar que o § 1º do art. 1.694 é muito claro quando afirma
que os alimentos devem ser fixados de acordo com o binômio
necessidade/possibilidade, sendo este verificado à luz da proporcionalidade.
Sendo assim, o réu vem pagando insuficientes valores em favor
da filha, sendo que não há sequer regularidade quanto ao valor nem às datas de
depósito, o que muito prejudica seu desenvolvimento.
Vejamos o que diz o art. 2º da Lei de Alimentos:
Cabe ao credor:
1. Expor suas necessidades;
2. Provar apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar o
devedor;
3. Indicar, além da qualificação do demandado, quanto ele ganha
aproximadamente (ou de que recursos ele dispõe).

b) Necessidades da alimentanda e possibilidades do alimentante

As necessidades da autora são evidentes no que tange à moradia,


à alimentação, ao transporte, à escola, à saúde e ao lazer e ao vestuário.
A possibilidade do réu também resta claramente configurada, visto
sua excelente saúde financeira, como gerente de um grande supermercado,
recebendo um salário de R$ 10.000,00 (Dez mil reais).
Ademais, há regra específica no CPC/2015 sobre a possibilidade
de distribuição dinâmica do ônus da prova no Art. 373, § 1º. Assim, do ponto de
vista legislativo e jurisprudencial, o ônus da prova, em relação aos seus
vencimentos, deve ser imposto ao réu.
A jurisprudência brasileira não hesita em fixar o valor da pensão
alimentícia em até 33% dos vencimentos do pai.
Na presente demanda, pede-se valor muito aquém, e a quantia de
R$ 2.000,00 (Dois mil reais) está totalmente dentro das possibilidades
financeiras do demandado.
Vale destacar que a contribuição da genitora seguirá sendo dada
em cuidados diretos com a filha, alimentação, moradia, medicações, vestuário e
o que mais se revelar possível.

c) Fixação de alimentos provisórios


Nos termos do art. 4º da Lei n. 5.478/68, ao despachar o pedido, o
juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo
se o credor expressamente declarar que deles não necessita.

A autora necessita com urgência de tal fixação, já que as condições


financeiras da mãe são precárias. Por ter que suprir sozinha as necessidades da
filha, precisou acumular tantas dívidas que mal tem crédito no mercado, o que
pode complicar o acesso da autora aos bens deque necessita.

Assim, faz-se de rigor a fixação dos alimentos provisórios no valor


de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a serem pagos imediatamente com vistas a que
as despesas do próximo mês possam ser regularmente pagas.

d) Da justiça Gratuita

Requer os benefícios da justiça gratuita com fulcro no artigo 99, parágrafo 3º do


código de processo Civil, artigo 5º LXXIV da Carta Magna e artigo 1º parágrafo
2º da lei 5.478/68, lei de alimentos.

e) Opção pela audiência de conciliação


Em atenção ao Art. 319, VII do CPC e ao Art. 5º da Lei de
Alimentos, a autora manifesta seu interesse na realização de sessão conciliatória
com o objetivo de buscar uma solução consensual para o litígio contando com
sugestões de uma pessoa imparcial.

III. DOS PEDIDOS

Diante dos fatos supracitados, requer:

1. a fixação de alimentos provisórios em R$ 2.000,00 (dois mil reais), nos termos


do art. 4º da Lei n. 5.478/68;
2. posteriormente, a condenação do réu, em definitivo, ao pagamento de
pensão mensal, no mesmo valor, sendo ainda condenado a arcar com o ônus de
sucumbência atinente às custas, despesas e honorários advocatícios.

3. o reconhecimento, nos termos do Art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei de Alimentos, da


incidência dos benefícios da justiça gratuita, pois a autora e sua representante
são pobres na acepção jurídica do termo;

4. seja o réu citado, nos termos do art. 5º da Lei n. 5.478/68 para, querendo,
compareça à audiência de conciliação, instrução e julgamento, ocasião em que
deverá apresentar sua defesa, sob pena de revelia, bem como produzir as
provas que tiver interesse.

5. a intimação do representante do Ministério Público para acompanhamento do


feito. Provará o alegado por todos os meios permitidos em direito, em especial
pela juntada de documentos (doc. 5), oitiva de testemunhas, rol anexo (doc. 6) e
depoimento pessoal do réu, pugnando-se, desde já, pela distribuição dinâmica
do ônus da prova (Art. 373, § 1º, CPC/2015) em relação aos fatos de prova
inviável pela alimentada.

Dá à causa o valor de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.

Cidade/UF, Data...

_______________________________
ADVOGADO(A) – OAB/UF Nº

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