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Guião de campo – Pia do Urso/Grutas da Moeda

Visita de estudo – 10Q (20/04/2023)

Não te esqueças que terás de elaborar um breve relatório sobre as atividades práticas realizadas no Centro de
Interpretação, as recolhas feitas e as medições de pH feitas posteriormente. Devem também fazer algum
comentário sobre o que aprenderam a respeito dos elementos químicos presentes nos minerais e as suas
aplicações.

Este relatório surge no seguimento de uma saída de campo, que decorreu a 20 de Março de 2023,
envolvendo os alunos da turma 10ºQ, do Curso Profissional de Análises Químicas, no âmbito da UFCD -
4489 – Volumetria ácido-base.
Tratou-se de uma caminhada e visita à Pia dos Ursos e às Grutas da Moeda, localizadas em São
Mamede.
Iniciou-se uma pequena apresentação sobre a Pia dos Ursos, ao chegar ao local os alunos
depararam-se com uma cascata e uma piscina natural formada pelas águas do rio onde os alunos da turma
10ºQ recolheram uma amostra da água (Fig.1). A Pia dos Ursos é uma formação rochosa natural que foi
esculpida pelas águas do rio Rabaçal, que desce pela Serra de São Mamede.
Acredita-se que o seu nome deve-se à semelhança de uma pia, e também à presença de ursos na
região em tempos antigos. Durante a caminhada foi possível observar várias infraestruturas que nos foram
apresentadas durante o percurso, por exemplo: Marco geodésico (utilizado para marcar os 500 metros de
altitude), moinhos e centrais eólicas, os alunos recolheram também uma amostra de terra para analisar o pH
(Fig.2).
Após a longa caminhada realizada e uma pequena paragem para almoçar, iniciou-se a exploração
pela gruta.
Os guias que acompanhavam o grupo abordaram a história das Grutas da Moeda, a constituição das
rochas presentes na gruta e as suas propriedades.
As Grutas da Moeda são um conjunto de grutas que foram descobertas em 1971 por um grupo de
caçadores que seguiu uma raposa, onde esta acabou por se esconder num algar, o Algar da Moeda. Desde
então, as grutas tornaram-se uma atração turística popular na região.
As Grutas da Moeda possuem uma temperatura constante de cerca de 18ºC, o que as torna
agradáveis de visitar durante todo o ano. A humidade relativa do ar dentro da gruta é alta, em torno de 98%,
o que pode afetar as condições do ambiente e da estrutura da gruta. As paredes da gruta apresentam
diferentes cores, que variam do branco ao vermelho e do marrom ao preto, devido à presença de diferentes
minerais e elementos químicos na sua composição.
A formação das grutas começou há cerca de 45 milhões de anos, quando Portugal estava submerso
num oceano quente e pouco profundo. Durante milhares de anos, as conchas de animais marinhos
acumularam-se no fundo do mar, criando uma camada de calcário. À medida que as placas tectónicas se
moviam, a camada de calcário foi empurrada para a superfície, onde foi exposta à chuva, vento e outras
forças naturais. A água que escorria através da camada de calcário dissolveu o mineral, criando as grutas e
as suas formações.
As Grutas da Moeda têm cerca de 350 metros de comprimento e 45 metros de profundidade, e
abrigam uma grande variedade de formações calcárias, incluindo estalactites, estalagmites, colunas,
cortinas e lagoas. As formações são resultado da interação complexa entre a água, a rocha e os minerais
presentes na camada de calcário. Por exemplo, as estalactites formam-se quando a água carregada de
minerais pinga do teto das grutas, deixando para trás pequenos depósitos de calcário; os estalagmites que
crescem do chão das grutas quando a água pinga e deposita minerais no solo; os brócolos são formações
que crescem por pequenos depósitos de calcite que provêm dos salpicos das gotas de água; entre outras
formações.
Quanto à sua composição mineral, as rochas presentes nas Grutas da Moeda são compostas
principalmente por calcário e dolomita, que são minerais carbonatados. Esses minerais são solúveis em
água, o que faz com que esta dissolva gradualmente o calcário, formando galerias e cavidades
subterrâneas. O pH da água que circula pelas grutas é ligeiramente ácida, em torno de 6,5. A reação ocorre
porque a água reage com o dióxido de carbono presente na atmosfera e forma ácido carbônico, que pode
dissolver o calcário presente nas rochas. A mineralização da água que circula pelas grutas é rica em
minerais como cálcio, magnésio e sulfato. Estes minerais são depositados nas paredes, teto e chão da
caverna na forma de cristais, contribuindo para as formações calcárias. Quanto à oxidação, a presença de
minerais como o ferro e outros constituintes nas rochas podem levar à oxidação e à formação de óxidos, o
que pode contribuir para a coloração das rochas e das formações presentes nas Grutas da Moeda.
Em geral, as propriedades químicas das Grutas da Moeda são influenciadas por fatores como a
composição mineral das rochas, a qualidade e a quantidade de água que circula pela caverna e a presença
de organismos que possam afetar a química do ambiente.
Para terminar, os guias realizaram uma pequena revisão sobre os minerais da gruta e uma
experiência para demonstrar o que acontece durante a reação entre o calcário e água ácida (no caso foi
utilizado sumo de limão para a substituir).

Fig.1 - pH da água = 6,5 Fig.2 - pH da terra = 6

(Não foram fornecidas as respectivas fotografias)

Análises Químicas
Docente: Doris Santos
Lara Esteves Silva (n. 13)
Turma - 10ºQ maio de 2023

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