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Exercícios Exemplos Resolvidos Sobre Receitas Públicas - Caso de Impostos (1) - Cópia
Exercícios Exemplos Resolvidos Sobre Receitas Públicas - Caso de Impostos (1) - Cópia
FACULDADE DE ECONOMIA
Finanças Públicas
Considere que as funções de procura e oferta, num mercado competitivo sejam dadas por:
Resposta da alínea a)
1
𝑄𝑐 = 𝑄𝑝 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒 130 − 2𝑃 = −20 + 4𝑃 𝑜𝑏𝑡𝑒𝑛𝑑𝑜 − 𝑠𝑒 𝑃0 = 25
A quantidade de equilíbrio obtém-se substituindo na função procura (ou oferta) o preço inicial:
Adicionando-se 𝑇𝑢=9 à ordenada na origem da função oferta (inversa) obtém-se a nova função
oferta pós-imposto:
Verificou-se então uma redução na quantidade de equilíbrio de 80 para 68 unidades, sendo o novo
preço no consumidor obtido na função procura (inversa) para a nova quantidade:
2
Este Pp pode também ser obtido através da substituição directa de 68 unidades na nova função
oferta inversa.
A receita fiscal (RF) será então o montante do imposto unitário vezes a nova quantidade de
equilíbrio.
𝑅𝑇 = 𝑇𝑢 ∗ 𝑄𝑡 = (𝑃𝑐 − 𝑃𝑝) ∗ 𝑄𝑡, 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒𝑒 𝑠𝑒 𝑜𝑏𝑡é𝑚 𝑅𝑇 = (31 − 22) ∗ 68 = 612
Visto que o preço inicial era de $25 e o novo preço para o consumidor é de $31 e para o produtor
$22, facilmente se verifica que das $9 por unidade do bem os consumidores suportam $6 (31-25)
e os produtores suportam $3 (25-22). Em termos globais a incidência económica nos consumidores
é dada por 𝐼𝐶:
𝐼𝑐 = (𝑃𝑐 − 𝑃0) ∗ 𝑄𝑡 = 6 ∗ 68 = 408
A incidência económica nos produtores é dada por 𝐼𝑝:
𝐼𝑝 = (𝑃0 − 𝑃𝑝) ∗ 𝑄𝑡 = 3 ∗ 68 = 204
Verifica-se então que a incidência é duas vezes maior nos consumidores do que nos produtores, e
isso deve-se às elasticidades da procura (𝜀𝑐) e da oferta (𝜀𝑝). De facto, a elasticidade da procura
no ponto de equilíbrio inicial é dada por:
25 5
𝜀𝑐 = (−2) ∗ =−
80 8
Por outro lado, a elasticidade da oferta no ponto de equilíbrio inicial é dado por:
25 5
𝜀𝑝 = (4) ∗ =
80 4
𝐼𝑐 𝜀𝑝
Pelo que se verifica que 𝐼𝑝 = ou seja, o rácio da incidência económica nos consumidores e nos
𝜀𝑐
produtores é igual ao rácio das elasticidades da oferta e da procura em módulo. Verifica-se então
que o imposto recaí efetivamente sobre quem tem a função mais rígida.
Resposta da alínea b)
O imposto gera, pois, uma ineficiência, que pode ser medida pela carga excedentária (CE) do
imposto, isto é, a diferença entre, por um lado, o valor da redução dos excedentes do consumidor
e produtor e, por outro a receita fiscal. Essa diferença pode ser aproximada como se segue:
1 1
𝐶𝐸 = (𝑃𝑐 − 𝑃𝑝) ∗ (𝑄0 − 𝑄𝑡) ∗ , 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑡é𝑚 − 𝑠𝑒 𝐶𝐸 = 9 ∗ (80 − 68) ∗ = 54
2 2
Trata-se de um valor aproximado da carga excedentária (ineficiência do imposto), pois dever-se-
ia ter usado a nova quantidade na função da procura compensada (Qt na procura “hicksiana”) e
não na função procura “normal”(Qt na procura “marshaliana”). É, contudo, uma boa aproximação
se o efeito-rendimento do imposto for desprezível.
3
EXERCICÍCIO 2 – CASO DE IMPOSTO UNITÁRIO E AD VALOREM EM MERCADOS
MONOPOLISTA
Num mercado monopolista em que opera apenas uma empresa, o equilíbrio é dado pela condição
de maximização de lucro para a empresa. Seja RT a receita total e CT o custo total, RMg a receita
marginal e CM o custo marginal. Note-se que a função procura inversa P=P(Q) expressa a receita
média da empresa (RMe). Tem-se pois que a receita total é dada por:
𝑅𝑇 = 𝑅𝑀𝑒 ∗ 𝑄, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑅𝑇 = 𝑃(𝑄) ∗ 𝑄
ə𝑅𝑇
A receita marginal é dada por 𝑅𝑀𝑔 = ə𝑄
ə𝐶𝑇
Do mesmo modo o custo marginal é dado por: 𝐶𝑀𝑔 =
ə𝑄
𝑅𝑀𝑔𝐿 = 𝐶𝑀𝑔
No caso de um imposto “ad valorem” em mercado monopolista (ou concorrencial) o preço para o
consumidor é o preço para o produtor majorado do imposto, sendo este dado pelo produto da taxa
“ad valorem” pelo preço no produtor. Assim:
𝑃𝑝
𝑃𝑝(1 + 𝑇𝑎𝑣) = 𝑃𝑐 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑃𝑝 = 1+𝑇𝑎𝑣 ; Neste caso a receita total líquida de
𝑃
imposto será dada por: 𝑅𝑇𝐿 = 𝑅𝑀𝑒𝐿 ∗ 𝑄 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑠𝑒 𝑜𝑏𝑡é𝑚 𝑅𝑇𝐿 = 1+𝑡𝑎𝑣 ∗ 𝑄
EXEMPLO:
Considere uma empresa monopolista cuja a função custo total é dado pela expressão:
𝑄3 7𝑄 2
𝐶𝑇 = − + 15𝑄 + 5 e defronta uma procura (inversa) relativamente ao seu produto dada
3 2
7
pela expressão: 𝑃 = 31 − 2 𝑄
4
d) Com uma licença de exploração de $10.
Resposta da alínea a)
O equilíbrio inicial do monopolista é dada pela igualdade entre o custo e receita marginais
ə𝐶𝑇
𝐶𝑀𝑔 = = 𝑄 2 − 7𝑄 + 15
ə𝑄
7
A receita total é dada por 𝑅𝑇 = 𝑃 ∗ 𝑄 = 31𝑄 − 2 𝑄 2 , pelo que a receita marginal é dada por:
ə𝑅𝑇
𝑅𝑀𝑔 = = 31 − 7𝑄
ə𝑄
Resposta da alínea b)
Com um imposto unitário de $7, a receita marginal para esse montante decrescerá nesse montante:
𝑅𝑀𝑔𝐿 = 𝑅𝑀𝑔 − 𝑇𝑢 = 31 − 7𝑄 − 7 = 24 − 7𝑄 , pelo que o equilíbrio sera dado por:
𝑅𝑀𝑔𝐿 = 𝐶𝑀𝑔 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒 24 − 7𝑄 = 𝑄 2 − 7𝑄 + 15, 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎 𝑄 2 = 9, 𝑜𝑢 𝑄 = 3 𝑜𝑢 𝑄
= −3
A solução com sentido económico é Q=3 substituindo encontramos o preço para o consumidor:
7
𝑃 = 31 − ∗ 3 = 20.5
2
O preço para o monopolista liquido do imposto será então:
𝑃 = 20,5 − 𝑇𝑢 = 20.5 − 7 = 13.5
Resposta para alínea c)
Com um imposto ad valorem de 51,85%, uma forma de resolver este exercício seria calcular o
preço liquido para o monopolista:
7
𝑃𝑐 31 − 2 𝑄
𝑃𝑝(1 + 𝑇𝑎𝑣) = 𝑃𝑐 𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎 𝑃𝑝 = =
1 + 𝑡𝑎𝑣 1 + 0.5185
5
Resolvendo temos que Pp=20.41488-2.304906Q e a partir daqui, determinar a receita total e
marginal e igualar esta ao custo marginal e obter a nova quantidade.
Note-se contudo, que a taxa escolhida é T=0.5185 é aproximadamente igual ao rácio entre o preço
para o consumidor (P=20.5) e o preço liquido para o monopolista com imposto unitário da alínea
anterior (P=13.5). Isto significa que a quantidade de equilíbrio e os preços para o consumidor e o
monopolista serão os mesmos da alínea anterior.
Resposta da alínea d)
Uma licença de exploração funciona como um imposto lump-sum não alterando pois, as condições
marginais de funcionamento do monopolista, pelo que o equilíbrio será o mesmo da alínea a).