Você está na página 1de 10
SuttrtT:,_=m__—_< Escola: conflitos, sentimentos e alteridade A deliberagao moral: dimensdes intelectuais e afetivas Moral deliberation: Intelectual and affective dimensions Yes de La Taille" oon0.0001-54722701 Resumo Hé urradeehiaemagaotemara um pensar, um refletir ‘ou presigem um agi Toda agae (@ © proprio pensar SSUMITO) devende, para ser realizacoaaaAMMMEEE eenenpétien 4 delideracs0 morale ago quea seque néo fogem 3 12972, OfdeveRtMeralSURNaCMASeS UST # todo querer implica, por um lado, sama APTOPSONGTETESOTTEIEETN , 501 outro, uma CromraientenmenssorsrEWVaRO 21190 apresents como 505 duas dimensGes se aticulam e constituem a base das decisbes dos sujeitns em difprantac eantavens situac6es, inclusive, o escolar. No que se refere a esse contexto, 0 texto aborda como a escola pode, por Meio de un cRREIS ROP oportunizar aos alunos apreenderem esse fendmeno humano complexo que a moralidade. Nesse sentido, oalcance desse objetivo se ve favorecido coma vivéncia de Uae? _ Social ads alunos. no intetier ta cata ce aij" Vids emeint we * Unveridade de ofan nso de Plog Oeparamerto de Pccaniade Arena do Desensolvmento ca Personae. hi POTsox Melo Moraes 72, Cade Urea (05508 900 So Paula S ast Ematcpalleguspbr> Como ca este ariga How octets are ‘tarlle . A deiberogdo moral dimenstesintelecriai € seta Revista de Edict PUG Campinas v.24, p5-14, 2018. rs/ fd dekorg/1024220/2398 0870240 AT? a/v /1022200516 0870 20niaAIa Fev eve PUC-Camp, Campinas 240154 nab, 2019 6 YLATALE “aes Levilefelacbes de cooneracao. de recinrocidade, na qual ahistica 6 fate nao anenas dices, 1 qual © aluno poders CONTUSENTSUSNGHTENNSTEIE ize’ 0 TESTIS AVeRISTTS TIPLE itd 20 2110 CTRCSRTCSIBRESEEER 13 prdtica, o que Ihe terd sido apresentado verbalmente, @ nela investira Sua personalidade ETEVGEOEEP vai ajucé-lo 2 Aaemseu ‘qhontzontesinnelectusiseiamoratane © também vai incidir sobre seus sentimentos, sobre a dimensso afetiva de seus juizos €atos. Palavras-chave: Afetvidade. Educacao moral. Etica. Abstract ‘Moral deliberation isa certain way of thinking and reflecting that regulates an act. Every action (and thinking itself ison action) depends on the intellectual dimension (reason) and motivation to be realized, thats. energy. Moral deliberation, and action that follows it, does nat escape therule. Moralduty isa way of wanting, and all wanting involves, on the one hand, the formulation of a purpose (intellectual dimension) ‘and on theather, wil (affective dimension). The article addvesses how these two dimensions ae associated and constitute the basis ofthe subjects’ decisions in diffrent contexts and situations, including at school Within tis context we discuss how schools can, through ‘moral education help students learn about this ‘complex human phenomenon thats morality In this sense, the achieverrent ofthis objective is favored by the students experience of true social fe nthe classroom. Social fe that allows relations of cooperation ‘and reciprocity, in which justice isa fact end not just discourse and the student will be able o achieve ‘moral autonomy and value setf-espect. True social life will enable student to experience and understand, in practice, what has been verbally discussed with them and invest ther personality in it. True socal life will help students open intellectual horizons of morality, which wil aso affect their feelings and affective dimension of judgments and action (deeds). Keywords. Affectivty Moral education Ethics : Introduco Este texto é escrito do ormermennisteerPsioolsglsiMarah rea dedicada a0 estudo dos processos que levam um individuo degitimantegras ORPCIPIOSTEWAIOFESMAOTEES por cles pautar suas AANOSICTES q@amtem6er30 feitas algumas consideracbes de ordem educacional, apresentando-se antes a abordagem te6rica que as inspiram, Comeca-se por apresentar algumas definicdes de conceitos empregados nesta explanacao. por representarem 2 traducdo do que Isto posto, o t6pico a seguir trata da deliperaggemmarah comnecando pela gimensdasimtelectuad que 2 preside necessariamente. O presente artigo voltard a falar de étice quando tratar da dimenséo afetiva da referida deliberagio, A deliberacao moral: dimensao intelectual _ ‘Teré a moral alguma relago com 0 trabalho da razao? Ou serd ela, essencialmente, intuitive ou até mesmo estritamente afetiva? Seria pecar por desonestidade intelectual afrmar que hé consenso a respeito da questéo, tanto na Filosofia quanto na Psicologia. Para alguns, comoMUMSbNSSBP ERE cle ‘emieorames 3 seriam capazes de diferenciar FEQFIRFAGFER (notadamente atinentes 8 justica) de outras ‘eorwenetonats (por exemplo, ir 3 missa aos domingos), julgando universais as primeiras e relativas as segundas, Para outros, como @mulMNN2OBNPa origem das acSes morais seria emeamuradia em um sentimento, a empatia. Em compensa¢do, para autores, COMO WOMIDERGNAISED ¢ RaaeRassa), haveria UM (ROCHERSISRSSERNVOIUIMSROTIEORANGTIERLS heteronomia anaerautonomia presidida, entre outros fatores, por uma 2preenséo intelectual cada vez mais sofisticada dos temas morais. Neste artigo, 2aSSLIMe-Se que FERRE FEISS TOSS TOPSPEPSEBE, como demonstra os argumentos a sequir discutidos, O primeiro incide na ideia de eesponsatoiidadiemarateQuem é eximido de tal responsabilidade? (Os animais,as criangas pequenes e, finalmente, as pessoas que, por algum motivo, perderam controle de si proprias, como 0s aSOSRARSUMENDSISGNEIPO al é, nesses trés cas05, 0 critério empregado? Ore, ¢ 2 CPE SENS URINCSPTCIISISISTEZTRUSOTISVEZIONN 50 se julga que 0 GRIMBIPsejam seres (seionel pois se acrecita quessoumauidasysarinstintes.julga-se que as criangas pequenas ainda ndo usufruem de maturidade intelectual. E julga-se que fgsSamSHEMSURD perderarn, momentaneamente, inapr/dcdolrg/iOaaROSTS OBTORINTOIER Tv edz PUC-Camp, Campinas 2005-14 arabe 2019 8 VIATALE sua capacidade de diseemimemtae Dito de outra forma, no se pensa que animais, criancas e pessoas em surto sejarn@lium@s® para determinar se agir8o de uma ou de outra forma. E qual seria a condicao dessa liberdade? @usorsawraZs OSSTORRISSTGUMTERND diz espelto 2 eazdaxcomno requladors ds afenidanie Torne-se 0 exemplo dacemmpatiasé claro que nenhum individuo é capaz de decidir se vai experimentar esse sentimento em relacéo.a outrem, assim como nao se delibera que se vai amar alguém. Porém, seria um erro deduzir do que acaba de ser leribrado que @ raz80 no desempenha papel algum na empatia NejaRSeRUMMEREIMBIOD Se alguém vir uma crianga @NOFBRIBBPorque deixou cairo seu sorvete, é provavel que sinta e@Immatia por le (@oMpalxao) ¢, se assim for, procUrar 5 COMNPTETNTTUNAEIUOSEIMEAN 25, imagine-se agora diante de um homem adulto chorando pelo mesmo motivo: o espectador experimentaré empatia ou, 20 contrdtio,estard inclinado a achar sgmBISNEwIa? A segunda alternativa é 2 mais provével. Mas, se ficar sabendo que essetamemmqueschors sofre de sénoswpraisiemasmentais, taivez volte a experimentar 2 “empatia,'2: 1.0 Porque, na oratica“1ulaa-se” que é leartimo uma crianca se desesperar pela perda de egmisorvete; 7125 130 se ulgategitime um homem adulto normal chorar pelo mesmo mative. Verifca-se, portanto, que a empatia @eaUladanBetanaase, N30 se trata de decidir se se vai experimenté-la, ou no, masse trata de observar que ela depende de um juiaouiewaion Orenquemntaiarenn|izoniaiaemeaZa0> Veja-se 0 @RCemeRERGUREME® partir de um dilema moral que muitos médicos enfrentam, sobretudo, AOSNOSDIEISAOSPSRESOBRE: 10s quals N30 raramente recebem ao mesmo tempo varios pacientes em estado grave, mas somente dispéem de um leito na sua Unidade de Terapia Intensiva (UT), Comoreseotnenquerpaciemesertsinemada! Imacine-se que um médico tenha de decidir, para OcUpar 0 CRCGNEMCTFUSINTETESTE,e1itre ur cACAIMGRe: urranelino, Perante um dilema tragico como esse, ‘a maioria das pessoas espontaneamente responde que 0 moralmente correto € 0 AESEXOSNESIS erange Trata-se de umatreagio’ qvorahcompreensiveis2s cranc2s ¢r séiiastatiteutdaetes cespertam “emaismempatia do que @8UWEBem mesma situacdo. Julga-se que o velho j4 usufruiu da vida, o que do ocorreu com a crianga, julga-se também que a crianga, por ser mais nova, tem mais chances de sobreviver etc. Tais argumentos s80 vslidos, mas cabe perguntar SeSSOMECESSANEMIEMENIcCISIaS ‘Alguém pode lembrar que as chances de sobrevida dos mais jovens nao s30 sempre maiores do que as. ‘dos mais velhos (depende de intimeros fatores sobre os quais esse médico no dispbe de informagdes no momento de sua deciséo). Outre pessoa poderd dizer que talvez esse homem velho, de quem nada se sabe, tenha batalhado a vida toda para sustentar a sua familia, para criar os flhos, talvez ela tenha sido, em algum momento, um herdi que salvou pessoas, talvez ele finalmente esteja podendo suftuirtranquilamente da vide etc. Ore, sendumoraimentendiioniestinésiovamamesapenas porque & GeIMI? N30 seria cometer um2dmjustiga? Outre pessoa ainda poderé ponderar que o fato de esta CRRPRTRTEMTTISTORAPBIBD clo que 05 velhos é critério fraco para tomar uma decisdo tao importante e trégica. E outros argumentos mais podem ser apresentados, nao tanto para discordar da opcao pela crianga, mas, sobretudo, para problematizé-a. E, na falta de critérios morals irreprochaveis para tornar 2 decisdo@ORUMISERtUMancrOUNpelaaUtT, 130 seria mais apropriado sortear quem vai para a UTI? O que se quer mostrar com esse exemplo da vida real (e hé tantos outros) ¢ que 2 teaqaetmorabineuinivas nem sempre a melhor, nem sempre ¢ a Gnica possivel, pois Um @qUSeRSPaMENMUda situacSodazsse ‘eecessériay Or2, quern fala em equacionamento fala emeamalisesfals ern diseusste, fala em eaten: fala, portanto, no emprego da faaBexpara decidir CAMAIORIEI © o enakeIARA, cL: para chegar a conclusso de que ha situacées nas quais varias op¢ées qnonasiémmoumesManes> Fv ede PUG Camp, Campinas, 261) 5-14 Jan Jab, 2019 Tita dolog/TOREDEA/TSOGTONDACTAETE |ADELBERACKO MORAL, ° OcHtoRSREFEMENS pare a defesa da ManticipapsontaramiomasragSSsMOFa!s provem dos estudos psicol6gicos do chamado @eseRvONIMERREEAOR?, estudado por, entre outros autores a> ‘@ktohlverss Es5es dois pesquisadores foram criticados por deeiUainaIMOralldaCeIaSCHaNCESPEGUEES 3 mera obediéncia a figuras de autoridade @aRjERRBBEY 01 20 célculo de consequéncias boas ou ruins ara 0 individuc ddciniperaRBBY. Sabe-se, hoje, que as criancas menores, para além das limitacdes Corretamente apontadas por esses autores, sio dotades de qaEaSEMSEMNEHA QUE 2s torna sensiveis & generosidade, a injustica e também 20 valor de virtudes, como coragem, humildade, gratidao etc. (La Taille, 2006), Todavia, seria um erro equiparar 2 enoraisintamnib’ enorabediuite. Seria umn emompensap que 2s Gliangasmequenappossuem reflexso qnmnaimamndMaMe, que sé0 capazes de estabelecer genuinas relagdes de reciprocidade, que se 4S BIaMaFSSISFESSEHEMIUW: que diferenciam com clareza virtudes, cOmogustiga ¢ gemerasidade Tome-se un exemplo. Conta-se que um pai deu um pacote de balas para um filho, mas nada deu 20 outro, Pergunté-se se esse pai agiu corretamente: a maiaria das criancas responde que ele néo agiu bem, 0 que prova que a “autoridade” do pai n3o é sempre “sagrade’. Em seguida, conta-se que o menino que recebeu o pacote de balas resolveu dar algumas a seu irmo. Ele ‘agiu bem? Ascriangas menoes (até 7, 8 anos de idade) respondem que sim, mas as maiores ponderam ue 0 moralmente correto seria dividir as balas e néo apenas dar uma espécie de compensago 20 itmao. Ou seja, as criangas mais velhas percebem que o itméo foi generoso, mas julgam que teria sido melhor ele ser justo. As criancas menores nao parecem atentas a essa diferenca, pols aceitam que uma AajUStIge soja COMPENSAARPOFUMTSTSTETETOTITIE Seis possivel multiplicar os exemplos desse tipo e assim mostrar que ha um desenvolvimento moral e que esse depende, dentre outros fatores, de uma apreensio intelectual cada vez mais sofisticada da moralidade. N3o hd nada de surpreendente nisso: como criangas pré-operatorias (no sentido piagetiano da palavra) poderiam compreender telacdes de reciprocidade se a propria reciprocidade é uma operago mental de que carecem? Como Poderiam apreender sistemas morais complexos (como a Declaraco Universal dos Direitos Humanos) se tal apreensdo demanda pensamento hipotético dedutivo? Em resumo, em razéo dos argumentos apresertados deus IeISCOReTSS EASES SRSA, un GEN, Uae que PETTSNTMEG 050, amateducarsomaralbd=ve dar a oportunidade de os alunos apreenderem de forma cada vez mais fina esse fendémeno humano complexo que ¢ 2 moralidade. Como fazé-lo? Como o objetivo deste estudo nio é de ordem didética, ele se limita a fornecer alguns apontamentos. Antes de mais nada, parece incontorndvel que as instituicGes educacionais (em seus varios niveis, da pré-escola a universidade) se debrucem, com seus alunos, sobre a moral, Algumas pessoas parecern acreditar que 2 educa¢ao moral seria papel exclusivo da familia, mas bons pensadores ja apresentaram solidos argumentos para desmentir tal possibilidades@rIm¥BBR, p.45), por exemplo, pensava quesame CaGiadoiiuckineimsididimdatcontiangeesVeRGOMATTTo dos cles certamente desempenham um Papel incontomavel, mas o presente estudo da destaque a um sentimento apenas, SUOMI, ois ARSIIPOREME 20 para aammmbquanto para addalge (ver as definicdes mencionadas no decorrer do texto). Para tanto, analisa-se um fato real, relatado Por GamMEEHABBA, ern sua biografia romanceada, intitulada ‘esmremmeRonTeTS O grande romancista e ensaista francés, Prémio Nobel de Literatura eral nasceu em die na Argélia, entao col6nia francesa, no seio de uma famifla pobre. Seu pai faleceu quando ainda era Pequeno, € ele foi criado por sua mae, pessoa de pouca cultura e que trabalhava como empregada domestica. Gracas a um professor severo e generoso (a0 qual o grande autor agradeceria quando agtaciedo pelo Prémio Nobel), o pequeno Camus prossegue seus estudos no Lycée, fato que o faz Conviver com alunos de uma classe social mais abastada do que a sua de origem, jd que os mais pobres ‘costumavam abandonar a escola mais cedo. Num dos primeiros dias de aula, Camus é solcitado a reencher um formulério no qual, entre outras informacées, pedem-Ihe que diga qual é a profiss30 de sua Me dekGomegaenescrevenddomestiea’ = 6co:e urn evento significativo para sua vida, evento esse que ele assim descreve: “Jacques [o nome ficticio. que Camus emprega para referir-se a si proprio] comegoua escrever a palavra, parou €, NUM SO instante oe AVEIONNT SVT GOTI TTS -veraonha’(Camus 1904 p18, ‘As duas vergonhas,evidentemente, elacionam-se 20 fato de cle €SeIeMeRERUCMNESETNPFERTED GoMmestee Quis seracmsmanees ‘de sRHUSSVERGORMEE? Para respondé-lo, deve-se rapidamente analisar esse sentimento, ‘Avergonha é um sentimento penoso, desencadeado seja pela consciéncia de que se est sendo ‘observado por uma ou mais pessoas (vergonha de exposicao), seja pela autoavaliacao de que se é inferior em relacdo @ uma imagem a quel se pensava corresponder oud qual se desejaria corresponder. Como a vergonha de exposicao nao interessa aqui (e nem & essa que Camus experimentou), importa focalizar a vergonha decorrente de um juizo — juizo esse que avalia haver uma distancia entre o que o Sujeito realmente € e 0 que ele gostaria de ser ou pensava ser. Em primeiro lugar, sublinhe-se que a vergonha ésdeeomentenieumajutzonqSIONprOpRO ‘ qm £ 0 que se procurou mostrar neste texto que aqui se encerra Referéncias ‘Adler, A Le sens dela vie Paris Payot, 1991, ‘Alain Propos surféducation, Pris: PU, 1948, .20. ‘Aristote.Ethique de nicomague. Paris: Flamarion, 1965. Camus, A. Le premier homme. Pars: Gallimard, 1994. p.187-188, Cyr, B. Les vilains peats canard Pars: Odile Jacob, 2001 Durkheim, E LEducation morale Paris PUF,1974.p.16, Freud, S. Malaise dans la chiisation. Pars: PUF, 1971 Harkot-De-La Tale E. Ensaio semictico sobre a vergonha, a0 Paulo: Humanitas, 1999. Kant €.Trlté de pédagogie Paris Hachette, 1981. p45. Kohlberg, L says. moral development. San Francisco: Harper & Row, 1981 LaThille ¥ Vergonha:aferida moral. Petropolis: Vozes, 2002 LaTBille,¥ Morale étic:cimensbes intelectuais eafetves. Porto Alegre: Artmed, 2008. LaTrile ¥ Formac etic: do tedio 20 respeito desi Porto Alegre: Armed, 208. Perron, es repsentations de so, Toulouse: Privat, 1991 Piaget Les lations entefafectitéetlnceligence Pars: Sorbonne, 1954, Piaget. Lejagement mora chez enfant Pars: PUF, 1992. 2308. Piaget Del péagogie. Pais Odile Jacob, 1998. p44 Rawls J, Théorie dea justice Pars Seul, 1971 Ricoeur P. Soméme comme um autre Pars: Seu, 1990, p200. Spinoza, 8 Léthique Paris: Gallimard, 1954 Tutlel The development of social knowledge: Morality and convention. Cambridge: Cambridge University Pres, 1993, Recebido em 30/3/2018 e aprovado em 8/6/2018. ‘ev eave PUCCamp, Campinas 24173514 jan/abr, 2019 Tap Soa aa AIA TE ORTO VIE

Você também pode gostar