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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Departamento de Ciências Animais


Disciplina: Fisiopatologia da Reprodução Animal
Professor: Alexandre Rodrigues

MANEJO REPRODUTIVO DOS CÃES E GATOS

Alunos: Alessandro Pinheiro Gomes


Gabriela Teixeira Ribeiro
Walter Gomes de Miranda Neto

Mossoró/RN
12 de maio de 2010
Introdução

Devido ao grande crescimento na criação de cães e gatos, houve um avanço nas


técnicas de manejo reprodutivo visando um melhor aproveitamento do desempenho
reprodutivo destas espécies. Essa criação é vista hoje como uma atividade de grande
interesse econômico, sendo de extrema importância a compreensão de toda a reprodução
animal pelo médico veterinário.
MANEJO REPRODUTIVO DOS CÃES

 Puberdade

A puberdade é normalmente alcançada aos 7-11 meses (faixa de 6 a 18 meses); em


outras palavras, de 2 a 3 meses após a cadela ter atingido o peso corporal adulto. As raças
caninas de menor porte conseqüentemente alcançam a puberdade antes das raças de maior
porte, pois seu peso corporal adulto é atingido em idades mais precoces. A cadela chega à
maturidade poucos meses antes do cão.
Diversos fatores podem influenciar o inicio da puberdade: o macho pode influenciar o
tempo para o primeiro estro de suas filhas; cães semi-ferais e domesticados aos quais se
permite que perambulem livremente, torna-se sexualmente maduros com mais antecedência
que os cães criados em canis; o “cruzamento” também pode desempenhar esse papel.
Não ocorre uma menopausa evidente nos caninos, mas os intervalos inter-estrais
gradualmente aumenta, com o aumento da idade. Em cadelas idosas que ainda tem estro, a
fertilidade pode não ser seriamente afetada; foi descrito que os ciclos estrais continuam
regularmente ate os 20 anos de idade.

 Estação reprodutiva

Acreditava-se que existiam duas estações de reproduções por ano, para os cães, mas
estudos metódicos não conseguiram evidenciar uma distribuição bimodal dos períodos
estrais. Alguns pesquisadores verificaram que o estro ocorre o ano todo, embora ocorram
mais ciclos durante a primeira metade do ano, comparativamente à segunda metade. Outros
investigadores localizaram certos meses pico (maio, julho e outubro) de atividade estral.
A temperatura ambiente e outros fatores ambientais podem ter influencia sobre a
atividade estral. A latitude e a fotoperiodicidade parece não exercer efeitos, nem a luz
natural ou artificial, mas foi descrito que a reprodução é afetada pela inanição e
adiposidade.

 Ciclo estral

A maioria das cadelas exibe um aumento ligeiro, embora progressivo, na duração do


período inter-estral, até os 4 anos de idade. A cadela idosa comumente tem ciclos estrais
irregulares e exibe períodos irregulares de anestro. Cada um dos componentes do ciclo é
prolongado, mas o anestro contribui com a fração maior do ciclo estral. O estro prolonga-se
uns poucos dias após a ovulação, a despeito dos elevados níveis plasmáticos de
progesterona. Portanto, a cadela difere por não haver luteolise se um acasalamento não
resultar em fertilização.
O fato da cadela permanecer sexualmente receptiva após alguns dias após a ovulação, e
após a formação dos corpos lúteos, contribui para os problemas na seqüência do ciclo
estral.
O ciclo estral compreende o proestro, estro, metaestro (limitado pelos últimos dias de
aceitação do macho e regressão do corpo lúteo) e anestro.

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 Proestro

A duração do proestro é em media 9 dias, começando com os primeiros sinais de edema


vulvar e de corrimento vaginal sanguinolento e terminando com a aceitação do macho.
O proestro é caracterizado por uma alteração no comportamento da cadela, ela se torna
irrequieta, excitada, algumas cadelas podem montar outras cadelas. A fêmea bebe
quantidades crescentes de água, urinando freqüentemente. Há feromônios na secreção
vaginal e na urina na qual atraem os machos.
A cadela não se interessa pelo macho nesse período, podendo ficar agressiva. Dentro
de poucos dias a cadela fica mais calma; alternativamente, ela pode agir de modo
absolutamente passivo, ou mesmo permitir que o macho monte mas não penetre.

 Estro

A duração do estro é de aproximadamente de 6 dias. O período é limitado pelos


primeiros e últimos dias de aceitação do macho.
A cadela exibe interesse no macho e tenta atraí-lo, ela vira o quarto posterior em
direção ao macho, baixa o dorso e eleva a região pélvica, exibe a região perineal, angula a
sua calda para alguns dos lados e permite a penetração do pênis do macho. O edema vulvar
está ainda presente, mas o corrimento vaginal muda, passando de avermelhado ou
sanguinolento, para transparente ou incolor.
O estro compreende a fase que vai do 9º ao 15º dia, no nono dia ocorre o pico de LH e
após 48 horas tem início a ovulação, porém nesse período os oócitos ainda estão imaturos e,
portanto, a fêmea não pode ser fecundada; no 13º dia os oócitos já estão maduros e a cadela
está pronta para ser fecundada. Entretanto, deve-se considerar que o momento da ovulação
varia de uma cadela para outra.
É possível que uma cadela fertilizada no primeiro dia do estro possa ter
espermatozóides férteis no útero ao longo de todo o período estral. A sobrevivência dos
espermatozóides durante esse longo período explica a ocorrência da super fecundação.
Durante a ovulação 4 a 6 folículos se rompem.

 Metaestro/Diestro

A duração media é entorno de 75 dias. É limitado pela ultima aceitação do macho e


regressão d corpo lúteo. O edema vulvar regride com bastante rapidez e desaparece; e
apenas uma quantidade de corrimento vaginal pode estar presente, a cadela torna-se calma e
relaxada e a atração dos machos logo decresce.

 Anestro

Esse período de inatividade ovariana tem duração de cerca de 125 dias (faixa de 15 a
265 dias), durante os quais não há corrimento vaginal.

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 Reprodução e acasalamento

Diversos fatores têm importância para uma ótima reprodução; a idade dos cães, a
freqüência com que o macho serve e o intervalo entre as gestações da cadela, devem ser
considerados antes que os cães sejam utilizados para reprodução.
A cadela devera ser posta em repouso se o numero de filhotes estiver decrescendo, se o
estado físico após a lactação estiver abaixo do normal ou se o intervalo entre os ciclos for
menor que 6 meses. O macho devera ter descanso caso estiver sendo utilizado com
freqüência. É aconselhável o exame do sêmen dos animais reprodutores regularmente caso
se pretenda que esses cães se mantenham na reprodução.

 Época ótima para o acasalamento

Sobre condições naturais, quando a cadela e o macho são deixados a sós, raramente há
problemas com a monta e a fertilização. Nas cadelas fecundadas artificialmente, é essencial
conhecimento do momento ótimo para inseminação.
Diversos testes podem ser realizados para a determinação da melhor ocasião para
reprodução, essa determinação é facilitada se diversos desses testes se combinam a
observação dos sintomas do estro.

 Comportamento da cadela

Apesar de uma cadela no proestro atrair o macho, este não é aceito ate o proestro tardio
e a monta não é permitida ate que a fêmea esteja verdadeiramente no estro. Isto sugere,
juntamente com o fato que a ovulação freqüentemente no segundo ao terceiro dia do estro,
que o período para reprodução é considerado ótimo 3 a 5 dias após que a cadela mostra
interesse pelo macho, ou 2 a 3 dias que é permitido a monta pela primeira vez. A aceitação
da monta é o mais confiável sinal do estro.

 Achados clínicos

Com a aproximação do estro, a cadela exibe crescente desejo de submeter-se ao macho


e tende a manter a cauda para alguns dos lados ao ser tocada na vulva ou região perineal.
No estro, o edema vulvar atinge o Maximo e a mucosa vaginal encontra-se pálida, com
pregas longitudinais. Podem ser provocadas contrações vaginais quando a vagina é tocada
ou durante a inseminação.

 Corrimento vaginal

No proestro, o qual tem uma duração media de 9 dias, há um corrimento vaginal


hemorrágico; enquanto no estro, o corrimento tem uma cor amarelo pálido. Na maioria das
cadelas o período ótimo para reprodução se dá de 2 a 3 dias após o aparecimento do
corrimento amarelo pálido, algumas cadelas podem não exibir o vaginal hemorrágico no
proestro e em outras, o corrimento vaginal hemorrágico pode persistir durante o estro e ate
mesmo alguns dias do metaestro.
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 Cobertura

 Comportamento sexual

Normalmente, com até cinco a seis semanas de idade pode ocorrer um comportamento
sexual, tanto em filhotes machos como fêmeas, consistindo de monta e movimentos
pélvicos de enganchamento, mas sem ereção, intromissão e ejaculação.
Filhotes machos podem montar outros filhotes de mesmo sexo e, menos
frequentemente, fêmeas montam outras fêmeas. Esse comportamento é normal, encerrando-
se usualmente na puberdade.

 Cobertura normal e comportamento de monta

Uma ótima condição para o êxito da monta consiste em permitir que esta ocorra no
ambiente familiar ao macho (no seu lar). É importante que o piso não seja escorregadio,
para que não ocorra dificuldade na intromissão e ejaculação do macho.
A monta tem início por uma espécie de corte; o macho é estimulado pelo odor dos
feromônios liberados pela vagina da cadela. Verificou-se que os feromônios produzidos na
glândula anal de cadelas em fase estral também atraem os machos. Os estímulos visuais e
auditivos são de importância secundária. O macho inicialmente cheira e lambe a vulva e a
região perineal. Normalmente, a cadela em fase estral permite essa investigação e mesmo
algumas vezes volta seu quarto traseiro na direção do macho. Uma fêmea que não está no
cio afastará seu quarto traseiro.
A ereção do pênis ocorre em duas fases: inicialmente, as artérias estão dilatadas e o
tecido cavernoso é preenchido com sangue, levando a uma ereção parcial. O macho monta
a cadela, a qual mantém a cauda para um dos lados. O pênis é introduzido na vagina por
meio de alguns movimentos impetuosos, durante os quais o macho realiza um movimento
de remar com as patas posteriores e o prepúcio é empurrado para trás do bulbo da glande.
Pode ser necessária alguma assistência durante a intromissão, especialmente em cadelas
cuja região perineal é coberta por pelos longos.
Após a intromissão, a ereção se completa por causa da contração dos músculos
próximos á base do pênis e da contração dos esfíncteres da vulva, que comprimem as veias
dorsais do pênis. Assim o macho é fixado em posição, até ter sido completada a ejaculação.
Assim, os animais ficam “enganchados”.
A ereção resulta na expansão da glande, de modo que o bulbo da glande triplica seu
diâmetro até seis cm ou mais e dobra seu comprimento até cerca de 4 cm. A porção longa
da glande tem seu comprimento e diâmetro aumentados.
A primeira fração do sêmen é ejaculada enquanto o pênis está parcialmente ereto,
segunda fração é ejaculada imediatamente após terem cessados os movimentos impetuosos.
Logo após, o macho desmonta, faz um giro, erguendo uma pata sobre a cadela, e os animais
permanecem com os quartos posteriores em contato e as suas cabeças em direções opostas,
enquanto a terceira fração é ejaculada nesse estágio, que pode durar de 5 a 30 min, durante
esse estágio, o pênis sofre um envergamento de 180 graus na metade de seu corpo.
Após a ejaculação, quando o bulbo está relaxado, os animais se separam, e o macho, e

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algumas vezes também as fêmeas, lambem o pênis parcialmente ereto, sem exibir qualquer
interesse sexual. Após um período de repouso, o interesse do macho retorna, e ele poderá
servir até 5 vezes no dia.
A fração com esperma é ejaculada no inicio da monta, e o engate não é essencial à
concepção. Alguns indivíduos e algumas raças raramente engatam sem qualquer redução
em sua fertilidade.

 Inseminação artificial

Na impossibilidade da realização da monta natural, podemos realizar a monta artificial,


como um meio alternativo. Além disso, essa biotécnica pode ser utilizada quando há a
necessidade de utilização de sêmen refrigerado ou congelado. O sêmen do reprodutor é
coletado por manipulação digital, preferencialmente na presença da cadela no estro, no
entanto, muitos machos ejaculam facilmente na ausência de fêmeas. Como alternativa,
naqueles machos que não permite coletar por esse método, pode-se utilizar a
eletroejaculação. Após a coleta, o sêmen deve ser avaliado quanto aos parâmetros vigor e
motilidade e imediatamente usado ou processado para refrigeração ou congelação, através
da adição de diluentes que aumentem a longevidade espermática. Uma vez sendo
determinado o período ótimo para a cadela, a inseminação artificial pode ser conduzida pela
via intra-vaginal, utilizando uma pipeta rígida de vidro ou de plástico, ou preferencialmente
uma sonda de Osiris. Durante o procedimento deve-se fazer a estimulação da vulva para
facilitar a motilidade dos espermatozóides Nos casos em que a qualidade do sêmen é baixa,
como no uso de machos com baixa concentração espermática ou no uso de sêmen
congelado, é recomendada a realização da inseminação intra-uterina, onde o sêmen é
depositado dentro do útero por meio de cateteres metálicos específicos, laparotomia,
laparoscopia ou endoscopia vaginal.

 Transferência de embriões

A transferência de embriões foi conseguida em cadelas; a coleta e transferência foram


efetuadas durante ciclos naturais. A transferência de embriões foi também realizada em
cadelas durante o estro induzido, 9 dias após a ovulação.
Há relatos também de um método cirúrgico para a coleta de embriões em cadelas
anestesiadas, após a indução do estro e ovulações por gonadotropinas.
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 Gestação e parto

A gestação inicia-se com a fecundação do óvulo, progredindo até o momento do parto,


sendo descrita uma variação em sua duração entre 59 e 72 dias. O manejo adequado da
cadela gestante deve ser realizado em fase inicial para assegurar o curso normal da
gestação. Os procedimentos de diagnóstico de gestação em cadelas contribuem para

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aumentar a eficiência reprodutiva desses animais, possibilitando o planejamento de uma
dieta alimentar adequada para as fêmeas gestantes e a definição de uma estratégia sanitária
eficiente. Além disso, esses procedimentos possibilitam identificar uma possível gestação
precocemente, informar sobre a viabilidade fetal, o número de fetos em uma ninhada e,
adicionalmente permite uma estimativa bastante aproximada da idade fetal pelas dimensões
fatais e a avaliação do sistema genital da fêmea. Vários métodos de diagnóstico de gestação
têm sido preconizados para o uso nas cadelas, todavia a grande maioria deles depende de
mão-de-obra como na execução da palpação abdominal, e no uso de equipamentos
sofisticados e, por conseqüência de elevado custo, como: radiografia, ultra-sonografia,
laparoscopia e provas sorológicas.
Nos dois ou três dias que antecedem o parto, as cadelas normalmente ficam inquietas,
procuram esconder-se, alimentam-se pouco e fazem um ninho. O trabalho de parto nas
cadelas pode demorar na dependência do tamanho da ninhada, de 4 a 24 horas. O tempo
medo de expulsão de um filhote é de 20 a 30 minutos, mas na fase final do parto, existe
uma tendência ao prolongamento desse intervalo. Normalmente, a fêmea lambe
exaustivamente a região da vulva e inicia os cuidados com o seu filhote, como o corte do
umbigo, estímulo á defecação e à respiração, e encaminhamento para as mamas. Porém,
caso isso não aconteça, é necessária a intervenção imediata do proprietário, no intuito de
evitar a perda dos recém-nascidos.
A produção de qualquer espécie animal está diretamente vinculada a sua reprodução.
Desse modo, a importância do manejo reprodutivo para a espécie canina vem sendo cada
vez mais ressaltada, tanto visando um maior desempenho dos animais, como no intuito de
se obterem conhecimentos para se diagnosticar, prevenir e tratar os distúrbios reprodutivos.
Aliados a estes conhecimentos, é importante ressaltar a necessidade de cuidados específicos
com o produto da reprodução, ou seja, os cuidados com o recém-nascido e
desenvolvimento deste filhote.

 Diagnóstico de gestação

O período interestral é mais longo que a gestação, assim, a não ocorrência do estro não
pode ser usada como indicação de gestação, nem o peso corporal aumentado ou o
desenvolvimento do úbere, visto que esses aspectos podem ser devido a uma alimentação
inadequada, ou à pseudociese.
Diversos métodos podem ser empregados no diagnóstico da gestação, como palpação
abdominal, ultrassom, raio-x, auscultação, eletrocardiografia fetal, esfregaços vaginais,
exame hematológico, testes hormonais, exame dos cromossomos, laparotomia e
laparoscopia.

 Aberrações

Aberrações do comportamento de acasalamento normal ocorrem com bastante


freqüência, podendo ocorrer diferenças na resposta do macho, bem como na fêmea. Essas
divergências evidenciam-se com maior intensidade na primeira ocasião em que um cão
acasala. Caso os cães sejam privados de seu comportamento normal, o comportamento de

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cruzamento dos adultos poderá ficar adversamente afetado. Isto pode ser observado em
cães criados em isolamento, que então recusam-se a acasalar, por ter uma experiência
inadequada do comportamento de acasalamento em outros cães.
Caso um cão não seja estimulado por um longo período, por uma cadela no estro, ele
poderá montar outros machos, outros animais, ou mesmo pessoas ou objetos inanimados.
Esse comportamento anormal pode ser tão embaraçante, que terá que ser eliminado pela
castração ou administração de progestógenos de longa ação.
A masturbação ocorre com mais freqüência no macho do que na fêmea. O macho pode
montar outros animais, pessoas e objetos, promovendo vigorosos impulsos pélvicos e
estimulando, deste modo, o prepúcio e o pênis para que ocorra que a ereção e expulsão do
fluido prostático. Esse distúrbio pode também ser sanado pela castração ou administração
de progestágenos.
A cadela pode masturbar-se friccionando a região vulvar contra o assoalho ou outros
objetos. Não há ainda tratamento adequado para a fêmea.

Alessandro Pinheiro
MANEJO REPRODUTIVO DOS GATOS

 Puberdade

A idade da puberdade, quando a gata apresenta seu primeiro estro, é muita variável,
dependendo tanto da raça, como da época do ano. A maioria das gatas apresentam seu
primeiro estro ao atingir o peso de 2,3 a 2,5 kg, ou seja aproximadamente 7 meses, mas em
alguns casos, a maturidade pode ser atingida aos 3 meses, e algumas raças puras de pêlos
longos, como os persas, pode não apresentar estro até estarem com 12 a 18 meses de idade.
O surgimento da puberdade é influenciado mais pela época do nascimento, em relação à
estação de acasalamento, que pela idade. Gatos nascidos entre outubro e dezembro podem
não se tornar sexualmente maduros quando a estação reprodutiva vier ter início alguns
meses mais tarde, mas na estação seguinte, tendo, portanto 12 a 16 meses no seu primeiro
cio.
A atividade reprodutiva normalmente continua até a idade de 14 anos; houve estações
observadas em gatas de 20 anos de idade, mas com o aumento da idade o número de
gatinhas por ninhada e o número de ninhadas por ano decresceram.

 Estação de acasalamento

A época de do ano para estação de acasalamento depende da localização geográfica. No


hemisfério norte, a estação de acasalamento começa no fim de janeiro, prolongando-se até
agosto\setembro; foi mesmo descrito que duraria até novembro/dezembro, quando a luz do
dia está em seu mínimo. Segue-se o período de anestro, que dura ate o surgimento da
próxima estação de acasalamento. Isso serve para a maioria dos gatos por que a estação de
acasalamento pode ser afetada pela raça do gato, ou por fatores ambientais, ou mesmo
psicológicos. Em fêmeas mantidas em casa e expostas à iluminação artificial, a atividade
poliéstrica pode continuar ao ano todo. Isto é mais comum em gatos de pêlos curtos que nos
gatos de pêlos longos. O estresse psicológico pode interromper o período de anestro.
A duração da luz do dia é um importante fator no controle reprodutivo. Foi
demonstrando, em programas de reprodução em laboratório, que a exposição diária a 14
horas de luz artificial produz resultados positivos.
O primeiro estro após a gestação usualmente ocorre 8 dias após o desmame dos
gatinhos, ou seja, na média de 8 semanas após o parto, com uma variação de uma semana
em gatas não-lactentes até 21 semanas nas gatas em lactação integral. Há relatos que
indicam que o estro pode ocorrer mais cedo, em até 7-10 dias após a parição, mesmo em
gatas lactentes. De fato, foi observado um estro fértil em até 18 a 26 horas após a parição.
Tudo isso implica que a fêmea pode estar prenhe durante a maior parte do ano.

 Ciclo estral
A gata é poliéstrica e possui uma ovulação induzida, ou seja, nem a ovulação, nem a
formação dos corpos lúteos ocorrem a menos que haja monta. A duração e o curso do ciclo
dependem de: se a monta ocorreu, se houve conseqüente ovulação, e se isto resultou em
concepção, e se após a gestação e a parição segue à lactação.

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Um ciclo anovulatório tem uma duração de 2 a 3 semanas, mas pode ocorrer ciclos de
durações diferentes, como também um estro contínuo. Joshua, ao realizar uma pesquisa,
verificou que 74% das gatas apresentou um ciclo estral de 21 dias, 14% apresentou ciclos
de diferentes durações e 12% apresentou ciclo contínuo. Os intervalos entre os ciclos estrais
são prolongados, durando em média cerca de 6 semanas.

 Proestro

Esse período prolonga-se de 1 a 3 dias. Usualmente caracteriza-se pela demonstração


por parte da fêmea do desejo de ser mimada, por uma freqüência maior de micção, e
mesmo pela emissão de jatos de urina (“jateamento”). O edema vulvar ou está ausente ou
não é muito pronunciado e não ocorre corrimento vaginal sanguinolento, como na cadela.
Durante esse período, há um crescimento seletivo de 3-7 folículos ovarianos e atresia de
outros folículos.

 Estro

A duração do estro é afetada pela estação e pela ocorrência, ou não da ovulação. Na


primavera, o número de dias do estro é maior (de 5-14 dias/ciclo), já nas outras estações,
esse número é reduzido (de 1-6 dias/ciclo). Na gata em ovulação, o período estral dura, em
média, de 5,7 dias, com os sinais estrais desaparecendo de 24-48 horas após a monta,
enquanto que uma duração de 8 dias é normal se a ovulação não ocorrer. Ainda assim,
ocorreram variações, observando-se uma mesma duração de estro em fêmeas com e sem
ovulação, bem como de uma duração mais curta em fêmeas não acasaladas.
Durante o estro, a fêmea altera o seu comportamento, ela “chama” o macho, exibe
lordose, desvia a cauda para um dos lados e mostra desejo de copular. Contrações
espasmódicas da região perineal poderão ocorrer especialmente se a região pélvica dorsal é
suavemente afagada. Comumente, ocorre anorexia e jateamento de urina durante o estro.
Os folículos crescem de 2-3 mm.

 Ovulação

A cópula produz impulsos na região vulvar-vaginal, causando a secreção do GnRH pelo


hipotálamo, este hormônio leva à secreção do hormônio luteinizante (LH) resultando em
ovulação de 24 a 50 horas após o coito.
Em algumas gatas, um único estimulo coital resulta em ovulação, enquanto em outras, é
necessário diversos estímulos coitais. Em algumas fêmeas, mesmo 3 cópulas em um
intervalo de 30 minutos não são bem sucedidas e não provocam ovulação, presumivelmente
por causa do fato que algumas gatas permitem a cópula antes da maturação dos folículos.
Portanto, uma única monta pode induzir a ovulação e a repetição de montas pode
aumentar o número de ovulações, embora em algumas gatas verifica-se que isso não ocorre.

 Metaestro
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A duração do metaestro é em média de 21 dias ( numa faixa de 14-28) na fêmea não
coberta, enquanto que uma monta estéril ou cópula simulada é seguida por um período de
pseudogestação, durando, na média, de 35 dias (numa faixa de 30-73 dias).

 Anestro

Nesse período, que se caracteriza pela quiescência sexual, os ovários estão pequenos, e
o diâmetro dos folículos tem de 0,5 mm em média.

 Hormônios

 Hormônio luteinizante (LH)

O estímulo da monta é necessário para a liberação do LH pela glândula pituitária, e


cópulas múltiplas acarretam elevados e prolongados níveis séricos de LH. Isto fica evidente
durante os primeiros 90 minutos de estimulação, mas, se a monta perdurar além desse
período, o estímulo se tornará virtualmente ineficaz quanto à indução de maiores liberações
de LH. A liberação do LH é induzida minutos após o coito, um só estímulo coital pode
promover a liberação de LH de 16 a 20 horas.
Em gatas que ovularam, foram encontrados níveis máximos de LH de 1-4 horas
após a monta, com retorno à normalidade depois de 8 horas, enquanto que em gatas que não
ovularam o retorno aos níveis normais foi alcançado após 4 horas.

 Progesterona

Na gata prenhe, a progesterona não é detectável durante 2-3 dias após a cobertura,
mas a concentração aumenta rapidamente até o 11º dia. Seguido de uma ligeira queda, há
uma outra elevação até o 21º dia. A concentração decresce até 4-5 ng/ml antes do parto, e
para menos de 1 ng/ml imediatamente após a parição. Na gata pseudoprenhe, verificou-se
que os níveis de progesterona se mantêm paralelos aos da gata prenhe. Nas gatas com ciclos
poliéstricos normais, que não estejam prenhes ou pseudoprenhes, a concentração de
progesterona apresenta pouquíssimas variações. (de 0,1 a 0,6 ng/ml).

 Estradiol

No dia do acasalamento, a concentração do estradiol é de 60pg/ml e, durante os cinco


dias seguintes, a concentração cai rapidamente para 8-12pg/ml. Esse nível é mantido até o
58º-62º dia, quando ocorre uma ligeira elevação antes do parto, após a qual a concentração
torna a cair.

 Prolactina

Os níveis de prolactina estão elevados durante o último trimestre da gestação, atingindo


concentração de 31,2 ± 5,1ng/ml durante toda a última semana, e atingindo de 43,5 ±
5,4ng/ml nos últimos 3 dias. A concentração aumenta durante a lactação (40,6 ± 7,2 ng/ml),

Alessandro Pinheiro
exceto para as duas últimas semanas, quando declina significativamente para 27,8 ± 3,1
ng/ml. A concentração de prolactina alcança níveis basais na 1ª semana pós-natal. Não há
grandes desvios de secreção de prolactina com relação ao período de anestro na gata, mas
essa secreção pode modificar-se diariamente, em resposta ao fotoperíodo.

Alessandro Pinheiro

 Reprodução e acasalamento

 Acasalamento e comportamento normais durante a cobertura

O padrão de acasalamento entre os gatos depende da experiência sexual e do status


hormonal. As gatas púberes resistem às atenções do gato até a ocorrência da primeira
cópula. Depois disto, a gata progressivamente se torna mais receptiva, permitindo o
intercurso com o macho com maior freqüência e com resistência decrescente.
O macho não exime interesse sexual na fêmea em fase de anestro ou metaestro, mas
durante o proestro e estro, o gato é atraído tanto por seu “chamado” e comportamento geral,
quanto pelo odor de sua urina. O macho delimitará o seu território ao “espirrar” urina e se
esfregar contra as áreas ainda não assinaladas, podendo ainda lamber seu pênis
parcialmente ereto, como um sinal de prontidão para a cópula.

- Feromônios sexuais

Os gatos parecem possuir pelo menos dois feromônios sexuais. Um deles é o ácido
valérico encontrado na secreção vaginal da fêmea no estro. Além da atração do gato, este é
também um feromônio fêmea-fêmea que induz ou auxilia na indução do estro em outras
fêmeas, conduzindo deste modo ao fenômeno do cio simultâneo em diversas gatas em um
criatório inteiro. O outro feromônio é o odor do macho, que, ao ser utilizado na demarcação
territorial, também fará com que algumas gatas entrem no cio.

- Comportamento imediatamente anterior à monta

Durante o proestro, a fêmea rejeitará o macho. No começo do estro, ela se torna


mais ativa e nervosa, terminando por “chamar” o macho, esse miado típico do cio pode ser
imitado pelo macho, e em seguida será repetido de um animal para o outro. A fêmea
esfrega a sua cabeça e pescoço em diversos objetos, e também no assoalho, e
frequentemente rola pelo chão. Esses sinais intensificam-se quando o macho se aproxima.
Pela presença de um gato (ou meramente seu cheiro), a fêmea em estro irá abaixar o seu
dorso e elevar a região pélvica, dobrando a cauda para um dos lados. Simultaneamente,
efetua-se movimento de pisoteio com as patas traseiras. Algumas gatas não caminham
nesse estágio, mas movem-se para adiante e sobre os codilhos dobrados e a pélvis erguida.
Essa reações podem ser induzidas quando a gata é suavemente acariciada no seu dorso, sua
região pélvica é tocada. Os sinais podem tornar-se mais pronunciados se a pele do pescoço
for agarrada, afagando simultaneamente a região perineal. Se a gata não se encontra ainda

Walter Gomes
completamente receptiva ao ser coberta, ela se voltará para o macho, usualmente com as
garras à mostra, mas com freqüência retomará o comportamento estral, tendo recuado o
macho. Nem todos os sinais de estro estão sempre presentes no primeiro estro.
Frequentemente estarão presentes apenas os miados agudos, os rolamentos e o pisoteio. Há
também uma considerável variação racial, e muitas raças de pêlos longos não vocalizam.

- Monta

Durante a monta, o macho morde firmemente o pescoço da fêmea, agarrando-se em


torno de seu tórax com as patas dianteiras, enquanto pisoteia com as patas traseiras. Um
gato ansioso poderá iniciar sua ação ainda sobre o dorso da fêmea em posição
demasiadamente afastada; assim, ele terá que mover-se para trás, enquanto a fêmea tentara
fazer com que fique mais fácil alcançar a região vulvar. Durante essa manobra, ambos os
felinos efetuam movimentos de pisoteio com suas patas traseiras. O pênis, que
normalmente aponta para trás, encontra-se parcialmente ereto nesse estágio, apontando para
frente e para baixo. O pênis é introduzido com um movimento thrusting. Havendo a retirada
do pênis, a fêmea move-se para diante, enquanto emite o “grito da cópula” (supõe-se ser
devido às papilas cornificadas no pênis), e o macho se afasta, para evitar a agressividade da
gata. A fêmea rola para um dos lados e lambe a região vulvar enquanto o gato observa a
uma distância segura. Após uma pausa que oscila entre poucos minutos até uma hora, a
monta é repetida. A monta continua até que tenham ocorrido cerca de 7 ejaculações.
Embora a freqüência e intervalos entre as montas dependam individualmente dos animais,
em geral é a fêmea que eventualmente põe um fim no processo da monta.
Numa investigação sobre exaustão e recuperação sexual, verificou-se que o macho
normalmente abocanha o pescoço da fêmea após 16 segundos, monta depois de 19
segundos, começa os movimentos thrusting após 66 segundos e completa a primeira monta
após 107,5 segundos. As montas podem ser repetidas por até 4 dias (média : 2 dias) e nesse
período o macho perde peso, por causa da limitada ingestão alimentar. Os rins do macho
são volumosos; quando o animal emagrece, por atuar progressivamente ao longo da estação
reprodutiva, os rins poderão ser observados, salientando-se para além das costelas, como
formações tumorais.
Algumas vezes, um macho não mostra interesse por uma gata, mesmo quando ela
está no cio. Isto pode ser devido ao ambiente desconhecido, podendo ser necessário um
período de aclimatação de 2 meses. Alguns animais não acasalarão fora do seu território,
isto é mais frequentemente observado quando o macho é levado à casa da fêmea, que vice-
versa. Pode-se também ter um caso em que algumas gatas (em particular as de raça
exóticas), recusam as atenções de gatos reprodutores, mas cruzam prazeirozamente com os
gatos vadios da região.

 Acasalamento e comportamento anormais durante a cobertura

Algumas vezes, um gato macho tentará cruzar com outro macho. Quando um macho é
coberto, este poderá exibir uma postura agachada, com a cauda desviada. Esse
comportamento pode ocorrer em jovens nas proximidades da puberdade, extinguindo-se

Walter Gomes
normalmente sem tratamento ao ser alcançada a puberdade; pode ocorrer também quando
um macho é introduzido no ambiente de outro gato, resultando na cobertura do gato recém-
introduzido que permite passivamente a fixação pelo pescoço e os impulsos copulatórios; a
mesma reação pode ocorrer em um gato maturo, privado da atividade do acasalamento, e
que portanto está sob tensão sexual.
Um gato não socializado com outros gatos pode tentar o acasalamento com outras
espécies animais. Esse problema não ocorre em gatos normalmente desmamados, mas
surge com mais freqüência em gatinhos órfãos.
Pode haver masturbação em gatos que vivem em ambientes extremamente restritos. Os
machos podem empregar suas patas dianteiras e as fêmeas lambem ou atritam a região
genital contra o piso.

 Inseminação artificial

A inseminação artificial no gato é possível com sêmen fresco ou congelado. É um pré-


requisito para o sucesso que a gata esteja no cio, o qual é verificado pelo exame de um
esfregaço vaginal e pelo comportamento ao se tocar seu pescoço e região pélvica.
A indução da ovulação pode ser conseguida pelo acasalamento com um gato
vasectomizado ou pela injeção de gonadotropina coriônica humana (HCG) no 1º e 2º dias
do estro. A ovulação ocorre dentro de 25-26 horas após a injeção intravenosa ou
intramuscular de HCG.

 Transferência de embriões

A transferência de embriões, cirurgicamente efetuada no ciclo natural, teve êxito em gatos.


A sincronização situou-se dentro de aproximadamente 1 dia, e a ovulação foi induzida pela
injeção de HCG, ou pela cobertura com um gato vasectomizado.

 Gestação e parto

Os ovos passam pela tuba uterina dentro de 2-4 dias, ingressando no útero 4-5 dias após
a monta, e 10 dias mais tarde, ocorre a implantação. Ocorrem sinais óbvios de gestação na
6ª-7ª semana. Aumentam as dimensões das glândulas mamárias e os mamilos se tornam
firmes. A distensão do abdômen aumenta e a gata repousa mais que o usual. Durante as
últimas 2-3 semanas de gestação, são visíveis os movimentos fetais da parede abdominal.
A duração da gestação, em média, é de 63-66 dias (faixa: 52-71 dias).
A superfecundação pode ser o resultado de acasalamentos múltiplos com diversos
machos durante o mesmo período estral, resultando na fertilização de óvulos separados por
espermatozóides de diversos machos. Ocorre superfetação, visto que 10% das gatas prenhes
apresentam estro e aceitarão machos. Com muita freqüência, o estro durante a prenhez
ocorre entre o 21º e o 24º dias, mas pode também ocorrer por volta da 6ª semana.
A gestação extra-uterina ocorre na gata presumivelmente de forma secundária à ruptura
uterina.

Walter Gomes
A gata deve ser colocada num local adequado numa caixa de parição com 45 x 30 x 25
cm algum tempo antes do parto. A atividade da gata decresce na 9ª semana de gestação, e
ela busca um local escuro, isolado, tranqüilo e aquecido, onde possa ter seus gatinhos. A
gata pode demonstrar intranqüilidade devido à distensão abdominal, pode frequentemente
trocar de lado ou preferir uma posição sentada; poderão ser observados movimentos fetais,
resultando num girar rápido de sua cabeça em direção ao flanco. O tônus muscular da
região perineal torna-se flácido e relaxado, e os mamilos das glândulas mamárias
edemaciadas se tornam proeminentes e com uma cor rosa-escuro, à medida que se
aproxima a hora do parto.
Estudos indicam que o mecanismo do nascimento dos gatos é o mesmo descrito para a
cadela. O primeiro estágio do trabalho de parto caracteriza-se por uma crescente
intranqüilidade, deambulação e vocalização, até 24 horas antes da parição; imediatamente
antes do parto, um comportamento de construção do ninho e o antagonismo com relação a
estranhos poderão ser observados mais intensamente. Em algumas gatas, a temperatura
retal baixa. O apetite pode estar reduzido ou ausente, mas algumas gatas continuam a comer
até que os filhotes nasçam e mesmo durante os intervalos entre as expulsões dos gatinhos.
Após a ruptura das membranas fetais, segue-se com muita rapidez a expulsão do
primeiro feto através de 3-4 contrações efetuadas em poucos minutos, embora o nascimento
do primeiro gatinho possa, em alguns casos, demorar até 30-60 min. A expulsão pode ser
acompanhada por um miado intenso, e muitas vezes a gata lambe o gatinho, e parte o
cordão umbilical. As gatas também lambem o seu corpo para se limparem.
Os intervalos entre as parições individuais variam de 5 min a 1 hora; frequentemente, 2
gatinhos nascem um logo após o outro. Pode então transcorrer um período de 10-90 min
antes da próxima expulsão. Esse segundo estágio do trabalho de parto normalmente se
completa dentro de 2-6 horas.
Normalmente as membranas fetais são expelidas logo após a parição de cada gatinho.
Muitas gatas ingerem as membranas fetais logo após terem sido expelidas.
O número de filhotes é influenciado por diversos fatores, como a raça, número de
ninhadas já geradas, o estado nutricional e a saúde da gata. O número médio de filhotes por
ninhada é de 4 animais (faixa de 1 a 8).

 Diagnóstico de gestação

Um diagnóstico de gestação pode ser concretizado por palpação abdominal, exame de


ultrassom, raio-x ou laparoscopia.

 Alimentação

A ingestão energética recomendada é de 1465Kj (350kcal) por dia para gatas prenhes
pesando 3,5kg, e 2510kJ (600kcal) para gatas lactentes pesando 2,5kg. A ingestão
restringida de proteínas maternas durante a gestação e a lactação produzirá gatinhos que
exibem respostas emocionais ampliadas diante de situações estressantes, e retardo no
desenvolvimento da formação de uma ligação afetiva com a gata-matriz.

Walter Gomes
Os proprietários devem alimentar suas gatas prenhes com diversas pequenas refeições
por dia durante as últimas 3 semanas de gestação, pois a pressão uterina sobre o estômago
prejudica a ingestão da usual refeição única, normalmente volumosa.

Walter Gomes
Conclusão

A produção de qualquer espécie animal está vinculada à sua reprodução. Sendo


assim, a importância da reprodução canina e felina vem sendo cada vez mais ressaltada,
tanto visando o melhoramento do desempenho dos animais, como no intuito de se obterem
conhecimentos para diagnosticar, prevenir e tratar distúrbios reprodutivos. Aliados a esse
conhecimento, é importante ressaltar a necessidade de cuidados específicos com o produto
da reprodução, ou seja, cuidados com o recém-nascido e também com o desenvolvido do
filhote. Na atualidade a utilização de biotécnicas reprodutivas com a tecnologia de
embriões, ciclonização dos estros, criopreservação de espermatozóides e óvulos e mais
recentemente clonagem de cães, no intuito de aperfeiçoar o desempenho reprodutivo dessas
espécies.
Referências Bibliográficas

 Márcia de Oliveira Nobre, Eduardo Negri Mueller, Anelize de Oliveira Campello


Félix, Mariana Teixeira Tillmann; Tópicos em criação de e clínica de cães; Editora
e Gráfica Universitária; UFPel; 2009
 IB J Christiansen; Reprodução no Cão e no Gato; Editora Manole Ltda; São Paulo,
Brasil; 1988 .

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