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Professora Cria Projeto de Artes para Combater A Violencia
Professora Cria Projeto de Artes para Combater A Violencia
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artes-para-combater-a-violencia
Juventude
“Na periferia existe mais do que a violência”, frisa Lilia Melo, 42 anos, professora de Língua
Portuguesa na EEEIFM Brigadeiro Fontenelle, escola localizada no bairro Terra Firme, em Belém
(PA). Vencedora da última edição do prêmio Professores do Brasil, oferecido pelo MEC, Lilia
desenvolve projetos de música, literatura, dança e audiovisual articulados entre a escola e a
comunidade do bairro, para onde ela se mudou após começar a trabalhar na unidade de
ensino. Inicialmente, o foco era trabalhar com lendas amazônicas por meio de projetos, mas
uma chacina ocorrida no bairro em 2014 fez com que repensasse o seu papel como
educadora. A partir da tragédia, passou a mapear os coletivos culturais que já atuavam na
região, como o Casa Preta, e abrir as portas da escola para esse intercâmbio. A ideia era
valorizar a produção cultural periférica e a identidade afro-indígena e ribeirinha da maioria dos
estudantes. A inspiração surgiu de projetos similares como o Cooperifa e o Blacktude, que
organizam saraus nas periferias de São Paulo e Salvador, e o Proceder, que trabalha com o
funk no Rio de Janeiro.“Houve uma socialização espontânea entre os coletivos e os meninos.
Passamos a ser também uma espécie de circuito cultural no bairro”, lembra ela. Tudo ia bem
até uma segunda chacina atingir a região da escola, em 2018.
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No fogo cruzado entre milicianos, policiais e o crime organizado, Lilia pensou em desistir. Mas a
estreia de Pantera Negra no cinema deu um novo fôlego para a empreitada. Impactada pela
temática do filme, com elenco majoritariamente negro, ela promoveu um financiamento
coletivo e conseguiu levar 400 adolescentes para assistir à produção na tela grande.
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Os pontos inovadores no trabalho da professora Lilia, segundo Helena Singer, colunista de
NOVA ESCOLA
Produção de conhecimento
A grande inovação do trabalho da professora é posicionar a escola como um centro de
produção de conhecimento, e não apenas de reprodução.
Engajamento
A partir do momento em que se vê como produtora de conhecimento, a escola engaja
estudantes e comunidade em processos de reconhecimento do contexto sociocultural
Melhora das condições locais
Tudo isso engaja os estudantes com a escola, com seu próprio percurso de aprendizagem, e
também colabora para a melhora das condições locais.