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GT2: História, Memória e Verdade

O GOLPE CIVIL MILITAR E A SUA REPERCUSSÃO POLÍTICA E


EDUCACIONAL NO ESTADO PARAIBANO

Thais Gomes de Vasconcelos


Universidade Federal da Paraíba

Maisa Cordeiro Tavares


Universidade Federal da Paraíba

Resumo:

A década de 1960 teve desde seus primeiros momentos várias tensões que envolviam as
questões sociais, políticas e educacionais. Tais situações se agravaram ainda mais após a
renúncia do então presidente da República, Jânio Quadros, em 1961, pois quem assumiu o
governo, ainda que em um regime parlamentarista foi o vice-presidente, João Goulart, que por
sua vez não foi aceito por várias instâncias da sociedade, por ser considerado comunista, mas
ainda assim conseguiu ampliar seu poder político em 1963, através de um plebiscito que
obteve como resultado a volta do sistema presidencialista. Todavia as tensões políticas dessa
época aumentaram, e a histeria em torno dos ditos subversivos, impulsionou a eclosão do
golpe civil militar de 1964. Na Paraíba, o então governador, Pedro Gondim, devido às
relações conjunturais, aceitou o novo governo, e também foi apoiado por considerável parcela
da sociedade, até porque as primeiras manifestações contra o golpe, logo foram reprimidas.
Partindo desse contexto, identificamos que após o golpe, a educação paraibana sofreu a
destituição dos movimentos de alfabetização popular, porém mesmo assim parte da sociedade
o apoiou contando com a participação de algumas instituições escolares, na chamada Marcha
da Família com Deus, além das manifestações de representantes estudantis ao golpe,
acreditando está sendo realizada uma ‘limpeza’ na sociedade ao retirar todos indicativos de
subversão. Todavia, tal fato não significou que toda sociedade apoiou ao novo regime, mas
que as tentativas de manifestações contrárias foram suprimidas. Tais repressões mostram que
o golpe militar pegou de surpresa muitas instâncias de luta da esquerda paraibana, visto que
na noite de 31 de março quando eclodiu a notícia do golpe, um comício de esquerda chegou a
ser iniciado no bairro de Cruz das Armas, no entanto as tropas militares logo o reprimiram.
Em Rio Tinto também houve protesto de operários e camponeses por meio de seus sindicatos
e das ligas camponesas, mas a polícia também conseguiu conter e reprimir esses primeiros
protestos. Assim, esse artigo foi elaborado a partir do pressuposto teórico de Rémond (1996),
referente ao estudo sobre a ótica da história dos de baixos, Coutinho (1889), com um estudo
sobre as concepções de Gramsci em relação à sociedade, poder e as correlações de forças, e
por fim o cruzamento documental a partir do jornal A União, onde buscamos apresentar como
foi posto o primeiro momento do golpe civil militar no estado paraibano a partir da
perspectiva política e educacional.

Palavras-Chave: Ditadura Militar. História Política. História da Educação na Paraíba.

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1.0 Introdução

É perceptível que a década de 1960 nos trás um debate aprofundando sobre as


concepções sociais e políticas referentes ao cenário brasileiro e consequentemente paraibano.
Por muito tempo se alimentou de forma gradativa uma história voltada para as classes elitistas
da sociedade. Essa história política que era factual buscava apenas avaliar elementos
“importantes” da alta sociedade, desconsiderando qualquer outra verdade.
No entanto a partir da década de 1970, houve uma considerável mudança no âmbito da
história política, ocorrendo assim uma renovação que se estabeleceu principalmente na sua
estrutura, mudança essa de valores que começou a perceber a história vinda dos oprimidos
“dos de baixo”. A partir daí uma crítica se desenvolveu em relação à percepção da história
contada pela classe dominante, ou seja:

E uma outra forma de história política nasce com a crítica da história feita,
“sob a ótica das classes dominantes” repensa-se a construção de uma história
oficial dentro da ótica da luta de classes. Nessa linha, por exemplo, procura-
se fazer uma história dos movimentos sociais”, muitas vezes “sob a
perspectiva operaria” (BORGES, 1992, p. 14)

Segundo Vavy Borges, o marxismo foi um influenciador dessa nova perspectiva de


história política, visto que o ideal marxista se dava por meio da queda da classe dominante e
implantação de um regime que beneficiasse a todos.
Essa nova história que se instaurou, começou a mostrar a luta de classes, das reformas
de base, das ligas camponesas e da reforma agrária, de modo que antes a historiografia se
dispunha a apresentar apenas heróis nacionais, uma história apenas da elite, excluindo assim
as lutas populares e deixando de lado a diversidade cultural da sociedade.
Partindo dessas premissas observamos que o autor Rene Rémond, argumentou que
essa nova história política foi em busca da interdisciplinaridade dos acontecimentos, tendo em
vista que é impossível isolar a história política das questões sociais, econômicas e
educacionais, à medida que estão entrelaçadas. Com isso se estabelece uma relação com a
sociedade, tendo em vista que a maior parte dos “oprimidos” é encontrada no meio popular.
Percebendo essa relação política e social, é interessante analisar como se estabeleceu o
embate entre a sociedade política e civil. Segundo estudos realizados por Coutinho (1989),
Gramsci nos apresenta duas visões da esfera do estado: sociedade política e sociedade civil,
onde o primeiro é considerado por Gramsci um Estado rigoroso e restrito, do qual a classe
dominante faz parte e mantém seu poder por meio da violência e repressão e o segundo se

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caracteriza por meio de organizações que elaboram várias ideologias a fim de impregná-las na
população em geral, utilizando-se principalmente das escolas, igreja, meios de comunicação
entre outros.
Esses dois conceitos de Estado se dão entre política conciliatória ou implantação da
força pela força, visto que o primeiro se dá pela aliança das posições diante da sociedade,
formando uma política idealizadora na população, enquanto o segundo se aplica por meio da
repressão e coerção.
Para Gramsci, a sociedade se diverge entre si, através da função que cada um exerce
no campo da organização social e principalmente nas relações de poder presentes nessa
sociedade. Com as devidas articulações e relações de poder ocorre uma supremacia popular,
que serve para manter uma determinada base econômica de acordo com a vontade das classes
dominantes.
Analisando essas conjunturas estruturais no Brasil durante a década de 1960,
percebemos que o país foi marcado por grandes conflitos políticos, sociais e econômicos. O
fim do governo de Juscelino Kubistchek (1956-1960) trouxe também o fim de um período de
aparente paz. Com seu plano de desenvolvimento econômico, JK intensificou de maneira
significativa a dívida externa que o Brasil possuía. Esse fato aumentou a tensão que se
estabeleceu nos anos subsequentes, nos vinte e um anos de ditadura militar (1964-1985).
Em 1961, Jânio Quadros assumiu a presidência do Brasil, no entanto mesmo antes de
completar um ano de governo renunciou seu mandato, e a linha de sucessão daria o cargo ao
vice-presidente, João Goulart. No entanto, esse ato legítimo não foi bem aceito por várias
instâncias da sociedade, principalmente no que diz respeito à direita conservadora, pois João
Goulart era visto como comunista.
Nesse impasse político, Jango assumiu a presidência do país, movido pelo sistema
parlamentarista ficando assim, preso as decisões dos parlamentares, até 1963 com a volta do
presidencialismo. Com o Brasil sendo regido pelo presidencialismo novamente, João Goulart
tentou um governo dualista, buscando acordos diversificados entre os grupos esquerdistas e os
de direita. No entanto esse método não se sustentou de forma adequada e Jango começou a
sofrer pressão de ambos os lados.
A esquerda brasileira que antes havia apoiado o governo de Jango começou a exigir o
comprometimento do mesmo para com as reformas de base, de modo mais acentuado a
reforma agrária. Já os direitistas estavam incomodados com a grande atenção que o então
presidente oferecia àqueles projetos sociais e assim o acusaram de esquerdista que queria

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implantar o sistema comunista no país. Com isso o impasse político resistiu até março de
1964, quando os militares assumiram o poder aplicando na sociedade um golpe.
No estado da Paraíba, também se vivia um momento de grande efervescência social e
política. Pedro Gondim, como veremos posteriormente, se mostrava flexível às práticas
populistas que se desenvolveram no cenário político nacional formulado por João Goulart,
porém a partir de um dado momento se posiciona a favor das forças conservadoras.
Com relação à política educacional podemos afirmar que antes da saída de Jango foi
possível inserir algumas intervenções, como o Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano
Trienal de Celso Furtado, a criação da Comissão de Cultura Popular e oficializou o Plano
Nacional de Alfabetização que foi revogado 14 dias após o golpe. (Góes, 1998). Por outro
lado, ao que concerne ao estado paraibano as políticas educacionais não se mostravam alheias
à conjuntura nacional, segundo o jornal, “Um dos setores administrativos de maior atividade
no Govêrno Pedro Gondim e que constituiu exemplo do trabalho e execução de suas metas
governamentais, a que se refere à Educação e Cultura, numa demonstração de eloquente zêlo
do chefe do executivo por aquela Secretaria de Estado” (A União, 2 de fevereiro de 1964),
mas que isso não evitou que o setor fosse atingido após o golpe, principalmente as campanhas
de educação popular, que foram destituídas.
Assim tal cenário passaria por várias mudanças, pois com o fim do período
democrático, no ano de 1964, se instaurou no Brasil a primeira onda de repressão por meio da
Doutrina de Segurança Nacional que visava realizar a limpeza interna reprimindo toda a
forma de manifestação contrária ao governo.
Para tanto, esse artigo tem por objetivo maior refletir o primeiro momento após o
golpe de 1964 e seus reflexos no estado paraibano, ao que se refere às questões políticas e
educacionais, buscamos identificar como foram as adesões, no sentido de aceitação do golpe,
e da resistência, ainda que reprimida pelos militares. Metodologicamente utilizamos o jornal
A União, um dos periódicos que circulavam no estado da Paraíba na conjuntura de golpe, nos
seguintes arquivos: O Instituto Histórico Geográfico Paraibano – IHGP e Fundação Espaço
Cultural – FUNESC, ambos localizados em João Pessoa – PB.
Para realização desse estudo, procuramos um contato mais aprofundado com as fontes
históricas a fim de obtermos uma ideia mais ampla sobre a opinião da imprensa nesse período
de considerável importância em nossa história. No que diz respeito ao uso desses periódicos
como fonte propriamente dita é importante ressaltar que só foram inseridos no estudo
acadêmico a partir da década de 1970, acontecimento esse que se estabeleceu por se

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desenvolver uma visão mais ampla em relação aos elementos culturais. Segundo estudos
realizados por Lucca:
O abandono da ortodoxia economicista, o reconhecimento da importância
dos elementos culturais, não mais encarados como reflexo de realidades mais
profundas, o que era comum em leituras reducionistas, e a verdadeira
revolução copernicana efetuada por Thompson ao propor que se adotasse a
perspectiva dos vencidos, a história vista de baixo (history from below),
trouxeram ao centro da cena a experiência de grupos e camadas sociais antes
ignorados e inspiraram abordagens muito inovadoras, inclusive a respeito de
culturas de resistência. (LUCCA, 2008, p. 113)

A partir dessa nova visão – que também considera a história contada pelos de baixo,
no sentido de não destacar apenas os grandes homens de status sociais – identificamos que as
fontes muitas vezes nos apresentam várias versões do mesmo acontecimento. Com isso para
estudar as fontes impressas, Lucca nos mostra que devemos tomar cuidado com as
interpretações que fazemos desses documentos, visto que os jornais nem sempre são fontes
totalmente confiáveis, pois uma grande maioria possui manipulações da realidade e são
movidos principalmente por jogos de interesses por isso este manifesta a seguinte
necessidade:
Para trazer a luz o acontecimento, o historiador, livre de qualquer
envolvimento com seu objeto de estudo e senhor de métodos de crítica
textual precisa, deveria valer-se de fontes marcadas pela objetividade,
neutralidade, fidedignidade, credibilidade, além de suficientemente
distanciadas de seu próprio tempo. Estabeleceu-se uma hierarquia qualitativa
dos documentos para qual o especialista deveria esta atento. (LUCCA, 2008,
112)

Isso não significa que tais fontes não devam ser usadas, ao contrário, elas apresentam
objetos interessantes para pesquisa dos diversos assuntos, no entanto é preciso que sejam
feitas as críticas em relação à veracidade dos documentos que estão sendo utilizados, em
relação aos fatos, seja para problematizar, contrapor ou confirmar, de acordo com momento
político e social que passar o país.
Portanto, a partir destas premissas dividiremos nossas discussões em dois tópicos “O
golpe civil militar na Paraíba no governo de Gondim”, que destaca a conjuntura de golpe e
consolidação a partir de uma visão política e “Breves apontamentos da repercussão do golpe
na educação paraibana”, cujo objetivo buscou identificar como o golpe militar atingiu o setor
educacional paraibano.

2.0 O golpe civil militar na Paraíba no governo de Gondim

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Para refletirmos as características de como foram sendo praticadas as políticas
educacionais, especialmente na Paraíba, no primeiro momento da ditadura civil militar é
necessário compreender alguns aspectos referentes à condução da política local, que envolve a
polêmica em torno do governador Pedro Moreno Gondim.
O fim do período trabalhista na Paraíba teve como marca várias mobilizações de
trabalhadores rurais e urbanos. Com a intensificação da urbanização e o avanço do
capitalismo no campo se iniciou um processo lento de organização desses trabalhadores,
sendo somente no final da década de 1950 e início de 1960 que as forças populares começam
a se mobilizar em defesa dos seus interesses aproveitando a política flexível de Pedro
Gondim.
Gondim foi eleito como vice-governador do estado da Paraíba em 1956, com a legenda
do PSD – Partido Social Democrata, porém devido problemas de saúde do governador Flávio
Ribeiro Coutinho, ele tomou à frente do governo em 1957 e como ainda havia metade do
mandato a sua frente, Gondim procurou investir na sua imagem. Assim antes de completar o
período legal para sua desincompatibilização, Gondim deixa o cargo para poder se eleger a
governador, nas eleições de 1960. Todavia uma problemática se inseria nesta conjuntura, pois
quem disputaria ao cargo de governador pela legenda do PSD, seria Janduhy Carneiro, o
deputado mais votado e irmão de Ruy Carneiro.
A UDN – União Democrática Nacional, que estava com o partido enfraquecido propôs
uma candidatura única, todavia não houve consenso. Por fim, diante do desejo populacional,
manifestado pelo “queremismo” para Gondim, em janeiro de 1960, em Araçagi, Raimundo
Asfora, lança Gondim pelo PSB – Partido Socialista Brasileiro. Ainda vale manifestar, que
ocorreu uma divisão no partido, sendo Gondim expulso do mesmo1. Assim observamos que:

Na realidade, desligado de um partido desde a sua expulsão do PSD,


Gondim montou sua campanha através da valorização de sua imagem e de
sua identificação com o povo, ao contrário do candidato pessedista cujo peso
fundamental consistia no anteparo do partido, ou a bem da verdade, na figura
de seu irmão: “A melhor legenda queremista era: ‘Pedro é irmão do povo,
Janduhy é irmão de Ruy”. (CITTADINO, 1998, p.103).

Como resultado da campanha, Pedro Gondim ganha as eleições e tenta manter as


mesmas características do seu governo, ou seja, agradar a todos, o povo e aos latifundiários.
Porém este governo passa pelo esgotamento e para pressionar ainda mais uma posição de

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De acordo com estudos realizados por Cittadino (1998), Gondim concorreu às eleições com a
legenda do PSB, e em maio de 1962, ingressa no PDC.

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Gondim três acontecimentos marcariam o cenário de acordo com Cittadino. O primeiro foi a
manifestação estudantil em novembro de 1963, devido o preço das passagens. O segundo a
chacina de Mari, em janeiro de 1964, e por fim a invasão da Faculdade de Direito em março
de 1964. Tais acontecimentos aumentaram a pressão para Gondim escolher de qual lado se
posicionaria, e este se pôs ao lado dos conservadores. Assim identificamos o seguinte nas
palavras de Cittadino:

A adoção de um esquema fortemente repressivo através do policiamento


ostensivo nas áreas de conflitos no campo, o esmagamento de qualquer
tentativa de realização de manifestações contestatórias em João Pessoa e em
outras localidades, o tratamento dispensado pela Polícia Militar aos
estudantes sitiados na Faculdade de Direito e a mudança imposta ao aparelho
repressor do estado são claros indicativos do novo direcionamento político
adotado pelo governo, voltado agora para as forças sociais mais
conservadoras. Muito mais do que apenas o reforço da vinculação com as
classes conservadoras, o que se percebe a partir desse posicionamento de
Gondim é o estabelecimento, anteriormente ao 31 de março, de uma franca
sintonia do Governo do Estado com os interesses e com o pensamento das
Forças Armadas em consequência dos acontecimentos dos primeiros meses
do ano. (CITTADINO, 1998, p.103).

Identificamos que a articulação referente ao golpe de 1964, na Paraíba, teve a fluente


participação unificada dos setores militares e civis, assim como dos membros da UDN e PSD
além da participação de alguns jornalistas. De acordo com Nunes (2014), nada consta que o
governo do estado, apropriadamente dito, tenha tido participação direta ou indireta na
conspiração que favoreceu o golpe militar, por mais que se considere suspeita à relação que
estava sendo estabelecida entre o governador |Pedro Gondim e a guarnição federal paraibana.
Nesse caso, é bem provável que assim como várias entidades da sociedade, Pedro
Gondim tenha sido pego de surpresa quanto à instauração da dita “revolução.” No entanto,
vale ressaltar que as influências sofridas pelo referente governador também não eram
homogêneas em relação ao apoio a ditadura, visto que parte do seu secretariado almejava a
ruptura com o governo de João Goulart e a total adesão ao golpe enquanto outra parte
desejava permanecer apoiando o presidente.
No dia do golpe o então governador, Pedro Gondim, foi demasiadamente pressionado
a aderi-lo, contudo foi apenas um dia depois que mostrou seu posicionamento na visita do
novo líder do governo Antônio Vital do Rego.
Ao perceber a fragilidade em que se encontravam as forças “janguistas” e também
notando a irreversibilidade da dominação militar, Gondim para manter seu poderio político
lançou uma nota de apoio ao governo dizendo: “Reafirmo, preliminarmente, todos os

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pronunciamentos que expandi em favor das reformas essenciais, por saber que elas constituem
instrumentos legais aos novos problemas do povo. E neste sentido nunca faltei com meu
estímulo e apreço ao governo central.” (GONDIM, 1964, p.1). Assim, o governador mostrou
sua posição, e caso fosse contrária aos acontecimentos, teria sido deposto como foi o caso de
Miguel de Arraes, governador de Pernambuco.
É interessante percebermos que o golpe militar pegou as forças esquerdistas da Paraíba
de surpresa. Em 31 de março de 1964, quando os partidos de esquerda tiveram notícias da
eclosão do golpe, tentaram fomentar grupos de ataques a fim de barrar a ação dos militares.
Na cidade de Rio Tinto, por exemplo, ocorreu uma tentativa de apoio a Goulart e as reformas
de base, um grupo de trabalhadores operários e camponeses com o apoio do sindicado têxtil,
das ligas dos camponeses e o prefeito da cidade invadiram uma fábrica de tecidos a fim de
paralisar as atividades como forma de protesto. Além disso, esses trabalhadores cercaram os
pontos de entrada da cidade com arames farpados para impedir a entrada dos golpistas, no
entanto a polícia reprimiu o movimento e prendeu o prefeito.
Outra cidade que também houve uma mínima resistência foi em Sousa, onde o prefeito
Antônio Mariz, em praça pública condenou o golpe e logo foi contido e preso. Já em Campina
Grande o prefeito, Newton Rique, se posicionou contra o golpe em algumas declarações que
deu esse não foi preso, mas teve em pouco tempo seu mandato cassado.
Posterior a tais acontecimentos os militares tiveram total dominação das forças
políticas na Paraíba assim como em todo Brasil. As ligas camponesas foram dizimadas, visto
que nos setores urbanos além do exército e do policiamento local ainda tinham os particulares
contratados pelos proprietários rurais para deter qualquer manifestação dos camponeses, para
Nunes (2014, p. 97) “Apesar de a repressão ter se estendido a vários setores da sociedade, ela
se fez mais forte sobre as Ligas Camponesas, que era considerada uma afronta aos grandes
proprietários de terra e ameaça de subversão da ordem.” Outra instância que se enquadrou no
apoio ao golpe foi a imprensa, com alguns jornalistas que no tocante das repressões lançaram
notas de apoio a ditadura e as forças armadas.
Em João Pessoa, tanto a Assembleia Legislativa quanto a Câmara Municipal apoiaram
o golpe de imediato. Inclusive as duas casas procederam rapidamente com as decisões do
governo federal e cassaram vários mandatos e estabeleceram no estado paraibano o Ato
Institucional - AI. Foram cassados inicialmente o deputado Assis Lemos, os suplentes
Figueiredo Agra e Agassiz Almeida, também foram cassados o mandato do vereador Antônio
Augusto Arroxelas e dos suplentes José da Silva Gomes e Leonardo Leal.

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Enfim, podemos perceber que nos momentos antecedentes ao golpe militar de 1964, a
Paraíba encontrava-se em meio a grande turbulência política e também social, visto que
Gondim tentava um meio apaziguador de governo se aproximando do ideário populista de
modo a lidar com vários setores de uma sociedade movida pelos conflitos de classes, mas que
momentos antes do golpe ele foi cobrado por posição, e começava a tomar partido para o lado
conservador.

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3.0 Breves apontamentos da repercussão do golpe na educação paraibana

Na Paraíba assim como em outros lugares do Brasil o golpe militar teve seus reflexos
na sociedade e manteve uma nuvem de tensão desde o primeiro momento. Na madrugada que
antecede o golpe, o governador Pedro Moreno Gondim esperou atentamente por notícias dos
acontecimentos que se estabeleciam na conjuntura nacional, e somente após saber que a
“Revolução” ocorreu foi que este divulgou por meio da imprensa seu apoio, no dia 1º de abril
de 1964. Tal declaração garantiu a permanência de Gondim no cargo, pois a partir de tal
momento deu-se início ao período de perseguições a todos que se posicionasse contra o
governo militar.
Assim de acordo com Rodrigues (2000), na terça de 31 de março, o comício que
ocorreria no Bairro de Cruz das Armas – João Pessoa, em apoio ao Goulart, foi interrompido
devido ao corte de energia elétrica e a invasão do palanque pelos militares que haviam
chegado no caminhão do exército, prendendo estudantes e líderes sindicais.
Ainda neste mesmo dia a Campanha de Educação Popular da Paraíba - CEPLAR, que
buscava conscientizar as camadas populares a partir da politização, teve seus membros
atingidos. As aulas haviam sido suspensas para escutar as notícias da Guanabara e reuniram-
se várias pessoas na Associação Paraibana de Imprensa - API, todavia tanto os seus
integrantes como quem se encontrava no local foram presos. Conforme Scocuglia (2000, p.
4), “A sede da Campanha foi invadida no dia seguinte e todo o material confiscado, como
"provas da subversão" praticada.” Por fim, todos os campos da CEPLAR, com seus cento e
trinta e cinco núcleos de alfabetização foram todos destituídos. Estima-se que mais de 178
prisões foram realizadas na área urbana e mais de 172 nas áreas rurais.
A histeria em torno das ideias ditas subversivas, e a luta em nome da “revolução
democrática” permaneceram atingindo todas as instituições onde houvesse suspeito de
conspiração ao golpe. Na Universidade Federal da Paraíba - UFPB, o reitor Moacy Porto foi
destituído de seu cargo, assumindo assim o professor e militar Guilardo Martins, que de
acordo com Motta (2014), comungava com o hibridismo desejado pelo novo governo. Ao que
concerne os diretórios acadêmicos, não demorou a ocorrer mudanças, os estudantes eleitos
foram substituídos por interventores. Dentre os atingidos podemos destacar:

Severino Ramalho Leite (Faculdade de Direito, no lugar de José Tarcísio


Fernandes), João Luiz Ribeiro Neto (DCE), capitão Victor Raimundo de
Oliveira (Medicina), Sargento Edilaudo Luna de Carvalho (Farmácia),
Joaquim Fernandes de Carvalho (Odontologia), Arthur Gonçalves Ribeiro
(Filosofia), Regina Tavares (Serviço Social), Antonio Augusto da Silva

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(Ciências Econômicas – Campina Grande), João Ednaldo Alves dos Santos
(Politécnica – Campina Grande), Gutemberg Castro (Engenharia [...])
(RODRIGUES, 2000, p. 229)

Assim, dentre estes casos citados, podemos destacar o do José Tarcísio Fernandes, que
de acordo com jornal A União, os estudantes da Faculdade de Direito estavam insatisfeitos
com a posição do seu diretor frente ao diretório acadêmico e uma turma de alunos concordou
com a saída de Fernandes, que por sua vez não queria renunciar. Assim:

Com a decisão do sr. José Tarcísio, em não querer entregar a Presidência, os


rapazes tomaram conta do Diretório, havendo, então, choques entre as
partes, o que felizmente, não culminou em maiores consequências, dada a
intervenção do Diretor da Escola, professor Hélio de Araújo Soares, e do
Exército, que foi chamado ao local.
Na Manhã de ontem, a Frente de Resistência Democrática na
impossibilidade de promover Assembléia Geral, por falta número para sua
realização, elegeu uma Diretoria provisória, ontem mesmo, empossada, e
que regerá o Diretório Acadêmico Epitácio Pessoa, até que a situação seja
resolvida, em Assembléia Geral. (A União, 5 de abril de 1964, p. 3)

Todavia as movimentações não vieram apenas desses estudantes, pois “Não resta a
menor dúvida de que as Faculdades pertencentes à Universidade da Paraíba antes do dia 1º de
abril constituíram-se em um verdadeiro abrigo para agitações e propaganda subversiva num
eterno círculo vicioso de estudantes, em número acentuado [...]” (A União, 16 de maio de
1964 - p.4) e muitos desses estudantes se encontravam nos diretórios acadêmicos, de acordo
com a imprensa. Esta mensagem jornalística também afirmava haver a acusação de
desvinculação de finalidades para o ensino superior, mas que as medidas junto a Comissão de
Investigação já estavam mais tranquilas, ou seja, o controle nas instituições já havia sido
posto, dificultando as manifestações contrárias.
Por outro lado, desde o primeiro momento o comando militar se preocupou com
manifestações de apoio ao golpe, vestido com a máscara da “Revolução Democrática”.
Segundo Alves (1984), a junta militar prometia ‘restaura a legalidade’ e ‘reforçar as
instituições democráticas ameaçadas’, todavia para legitimar seu poder tal aspecto entraria em
contradição devido à repressão.
Vários apoiadores manifestaram seu apoio no jornal A União, e dentre estes
encontramos a União Pessoense dos Estudantes Secundários que manifestou a seguinte nota:

A União Pessoense dos Estudantes Secundários vem de público prestar


solidariedade de todos os estudantes pessoenses de grau médio às nossas
gloriosas Fôrças Armadas, á Guarnição Federal de João Pessoa e ao Govêrno
do Estado, pela relevante ação em prol das instituições democráticas e em
defesa das liberdades do povo brasileiro.

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O Brasil continuará sendo livre de qualquer nação estrangeira e saibam os
agitadores e comunistas que para o regime de Pequim e Moscou ser
implantado no Brasil será preciso passar por cima dos cadáveres dos
estudantes pessoenses. – Presidente da UPES. (A União, 5 de abril de 1964,
p. 3)

Assim, constatamos que por vários dias foram divulgadas mensagens de apoio ao
governador Pedro Gondim, felicitando sua posição. Por outro lado, o regime começa a ergue
suas bases repressivas. De acordo com Germano (2008),

[...] uma das primeiras medidas adotadas pelo regime militar foi impor o
silêncio, cassar a palavra dos perdedores: movimentos sociais, sindicatos de
trabalhadores urbanos e rurais, ligas camponesas, movimento estudantil, ex-
integrantes do governo deposto, parlamentares e forças políticas reformistas
ou de esquerda, intelectuais antigolpistas, amplos setores vinculados ao
campo da educação, como professores, estudantes e dirigentes de escolas.
Uma vez que a alteridade foi cerceada pela repressão, não há projetos
alternativos a serem postos em discussão no espaço público e, portanto, não
há lugar para o princípio de regulação e negociação política. O discurso se
transforma em mera propaganda, uma vez que há uma interdição da fala do
outro, de quem pensa diferente; não há, portanto, diálogo, mas ordens a
serem cumpridas. Quando ocorrem resistências a essas ordens, intervém um
aguilhão para garantir a integridade das ordenações. (GERMANO, 2008, p.
320-321)

Interrompidas as manifestações contrárias aos militares, cabia o novo governo montar


a sua imagem, e para tanto contou com o apoio de parte da sociedade civil. Assim em
demonstração de apoio a nova ordem, ocorreu a Marcha da Família com Deus pela Liberdade,
que no estado paraibano aconteceu posterior ao golpe de 19642. Tal eventualidade foi
organizada pelo Movimento de Arregimentação Feminina do Estado da Paraíba – MAFEP e
de acordo com os jornais contou inclusive com a participação de alunos. Segundo Cittadino
(1998), a Marcha ocorreu em quase todos os municípios da Paraíba, e com relação a capital, o
convite para participação foi divulgado o seguinte percurso:

[...] percorrerá várias artérias da cidade, saindo do Parque Solon de Lucena


(Lagoa), usarão da palavra o Governador Pedro Moreno Gondim e vários
líderes democráticos, rumando em seguida para o Adro da Catedral, onde
será celebrada uma missa em ação de graças pela vitória da causa
democrática, oficializada pelo Arcebispo Dom Mário de Vilas Boas. (A
União, 7 de abril de 1964, p. 4)

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Foram organizadas subcomissões constituídos por damas e senhorinhas da sociedade para convidar
as pessoas em fábricas, colégios e faculdades, para participação da Marcha da Família com Deus pela
Liberdade. (A União, 1 de abril de 1964).

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Tal manifestação buscou atingir vários públicos. No município de Santa Rita o
prefeito, determinou “[...] ponto facultativo para os trabalhadores desta Prefeitura, no
expediente da tarde do dia 8 do corrente a fim de que possam participar das festividades
cívico-religiosas “A Marcha da Família com Deus pela liberdade”, que se realizará na capital
do estado.” (A União, 8 de abril de 1964, p. 4). Com relação ao governador Pedro Gondim,
este determinou que as repartições públicas fossem transferidas para o turno da manhã afim
de que o maior número de pessoas participasse do ato que deveria contar com pessoas de
todas as classes sociais e religiões assim, “[...] todos os que acreditam em Deus, todos os que
amam a Pátria e todos os que veneram a sublimidade da família, devem vir á rua, para mostrar
aos extremistas fanáticos a inexpugnabilidade da fortaleza democrática paraibana.” e noutro
trecho da notícia reforçava que “[...] o povo pessoense dará, na tarde de hoje, a sua maior
demonstração de fé democrática e tradição cristã, num repúdio formal ao comunismo ateu e
sanguinário.” (A União, 8 de abril de 1964, p. 3).
Durante a marcha paraibana, os jornais nos sugeriram a ideia de grande participação
da classe estudantil, a capa do jornal A União (imagem I), pôs em destaque na frase central da
faixa: “O Liceu com Deus pela liberdade”, em meio à multidão de pessoas. Embora não
saibamos o número exato de quantos estudantes desta instituição esteve presente. Também foi
manifestado que houve representações de quase todos os educandários uniformizados. Com
relação ao Liceu, vale manifestar que segundo estudos realizados por Scocuglia (2002, p. s/n),
“No pós-golpe de 1964, o Liceu continuou a ser um dos focos principais tanto da resistência
estudantil como da consolidação da ditadura”.

Imagem I: Marcha da Família com Deus pela Liberdade – João Pessoa. A União, 9 de abril de
1964

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Porém tal representação não foi apenas na capital, sobre a manifestação, na cidade de
Areia constatamos que professores e alunos do Colégio Santa Rita, Grupo Escolar Álvaro
Machado, escolas paroquiais e da Escola de Agronomia do Nordeste teve seus integrantes
presentes, além de contar com outras categorias sociais. Dentre a imagem de tal manifestação
podemos observar a seguinte (Imagem II) reproduzida no jornal, mostra a presença das
crianças nas ruas, vestidas com o fardamento escolar.

Imagem II: Marcha da Família com Deus pela Liberdade – Areia.


Jornal A União, 30 de abril de 1964

Diante do exposto é impossível não reconhecer a participação de boa parte da


sociedade civil a favor do golpe, e a tentativa de envolver os jovens estudantes no movimento
patriótico e cívico, todavia outro viés também nos mostra que havia a resistência de parte dos
estudantes, mas como o governo autoritário manteve-se repressor, desde sua primeira onda
repressiva3, as manifestações contrarias foram demasiadamente reprimidas.

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Acreditamos haver ocorrido dois momentos marcantes de repressão, embora esta tenha ocorrido nos
21 anos de ditadura militar. O primeiro é referente ao ano de 1964, seguida nos seguintes anos por
várias manifestações de reivindicações estudantis e até mesmo contra o novo governo. E a segunda em
1969 com a decretação do Ato-Institucional nº 5 – AI-5, em dezembro de 1968, que fechou o regime
retendo qualquer tipo de manifestação de insatisfação, até a abertura política.

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Considerações Finais:

Por fim, o golpe civil militar foi comemorado pelos que acreditaram lutar contra
subversão e foi abatido para os que entendiam que se tratava de um golpe contra o avanço das
camadas populares, que tomavam força na luta pelos direitos sociais. Diante deste cenário o
estado paraibano entrou em consonância com a conjuntura nacional. Segundo Jornal A União
foi por vários dias publicados notas da sociedade civil apoiando a posição do governador
Pedro Gondim.
Para além dessa manifestação a sociedade mostrou sua adesão na participação da
Marcha da Família com Deus, que também corrobora com a tentativa de buscar moldar as
memórias de forma positiva. Todavia, vale ressaltar que “O outro é desprovido de qualquer
valor porque é subversivo e, por isso, deve ser silenciado, reprimido, banido do espaço
público.” (GERMANO, 2008, p. 321-322).
Assim, de acordo com a publicação: “Caravanas da anistia: o Brasil pede perdão”
(2012, p. 151) O levantamento realizado pelo “professor Mauro Koury, em João Pessoa, 178
pessoas foram levadas ao Grupamento de Engenharia e ao 15º Regimento de Infantaria. Eram
sindicalistas, políticos, estudantes, jornalistas, operários, bancários, profissionais liberais,
detidos sem critérios claros.” E para além dessas pessoas podemos afirmar ainda que muitas
outras foram presas nos demais municípios, como citamos, por exemplo, os componentes da
CEPLAR.
Por fim, este momento da história foi marcado por um forte controle dos militares, e
para legitimação do seu poder foi realizando medidas cada vez mais repressivas, através das
emendas e os atos institucionais. O golpe de 1964 atingiu todas as instâncias da sociedade seja
na área política ou educacional, e toda forma de resistência logo foi reprimida.

Referências:

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Vozes, 1989.

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COELHO, Maria José H. ROTTA, Vera. (Orgs.). Caravanas da anistia: o Brasil pede
perdão. Brasília, DF: Ministério da Justiça; Florianópolis: Comunicação, Estudos e
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