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Alberto Manguel

Gianni Guadalupi

Tradução de
Carlos Vaz Marques
e Ana Falcão Bastos

coordenador da colecção
carlos vaz marques

L I S B O A
tinta -da -china
M M X I I I
Projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia.
A informação contida nesta publicação vincula exclusivamente o autor, não
sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Programa «Cultura»

© 2013, Edições tinta-da-china, Lda.


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1500-461 Lisboa
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www.tintadachina.pt

Título original: The Dictionary of Imaginary Places


© Alberto Manguel
c/o Guillermo Schavelzon & Asoc., Agencia Literaria
info@schavelzon.com

Título: Dicionário de Lugares Imaginários


Autores: Alberto Manguel e Gianni Guadalupi
Ilustrações: Graham Greenfield e Eric Beddows
Mapas: James Cook
Coordenador da colecção: Carlos Vaz Marques
Tradução: Carlos Vaz Marques e Ana Falcão Bastos
Revisão: Tinta-da-china
Composição: Tinta-da-china
Capa: Vera Tavares

1.ª edição: Agosto de 2013


ISBN 978-989-671-190-0
Depósito Legal: n.º 366 276/13
índice

Prefácio à edição portuguesa


xi
Prefácio à primeira edição
xxxiii
Nota dos autores à edição revista
xxxvii
Agradecimentos
xxxix

DICIONÁRIO DE
LUGARES I MAGINÁRI OS
3
Índice de autores
983
Notas biográficas
997
Para a Alessia, a Alice Emily, a Giulia,
a Rachel Claire e o Rupert Tobias
Que mares que litorais que rochas cinzentas e que ilhas
Prefácio
à edição portuguesa

Os casos vi, que os rudos marinheiros,/Que têm por mestra a longa expe-
riência,/Contam por certos sempre e verdadeiros,/Julgando as cousas só
pola aparência,/E que os que têm juízos mais inteiros,/Que só por puro
engenho e por ciência/Vêem do mundo os segredos escondidos,/Julgam por
falsos ou mal entendidos.
Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas, Canto V

Feliz o país que não tem geografia.


Saki (H. H. Munro), The Unbearable Bassington

A perda do desconhecido

Graças ao Google Earth, hoje em dia é possível ver nos nossos ecrãs
todos os pormenores deste planeta. Não só o grande globo azul
que os satélites nos permitiram observar do espaço, confirmando a
intuição de Éluard de que «la terre est bleue comme une orange»; não só
as indolentes massas continentais em movimento, cuja velocidade
é demasiado lenta para a vista humana; não só os rios e as cordilhei-
ras que os cruzam, criando padrões semelhantes a veias. Agora, a
tecnologia permite-nos ver florestas e vales, cidades e aldeias, quar-
teirões de casas e quintais. Do outro lado do mundo, quase pode-
mos espreitar para a sala de alguém em Tombuctu ou espiar uma
reunião de família em Tonga. Tornámos impossível zarpar rumo
ao desconhecido, a não ser sob vigilância humana. Anulámos
a privacidade.
Até ao século passado, ainda era possível imaginar a terra incog-
nita em algumas regiões dispersas do mundo. Quando eu era
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pequeno, o globo que se encontrava em cima da minha secretá-
ria tinha manchas cor-de-rosa disseminadas que significavam que
ali existiam lugares aparentemente nunca observados por olhos
humanos e que me pareciam muito mais atraentes do que os paí-
ses delimitados por traços e pontos, com os nomes em caracteres
destacados, com as suas fronteiras políticas severamente assinala-
das com maiúsculas. Em vez de admitir o pressuposto de que este
quadrilátero era a Roménia e aquele ponto final Bucareste, preferia
inventar para as manchas cor-de-rosa vazias uma geografia que eu
próprio concebera, com nomes mais misteriosos do que Tanganica
e mais sedutores do que Titicaca. Quando, poucos anos mais tarde,
as novas tecnologias me privaram daquela liberdade, mesmo os
escassos lugares anónimos que restavam se tornaram conhecidos
e catalogados para sempre. A minha exploração do mundo cessou,
excepto no território seguro dos Guides Bleues.

A invenção do mundo

Mas ainda havia a cartografia da imaginação. A nossa geografia


imaginária é infinitamente mais vasta do que a do mundo mate-
rial. Esta observação, por muito banal que seja, permite-nos detec-
tar a generosidade imensa de uma função humana vital: a de dar
vida ao que não pode reclamar presença no mundo do volume e
do peso. Como os habitantes angélicos cujas hierarquias os nos-
sos antepassados debatiam, como o unicórnio e a manticora, como
os conceitos de democracia perfeita e de boa vontade para com
todos os homens, os lugares imaginários da mente não carecem
de materialidade para existir na consciência. A Utopia e o País das
Maravilhas, o Castelo de Kaf ka e o Reino do Eldorado estão sem-
pre presentes, embora nenhum atlas oficial mostre a sua verdadeira
localização. «Não está registado em nenhum mapa. Os lugares ver-
dadeiros nunca o estão», escreveu Herman Melville depois de ver
tantos lugares do mundo a que chamamos real.
É seguindo as geografias imaginárias que construímos o nosso
mundo: o resto é apenas confirmação. Antes de ver os seres do
Novo Mundo, Cristóvão Colombo já sabia o que iria encontrar,
xii
pois lera Aristóteles e Plínio e os bestiários medievais por eles ins-
pirados, de modo que ao ver, na sua terceira viagem, ao largo da
costa da Guiné, os manatins semelhantes a focas, registou no seu
diário com uma pontinha de desapontamento: «Hoje vimos três
sereias aproximarem-se do costado da embarcação, mas não tão
belas como as descrevem.» Antes de ver o Novo Mundo, Colombo
já dispunha de um vocabulário para designar os seus prodígios.
Como no caso de qualquer língua, uma construção imaginária
como a Atlântida precede sempre, para o bem ou para o mal, os
vocabulários geográficos e arquitectónicos. Talvez alberguemos no
nosso íntimo um antigo desejo de migração e colonização, de gru-
tas pintadas e copas de árvores protegidas, a partir do qual dese-
nhamos as representações cartográficas. E, quer se tornem ou não
edifícios sólidos, esses mapas exigem, antes que se dê o primeiro
passo ou que se aviste o primeiro horizonte, uma ideia preconce-
bida do espaço, do tempo e da viagem.
A diferença entre o Eldorado e os lugares angustiados de Kaf ka
consiste no facto de os historiadores terem decidido que o primeiro
correspondia aos tijolos tangíveis de Lima ou de Potosí, enquanto
aos segundos não foi permitido atravessar as fronteiras da página
impressa, embora ambos os mundos tivessem nascido como
sonhos. Não foi preciso construir o Castelo de Kaf ka de madeira
e pedra para que ele se alicerçasse firmemente no nosso universo;
outros, como os palácios venezianos edificados na água, exigiram
pedreiros de carne e osso. Em ambos os casos, a existência na ima-
ginação teve de preceder a existência no mundo. As coisas não
imaginadas carecem de existência, como aqueles montículos fune-
rários turcos visíveis mas não vistos, até Schliemann imaginar que
se tratava das ruínas de Tróia, ou aqueles muros degradados que só
adquirem vida depois de terem sido cobertos de graffiti. A imagina-
ção salva a realidade do reino inefável dos fantasmas.

Imaginário e não -real

Tal como no caso do País das Maravilhas ou da Abadia de Thélème,


nem todos os reinos imaginários se consubstanciam em realidade.
xiii
A nação-fortaleza da Atlântida, a Ilha Misteriosa, a comunidade dis-
tante de Utopia e a Cidade das Esmeraldas de Oz são lugares que
visitamos em pensamento mas não na realidade, embora sejam
necessários para aquilo a que chamamos a condição humana.
Estes lugares, que dependem daquilo que São Paulo designou por
«a comprovação das coisas não vistas», constituem os alicerces da
nossa crença na tangibilidade do mundo. A fé, religiosa ou poé-
tica, necessita de locais de residência, de habitações em Cockaigne
ou no Além. E, para alcançar esses domínios, embora inexistentes,
temos de viajar. Embora não houvesse uma estrada conhecida até
ao Jardim do Éden, o autor do Génesis achou necessário especifi-
car que os querubins que o guardavam estavam situados a leste, e
que a leste ficava a Terra de Nod, para onde Caim seria mais tarde
expulso. Os mapas, por mais rudimentares que sejam, sugerem
implicitamente uma viagem.
É muito antiga a necessidade de inventar países e depois dizer
como o autor os encontrou. Escrita em meados do terceiro milénio
a.C., a Epopeia de Gilgamesh (ou pelo menos a sua segunda metade)
é a crónica da viagem de um rei ao Reino dos Mortos. A Odisseia,
composta no século viii a.C., é o relato de uma corrida de obstá-
culos que alcança, decorridos muitos anos, a meta ansiada. A His-
tória Verdadeira, de Luciano de Samósata, escrita no século i a.C., é
divertida, mas menos convincente como diário de viagem; ao des-
crever a sua expedição à Lua e à Ilha dos Abençoados, o objectivo
do autor não é, na realidade, fazer uma crónica, mas ridicularizar a
sociedade em que vivia, apresentando-a num espelho deformante.
As viagens de Simbad, pela primeira vez registadas por escrito no
século xiv, mas sem dúvida muito mais antigas, levam o herói até
paragens mágicas onde existem riquezas incalculáveis e seres pro-
digiosos e ameaçadores. No século xvi, o sábio Wu Ch’eng En con-
tou a história de como o Rei Macaco viajou para Ocidente com os
seus bravos companheiros para servir o Buda numa Índia feita de
sonhos mágicos.
Muitas das viagens mais antigas são demandas do impossível.
No século iii a.C., o feiticeiro Xu Fu foi enviado pelo imperador
Ming Qin Shi Huang em busca do elixir da imortalidade, desta vez
para si próprio. Xu Fu viajou até à mítica Montanha de Penglai e,
xiv
ao regressar, explicou que nas encostas da montanha cresciam as
ervas das quais se fazia o elixir, mas que um dragão as guardava
com uma determinação insone. No entanto, seria possível obter
o elixir se o imperador enviasse três mil rapazes e raparigas vir-
gens. O imperador assim fez, mas um gigantesco monstro marinho
interceptou a expedição de Xu Fu. Enviou-se uma terceira expedi-
ção, havendo desta vez a precaução de juntar uma equipa de archei-
ros à armada. Xu Fu nunca regressou desta última viagem.

Caim e Abel

Quer nos desloquemos verdadeiramente ou em imaginação, quer


partamos para o mundo com a mente e o coração de um peregrino
ou confiemos na pretensão de a biblioteca (nas palavras de Borges) ser
outro nome do Universo, somos animais migratórios. Estamos con-
denados a deambular. Algo nos atrai para o outro lado do jardim, da
rua, do rio, da montanha – como se o que temos aqui fosse apenas a
causa (ou consequência) do que está além, e ainda mais além. Todos
temos na testa o sinal com que Deus, no Livro do Génesis, marcou
Caim por ter assassinado Abel, uma marca que o condenou não tanto
como pária, mas antes a tornar-se nómada, como o irmão. Abel era
pastor, deslocava-se com os rebanhos de uma pastagem para outra, ao
sabor das estações; Caim era agricultor e vivia no imobilismo, como
o seu trigo e o seu centeio. Podemos perguntar se foi por esse motivo
que Deus preferiu a oferenda de Abel, o errante – por ela ser fruto das
suas viagens –, à do sedentário Caim, enraizado no solo. Talvez Deus
não goste que ganhemos raízes.
Tal como Caim, sentimo-nos obrigados a partir à aventura, a
encarar cada paragem não como um objectivo em si, mas como
um novo ponto de partida, como um posto de observação onde nos
podemos preparar para ir conhecer o novo espaço que fica quase
ao nosso alcance, próximo do horizonte, no futuro, perguntando-
-nos o que poderá acontecer se atravessarmos a linha que separa
o mar do céu, nesse lugar aparentemente inconcebível onde cada
um de nós dará por si modificado e verificará que a paisagem tam-
bém mudou.
xv
Dicionário
de Lugares
Imaginários
Nota de edição: no final de cada entrada, indica-se entre parêntesis rectos a tradução
publicada em Portugal, sempre que exista. Em alguns casos, foi possível e desejável uti-
lizar o vocabulário dessas traduções, também para conveniência dos leitores com elas
familiarizados. Foram os casos de:

· A Ilha do Tesouro (trad. Ricardo Alberty, Verbo);


· a saga Nárnia (trad. Ana Falcão Bastos, Presença);
· a saga Senhor dos Anéis (trad. Fernanda Pinto Rodrigues, Europa-América);
· a saga Terramar (trad. Carlos Grifo Babo, Presença);
· Alice no País das Maravilhas (trad. Margarida Vale de Gato, Relógio d’Água);
· As Cidades Invisíveis (trad. José Colaço Barreiros, Teorema);
· Feiticeiro de Oz (trad. Margarida Periquito, Relógio d’Água);
· Ficções (trad. José Colaço Barreiros, Teorema);
· Harry Potter e a Pedra Filosofal (trad. Isabel Fraga, Presença);
· Harum e o Mar de Histórias (trad. José Vieira de Lima, Dom Quixote);
· O Deserto dos Tártaros (trad. Margarida Periquito, Cavalo de Ferro);
· Orlando Furioso (trad. Margarida Periquito, Cavalo de Ferro).
a

ABADIA, A (por vezes designada como nível erguia-se outra construção, que não
ABADIA DA ROSA, embora este nome era tanto uma torre mas mais uma segunda
tenha surgido bastante mais tarde), ruí- igreja, sólida, encimada por um telhado
nas de uma enorme abadia italiana situada inclinado e perfurada por janelas austeras.
no cimo de uma cordilheira, sobre duas Duas colunas sem ornamentos flanquea-
pequenas aldeias agora abandonadas. vam uma entrada, à primeira vista aberta
A abadia foi destruída por um fogo em 1327 como um simples arco; contudo, a partir
e, de uma construção outrora imponente, dele, duas canhoneiras encimadas por múl-
só restam ruínas dispersas. A hera cobre tiplos arcos conduziam o olhar, como que
pedaços de muros, de colunas, e as pou- no interior do coração de um abismo, em
cas arquitraves que ainda se mantêm intac- direcção a uma porta. A própria entrada era
tas; as ervas daninhas invadiram o terreno coroada por um grande tímpano, supor-
por todo o lado, obscurecendo os lugares tado por duas cornijas e por um pilar cen-
onde em tempos cresceram legumes e flo- tral cinzelado que dividia a entrada em duas
res. Apenas a zona do cemitério se mantém aberturas com portas de carvalho reforça-
reconhecível, já que algumas campas ainda das a metal. A pedra interior esculpida pro-
se erguem acima do nível do solo. Da porta porcionava uma visão inesquecível de um
da igreja há apenas alguns traços, corroí- trono celeste e de uma figura sentada nesse
dos pelo bolor, mas metade do tímpano trono. O  rosto do Sentado era austero e
sobreviveu e o viajante ainda pode obser- impassível, os olhos grandes e muito aber-
var, dilatado pelos elementos e amortecido tos; um cabelo e uma barba majestosos
por líquenes, o olho esquerdo de um Cristo envolviam-lhe o rosto e cobriam-lhe o peito
entronizado e vestígios de um focinho de como as águas de um rio, em caudais sime-
leão. tricamente divididos ao meio. A coroa que
Mesmo durante os seus dias de glória, ostentava na cabeça era rica em laca e jóias,
a abadia não era tão imponente como e a túnica púrpura, imperial, ricamente
as de Estrasburgo, Chartres, Bamberg e bordada, caía em largas pregas sobre os
Paris. Assemelhava-se às que foram erigi- joelhos. A  mão esquerda repousava sobre
das em Itália durante os séculos xiii e xiv, um joelho e segurava um livro selado, e a
com uma ligeira inclinação subindo vertigi- direita erguia-se em sinal de bênção ou de
nosamente em direcção aos céus. Tinha a admoestação. Havia quatro criaturas hor-
base solidamente alicerçada na terra e era ríveis dispostas em torno do Sentado: uma
encimada por uma série de parapeitos qua- águia, de asas esticadas e bico aberto; um
drados, como uma fortaleza. Acima desse leão e um boi alados e aureolados, ambos
A BA DI A DO PESA DELO 4

segurando um livro nas patas dianteiras; De entre os tesouros que a biblioteca


e um homem com um ar simultaneamente guardava, o maior de todos era o há muito
belo e bondoso, mas com um ar inexplica- perdido tratado de Aristóteles sobre a
velmente assustado. comédia. Terá sido para preservar o mundo
O Aedificium, primeiro local de recepção do conhecimento dessa obra – que se pen-
dos viajantes antes do incêndio, é agora ape- sava encorajar o esquecimento de Deus –
nas entulho, à excepção da danificada parede que um velho monge terá cometido aqui
sul, que parece aguentar-se e desafiar o curso uma série de assassínios atrozes, culmi-
do tempo. As duas torres exteriores, inspec- nando na destruição da própria abadia.
cionando a falésia, surgem quase intactas, Os viajantes interessados na história da
mas lá dentro o olhar do viajante dirige- abadia são encaminhados para Le Manus-
-se de imediato para o céu aberto por entre crit de Dom Adson de Melk, traduit en français
uma brecha no andar superior, e tudo aquilo d’après l’édition de Dom J. Mabillon, de um
que não é verde por acção do musgo é ainda certo Abbé Vallet (Aux Presses de l’Abbaye
preto devido ao fumo de há séculos. de la Source, Paris, 1842). Há referências adi-
No seu auge, o Aedificium era uma cons- cionais ao original de Adso em Milo Temes-
trução octogonal que a uma certa distância var, On the Use of Mirrors in the Game of
parecia um quadrilátero, a forma perfeita Chess, Tbilisi, 1934.
para exprimir o carácter vigoroso e inex- Umberto Eco, Il nome della rosa [O Nome da
pugnável da Cidade de Deus. Três filas de Rosa], Milão, 1980
janelas proclamavam a trindade no ritmo
do seu alçado, e cada esquina incluía uma
torre heptagonal, com cinco lados visíveis ABADIA DO PESADELO, venerável
do exterior. Cada um destes números sagra- mansão familiar situada numa faixa de terra
dos tinha um subtil significado espiritual: seca entre o mar e os terrenos alagadiços
oito era o número da perfeição; quatro era o nos limites do Lincolnshire, em Inglaterra.
número de Evangelhos; cinco era o número Trata-se, na realidade, de uma abadia acas-
das regiões do mundo; sete era o número telada, num estado altamente pitoresco de
dos dons do Espírito Santo. quase ruína, situada num fosso que a rodeia
O mais admirável de todos os edifícios por todos os lados menos pelo sul.
da abadia era a biblioteca localizada no inte- A Abadia do Pesadelo é a morada de Chris-
rior do Aedificium. Era possível entrar na topher Glowrey. Entre os aspectos arquitec-
biblioteca tanto pelo próprio Aedificium, turais interessantes contam-se as torres: a
cujos portões estavam ciosamente guar- torre sudoeste, arruinada e cheia de corujas;
dados pelo bibliotecário-chefe, como atra- a torre sudeste, utilizada pelo filho de Mr.
vés de uma passagem secreta pelo ossário. Glowrey, autor de um tratado intitulado Gás
A arquitectura da biblioteca, em si mesma, Filosófico: Ou Um Projecto de Iluminação Geral
era labiríntica, cheia de escadas que não da Mente Humana, do qual se venderam ape-
conduziam a lado nenhum e de salas que nas sete exemplares; a torre noroeste, onde
reflectiam outras salas; espelhos, corredo- estão os aposentos de Mr. Glowrey, dá para o
res sem saída e portas falsas ajudavam a fosso e os charcos. Os aposentos dos criados
aumentar a confusão. Disse-se que os arqui- ficam na torre nordeste. O terraço, no canto
tectos anónimos se inspiraram nos planos sudeste, está virado para um troço comprido
da biblioteca de Babel. de costa plana, proporcionando uma vista do
5 A BDA LLES , R EI NO DOS

mar e de uma bonita monotonia de charcos sequer lhe localizarem o mais pequeno
e moinhos de vento. O terraço é conhecido sinal. Certos viajantes, contudo, viram-na
por «jardim», mas as únicas coisas que nele erguendo-se na linha do horizonte, espe-
crescem são hera e ervas anfíbias. O corpo cialmente ao crepúsculo. Enquanto a alguns
principal do edifício divide-se em salões, deles essa visão provocou uma enorme ale-
salas de jantar espaçosas e inúmeros quar- gria, a outros causou uma terrível tristeza
tos. O  filho de Mr. Glowrey construiu um sem causa aparente. O  interior de Abaton
acesso da sua torre para uma série de apo- nunca foi descrito, mas diz-se que as mura-
sentos ocultos. A estrada que conduz à aba- lhas e as torres serão azul-claras ou bran-
dia eleva-se artificialmente acima do nível cas ou, de acordo com outras informações,
dos charcos. A  Abadia do Pesadelo dista 15 de um vermelho ardente. Sir Thomas Bul-
quilómetros da aldeia de Claydyke. finch, que viu os contornos de Abaton ao
Christopher Glowrey, autor de um comen- viajar pela Escócia, de Glasgow para Troon,
tário ao Eclesiastes que demonstra de maneira descreveu as muralhas como «amareladas»
incontestável que tudo não passa de vaidade, e referiu uma música distante, parecida
descreveu a casa como uma casota espaçosa com a de um cravo, vinda de trás dos por-
onde toda a gente leva uma vida de cão. Entre tões; isto, no entanto, parece improvável.
os objectos interessantes que coleccionou, e Sir Thomas Bulfinch, My Heart’s in the
que podem ser vistos na abadia, há uma taça Highlands, Edimburgo, 1892
de ponche feita da caveira de um antepassado
que, num ataque de tædium vitæ, se enforcou
num dia chuvoso. Também é curioso repa- ABDALLES, REINO DOS, vasto país
rar nos criados, pois são escolhidos pelo seu na costa do norte de África, que faz fron-
ar deprimido ou nomes sinistros: o mordomo teira com o Reino dos Anficleocles.
Corvo, o intendente Coruja, o criado Esque- Reza a lenda que o povo deste reino pro-
leto (segundo Mr. Glowrey, este último era de vém e obteve o nome de Abdalles, filho do
origem francesa), os moços de estrebaria Pá deus-sol e de Fiócles, a primeira mulher.
e Tumba. Um pretenso lacaio de nome Dig- (Fiócles tem fama de ter sido concebida
gory Caveira foi despedido devido ao seu ar quando um raio de Sol atingiu uma ser-
prazenteiro, mas não antes de ter seduzido pente, e de ter sido criada por uma raposa
todas as criadas, deixando uma prole de jo- depois da morte da serpente. Fiócles tam-
vens caveiras na Abadia. bém teve relações com Tumpigand e Hor-
A Abadia do Pesadelo está assombrada -His-Hon-Pal, irmãos de Abdalles; a sua
pela melancolia negra, que os visitantes se união com este último gerou o primeiro
arriscam a contrair. dos Anficleocles.) Tal como a do seu ante-
Thomas Love Peacock, Nightmare Abbey passado lendário, a pele dos Abdalles é azul.
[A Abadia do Pesadelo], Londres, 1818 Os Abdalles crêem na existência de um ser
universal, Vilkhonis, Pai da Luz, que criou o
mundo.
ABATON (do grego a, não; baino, vou), Muitas das leis e dos costumes dos
cidade de localização variável. Embora não Abdalles podem parecer cruéis a um viajante
seja inacessível, nunca ninguém a alcançou, inexperiente. Numa forma de entreteni-
sabendo-se que os visitantes com destino mento muito popular conhecida como Lak-
a Abaton vagueiam por muitos anos sem -Tro Al Dal, quatro homens nus insultam-se
A BDA LLES , R EI NO DOS 6

mãos-cheias. Pode assistir-se a uma cruel-


dade semelhante na forma de uma tortura
legal chamada Gil-Gan-Gis, hoje em dia
raramente usada. A vítima é açoitada com
chicotes com pontas de ferro, até se encon-
trar à beira do colapso. É depois reanimada
com as mais suculentas carnes, antes de ser
de novo chicoteada. O  processo continua
até à morte. A  flagelação é administrada
por quatro verdugos, cujo chefe, o Goulu-
-Grand-Gak, tem o direito de reclamar para
si a pele da vítima. A  pele dos criminosos
executados é curtida, ao ser demolhada em
urina, e depois vendida a senhoras elegan-
tes, como tecido de grande requinte.
Porém, o mais temido dos castigos é o
Kirmec, uma espécie de lettre de cachet. Con-
siste numa folha de árvore – símbolo da
autoridade do Kirzif ou primeiro-ministro
– que cresce num vaso cercado por uma
vedação de ferro. Só o rei tem a chave dessa
vedação. Quando quer prender alguém por
comportamento impróprio, arranca uma
folha da árvore e aperta-a contra o seu pró-
Chicote com ponta de ferro usado nas torturas prio rosto. A marca do rosto real fica estam-
legais no Reino dos Abdalles.
pada na folha, que é então entregue à vítima
entre si, chegam a vias de facto e são final- do descontentamento do rei. A  vítima é
mente chicoteados por um quinto ele- descida até ao fundo de um enorme poço,
mento, para grande diversão dos especta- conhecido como o Houzail, com comida e
dores. Em seguida, os quatro atiram-se ao bebida suficientes para três dias. De acordo
carrasco e agridem-no até o deixarem às com os viajantes que visitaram o Houzail,
portas da morte. No momento seguinte, o fundo está juncado de caveiras e ossos.
colocam-no num tamborete do qual pen- Na verdade, foram muito poucos os que
dem quatro cordas. Puxando as cordas, pre- chegaram sãos e salvos ao fundo do poço.
sas ao tamborete, fazem com que o carrasco A maioria das vítimas cai do frágil cesto em
seja atirado ao ar e volte a cair, jogo este que que é transportada para a morte.
se prolonga por cerca de uma hora. Depois, Nos rituais de casamento dos Abdalles
o carrasco é lançado por uma janela, para dá-se uma grande importância ao Ab-Soc-
a multidão que se encontra lá em baixo -Cor, representante do noivo. No dia ante-
e que o espanca severamente antes de o rior à boda, este visita a noiva; ao anoitecer,
enterrar até ao pescoço; mantendo-o nessa é fechado com ela num quarto escuro, onde
posição, todos lhe urinam sobre a cabeça. a instrui sobre os deveres sexuais e físicos de
Os outros quatro homens são amarrados a uma esposa e verifica se ela é realmente vir-
um poste e os seus cabelos, arrancados às gem. Ao nascer do sol, vai ter com o noivo,
7 A BDER A

saudando-o com estas palavras: «A criança de enxofre e betume. Descobriram tam-


dorme»; a isto responde o noivo: «Vamos, bém o Caudal do Remédio Universal, um
então, e acordemo-la.» Só nessa altura se líquido dourado que cura todos os males
dirigem ao templo para celebração do casa- e feridas.
mento propriamente dito. Entretanto, o pai de Mocatoa iniciou
Os ritos funerários caracterizam-se por uma perseguição aos brancos de todo
uma grande demonstração de respeito para o reino, e só muitos anos mais tarde se
com o falecido. O  corpo é lavado, vestido convenceu finalmente da inocência da
com as suas melhores roupas e interro- mulher e desceu ao Houzail à procura dela;
gado sobre a razão por que morreu. Não nunca mais ninguém ouviu falar dele. Um
havendo resposta, é colocado de pé no Tou- amante da sua segunda mulher tomou o
-Kam-Bouk, um caixão alto e fundo, e são-lhe poder e iniciou de imediato um massacre
entregues agulha e linha para que remende dos apoiantes da dinastia legítima. Moca-
a roupa, caso se rasgue. O Tou-Kam-Bouk é toa regressou ao país e a sua pretensão legí-
enchido de ervas aromáticas para preservar tima ao trono foi de imediato reconhecida
o corpo e pendurado no quarto do morto. pelo povo. O reino é agora rico e próspero,
Se o morto é rico, contratam-se Guer-Ma- em grande parte graças aos esforços de
-Ka, mulheres que se embebedam para Lamekis, filho de um alto sacerdote egíp-
entreter o cadáver. cio exilado que encontrou refúgio na gruta
Os Abdalles consideram ofensivo apon- que conduz ao Houzail quando naufragou
tar o dedo. Só o rei e a divindade são indica- junto à costa.
dos com este gesto. Todos os outros objec- Os viajantes notarão que a árvore mais
tos são indicados com um sinal do cotovelo. típica do Reino dos Abdalles é surpreen-
Actualmente, os Abdalles são súbditos dentemente alta, com folhas pontiagudas
do rei Mocatoa – ou Houcais, seu título ofi- e largas. O  seu fruto é do tamanho de um
cial. Ao contrário do resto da população, melão e tão leve que, quando cai, ressalta;
Mocatoa é branco, filho de mãe branca. o seu sumo transparente é embriagante e a
Quando nasceu, o pai convenceu-se de polpa sabe a pão de arroz, assemelhando-se
imediato de que a mãe, Nasildae, lhe fora a farinha quando seca. Por vezes, vêem-se
infiel e decretou um Kirmec contra ela. enormes pássaros carnívoros junto à costa,
Nasildae e Mocatoa foram descidos para fazendo os ninhos em penhascos isolados.
o Houzail, mas sobreviveram à descida e Mesmo os mais jovens são do tamanho de
viveram no fundo do poço durante muitos um touro e capazes de carregar carneiros e
anos. Aí conheceram Lodai, um ministro vacas.
que fora condenado à morte anos antes. Charles Fieux de Mouhy, Lamekis, ou les voya-
Para surpresa deles, descobriram que era ges extraordinaires d’un Egyptien dans la terre
possível viver nas cavernas e que tinham intérieure avec la découverte de l’Isle des Silphides,
acesso à superfície por um túnel que enrichi de notes curieuses, Haia, 1735
conduzia a um dos sopés da montanha.
O  reino subterrâneo que se lhes deparou
era de uma estranha beleza, com caudais ABDER A, cidade trácia muralhada sobre
reluzentes de mercúrio, lagos em chamas o Mar Egeu, famosa pelos curiosos proces-
e rios velozes de um líquido rosado que sos mentais dos seus habitantes. Muitas his-
fluía por entre areia debaixo de montanhas tórias se contaram a respeito do estranho
A BELH A S ATA R EFA DA S , I LH A DA S 8

uso que o povo de Abdera faz da lógica. Por refeição gratuita. Contudo, o peixe no mar
exemplo, quando a cidade foi dividida entre em redor da ilha é muito amável e dará aos
uma parte oriental e uma parte ocidental, visitantes todas as informações necessárias.
a população do ocidente queixou-se de ter Carlo Collodi, Le aventure di Pinocchio [As aven-
perdido «a sua zona oriental», enquanto a turas de Pinóquio], Florença, 1883
da parte oriental lamentou perder «a sua
zona ocidental».
Abdera também é conhecida pelos seus ABENÇOADOS, ILHA DOS, com cerca
enormes cavalos. O  mais belo templo da de 800 quilómetros de comprimento, no
cidade é consagrado a Arion, o cavalo que Oceano Atlântico. Terra de um povo que
Neptuno expulsou do mar com um golpe se veste de cor púrpura com belas teias de
de tridente. As casas, os navios e as colunas aranha. Apesar de não terem corpo, conse-
são decorados com motivos equinos, e os guem mover-se e falar como os seres mor-
estábulos são considerados parte da casa e tais. Têm a aparência de espíritos nus, cada
ornados com frescos. Alguns cavalos, con- um deles coberto por uma teia de aranha
tudo, aspiram a um luxo mais elevado. que lhes dá forma ao corpo.
Uma égua que reclamara espelhos para a A ilha é comprida e plana, governada por
sua estrebaria arrancou-os do quarto do Radamantus, natural de Creta. A capital da
próprio dono à dentada, e depois destruiu ilha, também chamada Abençoada, foi cons-
à patada alguns painéis de que não gostava. truída em ouro com muralhas de esmeralda.
Um incidente famoso na história de Tem sete portas fabricadas a partir de uma
Abdera é a célebre revolta dos cavalos, única peça de canela, e as estradas que atra-
quando os equídeos da cidade, dotados vessam a cidade são de marfim. Há templos
de uma espécie de inteligência aberrante, a todo o tipo de deuses, feitos de berilo e
se sublevaram e a saquearam. Mataram contendo altares elevados de ametista, usa-
homens e mulas, violaram mulheres e só se dos para sacrifícios humanos: não se acon-
renderam quando o herói Hércules veio em selham os visitantes especialmente impres-
socorro dos habitantes de Abdera. sionáveis pela visão de sangue a assistir à
Anónimo, Physiologus Latinus, séc.  iv; Chris- cerimónia. Em torno da cidade corre um rio
toph Martin Wieland, Die Abderiten, Muni- de um perfume requintado, com 15 metros
que, 1774; Leopoldo Lugones, «Los Caballos de profundidade e facilmente navegável, sete
de Abdera», in Las Fuerzas extrañas, Buenos rios de leite e oito de vinho, e há fontes de
Aires, 1906 água, mel e perfume. Os banhos públicos da
cidade são grandes edifícios de cristal, aque-
cidos com canela; as banheiras contêm água
ABELHAS ATAREFADAS, ILHA DAS, e orvalho quente.
no Mar Tirreno, assim chamada porque as Os viajantes não encontrarão na Ilha dos
ruas da sua cidade estão apinhadas de gente Abençoados a escuridão da noite ou a luz do
a correr para cá e para lá, sempre atare- dia a que estão habituados. A ilha está per-
fada. Todos trabalham, ninguém tem um manentemente imersa na penumbra, como
minuto a perder. Não se encontram man- se o sol ainda não tivesse nascido. Aqui é
driões nem vagabundos em parte nenhuma sempre Primavera e só sopra um vento, o
da ilha. Os pedintes são dissuadidos por ofer- zéfiro. O país é rico em todo o tipo de flo-
tas de trabalho e é muito difícil obter uma res e todo o tipo de plantas; as videiras pro-
9 ACA I R E

duzem cachos de uvas 12 vezes por ano; as ACAIRE, floresta vasta em Poictesme
macieiras, as romãzeiras e outras árvores cercada por uma baixa muralha vermelha.
dão frutos 13 vezes por ano, porque no mês Dentro da floresta, o solo eleva-se numa
de Minossa produzem duas vezes. O  trigo montanha com três cumes. Os dois cumes
produz não só feixes já prontos, mas tam- exteriores são densamente arborizados mas
bém belíssimos pães, que crescem nas extre- o do meio, mais baixo, é desprovido de
midades da planta como cogumelos. vegetação. Nele se ergue o Castelo de Bru-
Luciano de Samósata, História Verdadeira, séc. ii nelbois, sobre as águas de um lago perfeita-
mente imóvel que é alimentado por nascen-
tes subterrâneas, não tendo afluentes nem
ABÓBOR AS, ILHAS DAS, arquipélago efluentes. Entra-se no castelo sob dois arcos
no Atlântico Norte assim chamado devido pontiagudos, um pedonal, o outro para
às enormes abóboras que lá cresciam, algu- cavaleiros. Por cima desses arcos há uma
mas com dois metros cúbicos. Os habitantes estátua equestre num nicho, e uma enorme
põem-nas no exterior a secar, retiram-lhes janela decorada com corações e cardos.
a parte de dentro e usam a casca como bar- Brunelbois foi a corte do rei Helmas,
cos, o caule como mastro e as folhas como outrora famoso por ser o monarca mais
velas. Os habitantes são piratas que pilham tolo do mundo. Mas uma profecia previu
as ilhas vizinhas, conhecidos como «piratas que ele se tornaria sábio quando um jovem
das abóboras» pelos seus inimigos, os Nut- feiticeiro lhe levasse uma pena branca dei-
naut (ver Ilha das Nozes), contra quem lan- xada cair na floresta de Acaire pelo pás-
çam a sua esquadra de abóboras gigantes. saro Zhar-Ptitza. O  pássaro, a mais velha
Luciano de Samósata, História Verdadeira, séc. ii e sábia criatura do mundo, na verdade não
é branco; é púrpura, com o pescoço dou-
rado e uma cauda de penas vermelhas e
azuis. Mas Helmas recebeu de facto a pena
branca, das mãos de um antigo guardador
de porcos, Manuel, destinado a governar
Poictesme. A pena era, na verdade, bastante
vulgar, mas Helmas aceitou-a como prove-
niente do lendário pássaro e viu o povo pas-
sar a atribuir-lhe de imediato uma sabedo-
ria infalível. Para comemorar, o primeiro de
Abril foi retirado do calendário.
Anos mais tarde, Helmas desentendeu-
-se com a filha Melusine, e ela fê-lo cair, a
ele e a toda a sua corte, num sono mágico
de que nunca mais despertaram. Os viajan-
tes encontrá-lo-ão no seu trono, nas suas
vestes escarlates, de arminho, ao lado da
rainha Pressina, cuja tez azulada da pele e
o tom verde do cabelo se tornaram óbvios.
Melusine possui sangue imortal mas foi
Embarcação típica das Ilhas das Abóboras.
adequadamente punida pelas suas acções:
ACA SO , I LH A DO 10

todos os domingos, as pernas transformam- acaso conduzirá a um mundo perfeito no


-se-lhe numa cauda de peixe, ficando assim qual todos os animais falarão; preparando-
até segunda-feira. -se para isto, os animais já estão a ser ensi-
Vários monstros interessantes habitam a nados a ler e a escrever por professores que
floresta de Acaire. Contam-se entre eles os usam a linguagem gestual.
bleps negros, os stricofanes de crista, e o calcar Os visitantes vão gostar de participar
cinzento, bem como o eale com os seus cor- num jogo em que diversos dados de oito
nos móveis, o leucrocotta dourado e o taran- faces, com letras de cada um dos lados, são
dus, que absorve a cor que o rodeia. Cada colocados numa caixa, agitados e lançados.
uma destas criaturas é única e, portanto, O  vencedor é o jogador que, por acaso,
extremamente solitária. A  notícia da sua componha o maior número de palavras e
ferocidade foi bastante exagerada por aque- frases. Em 1789, um terramoto fez com que
les que vaguearam pelo interior da floresta. a caixa dos dados caísse: as letras dos dados
James Branch Cabell, Figures of Earth. formaram o discurso de Luís XVI aos Esta-
A  Comedy of Appearances, Nova Iorque, 1921; dos Gerais.
The High Place. A  Comedy of Disenchantment, Abbé Balthazard, L’Isle des Philosophes et Plu-
Nova Iorque, 1923 sieurs Autres, Nouvellement Découvertes, &
remarquables par leur rapports avec la France
actuelle, Chartres, 1790
ACASO, ILHA DO, situada ao largo da
costa dos Estados Unidos, perto da Ilha da
Fortuna. Nela, os terramotos são frequen- ADÃO, PAÍS DE, na selva do Bornéu,
tes. Aqui, tudo parece ser deixado ao acaso, onde os discípulos de Proudhon, Fourier
e todo o tipo de monstros é produzido por e Cabet criaram uma colónia por volta de
uma natureza que ainda parece estar num 1850. Crê-se que a colónia terá um terço
estado infantil de experimentação. Na Ilha da dimensão da França, embora talvez não
do Acaso as pessoas nascem com patas de seja maior do que o próprio Bornéu. A capi-
cavalo em vez de mãos; são consideradas tal é constituída por casas grandes e confor-
tão estúpidas como cavalos e deixadas nos táveis com águas correntes quentes e frias,
campos a pastar. Por outro lado, os cavalos luz eléctrica, aquecimento central e fonó-
nascem com mãos humanas e criaram ofici- grafos (que os pioneiros inventaram antes
nas e lojas. Também conseguem tocar ins- de Edison). As salas são decoradas com
trumentos musicais, tendo-lhes a sorte dado azulejos cor de laranja, o chão é de vidro
os membros que noutros países proporcio- opaco e os tectos são côncavos e revesti-
naram ao homem um estatuto superior. dos de estuque. Cada casa tem uma janela
Há uma floresta na zona meridional da em arco com excelente vista para a rua. Há
ilha habitada por novas espécies de animais um Ministério da Guerra, um Ministério da
cujos corpos são combinações fortuitas de Estética Nacional e um Palácio do Prazer,
órgãos – dois ou oito dedos, uma boca verti- onde decorre a sessão semanal de sexo em
cal, olhos na nuca, tudo de uma forma alea- grupo de todos os cidadãos respeitadores
tória. As espécies animais multiplicam-se da lei.
de forma imprevisível. Em certos anos há Ao chegarem, os pioneiros refugiaram-
excesso de crocodilos, noutros escassez de -se nas montanhas para se protegerem dos
animais domésticos. Crê-se, contudo, que o nativos. Pouco a pouco, foram ganhando
11 A DOR A DOR ES DE CA BR A S , T ER R A DOS

confiança e acabaram por obter ascen- Os Adoradores de Cabras são primiti-


dente sobre toda a população. Dado que o vos e vestem-se com peles de cabra. No
ideal que professavam era o de um Estado entanto, usam lanças com pontas de ferro
social igualitário, suprimiram os oposito- e machados de metal, que sugerem ter
res, de modo a haver apenas uma única estado em contacto com raças mais sofis-
opinião. No País de Adão, o bem-estar indi- ticadas. São afáveis e hospitaleiros, sempre
vidual está subordinado ao bem da nação. dispostos a partilhar com os visitantes a
O Estado decreta o que é agradável ou sua parca dieta de leite, carne seca e queijo.
útil, e todos devem conformar-se com Quando chegam desconhecidos, os chefes
estas leis. A religião do Estado é a Religião de família tiram à sorte com seixos pretos
da Harmonia Natural e, em sua honra, o e brancos. Aqueles que tiram seixos pretos
Ministério da Estética Nacional organiza do toucado do chefe dão aos desconhecidos
um desfile anual de virgens jovens e belas. uma cabra que lhes fornecerá leite e man-
Não há dinheiro, porque o Estado provi- darão as mulheres dormir com eles. Recu-
dencia tudo; porém, nada pode ser com- sar esse favor é um insulto grave e tanto as
prado, vendido ou deitado fora. Os indi- mulheres como os maridos ficarão profun-
víduos considerados ameaças ao Ideal damente ofendidos. Se os visitantes perma-
Nacional são esterilizados. Os criminosos necerem durante um período longo, outras
são enviados para o exército, onde têm a mulheres casadas substituirão as primeiras.
vigiá-los bombardeiros voadores (inventa- A língua dos Adoradores de Cabras é
dos pelos pioneiros em 1860). As crianças áspera e gutural, semelhante ao coaxar
são propriedade do Estado e educadas de das rãs. A felicidade manifesta-se emitindo
acordo com as orientações nacionais. Os gritos e uivos penetrantes e são usados
artistas devem evitar exprimir emoções gritos semelhantes para expressar enco-
pessoais e produzir obras que reflictam rajamento e gratidão. Quando os desco-
o ideal comunitário. O  lema da colónia nhecidos levam as mulheres para as caba-
é: «Conhecimento é Prazer; Produção é nas, os homens reúnem-se no exterior e
Honra; Destruição é Vergonha.» emitem brados de encorajamento e de feli-
Os visitantes são avisados de que as bebi-
das alcoólicas e o tabaco não podem entrar
no país e são confiscados pelas autoridades
alfandegárias.
Paul Adam, Lettres de Malaisir, Paris, 1898

ADORADORES DE CABRAS, TERRA


DOS, vasta planície delimitada por uma
cordilheira de montanhas no sudeste da
Rússia. É  parcialmente coberta de pinhais
e de cabanas primitivas feitas de ramos e
juncos, algumas agrupadas em aldeias rudi-
mentares, outras disseminadas entre os
pinheiros. O  único mobiliário das cabanas Aldeia rudimentar na Terra dos Adoradores
são esteiras de juncos. de Cabras, no sudeste da Rússia.
A DOR M ECI DO , VA LE 12

cidade. Como resposta a uma manifestação com frequência visões bizarras e ouvem
de gratidão, cospem no rosto do seu inter- músicas estranhas.
locutor reconhecido e depois limpam-lhe a Dos inúmeros espíritos que assombram
cara com as barbas. a zona, o principal é o fantasma do cava-
De vez em quando, os Adoradores de leiro sem cabeça, que se diz ser um sol-
Cabras desfilam até à floresta, conduzidos dado hessiano decapitado por uma bala de
por homens armados e seguidos de quatro canhão numa batalha esquecida da Guerra
mulheres que levam ao colo filhos peque- Revolucionária. Os historiadores afirmam
nos. As crianças são coroadas com folhas. que o corpo do cavaleiro jaz numa igreja e
Depois, pintam-lhes os corpos e esventram- que à noite se dirige ao local da batalha à
-nas ritualmente em frente de um grande procura da cabeça perdida, apressando-se a
carneiro, enquanto o povo observa, ajoe- voltar ao túmulo antes de o sol nascer.
lhado com devoção. No final do século xviii, um mestre-
Abbé H.L. Du Laurens, Le Compère Mathieu ou -escola de aldeia parece ter encontrado o
les bigarrures de l’esprit humain, Londres, 1771 cavaleiro. Ichabod Crane – assim se cha-
mava o mestre-escola – apaixonou-se pela
filha do agricultor holandês que vivia no
ADORMECIDO, VALE, aldeola a cerca vale, mas descobriu que tinha um rival
de três quilómetros da pequena vila de famoso pela sua força e audácia. Certa
Greensburg, nas margens do Rio Hud- noite, ao voltar da casa do agricultor, onde
son, assombrada por muitos espíritos. Os estivera a contar histórias (a maioria das his-
habitantes locais chamam a Greensburg tórias do Vale Adormecido é acerca de fan-
Vila da Demora, devido à propensão dos tasmas e duendes), Crane começou a ser
homens para se demoraram na taberna perseguido por um cavaleiro num possante
nos dias de mercado. O Vale Adormecido cavalo negro. O cavalo de Crane entrou em
situa-se no cimo dos montes e é talvez um pânico e precipitou-se para uma ponte perto
dos lugares mais tranquilos do mundo; da aldeia. Ao atravessar a ponte, Crane
os únicos sons que se ouvem são o mur- olhou para trás e viu o fantasma erguer-se
múrio de um riacho, o assobio ocasional nos estribos e preparar-se para lhe lançar a
de uma codorniz e o matraquear de um cabeça. Crane foi atingido pelo míssil voa-
pica-pau. Os habitantes são descendentes dor e caiu por terra. Na manhã seguinte, o
directos dos primeiros colonos holandeses cavalo foi encontrado, mas o mestre-escola
e conhecidos na zona como os Rapazes do nunca mais foi avistado no Vale Adorme-
Vale Adormecido. cido. Nunca se descobriu o corpo dele, e o
A aldeola deve o nome à atmosfera indo- fantasma de Crane assombra agora a escola
lente que a envolve. Há quem diga que em ruínas.
foi enfeitiçada por um médico alemão na Washington Irving, «The Legend of Sleepy
altura da sua criação; outros dizem que era Hollow» [«A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça»],
usada por feiticeiros índios muito antes da in The Sketch Book of Geoffrey Crayon, Gent.,
chegada dos europeus. Seja qual for a razão, Nova Iorque, 1820
a verdade é que os habitantes parecem
enfeitiçados pelo local e viver num sonho
constante. São extremamente supersticio-
sos, propensos a transes e alucinações, têm
A L A LI 22

AKKAMA, FINGISWOLD,
REREK e MESZRIA
Templo de Zeus
mt.
mehisbon
Vale de

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Revarm

Reva
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Pissempsco Real
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A Cor ti
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M E S Z runbalnardale
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darial A
Ilha de
Sestola

Estuário
de Sestola
n

NACUMER A, grande e formosa ilha no jóia há muito tempo, mas nunca conseguiu
Oceano Atlântico, com mais de 1500 quiló- comprá-la nem capturá-la na guerra.
metros de perímetro. É notável pelos seus Sir John Mandeville, Voiage de Sir John Maun-
habitantes, que têm cabeças de cão, adoram devile, Paris, 1357
o boi e, como símbolo de devoção, usam na
testa imagens do sagrado coração de ouro
ou de prata. São pessoas grandes, amantes NADA, ILHA DO, ver Grande Água.
da guerra, que andam vestidas apenas com
tangas e trazem consigo lanças aguçadas e
escudos do tamanho do corpo. Para econo- NADA, TERR A DO, país abaixo de Lon-
mizar, comem os prisioneiros. dres, em Inglaterra, cujos distritos coin-
O rei de Nacumera é muito devoto e cidem com as estações da rede do metro-
reza 300 vezes ao seu deus antes de cada politano. Nem toda a gente pode visitá-lo.
refeição. O único atributo real (sem o qual Alguns sabem da sua viagem por uma estra-
não seria reconhecido como rei) é um nha velha que lhes lê a sina.
enorme rubi, com um pé de comprimento Os visitantes da Terra do Nada são esque-
e cinco dedos de largura, que usa à volta do cidos no seu próprio mundo, a que o povo
pescoço. O  imperador chinês cobiça esta da Terra do Nada chama Acima. É como se
nunca tivessem lá vivido, e tornam-se invi-
síveis e inaudíveis excepto para os habitan-
tes da Terra do Nada. Porém, as paredes
dos edifícios da Terra do Nada conservam
recordações do passado, de modo que os
visitantes que exploram o país podem ser
surpreendidos por imagens dolorosas de
feitos terríveis cometidos em tempos idos.
A  Terra do Nada é iluminada por velas.
A  especialidade local é gato estufado, que
se diz ser muito saboroso.
Quando se visita este país, é boa ideia
contratar os serviços de um guarda-costas
como o famoso marquês de Carabas. Isso
Imagem de boi em ouro, usada na testa
pode fazer-se num dos mercados flutuan-
pelos habitantes de Nacumera. tes, grandes ajuntamentos onde se trocam
NA N CU RU N I R 598

do pessoal e uma sala cheia de vidros parti-


dos, onde o tecto desabou completamente,
para chegar a uma pequena escada de ferro
enferrujada cuja tinta, outrora branca, está
a cair em tiras longas e húmidas. A seguir,
devem transpor a zona pantanosa ao
fundo da escada e passar por uma porta de
madeira meio podre. Encontrar-se-ão assim
na subcave, uma sala enorme onde 120 anos
de detritos hospitalares foram acumula-
dos, abandonados e, por fim, esquecidos.
Foi dela que Mr. Croup e Mr. Vandemar
fizeram a sua casa. As paredes estão muito
húmidas e goteja água do tecto. Coisas
Forno metálico gigante da Terra do Nada.
estranhas esboroam-se aos cantos, algumas
das quais em tempos tiveram vida.
serviços e se estabelece uma trégua geral Neil Gaiman, Neverwhere [Neverwhere – Na
entre inimigos. Os visitantes verão que Terra do Nada], Londres, 1996
as ratazanas são ajudantes úteis, embora
seja aconselhável conhecer a língua delas.
A Terra do Nada é um lugar perigoso. Em NAN CURUNIR, grande vale na vertente
caso de acidente, o melhor é o visitante oeste da extremidade sul das Montanhas
dirigir-se aos monges que dirigem uma Nebulosas da Terra-Média, conhecido por
eficaz unidade de cuidados de saúde sob Vale de Angrenoste antes de o feiticeiro
a estação de metropolitano de Blackfriars. Saruman habitar nele. O vale domina a pla-
É melhor evitar certas zonas da Terra nície de Isen e o Desfiladeiro de Rohan e,
do Nada. Por exemplo, a velha empresa assim, era uma importante posição estra-
dos irmãos Mr. Croup e Mr. Vandemar tégica, e simultaneamente uma posição
(«Obstáculos Eliminados, Maçadas Erra- defensiva natural, pois a sua única abertura
dicadas, Membros Incómodos Retirados e era para sul.
Odontologia Tutelar») tem má reputação. No interior do vale, ergue-se a pode-
A firma ocupa a cave de um hospital vito- rosa fortaleza de Isengard, construída pelos
riano, encerrado devido a cortes no Ser- homens de Gondor e mantida como posto
viço Nacional de Saúde, e é constituída por avançado após o estabelecimento de Rohan
uma série de enfermarias divididas em mais como um reino separado. A  fortaleza era
de cem salas, algumas vazias, outras reple- constituída por uma enorme muralha de
tas de material hospitalar. Numa das salas rocha natural que envolvia uma planície cir-
encontra-se um forno metálico gigantesco, cular de cerca de quilómetro e meio de diâ-
noutra estão as casas de banho e os chuvei- metro com uma grande torre – a Torre de
ros obstruídos e sem água. Os visitantes Orthanc – no centro. A muralha, alta como
dispostos a desafiar os perigos desta secção um penhasco, era conhecida por Anel de
da Terra do Nada devem descer as escadas Isengard. Tinha apenas uma entrada, um
do hospital até onde for possível, atravessar longo túnel escavado na rocha negra do
os duches abandonados, as casas de banho lado sul da muralha. Em cada uma das
599 NA N CU RU N I R

extremidades havia portas de ferro, assen- comunicar através do pensamento. Forjadas


tes de uma maneira tão perfeita nos gonzos em Eldamar pelos elfos, as palantíri foram
de aço que bastava um leve empurrão para utilizadas para proteger o reino de Gon-
as abrir quando não estavam trancadas. No dor e estavam guardadas em vários locais,
interior da muralha, a planície fora outrora por toda a Terra-Média. A  mais impor-
cultivada, e o visitante, quando emergia do tante estava na cidade de Osgiliath, a pri-
túnel, era acolhido por um cenário de erva meira capital de Gondor, e outras em Minas
e árvores de fruto. A maior parte da mura- Tirith e Minas Morgul. Três outras palantíri
lha encontra-se actualmente destruída, encontravam-se guardadas em Annúminas,
mas ainda é possível ver a grande Torre de em Arnor, na Torre de Amon Sûl que em
Orthanc no centro da planície. tempos se erguia nos Montes do Tempo, e
A Torre é feita de rocha negra lisa. Qua- nos Montes da Torre. As palantíri também
tro grandes pilares de rocha parecem ter- permitiam que uma vontade forte se impu-
-se unido num só e elevam-se formando sesse a uma vontade mais fraca, pelo que,
pináculos aguçados. Onde os pináculos quando uma das pedras caiu em poder de
se encontram, 150 metros acima da planí- Sauron, se tornou um perigo para todos.
cie, existe uma plataforma estreita em que Durante a estada de Saruman em Isen-
estão inscritos sinais curiosos. Vinte e sete gard, a natureza e o aspecto da fortaleza
degraus largos de pedra negra conduzem à mudaram consideravelmente. A terra culti-
única entrada da torre. As paredes são dota- vada no interior das muralhas foi substitu-
das de janelas altas e profundas. ída pela indústria. A fortaleza cobriu-se de
Após o longo Inverno de 2758-59 da Ter- metal, pilares de mármore e máquinas, e
ceira Era, Beren, décimo nono mordomo feios montículos tapavam as aberturas das
de Gondor, e o rei Fréaláf de Rohan aco- chaminés que comunicavam com as forjas
lheram Saruman em Isengard, na esperança e oficinas subterrâneas e as cavernas utili-
de que ele fosse capaz de ajudar a recupe- zadas para albergar os exércitos de escravos
rar as suas terras das devastações do Longo de Saruman. Isengard tornou-se a morada
Inverno. Saruman recebeu de Beren as cha- de muitos seres maléficos, designadamente
ves da Torre de Orthanc e instalou-se como os orcs que Saruman enviou para assediar
lugar-tenente do mordomo e guardião da as fronteiras de Gondor e Rohan, e foi nela
Torre. que Saruman conseguiu finalmente criar
Saruman era um dos grandes feiticeiros uma nova raça de seres pérfidos, metade
do Conselho Branco formado para comba- orc, metade homem.
ter Sauron, Senhor Negro de Mordor. No Durante a Guerra do Anel, um exér-
início, era amigo de Rohan, mas foi caindo cito de ents, os grandes pastores das árvo-
pouco a pouco sob a influência de Sauron res de Fangorn, marchou contra Saruman
e do mal que outrora combatera. Aparen- no seu baluarte. Impelia-os uma sede de
temente, a razão pela qual Saruman fora vingança contra os orcs, que tão perversa-
para Isengard era a vontade de se apoderar mente haviam devastado as suas amadas
da pedra de Orthanc, uma das palantíri, ou árvores. Os ents destruíram sem dificul-
Pedras Que Vêem Longe. As pedras, esfe- dade as fortificações de Isengard, bastando
ras negras de cristal que parecem ter um para tal rasgarem a muralha de rocha com
coração de fogo, permitiam aos seus pos- as mãos e desviar o Rio Isen de modo que as
suidores ver coisas a grandes distâncias e águas inundassem as cavernas e as oficinas
NÁ R N I A 600

subterrâneas, fazendo com que se for- bulhante – e, em grande parte do seu curso,
masse um lago em torno do sopé da Torre as margens são íngremes e frequentemente
de Orthanc. Orthanc propriamente dita rochosas. Um afluente que nasce no Ermo
revelou-se indestrutível, resistindo mesmo do Lampião junta-se-lhe no Dique dos Cas-
à força dos ents, que são das criaturas fisi- tores, depois de correr muitos quilómetros
camente mais poderosas da Terra-Média. por um desfiladeiro cavado. O Grande Rio
Saruman e o seu agente Gríma, ou Língua atravessa uma paisagem variada de relva-
de Verme, refugiaram-se na Torre e foram dos, rochas, urzes e bosques, até entrar
depois feitos prisioneiros por Barba de num vale amplo, onde se torna muito
Árvore, chefe dos ents. Furioso e frustrado, menos profundo. Aí se encontra a cidade de
Gríma arremessou as palantíri da torre, não Beruna, com a sua muralha e os seus telha-
se apercebendo do que se tratava. Final- dos vermelhos, junto aos vaus do mesmo
mente, as Pedras Que Vêem Longe caíram nome. Abaixo de Beruna, o Grande Rio
nas mãos de Aragorn, descendente dos reis recebe o Rio Ruidoso e, a seguir, serpenteia
de Gondor e futuro soberano do Reino através de vastas florestas até chegar ao mar
Reunificado. em Cair Paravel, capital de Nárnia. A maior
Depois da vitória, os ents retiraram as parte da costa do país é arborizada, embora
pedras e a maioria dos vestígios da antiga a nordeste a floresta dê rapidamente lugar a
muralha. À  entrada do vale foram planta- uma área ampla de terras pantanosas, com
das duas árvores altas, e a zona foi rodeada inúmeras ilhotas e canais. As grandes mon-
por um bosque plantado pelos ents. Este tanhas a oeste dominam o Ermo do Oeste,
ficou conhecido pelo Bosque da Vigia, e a região de montanhas altas e cordilheiras
sua função era vigiar o prisioneiro Saru- fendidas contra um fundo de picos gelados,
man. Só depois de a Guerra do Anel ter sempre visíveis ao longe.
terminado, Barba de Árvore libertou Saru- O país de Nárnia foi criado – e não fun-
man, com a condição de ele devolver as cha- dado – por Aslam, um grande leão de um
ves da Torre ao rei de Gondor. país para além do fim do mundo (ver País
J.R.R. Tolkien, The Fellowship of the Ring [A de Aslam). Aslam era filho do Grande-
Irmandade do Anel], Londres, 1954; The Two -Imperador-de-Além-Mar, o misterioso e
Towers [As Duas Torres], Londres, 1954; The todo-poderoso senhor de Nárnia. Os pou-
Return of the King [O Regresso do Rei], Londres, cos privilegiados que viram Aslam ficaram
1955; The Silmarillion [O Silmarillion], Londres, impressionados com a sua juba e os seus
1977 olhos, e com a maneira como ele associa
uma sólida força física a uma grande deli-
cadeza e sabedoria. Mas o mais notável
NÁRNIA, país situado entre cadeias de de tudo é a sua voz maravilhosa, por cujo
montanhas (que o separam da Arquelân- canto criou Nárnia, fazendo-a nascer do
dia, a sul), ermos e charnecas (a sua fron- nada. Reza a lenda que o canto da criação
teira norte). A  leste, Nárnia está limitada não tinha letra e quase não tinha melo-
pelo mar; a oeste, por montanhas e penhas- dia, mas que foi o canto mais belo jamais
cos escarpados. O Grande Rio, que corre a ouvido, tendo feito as estrelas, as constela-
todo o comprimento do país, precipita-se ções e os planetas surgir de repente da escu-
por esses penhascos no Lago do Caldeirão – ridão. Enquanto Aslam cantava, o céu negro
um buraco profundo de água agitada e bor- tornou-se cinzento e depois passou de
601 NÁ R N I A

s Selvagens do N
o Lam
pião
rra or
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Te
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E
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Castelo de
Miraz
Dique dos
Castores

Grande Rio

Nárnia
Beruna
M
Monte
a
de Aslam

r
galma
doso

Cair Paravel
Rio Rui

Espelho d’Água

terebíntia
Relvado das Danças

Toca de Buscatrufas

Casa do Urso
Barrigudo

mt. pire passagem


para Nárnia
Anvard

Arquelândia pi co da de
te mp es ta

Rio Flecha
Sinuosa
eito
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Oásis
serto
De
o
deir

NÁRNIA
la
desfi

E TERRAS ADJACENTES
Túmulos
Rock
Tashbaan
NÁ R N I A 602

branco a cor-de-rosa e de cor-de-rosa a dou- por uma escrita quase completamente apa-
rado, como o Sol nascente. O vale de Nár- gada pelo tempo antes de o monte ter sido
nia irrompeu de nenhures, e quando Aslam construído sobre ela. O monte é um monu-
começou a andar de um lado para o outro, mento estranho e terrível. Está associado a
cantando uma canção nova e mais alegre, a alguns dos mais importantes acontecimen-
erva nasceu da terra e rapidamente reves- tos da história de Nárnia, que o visitante
tiu o vale e as colinas. Começaram a crescer curioso deve procurar estudar antes de
árvores, o canto tornou-se mais agreste, a viajar para o país, pois esse conhecimento
terra coberta de erva começou a borbulhar proporciona uma melhor compreensão do
e a formar bossas; estas tornaram-se cada estilo de vida e dos costumes de Nárnia.
vez maiores e finalmente rebentaram, e de A história de Nárnia é variada, com
cada uma delas emergiu um animal com- anos de paz e prosperidade entremea-
pletamente formado e activo. Estes seres dos por períodos de convulsões estéreis.
acabados de nascer dedicaram-se imediata- Os seus registos históricos são um tanto
mente às suas tarefas naturais: os pássaros fragmentários.
cantavam, as abelhas colhiam o pólen das Segundo as leis fundamentais de Nárnia,
flores, as rãs saltavam para o rio, e as pante- o país tem de ser sempre governado por um
ras e leopardos lavavam-se e afiavam as gar- filho de Adão. Deste modo, Aslam estabele-
ras nos troncos das árvores. De igual modo, ceu um governo chefiado por um cocheiro
Aslam criou com o som da voz os seres da e pela mulher, a quem coroou rei e rainha –
floresta – os faunos, os sátiros e os anões. o rei Frank e a rainha Helena (os visitantes
Durante os primeiros dias da criação, tudo podem admirar as suas coroas, feitas pelos
em Nárnia cresceu espontaneamente. Um anões a partir de folhas de árvores de ouro
pedaço de metal transformava-se rapida- e incrustadas de lindas gemas extraídas
mente num poste de candeeiro, e moedas de minas pelas toupeiras). Foi igualmente
de ouro e prata em árvores de ouro e de criado um conselho, com a responsabili-
prata. dade da segurança, formado pelo chefe dos
Um dos panoramas mais notáveis de anões, o deus do rio, o mocho, os corvos e
Nárnia é o Monte de Aslam, um grande o elefante. Este conselho governava Nárnia,
monte artificial nas Grandes Florestas, que mas estava ele próprio sujeito à autoridade
os visitantes não podem perder. Do cume do Grande-Imperador-de-Além-Mar e do
do monte, acima da floresta, avista-se o mar. seu filho, Aslam.
Foi construído nos tempos antigos e é for- A certa altura da história de Nárnia,
mado por um labirinto de túneis, galerias e o país caiu sob o domínio despótico de
cavernas cujo acesso se faz por um pequeno Jadis, a Feiticeira Branca. Transformou-se
arco de pedra. Todos os túneis se revestem numa terra de neve e gelo perpétuos, onde
e cobrem de pedras lisas nas quais estão ins- era sempre Inverno mas nunca Natal, e o
critos estranhos caracteres e linhas serpen- Grande Rio passou a um terreno plano de
teantes em que o motivo de um leão surge gelo verde. Segundo a lenda, Aslam voltaria
a intervalos repetidos e frequentes. No cen- para pôr fim ao Inverno, ajudado por qua-
tro do monte há uma câmara assente em tro crianças do mundo dos homens, e, após
pilares construídos nos tempos antigos e na uma grande batalha, esta profecia cumpriu-
qual se encontra uma mesa de pedra par- -se. As quatro crianças subiram ao trono
tida ao meio. A superfície desta está coberta em Cair Paravel e governaram Nárnia
603 NÁ R N I A

ou Rei Supremo, rainha Susan, a Gentil, rei


Edmund, o Justo, e rainha Lucy, a Valente.
Essa foi a célebre Idade de Ouro de Nárnia.
Cair Paravel situava-se originariamente
numa pequena colina que se erguia numa
planície entre dois cursos de água na foz do
Grande Rio, mas a erosão transformou-a
numa ilhota. O  castelo original, constru-
ído pela Feiticeira Branca, tem muitas tor-
res e pináculos pontiagudos, bem como
uma grande porta de ferro sob um arco
gigantesco. Os visitantes podem admirar o
telhado do Salão Nobre do castelo, feito de
marfim, e a sua muralha oeste, com penas
de pavão penduradas. A porta e a torre de
entrada foram destruídas em grande parte
por Peter, na batalha final contra a Feiti-
ceira Branca. Actualmente, o castelo foi res-
tituído à sua antiga grandeza, embora não
haja registos que indiquem quando, nem
por quem, foi feito o trabalho de restauro.
Em Nárnia, há relativamente poucos
edifícios. Para além dos castelos em Cair
Paravel e junto do Dique dos Castores, o
único aglomerado importante é a pequena
cidade muralhada de Beruna. A maioria das
criaturas do país prefere viver em árvores
ou em tocas, embora algumas, como os
faunos, que apreciam o conforto, tenham
salas subterrâneas bem mobiladas, com
colecções de livros, como Usos e Costumes
das Ninfas e O Homem Será Um Mito?
Vale a pena referir a grande variedade de
seres que habitam Nárnia, que vão desde
os coelhos e cães até unicórnios valentes,
quase invencíveis em batalha. Os curiosos
lingrinhas são de particular interesse. Têm
corpos pequenos e braços e pernas enor-
mes. A  pele é cor de lama e os cabelos,
cinzento-esverdeados, caem em madeixas
Torre restaurada na entrada de Cair Paravel, capital de Nárnia. lisas, semelhantes a ervas. Como é próprio
dos seres que vivem nos pântanos, têm as
durante muitos anos, como monarcas con- mãos e os pés palmados. Usam roupas de
juntos. Eram eles o rei Peter, o Magnífico, cores terrosas e chapéus pontiagudos, com
NÁ R N I A 604

aba larga, e são muito difíceis de detectar, que se realiza na primeira noite de luar
pois fundem-se perfeitamente com a paisa- quando há neve no solo. Os faunos e as drí-
gem. Vivem em tendas espalhadas pelo pân- ades executam uma dança complexa, rode-
tano e prezam a privacidade. Os lingrinhas ados por um círculo de anões, todos vesti-
encaram a vida com gravidade e esperam dos com as suas melhores roupas escarlates,
sempre a pior das infelicidades. Alimentam- com capuzes de pele e botas altas também
-se de enguias e de rãs que apanham nos de pele, que atiram bolas de neve ao ritmo
pântanos e fumam um tipo especial de da música. Se todos os dançarinos estiverem
tabaco misturado com lama. O  fumo não na posição adequada, ninguém é atingido.
se eleva no ar, mas desce lentamente dos Porém, além de dança, trata-se também de
seus cachimbos. um jogo, pelo que, de vez em quando, um
No Mar Oriental vivem tritões e sereias, dançarino ficará ligeiramente fora do ritmo
enquanto as florestas se encontram cheias e será atingido por uma bola de neve, para
de dríades e de espíritos dos bosques, que gáudio de todos. Uma boa equipa de dan-
muitas vezes são difíceis de distinguir das çarinos, músicos e anões pode, se o desejar,
árvores onde moram. continuar durante horas sem que ninguém
A dieta da maior parte dos seres é pre- seja atingido.
visível e não surpreenderia o visitante, mas Os habitantes da floresta também gos-
os hábitos de alguns são curiosos. Os espí- tam muito das danças da meia-noite,
ritos das árvores, por exemplo, comem quando as ninfas das fontes e as dríades
vários tipos de solo, mesmo nos banque- das árvores se juntam aos faunos nas suas
tes oficiais, mas os hábitos alimentares dos folias. Outro passatempo popular é a caça
grandes centauros são talvez os mais estra- ao tesouro em minas e cavernas, tendo
nhos de todos. Uma vez que tem um estô- anões vermelhos como guias. No Verão, a
mago de homem e um estômago de cavalo, chegada do velho Sileno montado no seu
o centauro tem de comer duas vezes. Ao burro (e por vezes do próprio Baco) anun-
pequeno-almoço comerá papa de aveia cia semanas de divertimento, quando nos
(e outros alimentos habituais nessa refei- rios de Nárnia corre vinho.
ção) para encher o estômago humano, e, As cerimónias de Cair Paravel são famo-
para encher o estômago de cavalo, pastará sas pelo seu esplendor. A  ceia no castelo
durante uma hora ou duas, terminando ilustra admiravelmente a glória e a cortesia
com aveia e açúcar. Isto constitui, evidente- dos Narnianos na sua terra. O Grande Salão
mente, um processo muito lento, o que sig- é enfeitado com bandeiras suspensas do
nifica que ter um centauro como hóspede telhado e cada prato é anunciado ao som de
em casa não é coisa que possa ser encarada trombetas e timbales. Após a refeição, que
com ligeireza. consiste numa variedade surpreendente de
Os anões de Nárnia têm cerca de um pratos e bebidas, a noite é passada a ouvir
metro e 20 de altura, e, para o seu tamanho, poesia e a contar histórias.
contam-se entre as criaturas mais fortes que A partida ou a chegada do rei, especial-
existem. São corajosos e fazem excelentes mente por mar, é um acontecimento ver-
mineiros e ferreiros, embora possam ser dadeiramente espectacular. O rei e os seus
truculentos e pouco fiáveis. cortesãos trajam-se ricamente com rou-
Um dos costumes mais intrigantes de pas de cores vivas e os barcos são ornados
Nárnia é a Grande Dança da Neve anual, com bandeiras esplendorosas. As pessoas
605 NAU DELY

aglomeram-se para dizer adeus ou dar as Londres, 1950; Prince Caspian [O Príncipe Cas-
boas-vindas ao seu soberano. As embar- pian], Londres, 1951; The Voyage of the «Dawn
cações narnianas são verdadeiras obras Treader» [A Viagem do Caminheiro da Alvorada],
de arte. O Esplendor Hialino, no qual o Rei Londres, 1952; The Silver Chair [O Trono de
Supremo Peter navegou para as Ilhas Soli- Prata], Londres, 1953; The Horse and His Boy
tárias, tem forma de cisne. A  proa é uma [O Cavalo e o Seu Rapaz], Londres, 1954; The
cabeça de cisne e as asas esculpidas dobram- Magician’s Nephew [O Sobrinho do Mágico],
-se para trás quase até ao convés. Com as Londres, 1955; The Last Battle [A Última Bata-
suas velas de seda, a nau parece um verda- lha], Londres, 1956
deiro cisne a sulcar as águas. O Caminheiro
da Alvorada tem forma de dragão, com a
cabeça dourada a formar a proa, as asas, os NAUDELY, ilha a cerca de três meses de
flancos do navio, e a cauda, a popa. Possui barco de Amesterdão. Do mar, os viajan-
um mastro e uma grande vela quadrada tes poderão avistar a agradável cidade de
de um púrpura intenso. O  vigia instala-se Merinda, encaixada entre montanhas ver-
sobre uma pequena saliência dentro do pes- dejantes. Merinda é famosa pelos seus cam-
coço do dragão e espreita através da boca. panários dourados, avenidas largas e rectilí-
Em Nárnia, o tempo não é igual ao de neas e a bela Place du Tucolas, de forma
outros países. Seja qual for a duração da sua octogonal. Muitos obeliscos e fontes enri-
estada em Nárnia, o visitante regressa sem- quecem a arquitectura da cidade.
pre apenas um momento depois de ter dei- Os habitantes são católicos, silencio-
xado o mundo dos homens. É quase impos- sos e austeros. A sua educação moral é tão
sível dizer de que maneira o tempo avança estrita, que não existem ladrões, liberti-
em Nárnia. Podem ter passado três anos ou nos ou hipócritas entre a população, nem
cem anos durante o equivalente a um ano sequer no exército. As prerrogativas de um
noutro lado. nascimento aristocrático têm de ser confir-
O acesso a Nárnia pode fazer-se de madas por um exame das virtudes do can-
várias maneiras. Os humanos presentes na didato. A confirmação tem lugar entre mui-
sua criação chegaram lá através do Bosque tos festejos e regozijo, e a nova nobreza é
Entre os Mundos, viajando em anéis mági- recebida em Merinda com sonoros aplau-
cos. Também houve quem lá chegasse pelo sos do público. Só os príncipes de sangue
fundo de um guarda-fatos feito de madeira real estão isentos de se submeter ao exame.
de uma árvore nascida de uma pevide de Ninguém está autorizado a possuir mais
maçã narniana, mas aqueles que foram con- do que o dobro da terra necessária para
vocados por Aslam em momento de grande uma família normal. Os artesãos e os cam-
necessidade ou perigo não precisam de aju- poneses são ajudados pelo Estado em tem-
das artificiais – são transportados para Nár- pos de dificuldade. Os pagamentos são fei-
nia directamente pelo seu poder e regres- tos através de um Fundo de Ajuda Mútua
sam da mesma maneira. A idade limite para criado para esse fim. Os visitantes não
entrar no país parece ser baixa, mas é difícil verão mendigos, escroques nem prostitu-
conseguir informações exactas sobre esta tas na ilha.
questão. Pierre de Lesconvel, Idée D’Un Regne Doux et
C.S. Lewis, The Lion, the Witch and the War- Heureux, Ou Relation du Voyage du Prince de
drobe [O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa], Montberaud dans l’Ile de Naudely, Paris, 1703
índice de autores

Todos os lugares do Dicionário se listam aqui sob nome do autor, em maiúsculas.


Os autores são apresentados por ordem alfabética de apelido. Se o autor for mais conhecido
por um pseudónimo, o nome próprio é remetido para este. (Por «autores», entendemos também
dramaturgos, realizadores de filmes e compositores.)

Abbott, Edwin A., LINHALÂNDIA, País Alveydre, Saint-Yves d’, AGARTHA.


PLANO. Andersen, Hans Christian, Castelo da
Ablancourt, Jean Jacobé de Frémont Rainha das NEVES; Reino do Rei das
d’, Ilha da POESIA, PYRANDRIA, ONDINAS.
REPÚBLICA ANIMAL. André, Dominique, Terra do PRESENTE.
Adam, Paul, País de ADÃO. Andreae, Johann Valentin, CAPHAR
Adams, Richard, BEKLA, DEELGUY, SALAMA, CHRISTIANÓPOLIS.
Montanhas de GELT, IMPÉRIO Andres, Stefan, Ilha das OITO
BEKLANO, KABIN, ORTELGA, DELÍCIAS E DO VINHO BÁQUICO,
QUISO, TEREKENALT, Gargantas de PORTIÚNCULA.
URTAH, YELDA, ZAKALON, ZERAY. Anhar, Hirmiz bar, País de MANDAI.
Aelianus, Claudius, ANOSTUS. Anónimo, A Saga de Eric, MARKLÂNDIA.
Agraives, Jean d’, Cidade das AREIAS. Anónimo, A Voyage To The New Island,
Alberny, Luc, Grande EUSCÁRIA. Fonseca, Near Barbados, FONSECA.
Aldiss, Brian W., e Mike Wilks, PILE. Anónimo, Amadís de Gaula, Ilha do DIABO,
Alexander, Lloyd, CAER CADARN, Rochedo da DONZELA MÁGICA,
CAER DALLBEN, CAER DATHYL, Ilha FIXADA, Ilha INFANTE, Ilha
COMMOTS LIVRES, ESPELHO de MONGAZA , Ilha da TORRE
DE LLUNET, Vale de MEDWYN, ESCARLATE.
MONA, MORVA, PRYDAIN, Mamoa Anónimo, As Mil e Uma Noites, Ilha
de RHITTA, TYLWYTH TEG, País do do ÂMBAR CINZENTO, Ilha da
VERÃO. CÂNFORA, Montanhas DIAMANTE,
Allen, Grant, AVONDALE. IREM ZAT EL-EMAD, Mar de
Alperine, Paul, Os DENTES DO DIABO, KARKAR, Cidade de LATÃO, Cidade
EL DORADO, ERIKRAUDEBYG, dos MACACOS; Montanhas dos
Monte TSINTSIN-DAGH. MACACOS, Reino de MIHRAGIAN,

983
Montanha das NUVENS, REINO Anónimo, Tai-Ping Geographical Record,
DO REI, RAMPART JUNCTION, Templo CHIAOHU, ESPOSA FIEL.
Ilha do ROC, Ilha do SACRIFÍCIO Anónimo, The History of Autonous, Ilha de
CONJUGAL, Ilha do VELHO-DO- AUTONOUS.
-MAR, Arquipélago WAQ. Anónimo, The Mabinogion [O Mabinogion],
Anónimo, Aucassin et Nicolette, CAERLEON, Lago do CALDEIRÃO,
TORELORE. Vale REDONDO, YSPADDADEN
Anónimo, Capitolo di Cuccagna, PENKAWR.
CUCCAGNA. Anónimo, Trionfo dei poltroni,
Anónimo, Compêndio de Divindades CUCCAGNA.
das Três Religiões, Monte TUSHUO. Anónimo, Voyage au centre de la terre,
Anónimo, Der Wohnleingerichtete Staat ALBUR, Império dos BANÓIS,
Des bisher von vielen gesushten aber nicht FELÍNIA, Montanhas de FERRO,
gefundenen Königreichs Ophir, OFIR. NOLANDÂNIA, PLUTÃO, SANOR.
Anónimo, Historia Brittonum, CARN Anónimo, Voyage Curieux d’un Philadelphe
GAFALL, Cidade das LEGIÕES, dans des Pays nouvellement Découverts,
TÚMULO DE AMR. LAÏQUHIRE, WAFERDANOS.
Anónimo, La Mort le Roi Artu [A Morte An-Ski (Solomon Samuel Rappaport),
do Rei Artur], AVALON, BANOIC, ROMA.
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Anónimo, Le Dit de Cocagne, COCKAIGNE. Arctino de Mileto, LEUCE.
Anónimo, Le Livre de merveilles de I’lnde, Ariosto, Ludovico, ALBRACA, Ilha de
Ilha das MULHERES. ALCINA, Castelo de ATLANTE,
Anónimo, Le Voyage de navigation que EBUDA, NÚBIA.
fist Panurge, disciple de Pantagruel, Aristófanes, NEFELOCUCOLÂNDIA.
Ilhas AFORTUNADAS (1), Arnold, Jack, Ducado de GRANDE
BRIGALAURE, País das LANTERNAS, FENWICK.
Ilhas de LUQUEBARALIDEAUX, Arouet, François Marie, ver Voltaire.
PASTEMOLLE. Artaud, Antonin, UMBIGO DO LIMBO.
Anónimo, Liber monstrorum de diversis Artus, Thomas, Ilha dos
generibus, BRISSONTE, HERMAFRODITAS.
POLIGLOTA. Athenaeus, URANÓPOLIS.
Anónimo, O Livro das Montanhas e dos Atwood, Margaret, Reino do TRONO DO
Mares, Monte KUNLUN, Monte JAGUAR.
TUSHUO. Aunillon, Pierre Charles Fabiot, Abbe Du
Anónimo, Physiologus latinus (The Latin Guay de Launay, País dos PAPAGAIOS.
Physiologist), ABDERA, País dos Aymé, Marcel, CSTWERTSKST.
ARIMASPOS.
Anónimo, Sir Gawain and the Green Knight,
Capela VERDE.
B
Anónimo, Storia del Campriano contadino, Bacon, Francis, BENSALÉM.
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Ballard, J.G., ESPÍRITO SANTO. Blackwood, Algernon, Ilha
Balthazard, Abbé, Ilha do ACASO, Ilha da ASSOMBRADA, Vale das CRIATURAS.
FILOSOFIA, Ilha da FORTUNA, Ilha Blau, Edouard, e Edouard Lalo, YS.
dos URSOS. Bloy, Léon, LONGJUMEAU.
Barjavel, René, TREZENTOS E SETE. Blyton, Enid, País dos BRINQUEDOS.
Barnes, Julian, INGLATERRA. Boccaccio, Giovanni, BENGODI.
Barrère, Maurice, MORFÓPOLIS. Boiardo, Matteo Maria, ALBRACA, Rio
Barrie, Sir James Matthew, TERRA DO e Fonte do AMOR, Ilha do Palácio do
NUNCA. JÚBILO.
Baum, L, Frank, ALGARAVIADA, País dos Bonneau, Albert, CIDADE SEM SOL.
BIZARROS, BUNBURY, BUNNYBURY, Bonomini, Angel, LERNA.
BURROLÂNDIA, BURZEE, Colina Borges, Jorge Luis, BABEL, Terra de
dos CABEÇAS-DE-MARTELO, País BRODIE, Cidade dos IMORTAIS,
dos CORNÍFEROS, CUTTENCLIP, RAMPART JUNCTION, País das
Cidade das ESMERALDAS, EV, RUÍNAS CIRCULARES, TRISTE-LE-
FANTÁSTICO, FELIZLÂNDIA, -ROY, Terra dos URNOS, XIROS.
FOXVILLE, FUDDLECUMJIG, Bougeant, Guillaume H., ROMÂNCIA.
País dos GAFANHOTOS, País Boyer, Jean Baptiste de, Marquis d’Argens,
das GÁRGULAS, Domínio dos MEILLCOURT.
GRUNHOS FURIBUNDOS, Bradbury, Ray, RAMPART JUNCTION.
IX, Terra dos MANGABOOS, Bradshaw, William R., ATVATABAR,
NOLAND, País dos NOMES, Vale CALNOGOR, EGIPLÓSIS,
do MUSICKER, Terra ONDULADA, GNAPHISTHASIA, KIORAM, TANJE.
OZ, Montanha PIRÂMIDE, POÇO Brancas-Villeneuve, André-Françoise de,
DE PREOCUPAÇÕES, País da GALA.
PORCELANA, SCOODLERLÂNDIA, Brautigan, Richard, iDEATH.
TOTTENHOTLÂNDIA, UTENSÍLIA, Brecht, Bertolt, MAHAGONNY.
Vale de VOE. Bromberger, Dominique, PARHAN.
Beardsley, Aubrey, VENUSBERG (1). Brontë, Charlotte e Branwell, GONDAL E
Beauchemin, Yves, GALLINACO. GAALDINE.
Beauharnais, Fanny de, Ilha da Brontë, Emily Jane, GONDAL E
FELICIDADE, Ilha das PENAS. GAALDINE.
Beckford, William, Vale de FAKREDDIN, Brophy, Brigid, EVÁRCHIA.
ISHTAKAR, SAMARAH. Brown, Alphonse, Ilha de ÉLISÉE
Becquer, Gustavo Adolfo, Monte de las RECLUS.
ÁNIMAS. Brown, Charles Brockden, METTINGEN.
Behn, Aphra, Ilha de OROONOKO. Browne, Sir Thomas, TAPROBANA.
Benoit, Pierre, ATLÂNTIDA. Browning, Robert, Ilha de PRÓSPERO.
Bering ton, Simon, MEZZORANIA. Brunhoff, Jean de, CELESTEVILLE.
Berlioz, Hector, EUFÓNIA. Brunt, Samuel, CACKLOGALLINIA.
Bernhard, Thomas, WENG. Buchner, Georg, POPO.
Berton, Pierre, Vale TROPICAL. Buckingham, James S., VITÓRIA.

985
Bulgakov, Mikhail, Ilha PÚRPURA. AMNERA, AUDELA, CAMELIARD,
Bulhnch, Sir Thomas, ABATON. COCAIGNE, DOONHAM, DUN
Bullein, William, LAMIAM, PARTÁLIA, VLECHAN, FILÍSTIA, HARANTON,
SABÁ, TAERG NATIRB. LEUCE, LITREIA, Charneca de
Bunyan, John, Planície do ALÍVIO, MISPEC, POICTESME, SARGYLL,
Cidade CELESTIAL, País de CRISTÃO, STORISENDE, TUROINE, VRAIDEX.
Montanhas das DELÍCIAS, Paul do Cabet, Etienne, ICÁRIA.
DESÂNIMO, Cidade da DESTRUIÇÃO, Calvino, Italo, AGLAURA, ANASTÁSIA,
Jardim do DIABO, Monte da ARGIA, BAUCI, BERSABEIA,
DIFICULDADE, Castelo da DÚVIDA, DESPINA, ERSÍLIA, EUDÓXIA,
Terra ENCANTADA, FEIRA DAS EUSÁPIA, FÍLIAS, ISAURA, LEÓNIA,
VAIDADES, Vale da HUMILHAÇÃO, MORIANA, OCTÁVIA, PERÍNCIA,
Casa do INTÉRPRETE, Vale da POCAPAGLIA, Cidade do SOL,
SOMBRA DA MORTE. TECLA, TEODORA, VALDRADA,
Burgh, James, República de CESSARES. ZEMRUDE, ZENÓBIA.
Burroughs, Edgar Rice, ALALI, AMIOCAP, Câpek, Karel, Ilha de ROSSUM.
ANOROC, ASHAIR, AZAR, Aldeia de Careless, Frank, Ilha FLUTUANTE,
BEN KHATOUR, CASPAK, CASTRA SAVOYA, URSINA e VULPINA, CAIS
SANGUINARIUS e CASTRUM VERDES.
MARE, CATHNE, GANAKLÂNDIA, Carné, Marcel, Castelo do BARÃO
HIME, INDIANA, JA-RU, Vale HUGHES.
dos JUKANOS, KALI, KORSAR, Carroll, Lewis (Charles Lutwidge
LODIDHAPURA, LONDRES-SOBRE- Dodgson), País dos ARIMASPOS, País
-O-TAMISA, LUANA, LUTHA, Reino do ESPELHO, País das MARAVILHAS,
dos MACACOS, Ilha de MAXON, Bosque do RARRAZOADO, Ilha do
MIDIAN, NIMMR, MINUNI, Floresta SNARK.
da MORTE, NAUFRAGADA, OOG, Carter, Lin, ZANTHODON.
OO-OH, OPAR, PAL-UL-DON, Casanova di Seingalt, Giacomo Girolamo,
PELLUCIDAR, PNOM DHEK, POLIARCÓPOLIS, PROTOCOSMO.
RUVA, SARI, TANDAR, Morada de Casares, Adolfo Bioy, SHANGRI-LA, Ilha
TARZAN, THURIA, UXAL, UZIRl, de VILLINGS.
XEXOTLÂNDIA, Reino de XUJAN, Ilha Catalde, de, JUMELLES.
YOKA, ZURTLÂNDIA. Certeux, BOU CHOUGGA.
Burton, Sir Richard Francis, Torre da Cervantes Saavedra, Miguel de, Ilha das
VITÓRIA. ÁRVORES MÓVEIS, BARATARIA,
Butler, Samuel, EREWHON. Gruta de MONTESINOS.
Buzzati, Dino, BASTIANI, Deserto dos Chambless, Edgar, ROADTOWN.
TÁRTAROS. Champagne, Maurice, País de PAROULET,
Byatt, A.S., SASÂNIA. Cidade dos PRIMEIROS HOMENS,
Vale SAGRADO, VERDADEIRA
LHASSA.
C Chateau, Henri, Ilha do AMANHÃ.
Cabell, James Branch, ACAIRE, Chatwin, Bruce, AJUDÁ.
ALTO MORVEN, Pântano de Chesterton, G.K., Ilha do REALISMO.

986
Cícero, Marco Túlio, Ilhas dos MÚSICOS, Ilha dos ORADORES,
AFORTUNADAS (2), TILIBET, Ilha VORAZ.
Clauzel, Raymond, VENÚSIA. Dhôtel, André, País INATINGÍVEL.
Clemens, Samuel Langhorne, ver Twain, Dibdin, Charles, Ilha de HEWIT, NOVA
Mark. GRÃ-BRETANHA.
Cline, Edward, KLOPSTOKIA. Diderot, Denis, BANZA, Castelo SEM
Coleridge, Samuel Taylor, XANADU. NOME, Ilha do TERMÓMETRO.
Collodi, Carlo, Ilha das ABELHAS Diodoro Sículo, PA-ANCH, TULE.
ATAREFADAS, Cidada da Dodgson, Charles Lutwidge, ver Carroll,
BRINCADEIRA. Lewis.
Connell, Richard, Ilha de ZAROFF. Doni, Anton Francesco, MONDO
Cooper, James Fenimore, Ilhas dos NUOVO.
SALTOS. Dostoiévski, Fiódor Mikhailovich,
Cooper, Merian, e Ernest Schoedsack, Ilha PAUK.
das CAVEIRAS. Douglas, Norman, BAMPOPO,
Cortázar, Julio, XIROS. Terra dos CROTALOPHOBOI,
Coyer, Abbé Gabriel François, FRÍVOLA. NEPENTE.
Cram, Ralph Adams, BEAULIEU. Doyle, Sir Arthur Conan, ATLÂNTIDA,
Crichton, Michael, Parque JURÁSSICO. MANSÃO BASKERVILLE, CAMFORD,
Campo de CHALLENGER,
FULWORTH, Terra de MAPLE
D WHITE, UFFA.
D’Orville, André Guillaume Contant, Ilha Dralsé de Grandpierre [?], Ilha de PIERRE
dos ÍNDIOS, Ilha de LEARDING. BLANCHE.
Dalorto, Angelinus, BRAZIL. Dreier, Hans, e Wiard B. Ihnen,
Daudet, Alphonse, TRINQUELAGE. FREEDONIA, SILVÂNIA.
Daumal, René, Monte ANÁLOGO, Du Laurens, Abbé H.L., Terra dos
PORTO-DOS-MACACOS. ADORADORES DE CABRAS.
De Mille, James, País dos KOSEKINES. Dubois-Fontanelle, Jean Gaspard, País de
Defoe, Daniel, ALCA, Ilha de CRUSOÉ. LEONARD, Reino dos ZAROLHOS.
Lago DOURADO. Ducray-Duminil, François Guillaume, Ilha
Delbruck, Georges, HARMONIA (2). CANIBAL, SAN VERRADO.
Delmotte, Henry-Florent, Ilha da Duhamel, Georges, AUSPÁSIA.
CIVILIZAÇÃO, Ilhas VITI. Dumas, Alexandre [pére], Reino das
Denevi, Marco, Palácio COR-DE-ROSA, BONECAS.
Palácio da JUSTIÇA. Dunning, George, PEPPERLAND.
Derennes, Charles, AGZCEAZIGULS, Duperron de Castera, Louis Adrien,
Reino do PÓLO NORTE. FERISLÂNDIA, GINOPIREIA,
Déry, Tibor, X. GENOTIA, Ilha de NEOPIE,
Desfontaines, Abbé Pierre François Guyot, PANDÓCLIA, XIMEQUE.
BABILARY, Ilha CORCUNDA, Ilha Duplessis, Chevalier Pierre, MARBOTIKIN
dos FILÓSOFOS, FOOLLYK, Ilha DULDA, NOVA GRÃ-BRETANHA, Ilha
dos GEÓMETRAS, LETALISPONS, REDONDA, Ilha ROCHOSA.
MANOUHAM, Ilha dos MÉDICOS, Ilha

987
Garner, Alan, Orla de ALDERLEY, Pedra
E DOURADA, FUNDINELVE,
Eco, Umberto, ABADIA, Ilha da Gruta de SVARTMOOT.
VÉSPERA. Geoffrey of Monmouth, ver Monmouth,
Eddison, E.R., AKKAMA, ARGYANNA, Geoffrey of.
FINGISWOLD, LAIMAK, MEMISON, Gilbert, Claude, CALEJAVA.
MESZRIA, REREK, RIALMAR, Gilbert, Sir William Schwenck, e Sir Arthur
SESTOLA, ZAYANA. Sullivan, TITIPU, Reino de ZARA.
Eliot, T.S., País das MARAVILHAS. Gilman, Charlotte Perkins,HERLÂNDIA.
Ende, Michael, FANTÁSTICA. Golding, William, Ilha do DEUS DAS
England, George Allan, JANNATI SHAHR. MOSCAS.
Estrabão, LEUCE, TULE. Gómez Suárez de Figueroa, ver Garcilasso
Evans, Ambrose [?], Ilha do PARAÍSO, Ilha de la Veja, El Inca.
de VENDCHURCH. Gott, Samuel, Reino de FILOMELA,
NOVA SÓLIMA.
Gracq, Julien, FARGESTÃO, ORSENNA,
F VEZANO.
Fernay, Roger, e Kurt Weill, YOUKALI. Graham, Mrs. E.S., LOCUTA.
Ferry, Jean, PONUKELE-DRELCHKAFF. Grahame, Kenneth, BOSQUE
Féval, Paul, SELENE. SELVAGEM, CANTINHO DO
Findley, Timothy, Reino de NOÉ. TOUPEIRA, MARGEM DO RIO,
Firbank, Ronald, TACARIGUA. SOLAR DO SAPO.
Flaubert, Gustave, País dos ARIMASPOS, Grave, Jean, TERRE LIBRE.
País do BASILISCO. Greene, Graham, Lagoa de WINTON.
Fleischer, Johann Michael, Ilha de Grimm, Jakob e Wilhelm, Castelo da
FERDINAND. BELA ADORMECIDA.
Foigny, Gabriel, TERRE AUSTRALE. Grimmelshausen, Johann Hans Jakob
Fourier, Charles, HARMONIA (1). Christoffel von, CENTRUM TERRAE,
France, Anatole, ALCA. MUMMELSEE.
Fraser, George MacDonald, Grivel, Guillaume, IlhaDESCONHECIDA.
STRACKENZ. Groc, Léon, TREVAS, Cidade das.
Frisch, Max, ANDORRA. Guevara, Antonio de, País dos
GARAMANTES.
Guigonnat, Henri, LITUÂNIA.
G Gürsel, Nedim, CEMITÉRIO DOS
Gadda, Carlo Emilio, MARADAGAL. LIVROS NÃO ESCRITOS.
Gaddis, Vincent, MAYDA. Guyot, Charles, YS.
Gaiman, Neil, Terra do NADA.
Gamow, George, Lago dos SONHOS.
Gannet, Ruth Stiles, Ilha SELVAGEM.
H
García Márquez, Gabriel, MACONDO, Haggard, Henry Rider, HES, KALOON,
TEMPO PERDIDO. KOR, KUKUANALÂNDIA, MILOSIS,
Garcilasso de la Veja, El Inca, EL OROFENA, País do POVO DA
DORADO. BRUMA, Minas de SALOMÃO,

988
ZUVENDIS. Immerman, Karl, MICROMONA.
Hall, Joseph, NOVA GÍNIA. Irving, Washington, Vale ADORMECIDO,
Handel, George Friederic, e A. Marchi, Ilha MAYDA, Aldeia de RIP VAN WINKLE.
ALCINA.
Harington, James, OCEANA (1).
Hartlib, Samuel, MACÁRIA.
J
Hauff, Wilhelm, IMAGINAÇÃO. Jacob, Max, REPÚBLICA BALBRIGIANA
Hauptmann, Gerhart, Ilha da GRANDE E BOULOULABASSIANA UNIDA.
MÃE. Jansson, Tove, Terra dos MUMINS,
Hawkins, Anthony Hope, ver Hope, Reino do PAPÁ JONES, Ilha do PAPÁ
Anthony. MUMIM, Ilha SOLITÁRIA.
Haywood, Eliza Fowler, LIPERDA. Jarry, Alfred, Ilha AMORFA, Ilha de BRAN,
Heine, Heinrich, Ilha das SEREIAS. Ilha CYRIL, Ilha FRAGRANTE, HER,
Heródoto, País dos ARIMASPOS. Ilha MUSICAL, Ilha de PTYX, País da
Hertzka, Dr. Theodor, TERRA LIVRE. RENDA.
Hilton, James. SHANGRI-LA. Jean Paul ( Johann Paul Friedrich Richter),
Hodgson, William, COMUNIDADE DA AUENTHAL, LILAR, PESTITZ,
RAZÃO. TARTARUS.
Hoffmann, Ernst Theodor Amadeus, Joinville, Jean, Sire de, Rio
FALUN, GRÃO-DUCADO. MARAVILHOSO.
Holberg, Baron Ludvig, NAZAR. Joyce, James, Ilha das SEREIAS.
Holmesby, John, NIMPATAN. Jullian, Philippe, ICI.
Homero, Ilhas AFORTUNADAS (2), Jünger, Ernst, ALTA PLANA,
AIAIA, Ilha dos CICLOPES, CILA e CAMPAGNA, GRANDE MARINA,
CARÍBDIS, Ilha dos COMEDORES DE Falésias de MÁRMORE, MAURITÂNIA,
LÓTUS, EÓLIA, OGÍGIA, ROCHEDOS Floresta de TEUTOBURGER.
ERRANTES, Ilha das SEREIAS, Juster, Norton, As CALMARIAS,
TELÉPILOLESTRIGÓNIA. DICIONÓPOLIS, DIGITÓPOLIS,
Hood, Tom, AFANIA, NEXDOREA. Montanhas da IGNORÂNCIA, Reino
Hope, Anthony (Anthony Hope Hawkins), da SABEDORIA, Vale do SOM, Floresta
KRAVÓNIA, RURITÂNIA, SLAVNA, da VISÃO.
ZENDA.
Howells, William Dean, ALTRÚRIA.
Hudson, W.H., CORADINE.
K
Hugo, Victor, DESAPARECIDA. Kaf ka, Franz, O CASTELO, COLÓNIA
Hulshof, Paul, e Robert Vincent PENAL, Teatro Natural de
Schipper, Floresta da CHAVE. OKLAHOMA.
Huxley, Aldous, PALA, RENDANG. Kahanovitch, Pinhas, ver Nister, Der.
Karinthy, Frigyes, CAPILLARIA.
Kästner, Erich, SCHILDA.
I Kay, Guy Gavriel, FIONAVAR.
Ibsen, Henrik, Reino dos TROLLS. Keating, H.R.F., OCEANA (2).
Ihnen, Wiard B., e Hand Dreier, Kenin, Oaire, BELESBAT.
FREEDONIA, SILVÂNIA. Kind, Johann Friedrich, e Carl Maria,

989
Freiherr von Weber, GARGANTA Lemercier, Népoumucène, EUGEIA.
DO LOBO. Lennon, John, NUTOPIA.
Kingsley, Charles, AIRFOWLNESS, Leprince de Beaumont, Marie, Mme.,
Ilha do BOATO, Ilha dos BURROS Castelo do MONSTRO.
DOURADOS, DEIXA-O-CÉU- Lesconvel, Pierre de, NAUDELY.
-SOSSEGADO, Ilha das FADAS DE Lessing, Doris, WATKINSLÂNDIA.
SÃO BRANDÃO, HARTHOVER, Lester, Richard, Ducado de GRANDE
HISTÓRIAS-DA-CAROCHINHAS, FENWICK.
Território das LAMBARICES, Lesuire, Robert-Martin, Império
Ilha dos MARRÕES, OUTRO- dos ALSONDONS, FRANÇA
-EXTREMO-DE-NENHURES, País ANTÁRCTICA.
dos PAPÉIS VELHOS, Lagoa da Level, Maurice, Cidade dos LADRÕES.
PAZ, PEDRA-SOLITÁRIA, Ilha de Levin, Ira, STEPFORD.
POLIPRAGMOSINE. Lewis, C.S., Ilha das ÁGUAS DA MORTE,
Kipling, Rudyard, SMALLDENE. Ilha ARDIDA, ARQUELÂNDIA, País
Krleža, Miroslav, BLITVA. de ASLAM, BISMO, BOSQUE ENTRE
Kubin, Alfred, PERLA, Reino do SONHO. OS MUNDOS, CALORMÂNIA, Ilha
do DRAGÃO, ERMOS DO OESTE,
ESSUR, Charneca dos ETTINS, Ilha do
L FIM DO MUNDO, GALMA, GLOME,
La Fontaine, Jean de, MONOMOTAPA. HARFANG, ÍNDIA, Túmulo de
Lalo, Edouard, e Edouard Blau, YS. MERLIM, NÁRNIA, SETE ILHAS, Ilhas
Lang, Andrew, CAGAYAN SALU. SOLITÁRIAS, TEREBÍNTIA, Ilha das
Lang, Walter, Grão-Ducado de VOZES.
LICHTENBURGO. Lichtenberger, André, Ilha de
Latini, Brunetto, TAPROBANA. CUFFYCOAT, VICHEBOLK.
Le Clézio, Jean-Marie-Gustave, ONDE Liu Ching-Shu, POYANG.
NINGUÉM FALA. Lloyd, John Uri, ETIDORHPA.
Le Fanu, Joseph Sheridan, CASA Loen, Johann Michael, Cidade CRISTÃ.
VERMELHA. Lofting, Hugh, Ilhas CAPA BLANCA,
Le Grand, Marc-Antoine, COCKAIGNE. FANTIPO, Rochedos de HARMATTAN,
Le Guin, Ursula K., Ilha da ÁGUA DA JOLLIGINKI, JUNCANICA, Ilha do
FONTE, ASTOWELL, Caminho dos MACACO-ARANHA, Cabo STEPHEN,
DRAGÕES, DUNA LONGA, ENLAD, TERRA-DE-NINGUÉM.
GONT, HAVNOR, HOSK, IFFISH, Longueville, Peter, Ilha de QUARLL.
Império de KARGAD, LORBANERY, Lope de Vega y Carpio, Félix, TÚNEL
As MÃOS, NOVENTA ILHAS, ARCÁDICO.
OSSKIL, PENDOR, ROKE, SELIDOR, Loüys, Pierre, TRYPHÊME.
TERRAMAR, VEMISH, WATHORT. Lovecraft, Howard Phillips, ARKHAM,
Lear, Edward, Terra das ÁRVORES BAHARNA, CELEPHAIS, DUNWICH,
BONG, COROMANDEL, País DYLATH-LEEN, Floresta ENCANTADA,
de GRAMBLAMBLE, Planície Priorado de EXHAM, Monte FEDERAL,
GROMBOOLIANA, TUPIA. Pântano do GRANDE CIPRESTE, Reino
Leblanc, Maurice, AGULHA OCA. dos GUGS, HLANITH, INNSMOUTH,

990
INQUANOK, KADATH, KIRAN, KLED, Marcolini, F., ESTOTILÂNDIA,
LENG, Mar MERIDIONAL, NGRANEK, FRISLÂNDIA.
PNOTH, SARKOMAND, Mundo dos Marivaux, Pierre Carlet de Chamblain de,
SONHOS, THRAN, ULTHAR, URG. TERRA VERDADEIRA.
Lucano, País do BASILISCO, Martigny, Comte de, FILOS.
TAPROBANA. Maspero, George, Ilha DUPLA.
Luciano de Samósota, Ilha dos Masters, Edgar Lee, SPOON RIVER.
ABENÇOADOS, Ilhas das ABÓBORAS, Matheson, Richard, Casa do INFERNO.
CABBALUSSA, CASEOSA, CORTIÇA, Maturin, Charles Robert, LEIXLIP.
Ilha de DIONÍSIO, Arquipélago de Maurois, André, Reinos de GORDIPUFO
EMPI, Ilhas das NOZES, Ilha do e MAGRIFER, MAÏNA, País de um
SONHO, Mar VEGETAL. MILHÃO DE DESEJOS.
Lugones, Leopoldo, ABDERA. May, Karl Friedrich, ARD, ARDISTÃO,
Lytton, Edward George Earle Lytton Desfiladeiro de CHATAR,
Bulwer, Lord, País dos VRIL-YA. DJEBBEL ALLAH, DJINISTÃO,
DJUNUBISTÃO, EL HADD, Cidade
dos MORTOS, Ilha dos PAGÃOS,
M SITARA, TCHOBANISTÃO, USSULA,
Macaulay, Rose, Ilha dos ÓRGÃOS. USSULISTÃO.
Macdonald, George, País das FADAS, Meins, Gus, e Charles Rogers, País dos
TRASEIRAS DO VENTO NORTE. BRINQUEDOS.
Macey, Elspeth Ann, PENDULÁRIA. Melville, Herman, DIRANDA,
Macpherson, James, Ilhas DOMINORA, FLOZELLA-A-
AFORTUNADAS (2). -NINA, HOOLOOMOOLOO, JUAM,
Malory, Sir Thomas, ARROY, AVALON, MARAMMA, Arquipélago de MARDI,
BEDEGRAINE, BLANK, CAERLEON, MINDA, NORA-BAMMA, ODO,
CAMELERD, CAMELOT, Castelo OHONOO, PIMMINEE, TUPIA,
CORBENIC, CORBIN, Castelo da VALAPEE.
DONZELA, JOYEUSE GARDE, Ilha Mendes Pinto, Fernão, CALEMPLUI.
JUBILOSA, KINKENADON, SERVAGE, Meyer, Nicholas, RURITÂNIA.
SORHAUTE, Castelo de TERRABIL, Michaux, Henri, Grande GARABAGNE.
VAGON. Milne, A.A., EURÁLIA.
Mandeville, Sir John, AMAZÓNIA, País dos Milosz, Oscar Venceslas de Lubicz,
ARIMASPOS, BRAGMAN, CAFFOLOS, LOFOTEN.
CALONACK, CHANA, Arquipélago de Minnelli, Vincent, BRIGADOON.
DONDUM, LAMARY, LEITE, LOMB, Miranda, Suárez, Império
MABARÃO, NACUMERA, PATHAN, CARTOGRÁFICO.
PENTIXORE, Reino dos PIGMEUS, Monette, Paul, A FLORESTA.
SABÁ, SILHA, TRACODA. Monmouth, Geoffrey of, Cidade das
Mann, Thomas, Grão-Ducado de LEGIÕES, LIN LIGUA.
GRIMMBART, GRIMMBERG. Montpensier, Anne Marie Louis
Mansk, Izaak, TØRRENDRU. Hemiette d’Orléans, duquesa de, Ilha
Marchi, A., e George Friederic Handel, Ilha IMAGINÁRIA, MISNIE.
de ALCINA. Mór, Jókai, Reino do URSO POLAR.

991
More, Sir Thomas, FELIZLÂNDIA, Nodier, Charles, HURLUBIÈRE, Ilha dos
NOLÂNDIA, TALLSTORIA, UTOPIA, PATAGONES.
VENÁLIA. Novalis (Friederich von Hardenberg),
Morelly, País de MORELLY. Palácio de ARTUR.
Morris, Jan, HAV.
Morris, Ralph, Rochedo de ANDERSON,
Ilha da PROVIDÊNCIA .
O
Morris, William, ALTOS PRADOS, O’Brien, Flann (Brian O’Nolan ou
BOSQUE PARA LÁ DO MUNDO, O Nuallain), Casa dos VELHOS
CARNEIROS CINZENTOS, Rio MATHERS.
CORTANTE, Ilha DOURADA, O’Neill, Joseph, ESTADO ROMANO.
Ilha da FLORESTA, GRANDE Obrutcev, Vladimir, PLUTÓNIA.
ÁGUA, LONGSHAW, MURALHA Ocaña, Fray Diego de, REPÚBLICA DE
PODEROSA, Ilha dos PEREGRINOS, CESSARES.
Terra do POÇO NO FIM DO MUNDO, Orlan, Pierre-Mac, CHITA.
Ilha do RESGATE, País da Planície Ossendowski, Ferdinand, AGARTHA.
RESPLANDECENTE, País dos URSOS. Ovídio, CILA e CARÍBDIS.
Morse, Hollingsworth, ILHA VIVA. Owen, Gregory, MECCANIA.
Moszkowski, Alexander, BALEUTA,
HELIKONDA, KRADAK, Ilhas da
SABEDORIA, SARRAGALLA, VLÉHA.
P
Motta, Luigi, ATLANTEJA, TÚNEL Paden, W.D., GONDAL e GAALDINE.
ATLÂNTICO. Paltock, Robert, ALKOE, SAS DOOPT
Mouhy, Charles Fieux de, Reino SWANGEANTI.
dos ABDALLES, Reino dos Pausânias, CILA e CARÍBDIS.
ANFICLEOCLES, País das CABRAS, Peacock, Thomas Love, ABADIA DO
Ilha das MÁSCARAS, TRISOLDAY. PESADELO, Castelo da CROTCHET,
Moulin, Joachim du [?], ANTANGIL. EVAIUM.
Moutonnet de Clairfons, Julien-Jacques, Peake, Mervyn, CASA NEGRA, Castelo
Ilhas AFORTUNADAS (2). GORMENGHAST, ROSA, SOB O RIO.
Mozart, Wolfgang Amadeus, e Emanuel Peck, Bradford, Cidade COOPERATIVA.
Schikaneder, HELIÓPOLIS. Perec, Georges, SIMON-CRUBELLIER.
Peretz, Isaac Lieb, País dos PRODÍGIOS.
Perrault, Charles, Castelo do BARBA
N AZUL, Castelo CARABÁS.
Nesbit, Edith, CASA BRANCA, Ilha Pichel, Irving, e Ernest Schoedsack, Ilha de
da COZINHEIRA, Ilha dos NOVE ZAROFF.
TURBILHÕES, Torre de RAVENAL, Pinget, Robert, BACHEPOUSSE, País do
ROTUNDIA, SALA DAS TORNEIRAS GRAAL FLIBUSTE.
UNIVERSAIS, YALDING TOWERS. Pisan, Christine de, Cidade das
Newcastle, Margaret Cavendish, MUNDO MULHERES VIRTUOSAS.
ARDENTE. Platão, ATLÂNTIDA.
Nister, Der (Pinhas Kahanovitch), CANTO Plínio, o Velho, Ilhas AFORTUNADAS
DO VIGIA. (2), País dos ARIMASPOS, País do

992
BASILISCO, Páis dos BLÉMIAS, SONANTE, TELEMA, TELENIABIN,
HIPERBÓREA, LIXUS, Terra do TOHU, UTOPIA.
MAU-OLHADO, MELITA, Ilhas das Radcliffe, Mrs. Ann, Castelo de UDOLFO.
ORELHAS, PYRALLIS, TAPROBANA, Raimund, Ferdinand, Reino
URANÓPOLIS. de ASTRAGALUS, FLORA,
Plutarco, Ilhas AFORTUNADAS (2). TUTULÂNDIA.
Poe, Edgar Allan, ARNHEIM, Raleigh, Sir Walter, AMAZÓNIA, EL
BENNET, Ilha da FADA, Ilha DORADO, EWAIPANOMA.
do FIM DO MUNDO, Terra do Ralston, Karl, Ilha BUYAN.
PRESENTE, Castelo do PRÍNCIPE Ransmayr, Christoph, MOOR.
PRÓSPERO, PLOLEMAIS, Rappaport, Solomon Samuel, ver An-Ski.
SHANGRI-LA, SILÊNCIO, TSALAL, Raspe, Rudolf Erich, Ilha do PEPINO.
VONDERVOTTEIMITTISS. Ray, Jean, SAINTE BEREGONNE.
Pólo, Marco, País dos ARIMASPOS. Read, Herbert, RONCADOR, País
Porcacchi, Tommaso, Mar dos VERDE.
GIGANTES, HEKLA. Restif de la Bretonne, Nicolas Edme,
Powell, Anthony, VENUSBERG (2). ANDROGRAFIA, GINOGRAFIA,
Prévert, Jacques, Ilha COMODANTES. MEGAPATAGÓNIA, Cidade de
Prévost, Abbé Antoine François, Ilha PARTHENION, TESMOGRAFIA.
da COLÓNIA, DREXARA, País dos Rezzori, Gregor von, MAGREBÍNIA.
NOPANDES. Richardson, Sir Benjamin Ward, HIGEIA.
Princess ofPaphlagonia, The, see Richter, Johann Paul Friedrich, ver Jean Paul.
Procópio, TULE. Rimbaud, Arthur, PALÁCIO-
Psalmanaazaar, George, FORMOSA. -PROMONTÓRIO.
Ptolomeu, Ilhas AFORTUNADAS (2). Robert, Marie Anne de Roumier,
Pushkin, Alexander, Reino de DODON. CASTORA, FUTURA, Reino do Rei das
ONDINAS, Ilhéu do TÉDIO.
Robida, Albert, FARANDOULIE,
R MAKALOLO.
Rabelais, François, AMANUENSE, Rochefort, Christiane, ARCHAOS.
BOSSARD, País do CETIM, Ilha Rogers, Charles, e Gus Meins, País dos
CHAPEPH, CHELI, Ilha CORTANTE, BRINQUEDOS.
DEMASIADO DAQUELES, DIA-SEM- Roseo,Mambrino, País dos
-PÃO, Ilha dos ENCARGOS, ENNASIN, GARAMANTES.
ENTELÉQUIA, Ilha FEROZ, Ilha das Rosny, J.H. jeune, LE DOUAR.
FERRAMENTAS, Ilha dos FURTIVOS, Rossetti, Dante Gabriel, BOSQUE ENTRE
Ilha de GANABIN, Ilha de GASTER, OS MUNDOS.
Ilha dos IGNORAMUSES, País das Roussel, Raymond, LOCUS SOLUS,
LANTERNAS, Ilha dos MACREONES, PONUKELE-DRELCHKAFF.
MEDAMOTHY, Ilha de ODES, Ilha do Rowling, J.K., HOGWARTS, Floresta
ORÁCULO DA GARRAFA, OUT, Mar PROIBIDA.
das PALAVRAS GELADAS, Ilha dos Rushdie, Salman, ALIFBAY, Oceano das
PAPAFIGAS, PAPIMANIA, POSTIGO, CORRENTES DE HISTÓRIAS, Cidade
RUACH, Ilha das SANDÁLIAS, Ilha de GUP, País de HUMORES.

993
Ruskin, John, Vale do TESOURO. Schoedsack, Ernest, e Merian Cooper, Ilha
Rustaing de Saint-Jory, Louis, das CAVEIRAS.
GROENKAAF, MANGHALOUR. Schulz, Bruno, CLEPSIDRA.
Ruy-Sánchez, Alberto, MOGADOR. Scott, Paul, JUNDAPUR, MANOBA.
Scott, Sir Walter, Ilha AFORTUNADAS (2).
Scudéry, Madeleine de, TENDRE ou
S TERNO.
Sackville-West, Victoria, STORN. Seabourn, comandante Adam,
Sade, Donatien-Alphonse- SIMZÓNIA.
-François, Marquês de, BUTUA, Searle, Charles [?], YLUANA.
SILLING,TAMOE. Shakespeare, William, Ilha de PRÓSPERO.
Salgari, Emilio, Montanha DOURADA, Shelley, Percy Bysshe, Caverna de
Canal de MELÓRIA, Selva NEGRA, ALASTOR.
TÚNEL INCA. Shiel, Matthew Phipps, VERDADEIRO
Saltykov, Mikhail Yevgrafovich, ver PÓLO NORTE.
Saltykov-Shchedrin. Shuo Tung-Fang, HSUAN, DESERTO DO
Saltykov-Shchedrin (Mikhail Yevgrafovich SUDOESTE.
Saltykov), GLOUPOV. Skinner, Charles M., Ilhas CANADIAS
Samuel, visconde Herbert Louis, FLUTUANTES.
BENSALÉM. Sorel, Charles, BRISEVENT.
Sandburg, Carl, ALFINETES DE CHAPÉU, Spence, Thomas, SPENSÓNIA.
Vale das AVES DAS NEVES, País dos Steinbeck, John, ARROY, BEDEGRAINE,
APANHADORES DE BALÕES, Palácio Castelo da DONZELA, FERGUS,
das CABEÇAS ESMAGADAS, CHAPÉUS Túmulo de MERLIM.
VAZIOS, País do DEDAL, Terra do EM Stephens, James, Gruta dos
CIMA E EM BAIXO, FÍGADO COM DORMIDORES DE ERINN, GLYN
CEBOLAS, MEDICINE HAT, OVOS CAGNY, GORT NA CLOCA MORA.
ESTRELADOS, PATINS EXPLOSIVOS, Stevenson, Robert Louis, País da
POLEGARES PARA CIMA, BRINCADEIRA, Baía da COLINA
PROFITEROLES, País da RUTABAGA, NEGRA, Cidade dos SUICIDAS, Ilha do
Palácio dos SACOS DE PAPEL. TESOURO.
Sannazaro, Jacopo, TÚNEL ARCADIANO. Stiblinus, Gaspar, EUDAEMON.
Saramago, José, Cidade dos CEGOS. Stifter, Adalbert, Cidade DESERTA.
Savi-Lopez, Maria, Mar dos GIGANTES, Stockhausen, Karlheinz, HARMONDIA.
MAG-MELL, Parque dos MONSTROS, Stoker, Bram, Bosque de DIANA, Castelo
RAKLMANI. de DRÁCULA.
Saxton, Mark, ISLANDIA, Continente de Storm, Theodor, Reino de
KARAIN. REGENTRUDE.
Schikaneder, Emanuel, e Wolfgang Strassburg, Gottfried von, Gruta dos
Amadeus Mozart, HELIÓPOLIS. AMANTES.
Schipper, Robert Vincent, e Paul Hulshof, Sullivan, Sir Arthur, e Sir William
Floresta da CHAVE. Schwenck Gilbert, TITIPU, Reino de
Schoedsack, Ernest, e Irving Pichel, Ilha de ZARA.
ZAROFF. Supervielle, Jules, Cidade da MENINA DO

994
ALTO MAR, REINO DA ÁGUA QUE EMYN MUIL, ENCRUZILHADA,
CORRE. ERED LITHUI, ERIADOR, Charnecas
Sweven, Godfrey, ALEOFANE, BROOLYI, ETTEN, Floresta de FANGORN,
COXURIA, ESPECTRÁLIA, Montes de FERRO, FLORESTA
FANATTIA, FENERÁLIA, FIGLÉFIA, VELHA, FORNOST, FOROCHEL,
HACIOCRAM, KLORIOLE, GONDOR, GORGOROTH, GRANDE
LIMANORA, LOONARIE, MESKEETA, RIO, HARAD, HARROWDALE,
RIALLARO, SWOONARIE, TANÁSIA, HENNETH ANNÛN, HOLLIN, IMLAD
TIRRALÁRIA. MORGUL, Campos de ÍRIS, Boca do
Swift, Jonathan, BALNIBARBI, ISEN, ITHILIEN, Cidade do LAGO,
BLEFUSCU, BROBDINGNAG, LINDON, LÓRIEN, MANSÕES DOS
GLUBBDUBDRIB, País dos ELFOS, MINAS MORGUL, MINAS
HOUYHNHNMS, LAPUTA, LILLIPUT, TIRITH, MONTANHAS BRANCAS,
LUGGNAGG. MONTES DAS TORRES, MONTES DO
TEMPO, MORDOR, MORGAI, MÓRIA,
Caminhos dos MORTOS, Pântanos dos
T MORTOS, Pântano dos MOSQUITOS,
Tenenbaum, Samuel, CHELM. NAN CURUNIR, Montanhas
Tennyson, Alfred, Lord, AVALON, NEBULOSAS, NEW HITHOEL,
BROCÉLIANDE, CAMELERD, ORODRUIN, OSGILIATH, PELARGIR,
CAMELOT, Ilha dos COMEDORES Campos de PELENNOR, RHUDAUR,
DE LÓTUS, Castelo CORBENIC, RHÛN, RIVENDELL, ROHAN, Covil
ESCALOT, Túmulo de MERLIM. de SHELOB, SHIRE, SIRANNON,
Thackeray, William Makepeace, ver Montanha SOLITÁRIA, Montanhas
Titmarsh, M.A. da SOMBRA, Floresta TENEBROSA,
Thomas, Dylan, LLAREGYB. TERRA-MÉDIA, TOL ERESSËA,
Thomas, James, Cidade da NOITE. UDÛN, VALINOR.
Tieck, Ludwig, RUNENBERG. Tosetti, Amedeo, MALACÓVIA.
Tiphaigne de la Roche, Charles François, Tournier, Michel, Ilha de CRUSOÉ,
GALLIGENIA, GIFANTIA. ROMINTEN.
Titmarsh, M.A. (William Makepeace Tremblay, Michel, Ilha dos PÁSSAROS.
Thackeray), BLACKSTAFF, CRIM- Tremearne, A.J.N., Cidade do CONSERTA,
-TARTÁRIA, PAFLAGÓNIA. Cidade INSONE.
Tolkien, J.R.R., AGLAROND, AMAN, Vales Troyes, Chrétien de, BEAUREPAIRE.
de ANDUIN, ANGMAR, Colina das Tutuola, Amos, ILHA-FANTASMA,
ANTAS, ARNOR, BREE, BUCKLÂNDIA, Vila dos MORTOS, PARAÍSO SEM
CAIR ANDROS, CAIR GALADHON, REGRESSO.
Campo de CELEBRANTE, Montanhas Twain, Mark (Samuel Langhorne
CINZENTAS, Portos CINZENTOS, Clemens), CAMELOT, GONDOUR,
CIRITH GORGOR, CIRITH HADLEYBURGO.
UNGOL, DAGORLAD, DALE, Vale Tyssot de Patot, Simon, BUSTROL,
de DIMRILL, Floresta de DRUADAN, RUFFAL, SATRÁPIA.
DUNHARROW, DUNLÂNDIA, Tzara, Tristan, FLUORESCENTE.
EDORAS, ELENNA, Abismo do ELMO,

995
FREIXOS, CATMERE, Schloss
U DREIVIERTELSTEIN, ELFWICK,
Updike, John, EASTWICK. ELPHAME, FOXCASTLE, Reino dos
Ustinov, Peter, CONCÓRDIA. PÉRIS, POMACE, RINGS, TISHK, ZUY.
Waugh, Evelyn, IMPÉRIO AZANIANO,
ISHMAELIA.
V Weber, Carl Maria, Freiherr von, e Johann
Vallerey, Tancrède, Ilha da AREIA VERDE. Friedrich Kind, GARGANTA DO
Varennes de Mondasse, De, CANTAHAR. LOBO.
Veiras, Denis, AUSTRÁLIA, Weill, Kurt, e Roger Ferray, YOUKALI.
SEVERAMBIA, SEVARÍNDIA, Welk, Ehm (Thomas Trimm),
SPOROUMBIA. KUMMEROW.
Verne, Júlio, Castelo dos CÁRPATOS, Wells, H.G., AEPYORNIS, País dos
Castelo de DUNDONALD, CEGOS, Ilha de NOBLE, PORTA NA
FRANCE-VILLE, Porto GRAUBEN, PAREDE, Ilha de RAMPOLE.
HANS-BACH, LIBÉRIA, Mar de White, T.H., BEDEGRAINE, CAERLEON,
LIDENBROCK, LINCOLN, Porto do CAMELOT, CHARIOT, CORBENIC,
NAUTILUS, Rochedo do PRESUNTO, CORBIN, JOYEUSE GARDE.
QUIQUENDONE, Ilha da RAINHA, Wieland, Christoph Martin, ABDERA.
Cabo SAKNUSSEMM, Corredor de Wilde, Oscar, Jardim do GIGANTE,
SAKNUSSEMM, Mar SARIANO, Cidade do PRÍNCIPE FELIZ.
STAHKSTADT, STANDARD ISLAND. Wilkins, Vaughan, QUIVERA.
Vian, Boris, EXOPOTÂMIA. Wilks, Mike, e Brian W. Aldiss, PILE.
Villemarqué, Hersart de, Ilha do HOMEM Winkfield, Unca Eliza (?], Ilha do ÍDOLO,
BRANCO. Ilha de WINKFIELD.
Villiers de Lisle-Adam, Philippe- Wright, Austin Tappan, ISLANDIA,
-Auguste, Comte de, Axel, Castelo de Continente de KARAIN.
AUËRSPERG. Wright, S. Fowler, Ilha do CAPITÃO
Virgílio, Ilha do SONHO. SPARROW.
Voltaire (François Marie Arouet), Wykham, Helen, COIMHEADACH.
Terra ALBINA, EL DORADO, Wyndham, John, MIDWICH.
GANGARÍDIA. Wyss, Johann David, NOVA SUÍÇA.

W Z
Wagner, Richard, Aldeia de DALAND, Zacharie de Lisieux, Père, DESPAIRIA,
VENUSBERG (1). JANSÉNIA, LIBERTÍNIA.
Wainstein, Lia, CITTABELLA, Zamyatin, Yevgeniy Ivanovich,
DRIMÓNIA. IVANIKHA.
Walcott, Derek, IOUNALAO. Zavattini, Cesare, ZAVATTINIA.
Walpole, Horace, Castelo de OTRANTO. Zinoviev, Aleksandr, IBANSK.
Walsh, Jill Paton, ISLA. Zschokke, Johann Henrich Daniel,
Warner, Sylvia Townsend, BLOKULA, GOLDENTHAL.
BROCÉLIANDE, CASTELO DE

996
notas biográficas

Alberto Manguel nasceu em 1948, em Buenos Aires, e cresceu em


Telavive e na Argentina. Teve como línguas maternas o inglês, o
espanhol e o alemão (que aprendeu com a ama). Aos 16 anos, tra-
balhava na livraria Pygmalion, em Buenos Aires, quando Jorge Luis
Borges lhe pediu que lesse para ele em sua casa. Foi leitor de Borges
entre 1964 e 1968. Frequentou o Colegio Nacional de Buenos Aires
e, em 1968, mudou-se para a Europa. Viveu em Espanha, França,
Itália e Inglaterra, ganhando a vida como leitor e tradutor para vá-
rias editoras.
Editou uma dúzia de antologias de contos sobre temas tão dís-
pares quanto o fantástico e a literatura erótica. É ensaísta, roman-
cista premiado e autor de múltiplos best-sellers internacionais, como
Uma História da Leitura.
É actualmente cidadão canadiano e vive no interior de França,
num antigo priorado transformado em residência onde instalou a
sua biblioteca de trinta mil livros.

Gianni Guadalupi nasceu em 1943, em Itália. Historiador e escritor,


traduziu para italiano autores como Kipling, Borges, Jodorowsky,
Molina, Allende e Benedetti. Escreveu e editou dezenas de livros
e antologias dedicados ao tema das viagens, reais e imaginárias.
Especializou-se em temas como os jesuítas na China, os viajantes
setecentistas na Pérsia e no Oriente, as viagens espaciais, os portu-
gueses na Índia, a descoberta da América e os pioneiros aeronáu-
ticos italianos. Definia-se como um «viajante sedentário». Grande
bibliófilo, coleccionou mais de treze mil livros sobre viagens de to-
dos os tipos. Morreu em 2007.

997
foi composto em caracteres Dante MT Std
e impresso na Gráfica de Coimbra,
em papel Bíblia de 60 gramas,
em Agosto de 2013.
NESTA COLECÇÃO

Morte na Pérsia Na Síria Viagem a Tralalá


Annemarie Schwarzenbach Agatha Christie Wladimir Kaminer
(trad. Isabel Castro Silva) (trad. Margarida Periquito) (trad. Helena Araújo)

Uma Ideia da Índia A Viagem dos Inocentes Histórias de Londres


Alberto Moravia Mark Twain Enric González
(trad. Margarida Periquito) (trad. Margarida Vale de (trad. Carlos Vaz Marques)
Gato)
Paris Os Primos da América
Julien Green Viva México Ferreira Fernandes
(trad. Carlos Vaz Marques) Alexandra Lucas Coelho
Cadernos Italianos
O Japão é Um Lugar Estranho Jerusalém — Ida e Volta Eduardo Pitta
Peter Carey Saul Bellow
(trad. Carlos Vaz Marques) (trad. Raquel Mouta) Um Gentleman na Ásia
Somerset Maugham
Veneza Caminhar no Gelo (trad. Raquel Mouta)
Jan Morris Werner Herzog
(trad. Raquel Mouta) (trad. Isabel Castro Silva) Mais Um dia de Vida —
Angola 1975
Caderno Afegão Cartas do Meu Magrebe Ryszard Kapuściński
Alexandra Lucas Coelho Ernesto de Sousa (trad. Ana Saldanha)

Disse-me Um Adivinho Viagem de Autocarro Vai, Brasil


Tiziano Terzani Josep Pla Alexandra Lucas Coelho
(trad. Margarida Periquito) (trad. Carlos Vaz Marques)

Nova Iorque O Colosso de Maroussi


Brendan Behan Henry Miller
(trad. Rita Graña) (trad. Raquel Mouta)

Histórias Etíopes O Murmúrio do Mundo


Manuel João Ramos Almeida Faria

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