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IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do

Gama

Profetas Menores

EDIÇÃO 2022

Pastor e Professor Antonio Veras de Sousa

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IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do
Gama

Todos os Direitos reservados pela lei dos Direitos


Autorais 9610/98. Nenhuma parte deste livro poderá ser
reproduzida, sob quaisquer meios. (eletrônico
fotográfico e outros).
O conteúdo original da obra é de total e exclusiva
responsabilidade do autor.

Sobre o livro: Profetas Menores


Categoria: (Ensino Teológico)
12ª Edição – Julho 2016
Tiragem: 500 Exemplares
Autoria e Pesquisas: Pr. Antônio Veras de Sousa
Revisão Teológica: Pr. Antônio Veras de Sousa
Revisão Textual: Profª Clenilda Mendes L. Siqueira
Capa: HBL Editora
Editoração: Pb. Antônio Marcos Veras de Sousa
Digitação: Alessandra Vieira de Sousa
Diagramação: HBL Editora
Formato: 14x 21 cm
Editora: HBL Editora
Telefone: (61) 3394-7846/ 3394-0557
Impresso em Brasília - Brasil

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Gama

PALAVRA DO PRESIDENTE

Tenho-me por privilegiado e escolhido de Deus


ao receber a incumbência de criar o IBADEG –
Instituto Bíblico das Assembleias de Deus do Gama,
porque sei da importância que isto representa para o
seguimento Evangélico.
Chegamos para fazer a diferença na área do
Ensino Teológico, não somos apenas mais um Instituto
no mercado, somos o IBADEG; tudo aquilo que com
certeza vai somar para a boa formação de obreiros e
líderes com o Ensino de qualidade em nível médio, em
regime presencial e à distância com baixo custo e
comodidade, aproveitando o seu tempo disponível.
A Bíblia afirma no livro do profeta Oséias 4.6 “O
meu povo foi destruído porque lhe faltou o
conhecimento, porque tu rejeitaste o conhecimento,
também, eu te rejeitarei...”.
Por isso, gostaríamos de incentivá-los à busca do
conhecimento que é fundamentado para o bom
desempenho das atividades ministeriais. Para isso será
necessário que você tenha vontade, persistência,
disciplina, e acima de tudo, disposição.

Egmar Tavares da Silva


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Pastor Presidente
IBADEG- Instituto Educacional e Teológico do
Gama

Como Estudar Com


Aproveitamento Este Livro

1) O estudo da palavra de Deus deve ser


precedido de uma oração, na qual se deve suplicar pela
direção e iluminação do alto, através do Santo Espírito
de Deus, que pode vitalizar e capacitar a nossa mente.

2) Além da matéria a ser estudada com o livro-


texto, tenha em mãos outros livros como fontes de
consulta e referência.

* Bíblia, se possível em mais de uma versão;


* Dicionário Bíblico;
* Concordância Bíblica;
* Dicionário de Língua Portuguesa;
* Livro ou caderno de anotações.

3) a) Ao primeiro contato com a matéria, faça


uma leitura geral e não sublinhe nada. Não faça
qualquer anotação. Procure conhecer primeiro o
conteúdo geral da matéria em estudo.
b) Tendo já feito um reconhecimento da matéria,
agora sim, passe ao estudo detalhado de cada lição,
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sublinhando palavras e textos chaves. Faça anotações
no caderno a isso destinado.
c) Ao final de cada texto feche o livro e tente
memorizar o que foi lido. Caso tenha alguma
dificuldade volte ao livro texto.
d) Quando estiver seguro de seu aprendizado,
passe a responder as perguntas do questionário.
e) Confira suas respostas com a lição estudada,
deixando em branco o que não souber.
Não se esqueça, às vezes estudamos muito e
aprendemos pouco ou nada, porque não usamos
critérios lógicos e racionais, colocando em segundo
plano os métodos mais fáceis.
Concluindo: Nada do que recomendamos acima,
terá valia se o aluno, ao estudar cada matéria deste
curso, não levar em conta que estamos tratando do
ensino metódico da Palavra de Deus.

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SUMÁRIO

Oséias..............11
Joel.....................25
Amós........29
Obadias..........35
Jonas.....................39
Miquéias............47
Naum...........51
Habacuque..............57
Sofonias.............63
Ageu............69
Zacarias.......75
Malaquias................81
Referências Biográficas...............91
Avaliação Final....93

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Oséias

O Oséias, cujo nome significa “salvação” ou


“libertação”, foi escolhido por Deus para levar Sua
mensagem a Seu povo, através do seu casamento com
uma mulher que seria infiel a ele. Sua sensibilidade em
relação à condição do pecado de seus compatriotas e
em relação ao coração amoroso de Deus, o fez apto
para realizar este difícil ministério.

Contexto Histórico do livro de Oséias

Oséias mostra a situação histórica do seu


ministério através da nomeação dos reis do Reino do
Sul, de Judá (Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias), e o rei do
Reino do Norte, de Israel (Jeroboão II), que reinaram
durante o período de sua profecia (1.1). Isso estabelece
as datas de 755 a 715 a.C. Embora todas as indicações
quanto ao sucesso exterior parecessem positivas a
Israel, um desastre vindo por baixo estava se
aproximando.
O povo desse período regozijava-se na paz,
abundância e prosperidade, mas a anarquia estava

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preparando-se e ela traria o colapso político na Nação
em alguns curtos anos. Oséias descreve a condição
social característica de seu tempo: líderes corruptos,
vida familiar instável, imoralidade generalizada, ódio
entre classes e pobreza.
Embora as pessoas continuassem com uma forma
de adoração, a idolatria era mais e mais aceita, e os
sacerdotes estavam falhando na tarefa de guiar o povo
nos caminhos da justiça. Apesar das trevas desse
tempo, Oséias oferece esperança para inspirar seu povo
a voltar-se novamente para Deus.

O casamento de Oséias

O problema era como levar a mensagem de um


Deus de amor a um povo que não estava inclinado a dar
ouvido e, provavelmente, não entender se eles
ouvissem. A solução de Deus era deixar o profeta ser
seu próprio sermão.
Oséias se casaria com uma mulher impura
(“mulher de prostituições”, 1.2), a amaria inteiramente,
e dela teria filhos (1, 3), e iria atrás dela, e traria de
volta quando ela se desviasse (“Vai outra vez, ama uma
mulher”, 3.1). Em resumo: Oséias tinha de mostrar seu
próprio amor a Gômer, o tipo de amor que Deus tinha
por Israel.
A infidelidade de Israel para com o Senhor está
descrita por Oséias, em termo de uma esposa que

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voltou as costas para o marido fiel a fim de ir atrás de
amantes indignos.

A imagem foi extraída da experiência do próprio


Oséias, pois 1.2 nos fala que o Senhor falou a Oséias
dizendo: “Vai, toma uma mulher de prostituições”.
O relacionamento entre Deus e Israel é
frequentemente comparado a um contrato matrimonial
(Is 54.5; Jr 3.14. Cf. Ef 5.22-32). “Desviando-se do
Senhor”, a fim de adorar os ídolos, Israel foi
considerado por Deus como um caso de infidelidade ou
prostituição espiritual.
O casamento de Oséias deveria ser, portanto,
uma lição prática para o infiel Reino do Norte.
Há forte probabilidade de que Gômer não fosse
prostituta por ocasião do seu matrimônio, tendo
posteriormente se voltado ao adultério e à imoralidade,
talvez como prostituta do templo de Baal.
Ao abandonar o Senhor, ela não somente foi
levada à adoração falsa, mas também ao rebaixamento
dos padrões morais. Hoje se pode ver o mesmo padrão
de vida imoral sempre que o povo de Deus se desvia da
genuína dedicação ao Todo-Poderoso (Pv 5.3).
As muitas interpretações destas palavras
estranhas encaixam-se principalmente em três
categorias:
1) Alguns sugerem que as palavras têm a
intenção de apresentar uma alegoria destinada a
transmitir a lição espiritual da infidelidade de Israel, e
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que Oséias na realidade não contraiu tal casamento.
Entre os mestres que defendem esse ponto de vista
estão Calvino, Keil, Von Hoonacher, Reuss, Gressman,
Robert e E. J. Young.

2) Alguns insistem que Oséias realmente se


casou com uma mulher que ele sabia ser prostituta,
talvez uma prostituta ritual. T. H. Robison e T. Laetsch
defendem esse ponto de vista.
3) Muitos defendem que Oséias casou-se com
uma mulher que ele julgava ser pura, e que mais tarde
ficou sabendo de sua infidelidade. De acordo com esse
ponto de vista, a expressão “mulher de prostituições”
(1.2) foi usada por antecipação.
Quando escreveu o livro, Oséias viu Deus
realizar um casamento que, do ponto de vista humano,
seria marcado por tragédia sem atenuantes. Com
grandes esperanças, Oséias casou-se com Gômer, só
para constatar sua tendência para o adultério.

A separação de Oséias (Os 2.2).

A separação se seguiu, e 2.2 contém praticamente


uma fórmula de divórcio: “porque ela não é minha
mulher, e eu não sou seu marido”. Oséias volta às
advertências do juízo, “Contender” é um termo jurídico
empregado para pleitear uma causa contra alguém,
envolvendo demandas, repreensões e censuras. A
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Nação é a esposa e mãe; os israelitas são os filhos que
se voltaram à idolatria. Eles precisam, pois, arrepender-
se e abandonar seus amantes, os vários deuses cananeus
(2.5).
O amor de Oséias foi persistente mesmo assim
e, mais tarde, ele tornou a se casar com ela.

Oséias 3.1. Agora Oséias ilustra de maneira nova


o amor de Deus por Israel. Ao que parece, Gômer havia
abandonado o marido a fim de continuar prestando sua
imoral adoração a Baal. Oséias, no entanto, jamais
desistira de seu amor por ela, embora estivesse com o
coração partido. Ele devia procurá-la para expressar-lhe
novamente seu amor e cuidado, assim como Deus o
faria em relação aos israelitas.
Esses também haviam partido o coração do
Altíssimo ao se voltarem a outros deuses, e se
deliciarem com os “bolos de uvas” das festas pagãs.
É muito provável que, agora, Gômer estivesse
endividada, preste a ser vendida como escrava,
conforme previam as leis. Oséias, no entanto, resgata-a
por um alto preço. Tal atitude ilustra o amor redentivo
de Deus pelos pecadores, que não têm como se redimir
ou se salvar a si mesmos; sua única esperança é a graça
divina.

O Senhor tem uma contenda (Os 4.1).

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O capítulo 4 inicia uma seção que trata,
pormenorizadamente, do pecado de Israel, cuja origem
era a falta de conhecimento de Deus e das Escrituras. O
crime e a violência haviam chegado a um ponto crítico;
o medo e a desgraça se espalhavam na terra (Os 4.2). A
criminalidade sempre aumenta quando uma Nação não
reconhece a Deus nem a Sua Palavra como autoridade
suprema.

Rejeitaste o conhecimento (Os 4.6).

A falta do conhecimento pessoal de Deus


destruía os israelitas, não porque tal conhecimento se
achasse fora do alcance deles, mas porque os israelitas
rejeitavam deliberadamente a verdade que Deus lhes
revelara através dos profetas e de Sua Palavra escrita.
Não são poucos os crentes que, por não conhecerem a
Palavra de Deus, estão sendo destruídos pelos costumes
mundanos.

Como é o sacerdote, assim será o povo (Os


4.9).

Ao invés de guiar o povo pelos caminhos da


verdade e da justiça, os sacerdotes diziam aos israelitas
apenas o que esses queriam ouvir. A classe sacerdotal
não lhes censurava os pecados. Por causa disso, Deus
castigaria tanto os líderes espirituais quanto o povo.

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O Espírito Santo no livro de Oséias (Os 4.11).

O Livro de Oséias ensina duas notáveis lições a


respeito do Espírito Santo:
1) É importante depender da presença do Espírito
Santo.
2) Coisas negativas acontecem quando o Espírito
Santo está longe de uma vida.
Uma vez Oséias usou a frase “o espírito de
luxúria”, e uma vez, “o espírito da prostituição” (4.12;
5.4), e conta as consequências de ser preenchido com
um espírito impuro. Oséias relaciona tal espírito com o
vinho, que escraviza o coração.
Esse espírito de luxúria também faz as pessoas se
desviarem para falsos caminhos e falsas adorações, em
contraste com o Espírito Santo, que nos guia por
caminhos verdadeiros e para a verdadeira adoração
(4.11-13; Ef 5.17-21).

Vive o Senhor (Os 4.15).

Os sacerdotes empregavam linguagem piedosa


para enganar e desviar o povo da genuína adoração. Os
falsos mestres sabem como empregar linguagem bíblica
para comunicar ensinos antibíblicos. Os crentes devem
ouvir cuidadosamente o que se prega, para que tenham
condições de avaliar se os conceitos enunciados
expressam realmente a verdade da Palavra de Deus.

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Assim diz O Senhor (Os 5.1).

Os príncipes e sacerdotes são repreendidos e


exortados ao arrependimento. “Ouvi isto, ó sacerdotes,
e escutai, ó casa de Israel, e escutai, ó casa do rei,
porque a vós pertence este juízo, visto que fostes um
laço para Mispa e rede estendida sobre o Tabor”. Os
guias religiosos e políticos, que deveriam ter conduzido
o povo ao Senhor, levaram-no a cair no laço da
idolatria.

Ele se retirou deles (Os 5.6).

Os israelitas compareceriam com seus rebanhos e


gados, a fim de oferecer sacrifícios e buscar o Senhor,
mas não o haveriam de achar. Ele se retirara deles, por
serem iníquas as suas ações. Não havia amor, fé, nem
verdadeiro arrependimento. Seus corações haviam sido
entregues aos prazeres mundanos. O crente, às vezes,
busca ajuda de Deus e não a encontra, porque se
mantém atraído pelas paixões mundanas (cf. Tg 4.1-4).

Os que traspassam os limites (Os 5.10).

“Traspassar os limites” é alterar as demarcações


da propriedade de um vizinho (Dt 19.14; 27.17). O
intento dessa ação é roubar uma faixa de terra.

Como a traça e como a podridão (Os 5.12).


14
Por causa da rebelião do povo, Deus lhe enviaria
doenças e enfermidades. Efraim (o Reino do Norte) e
Judá (o Reino do Sul) entrariam em decadência. O
pecado atrai o juízo divino. Há apenas um remédio para
o pecado: o reconhecimento, seguido de humilhação e
arrependimento sincero diante de Deus.
Irei e voltarei para o meu lugar (Os 5.15).

Deus não atenderia a oração de Israel, até que


esse reconhecesse sua culpa, aceitasse o castigo e
buscasse com sinceridade a ajuda divina. O capítulo
seguinte registra as palavras que uma geração futura e
arrependida, proferiria em oração (Os 6.1-3).

A súplica de Israel e a réplica de Deus (Os 6.1-


6).

A Nação de Israel, aflita, aprendeu as amargas


lições da desobediência, e o povo encorajava-se com as
palavras: “Vinde, tornemos para o Senhor!”. As
palavras contêm uma confissão implícita, pois Israel se
afastara do Senhor em suas práticas idólatras. Noutro
chamado ao arrependimento, Oséias garante que Deus,
embora julgue o pecado, deseja curar e restaurar o Seu
povo.

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Depois de dois dias, nos dará a vida (Os 6.2,3).

O genuíno arrependimento do povo de Deus iria


lhe trazer renovada vida espiritual. Então, à medida que
os fiéis chegassem a conhecer melhor o Senhor, Ele
viria como chuva, trazendo-lhe mais vida e bênçãos
espirituais. A água é frequentemente mencionada como
símbolo ou tipo do Espírito Santo (ver Jo 7.37-39; Sl
1.3). A chuva temporã é a que cai na época de arar e
semear na terra; simboliza a obra do Espírito Santo no
Antigo Testamento. A serôdia é a que cai na época da
colheita; simboliza a obra do Espirito Santo no período
da Igreja.

A vossa beneficência é como a nuvem da


manhã (Os 6.4).

“Beneficência” (hb. Hesed). Refere-se ao amor


pactual, santo, inabalável e leal. Israel alegava amar
profundamente a Deus, mas, assim como desaparecem
a neblina e o orvalho ao calor do dia, desaparecia
aquele amor superficial e egoísta. Devemos sempre
testar nosso amor a Deus pela lealdade que dedicamos a
Jesus Cristo e por nossa submissão aos Seus propósitos.

Eu quero misericórdia e o conhecimento de


Deus (Os 6.6).

16
Na verdade, o que Deus buscava de Seu povo era
“misericórdia” (hb. Hesed,) e o amor, constante e leal,
que correspondesse ao Seu amor. Ele queria, também,
ser reconhecido como Senhor pelos israelitas. O Senhor
Deus continua a desejar o mesmo de nós.

A desastrosa política externa de Israel (Os


7.8).
Efraim se mistura com os povos; Efraim é um
bolo que não foi virado. Os israelitas haviam entrado
em estreita amizade com os incrédulos e adotado
muitos dos seus costumes.
Como resultado, passaram a ser tão inútil quanto
um pão queimado de um lado e de outro. É verdade que
Deus chama os crentes a testemunharem aos perdidos e
a ajudá-los no que possam. No entanto, não podem
estabelecer comunhão com o mundo, pois correm o
risco de adotar os seus costumes e atitudes, voltando-se
ao pecado e distanciando-se de Deus.

Fugiram de mim (Os 7.13-16).

“Ai deles, porque fugiram de mim; destruição


sobre eles, porque se rebelaram contra mim; eu os remi,
mas disseram mentiras contra mim”. Os israelitas
rebelaram-se contra Deus, ao se recusarem a confiar
nEle como o único que os podia ajudar. Criam que o
Egito e a Assíria ofereciam mais segurança do que
Deus (Os 7.11).
17
Hoje, as pessoas cometem o mesmo pecado,
quando procuram a realização pessoal através dos bens
materiais, da profissão e dos prazeres mundanos. A
plenitude da vida somente pode ser encontrada na
vontade e na Palavra de Deus.

O castigo está próximo (Os 8.1).

Os israelitas continuariam a invocar a Deus e a


alegar que O serviam, mas tal confissão de nada lhes
adiantaria, porque sua adoração achava-se corrompida
pelo viver pecaminoso. Louvavam a Deus e, ao mesmo
tempo, rejeitavam Seus justos caminhos.

Eles fizeram reis, mas não por mim (Os 8.4).

O povo escolhia líderes que não mereciam a


aprovação de Deus. O apóstolo Paulo adverte acerca
dos tempos em que as igrejas escolheriam pastores não
qualificados, segundo os justos padrões de Deus, II Tm
4.3,4.

Semearam ventos e segarão tormentas (Os


8.7).

Israel havia semeado os ventos do pecado da


idolatria; agora, ceifaria as tormentas das investidas
assírias. Os crentes devem se lembrar de que atitudes
pecaminosas são sementes que hão de lhes produzir
18
frutos malignos (Jó 4.8; Gl 6.7). Confira também Sl
126.5,6; Pv 11.18; 2 Co 9.6.

Altares para pecar (Os 8.11).

A construção de altares, no Norte de Israel, não


fora ordem de Deus. Os sacrifícios ali oferecidos
expressavam ambições e desejos egoístas dos israelitas.
A adoração ao Senhor, hoje, deve basear-se nos ensinos
bíblicos e seguir as práticas da Igreja neotestamentária.
A falsa adoração, talvez, pareça bela aos sentidos e
sirva de entretenimento, mas não deixa de ser
pecaminosa, pois substitui a genuína adoração através
de métodos mundanos. Confira Jo 4.23,24.

Efraim tornará ao Egito (Os 9.3).

Oséias profetiza que Efraim (e todo o Reino do


Norte) seria levado ao exílio. O Egito simbolizava a
escravidão e a opressão que os israelitas haviam sofrido
no passado; seu Egito, agora, seria a Assíria (Os 11.5).

O profeta é um insensato (Os 9.7).

Não eram poucos os israelitas que consideravam


os profetas de Deus loucos e insensatos. Confira 2Rs
9.1-3,11. Mostravam-se hostis a quem lhes profetizasse
contra os pecados e os advertisse quanto ao juízo
19
vindouro. Os ministros que, hoje, questionam o mundo
de viver dos membros e obreiros das Igrejas e os
confrontam apontando a conformidade com o mundo,
frequentemente se veem ridicularizados e sob o peso do
abandono e do desprezo.

Não os amarei mais (Os 9.15).

O amor de Deus não é incondicional para com os


que rejeitam continuamente a graça e a Palavra. A ideia
de que Deus amará para sempre o ser humano, mesmo
que ele viva na prática da iniquidade, não tem apoio na
revelação bíblica, é um arranjo falso, produto de
interpretação errônea.

Desocupados andarão (9.17).

Em cumprimento a Dt 28.65,66, Israel tornar-se-


ia uma nação de forasteiros e peregrinos, por não ter
atendido as advertências divinas entregues pelos
profetas.

Cristo revelado no livro de Oséias

Os escritores do Novo Testamento descrevem


Oséias como o responsável por ensinar a vida e o
ministério de Cristo.
Mateus vê em 2.15, uma profecia cumprida
quando Jesus, ainda bebê, foi literalmente levado e
20
trazido do Egito, um paralelo com a longa estada de
Israel no Egito e o Êxodo.
O escritor aos Hebreus acha em Jesus aquele que
capacita os crentes a oferecerem sacrifícios aceitáveis
de louvor, pelos quais nós nos tornamos recipientes do
perdão misericordioso de Deus (Os 14.2; Hb 13.15).
A Pedro, Jesus provê a base pela qual aqueles
que estavam fora da família de Deus agora são
admitidos a um relacionamento com ele (1.6,9; 1Pe
2.10).
A Paulo, Jesus cumpre a promessa de Oséias, de
que alguém quebraria o poder da morte e da sepultura e
traria a vitória da ressurreição (13.14; 1Co 15.55).
Os ensinamentos de Paulo falam de Cristo como
o Noivo, e a Igreja como a Noiva corresponde à
cerimônia de casamento e aos votos pelos quais Deus
entra em permanente relacionamento com Israel
(2.19,20; Ef 5.25-32).
Jesus também, em pelo menos dois de Seus
sermões aos fariseus, tira Seu texto de Oséias. Quando
questionado acerca da Sua permanência no lar dos
pecadores e cobradores de impostos, Jesus cita Oséias
para mostrar que Deus não deseja apenas palavras
vazias ou rituais desumanos, mas um cuidado genuíno e
preocupação com as pessoas (6.6; Mt 9.13).
E, quando os fariseus acusam os discípulos de
Jesus de violar o sábado, Jesus os defende com o
mesmo lembrete de que o coração de Deus coloca o

21
interesse pelas necessidades humanas acima das
formalidades religiosas (Mt 12.7).
O método de Oséias se destaca pela descrição
das relações entre Deus e Israel, propostas sob a figura
do amor conjugal. Ele é o primeiro profeta que recorre
a essa comparação tão fecunda e repetida pelos profetas
seguintes. A bem dizer, ele insiste mais no aspecto
negativo do matrimônio, nas infidelidades e nas
rupturas, do que no amor propriamente dito. A
descrição desse amor está reservada ao Cântico dos
Cânticos. A Oséias, pelo contrário, Deus faz sentir a
sua amargura de esposo traído, ameaçando e
executando os duros castigos que o caso reclama. Tudo
termina com a expectativa da reconciliação dos esposos
mediante a restauração.
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ATIVIDADE DE APOIO

Faça um resumo de cinco linhas do livro de Oséias:


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JOEL

O nome Joel significa, literalmente, “Jeová é


Deus”. Esse é um nome muito comum em Israel, e Joel,
o profeta, é especificado como o filho de Petuel. Nada é
conhecido a respeito dele ou das circunstâncias de sua
vida. Provavelmente, ele tenha vivido em Judá e
profetizado em Jerusalém.

Informação da data

Não há como datar o livro com absoluta certeza,


e os estudiosos variam em suas opiniões. Há referências
tanto em Amós como em Isaías, que também estão em
Joel (comparar Am 1.2 com Jl 3.16 e Is 13.6 com Jl
1.15). É a opinião de muitos conservadores que Amós e
Isaías tenham tomado emprestado de Joel, fazendo-o
um dos mais antigos dos profetas menores.
Além do mais, a adoração a Deus, a qual o sumo
sacerdote Joiada restaurou durante o reinado de Joás (2
Rs 11; 2Cr 23.16), é citada por Joel. Portanto, muitos
sustentam que Joel profetizou durante os primeiros
trinta anos do reinado de Joás (835-796 a.C.), quando
Joiada era o conselheiro do rei. Isso colocaria o
ministério de Joel por volta de 835-805 a.C.
24
Contexto histórico do livro de Joel

Joel profetizou numa época de grande devastação


de toda a terra de Judá. Uma enorme praga de locustas
havia despido a zona rural de toda a vegetação, destruiu
até as pastagens, tanto das ovelhas como do gado, até
mesmo tirou a casca das árvores de figo. Em apenas
algumas horas, o que tinha sido uma terra bonita,
verdejante, havia se tornado um lugar de desolação e
destruição. Uma descrição contemporânea do poder
destrutivo dos enxames de locustas confirma a
descrição de Joel acerca da praga.
A ação das locustas acerca do que Joel escreveu
era maior do que qualquer um jamais havia visto. Toda
a safra foi perdida, e as sementes da safra para o plantio
seguinte também foram destruídas. A fome e a seca se
apoderaram de toda a terra. Tanto o povo como os
animais estavam morrendo. Ela foi tão profunda e
desastrosa, que Joel viu uma explicação: era o
julgamento de Deus. Compare Jl 2.25.

Conteúdo do livro de Joel

O livro de Joel está naturalmente dividido em


duas seções.
A primeira (1.1-2.27) trata do presente
julgamento de Deus, um chamado ao arrependimento e
a promessa de restauração.
25
A segunda seção (2.28-3.21) explica que essa
praga (horrível como ela pode ser), não é nada
comparada ao julgamento de Deus que está a caminho.
Este era um tempo em que não somente Judá,
mas também todas as nações do mundo seriam
chamadas diante de Deus.
Todavia, nós não podemos deixar de considerar a
mais notável seção desta curta profecia. Através do
Espírito Santo, Joel olha centenas de anos à frente, para
um tempo em que Deus irá derramar o Seu espírito
“sobre toda a carne” (2.28).
Isso será um prelúdio da devastação e julgamento
do Dia do Senhor. Será um tempo em que todos os
crentes sentirão a habitação do Espírito Santo e irão
formar uma comunidade profética na terra.
Será um tempo em que a profecia virá de jovens
e velhos, de igual modo; quando tanto homens como
mulheres irão profetizar. A salvação não será apenas a
igualável bênção sobre Judá, será um tempo em que
“todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”
(2.32).

O Espírito Santo no livro de Joel

Joel é notável em suas referências ao Espírito


Santo. Obviamente, foi o Espírito Santo que inspirou o
profeta a ver a mão do Senhor em tudo o que está
acontecendo e ser capaz de saltar em direção ao terrível
Dia do Senhor.
26
Mas a passagem mais espantosa em Joel é 2.28-
32. Ali, o profeta vê um tempo futuro, “depois”, quando
o Espírito de Deus for derramado “sobre toda a carne”.
Jovens e velhos, de igual modo, tanto homens como
mulheres, irão experimentar este derramamento.

Esboço de Joel
I. A mão do Senhor no presente, 1.1-2.27
- A destruição pelas locustas, 1.2-2.11
- O arrependimento de Judá, 2.12-17
- A restauração do Senhor, 2.18-27

II. O Dia do Senhor no futuro, 2.28-3.21


- A graça do Senhor, 2.28-32
- O julgamento do Senhor, 3.1-17
- A bênção do Senhor, 3.18-21.

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ATIVIDADE DE APOIO

Como você entendeu o livro de Joel? Descreva nestas


cinco linhas

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AMÓS

Amós, cujo nome significa “Aquele que suporta


o julgo”, era um nativo da pequena cidade de Tecoa,
situada nas colinas de Judá, a cerca de 16 Km ao sul de
Jerusalém. Ele é o primeiro dos assim chamados
“profetas escritores” do séc. VIII a.C.
Os outros incluem Oséias a Israel e Miquéias, e
Isaías a Judá. Amós rejeitou treinamento como um
profeta profissional, admitindo que ele era um pastor de
ovelhas e cultivador de sicômoros. Apesar do seu
histórico “não profissional”, Amós foi chamado para
entregar a mensagem de Deus ao Reino do Norte,
Israel.

Data

Amós profetizou durante os reinados de Uzias, de


Judá (792-740 a.C.), e Jeroboão II, de Israel (793-753
a.C.). Seu ministério foi realizado entre 760 e 750 a.C.
e parece ter ocorrido em um pequeno período de menos
de dois anos.

29
Contexto histórico do livro de Amós

A metade do séc. VIII a.C., foi uma época de


grande prosperidade, tanto para Israel quanto para Judá.
Sob o domínio de Jeroboão, Israel havia conquistado
novamente o controle das rotas internacionais do
comércio – a Rodovia do Rei, através da Transjordânia,
e o Caminho do Mar, através do vale de Jezreel e ao
longo da planície da costa. De acordo com 2Rs 14.25,
ele restaurou as fronteiras de Israel desde Lebo Hamate
(ao norte) até o mar da Arabá (o mar Morto, ao sul, Dt
3.17). Judá, sob o domínio de Uzias, reconquistou
Elatae (o porto marítimo de Ácaba) e expandiu-se para
o sudeste às custas dos filisteus.
Israel e Judá haviam atingido novos auges
políticos e militares, mas a situação religiosa estava
fraca o tempo todo.
A idolatria estava exuberante; os ricos estavam
vivendo na luxúria, enquanto os pobres estavam
oprimidos; a imoralidade havia generalizado, e o
sistema judicial estava corrompido.
O povo interpretava sua prosperidade como um
sinal da bênção de Deus sobre eles. A tarefa de Amós
era entregar a mensagem de que Deus estava
descontente com a Nação.
Sua paciência já havia se esgotado. O castigo era
inevitável. A Nação seria destruída, a menos que
30
houvesse uma mudança no coração deles – uma
mudança na qual “corra, porém, o juízo como as águas,
e a justiça, como o ribeiro impetuoso” (5.24).
Conteúdo do livro de Amós

O livro de Amós é basicamente uma mensagem


de julgamento sobre as nações, oráculos e visões de
julgamento divino sobre Israel.
O tema central do livro é que o povo de Israel
havia quebrado seu concerto com Deus. Como
resultado, o castigo de Deus sobre eles por causa do
pecado seria severo.
Amós começa com uma série de acusações
contra os sete vizinhos de Israel, incluindo Judá e,
depois, ele acusa Israel (1.3-1.16). Cada Nação
estrangeira tem de ser castigada por ofensas específicas,
seja contra Israel ou qualquer outra Nação.
Este julgamento sobre as nações nos ensina que
Deus é um Monarca universal. Todas as nações estão
sob Seu controle. Elas têm de prestar contas a Deus
pelos maus tratos às outras nações e povos. Israel e
Judá, todavia, serão punidos porque eles quebraram seu
concerto com Deus.
A seção seguinte (3.1-6.14) é uma série de três
oráculos ou sermões direcionados contra Israel. Eles
incluem ameaça de exílio. Uma terceira seção (7.1-9-
10) é uma série de cinco visões e julgamentos, em duas
das quais Deus se retira. Finalmente, Amós promete
restauração para Israel (9.11-15)
31
O Espírito Santo no livro de Amós
A obra do Espírito Santo não é mencionada
especificamente em Amós. O processo de inspiração do
profeta e a revelação da mensagem de Deus são
geralmente atribuídos por outros profetas ao Espírito (Is
48.16; Ez 3.24; Mq 3.8).
Como é o caso da maioria dos profetas, é quase
impossível fazer uma distinção entre o Senhor e Seu
Espírito. Amós não menciona o Espírito em sua obra,
mas aquelas ações atribuídas ao Espírito por outros
profetas estão presentes em seu livro.

32
Esboço de Amós
I. Introdução, 1.1-2

II. Julgamento sobre as nações, 1.3-2.16


Damasco, 1.3-5
Gaza, 1.6-8
Tiro, 1.9-10
Edom, 1.11-12
Amom, 1.13-15
Moabe, 2.1-3
Judá, 2.4-5
Israel, 2.6-16

III. Oráculos contra Israel, 3.1-6.14


Julgamento sobre o povo escolhido de Deus, 3.1-
15
Julgamento de Deus sobre o povo insensível, 4.1-
13
Julgamento sobre o impenitente povo de Deus,
5.1-6-6.14.

IV. Visões de julgamento, 7.1-9.10


Visões de abrandamento, 7.1-6
Visões de rigidez, 7.7-9.10

V. A restauração de Israel, 9.11-15


A tenda de Davi levantada, 9.11-12

33
A terra e o povo restaurados e abençoados, 9.13-
15.

34
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do
Gama

ATIVIDADE DE APOIO

Escreva cinco linhas da vida de Amós:

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35
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Gama

Obadias

O profeta é conhecido somente como Obadias,


“Servo/adorador de Jeová”. Nenhuma outra informação
está disponível a respeito dele.

Data
O fundo histórico da descrição de Jerusalém
coloca a data da profecia de Obadias logo após 586
a.C., o ano no qual a cidade sagrada foi derrotada pelos
babilônios. A mensagem foi, provavelmente, dada
durante o período do exílio de Judá, quando Obadias
alerta Edom sobre a vingança de Deus, que estava se
aproximando, e assegura a Judá quanto ao contínuo
cuidado do Senhor.

Contexto histórico do livro de Obadias

As relações entre Israel e Edom foram marcadas


pela hostilidade em todo o período do Antigo
Testamento. O rancor começou quando os dois irmãos
gêmeos Esaú e Jacó se dividiram em disputa, conforme
Gênesis, capítulos 27, 32 e 33.

36
Os descendentes de Esaú, consequentemente, se
estabeleceram numa área chamada Edom, no Sul do
mar Morto, enquanto os descendentes de Jacó
continuaram em direção à Terra Prometida, habitaram
em Canaã e se tornaram o povo de Israel.
Com o passar dos anos, numerosos conflitos se
desenvolveram entre os edomitas e os israelitas.
Essa amarga rivalidade forma o fundo histórico
da profecia de Obadias. Ao longo do período de cerca
de 20 anos (605-586 a.C.), os babilônios invadiram a
terra de Israel e fizeram repetidos ataques à Jerusalém,
a qual foi, finalmente, devastada em 586 a.C.
Os edomitas viram essas incursões como uma
oportunidade para extinguir sua amarga sede contra
Israel. Então, os edomitas juntaram-se aos babilônios
contra seus parentes e ajudaram a profanar a terra de
Israel.

Conteúdo do livro de Obadias

Esse é o menor livro do Antigo Testamento. Ele


começa com um título que identifica a profecia como
“visão de Obadias” e que atribui o pronunciamento do
Senhor Jeová (v. 1).
O livro é dividido em duas seções principais. A
primeira (vs 1-14) é endereçada a Edom e anuncia a sua
inevitável queda.
Da sua posição de soberba e falsa segurança,
Deus irá derrubá-lo (vs 2-4). A terra e o povo serão
37
saqueados e espoliados; a destruição final será completa
(vs 5-9). Por quê? Por causa da violência que Edom
praticou contra seu irmão Jacó (v. 10), porque Edom se
regozijou com o sofrimento de Israel e juntou-se com
seus atacantes para roubar e violar Jerusalém no dia da
sua calamidade (vs 11-13) e porque os edomitas
impediram a fuga do povo de Judá e os entregou aos
invasores (v. 14).
A segunda principal seção da profecia reflete
sobre o Dia do Senhor (vs 15-21). Esse dia será um
tempo de retribuição, de colher o que se havia plantado.
Para Edom, esse é um pronunciamento de perdição (vs
15-16), mas, para Judá, de proclamação de liberdade
(vs 17-20). Edom será julgado severamente, mas o
povo de Deus experimentará a abençoada e gloriosa
restauração de sua terra. O monte Sião governará as
montanhas de Esaú e o reino pertencerá ao Senhor (v.
21).

O Espírito Santo no livro Obadias

Em nenhum lugar Obadias faz referência


específica ao Espírito Santo, ao espírito de Deus e,
também, não menciona a palavra “Deus”. A obra do
Espírito, todavia, deve ser admitida. Ele serve como a
fonte de inspiração para Obadias, como Aquele que
comunica a “visão” (v.1) que constitui a mensagem.
Além disso, embora não especificamente
identificado como tal, ele age como Aquele que instiga
38
o julgamento de Edom, chamando as nações para se
levantarem contra o inimigo do povo de Deus. Embora
Deus use agentes humanos para executar Sua justiça,
atrás disso tudo está a obra do Espírito, empurrando,
instigando e punindo, de acordo com o plano de Deus.
Esboço de Obadias

I. Título, 1

II. O decreto do Senhor, vs 2-14


A condenação de Edom, Vs 2-4
O colapso de Edom, vs 5-9
Os crimes de Edom, vs 10-14.

III. O Dia do Senhor, vs 15-21


O dia da retribuição divina, vs 15-16
O dia da restituição divina, vs. 17-20
O dia do domínio divino, vs 21.

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Gama

ATIVIDADE DE APOIO

Faça um resumo de cinco linhas do livro de Obadias:

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40
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Gama

Jonas

As questões da data e autoria de Jonas estão


profundamente relacionadas. Se Jonas escreveu o livro
que leva seu nome, seria, obviamente, datado durante o
reinado de Jeroboão II. No início do séc. VIII, entre 793
e 753 a.C. Se outro narrador escreveu o livro, isso deve
ter acontecido em qualquer tempo depois do
acontecimento descrito nele.
Dentre aqueles que sustentam outro autor, que
não seja Jonas, alguns datam o livro na segunda metade
do séc. VIII ou no início do século VII, baseado nas
datas pós-exílicas, após a destruição de Nínive, em 612
a.C. Essa disputa é baseada em Jn. 3, que diz que
Nínive era uma grande cidade. Aqueles que apoiam a
data pré-exílica explicam que isso pode ser meramente
uma forma literária usada para contar a história, ou que
Nínive existia, mas não era uma grande cidade.
Como indicado em 2Rs 14.25, Jonas era filho de
Amitai e um nativo de Gate-Hefer, um vilarejo situado
a 5km a nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras
tribais de Zebulom. Profetizando durante o reinado de
Jeroboão II e precedendo imediatamente Amós, ele foi

41
um forte nacionalista que estava completamente
consciente da destruição que os assírios haviam feito
em Israel através dos anos. Jonas achou difícil aceitar o
fato de que Deus pudesse oferecer misericórdia a
Nínive, capital da Assíria, uma vez que seus habitantes
mereciam um julgamento severo.
Ele foi o único profeta mandado para pregar aos
gentios. Elias foi mandado para Sarepta, para morar lá
durante uma temporada (1Rs 17.8-10), e Eliseu viajou
para Damasco (2Rs 8.7), mas somente a Jonas é que foi
dada uma ordem para pregar a mensagem de
arrependimento e misericórdia diretamente a uma
cidade gentia. Sua relutância em ir pregar estava
baseada num desejo de ver seu declínio culminar numa
completa perda de poder. Ele também temia que Deus
pudesse mostrar misericórdia, desse modo oferecendo
aos assírios a oportunidade de molestar Israel.
O nome de Jonas significa “pomba” ou “pombo”.
Quanto ao caráter, ele é representado como obstinado,
irritado, mal-humorado, impaciente e por seu hábito de
viver somente com seu clã. Politicamente, é obvio que
ele era um amante leal de Israel e um patriota
comprometido.
Religiosamente, ele professava um temor ao
Senhor como Deus do céu, o Criador da terra e do mar.
Mas sua primeira desobediência intencional, sua
posterior e relutante obediência, e a sua ira sobre a
extensão de misericórdia aos ninivitas revelam óbvias
incoerências na aplicação da sua fé. A história termina
42
sem indicar como Jonas respondeu à exortação e à lição
objetiva de Deus.

Contexto histórico do livro de Jonas

Os assírios pagãos, inimigos de Israel de longa


data, eram uma força dominante entre os antigos de
aproximadamente 885 a 665 a.C. Relatos do Antigo
Testamento descrevem seus saques contra Israel e Judá,
onde eles destruíram a zona rural e os levaram cativos.
O poder assírio era mais fraco durante o tempo de
Jonas, e Jeroboão II foi capaz de reivindicar áreas da
Palestina, desde Hamate, localizada em direção ao sul,
até o mar Morto, como havia sido profetizado por Jonas
(2Rs 14.25).

Conteúdo do livro de Jonas

Embora tenha sido colocado entre os profetas


canônicos, o livro de Jonas é diferente dos outros livros
proféticos, pois ele não tem uma profecia que contenha
uma mensagem; a história é a mensagem.
A história recorda um dos mais profundos
conceitos teológicos encontrados no Antigo
Testamento. Deus ama todas as pessoas e deseja
compartilhar seu perdão e misericórdia com elas. Israel
havia sido encarregado de entregar aquela mensagem,
mas, de algum modo, eles não compreenderam a
importância dela. Essa falha, consequentemente, levou-
43
os a um orgulho religioso extremo. No livro de Jonas,
pode ser encontrada a semente do farisaísmo do Novo
Testamento.
Deus pediu a Jonas, o profeta, para levantar-se e
ir 1.300 km para o Oriente, a Nínive, cidade dos
temidos e odiados assírios. Sua mensagem é para ser
um chamado ao arrependimento e uma promessa de
misericórdia, caso eles respondam positivamente. Jonas
sabe que, se Deus poupar Nínive, então aquela cidade
estará livre para saquear e roubar Israel novamente.
Este patriotismo nacionalista e seu desdém a que
a misericórdia seja oferecida para pessoas que não
fazem parte do concerto, induzem Jonas a decidir
deixar Israel e “fugir de diante da face do Senhor”.

Sem dúvida, ele esperava que o espírito da


profecia não o seguisse. Jonas está descontente e, de
algum modo, se convence de que uma viagem a Társis
(hoje, Península Ibérica: Espanha, Portugal, Andorra)
irá livrá-lo da responsabilidade que Deus colocou sobre
ele.
A viagem a Társis (quase 4 mil quilômetros de
Nínive) logo fornece a evidência de que a presença e a
influência do Senhor não está restrita à Palestina.
Deus manda uma tempestade para golpear o
navio e causar circunstâncias que conduzem Jonas face
a face ao seu chamado missionário.
Após determinarem que Jonas e seu Deus são
responsáveis pela tempestade, e após esgotarem todas
44
as alternativas, os marinheiros atiram Jonas ao mar.
Sem dúvida, Jonas e os marinheiros acharam que esse
seria o fim do profeta. Mas Deus havia preparado um
monstro marinho para engolir Jonas e, após três dias e
três noites, o devolveu em terra firme, facilitando o
acesso a Nínive.
Novamente, Deus manda Jonas levantar e ir a
Nínive para entregar a mensagem de libertação. Desta
vez, o profeta concorda, relutantemente, em fazer a
viagem e entregar a mensagem de Deus. Para seu
espanto, os ninivitas, desde a pessoa mais humilde até o
rei, se arrependeram e mostraram isso através do jejum
cerimonial, vestindo-se de panos de saco e assentando-
se sobre cinzas. Até mesmo os animais foram obrigados
a participar dessa conduta humilde.
O coração de Jonas ainda não está mudado, e ele
reage com ira e confusão. Por que Deus teria
misericórdia de pessoas que abusaram da Nação de
Israel?
Talvez, esperando que o arrependimento não
tivesse sido genuíno ou que Deus fosse escolher outra
estratégia, Jonas constrói um abrigo numa colina, com
vista para a cidade do lado oriente. Lá ele aguarda o dia
indicado para o julgamento.
Deus usa esse tempo de esperar para ensinar uma
valiosa lição a Jonas. Ele prepara uma aboboreira para
crescer durante a noite, num lugar que fizesse sombra
sobre a cabeça de Jonas. O profeta se regozija na sua

45
boa sorte. Então, Deus prepara um bicho para comer o
caule da aboboreira e a faz secar.
Ele, mais adiante, intensifica a situação
desconfortável de Jonas, ao trazer um vento calmoso,
vindo do oriente, para secar o corpo morto de sede de
Jonas. Ele lamenta a morte da aboboreira e expressa seu
descontentamento a Deus. O Senhor, no entanto, lhe
responde mostrando a incoerência de estar preocupado
com uma aboboreira, mas estar totalmente
despreocupado acerca do destino dos milhares de
habitantes de Nínive, a quem Deus amava.

O Espírito Santo no livro de Jonas

O Espírito de Deus inspirou Jonas a profetizar


naquela terra, e a sua posição seria recuperada por
Israel. Isso aconteceu sob a liderança de Jeroboão II
(2Rs 14.25). Quando o Espírito conduziu Jonas a
Nínive, para profetizar contra o pecado do povo, ele se
recusou a seguir a orientação do Senhor. O Espírito de
Deus não cessou Sua obra, mas continuou a intervir na
vida de Jonas e a induzi-lo a fazer a vontade de Deus.
Quando Jonas se arrependeu, o Espírito operou
um arrependimento piedoso no coração do povo, e eles
responderam à mensagem de julgamento.
Quando Jonas se recusou a aceitar a obra divina, o
Espírito de Deus mostrou a ele o contraste entre sua
preocupação com uma aboboreira e a preocupação de
Deus com os habitantes da cidade.
46
47
Esboço do livro de Jonas

I. A retirada ordenada, 1.1-3.


“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive” 1.1-2
Jonas foge para Társis, 1.3.
II. O retorno providencial, 1.4 - 2.10

O Senhor manda uma tempestade, 1.4-9.


Os marinheiros o jogam no mar, 1.10-16.
O Senhor prepara um monstro marinho, 1.17.
Jonas ora dentro do monstro, 2.1-9.
Jonas é vomitado em terra (praia), 2.10.

III. A renovação bem-sucedida, 3.1-10.

Uma segunda chance é dada a Jonas, 3.1-3.


Jonas prega aos ninivitas, 3.4.
A população se converte, 3.5-9
Deus demonstra piedade, 3.10.

IV. Uma reação negativa, 4.1-11.

Jonas desgostou-se, 4.1-5


Deus ensina uma lição a Jonas, 4.6-11.

48
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Gama

ATIVIDADE DE APOIO

Faça um resumo de cinco linhas do livro de Jonas e


mostre qual foi o seu erro:

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49
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Gama

Miquéias

Miquéias profetizou sob os mesmos monarcas


que Isaías, exceto sob o primeiro, Uzias, em que no
último ano de reinado e de vida, Isaías foi chamado por
Deus para o ministério profético. Miquéias era,
portanto, contemporâneo de Isaías, florescendo entre
738 e 700 a.C. mais ou menos. A idade, a terra natal e o
livro de Miquéias nos são confirmados (felicidade única
para um escritor bíblico) pela citação pública dum
célebre vaticínio seu (3:12), feita apenas um século
depois (608 a.C.), e conservada no livro canônico de
Jeremias (Jr 26:18).
O profeta nasceu numa obscura aldeia a sudoeste
da Judéia, a atual Bet-Gibrin, e parece que na mesma
região desenvolveu o seu ministério profético (1:10-12)
com feliz resultado, como se pode deduzir lendo
Jr 26:19. Nada sabemos a respeito dele, além disso.
O autor das vidas dos profetas, que o dá como
martirizado sob o reinado de “Jorão, filho de Acabe”,
mostra tê-lo confundido com outro profeta homônimo,
filho de Jenla; mais antigo, pelo menos de um século
(1Rs 22:9-28) e, por isso, não merece fé.

50
O livro de Miquéias, ainda que lhe falte a bela
ordem de Amós e se aproxime antes do estilo patético
de Oséias, apresenta, todavia, seções bastante nítidas.
O argumento dos vaticínios de Miquéias é,
portanto, semelhante aos de Isaías (especialmente
Isaías, capítulos 1 a 12). Os dois profetas têm até
mesmo em comum um dos mais belos vaticínios
messiânicos (Is 2:2-4 = Mq 4:1-3).
Em Miquéias, porém, o lado positivo da
mensagem, isto é, a promessa de um futuro melhor,
ocupa um lugar relativamente mais amplo. Notável é
também que entre as culpas exploradas por Miquéias
aos hebreus de seu tempo, têm grande prevalência as
faltas de justiça e de humanitarismo para com o
próximo, os crimes contra a boa ordem social.
Redunda em honra singular para o profeta e o seu
livro, o fato de que duas das suas mais insignes
preposições sejam expressamente citadas à letra, quer
pelo Antigo Testamento (3:12 em Jr 26, como já foi
dito), quer pelo Novo (5:1 em Mt 2:5-6). Confira Jo
7:42.
O próprio Jesus, na instrução aos Seus apóstolos,
expressou um ponto do seu programa (Mt 10:35-36)
com as palavras de Miquéias 7:6.

51
Esboço do livro

Título Editorial (1.1)

I - Juízo divino sobre Israel e Judá e promessa


de restauração (1.2-5.14)
a) Juízo contra Samaria e Jerusalém (1.2-16)
b) Juízo contra as injustiças sociais de Judá (2.1-
13)
c) Juízo contra as classes dirigentes de Judá (3.1-
12)
d) Promessas a Sião (nome religioso de
Jerusalém) (4.1-5.14)
1) Será o centro religioso da era messiânica
(4.1-5)
2) Haverá retorno da dispersão vindoura
(4.6-8)
3) Vistoria dos povos inimigos (4.9-14)
4) O reino pacífico do Messias, Filho de
Davi (5.1-5a)
5) A supremacia futura de Israel (5.5b-9)
6) O fim das guerras e da idolatria (5.10-
15).

52
II - O Processo judicial contra Judá e anúncio
da restauração (6.1 - 7.20)
a) O processo judicial (6.1-7.7)
1) A contenda de Deus com Judá (6.1-5)
2) A resposta do povo (6.6-7)
3) O aviso do Profeta (6.8)
4) O pecado e o seu castigo (6.9-16)
5) Uma lamentação sobre a corrupção
geral (7.1-7).

b) O anúncio da restauração (7.8-20)


1) Ressurgimento (7.8-10)
2) Repatriação e reconstrução (7.11-13)
3) Oração contra as nações (7.14-17)
4) Chamada ao perdão de Deus (7.18-20).

53
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ATIVIDADE DE APOIO

Explique que profeta profetizou junto com Miquéias:

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54
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Gama

Naum

Naum, cujo nome significa “confortador” ou


“cheio de conforto”, é desconhecido, a não ser pelo
breve título que inicia sua profecia. Sua identificação
como um “elcosita” não ajuda muito, visto que a
localização de Elcos é incerta. Cafarnaum, uma cidade
da Galiléia, tão proeminente no ministério de Jesus,
significa “aldeia de Naum”, e alguns têm especulado,
mas sem prova concreta, que seu nome deriva do
profeta. Ele profetizou a Judá durante os reinados de
Manassés, Amom e Josias. Seus contemporâneos foram
Sofonias, Habacuque e Jeremias.

Data
Em 3.8-10, o profeta narra o destino da cidade
egípcia de Tebes, que foi destruída em 663 a.C. A
queda de Nínive (ao redor da qual todo o livro gira),
aconteceu em 612 a.C. A profecia de Naum deve ser
datada entre esses dois acontecimentos, visto que ele
olha para trás para um e à frente para outro.
É mais provável que sua mensagem tenha sido
entregue pouco antes da destruição de Nínive, talvez

55
quando os inimigos da Assíria estavam colocando suas
forças em ordem de batalha para o ataque.
Contexto histórico do livro de Naum.

O reino dos assírios havia sido uma Nação


próspera durante séculos, quando o profeta Naum
entrou em cena. Seu território se mudou com o passar
dos anos por causa das conquistas e derrotas dos seus
governantes. Localiza-se ao norte da Babilônia, entre e
além dos rios Tigre e Eufrates. Documentos antigos
atestam a crueldade dos assírios contra outras nações.
Os reis assírios vangloriam-se de sua brutalidade,
celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram
sobre os povos conquistados.
A queda do Império Assírio, cujo clímax foi a
destruição da cidade de Nínive, em 612 a.C.; é o
assunto da profecia de Naum. O juízo que cai sobre o
grande opressor do mundo é o único motivo para o
pronunciamento de Naum. Consequentemente, o
profeta é judicial em seu estilo, incorporando antigos
“oráculos de julgamento”. A linguagem é poética,
vigorosa e figurada, sublinhando a intensidade do tema
com o qual Naum luta.

Conteúdo do livro de Naum.

O foco do livro de Naum é um único interesse: a


queda da cidade de Nínive. Três seções principais,
correspondentes aos três capítulos, abrangem a
56
profecia. A primeira descreve o grande poder de Deus,
e como aquele poder opera na forma de proteção para o
justo, mas de julgamento para o ímpio.
Embora Deus nunca seja rápido em julgar, Sua
paciência não pode ser admitida sempre. Toda a Terra
está sob o Seu controle; e, quando Ele aparece em
poder, até mesmo a natureza treme diante dEle (1.1-8).
Na sua condição de miséria e aflição (1.12), Judá podia
facilmente duvidar da bondade de Deus, questionar os
inimigos do Seu povo (1.13-15) e remover a ameaça de
uma nova angústia (1.9).
A predição do juízo sobre Nínive forma uma
mensagem de consolação para Judá (1.15). A segunda
seção principal descreve a ida da destruição para Nínive
(2.1-3). Tentativas de defender a cidade contra seus
atacantes serão em vão, porque o Senhor já decretou a
queda de Nínive e a ascensão de Judá (2.1-7). As portas
do rio se abrirão inundando a cidade e varrendo todos
os poderosos e o palácio se derreterá (2.6).
O povo de Nínive será levado cativo (2.7); outros
fugirão com terror (2.8). Os tesouros preciosos serão
saqueados (2.9); toda a força e autoconfiança se
consumirão (2.10).
O covil do leão poderoso será desolado, porque
“eu estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-
13).
O terceiro capítulo forma a seção final do livro.
O Julgamento de Deus parece excessivamente cruel,
mas ele é justificado em sua condenação. Nínive era
57
uma “cidade ensanguentada” (3.1), uma cidade culpada
por espalhar o sangue inocente de outras pessoas. Ela
era uma cidade conhecida pela mentira, falsidade,
rapina e devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a
Deus. Portanto, seu veredicto de julgamento era
inevitável (3.2-3,5-7).
Semelhante a Nô-Amom, uma cidade egípcia que
sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes
defesas, Nínive não pode escapar do julgamento divino
(3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes sucumbirão
e o povo se derramará pelos montes (3.16-18). O
julgamento de Deus sobreveio, e os povos que a Assíria
fez outrora vítimas, tão impiedosamente, batem palmas
e celebram em resposta às boas-novas (3.19).

O Espírito Santo em ação

Nenhuma referência específica acerca do Espírito


ocorre no livro de Naum. Todavia, a obra do Espírito
Santo na produção da profecia e na direção dos
acontecimentos descritos no livro deve ser admitida.
O cabeçalho do livro descreve-o como “visão de
Naum” (1.1). O Espírito Santo age aqui como o
Revelador, Aquele que abre para Naum o drama que
revela adiante e comunica a mensagem do Senhor que
ele está encarregado de entregar.
O Espírito de Deus também deve funcionar como
o Grande Instigador na queda de Nínive. Os inimigos
58
(dentre eles os filhos da Babilônia, os medos e os citas)
juntam suas forças contra os assírios e saqueiam a
cidade. Deus usa agente humano para executar Seu
julgamento, mas atrás disso tudo, está a obra do Seu
Espírito, instigando, impelindo e punindo de acordo
com a vontade de Deus. Pela obra do Espírito, o Senhor
convocou Suas tropas e as levou para a batalha
vitoriosa.

Esboço do livro de Naum

I. Título

II. O Veredicto de Deus, 1.1-15


O zelo de Deus, 1.2-6
A bondade de Deus, 1.7
O julgamento de Nínive, 1.8-14
A alegria de Judá, 1.15
A vingança de Deus, 2.1-13
A destruição de Nínive, 2.1-12
A declaração do Senhor, 2.13.

III. A vitória de Deus, 3.1-19


Os pecados de Nínive, 3.1-4
O cerco de Nínive, 3.5-18
A celebração sobre Nínive, 3.19.

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ATIVIDADE DE APOIO

O livro de Naum focaliza-se num único interesse. Qual?

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Habacuque

O nome “Habacuque” significa “abraço”,


significando “abraçado por Deus” e, desse modo,
fortalecido por Ele para sua difícil tarefa ou, ainda,
“abraçando outros”, dessa maneira encorajando-os nos
tempos de crise nacional. A notação musical encontrada
em 3.19 pode indicar que Habacuque era qualificado
para liderar a adoração no templo como um membro da
família levítica.
O profeta está imbuído de um senso de justiça, o
qual não o deixará ignorar a violenta injustiça existente
em volta dele. Ele também aprendeu a necessidade de
levar as questões mais importantes para Aquele que
criou e redime o homem.

Contexto histórico do livro de Habacuque

Habacuque viveu durante um dos períodos mais


críticos de Judá. Seu país havia caído do auge das
reformas de Josias para as profundezas do tratamento
violento de seus cidadãos, medidas opressoras contra o
necessitado e a ruína do sistema legal.

61
O mundo localizado ao redor de Judá estava em
guerra, com a Babilônia levantando-se em ascensão
sobre a Assíria e o Egito.
A ameaça de invasão do Norte foi adicionada à
desordem interna de Judá. Habacuque, provavelmente,
tenha escrito durante o intervalo entre a queda de
Nínive, em 612 a.C., e a queda de Jerusalém, em 586
a.C.

Conteúdo do livro de Habacuque

Analisando-o cuidadosamente, o livro de


Habacuque dá um relato de uma jornada espiritual,
contando sobre a trajetória de um homem, da dúvida à
adoração. A diferença entre o início do livro (1.1-4) e o
final (3.17-19) é impressionante.
Com base nos primeiros versículos (1-4),
Habacuque é oprimido por circunstâncias existentes ao
redor dele, pois ele não consegue pensar em nada além
da iniqüidade e da violência que vê entre o seu povo.
Embora Habacuque se dirija a Deus (1.2), ele crê
que o Senhor se retirou do cenário da terra: as palavras
de Deus foram esquecidas; Suas mãos não se
manifestam; Deus não pode ser encontrado em lugar
algum. Os homens estão na direção e os homens vis,
por isso mesmo, também.
E eles agem como seria esperado que agissem os
homens sem o controle de Deus. Estas palavras e frases
descrevem a cena: iniquidade, vexação, destruição,
62
violência, contenda, litígio, a lei se afrouxa, a sentença
nunca sai, o ímpio cerca o justo, sai o juízo pervertido.
Quão diferente é a cena nos três últimos
versículos do livro (3.17-19). Tudo mudou! O profeta
não é mais controlado, nem ansioso por causa das
circunstâncias, pois sua visão foi elevada. Questões
temporais não mais ocupam seus pensamentos, pois
esses estão nas coisas do alto.
Ao invés de estar sendo regido por considerações
mundanas, Habacuque fixou sua esperança em Deus,
pois ele percebe que o Criador tem interesse em Suas
criaturas. Ele é a fonte de alegria e da força do profeta.
Habacuque descobriu que ele foi feito para algo acima:
“E me fará andar sobre as minhas alturas” (3.19). As
palavras do último parágrafo contrastam vividamente
com as do primeiro: “Me alegrarei no Senhor, exultarei
no Deus da minha salvação”.
“Jeová, o Senhor, é a minha força... Pés como os
das cervas... Andar sobre as minhas alturas” (3.18, 19).
Assim, Habacuque foi da queixa à confiança, da dúvida
à fé, dos vales aos montes, do homem a Deus.
Se o centro do Evangelho é a mudança e a
transformação, o livro de Habacuque demonstra essa
renovação evangélica. No centro da mudança e no
centro do livro, está este nítido credo: “O justo, pela sua
fé, viverá” (2.4).
Para o profeta, a promessa é para proteção física
em tempo de grande sublevação. Quando a invasão
predita pelas forças estrangeiras se tornar uma
63
realidade, aquele remanescente justo, cujo Deus é o
Senhor, cuja confiança e dependência estão nEle, será
liberto e eles viverão. Para os escritores do Novo
Testamento, tais como Paulo e o escritor aos Hebreus,
essa afirmação de fé confiante se torna uma
demonstração do poder do Evangelho para dar a
segurança da salvação eterna.

Cristo revelado no livro de Habacuque

Os termos usados em Hc 3.13 ligam a ideia de


salvação com o ungido do Senhor.
As raízes hebraicas dessas palavras refletem os
dois nomes do nosso Senhor: Jesus, que significa
“salvação”, e Cristo “o ungido”.
O contexto aqui é o grande poder de Deus
manifestado em favor do seu povo, através de um Rei
davídico, que lhes traria libertação dos seus inimigos. O
messias veio no tempo determinado (2.; Gl 4.4), foi
dado a Ele o nome de “Jesus”, como a profecia pré-
natal de Seu ministério (Mt 1.21), e nasceu “na cidade
de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
Enquanto Habacuque espera pela resposta às suas
perguntas, Deus lhe concede o presente de uma verdade
que satisfaz suas ansiedades não-expressas, bem como
apresenta a solução para sua situação presente: “O
justo, pela sua fé, viverá” (2.4). O Apóstolo Paulo vê
essa afirmação de Habacuque como a pedra
fundamental do Evangelho de Cristo (Rm 1.16-17).
64
Cristo é a resposta para as necessidades humanas,
incluindo a purificação do pecado, o relacionamento
com Deus e a esperança acerca do futuro.

O Espírito Santo em ação

Nenhuma referência específica acerca do Espírito


de Deus ocorre no livro de Habacuque. Existem
sugestões da sua operação através do profeta. À medida
que o profeta examina a destruição causada pelos
exércitos invasores, ele, contudo, expressa uma alegria
inabalável que nem mesmo um desastre de tão ampla
escala pode roubar dele, nos lembrando de que “o fruto
do Espírito é... alegria” (Gl 5.22).

65
Esboço do livro de Habacuque

I. As perguntas de Hc 1.1-17
Uma pergunta acerca da preocupação de Deus,
1.1-11
1) A pergunta declarada: “Por que Deus não faz
alguma coisa?”, 1.1-5
2) A resposta dada: “Porque eis que suscito os
caldeus”, 1.6-11
Uma pergunta acerca dos métodos de Deus: “Por
que Deus usa ímpios?”, 1.12-17.

II. A resposta de Deus, 2.1-20


O profeta à espera, 2.1
A resposta do Senhor, 2.2-20
1) O alcance da resposta, 2.2-3
2) A verdade central para os crentes, 2.4
3) As consequências da verdade para os
incrédulos, 2.5-20.

III. A oração de Hc 3.1-19


O poder do Senhor, 3.1-16.
1) Um grito de misericórdia, 3.1-2
2) O poder da natureza, 3.3-11
3) O poder contra as nações, 3.12-16.
A fé do profeta, 3.17-19.
1) Confiança, apesar das circunstâncias, 3.17-18
2) Confiança por causa de Deus, 3.19.

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ATIVIDADE DE APOIO

Faça um resumo e fale da oração de Habacuque:

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Sofonias

O nome “Sofonias” significa “O Senhor


escondeu”. Ele foi um profeta de Judá. Ele se
identificou melhor do que qualquer outro dos profetas
menores, remontando sua linhagem quatro gerações até
Ezequias, um bom rei que levou o povo de volta a Deus
durante o tempo do profeta Isaías. Sofonias foi
contemporâneo do rei Josias e seu parente distante, há
uma possibilidade que eles eram amigos.
A intimidade de emoção boa como a
familiaridade de lugar, quando Sofonias escreve a
respeito de Jerusalém (1.10-11), indica que ele havia
crescido lá. De acordo com o arranjo das Escrituras
hebraicas, Sofonias foi o último profeta a escrever antes
do cativeiro.

Data

Sofonias dá o período de tempo geral do seu


escrito como sendo “nos dias de Josias, filho de Amom,
rei de Judá” (1.1), cerca de 640 a 609 a.C.

68
O auge da reforma de Josias aconteceu em 620.
Visto que a queda de Nínive, em 612 a.C., ainda não
havia acontecido (2.13, 15), a maioria dos estudiosos
estabelece a data dos escritos entre 630 e 627 a.C. Seus
contemporâneos incluem Jeremias e Naum.

Contexto histórico do livro de Sofonias


Aproximadamente 100 anos antes desta profecia,
o Reino do Norte (Israel) havia sido derrotado pela
Assíria. O povo havia sido levado cativo, e a terra havia
sido recolonizada por estrangeiros. Sob o reinado de
Manassés e do rei Amom, pai do rei Josias, tributos
haviam sido pagos para se evitar que a Assíria invadisse
o Rei do Sul.
A aliança com a Assíria não somente afetou Judá
politicamente, mas também as práticas religiosas,
sociais e de comportamento da Assíria impuseram suas
tendências em Judá. Proteção oficial foi dada em Judá
para as artes mágicas, adivinhadores e encantadores.
A religião astral se tornou tão popular que o rei
Manassés construiu altares para adoração ao sol, à lua,
às estrelas, aos signos do zodíaco e a todos os astros
dos céus, à entrada da Casa do Senhor (2Rs 23.11). A
adoração à deusa-mãe da Assíria se tornou uma prática
que envolvia todos os membros das famílias de Judá (Jr
7.18).
Todavia, à medida que o jovem Josias foi
tomando conta das rédeas do governo, a ameaça assíria
foi diminuindo. O golpe final ao seu poder veio com
69
uma revolta de uma Babilônia em ascensão, que
resultou, finalmente, na destruição de Nínive.

Conteúdo do livro de Sofonias


Sofonias considerava o desenvolvimento político
de Israel, de Judá e de todas as nações circunvizinhas
da perspectiva de que o povo devia aprender que Deus
estava envolvido em todos os assuntos da história.
Falando como um oráculo de Deus, ele entende
que Deus usa governos estrangeiros para levar
julgamento sobre esse rebelde povo escolhido.
Os escritos de Sofonias têm três componentes
1) O pronunciamento de um julgamento
específico e, frequentemente, o julgamento universal do
pecado.
2 ) Um apelo ao arrependimento, porque Deus é
justo e deseja perdoar.
3) Uma promessa de que o restante que se
refugiou em Deus será salvo.
Cristo revelado no livro de Sofonias
O significado do nome de Sofonias, “O Senhor
encobriu”, conduz ao ministério de Jesus.
A verdade da Páscoa no Egito, onde aqueles que
foram encobertos pela marca de sangue nas portas
foram protegidos do anjo da morte, é repetida na
promessa (2.3), onde aqueles mansos da Terra que
preservaram a justiça de Deus serão encobertos no Dia
da ira do Senhor. Paulo explica o ministério de Cristo: “
Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são
70
terra; porque já estais mortos e a vossa vida está
escondida com Cristo em Deus”, Cl 3.2-3.
O regozijo sobre um restante salvo (3.16-17) está
relacionado com a Obra de Jesus. Ele disse: “Digo-vos
que assim haverá alegria no céu por um pecador que se
arrepende mais do que por noventa e nove justos que
não necessitam de arrependimento” (Lc 15.7). A figura
de um alegre Redentor que aguarda receber os Seus é,
novamente, descrita em Hb 12.2.

O Espírito de Deus em Sofonias


Jesus disse que uma das obras do Espírito de
Deus seria convencer o mundo do julgamento, porque o
príncipe deste mundo já está julgado (Jo 12.31; 16.8-
11).
Desde a Sua vinda, o Espírito de Deus tem
proclamado ao mundo, como Sofonias fez: “Congrega-
te... antes que saia o decreto e o dia passe como a palha;
antes que venha sobre vós a ira do Senhor” (2.1-2).
Uma obra mais prazerosa do Espírito de Deus é
encontrada na promessa de que Deus irá restaurar nos
lábios puros, para que todos invoquem o nome do
Senhor, para que O sirvam com um mesmo espírito
(3.9).

71
Esboço do livro Sofonias

Introdução, 1.1.
A identificação do autor, 1.1
O tempo do escrito, 1.1.

I. O dia do julgamento contra Judá, 1.2-13.


O julgamento sobre toda a criação, 1.2-3
Contra os líderes religiosos, 1.4-7
Contra os líderes políticos, 1.8-9
Contra os líderes do comércio, 1.10-11
Contra os descrentes, 1.12-13.

II. O Dia do Senhor, 1.14-18.


Está próximo e se aproxima rapidamente, 1.14
Um dia de indignação, 1.15-16
A terra inteira para ser destruída, 1.18.

III. Um chamado ao arrependimento, 2.1-3.


Um chamado para congregar, 2.1-2
Um chamado para buscar o Senhor, 2.3.

IV. O dia do julgamento contra as nações


circunvizinhas, 2.4-15.
Aos da borda do mar - filisteus, 2.4-7
Aos do Oriente - Moabe e Amom, 2.8-11
Aos do Sul - Etiópia, 2.12
Aos do Norte - Assíria, 2.13-15.

72
V. O dia do julgamento contra Jerusalém, 3.1-
7.
Contra os líderes, 3.1-4
O Senhor é justo no meio dela, 3.5
Jerusalém não mudou, 3.6-7.

VI. Um remanescente fiel, 3.8-20.


Falar com pureza e honestidade, 3.8-13
Os juízos são afastados e os inimigos são
exterminados, 3.4-15
O Senhor Se regozijando, 3.16-17
O povo restaurado, 3.18-20.

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ATIVIDADE DE APOIO

Fale como Sofonias considerava o desenvolvimento


político de Israel:

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Ageu

Ageu, cujo nome significa “festivo”, foi um dos


profetas pós-exílicos, um contemporâneo de Zacarias.
Ageu tinha as qualidades de um bom pastor. Era um
encorajador cuja palavra estava em sintonia com o
coração do povo e a mente de
Deus, ele foi o mensageiro do Senhor, com a mensagem
do Senhor, levando ao seu grupo desanimado a
segurança da presença de Deus.

Data
O ministério de Ageu cobriu um período de
menos de quatro meses, durante o segundo reinado do
rei Dario, que governou a Pérsia de 522 a 486 a.C. Isso
localiza Ageu na história em 520 a.C.

Contexto histórico do livro de Ageu


Ageu em 520 a.C. ajuntou-se aos exilados que
haviam retornado à sua terra natal em 536 a.C., para
reconstruir o templo do Senhor. Eles haviam começado
bem, construindo um altar e oferecendo sacrifícios,

75
estabelecendo, então, o fundamento para a Casa do
Senhor no ano seguinte.
A construção havia cessado, todavia, quando os
inimigos zombaram dos esforços dos construtores. Mas,
o ministério de Ageu e o de Zacarias fizeram com o
povo se reanimasse e completasse a tarefa em cinco
anos. O templo reconstruído foi dedicado em 515 a.C.

Conteúdo do livro de Ageu

O livro de Ageu trata de três problemas comuns a


todos os povos em todos os tempos oferecendo
soluções inspiradoras.
Primeiro problema. Desinteresse (1.1-15). Para
despertá-los da sua atitude de indiferença, Deus fala
duas vezes ao povo. Primeiro, eles precisam perceber
que são infrutíferos (1.5-6), porque eles tinham
abandonado a Casa de Deus e ido para sua própria casa
(1.7-9). Todo esforço deles para construir seu próprio
reino nunca produzirá resultados permanentes. Após
ver seu problema o povo, então, precisa entender que
Deus irá aceitar o que eles fazem a fim de que Deus
seja glorificado, se eles entregarem ao Senhor o que
eles têm (1.8).
Segundo problema. Desencorajamento (2.1-9).
Ageu leva uma mensagem destinada a tratar
decisivamente do desencorajamento. A solução tem
duas partes: uma trata do problema urgente; a outra de

76
uma solução a longo prazo. Por hora, basta ao povo
esforçar-se e trabalhar (2.4).
A outra chave para combater o mal é para os
construtores saberem que eles estão construindo para o
dia em que Deus encher essa Casa com a glória que
será maior do que a glória do templo de Salomão (2.9).
Terceiro problema. Insatisfação (2.10-23).
Agora que o povo está trabalhando, eles esperam uma
inversão imediata de todos os seus anos de inatividade.
Então o profeta vai com uma pergunta aos
sacerdotes (2.12-13) acerca das coisas limpas e
imundas e da influência deles sobre a outra.
As respostas dos sacerdotes são que imundície é
infecciosa, enquanto a santidade não o é. A aplicação é
óbvia: não espere que o trabalho de três meses desfaça
a negligência de dezesseis anos. A próxima palavra do
Senhor ao povo é uma surpresa: “Mas desde este dia
vos abençoarei” (2.19). O povo precisava entender que
as bênçãos de Deus não podiam ser ganhas como
pagamentos, mas sim como dádivas graciosas de um
Deus doador.
Deus escolheu Zorobabel para ser um anel de
selar (2.23), isto é, para representar a natureza do servo
a ser cumprido, finalmente, no mais importante Filho
de Zorobabel, Jesus. Notar o nome de Zorobabel em
ambas as listas genealógicas dos Evangelhos, Mt. 1;
Lc 3, indicando que a benção final, a maior delas, é
uma Pessoa, Seu filho Jesus Cristo.

77
Cristo é revelado no livro de Ageu

Duas referências a Cristo no livro de Ageu são


destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa explicando
que Deus irá fazer que o novo templo um dia ganhe
atenção internacional. Após um transtorno entre os
povos da terra, as nações serão levadas ao templo para
descobrir o que elas estavam procurando: Aquele que
todas as nações desejaram mostrado em esplendor no
templo.
A presença dele irá fazer com que a memória do
glorioso templo de Salomão decaia, para que somente a
glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da
presença de Cristo virá grande paz, uma vez que o
próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá.
A segunda referência à vinda do messias é 2.23.
O livro finaliza com uma menção de Zorobabel, que
liga esse livro, perto do final do Antigo Testamento, ao
primeiro do Novo Testamento. Zorobabel é uma pessoa
listada nas genealogias de Jesus.

O Espírito de Deus no livro de Ageu


Uma breve, mas bonita referência ao Espírito de
Deus é encontrada em 2.5. Os versículos anteriores
mostram o povo de Deus desencorajado, enquanto
comparam o templo que eles estão, agora, construindo
com o glorioso templo de Salomão, que o novo templo
vai substituir. A palavra do Senhor a eles é: “Esforça-

78
te... E esforçai-vos”. A motivação para fazer isso
também está mencionada: “Porque eu sou convosco.”
Ag 2.5, então explica como o Espírito de Deus
vai interagir com o espírito do povo, a fim de ter o
trabalho concluído. O versículo 5 inclui estes
importantes pontos:
O Espírito de Deus é uma parte vital no concerto
de Deus com o Seu povo, “segundo a palavra que
concertei convosco”.
O Espírito de Deus é um dom constante para o
povo de Deus: “E o meu Espírito habitava no meio de
vós”.
A presença do Espírito de Deus remove o medo
do coração. Portanto: “Não temais”.
No centro do concerto de Deus com o Seu povo
está a constante operação do Espírito Santo, operando
para os libertar do medo a fim de que eles possam se
mover corajosamente no cumprimento da comissão
divina.

79
Esboço do livro de Ageu

I. A primeira mensagem do Senhor: Aplicai o


vosso coração aos vossos caminhos, 1.1-15.
Considerai o que tendes feito: negligenciastes a
Casa de Deus, 1.1-6
Considerai o que devíeis fazer: edificar a Casa de
Deus, 1.7-11
Os resultados de considerar vossos caminhos,
1.12-15.
II. A segunda mensagem do Senhor: Esforçai-
vos e trabalhai, 2.1-9.
A comparação do novo Templo com o Templo de
Salomão, 2.1-3
Chamado para esforçar, 2.4-5
A glória vindoura do novo templo será maior, 2.6-9.

III. A terceira mensagem do Senhor: Eu vos


abençoarei, 2.10-23.
Uma pergunta aos sacerdotes, 2.10-19
Uma promessa para Zorobabel, 2.20-23.

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ATIVIDADE DE APOIO

Fale dos três principais problemas narrados no livro de


Ageu:

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Zacarias

Zacarias, cujo nome significa “O Senhor se


lembra”, foi um dos profetas pós-exílicos, um
contemporâneo de Ageu. Como Ageu, ele foi chamado
para despertar os judeus que retornaram, para completar
a tarefa de reconstruir o templo (ver Ed 6.14). Como
filho de Baraquias, filho de Ido, ele era de uma das
famílias sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais
messiânicos de todos os profetas do AT, devido às
referências distintas e comprovadas sobre a vinda do
Messias.

Data

O ministério de Zacarias começou em 520 a.C.,


dois meses após Ageu haver completado sua profecia.
A visão dos primeiros capítulos foi dada,
aparentemente, enquanto o profeta ainda era um jovem
(2.4). Os caps. 7 e 8 ocorrem dois anos mais tarde, em
518 a.C. A referência à Grécia em 9.13 pode indicar
que os caps. 9 a 14 foram escritos depois de 480,
quando a Grécia substituiu a Pérsia como o grande

82
poder mundial. As profecias que abrangem o livro de
Zacarias foram reduzidas à escrita entre 520 e 475 a.C.

Contexto histórico do livro de Zacarias


Os exilados que retornaram à sua terra natal, em
536 a.C., sob o decreto de Ciro, estavam entre os mais
pobres dos judeus cativos. Cerca de cinquenta mil
pessoas retornaram para Jerusalém sob a liderança de
Zorobabel e Josué. Rapidamente, reconstruíram o altar
e iniciaram a construção do templo. Logo, todavia, a
apatia se estabeleceu, à medida que eles foram cercados
com a oposição dos vizinhos samaritanos, foram
finalmente, capazes de conseguir uma ordem do
governo da Pérsia para interromper a construção.
Durante cerca de doze anos, a construção foi
obstruída pelo desânimo e pela preocupação com outras
atividades. Zacarias e Ageu persuadiram o povo a
voltar ao Senhor e aos Seus propósitos para restaurar o
templo. Zacarias encorajou o povo de Deus indicando-
lhe um dia, quando o Messias reinaria em um templo
restaurado, numa cidade restaurada.

Conteúdo do livro de Zacarias


O livro de Zacarias começa com a veemente
palavra do Senhor para o povo se arrepender e se voltar
novamente para seu Deus. O livro está repleto de
referências de Zacarias à palavra do Senhor. O profeta
não entrega sua própria mensagem, mas ele, fielmente,
transmite a mensagem dada a ele por Deus. O povo é
83
chamado para se arrepender de sua apatia e completar a
tarefa que não foi terminada.
Deus, então, assegura ao Seu povo o Seu amor e
cuidado por eles, através de oito visões. A visão do
homem e dos cavalos lembra ao povo o cuidado de
Deus. A visão dos quatro chifres e dos quatro ferreiros
traz à memória o julgamento de Deus.
A Visão do homem com um cordel de medir
existe uma olhada apocalíptica na vele e pacífica cidade
de Deus. A visão grandiosa do castiçal todo revestido
de ouro, entre os vasos de azeite assegura a Zorobabel
que os propósitos de Deus serão cumpridos somente
pelo seu Espírito.
A visão do rolo voante emite o pronunciamento
de Deus contra o furto e contra o juramento falso. A
visão da mulher numa efa significa a santidade de Deus
e a remoção do pecado. A visão dos quatro carros
retrata o soberano controle de Deus sobre a Terra.
As visões são seguidas por uma cena de coroação
na qual Josué é coroado como rei e como sacerdote.
Isso é poderosamente um simbolismo da vinda do
Messias.
Nos caps 7 a 9, Deus usa uma questão sobre o
jejum para reforçar Sua ordem para justiça e juízo, para
substituir as formalidades religiosas.

Os caps 9 a 14 contêm muita escatologia


(estudos das últimas coisas).

84
Cristo revelado no livro de Zacarias
Zacarias é, às vezes, referido como o mais
messiânico de todos os livros do AT. Os caps 9 a 14 são
as seções mais citadas dos profetas nas narrativas dos
Evangelhos. Zacarias é o segundo profeta mais citado
no Apocalipse, depois de Ezequiel.
Ele profetizou que o Messias virá como o Servo
do Senhor; o Renovo (3.8), como o homem cujo nome
é Renovo (6.12); como Rei e como sacerdote (9.6; 13),
e como o verdadeiro Pastor (11.4-11).
Ele dá um expressivo testemunho sobre a traição
de Cristo por trinta moedas de prata (11.12-13), Sua
crucifixão (12.10), Seus sofrimentos (13.7) e Sua
segunda vinda (14.4).
Duas referências a Cristo são de profundo
significado. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é
descrita com detalhes em 9.9, quatrocentos anos antes
do acontecimento (ver Mt 21.4; Mc 11.7-10). Um dos
versículos mais dramáticos das Escrituras proféticas é
encontrado em 12.10, quando, na maioria dos
manuscritos a primeira pessoa é usada: “E olharão para
mim, a quem traspassaram”. Jesus Cristo,
pessoalmente, profetizou sua definitiva recepção pela
casa de Davi.

O Espírito de Deus
O versículo mais frequentemente citado do AT,
em referência à obra do Espírito de Deus, é Zc 4.6.
Zorobabel é confortado na segurança de que:
85
1) a reconstrução do templo não será por força
militar ou por proeza humana, mas pelo ministério do
Espírito de Deus;
2) o Espírito de Deus removerá cada obstáculo
que está no caminho, que impede a conclusão do
templo de Deus.
Um triste comentário em 7.12 recorda ao povo
sua rebelião contra as palavras do Senhor pelos
profetas. Essas palavras foram transmitidas pelo
Espírito de Deus.

86
Esboço do livro de Zacarias

I. Chamado ao arrependimento, 1.1-6.

II. As oito visões, 1.7 - 6.15.


O homem e os cavalos, 1.7-17
Os quatro chifres e o ferreiro, 1.18-21
O homem com um cordel de medir, 2.1-13
O sumo sacerdote, 3.1-10
O castiçal e o vaso de azeite, 4.1-14
O rolo voante, 5.1-4
A mulher no meio duma efa, 5.5-11
Os quatro carros, 6.1-8.

III. A coroação do sumo sacerdote, 6.9-156

IV. Ritual religioso ou arrependimento


verdadeiro? 7.1-14

V. A restauração de Sião, 8.1-23.

VI. O triunfo de Sião, 8.1-23.


A primeira profecia: o Messias rejeitado, 9.1-
11.17

87
A segunda profecia: o Messias Reina, 12.1 a
14.21.

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Gama

ATIVIDADE DE APOIO

Fale do triste comentário de Zacarias 7.12:

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Malaquias

Embora alguns atribuam o livro de Malaquias a


um escritor anônimo, considerado por alguns ter sido
Esdras, usando o pseudônimo Mal’aki (“Meu
mensageiro”), é melhor considerar o livro como escrito
pelo próprio profeta. Malaquias não é mencionado em
mais nenhum lugar na Bíblia, mas, de seus escritos,
podemos aprender que ele teve um grande amor pelo
povo de Judá e pelas cerimônias do templo. Ele foi,
provavelmente, um contemporâneo de Neemias.

Data
A falta de menção de qualquer rei ou de
incidentes históricos identificáveis torna a datação um
tanto difícil. O uso de várias palavras persas no texto e
a referência a um templo reconstruído (1.10) tornam a
89
data pós-exílica simultânea com Neemias, mais
provável em cerca de 450 a.C.

Contexto histórico do livro de Malaquias


Como já foi mencionado, Malaquias é o último
de muitos homens divinamente inspirados que, num
período de uns mil anos, predisseram a vinda do Justo.
Não somente eles profetizaram acerca da vinda
do Messias, mas também explicaram detalhadamente ao
povo seus pecados e os advertiram a respeito do justo
julgamento de Deus.

Conteúdo do livro de Malaquias


Na sua declaração de abertura, Malaquias
salienta o amor imutável de Deus por Seu povo, devido
à Sua misericórdia, que dura para sempre. Este é o
fundo para as reprovações e exortações que se seguem.
Primeiro, o profeta salienta o desdém aberto e arrogante
dos sacerdotes pela Lei e sua influência negativa sobre
o povo. O profeta mostra que eles provocam muita
queda no pecado. Portanto, ele os adverte de que o
Senhor não será um espectador inativo, mas, a não ser
que eles se arrependam, serão castigados severamente.
Depois, salienta, em termos não ambíguos, a
traição dos sacerdotes leigos no divórcio de esposas
fiéis e casamento de mulheres pagãs que praticam
adoração de ídolos. Isso é seguido por uma súplica
fervorosa para vigiarem suas paixões e serem fiéis às
esposas da sua mocidade, dadas a eles pelo Senhor.
90
O profeta, além disso, censura as práticas não-
religiosas do povo, sua recusa da justiça de Deus e sua
defraudação ao Senhor, por reterem os dízimos e as
ofertas exigidas para a manutenção da obra de Deus.
Numa linguagem fervorosa e brilhante,
Malaquias continua a descrever o tipo original do
sacerdócio. Ele profetiza sobre o Sol da Justiça, sobre o
Mensageiro do concerto e o grande e terrível dia do
julgamento divino, no qual o justo será galardoado, e o
ímpio, castigado.
Finalmente, ele instrui o povo a observar as leis
dadas a Israel através de Moisés e promete a vinda do
Messias e do Seu precursor, Elias (João Batista). Essa
declaração conclui o AT e o liga às boas-novas da
provisão de Deus no Sol da Justiça descrita no Novo
Testamento.

Cristo revelado no livro de Malaquias


No último livro do AT, nós encontramos claras
elocuções proféticas com respeito ao repentino
aparecimento de Cristo - O Anjo do (novo) concerto
(3.1). Aquele dia será um tempo de julgamento. “Quem
subsistirá, quando ele aparecer?” (3.2) Ninguém, por
suas próprias forças pode, mas, para aqueles que temem
ao Senhor, “o Sol da Justiça, Jesus (3.1) nascerá e
salvação trará debaixo das suas asas”, isto é, um triunfo
vitorioso (4.2).

O Espírito de Deus no livro de Malaquias


91
A obra do Espírito de Deus em Malaquias é
evidente na sua pessoa e no ministério profético. Seus
escritos demonstram que ele foi um profeta dedicado -
uma pessoa nitidamente em sintonia com o Espírito de
Deus.
Como tal, ele podia ser efetivamente usado para
advertir o povo sobre seu comportamento pecaminoso e
persuadi-lo a conformar sua vida com a lei do Senhor.
O Espírito de Deus, além disso, outorgou a ele o
privilégio de levar a linhagem de profetas escritores
fiéis e dedicados a um término, permitindo a ele
proclamar com clareza e fervor a sua visão da vinda de
Cristo.

Esboço do livro de Malaquias

I. Deus afirma o Seu amor, mas o povo diz: em


que me amaste? 1.1-5
Deus escolhe falar aos Seus servos através de um
mensageiro. Ele tem Seus critérios e hoje nos fala
através da Palavra: a Bíblia Sagrada. Um dos propósitos
da Palavra de Deus é nos revelar o amor do Deus que
decidiu nos amar com amor sobrenatural e eterno.
As ações divinas em favor dos Seus amados
revelam aspectos do Seu caráter e da Sua justiça. Os
que são cercados pelo amor de Deus jamais serão
destruídos ou arruinados (Rm 8). O Deus que nos ama
espera que O engrandeçamos pelos Seus feitos em
nosso favor.
92
II. Deus exige respeito, mas o povo diz: em que
te desprezamos? 1.6
O respeito que devemos a Deus envolve, entre
outras coisas:
a) Honrar ao Pai Celestial.
b) Temer ao Senhor Todo-Poderoso.
c) Valorizar o Nome de Deus.

III. Deus exige pureza no culto, mas o povo


diz: em que Te profanamos? 1.7 - 2.9

A qualidade das nossas ofertas é uma importante


maneira de conhecer as motivações de nossos corações.
As coisas que são importantes para Deus devem sê-lo
para nós também. As ofertas feitas de modo indevido
(profanado) impedem Ele nos aceitar.
A falta de pureza entristece a Deus e o impede de
aceitar as ofertas, o culto, a adoração, as orações.
O nome do Senhor, que é grande, tem sido
louvado e engrandecido em diversos lugares por
pessoas puras. Os líderes religiosos em Israel
profanavam o culto a Deus. E hoje?
Como apresentavam animais? Roubados e
defeituosos e isto consistia numa desvalorização,
desrespeito e desobediência expressa ao que prescrevia
a Lei Cerimonial. Deus amaldiçoa aqueles que
profanam Seu Nome e o culto que a Ele é devido. Deus
tem uma palavra específica aos líderes espirituais do
93
Seu povo (sacerdotes, pastores, ministros, profetas,
obreiros) embora, segundo o Novo Testamento, todos
os cristãos são dotados de sacerdócio universal, 1Pe
2.9; Ap 1.6.

Honrar a Deus - este deve ser o alvo dos nossos


corações em todos os atos de culto. Deus prometeu
amaldiçoar os servos desobedientes assim como a sua
posteridade. Esta punição seria didática: para que
relembrassem do pacto (aliança) e seus compromissos.
Um compromisso de vida e paz. A responsabilidade do
homem neste pacto é:
a) manter a palavra de Deus na boca;
b) livrar os lábios da impiedade;
c) andar com Deus em paz e retidão;
d) ensinar a vontade de Deus a outros.
O ofício sacerdotal envolve:
a) guardar o conhecimento de Deus;
b) transmitir a instrução do Senhor aos homens;
c) ser o mensageiro de Deus.
Os sacerdotes não foram fiéis às expectativas
divinas. Corromperam o compromisso e fizeram outros
tropeçarem.
Deus despreza os que agem com indignidade; os
que não guardam os seus caminhos; e os que fazem
acepção de pessoas.

IV. Deus exige fidelidade conjugal, mas o povo


diz: por quê? 2.10-17
94
O povo foi acusado de quebrar o pacto dos seus
antepassados no aspecto de agir de modo indigno nas
questões ligadas à família. Por se casarem com
mulheres de outras nações. Muitos homens em Israel se
tornaram idólatras (abominação para o Senhor).

Deus revela Sua indignação e promete


extirpar das tendas do Seu povo:
a) os que deram cobertura a estas uniões mistas;
b) os que se casaram com mulheres que não
serviam a Deus;
c) os que ofertaram a Deus pelos casamentos
contrários à Sua vontade.

Os desobedientes insistem e choram diante da


presença de Deus que não olha nem aceita as ofertas
oferecidas. Ao questionar a Deus: Por quê? Introduz
um outro problema na estrutura familiar, que é a
infidelidade conjugal.
Deus apela aos Seus que sejam fiéis aos seus
cônjuges e revela que a fidelidade conjugal é
fundamental para uma vida piedosa. Deus declara que
detesta o divórcio e a violência doméstica e alerta o Seu
povo mais uma vez sobre os perigos da infidelidade.

V. Deus é justo em Seu julgamento, mas o


povo diz: em que te enfadamos? 2.17 e 3.6
O povo tem enfadado a Deus pelas suas palavras:
o povo fazia o mal passar por bem aos olhos de Deus, Is
95
5.20 dizia que Deus se agrada dos maus e questionava o
Seu juízo. A resposta de Deus é clara: Eu, o Senhor,
não mudo!

VI. Deus pede a conversão, mas o povo diz: em


que havemos de tornar? 3.1-7
O profeta menciona em seu oráculo a vinda de
Jesus, assim como o ministério de João Batista (o que
preparou o caminho). Esta seção aponta para o futuro
Dia do Senhor = Dia de julgamento universal. A atitude
de julgamento sobre os filhos de Deus será para a
purificação. As ofertas serão agradáveis.
No juízo divino, não ficarão impunes: os
adúlteros, os feiticeiros, os que juram com falsidade e
os que exploram os trabalhadores, as viúvas, e os
órfãos; os que pervertem o estrangeiro e os que não
temem a Deus. O Eterno afirma Sua imutabilidade e
Seu amor, razão por que não somos consumidos vivos.
Devemos retornar para o Senhor, se porventura temos
nos desviado dos Seus caminhos e de Sua Palavra. Ele
honrará esta atitude.

VII. Deus exige honestidade, mas o povo diz:


em que te roubamos? 3.8-12
Os homens que não devolvem os dízimos (que
pertencem a Deus) ou não contribuem para as ofertas
alçadas, são ladrões. Os que roubam a Deus são
amaldiçoados. A infidelidade era um problema
nacional.
96
Os dízimos serviriam para a manutenção da casa
de Deus e habilitavam os homens a fazerem prova de
Deus. Para os fiéis, a promessa é de bênção.
Deus defende os que nEle confiam: reprovando o
devorador a fim de que ele não destrua a lavoura;
garantindo uma produção no tempo certo. a promessa
envolve felicidade e prosperidade.

VIII. Deus pede lealdade, mas o povo diz: que


temos falado contra ti? 3.13-18
Devemos evitar palavras agressivas contra Deus.
Não podemos considerar inútil o servir a Deus nem
achar que não há vantagens em obedecer aos preceitos
do Senhor. Não devemos ficar chateados nem
perturbados com a felicidade dos soberbos nem com a
prosperidade dos ímpios que tentam a Deus e escapam.
Devemos evitar a maledicência entre nós que
servimos ao Senhor, pois Ele está atento às nossas
ações. Devemos continuar temendo ao Senhor e nos
lembrando do Seu nome e estimular uns aos outros a
fazer o mesmo. Tenhamos a segurança de que somos
dEle e que seremos poupados no dia do Juízo. A
diferença entre o justo e o injusto: um serve a Deus e o
outro não O faz.

IX. Promessa de Juízo e Salvação. 4.1-6


O dia do julgamento é uma realidade decretada
por Deus e dele os injustos não escaparão (soberbos e

97
ímpios). Os que temem o nome de Deus estarão seguros
nas mãos de Jesus.
O Senhor preparará a vitória final do Seu povo
sobre os ímpios. É preciso que nos mantenhamos firmes
na Palavra de Deus. Ele reforça Sua intenção de enviar
o preparador do caminho (Elias = João Batista, segundo
Mateus 11.14). Junto à realidade do julgamento de
Deus sempre há uma alternativa aos que se arrependem
e mudam de atitude.

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Faça um resumo de cinco linhas do livro de Malaquias:

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Gama

REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS

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Bíblia Teologia e Filosofia. Volume 5. São Paulo:
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CHAMPLIM, R. N; BENTES, J. M. O antigo
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Edição. São Paulo: Editora Candeia. 2000.
CLEMENTES, R. E. Levítico. In Comentário Bíblico
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WILLIAN, S. Lasor, DAVID, Hubard, FREDERIC W.
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