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Cal Dif Int I
Cal Dif Int I
ii
Notas didáticas de
8 de setembro de 2015
1
e-mail:clifford dmfc fat@outlook.com
ii
Bibliografia
ISBN: 978-85-919819-0-8
O material apresentado aqui pretende auxiliar os alunos de Cálculo diferencial e integral I. Neste sentido,
os temas são abordados de forma simples e objetiva, enfatizando a demonstração dos princı́pios matemáticos e
adequando-se as demandas dos cursos de Ciências Exatas. Em cada capı́tulo o tema será abordado teoricamente
e com exercı́cios resolvidos. Em seguida, o aluno deverá fazer uma lista de exercı́cios, esclarecer dúvidas sobre a
mesma com o professor. O processo de avaliação consiste na resolução de listas de exercı́cios e prova bimestral:
• Prova oficial-8,0
• Lista de exercı́cios-2,0
1 Introdução 1
5.1 Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.1.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
v
vi SUMÁRIO
6.1 Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
6.1.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6.1.3 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
8 Integral 79
Lista de Figuras
2.2 União de A e B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Interseção de A e B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4 Diferença de A e B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.8 Partição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.1 Reta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.6 Parábola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
vii
viii LISTA DE FIGURAS
Introdução
• Fı́sica: obter soluções de equações que permitem determinar a posição, velocidade ou aceleração de uma
partı́cula; o trabalho realizado por uma força quando esta atua sobre um objeto;
• Engenharia: dimensionamento de uma viga através da determinação dos esforços de momento fletor e
esforço cortante;
• Administração e Economia: obter soluções de equações que permitem determinar o preço unitário de
venda de um objeto de modo que a receita seja a máxima;
1
2 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
Capı́tulo 2
• Definição de conjunto
Um conjunto consiste em uma coleção de objetos que satisfazem um, ou mais de um, critérios
e/ou condições, os quais são expressos como sentenças. Um conjunto é representado por uma
letra latina maiúscula.
Um elemento de conjunto é um objeto que satisfaz os critérios e/ou condições que definem o
conjunto. Um elemento de conjunto é representado por uma letra latina minúscula.
• Representação de conjunto
1. Listando os elementos de conjunto entre chaves, por exemplo, letras do alfabeto português
que são vogais: A = {a, e, i, o, u}.
2. Através da sentença que define o conjunto entre chaves, por exemplo, letras do alfabeto
português que são vogais: A = {x/ x é uma letra do alfabeto português e é uma
vogal }, lê-se como: x, tal que x é uma letra do alfabeto português e é uma vogal.
Exercı́cio: Represente os conjuntos dados a seguir na forma implı́cita(usando sentenças entre chaves):
1. A = {2, 4, 6, 8, . . .}
2. B = {2}
3
4 CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS
6. F = {1o perı́odo de Cálculo Dif. e Int. I da FAT, 2o perı́odo de Cálculo Dif. e Int. I da FAT,
3o perı́odo de Cálculo Dif. e Int. I da FAT, . . .}
7. G = {pneu, roda, para-brisa, tanque de combustı́vel, estofados, portas, velocı́metro, direção hidráulica, . . .}
• Princı́pio da enumeração I
Todo conjunto é uma coletânea de objetos, portanto, cada conjunto possui um número de
elementos, por exemplo: A = {a, e, i, o, u} possui 5 elementos de conjunto, representado por
n(A) = 5.
• Conjunto finito
Conjunto que possui um número finito de elementos de conjunto, por exemplo: A = {a, e, i, o, u}
possui 5 elementos de conjunto, representado por n(A) = 5.
• Conjunto infinito
• Relação de pertinência
A relação entre um objeto e um conjunto é uma relação de pertinência. Caso o objeto satisfaça
os critérios e/ou condições que definem o conjunto, este objeto é um elemento de conjunto e,
portanto, pertence(∈) ao conjunto; caso contrário, o objeto não será um elemento de conjunto
e, portanto, não pertence(∈)
/ ao conjunto. Por exemplo: seja o conjunto A = {a, e, i, o, u}
e B = {x/ x é uma letra do alfabeto português}, objeto e pertence ao conjunto A, (e ∈ A),
enquanto c pertence ao conjunto B, (c ∈ B), e c não pertence ao conjunto A, (c ∈
/ A). A relação
de pertinência não é bem definida, pois o objeto pode ou não satisfazer à condição que define o
conjunto.
• Conjunto Universo(U)
Conjunto formado por todos os objetos, ou seja, todos os objetos são elementos de conjunto,
por exemplo, o conjunto de letras de todas as lı́nguas; o conjunto formado por seres humanos,
etc.
• Conjunto Vazio(∅)
Conjunto que possui um número de elementos de conjunto igual a zero, por exemplo, o conjunto
formado por números pares e ı́mpares; o conjunto formado por um número primo que não seja
par ou ı́mpar. Como não existem tais números, o conjunto é vazio.
• Subconjunto
Dados dois conjuntos, A e B, tal que se (∀x) ∈ A e (∀x) ∈ B, então A ⊆ B(A está contido
em B), ou seja, A é um subconjunto ou é igual ao conjunto B; caso o número de elementos de
conjunto do conjunto A seja menor que o do conjunto B, então A ⊂ B(A está contido em B,
então A é um subconjunto próprio do conjunto B).
• Diagrama de Venn-Euler
Consiste em uma representação pictórica na qual os conjuntos são representados por áreas
delimitadas por curvas no plano. Por exemplo:
U- universo
Dados dois conjuntos, A e B, então é possı́vel executar operações matemáticas entre os mesmos:
1. União(∪)
A ∪ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}, lê-se x, tal que x pertence ao conjunto A ou pertence ao
conjunto B. A união entre os conjuntos A e B pode ser representado através do diagrama
de Venn-Euler dado a seguir:
6 CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS
A B
2. Interseção(∩)
A∩B = {x/x ∈ A e x ∈ B}, lê-se x, tal que x pertence ao conjunto A e pertence ao conjunto
B. A interseção entre os conjuntos A e B pode ser representado através do diagrama de
Venn-Euler dado a seguir:
A B
3. Diferença(− ou \)
A\B = {x/x ∈ A e x ∈
/ B}, lê-se x, tal que x pertence ao conjunto A e não pertence ao
conjunto B. A diferença entre os conjuntos A e B pode ser representado através do diagrama
de Venn-Euler dado a seguir:
A B
4. Diferença Simétrica(⊕)
A ⊕ B = {x/x ∈ (A ∪ B) e x ∈
/ (A ∩ B)}, lê-se x, tal que x pertence ao conjunto (A ∪ B) e
não pertence ao conjunto (A ∩ B). A diferença simétrica entre os conjuntos A e B pode ser
representado através do diagrama de Venn-Euler dado a seguir:
7
A B
5. Conjunto Complemento(0 )
A0 = {x/x ∈ B e x ∈
/ A}, lê-se x, tal que x pertence ao conjunto B e não pertence ao
conjunto A, ou seja, A0 é complemento do conjunto A com relação ao conjunto B. O
conjunto complemento do conjunto A com relação ao conjunto B pode ser representado
através do diagrama de Venn-Euler dado a seguir:
• Conjuntos disjuntos
• Princı́pio da enumeração II
Toda operação entre conjuntos resulta em um conjunto, portanto, este possui um número de
elementos, por exemplo: A = {a, e, i, o, u} e B = {a, e, b, c} possuem n(A) = 5 e n(B) = 4
elementos de conjunto, respectivamente; o conjunto A ∪ B = {a, e, i, o, u, b, c} possui n(A ∪ B) =
7. Observe que n(A ∪ B) = 7 não é a soma de n(A) = 5 com n(B) = 4. Isto se deve ao fato de
que A ∩ B = {a, e}, n(A ∩ B) = 2, como se pode ver melhor no esquema a seguir:
U
A B
a,e b,c
i,o,u
Observe que ao propor que n(A ∪ B) = n(A) + n(B), os elementos que pertencem a A ∩ B são
contabilizados duas vezes; assim, a forma correta é n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B). Isso é
verificado na fig.(2.7), pois ao calcular n(A)+n(B) os elementos A∩B = {a, e} são contabilizados
duas vezes. Assim ao calcular n(A ∪ B), calcula-se n(A) + n(B) e, então, subtrai-se n(A ∩ B).
Faça o teste on line.
• Classe
Seja S um conjunto não nulo, então é possı́vel construir um superconjunto ou classe de S na qual
os elementos de conjuntos são todos os possı́veis subconjuntos de S, ou seja, A = [X/∀X ⊆ S].
O número de elementos de (P [S]) é dado por n(P [S]) = 2n(S) .
• Partição
Na representação de Venn-Euler:
A2 A3
A1
A4
• Álgebra de conjuntos
1. Idempotência
Caso uma operação entre conjuntos seja repetida sucessivamente e o resultado se mantenha o mesmo,
diz-se que esta operação é idempotente.
– A ∪ A ∪ A ∪ ··· ∪ A = A
– A ∩ A ∪ A ∩ ··· ∩ A = A
2. Associatividade
Operações entre diversos conjuntos que podem ser executadas parcialmente sem a exigência de uma
definição prévia de uma ordem hierárquica entre as operações entre os conjuntos.
9
– A ∪ (B ∪ C) = (A ∪ B) ∪ C
– A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C
3. Comutatividade
Operações entre diversos conjuntos que podem ser executadas sem a exigência de uma definição
prévia de uma ordem hierárquica entre os conjuntos.
– A∪B =B∪A
– A∩B =B∩A
4. Distributiva
Operações entre diversos conjuntos que podem ser parcialmente executadas em cada operação entre
os conjuntos.
– A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)
– A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
5. Identidade
Operações entre conjuntos que resulta em um dos conjuntos da operação.
– A∪∅=A
– A∪U =U
– A∩∅=∅
– A∩U =A
6. Involução
– (A0 )0 = A
7. Complementares
– A ∪ A0 = U
– A ∩ A0 = ∅
– U0 = ∅
– ∅0 = U
8. Lei de DeMorgan
– (A ∪ B)0 = A0 ∩ B 0
– (A ∩ B)0 = A0 ∪ B 0
• Dualidade
Da álgebra de conjuntos acima pode-se verificar que algumas equações algébricas podem estar relacionadas
de uma forma muito particular, desde que a lei dos complementares seja aplicada. Por exemplo:
– E : A ∪ A0 = U
10 CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS
Ao determinar o complemento,
– E ∗ : (A ∪ A0 )0 = U 0
– E ∗ : A ∩ A0 = ∅
onde a lei de DeMorgan e a comutatividade foram usadas. Observe que E e E ∗ não são idênticas, contudo
estão relacionadas pela operação de complementariedade. Sendo assim, ao determinar o resultado de E, o
resultado de E ∗ também é obtido, basta aplicar a complementariedade no resultado. Desta forma, pode-se
concluir que E e E ∗ estão escritos em termos de elementos de conjunto de um superconjunto U, os quais
satisfazem à álgebra de conjuntos, e que R = {(x, y)/x, y ∈ U, y = x0 } é uma relação de equivalência em
U,
R:U→U
x→y 0 (2.1)
Assim, qualquer equação E pode ser reescrita como E ∗ e vice-versa, desde que
∩ → ∪
∪ → ∩
U → ∅ (2.2)
∅ → U.
Em vista disso, diz-se que E ∗ é a equação dual de E, e vice-versa. Por exemplo, a equação dual de
E : A ∪ B é E ∗ : A0 ∩ B 0
Exercı́cios:
1. Dados os conjuntos, U = {1, 2, 3..., 8, 9}, A = {1, 2, 3}, B = {2, 4, 6, 8}, C = {3, 5, 7, 9}, determine:
(a) A ∪ B
(b) A ∩ B
(c) A\B
(d) A ⊕ B
(e) C 0
3. Em uma escola que possui 415 alunos, 221 estudam inglês, 163 estudam francês e 52 estudam ambas as
lı́nguas. Quantos alunos estudam inglês ou francês? Quantos alunos não estudam nenhuma delas?
4. Dados os conjuntos: U = {1, 2, 3, . . . , 9}, A = {1, 2, 3, 4},B = {5, 6, 7},C = {1, 3, 5, 6, 8, 9}, determine:
(a) A ∪ B
(b) A ∩ B
(c) A ∩ C
(d) C ∩ B
(e) A ⊕ B
(f) A0
(g) (A0 ∪ B) ∩ C
(h) C ⊕ B
(i) C ⊕ A
(j) A ⊕ C
(k) B − C
(l) B 0 − A
(a) (A ∪ B) ∩ C
(b) (A0 ∪ B) ∩ C
(c) (A ⊕ B) ∩ C
(d) (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)
(e) A ∪ (B ∩ C)
(f) A\B
(g) A ∩ B 0
(h) A ∩ (B ∩ (C ∩ D))
(i) U 0
(j) ∅0
(k) A0 ∩ B 0
(l) (A ∪ B)0
6. Represente o conjunto obtido como resultado no exercı́cio anterior na forma implı́cita(usando sentenças
entre chaves)
12 CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS
• 26 lêem O Globo
• 26 lêem Extra
Determine:
(a) O número de pessoas que lêem pelo menos um dos três jornais;
(b) O número de pessoas que lêem pelo menos dois dos três jornais;
11. Uma empresa produz três tipos de produtos: A, B e C. Sabe-se que 70 são do produto A, 350 não são do
tipo B e 50% são do tipo C, responda:
C
B
13. Uma população consome três marcas de sabão em pó: A, B e C. Feita uma pesquisa de mercado, colheram-
se informações tabeladas abaixo:
14. Em um concurso exigia-se dos candidatos a vaga de executivo a nota mı́nima 3,0 em Matemática e
Português. Apurados os resultados, verificou-se que 175 candidatos foram eliminados em Matemática e
76 em Português. O número total de candidatos eliminados por essas disciplinas foi 219. Determine:
15. Na disputa eleitoral entre três candidatos, A, B e C, à reitoria de uma universidade, o eleitor poderia
votar em somente dois candidatos, simultaneamente, de sua preferência. Houve 100 votos para A e B, 80
votos para B e C e 20 votos para A e C. Quem venceu?
16. Em uma classe de 40 alunos de Sist. de Informação, 16 gostam de Matemática e 24 de Algoritmo. Qual
é o número de alunos dessa classe que gostam de Matemática e Algoritmo?
17. Seja S = {1, 2, 3, 4}, classifique as questões a seguir em partição ou classe. Justifique sua resposta.
(a) E : (A ∩ B) ∪ U
(b) E : (A ∪ ∅) ∩ U
(a) A ∩ (A ∪ B) = A e A ∪ (A ∩ B) = A
(b) A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
• Definição: conjunto formado por números inteiros, fracionários, definidos ou não-definidos, sejam esses po-
sitivos ou negativos. Sua representação é R e se x ∈ R, então x é um número inteiro ou fracionário(definido
ou não-definido), positivo ou negativo. Para saber mais, consulte a página na Wikipedia.
Para que possamos compreender uma função, seu limite, derivada e integral, vamos considerar a seguinte
tabela:
x 1 2 3 4 5 6 7
1/x 1/1=1 1/2=0,5 1/3=0,333· · · 1/4=0,25 1/5=0,2 1/6=0,166· · · 1/7=0,142857142857· · ·
x 8 9 10
1/x 1/8=0,125 1/9=0,111· · · 1/10=0,1
Observe que ao atribuir valores maiores à variável x, o resultado de 1/x torna-se menor.
Continue, necessariamente, com o procedimento descrito acima. Após a realização desta tarefa, pode-se
concluir que, quanto maior for o valor atribuı́do à variável x, menor será o resultado de 1/x. A partir
disso, devemos nos perguntar qual é o valor a ser atribuı́do à variável x tal que 1/x seja igual a zero. Uma
outra forma de ver isso consiste em considerar uma régua de 20,0 centı́metros (cm), como a mostrada na
figura a seguir:
15
16 CAPÍTULO 3. CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS
Continue, necessariamente, com o procedimento descrito acima. Após a realização desta tarefa, pode-se
concluir que, quanto maior for o número de divisões, menor será o tamanho do intervalo. A partir disso,
devemos nos perguntar qual é a quantidade de vezes que deveremos dividir a barra até que o tamanho da
barra seja igual a zero.
Para o descrito acima, podemos concluir que o aumento indefinido, tanto do número de divisões quanto
do valor atribuı́do à variável x, implica na diminuição indefinida tanto do intervalo quanto do resultado
de 1/x. Nessas condições dizemos que o número de divisões ou o valor atribuı́do à variável x tendem ao
infinito enquanto, o tamanho do intervalo e o resultado de 1/x, tendem a zero.
• Subconjunto: um conjunto A é subconjunto de um segundo conjunto (B) desde que a seguinte proposição
se ∀x∈A, então x ∈ B (se qualquer x pertence ao conjunto A, então x pertence ao conjunto B) seja
verdadeira. Sendo assim, diz-se A⊆B(o conjunto A está contido ou é igual ao conjunto B)
Exemplos:
– R+ = {x/x ∈ R e x ≥ 0} entao R+ ⊂ R ,
| {z }
x pertence ao conj. real e x é maior ou igual a zero
– R− = {x/x ∈ R e x ≤ 0} entao R− ⊂ R ,
| {z }
x pertence ao conj. e x é menor ou igual a zero
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– R∗ = {x/x ∈ R e x 6= 0} entao R∗ ⊂ R ,
| {z }
x pertence ao conj. e x é diferente de zero
– A = {x/x ∈ A, A ⊆ R e −3 ≤ x ≤ 0} , ou A = [−3, 0]
– A = {x/x ∈ A, A ⊆ R e −3 < x ≤ 0} , ou A = ] − 3, 0]
Seja f uma função de A em B, em que A, B ⊆ R, ou seja, f : A → B. Para que f seja uma função, duas
condições devem ser satisfeitas:
1. Para qualquer x pertencente ao conj. A, então existe y que pertence ao conj. B: ∀x ∈ A, então ∃y ∈ B,
ou seja, um elemento de conj. de A deve estar conectado à pelo menos um elemento de conj. de B;
19
20 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
observe que o zero da função é -1,5, para x = 0 o valor da função é 3, o domı́nio é o intervalo de [−3, 0; 0, 5]
e o conjunto imagem é o intervalo [−3, 0; 4, 0]. A função é crescente, pois se x aumenta, então f (x) também
aumenta e vice-versa.
Resposta: o escalar que multiplica a variável é +2 quando a função é crescente e -2 quando decrescente.
22 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
p
Observe que a função não possui solução real(x2 = −3/2 ⇒ x = −3/2), portanto a curva não corta o
eixo X. Observe também que para x < 0 a função é decrescente e, para x > 0 a função é crescente. O
domı́nio é o intervalo de [−1, 0; 1, 0] e o conjunto imagem é o intervalo [3, 0; 5, 0].
p
Observe que a função possui solução real(x2 = 3/2 ⇒ x = ± 3/2), portanto a curva corta o eixo X em
p p
dois pontos: (− 3/2; 0, 0) e (+ 3/2; 0, 0). Observe também que para x < 0 a função é crescente e, para
x > 0 a função é decrescente. O domı́nio é o intervalo de [−2, 0; 2, 0] e o conjunto imagem é o intervalo
[−5, 0; 3, 0].
4.1. DEFINIÇÃO DE UMA FUNÇÃO 23
16. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = sin(x) = sen(x). Qual é o zero da função? Em que
intervalos a função é decrescente e crescente?
17. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = −sin(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a
função é decrescente e crescente?
18. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = 2sin(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a
função é decrescente e crescente?
19. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = cos(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a
função é decrescente e crescente?
24 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
20. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = −cos(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a
função é decrescente e crescente?
21. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = tan(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a
função é decrescente e crescente?
22. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = −tan(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos
a função é decrescente e crescente?
23. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = sec(x). A função sec(x) significa a função secante de x
e é dada por 1/cos(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é decrescente e crescente?
24. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = csc(x). A função csc(x) significa a função cossecante de
x e é dada por 1/sin(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é decrescente e crescente?
25. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = cot(x). A função cot(x) significa a função cotangente de
x e é dada por 1/tan(x). Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é decrescente e crescente?
26. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = sinh(x). A função sinh(x) significa a função seno
hiperbólico de x e é dada por (ex − e−x )/2. Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é
decrescente e crescente?
27. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = cosh(x). A função cosh(x) significa a função cosseno
hiperbólico de x e é dada por (ex + e−x )/2. Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é
decrescente e crescente?
28. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = tanh(x). A função tanh(x) significa a função tangente
hiperbólica de x e é dada por (ex − e−x )/(ex + e−x ). Qual é o zero da função? Em que intervalos a função
é decrescente e crescente?
29. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = ln(x). A função ln(x) significa a função logarı́tmica
natural de x. Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é decrescente e crescente?
30. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = −ln(x). A função ln(x) significa a função logarı́tmica
natural de x. Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é decrescente e crescente?
32. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = e−x . A função e−x significa a função exponencial de
−x. Qual é o zero da função? Em que intervalos a função é decrescente e crescente?
33. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = −ex . Qual é o zero da função? Em que intervalos a
função é decrescente e crescente?
4.1. DEFINIÇÃO DE UMA FUNÇÃO 25
34. f : A → B, onde A=[-5,5], B=[-5,5] e y = f (x) = −e−x . Qual é o zero da função? Em que intervalos a
função é decrescente e crescente?
Com base na figura dada a seguir, você poderá deduzir as relações a seguir:
4. sen(2 · x) =;
O domı́nio das funções f ± g, f · g e f /g é a interseção dos domı́nios de f e g, e para f /g exceto para x tal que
g(x)=0.
1. Injetora
a, a0 ∈ A ⇒ b = f (a), b0 = f (a0 ) ∈ B; se a 6= a0 ⇒ b 6= b0 .
Exemplo 1:
Sejam A e B dois conjuntos tal que:
4.1. DEFINIÇÃO DE UMA FUNÇÃO 27
A função é injetora.
Exemplo 2:
Sejam A e B dois conjuntos tal que:
2. Sobrejetora
∀a ∈ A ⇒ ∀b = f (a) ∈ B. Exemplo 1:
Sejam A e B dois conjuntos tal que:
Exemplo 2:
Sejam A e B dois conjuntos tal que:
A função é sobrejetora.
Exemplo 3:
Sejam A e B dois conjuntos tal que:
A função é sobrejetora.
Uma observação sobre a função sobrejetora: o conjunto imagem da função f é o contradomı́nio da função.
3. Biunı́voca ou bijetora
Exemplo 4:
Sejam A e B dois conjuntos tal que:
4.1. DEFINIÇÃO DE UMA FUNÇÃO 29
1. f : R+ → R, y = x2
2. f : R → R, y = x3
3. f : R+ → R+ , y = x2
4. f : R− → R+ , y = x2
5. f : R+ → R+ , y = x3
6. f : R− → R, y = x3
7. f : R+ → R, y = x3
8. f : R+ → R, y = x + 3
9. f : R → R, y = 2x + 2
10. f : R+ → R+ , y = x2 − 2x
11. f : R− → R+ , y = x2 − 2x
12. f : R+ → R, y = x3 + x2
13. f : R+ → R+ , y = x3 + x2
1. Par
∀x ∈ A, então f (−x) = f (x).
Exemplos:
• f : R → R, y = f (x) = x2
f (−x) = (−x)2 = x2 = f (x), portanto f(x) é par.
• f : R → R, y = x2 − 2x
f (−x) = (−x)2 − 2(−x) = x2 + x 6= f (x), portanto f(x) não é par.
2. Ímpar
∀x ∈ A, então f (−x) = −f (x).
Exemplos:
30 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
• f : R → R, y = f (x) = x3 + 4x
f (−x) = (−x)3 + 4(−x) = −x3 − 4x = −(x3 + 4x) = −f (x), portanto f(x) é ı́mpar.
• f : R → R, y = x3 + x2
f (−x) = (−x)3 + (−x)2 = −x3 + x2 6= −f (x), portanto f(x) não é ı́mpar.
1. f : R+ → R, y = x2
2. f : R → R, y = x3
3. f : R+ → R+ , y = x2
4. f : R− → R+ , y = x2
5. f : R+ → R+ , y = x3
6. f : R− → R, y = x3
7. f : R+ → R, y = x3
8. f : R+ → R, y = x + 3
9. f : R → R, y = 2x + 2
10. f : R+ → R+ , y = x2 − 2x
11. f : R− → R+ , y = x2 − 2x
12. f : R+ → R, y = x3 + x2
13. f : R+ → R+ , y = x3 + x2
4.1. DEFINIÇÃO DE UMA FUNÇÃO 31
Exemplo 1:
Sejam f : R+ → R e g : R → R duas funções definidas como y = f (x) = x2 + 2x e y = g(x) = x + 3. Determine:
1. f (f (x))
Solução:
2. f (g(x))
= [x + 3]2 + 2 · (x + 3),
= x2 + 6x + 9 + 2x + 6,
= x2 + 8x + 15. (4.2)
Exercı́cios:
(a) f (f (x))
(b) f (g(x))
(d) g(g(x))
1. Função Floorb c
(a) 13,3
Solução:
b13, 3c = 13
(b) 13,5
Solução:
b13, 5c = 13
(c) 13,8
Solução:
b13, 8c = 13
4.2. ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES 33
(d) - 13,8
Solução:
b13, 8c = −13
2. Função Ceilingd e
(a) 13,3
Solução:
d13, 3e = 14
(b) 13,5
Solução:
d13, 5e = 14
(c) 13,8
Solução:
d13, 8e = 14
(d) - 13,8
Solução:
d−13, 8e = −14
3. Função Inteira
(a) 13,3
Solução:
[13, 3] = 13
(b) 13,5
Solução:
[−13, 5] = −13
34 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
(c) 13,8
Solução:
[13, 8] = 13
Sejam A e B dois conjuntos numéricos quaisquer (A, B ⊆ R) tal que a função Valor Absoluto
é definida como f : A → B, em que ∀x ∈ A ⇒ ∃y = f (x) ≥ 0 e y ∈ B. Considere um número,
x ∈ A. O resultado da função valor absoluto aplicada em x é gerar o número positivo, assim
x, se x ≥ 0,
sua definição é dada a seguir: f (x) = |x| =
−x, se x < 0
Exemplos:
x − 3, se x − 3 ≤ 0
(a) Seja f (x) = |x − 3|
−(x − 3), se x − 3 < 0
O gráfico da função é:
5. Função Polinomial
Sejam A e B dois conjuntos numéricos quaisquer tal que a função polinomial seja definida
PN i
como f : A → B e ∀x ∈ A ⇒ (∃y = f (x) = i=1 ai · x ) ∈ B, em que ∀ai ∈ R, em que
PN
y = f (x) = i=1 ai · xi = a0 · x0 + a1 · x1 + a2 · x2 + . . . + a(N −1) · x(N −1) + aN · xN .
Funções polinomiais são utilizadas em várias áreas da Ciência, desde de um problema de
matemática elementar aos avançados, por exemplo:
Exemplo 1:
Em uma sala de aula encontram-se um determinado número de alunos (N). Formule uma função
que, dado o número de dedos das mãos, resulte o número de alunos.
Solução:
Definindo as variáveis:
x, y, N ∈ N
x: número de dedos das mãos;
y: número de braços de um indivı́duo;
N: número de alunos.
4.2. ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES 35
Formulando as equações:
y = x5 ;
N = y2 .
Exemplo 2:
Considere o algoritmo a seguir:
1) Inı́cio;
2) i, n, j ∈ Z e x ∈ R;
3) i ← 1 e x ← 0;
4) Enquanto i ≤ n faça
5) j ← 1;
6) Enquanto j ≤ i faça
7) x ← x + 10;
8) j ← j + 1;
9) Imprimir(i,x);
10) Fim enquanto;
11) i ← i + 1;
12) Fim enquanto;
13) Fim.
Solução:
Cada instrução listada acima consome um intervalo de tempo Tk (1 ≤ k ≤ 13). O intervalo de
tempo total para a execução das instruções 1,2,3,12 e 13 é
já que são executadas uma única vez. A instrução 4 é executada (n+1) vezes, em que (n +
1)-ésima repetição corresponde ao teste em que i=n+1, o que resulta no término da repetição
(12); para cada repetição de 4, as instruções 5, 10 e 11 são executas 1 vez. Portanto, pode-se
concluir que o intervalo de tempo total consumido na execução de 4,5,10 e 11 é dada por:
Já a instrução 6 tem um número de repetição crescente, pois depende do valor de i. Vamos
investigar este ponto: se i=1, então 6 é executada duas vezes e 7,8 e 9 são executadas uma única
vez ; se i=2 , então 6 é executada 3 vezes e 7,8 e 9 são executadas duas vezes; se i=3 , então 6 é
executada 4 vezes e 7,8 e 9 são executadas três vezes; e assim sucessivamente. Vamos construir
uma tabela em que isso é mostrado claramente:
36 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
Portanto, pode-se concluir que o intervalo de tempo total consumido na execução de (6), (7),
(8), (9), (10) e (11) são:
(n + 3) · n
T6 : 2 + 3 + 4 + . . . + (n + 1) = ,
2
(n + 1) · n
T7 : 1 + 2 + 3 + . . . + n = ,
2
(n + 1) · n
T8 : 1 + 2 + 3 + . . . + n = ,
2
(n + 1) · n
T9 : 1 + 2 + 3 + . . . + n = ,
2
(n + 1) · n
T10 : 1 + 2 + 3 + . . . + n = ,
2
(n + 1) · n
T11 : 1 + 2 + 3 + . . . + n = . (4.5)
2
(n + 3) · n (n + 1) · n
T3 = · T6 + · (T7 + T8 + T9 + T10 + T11 ). (4.6)
2 2
Ttotal = T1 + T2 + T3 ,
Ttotal = (6 + 8 · n + 3 · n2 ) · ∆. (4.8)
x = − aa01 , denominada zero ou raiz da função linear. Ao assumir que os conjuntos A e B sejam o
conjunto Real(R), o gráfico da função é um conjunto ilimitado definido da seguinte forma: [F (x)] =
{(x, y)|x, y ∈ R, y = a0 + a1 · x}, que representada no sistema Cartesiano é uma reta.
Observe que o valor assumido pela função linear pode ser positivo ou negativo, como será analisado
a seguir:
• a0 , a1 > 0: (∀x) ∈ R e x > − aa01 ⇒ (∀y) ∈ R+ e (∀x) ∈ R e x < − aa10 ⇒ (∀y) ∈ R− . No gráfico
tem-se:
• a0 < 0 e a1 > 0: (∀x) ∈ R e x > − aa01 ⇒ (∀y) ∈ R− e (∀x) ∈ R e x < − aa10 ⇒ (∀y) ∈ R+ . No
gráfico tem-se:
• a0 , a1 < 0: (∀x) ∈ R e x > − aa01 ⇒ (∀y) ∈ R− e (∀x) ∈ R e x < − aa10 ⇒ (∀y) ∈ R+ . No gráfico
38 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
tem-se:
• a0 > 0 e a1 < 0: (∀x) ∈ R e x > − aa01 ⇒ (∀y) ∈ R− e (∀x) ∈ R e x < − aa10 ⇒ (∀y) ∈ R+ . No
gráfico tem-se:
Observe que os pontos vermelhos no gráfico correspondem aos valores assumidos pela variável x tal
que y = 0. A determinação dos zeros da função é obtida ao completar os quadrados na função do
segundo grau,a saber:
2 a0 a1 2
f (x) = a0 + a1 · x + a2 · x ⇔ a2 + ·x+x
a2 a2
" 2 2 #
a0 a1 a1 a1
⇔ a2 + · x+ − + x2
a2 a2 2a2 2a2
" 2 #
4 · a2 · a0 − a21
a1
⇔ a2 + x+
4a22 2a2
2
4 · a2 · a0 − a21
f (x) a1
⇔ + x + . (4.9)
a2 4a22 2a2
Se f (x) = 0, então
2
4 · a2 · a0 − a21
a1
0 = + x +
4a22 2a2
2
−4 · a2 · a0 + a21
a1
= x+
4a22 2a2
s
−4 · a0 · a2 + a21 a1
± = x+
4a22 2a2
p
± +a21 − 4 · a0 · a2 a1
= x+
2a2 2a2
p
−a1 ± +a21 − 4 · a0 · a2
x = (4.10)
2a2
A partir deste resultado pode-se concluir que existe um valor para x que faz com que f (x) seja um
valor máximo ou mı́nimo (vértice ou ponto de inflexão da curva), observe o gráfico da função na
fig.(4.6). O valor assumido pela variável x no vértice é representado por xv . A partir da fig.(4.6)
conclui-se que x1 = xv − k ou x2 = xv + k. Ao substituir os valores de x1 e x2 na expressão acima,
encontra-se:
p
−a1 + +a21 − 4 · a2 · a0
xv + k = ,
2a2
p
−a1 − +a21 − 4 · a2 · a0
xv − k = , (4.11)
2a2
a1
que ao continuar com o desenvolvimento, encontra-se xv = − 2·a 2
e, ao inserir este resultado na
−a21 +4·a0 ·a2
função do segundo grau, encontra-se yv = 4·a2 . Faça este desenvolvimento.
6. Função inversa(f −1 ) Seja f : A → B uma função. A função inversa de f(f −1 ) existe se a função f for
biunı́voca. Assim, f −1 : B → A
Exemplo 1:
Sejam A e B dois conjuntos tal que:
40 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
Exemplo 2:
Seja f : R → R, em que y = f (x) = x+3. A função é biunı́voca, portanto, a função inversa é f −1 : R → R,
em que y = f (x) = x − 3.
Explicando o processo:
(a) y = x − 3 passa a ser x = y + 3, em que foi somado 3 nos dois lados da equação;
Exemplo 3:
Seja f : R+ → R+ , em que y = f (x) = x2 . A função é biunı́voca, portanto, a função inversa é f −1 : R+ →
√
R+ , em que y = f (x) = + x.
Explicando o processo:
√
(a) y = x2 passa a ser x = + y, em que foi extraı́do a raiz quadrada nos dois lados da equação;
√
(b) x passa a ser y(x → y) e y passa a ser x(y → x), então y = + x.
Exemplo 4:
Seja f : R+ → B, em que B = {x/x ∈ R e x ≥ +2} e y = f (x) = x2 + 3x + 2. A função é biunı́voca,
√
−3+ 1+4x
portanto, a função inversa é f −1 : B → R+ , em que y = f (x) = 2 .
Explicando o processo:
(a) f : R+ → R+ , y = x2
(b) f : R → R, y = x3
(c) f : R+ → R, y = x2
(d) f : R− → R+ , y = x2
4.2. ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES 41
(e) f : R+ → R+ , y = x3
(f) f : R− → R− , y = x3
(g) f : R+ → R, y = x3
(h) f : R+ → R, y = x + 3
(i) f : R → R, y = 2x + 2
(j) f : R+ → R+ , y = x2 − 2x
(k) f : R− → R+ , y = x2 − 2x
(l) f : R+ → R+ , y = x3 + x2
7. Função Potência
É uma função f : A → B, tal que A, B ⊆ R e f (x) = b · xa , em que a, b ∈ R, a, b 6= 0 e a 6= 1. Para
∀x ∈ A ⇒ ∃f (x) ∈ B. O zero da função (f (x) = 0) é dado por 0 = xa ⇒ x = 0. Ao assumir que
os conjuntos A e B sejam o conjunto Real(R), o gráfico da função é um conjunto ilimitado definido da
seguinte forma: [F (x)] = {(x, y)|x, y ∈ R, y = b·xa }, que é representada no sistema Cartesiano da seguinte
forma:
8. Função Exponencial
É uma função f : A → B, tal que A, B ⊆ R e f (x) = b · ax , em que a, b ∈ R, a > 0 e a 6= 1. Para
∀x ∈ A ⇒ ∃f (x) ∈ B, porém @x ∈ R ⇒ f (x) = 0. O limx→−∞ f (x) = b · limx→−∞ ax ⇒= 0. Ao assumir
que os conjuntos A e B sejam o conjunto Real(R), o gráfico da função é um conjunto ilimitado definido
da seguinte forma: [F (x)] = {(x, y)|x, y ∈ R, y = b · ax }, que é representada no sistema Cartesiano da
seguinte forma:
42 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
9. Função Logarı́tmica
É uma função f : A → B, tal que A ⊆ R+ , B ⊆ R e f (x) = b·loga (x), em que a, b ∈ R, a > 0 e a 6= 1. Para
∀x ∈ A ⇒ ∃f (x) ∈ B em que ∃x ∈ R+ ⇒ f (x) = 0, i.e., x = 1. O limx→0 f (x) = b · limx→0 loga (x) ⇒=
−∞. Ao assumir que os conjuntos A e B sejam (R+ e R), respectivamente, o gráfico da função é um
conjunto ilimitado definido da seguinte forma: [F (x)] = {(x, y)|x ∈ R+ , y ∈ R, y = b · loga (x)}, que é
representada no sistema Cartesiano da seguinte forma:
Exercı́cios:
4.2. ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES 43
(a) Dada as funções, determime o domı́nio, o contradomı́nio, o conjunto imagem da função, os zeros da
função, faça um gráfico, determine os pontos de inflexão e classifique os intervalos em crescente ou
decrescente.
i. f : R → R, f (x) = 2x − 8
ii. f : R → R+ , f (x) = 2x − 8
iii. f : R+ → R, f (x) = 2x − 8
iv. f : R → R, f (x) = x2 − 9
v. f : R → R, f (x) = 2x2 + 5x + 3
ix. f : R → R, f (x) = 2x
Para que o aluno possa verificar se os resultados obtidos estão corretos, sugiro que instale em seu compu-
tador o programa Winplot, que pode ser obtido no seguinte endereço(URL)
http://www.mat.ufpb.br/sergio/winplot/.
(a) Fibonacci
Consiste em uma função recursiva dependente de uma variável inteira ∀n ∈ N que é definida da
seguinte forma:
f :N→N
O gráfico da função de Fibonacci é F [n] = {(0, 0), (1, 1), (2, 1), (3, 2), (4, 3), (5, 5), (6, 8), . . .}.
(b) Ackermann
Consiste em uma função recursiva dependente de duas variáveis inteiras ∀n, m ∈ N que é definida da
seguinte forma:
f :N→N
Exercı́cios:
i. f(f(x))
ii. f(g(x))
iii. g(g(x))
iv. g(f(x))
i. f(f(x))
ii. f(g(x))
iii. g(g(x))
iv. g(f(x))
i. f : R → R, f (x) = −2x + 4
ii. f : R → R, f (x) = 2x + 4
iii. f : R → R, f (x) = x2 + 2x + 1
iv. f : R → R, f (x) = x2 − 5x + 6
v. f : R → R, f (x) = −x2 + 5x − 6
vii. f : R → R, f (x) = 3x
viii. f : R → R, f (x) = |x + 3|
(d) Determine:
i. b26, 8c
ii. d26, 3e
iii. b−26, 8c
iv. d−26, 3e
v. 345(mod.3)
vi. 31 · 15(mod.7)
vii. −345(mod.2)
viii. 34 · 5(mod.2)
ix. A(1, 3)
4.2. ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES 45
x. A(2, 3)
xi. A(2, 2)
(e) Uma relação R : N → N é definida como R = {(x, 0)|x ∈ N, 0 = x(mod.2)}. Represente a relação
listando os elementos desta entre chaves.
(f) Uma relação R : N → N é definida como R = {(x, 1)|x ∈ N, 1 = x(mod.2)}. Represente a relação
listando os elementos desta entre chaves.
(g) Escreva um algoritmo que classifique números naturais em ı́mpares ou pares usando a função módulo
congruência..
(h) Escreva um algoritmo que escreva um número natural na forma binária usando a função módulo
congruência.
(j) Uma mensagem foi encriptada por um aluno de IC usando a série de Fibonacci, dada por 377,1,10946,8,377,1,109
Qual é a mensagem?
46 CAPÍTULO 4. FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
Capı́tulo 5
5.1 Limite
No conj. R pode-se escolher um conjunto de números segundo uma regra pré-estabelecida, por exemplo, a
sequência indexada: A = {xn /x ∈ R, xn = 1/n, n ∈ N}.
Exemplo: f : R∗ → R, y = 1 − 1/x, x 6= 0
1
y = lim 1− = 1, (5.1)
x→∞ x
1
onde se lê da seguinte forma: limite de 1 − x quando x tende para o infinito.
1
Considerando a mesma função 1 − x , porém fazendo com que x tenda a zero (x → 0); observe que neste
caso surgirá um problema de indeterminação na função devido ao termo 1/x. Neste contexto, ainda se pode
concluir que o valor de (1/x) depende de como se está tendendo a zero, pois pode-se aproximar de zero a partir
de valores maiores ou menores que zero, conforme mostra a tabela abaixo:
1
ou seja: limx→0+ 1 − x = −∞
1
ou seja: limx→0− 1 − x = +∞
47
48 CAPÍTULO 5. LIMITE E CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO
2x+1
Exemplo: Determine o limite de y = f (x) = x−1 , quando x → 1.
2x + 1
y = lim+ = +∞ (5.2)
x→1 x−1
2x + 1
y = lim− = −∞ (5.3)
x→1 x−1
2x+1
Observação: y = limx→1 x−1 não é definido, pois temos dois resultados distintos ao se aplicar o limite lateral.
Observe o conflito entre as equações dadas em (5.2) e (5.3).
5.1.2 Definição
Seja f(x) definida em um intervalo aberto I ∈ R, tal que a ∈ I e, eventualmente, f(x=a) não é definida. Diz-se
que limx→a f (x) = L, se para todo ε > 0, ∃δ > 0, tal que |f (x) − L| < ε sempre que 0 < |x − a| < δ.
Exemplos:
|f (x) − L| < ε ⇒ | x2 − 16| < ε sempre que 0 < |x − a| < δ ⇒ 0 < |x − 4| < δ
|x2 − 16| < ε sempre que 0 < |x − 4| < δ
|(x + 4) · (x − 4)| < ε ⇒ |(x + 4)| · |(x − 4)|1 < ε sempre que 0 < |x − 4| < δ
Como 0 < |x − 4| < δ ⇒ −δ < x − 4 < δ 2 ⇒ −δ + 8 < x + 4 < δ + 8 ⇒ |x + 4| < δ + 83
|(x + 4)|]·|(x − 4)| < (δ + 8) · δ = δ 2 + 8δ < ε e, portanto, δ 2 + 8δ = ε. Resolvendo a equação do segundo
√ √
grau, obtém-se: δ = −8± −264+4ε . Como ∆ = 64 + 4ε > 8, então δ > 0, ou seja,∀ε > 0, então ∃δ > 0,
portanto, está provado.
Exercı́cios:
x − 1, x ≤ 3
1. Seja f (x) = . Calcule:
3x − 7, x > 3
superior; comparando os termos à esquerda das expressões, pode-se concluir que −δ − 8 < −δ + 8 e, portanto, a proposição q pode
ser substituı́da pela proposição p.
50 CAPÍTULO 5. LIMITE E CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO
As expressões
0/0, ∞/∞, ∞/0, 0/∞, 0 · ∞, ∞ ± ∞, 0∞ , ∞0 , ∞∞ , 1∞ , etc são indeterminadas. Exemplos:
Exercı́cios:
√ √
3x− 3a
1. limx→1 x−a
x2 +3x−10
2. limx→1 3x 2−5x−2
x3 +1
3. limx→1 x2 −1
Seja f(x) uma função definida nos intervalos ]−∞, a[ ou ]b, +∞[, tal que lim±∞ f (x) = L, desde que L satisafaça
à seguinte condição: ∀ε > 0, então ∃a > 0ou∃b < 0 tal que |f (x) − L| < ε sempre que x > a ou x < b,
respectivamente.
Exemplos:
1
1. limx→+∞ xn = 0, n ∈ N
Resolução:
∀ε > 0, então ∃a > 0 tal que | x1n − 0| < ε sempre que x > a
| x1n | < ε sempre que x > a
1
|xn | < +ε sempre que x > a
|xn | > + 1ε sempre que x > a
|x|n > + 1ε sempre que x > a ⇒ x > + √1nε ⇒ a = + √1nε
1
2. limx→−∞ xn = 0, n ∈ N
Resolução:
∀ε > 0, então ∃b < 0 tal que | x1n − 0| < ε sempre que x < b
| x1n | < ε sempre que x < b
1
|xn | < +ε sempre que x < b
|xn | > + 1ε sempre que x < b
|x|n > + 1ε sempre que x < b ⇒ −x > + √1nε ⇒ x < − √1nε ⇒ b = − √1nε
2x−5
3. limx→+∞ x+8
Resolução:
2x−5 2−5/x
limx→+∞ x+8 ⇒ lim+∞ 1+8/x
52 CAPÍTULO 5. LIMITE E CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO
2x3 −3x+5
4. limx→−∞ 4x5 −2
Resolução:
2x3 −3x+5 2x3 −3x+5 2x3 /x5 −3x/x5 +5/x5 (2/x2 −3/x4 +5/x5 )
limx→−∞ 4x5 −2 ⇒ limx→−∞ x5 (4−2/x5 ) ⇒ limx→−∞ (4−2/x5 ) ⇒ limx→−∞ (4−2/x5 ) ⇒
limx→−∞ (2/x2 −3/x4 +5/x5 ) (2 limx→−∞ 1/x2 −3 limx→−∞ 1/x2 +5 limx→−∞ 1/x3 ) (2·0−3·0+5·0) 0
limx→−∞ (4−2/x5 ) ⇒ (4−2 limx→−∞ 1/x5 ) ⇒ (4−2·0) ⇒ 4 =0
Para que uma função seja contı́nua em um intervalo, ou seja, para qualquer ponto ”a” pertencente ao intervalo
∀a ∈ I, a função deve satisfazer as seguintes condições:
1. ∀a ∈ I ent~
ao, ∃f (x = a) é definida;
2. ∀a ∈ I ent~
ao, ∃ limx→a f (x);
3. ∀a ∈ I ent~
ao, limx→a f (x) = f (x = a).
x2 +1
1. f : R → R; f (x) = x−1
Resolução:
Primeiro, faça o gráfico usando o winplot:
5.2. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO 53
x2 +1
2. f :] − ∞, +1[→ R; f (x) = x−1
Resolução:
Primeiro, faça o gráfico usando o winplot:
Portanto, a função f (x) satisafaz também a segunda condição exigida para uma função contı́nua.
Sendo assim, é necessário verificar a terceira condição.
a2 +1
• limx→a+ f (x) = a−1 = f (x = a)
Portanto, a função f (x) satisfaz também a terceira condição exigida para uma função contı́nua.
1
(x−2)2 , se x 6= 2,
3. g : R → R; g(x) =
3, se x = 2
Resolução:
Primeiro, faça o gráfico usando o winplot:
(b) ∀a ∈ R ent~
ao, ∃ limx→a f (x)?
ao ∃ limx→a 1/(x − 2)2 , ou seja:
Observe que ∀a ∈ R e a 6= 2, ent~
(c) ∀a ∈ R ent~
ao, limx→a f (x) = f (x = a)?
ao ∃ limx→a 1/(x − 2)2 , ou seja:
Observe que ∀a ∈ R e a 6= 2, ent~
6
Porém, se a = 2 o resultado obtido acima é diferente de g(a = 2) = 3, ou seja: limx→a g(x) = +∞ =
g(a = 2) = 3. Portanto, a função g(x) não satisfaz a terceira condição exigida para uma função
contı́nua.
5.2. CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO 55
Exercı́cios: Verifique se as funções dadas a seguir são contı́nuas nos pontos indicados.
x3 −8
se x 6= 2,
x2 −4 ,
1. f : R → R; f (x) = Em x = 2;
3, se x = 2
sen(x)
x , se x 6= 0,
2. f : R → R; f (x) = Em x = 0;
0, se x = 0
x2 · sen(1/x), se x 6= 0,
3. f : R → R; f (x) = Em x = 0;
0, se x = 0
x2 −4
x−2 , se x 6= 2,
4. f : R → R; f (x) = Em x = 2;
3, se x = 2
x2 , se x ≥ −1,
5. f : R → R; f (x) = Em x = −1;
1 − |x|, se x ≤ −1
1
6. f : R → R; f (x) = sen(1/x) , em x = 2;
Exercı́cios: Determine, se existirem, os valores de x que pertencem ao domı́nio das funções dadas em que estas
não são contı́nuas.
x
x3 −1 , se x 6= ±1,
1. f : R → R; f (x) = ;
0, se x = −1
1+cos(x)
2. f : R → R; f (x) = 3+sen(x) ;
x−|x|
3. f : R → R; f (x) = x ;
x
4. f : R → R; f (x) = cos x+π ;
56 CAPÍTULO 5. LIMITE E CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO
Capı́tulo 6
6.1 Derivada
Considere uma função linear, por exemplo, f : R → R, f (x) = 3 · x + 1, representada pelo gráfico dado a seguir:
Observe que conforme se atribui diferentes valores para x, diferentes valores são atribuı́dos à função f (x).
57
58 CAPÍTULO 6. DERIVADA DE UMA FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
Portanto, pode-se pensar que existe uma taxa de variação da função f (x) com relação à variável x, ou seja:
f (x + ∆x) − f (x)
ao de f (x) =
taxa de variaç~ . (6.1)
∆x
Observe que para qualquer outro valor atribuı́do a x e a ∆x, a taxa de variação de f(x) é constante e igual ao
coeficiente angular (a = 3) da reta.
Vamos considerar uma outra função: f : R → R, f (x) = x2 , representada pelo gráfico dado a seguir:
6.1. DERIVADA 59
x = 0, ∆x = 1 :
60 CAPÍTULO 6. DERIVADA DE UMA FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
x = 0, ∆x = 0, 5 :
f (x + ∆x) − f (x) f (0 + 0, 5) − f (0) f (0, 5) − f (0) 0, 25 − 0
ao de f (x)
taxa de variaç~ = = = =
∆x 0, 5 0, 5 0, 5
= 0, 5. (6.5)
Observe que, conforme ∆x diminui, o coeficiente angular da reta, que representa a taxa de variação da função
com relação à variável x, tem sua inclinação alterada proporcionalmente, ou seja, o coeficiente angular da reta
(taxa de variação da função com relação à variável x) também diminui. Assim, podemos pensar que ao fazer
∆x → 0(delta x tende à zero), a reta torna-se paralela ao eixo ox e intercepta a curva f (x) = x2 em x=0, ou
seja, o coeficiente angular da reta que representa a variação da função com relação à variável x é uma reta que
tangencia a curva f (x) = x2 em x=0.
A partir do que foi feito até agora, vamos analisar a taxa de variação da função anterior, f (x) = x2 , em
x = 1.
Observe que a taxa de variação da função em um único ponto do espaço é o coeficiente angular da reta
tangente ao gráfico da função neste ponto; para o caso representado acima, observe a reta preta tangente ao
gráfico da função. Com isso se consegue dar uma interpretação geométrica para a taxa de variação de uma
função. Neste ponto deve-se observar que ∆x → 0.
6.1.2 Definição
A derivada de uma função f (x) continua qualquer em um intervalo I ⊆ R é determinada ao aplicar o limite
quando ∆x → 0 na taxa de variação da função, i.e.,
df (x) f (x + ∆x) − f (x)
= f 0 (x) = lim . (6.6)
dx ∆x→0 ∆x
6.1. DERIVADA 61
O primeiro termo se lê como derivada da função f em relação à x, ou d f d x, já o segundo, como f linha. Por
exemplo, derive a função f (x) = x2 em x = a, em que a ∈ R.
Resolução:
Exercı́cios:
6.1.3 Propriedades
• Derivando a adição ou subtração de duas ou mais funções contı́nuas em um intervalo I, tal que I ⊆ R:
Sejam f (x) e g(x) duas funções contı́nuas em I, tal que h(x) = f (x) ± g(x). Determine a derivada de
h(x) em relação à variável x.
Resolução:
dh(x) f (x + ∆x) · g(x + ∆x) − f (x) · g(x) + f (x + ∆x) · g(x) − f (x + ∆x) · g(x)
= h0 (x) = lim
dx ∆x→0 ∆x
f (x + ∆x) · [g(x + ∆x) − g(x)] + [f (x + ∆x) − f (x)] g(x)
= lim
∆x→0
∆x
g(x + ∆x) − g(x) f (x + ∆x) − f (x)
= lim f (x + ∆x) · + g(x)
∆x→0 ∆x ∆x
g(x + ∆x) − g(x) f (x + ∆x) − f (x)
= lim f (x + ∆x) · lim + lim · lim g(x)
∆x→0 ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0
g(x + ∆x) − g(x) f (x + ∆x) − f (x)
= f (x) · lim + lim · g(x)
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
dg(x) df (x)
= f (x) · + · g(x). (6.10)
dx dx
dh(x) f (x + ∆x) · g(x) − f (x) · g(x + ∆x)−f (x) · g(x) + f (x) · g(x)
= h0 (x) = lim
dx ∆x→0 g(x + ∆x) · g(x) · ∆x
(f (x + ∆x) − f (x)) (g(x + ∆x) − g(x)) 1
= lim · g(x) − f (x) ·
∆x→0 ∆x ∆x g(x + ∆x) · g(x)
(f (x + ∆x) − f (x)) (g(x + ∆x) − g(x)) 1
= lim · g(x) − f (x) · lim lim
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0 g(x + ∆x) · g(x)
(f (x + ∆x) − f (x)) (g(x + ∆x) − g(x)) 1
= lim · g(x) − f (x) · lim
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x lim∆x→0 g(x + ∆x) · g(x)
f 0 (x) · g(x) − f (x) · g 0 (x)
= . (6.12)
g 2 (x)
Resolução:
onde lim∆y→0 ≡ lim∆x→0 , pois lim∆x→0 ∆y = lim∆x→0 (f (x + ∆x) − f (x)) = 0. A propriedade descrita
acima é denominada regra da cadeia.
1. f (x) = x2 − 5x
Resolução: Seja g(x) = x2 e h(x) = 5x, então:
= 2x − 5, (6.15)
2. f (x) = x2 · 2x
Resolução: Seja g(x) = x2 e h(x) = 2x, então:
x2
3. f (x) = 2x
1
= 2x · 2x − x2 · 2
2x · 2x
2 2
1
= 4x − 2x
4x2
1
2x2
=
4x2
1
= (6.17)
2
4. f (x) = (x + 2)2
Resolução: Seja g(y) = y 2 e y ≡ h(x) = x + 2, então f (x) = g(h(x)):
= 2y · 1
= 2 · (x + 2). (6.18)
Usando a identidade trigonométrica: sen(a ± b) = sen(a) · cos(b) ± cos(a) · sen(b), a expressão acima é
reescrita como:
Devido aos resultados obtidos em (6.21) e (6.22), a equação (6.20) é reescrita como:
df (x)
= f 0 (x) = cos(x). (6.23)
dx
= −sen(x). (6.26)
Exercı́cio: Calcule a derivada da função tangente (tan(x) = sen(x)/cos(x)). Use a propriedade de derivação
quociente.
6.1. DERIVADA 67
(a∆x − 1).
lim . (6.28)
∆x→0 ∆x
(a∆x − 1) t
lim = lim , (6.30)
∆x→0 ∆x ∆x→0 ln(t+1)
ln(a)
t
= lim ,
t→0 ln(t+1)
ln(a)
(a∆x − 1) t
lim = lim , (6.31)
∆x→0 ∆x t→0 ln(t+1)
ln(a)
t
= ln(a) · lim ,
t→0ln(t + 1)
1
= ln(a) · lim ln(t+1) ,
t→0
t
1
= ln(a) · lim ,
t→0 ln((t + 1)1/t )
1
= ln(a) · ,
ln(limt→0 (t + 1)1/t )
1
= ln(a) · ,
ln(e)
= ln(a),
68 CAPÍTULO 6. DERIVADA DE UMA FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
pois limt→0 ((t + 1)1/t ) = e é a definição do número de Euler. Substituindo a expressão acima na equação (6.27),
encontramos:
2x
• f (x) = x
3x −3x
• f (x) = x
• f (x) = ex
2
• f (x) = 3x ;sugestão: t = x2
Seja f (x) uma função exponencial, f : R∗+ → R, tal que f (x) = loga (x), em que a é a base (a ∈ R∗+ e a 6= 1).
Derivando a função logarı́tmica,
df (x) loga (1 + ∆x
x )
= f 0 (x) = lim ,
dx ∆x→0 ∆x · xx
∆x
1 loga (1 + x )
= lim ∆x
, (6.34)
∆x→0 x
x
∆x
1 loga (1 + x )
= · lim ∆x
.
x ∆x→0
x
∆x
Fazendo a transformação x ≡ ∆x,
f então lim∆x→0 ≡ lim f , o que permite reescrever a expressão acima da
∆x→0
seguinte forma:
1 1
= · lim · loga (1 + ∆x),
f
x ∆x→0
f ∆x
f
1 f 1/∆x
= · lim loga ((1 + ∆x) ),
f
x ∆x→0
f
1 f 1/∆x
= · loga ( lim (1 + ∆x) ). (6.35)
f
x ∆x→0
f
• f (x) = ln(x)
Observe que a função representada no gráfico acima possui um ponto crı́tico em x = 0, pois para x < 0 a
função é decrescente e, x > 0, é crescente. Sendo assim, calcular a taxa de variação da função para cada
ponto do domı́nio da função permitirá a identicação dos pontos em que a função é crescente ou decrescente
e, além disso, será possı́vel determinar o ponto em que a função não é crescente ou decrescente, ou seja,
o ponto em que a taxa de variação da função é igual a zero. Como foi visto no capı́tulo anterior, a taxa
de variação de uma função calculada em um ponto do domı́nio da função é a derivada da função neste
ponto. Em relação ao gráfico acima, tem-se:
df (x) d (x2 )
= , (7.1)
dx dx
= 2x.
71
72 CAPÍTULO 7. APLICAÇÕES DE DERIVADA DE UMA FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
Observe que:
Observe que f 0 (x) = 3x2 + 6x = 3x · (x + 2) e o estudo do sinal desta função é representado pelo esquema
dado a seguir:
Figura 7.3: Observe que a função possui dois pontos crı́ticos, {−2, 0}
ao f 0 (x) = 0, ou seja, a função f (x) possui dois pontos crı́ticos, {0, −2}.
– x = 0 ou x = −2, ent~
Exercı́cios: Determine os pontos crı́ticos e os intervalos em que a função dada é crescente ou decrescente.
– f (x) = x2 + 3x + 2
73
– f (x) = x3 + 3x2 + x − 1
– f (x) = x3 + 3x2 + 3x + 1
– f (x) = x2 + 3x + 2
– f (x) = x3 + 3x2 + x − 1
– f (x) = x3 + 3x2 + 3x + 1
• Assı́ntotas:
1
Observe o gráfico da função f (x) = x dado a seguir:
74 CAPÍTULO 7. APLICAÇÕES DE DERIVADA DE UMA FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
– Assı́ntotas verticais
Uma reta de equação x=a é uma Assı́ntota vertical do gráfico de uma função f, se algum dos limites
limx→a± f (x) = ±∞ se verifica.
Quando o valor de x se aproxima de a, o valor da função tende para o infinito. Como o valor da
função aumenta ou diminui, a curva tende para o infinito na direção do eixo Oy do referencial, mas
nunca alcança o valor a pois x aproxima-se de a mas nunca o alcança.
Portanto, x=a é uma assı́ntota vertical da função, pois a curva da função aproxima-se da reta
verticalmente. Para a função f (x) = 1/x tem-se:
– Assı́ntotas horizontais
Uma reta de equação y=b é uma Assı́ntota horizontal do gráfico de uma função f, se algum dos
limites limx→±∞ f (x) = b se verifica. Para a função f (x) = 1/x tem-se:
– Assı́ntotas oblı́quas
Uma reta de equação y=mx+b é uma Assı́ntota oblı́qua do gráfico de uma função f, se algum dos
limites limx→±∞ (f (x)−(mx+b)) = 0 se verifica. Uma forma de determinar o declive de uma possı́vel
assı́ntota oblı́qua consiste em calcular os limites limx→±∞ f 0 (x). Para que haja uma Assı́ntota oblı́qua
75
n(x)
em uma função racional d(x) , o grau do numerador tem que ser superior ao grau do denominador
em uma (1) unidade, ou seja, gr(n(x)) − gr(d(x)) = 1
– Ponto de inflexão é o ponto do domı́nio em que a concavidade é alterada de para cima para baixo ou
vice-versa:f 00 (x) = 0.
Por exemplo, na função f (x) = x3 + 3x2 e no seu respectivo gráfico, pode-se classificar a concavidade da
curva (para cima ou para baixo) e identificar o ponto, ou os pontos de inflexão. Determinando os pontos
de inflexão:
6x + 6 > 0
x > −1
1. Determinar os zeros da função, i.e, determinar o conjunto solução para x tal que f (x) = 0;
2. Determinar os pontos de mı́nimo e máximo, i.e, determinar o conjunto solução para x tal que f 0 (x) =
0;
3. Determinar os intervalos Ik (Ik ∈ domı́nio) em que a função é crescente (f 0 (x) > 0) ou decrescente
(f 0 (x) < 0);
4. Determinar os pontos de inflexão, i.e, determinar o conjunto solução para x tal quef 00 (x) = 0;
5. Determinar as assı́ntotas;
Exercı́cios:
– f (x) = x2 + 3x + 2
– f (x) = x3 + 3x2 + x − 1
– f (x) = x3 + 3x2 + 3x + 1
– f (x) = x + sen(x);
x
– f (x) = 1−x2 , x ∈ [−2, 2];
– f (x) = 3x2 + 6x + 7
– f (x) = sinh(x)
– f (x) = 2x
– f (x) = xex
1
– f (x) = x + x
dm(t)
2. O decaimento de um material radioativo, por exemplo o Radium, é descrito pela equação dt =
K.m(t), onde m(t) é a massa e K uma constante. Determine a constante de crescimento do Radium
sabendo que a meia-vida deste elemento é de 1.590 anos.
3. Uma caixa sem tampa, de base quadrada, deve ser construı́da de forma que seu volume seja 2.500 m3 .
O material da base vai custar R$1.200,00 por m2 e o material dos lados R$980,00 por m2 . Encontre
as dimensões da caixa de modo que o custo do material seja mı́nimo.
4. Uma rede elétrica ligará uma subestação, situada na margem de um rio de 400 metros de largura a
um conjunto habitacional situado na outra margem do rio, a 3.000 metros abaixo da subestação. O
custo da obra através do rio é de R$240,00 por metro, enquanto, em terra, custa R$600,00. Qual é
a forma mais econômica de se instalar a rede elétrica?
5. Em uma população obteve-se uma estimativa de sua evolução, descrita pela equação p(t) = 20 −
5/(t + 1), em que t é o tempo em meses. Determine a taxa de variação da população em t=18 meses.
6. Uma usina de britagem produz pó de pedra, que ao ser depositado no solo forma uma pilha cônica
de altura igual a 4/3 do raio da base.
– Se o raio da base varia a uma taxa de 20 cm/s, qual é a razão de variação do volume quando o
raio mede 2 metros?
7. Um tanque tem a forma de um cilindro circular de reto tem 5 m de raio, e 10 m de altura. No tempo
t = 0 segundo, água começa a fluir no tanque á razão de 25 m3 /h. Com que velocidade o nı́vel de
água sobe? Quanto tempo levará para o tanque ficar completamente cheio?
8.
78 CAPÍTULO 7. APLICAÇÕES DE DERIVADA DE UMA FUNÇÃO DE UMA VARIÁVEL REAL
Capı́tulo 8
Integral
• Primeiras noções:
Considere uma função qualquer bem definida e contı́nua em um intervalo I = [a, b], em que I ⊆ <,
representada pelo gráfico a seguir:
que pode ser vista geometricamente como mostrado na figura dada a seguir:
79
80 CAPÍTULO 8. INTEGRAL
g(x) · dx = df (x),
Observe que a área em vermelho, dada por g(x) · ∆X, e a área em azul, são, respectivamente, g(x) · dx
e zero quando ∆x → 0. Desta forma, pode-se concluir que ao integrar uma função se está calculando a
área desta função. Sendo assim, pode-se fatiar o gráfico acima em um número N de intervalos e calcular
a área de cada intervalo e, em seguida, somar a área de todos eles, o que resultará na área total da figura
e também no resultado da integral da função g(x) no intervalo I, dado por f (b) − f (a). O intervalo de
integração é dado por (a − b) e o tamanho de cada intervalo é ∆x = (a − b)/N , assim a área de cada
intervalo pode ser calculada como:
N
X −1
A(1) + A(2) + A(3) + . . . + A(i) . . . + A(N ) = A(i) = f (b) − f (a), (8.5)
i=0
R
pois A(i) ≡ df (x), vide equação (8.3). Assim, pode-se propor que f (x) = g(x) · dx.
Uma outra forma de interpretar e calcular a integral de uma função consiste em começar a partir da
derivação de uma função denominada primitiva, por exemplo: seja f (x) = x2 a função primitiva e g(x) =
f 0 (x) = 2 · x a derivada associada à função primitiva. A integral de g(x) em x resulta em f (x) +
constante = x2 + constante. Em vista disso, para que se possa integrar uma função, deve-se saber
derivar uma função.
Exemplos:
x3 x3
(x2 ) · dx =
R
– 3 + c, em que c é uma constante; observe que a derivada de 3 + c , ou seja,
3
d ( x3 +c)
dx = x2
R
– (cos(x)) · dx = sen(x) + c, em que c é uma constante;; observe que a derivada de (sen(x) + c) ,
d sen(x)+c
ou seja, dx = cos(x)
• Propriedades:
Sejam f, g : I → < em que I ⊆ < e k uma constante, então:
(f (x) ± g(x)) · dx = H(x) + c, desde que H 0 (x) = (F (x) ± G(x) + c)0 = F 0 (x) ± G0 (x) = f (x) ±
R
–
g(x), ent~ao
R R
(f (x)±g(x))·dx = F (x)±G(x)+c = F (x)+c1 ±G(x)+c2 = f (x)·dx±g(x)·dx, onde c = c1 +c2
1. f (x) = 2 · x2
x
2. f (x) = 2 · x3 + 2
3. f (x) = cos(x) + ex
• Transformação de variáveis:
Seja f : I → < em que I ⊆ < tal que a integral da função resulta em uma função primitiva. Contudo,
neste contexto, não é possı́vel identificar qual é a função primitiva F (x) que, após a derivação, resulta
em f (x). Uma forma para resolver o problema consiste em aplicar uma transformação de variáveis que
simplifica a f (x), transformando-a em uma outra função, g(u), em que u ≡ u(x), tal que g : I 0 →
J em que I 0 e J ⊆ < e u : I → I 0 . Em vista disso, tem-e:
em que G(u) é a função primitiva associada à g(u). Por exemplo, considere a função f (x) = x3 , sabemos
x4
pelo procedimento anterior que a respectiva função primitiva é F (x) = 4 + constante. Mas resolvendo
du(x)
usando a transformação de variáveis, pode-se fazer a seguinte transformação: u(x) = x2 tal que dx =
du(x)
2 · x ⇒ x · dx = 2 , assim,
Z Z
f (x) · dx → g(u) · du, (8.8)
Z Z Z
du(x)
x3 · dx = x2 · x · dx → u· ,
2
u2 (x)
Z
x3 · dx → + constante,
4
(x2 )2
Z
x3 · dx → + constante,
4
x4
Z
x3 · dx → + constante.
4
Exercı́cios: Calcule a integral das funções dadas a seguir usando a transformação de variáveis.
1. f (x) = 2 · x4
x
2. f (x) = 2
x2
3. f (x) = 2
1
4. f (x) = x2
6. f (x) = tan(x)