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Olá, pessoal! Tudo bem?

Aqui é Ricardo Torques, coordenador do Estratégia Carreira Jurídica e


do Estratégia OAB. Além disso, sou professor de Direito Processual
Civil, Direito Eleitoral e Direitos Humanos.

Instagram: www.instagram.com/proftorques

E-mail da coordenação: ecj@estrategiaconcursos.com.br

Em nome dos nossos professores, gostaria de lhes apresentar o e-book "Manual do Aprovado
para Delegado". Elaborado com muito carinho e cuidado por nós, você terá em suas mãos dicas
importantes para preparação.

⚠ Aproveito, ainda, para dar um aviso importante: o ano de 2023 está para começar e nós temos
mais de 3 mil vagas de concursos jurídicos esperando por você. Pensando nisso, o Estratégia está
preparando uma surpresa (🎁) para o dia 02/01, às 10h. Além de mais de 200 horas de conteúdo
jurídico gratuito, estamos com várias novidades para apresentar.

Anote na agenda: 02/01/2023, às 10h.

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Vamos mantê-los informados em primeira mão!

Grande abraço,

Ricardo Torques
Sumário
1- O Estudo para Delegado de Polícia.................................................................................................... 3

1.1 – Principais matérias cobradas ................................................................................................................ 3

1.1 – Disciplinas Importantes ......................................................................................................................... 6

1.2 – Disciplinas Intermediárias e Periféricas................................................................................................. 8

1.3 – Disciplinas de conhecimentos gerais ................................................................................................... 10

1.4 – Mas como estudar essas matérias? Os 4 pilares ................................................................................ 10

1.5 – Conclusões ........................................................................................................................................... 11

2 – Organização dos estudos .............................................................................................................. 11

2.1 - Ciclos de Estudos .................................................................................................................................. 11

2.2 - Tempo .................................................................................................................................................. 12

2.3 – Estratégias úteis .................................................................................................................................. 17

2.4 - Aprendizagem ...................................................................................................................................... 18

2.5 – Recursos para formação da memória de longo prazo ........................................................................ 20

2.5 – Conclusões ........................................................................................................................................... 21

3 - Plano de Estudos .......................................................................................................................... 22

3.1 – Diário de leitura da legislação ............................................................................................................. 22

3.2 – Caderno de jurisprudência .................................................................................................................. 25

3.3 – Ciclo de estudo .................................................................................................................................... 26

4 – Considerações Finais .................................................................................................................... 28

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PASSO A PASSO PARA SER APROVADO EM
CONCURSOS DE DELEGADO DE POLÍCIA

1- O ESTUDO PARA DELEGADO DE POLÍCIA


O Delegado de Polícia é o chefe da polícia civil, responsável por coordenar e comandar as
atividades da polícia judiciária e da investigação criminal. Em face disso, trata-se de carreira
instigante, mas que exige sobremaneira do profissional. Naturalmente, embora haja certo
desequilíbrio entre os estados, excelente remuneração.

Entre as diversas carreiras jurídicas, percebe-se que quem a escolhe, o faz, em grande
medida, por dom, o que é excelente notadamente pela repercussão direta em nossas na
comunidade. Quiçá, a carreira de Delegado é a que mais tem impacto social direto.

Na qualidade de autoridade policial e para que possa realizar funções de formalização de


atos procedimentais, apuração de infração penal, ações territoriais especializadas e ações de
inteligência policial, para ingresso na carreira, requer formação em direito e vasto conhecimento
em disciplinais penais e de direito público.

Devido às características acima, o exercício da função requer alto nível de conhecimento,


conduta pregressa absolutamente adequada e, inclusive, compleição física. Justamente por isso,
torna-se um dos concursos mais desafiadores e completos da área jurídica. Com provas objetivas,
escritas, exames psicotécnicos, títulos e, eventualmente, provas orais, o candidato passará por
uma batalha, que é vencida apenas após a academia de polícia.

Nosso intuito aqui é reunir as principais informações de que você precisa para estudar de
forma correta. Sabidamente, o Estratégia Carreira Jurídica oferta conteúdos de altíssima
qualidade. É, entretanto, nossa preocupação, a efetividade desse estudo e a expectativa gerada,
especialmente porque na internet muito se fala técnicas de estudos (algumas mirabolantes), sobre
tempo de preparação, sobre sorte, sobre escassez (e, para alguns, o fim) dos concursos.

1.1 – PRINCIPAIS MATÉRIAS COBRADAS

O Estratégia Carreira Jurídica possui amplo mapeamento das questões objetivas cobradas
em provas de Delegado de Polícia. Nosso objetivo é entender quais foram os assuntos prediletos
dos examinadores ao longo dos anos, o que viabiliza melhor planejamento de estudos. É natural,
no processo de preparação, a priorização, mormente em períodos de reta final. Não há (e nem é

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indicado!) estudar todos os pontos do edital com igual afinco. É fundamental dar atenção às
disciplinas mais relevantes e aos assuntos mais cobrados.

Antes disso, porém, compartilhamos com vocês um gráfico interessante, que distribui a
cobrança a partir das fontes:

Já era esperado que as a maior parte das questões fossem elaboradas a partir da legislação.
Primeiro porque é a principal fontes, segundo porque se tratar de uma fonte “segura” e objetiva
para o examinador. Questões a partir do texto literal raramente são objeto de anulações. Esse
dado, inclusive, reforça a importância de conteúdos que serão expostos neste material, a exemplo
das técnicas de estudo e do diário de leitura da legislação.

Entretanto, o chama atenção neste dado é o volume de questões doutrinárias. ¼ das


questões cobram conceitos doutrinários. É percentualmente índice superior a outras carreiras
jurídicas, como a magistratura e defensorias.

Quanto ao estudo da jurisprudência, de fato, deve ser objetivo. Não se trata de cobrança
marginal. Contudo, nunca devemos priorizar a leitura de informativos de justiça frente a leitura do
Código Penal.

Por fim, em relação à legislação local, a estratégia deve ser estruturada a partir do edital.
Há editais de Delegado de Polícia que cobram várias questões de legislação local, outros não. Dar
um pouco mais de atenção a Lei Orgânica da Polícia ou Estatuto dos Servidores Públicos somente
se o edital expressamente prever e destinar questões na grade de disciplina.

Feito isso, podemos nos debruçar sobre as disciplinas, aqui o esperado se confirma: Penal,
Processo Penal, Legislação Penal Especial, Constitucional e Administrativos representam
praticamente 70% das questões objetivas (68,97% para ser exato!).

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Se você estiver começando, já sabe por onde iniciar. Se você deseja revisar, sabe que
disciplinas priorizar. É evidente que o edital deve ser o parâmetro máximo, mas raramente as cinco
disciplinas acima mencionadas não serão objeto de cobrança em provas.

Diferentemente de outras carreiras, a preparação para delta é absolutamente focada nas


disciplinas centrais. As demais matérias representam pouquíssimas questões, no máximo 4 ou 5.
Logo, o estudo deve necessariamente estar voltado para os assuntos mais importantes, ainda mais
se o edital estiver publicado. Num estudo de médio prazo você pode esgotar o edital todo e, a
partir daí, dispor do esforço de revisões e aprofundamento para direcionar tempo de estudo a
mais para as disciplinas mais cobradas

Como se sabe, a leitura do conteúdo por uma única vez não irá garantir satisfatório
aprendizado. A repetição é técnica absolutamente necessária e natural. Como você não
conseguirá repetir o estudo de todo o edital por diversas vezes, o faça em relação às disciplinas
que são as mais cobradas.

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Aprofundando um pouco mais, trazemos a vocês o detalhamento de assuntos mais
cobrador por matéria. Esse dado é fundamental por duas razões: 1ª) nas disciplinas importantes,
você deve aprofundar os estudos especialmente nos assuntos mais cobrados; 2ª) nas disciplinas
menos cobradas, eventualmente você estudará apenas os assuntos mais cobrados.

Dito isso, sintetizamos os dados das disciplinas mais relevantes para as menos importantes.

Antes, vale a pena organizar o estudo das disciplinas em três tranches: disciplinas
importantes, disciplinas intermediárias e disciplinas periféricas:

1.1 – DISCIPLINAS IMPORTANTES

As bancas de concurso em geral, sejam elas tradicionais (CESPE, FCC, VUNESP ou FGV,
por exemplo) ou locais (bancas próprias, por exemplo), costumam fazer uma prova objetiva mais
focada em temas gerais e cobrar aspectos relacionados à atuação prática do cargo para o qual se
está avaliando, nas fases seguintes, como as fases subjetivas e oral.

Nesta linha de raciocínio, os Delegados de Polícia, como o próprio termo sugere, são atuam
no contexto da investigação criminal e realização de inquérito policial. Logo, no seu âmbito de
atuação, será constante o aparecimento de temas de Direito Penal, de Direito Processual Penal e
de Legislação Penal Especial.

E isto se reflete na prática dos concursos.

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Existe um núcleo duro em concursos de Delegado de polícia que, na maioria das provas,
correspondem a quase 70% (setenta por cento) da cobrança em fases objetivas:

Legislação Penal
Direito Procesual Penal Direito Penal Direito Constitucional
Especial

Direito Administrativo

Direito Processual Penal é disciplina central, cuja preparação é específica, divergindo do


que você encontrará para outras carreiras jurídicas, como magistratura e defensorias. Em termos
de assuntos, embora você deva estudar absolutamente tudo para a prova de Delta, sugerimos
priorizar prova; investigações preliminares; prisão e medidas cautelares; jurisdição, competência e
sujeitos processuais; e ação penal. Esses cinco temas reúnem 80% das questões (79,83%), para ser
mais exato.

No que diz respeito a legislação penal especial, talvez se trate de um dos maiores volumes
de conteúdos concentrados em uma só matéria. São diversas as leis passíveis de cobrança e com
exigência absolutamente capilarizada. Impossível fazer escolhas. Dada a importância tudo é
importante, à exceção, talvez, das questões cujo índice proporcional de cobrança fique abaixo de
2%.

Quiçá, direito penal é a matéria mais desafiadora para provas de Delegado de Polícia. Além
da relevância nas provas, tem cobrança doutrinária forte. “Apenas” 53% das questões cobram
legislação, 12% é jurisprudência e 35% é doutrina. Logo, o estudo deve ser feito com premissas
doutrinárias claras. Em relação aos assuntos mais cobrados, é importante dominar a maior parte
dos assuntos, mas um deles se destaca com 32%, a Teoria do Crime.

Teoria da Constituição representa 17% das questões. Os cinco assuntos mais cobrados
(Teoria da Constituição, Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Controle de
Constitucionalidade, Intervenção Federal e Defesa do Estado e Poder Legislativa) abrangem 60%
das provas.

E, por fim, direito administrativo é matéria de fundamental importância para prova de


Delegado de Polícia, cuja cobrança é bastante diluída, à exceção de Agentes Públicos e Processo
Administrativo, que representam ¼ das questões em provas de Delegado de Polícia nos últimos 6
anos.

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Além disso, estas matérias serão certamente (e aqui podemos fincar 100% de certeza)
cobradas nas fases discursivas destes concursos e com maior profundidade do que as demais.
Afinal, o que será cobrado em uma peça prática de Delegado de Polícia que não seja relacionada
a atuação no cotidiano de uma Delegacia Policial?

1.2 – DISCIPLINAS INTERMEDIÁRIAS E PERIFÉRICAS

Com o aumento da concorrência, faz-se necessário que o aluno obtenha bons resultados
também nas demais matérias cobradas nas provas. Podemos destacar que tanto em provas de
Delegado de Polícia, também encontramos com bastante frequência (quase sempre) as seguintes
disciplinas:

Criminologia Direito Civil Medicina Legal Direitos Humanos

Direito Tributário

Naturalmente, estas matérias também devem ser dominadas pelo candidato,


especialmente os temas que mais envolvem a atuação prática do Delegado de Polícia. A título de
exemplo, em Direito Civil há uma cobrança bem mais acentuada da parte de obrigações, contratos
e direitos reais do que da parte de direito de família.

É verdade que a exigência dessas disciplinas é um pouco menos aprofundado do que as


quatro principais citadas acima. No entanto, o candidato deve ter um conhecimento horizontal
sobre elas.

Por outro lado, existem matérias que possuem uma cobrança eventual nos concursos de
Delegado de Polícia em geral:

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Direito Institucional Direito Empresarial Processo Civil Direito Eleitoral

Legislação Civil Direito Filosofia e Direito da Criança e


Especial Previdenciário Sociologia Jurídica do Adolescente

Direito do Direito Notarial e


Consumidor Registral

É certo que os editais podem sofrer alguma variação, mas se estamos pensando em um
estudo de médio ou longo prazo, a orientação pode, sem dúvidas, basear-se neste panorama.

Desta forma, indicamos que o candidato siga essa ordem de estudos. Começando os
estudos com as cinco principais disciplinas. Caso tenha bastante tempo disponível na semana,
como aqueles que podem se dedicar exclusivamente aos estudos, pode incluir mais duas ou as
cinco próximas disciplinas, como Criminologia e Direito Civil e, caso seja possível, Medicina Legal,
Direitos Humanos e Direito Tributário.

Mas a ideia é que o candidato siga este “caminho” de matérias, começando com as básicas,
passando pelas intermediárias e, na sequência, estudando as matérias eventuais.

Por quê? Por algumas vantagens:

a) Tendo estudado apenas as matérias principais (núcleo duro) e as intermediárias, você já


consegue prestar e competir em concursos menores;
b) Ao passar para as matérias intermediárias, você não deixará de revisar o núcleo duro. Logo,
você estudará essas matérias principais mais tempo, tendo mais tempo para consolidar o
conhecimento e aprofundar nessas disciplinas. Isso é importante porque, nos concursos de
Delegado de Polícia, essas matérias são cobradas com maior profundidade e maior nível de
exigência, especialmente em segundas fases e provas orais, demandando uma maior
consolidação do conteúdo.
c) As matérias periféricas, muitas vezes, são cobradas apenas em alguns aspectos específicos
(ex.: em direito institucional, alguns concursos cobram apenas normas locais e do próprio
órgão). Com isso, se não teve tempo de estudar essas matérias na preparação regular, você

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poderá fazer um estudo de reta final bem superficial e focado na lei e questões e, ainda
assim, se sair bem no concurso.

1.3 – DISCIPLINAS DE CONHECIMENTOS GERAIS

Reunimos essas disciplinas, sem análise meticulosa. São disciplinas que felizmente tem sido
cobradas menos frequentemente, não obstante Língua Portuguesa ainda predomine em provas
de Delegado de Polícia. Aqui, a sugestão é um estudo focado na resolução de questões da banca
examinadora

1.4 – MAS COMO ESTUDAR ESSAS MATÉRIAS? OS 4 PILARES

As matérias exigidas em certames de Delegado de Polícia foram expostas. Porém, como


devem ser estudadas essas disciplinas.

O estudo para Delegado de Polícia exige o alinhamento do que chamamos de 4 (quatro)


pilares da preparação: teoria, lei, jurisprudência e questões.

Os 4 pilares da
aprovação

Teoria (doutrina) Legislação Jurisprudência Questões

Isso quer dizer que para dominar um assunto, será necessário estudá-lo por meio dessas 4
(quatro) fontes.

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É evidente que alguns temas não possuem legislação, sendo eminentemente teórico, outros
não possuem jurisprudência, outros não possui muita teoria a respeito – sendo eminentemente
legislativo. Nesses casos, será feita uma adaptação, dando ênfase na fonte mais importante para
aquele tema específico.

Mas como organizar o estudo desses 4 (quatro) pilares na sua rotina semanal e mensal? É
isso que veremos no capítulo 2 desse livro digital. Vem com a gente!

1.5 – CONCLUSÕES

O estudo para Delegado de Polícia exige o que muitos professores chamam de um “pensar
diferenciado” ou pensar com a “mentalidade de um Delgado”. Você precisará estudar focando na
atuação do Delegado de Polícia e como isso poderá ser cobrado em prova.

Desta forma, não existe um estudo isolado de cada tema. A análise dos conteúdos precisa
ser feita tomando por base o foco do cargo que será exercido.

Se você chegou até aqui na leitura do material e ainda não desistiu, te convido a
elaborarmos juntos um plano de estudos e aprimorar as suas técnicas de estudos.

2 – ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS


A chave do sucesso para aprovação em qualquer concurso envolve um quarteto:
planejamento, estratégia, um bom material de estudos e dedicação. Não adianta o aluno ter o
melhor material, o melhor planejamento, a melhor estratégia e não se dedicar ou manter o foco.

Neste momento, quero conversar com você sobre o planejamento e a estratégia. Com o
material de estudos, o Estratégia também pode te ajudar. Contudo, a dedicação precisa ser com
você.

Se você estiver disposto a pagar o preço do sucesso, este material pode te ajudar.

2.1 - CICLOS DE ESTUDOS

Entendemos que a melhor maneira de se estudar para concursos – e isto é algo bastante
pessoal – é através de ciclos. Estes poderão ser organizados de forma proporcional ao volume de
conteúdo e cobrança de cada matéria, alternando-se o estudo de todas as matérias objeto do
certame escolhido.

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Assim, inicialmente, você deve delimitar o tempo que dedicará aos estudos. Feito isso,
poderá adaptar o ciclo dentro da sua disponibilidade. Caso você disponha de mais tempo diário
de estudos, por exemplo, 8 horas diárias, o ciclo ficará mais curto.

Se você dispuser de 4 horas diárias, naturalmente o período do ciclo irá se alongar um


pouco mais. Não, isso não é problema, pois cada um tem um ritmo de estudos e um tempo para
chegar à sonhada aprovação. O importante é: decidido a estudar para concurso, você deve fazê-
lo de forma profissional, aproveitando o tempo da melhor forma possível.

Mais uma observação quanto à delimitação do tempo de estudos. Não se empolgue! "Eu
irei estudar 12 horas diárias!" Se você tem o dia todo disponível, comece delimitando as horas as
serem estudadas, por exemplo, 6 horas. Cumprido o cronograma por uma ou duas semanas, vá
aumentando aos poucos até criar a resistência necessária para estudar o máximo de horas diárias
possível.

Além disso, pense que o projeto que você irá desenvolver é um emprego temporário.
Registre ponto! Você deve estudar todos os dias na forma como você estabelecer esse contrato.
Não serão admitidas faltas ou descompromisso.

Em números!

Se você estudar 4 horas diárias, de segunda a sábado, ao longo de 1 ano você terá
estudado 1248 horas!

Considerando a experiência e conhecimento jurídico prévios, se estudado de forma


correta, você formará uma ótima base para os próximos concursos públicos de
Delegado de Polícia, se tornando competitivo para esses cargos.

Além disso, independentemente do seu ritmo de estudos, se mais rápido ou mais devagar,
ao final de cada ciclo você terá estudado todas as matérias da ementa escolhida de acordo com a
importância de cada uma delas para a sua prova. É a melhor forma de organizar os estudos.

2.2 - TEMPO

O tempo sempre será um vilão ou um aliado, a depender da forma que você o observe.

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A diferença é que para todos os candidatos do concurso, sem exceção, os prazos são os
mesmos e os dias de todos possuem 24 (vinte e quatro) horas.

Mas professor, eu trabalho.


Mas professor, eu tenho faculdade.
Mas professor, eu tenho filhos.
Mas professor, eu viajo muito.
Mas professor, eu não tenho dinheiro.
Mas professor, outros candidatos tem muito mais benefícios que eu.

As razões todo mundo sabe. Você vai fazer delas uma desculpa ou combustível para o
sucesso?

O segredo, sem dúvidas é saber administrar o seu tempo. Não se engane. Tradicionalmente
quem mais tem tempo é quem menos estuda, por acabar “ocupando” o tempo com atividades
de menor importância.

Por outro lado, quem possui o tempo curto, acaba extraindo o máximo de eficiência no
pouco tempo que dispõe.

Algumas dicas nesta gestão de tempo são úteis:

Não se imponha metas inatingíveis (“vou passar em 1 ano!”).

Metas assim geralmente possuem um efeito negativo: frustração, dor, sentimento de


incapacidade, ao invés de motivarem.

Vejo muitas pessoas colocando metas de vida extremamente apertadas "vou ser juiz antes
dos 30", "vou estar casada e com filhos até os 30 e poucos", "até os 50 vou ter parado de trabalhar
e viver de renda".

Essas metas, que chamei genericamente de "metas de vida", são extremamente nocivas à
saúde e até mesmo ao alcance da própria meta.

Isso porque nossa vida nunca foi e nunca será um caminho reto, plano e sem obstáculos.
Existem inúmeras variáveis imprevisíveis, não controláveis, que, pela própria imprevisibilidade, não
consideramos em nosso "planejamento"

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O grande problema é que vai se aproximando do "prazo" e parece que o objetivo está
longe ainda. Você fica frustrado, se cobra, começa a perder as esperanças e o sentido do seu
esforço, o que causa prejuízo na preparação. Alguns chegam ao extremo de desistir.

Por outro lado, é recomendável que você faça metas diárias, semanais e mensais. Isso
porque, não cumprida a diária, pode compensar e cumprir na semanal ou mensal. Comece com
pouco e, ao cumpri-las, vá aumentando.

Quando você começa a cumprir as suas “pequenas” metas, tem a sensação de um pequeno
sucesso ou vitória que te dá ânimo para cumprir as demais. Isso gera uma “bola de neve positiva”.
Por outro lado, as metas inatingíveis trazem frustração e desânimo. Não cumpriu a do dia, não
cumpre a seguinte e assim por diante, gerando a “bola de neve negativa”. Por isso recomendo
começar com metas menores e ir aumentando na medida em que vai conseguindo cumprir.

Os objetivos de vida são extremamente importantes. Você precisa tê-los em mente sempre
para se motivar. Se imaginar no cargo desejado, na condição de vida desejada. Mas os “prazos”
para alcançar esses objetivos são prejudiciais. Opte pelas metas diárias, semanais e mensais. É
pelo cumprimento delas, uma após a outra, que seu objetivo será alcançado.

Quando você for estudar, estude.

Parece brincadeira, mas não é. Esqueça celular, telefone, criança, filho, esposa, mãe, pai,
cachorro... tudo! O momento de estudo é um momento seu. Seu trabalho. Seu momento.

Coloque uma garrafa de água e uma xícara de café e reduza as interrupções da sua
concentração.

Assim, quando você for estudar uma hora, realmente estude por uma hora.

Foque na compreensão do conteúdo

Às vezes, parece que muitas pessoas estão mais preocupadas em cumprir as metas do que
de fato aprender a matéria.

Vou dar um exemplo: eu colocava uma meta média de 10 páginas a cada 50 min. de estudos
para livros de doutrina. Para PDFs, eram 20 páginas. Mas essa meta era muito mais contra a
procrastinação. Se eu estivesse estudando bem o conteúdo, com atenção e compreensão, mas
não conseguisse bater essa “meta”, eu ficava tranquilo, porque aproveitei bem aqueles 50
minutos.

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Em resumo, a meta era obrigatória contra a procrastinação. Eu tinha que bater o número
de páginas e não “enrolar”. Porém, era flexível se eu estivesse estudando bem, mas, por outros
motivos alheios à minha vontade (extensão do material, dificuldade da matéria etc.) eu não
conseguisse bater a meta.

O problema é que, até eu perceber isso, eu ficava ansioso para terminar o livro e acabava
mais focado em estudar ele todo do que aprender realmente o seu conteúdo. Focava muito mais
em ler as 10 páginas, ou até mais, do que compreender a matéria. Focava muito mais em fazer o
número determinado de questões do que, de fato, aprender com elas. Isso, sem dúvida, me
atrasou nos estudos.

Bem, o que eu quero dizer com isso é que a qualidade é superior à quantidade. A
quantidade deve ser um vetor contra a procrastinação ou a acomodação, apenas. Um aspecto
para promover a tão importante disciplina.

Por outro lado, as metas devem ser atingíveis e o foco dos seus estudos deve ser a
assimilação da matéria. Logo, se você está se esforçando, estudando todas as horas separadas
para estudos e compreendendo a matéria, está tudo bem se não cumprir as metas por motivos
alheios à sua vontade.

Faça pausas

Ao longo do período diário de estudos é fundamental que você faça pausas.

Estudos científicos demonstram que a capacidade de absorção é inversamente


proporcional ao tempo seguido e contínuo dedicado aos estudos.

Na primeira hora a capacidade de aprendizado é ótima. Se você seguir de forma


ininterrupta na segunda hora a capacidade de absorção será reduzida. Assim, sugere-se fazer
pequenas pausas, de 5 a 10 minutos, a cada hora de estuda, para retomada dos estudos com
vigor!

Como “criar” tempo?

Em primeiro lugar, com o tempo e com a adaptação ao cronograma, é possível identificar


espaços do dia ou da semana em que é possível acrescentar períodos de estudos. Pode ser por
meio do gerenciamento das suas atividades obrigatórias ou mesmo abdicando de uma atividade.

Com a evolução nos estudos, as prioridades vão se alterando. Uma atividade do seu dia
que era muito relevante pode começar a perder espaço para o estudo. Com isso, se uma atividade

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é realizada 5 dias na semana, poderá ser reduzida para três, preenchendo os outros dias com
estudos.

Se você assiste 2 horas de série por dia, pode reduzir para 1 hora. Se assiste todos os dias,
pode reduzir para 3 vezes na semana. Se você sai com os amigos 3-4 vezes na semana, pode
reduzir para 1 ou 2.

É possível passar saindo 4 vezes na semana ou assistindo seriado todos os dias? Pode ser
que sim. Mas pode atrasar ou custar a aprovação no cargo dos sonhos. Estudar é renunciar a
prazeres momentâneos para depois voltar a eles com muito mais tempo e recursos financeiros.

Por outro lado, não se deve excluir completamente da sua vida aspectos importantes. O
desequilíbrio não é saudável nem sustentável a longo prazo. O que é necessário é a renúncia de
parcela desses outros aspectos para intensificar o principal objetivo da sua vida neste momento.

Claro que isso não acontece de um dia para o outro. Comece devagar, adapte-se à sua
rotina e vá identificando os pontos que podem ser melhorados ou alterados para ganho de tempo
de estudos. Esse movimento também deve ser intensificado aos poucos, chegando no ápice na
reta final do concurso.

Outro ponto importante é aproveitar o tempo “ocioso”. Alguns passam muito tempo em
deslocamento, esperando uma consulta ou outras situações que podem ser aproveitadas. Esses
períodos podem se tornar tempo de estudo. Lógico, pelas condições mais difíceis, não se deve
estudar teorias pesadas ou estudar uma matéria pela primeira vez. Preze por revisões mais simples,
resoluções de questões. Se você não consegue ler em movimento ou se você está dirigindo,
coloque conteúdo em áudio.

Nas últimas semanas que antecederam a minha prova de segunda fase da PGE-SP, eu
assistia vídeos almoçando, jantando e, até mesmo, tomando banho. É claro, não é sustentável
passar 2 ou 3 anos estudando dessa forma, mas é válido o sacrifício em retas finais.

Como lidar com os imprevistos?

Um problema recorrente no estudo para concursos são os imprevistos. Não raro temos que
interromper a nossa programação para atender uma emergência familiar, por motivo de queda de
energia, para ir ao banco ou a uma consulta médica etc.

A questão é que nos planejamos com base em uma utopia perfeita, como se nossa semana
se desenvolvesse de forma linear e não ocorressem casualidades.

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Esse planejamento baseado em uma previsão irreal pode trazer graves prejuízos aos
estudos. Isso porque, se você tiver que fazer outra atividade quando planejou estar estudando, te
causará frustração e decepção.

Quando volta, o cronograma já está bagunçado e atrasado, você se sente perdido(a). Até
volta a estudar, mas com aquela sensação de ter ficado no prejuízo. Para aqueles que sentem mais
necessidade de organização, esse prejuízo pode ser ainda maior, fazendo com que perca a semana
ou até tenha que fazer um planejamento completo de novo.

Por este motivo, separei algumas dicas práticas para lidar com os imprevistos durante os
estudos:

a) Coloque no seu planejamento semanal um período para imprevistos. Pode ser 30 minutos
ou 1 hora, você que define de acordo com a sua rotina. Se de fato houver algum imprevisto,
você pode atender sem culpa e sem frustração. Se ultrapassar o tempo reservado, não tem
problema, você compensa o que deixou de estudar em uma outra semana em que não se
verificar nenhuma casualidade.

Por outro lado, se não houver imprevistos, você já adianta alguma matéria, lê informativos, faz
questões etc.

b) Converse com familiares e amigos e peça para que te ajudem no máximo de tarefas
possíveis. Pode até prometer parte do primeiro salário depois de nomeado (rs).
c) Nem tudo é essencial. Saiba ponderar o que de fato exige a interrupção dos estudos e o
que não exige. Somente interrompa para aquilo que realmente você não pode deixar de
comparecer.
d) Tenha consciência de que 1 hora cuidando da saúde, 2 horas em um aniversário de uma
pessoa importante, não vão afetar sua aprovação (desde que com razoabilidade). Deixar de
realizar atividades importantes podem te trazer arrependimentos depois de aprovado.
e) Seja flexível. Adapte-se à sua realidade.

2.3 – ESTRATÉGIAS ÚTEIS

Definir uma estratégia de estudos é realmente importante. Isto não significa que existe uma
fórmula mágica ideal que terá aplicação para todas as pessoas do mundo. O que podemos fazer
neste momento é apresentar ideias que já funcionaram com outras pessoas para você avaliar se
na sua vida estas estratégias funcionam ou não.

As provas estão cada vez mais difíceis: basta comparar questões atuais às de 10 anos atrás.
A concorrência é muito maior, basta comparar número de inscritos em concurso. Nos últimos 15

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anos, experimentamos a profissionalização na oferta de ensino para concursos e a ampla
disseminação de informações sobre oportunidades em concursos públicos.

A conclusão natural é a de que temos que estudar cada vez mais. Não que isso seja mentira,
mas entendo que é minha função - como professor - proporcionar uma aprendizagem efetiva.
Quanto mais efetivo for o processo para a assimilação de conteúdos, maior a probabilidade de
êxito.

Compreender o processo de aprendizagem é importante para que o aluno procure adotar


as melhores técnicas de estudo e para que nós, professores, façamos uso correto e assertivo
dessas ferramentas na transmissão do conteúdo. Nos últimos 100 anos, experimentamos forte
evolução no campo da neurociência e da psicologia cognitiva. Conceitos como memória de
trabalho, memória de longa duração, carga cognitiva e plasticidade cerebral são úteis para que
possamos adotar melhores estratégias de aprendizagem. Não obstante, ainda há muito a ser
estudado e compreendido acerca de um dos aspectos mais ricos da nossa inteligência, que é a
capacidade de aprender.

2.4 - APRENDIZAGEM

A aprendizagem pode ser entendida como o processo de codificação e armazenamento de


conteúdo na memória de longo prazo, de modo que possa ser resgatado e aplicado futuramente
quando desejarmos ou quando necessário. Para a neurociência, a aprendizagem envolve a
capacidade de os neurônios se regularem conforme os estímulos externos, agregando novos
dados às informações já armazenadas na memória. O cérebro se adapta, se molda conforme
armazena novos dados codificados.

De forma simples, a aprendizagem é o processo de transformar o conteúdo absorvido pela


memória de trabalho (também conhecida como de curto prazo) em memória de longo prazo.

Vamos compreender melhor esses conceitos de memória.

Caminho necessário para aprendizagem: da memória de trabalho à de longo prazo;

A memória é um complexo sistema que permite registrar, reter e recuperar experiências.


Em um primeiro momento, somos expostos a diversas informações, com as quais podemos
interagir e por um breve período lembrar, contudo, rapidamente esqueceremos. Esse é o conceito
de memória de trabalho, compreendido como a forma que armazenamos o conteúdo recebido
para que seja utilizado de forma imediata e que, em poucos segundos, será descartado. A
memória de trabalho é operada por intermédio de estímulos sensoriais, auditivos ou visuais.

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O garçom vai até a mesa, ouve os pedidos. Sem anotá-los, direciona-se até a cozinha e
repassa o pedido no sistema de controle do restaurante. Após - e, portanto, sem precisar interagir
mais com aquela informação -, o conteúdo é descartado. Após finalizados os pratos, precisará
consultar o sistema para saber a que mesa levar os pratos recém feitos.

Naturalmente, para o manejo da informação na memória de trabalho ela não deve ser
longa, sob pena de não ser armazenável.

Caso na mesma mesa tenhamos muitos pedidos, o garçom poderá chegar à cozinha sem
lembrar de todos. Em situações como essa, intuitivamente, ele recorre a um caderninho.

Há, entretanto, garçons que ouvem dezenas de pedidos e repassam todos eles
corretamente à cozinha. Como isso se dá? É inteligência? Sim, a de manter a memória de trabalho,
revisitando a informação durante a interação. Não é a memória de trabalho que se alonga, mas a
interação com ela é maior. Assim, enquanto se desloca para a cozinha, mentalmente, o garçom
repete para si mesmo os pedidos feitos. Isso pode ocorrer inclusive de forma inconsciente, por
estímulos ou pela relevância que damos à informação.

Contudo, o aprendizado em si se dá a nível da memória de longo prazo.

A memória de longo prazo é consequência da formação de uma rede estruturada de


informações. De acordo com neurocientistas, é necessário modificar a estrutura e as funções das
sinapses dentro do cérebro. A formação de memória se dá pela capacidade de o cérebro se
adaptar, receber marcas da informação codificada. Assim, o nosso cérebro torna-se único: reúne
as informações já retidas às novas. Nosso cérebro está em constante construção, conforme o
conhecimento que adquirimos.

Toda semana, a mesma família vai ao mesmo restaurante e, com pouquíssimas variações,
pede os mesmos pratos. O garçom, atencioso ao cliente frequente e pela repetição, lembra-se
dos pedidos feitos nas semanas anteriores a ponto de sugerir à família o “mesmo pedido de
sempre”.

Esse processo de formação da memória de longo prazo - que resulta na aprendizagem - é,


ainda, um tanto misterioso. Não temos clareza científica de como ocorre. Fato é que a importância
que damos à informação, gosto, motivações pessoais e a repetição são decisivos para que a
informação seja estruturada numa rede.

Estudos recentes indicam que a formação da memória de longo prazo passa por três etapas:
repetição, elaboração e consolidação. Pela repetição somos expostos a diferentes fontes sobre o
mesmo conteúdo, de modo a fortalecer os conhecimentos e registros já existentes. Por elaboração
entende-se a associação que fazemos com as informações já existentes. É, de certo modo, a
experiência. Assim, quem traz alguma bagagem, tem melhor capacidade de aprender novos

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conteúdos e registrá-los permanentemente. Pela consolidação entende-se o processo biológico
de alteração das ligações entre os neurônios com acúmulo de proteínas e outras substâncias para
robustecer as sinapses.

Enfim, a aprendizagem é justamente essa adaptação do cérebro (plasticidade cerebral) pela


codificação da informação nos neurônios e o fortalecimento das sinapses. O aprendizado implica
em alterações químicas, anatômicas e fisiológicas no cérebro.

Tendo isso como premissa, a partir de experimentos e também das percepções da


psicologia cognitiva, foram desenvolvidas estratégias para tornar o processo de aprendizagem
mais eficaz. Justamente neste ponto, há interesse tanto de quem estuda (para melhor estudar)
como de quem ensina (para melhor ensinar).

2.5 – RECURSOS PARA FORMAÇÃO DA MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

O papel dessas técnicas de formação da memória de longo prazo é potencializar a


aprendizagem, de modo que o aluno tenha melhor controle sobre o processamento,
armazenamento e recuperação da informação. São diversos os recursos, alguns menos eficazes,
outros mais. Mais do que isso, para diferentes pessoas, o mesmo recurso pode ter eficácia distinta.

Fato é que a informação precisará ser classificada, organizada, conectada e armazenada


juntamente com as informações já existentes. Além disso, quanto mais diversificada for a
experiência, melhor será assimilada e consolidada.

Entre todas as técnicas, destacam-se:

1) Repetição. A depender de como é feita, pode ser pouco efetiva e demorada. De toda forma
proporciona trabalhar a mesma informação por diferentes perspectivas. Ao estudar, a revisão é a
técnica de repetição por excelência.

2) Evocação expandida. Constitui técnica de repetição da informação a ser memorizada em


intervalos de tempo que aumentam gradativamente. Em concursos públicos se fala muito em curva
do esquecimento e de retenção e o uso de revisões periódicas como forma de reduzir o efeito do
esquecimento ou de maximização da retenção. Quem não ouviu falar em revisão de 24h, de 7 dias
e de 1 mês?!

3) Mnemônicos. A associação de um conjunto de informações, imagens, frase cômica ou frase


rimada é de grande relevância para introjetar informação no longo prazo. Quem não lembra do
SOCIDIVALPLU, CAPACETE DE PM ou do LIMPE?!

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4) PQRST. É uma técnica que amplia a quantidade de neurônios utilizados para potencializar o
aprendizado. Em síntese:

• Preview - leitura inicial do conteúdo;


• Question - perguntas sobre o material lido;
• Read - nova leitura do mesmo material;
• State - síntese do material lido;
• Test - teste de compreensão e de memorização.

5) Referência. É a técnica que permite acessar o conteúdo aprendido por intermédio de uma
palavra, imagem ou frase de referência. Muitos alunos estudam fazendo grifos. Se bem feitos -
leia-se: de forma objetiva, pontual - ao revisar a leitura de uma palavra destacada ou da primeira
frase grifada, você é capaz de lembrar da informação completa antes de concluir a leitura dos
destaques. A referência vai muito além, e pode ser representada por uma imagem, por uma uma
fotografia mental da página em que se encontra o conteúdo ou até mesmo pela ligação emocional
com aquele conteúdo cobrado na questão do último concurso que você fez e não foi aprovado
por uma questão.

Essas técnicas - no ato de estudar - impactam decisivamente a memória de trabalho,


gerando estímulos suficientes para que o conteúdo transcenda para a memória de longo prazo.
Assim, quanto mais técnicas forem empregadas, maior o estímulo e mais rico será o processo de
aprendizagem.

2.5 – CONCLUSÕES

É importante conhecer a base do processo de aprendizagem para compreender que um


bom desempenho em uma prova não é trivial. É fruto de muito esforço, da experiência acumulada,
do grau e da capacidade de buscar estímulos quando somos submetidos à carga de conteúdos.

Além disso, ter claras as técnicas farão compreender a importância de nos valermos de
todas elas. É um erro ignorar o processo de revisão, por exemplo. É equivocado não variar entre
os recursos didáticos à disposição. E mais do que isso, é necessário entrar nessa empreitada ciente
de que, além de todo o esforço que será necessário, é preciso resiliência.

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3 - PLANO DE ESTUDOS

3.1 – DIÁRIO DE LEITURA DA LEGISLAÇÃO

A leitura da legislação é imprescindível para qualquer prova de concurso, mesmo os


jurídicos e, principalmente, para Delegado de Polícia. 60% das questões são criadas a partir do
texto legal. A principal dificuldade, quando estamos tratando da leitura da legislação, é o volume.
Você tem, verdadeiramente, em concursos jurídico, que ler (e memorizar!) um vade-mécum. Some-
se a isso não se tratar de um texto agradável, feito para proporcionar a compreensão, mas técnico,
truncado. Naturalmente, o rendimento é menor e isso deve fazer parte da sua conta. Não adianta
ler 100 páginas por dias, se você fizer uma leitura desatenta, apenas para “cumprir com a meta
”. Há, ainda, vários trechos cuja leitura é desnecessária, assuntos burocráticos/procedimentais
cujo interesse para fins de prova é reduzido. Contudo, você não tem como, previamente, ler para
selecionar o que é útil, estudar para decidir o que deve ser estudado. Aqui entramos em campo!

Com base do amplo estudo estatístico que fizemos e valendo-se do corpo de professores
do Estratégia, montamos o Vade-Mécum Estratégico, cuja premissa é trazer 40% da legislação
mais incidente em provas. O histórico é o principal insumo para que saibamos o que é importante.
Além disso, o professor responsável por fazê-lo decidiu incluir temas ainda que não cobrados, com
o intuito de trazer normas recentes, atualizações, temas em discussão. Ainda, o Vade-mécum
Estratégico contempla excerto da jurisprudência e súmulas. Trata-se, assim, de poderoso
instrumento de estudo da legislação.

A partir das premissas acima e com as características de nosso material legislativo,


propomos um diário de legislação. Todos os dias, 7 dias por semana, você reservará cerca de 1h
para leitura de 20 páginas de legislação. Em 90 dias, você terá lido toda a legislação relevante
para a sua prova. Para tornar o estudo mais aprazível, você poderá consultar a legislação completa,
afinal o processo de aprendizagem é seu, com suas necessidades. Talvez você decida ampliar o
escopo de leitura ou aprofundamento. O que você não pode abrir mão é e da leitura das 20
páginas naquele dia.

Não imprima! Faça a leitura do arquivo na sua versão digital e use de “adesivo eletrônicos
” e de grifos. Você não irá consultar esse material apenas uma única vez, mas voltará a ele durante
o estudo regular e, também, nas revisões. Assim, pelo menos por três vezes, você terá contato
com a legislação mais relevante.

A seleção das normas segue a premissa básica: cobrança em provas. A listagem que
apontamos abaixo é decorrente do resultado das normas cobradas nos últimos anos. Pode haver,
em determinado concurso específico, alguma norma não listada. Compete e a você adicioná-la.

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Vamos à estruturação do diário de leitura. A ideia é que a cada dia você se dedique a uma
norma. Naturalmente, algumas delas consumirão vários dias, em outros dias você lerá mais de uma
norma. Depende da extensão. Além disso organizamos a leitura de modo que você possa passar
por normas absolutamente relevantes (grupo A), normas importantes (grupo B), normas
específicas (grupo C) e normas pontuais (grupo D). Não é para escolher, pois você lerá todas elas.
Os grupos são para que você intercale. Por exemplo, na segunda, você lê normas do grupo A, na
terça você lê normas do grupo B, e assim sucessivamente.

Grupo A

• Constituição da República Federativa do Brasil de 1988


• Código Penal
• Código de Processo Penal

Grupo B

• Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984


• Decreto-Lei nº 3.688, de 03 de outubro de 1941
• Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986
• Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989
• Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990
• Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995
• Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996
• Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997
• Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998
• Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999
• Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006
• Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009
• Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
• Lei nº 12.850, de 5 de junho de 2013
• Lei nº 13.869, de 5 de setembro de 2019
• Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001
• Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990
• Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003
• Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006
• Lei nº 12.830, de 20 de junho de 2013
• Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016
• Lei nº 1.521, de 26 de dezembro de 1951
• Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991
• Lei nº 10.446, de 8 de maio de 2002
• Lei nº 12.037, de 1º de outubro de 2009

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Grupo C

• Código Civil
• Código de Processo Civil
• Código Tributário Nacional
• Código de Trânsito Brasileiro
• Código Eleitoral
• Código de Defesa do Consumidor
• Código Florestal
• Estatuto da Criança e do Adolescente
• Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967
• Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000
• Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990
• Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992
• Lei nº 14.133, de 1º abril de 2021
• Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997
• Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999
• Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
• Lei nº 9.882, de 3 de dezembro de 1999
• Lei nº 10.671, de 15 de maio de 2003
• Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003
• Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015
• Lei nº 13.300, de 23 de junho de 2016
• Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006

Grupo D

• Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942


• Decreto nº 200, de 25 de fevereiro de 1967
• Decreto nº 25, de 30 de novembro de 1937
• Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942
• Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011
• Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005
• Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964
• Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965
• Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976
• Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979
• Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981
• Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985
• Lei nº 8.009, de 29 de março de 1990
• Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991

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• Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991
• Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994
• Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995
• Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996
• Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996
• Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997
• Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998
• Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999
• Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000
• Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004
• Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011
• Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011
• Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013
• Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964
• Lei nº 5.474, de 18 de julho de 1968
• Lei nº 7.357, de 2 de setembro de 1985
• Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993
• Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997
• Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998
• Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002
• Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005
• Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006
• Lei nº 6.001, de 19 de dezembro de 19
• Lei nº 6.969, de 10 de dezembro de 1981
• Lei nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993
• Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994
• Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998
• Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998
• Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006
• Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016
• Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017

3.2 – CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA

Não obstante apenas 11% das questões, na média das diversas disciplinas, estejam
fundadas em jurisprudência, não é conteúdo a ignorado. Cremos que esse estudo deve ser feito
diariamente durante o estudo de cada uma das matérias que compreendem o seu ciclo de estudo.
Nesse sentido, aconselhamos a utilização do material produzido pelo Prof. Jean Vilbert, para o
Estratégia Concursos, de análise dos principais precedentes do STJ e do STF, a partir dos

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informativos publicados nos últimos 3 anos, totalmente voltado para provas de Delegado de
Polícia.

3.3 – CICLO DE ESTUDO

Neste ponto traremos um ciclo padrão de estudos, com duração média de duas semanas,
o qual você irá repetir até a conclusão do estudo de base. Não se trata de um plano de estudo,
nem mesmo substitui a ideia de um plano de estudos individualizado. Contudo traz boas premissas
para quem tem dificuldades de organizar a preparação. Ele é indicado especialmente para quem
está começando a jornada para Delta.

A partir da elaboração do cronograma de estudos, você poderá desenvolvê-lo em ciclos


quinzenais. Toda semana você repetirá a mesma grade de estudos. Dessa forma, NÃO IMPORTA
QUANDO VOCÊ VAI COMEÇAR ESSE PLANO DE ESTUDO, você sempre começará e concluirá
no mesmo dia da semana, não importa quanto tempo reste até a prova.

Primeiramente, devemos definir as matérias que entrarão em nosso planejamento. Vamos


utilizar aqui as disciplinas mais frequentes em provas de Delta. Naturalmente, se o seu escopo é
um concurso em específico, você deve adaptar para as disciplinas próprias do seu edital.

Da distribuição de disciplinas em importantes, intermediárias e periféricas, vamos


desconsiderar as periféricas. Como dissemos, a pretensão deste ciclo de estudos é formar a base
de conteúdo para provas de Delegado. Se você precisar, ajuste.

Farão parte do nosso plano 10 disciplinas, sendo que em relação as 5 importantes,


destinaremos mais tempo comparado com as menos relevantes. Desse modo, ao final dos 15 dias,
você terá estudado todas as matérias, mas destinado mais tempo às disciplinas mais relevantes.

Disciplina Peso
Direito Processual Penal 3
Legislação Penal Especial 3
Direito Penal 3
Direito Constitucional 2
Direito Administrativo 2
Criminologia 1
Direito Civil 1
Direitos Humanos 1
Direito Tributário 1

Vamos supor um plano de 3 horas diárias de estudos. Optamos por uma carga horária
reduzida, pois você provavelmente tem outras ocupações, como trabalho, família. Não obstante,
caso possa estudar mais, você pode dobrar a carga para 6 horas, de modo dobrar a meta diária.

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Considerando que você estude 6 dias por semana (deixamos um para descanso e para
cumprir com eventuais falhas ao longo da semana), você estudará em 14 dias o equivalente a 36
horas que serão distribuídas proporcionalmente às disciplinas acima.

Assim:

Disciplina Peso Horas


Direito Processual 3 6
Penal
Legislação Penal 3 6
Especial
Direito Penal 3 6
Direito Constitucional 2 5
Direito Administrativo 2 4
Criminologia 1 2
Direito Civil 1 2
Direitos Humanos 1 3
Direito Tributário 1 2

Na sequência, algumas observações fundamentais:

1) Revise! Reserve para revisar, pelo menos, 4 horas a mais aos finais de semana. A revisão é
importante para a fixação dos assuntos estudos.
2) As matérias penais demandam esforço extra em provas de Delta. Talvez, valha a pena incluir
Direito Constitucional. Não estude essas matérias de forma superficial, até mesmo porque você
precisará delas na fase escrita. Invista num estudo aprofundado e voltado para Delegado de
Polícia.
3) Direitos Humanos é disciplina ingrata! Trata-se de disciplina extensa, com bastante conteúdo.
Contudo, o tempo de estudo é relativamente pequeno. Logo, você deve saber bem priorizar
os temas.
4) Direito Civil é ainda mais ingrato. Cuidado! Não encare o CC todo. Há pontos que não são
cobrados em provas de Delegado de Polícia.
5) Estudar com base em questões é importantíssimo para obter um bom desempenho, com menor
esforço. Além do condicionamento de prova, resolver questões é fundamental no processo de
fixação pela repetição.
6) Não perca muito tempo com organização, procure por materiais já preparados e organizados.
Você pode perceber que o tempo é escasso e a agenda é apertada. Por isso ofertamos cursos
direcionados para aquilo que você precisa, com todos os principais assuntos, informações
relevantes esquematizas e questões anteriores para treinar.
7) Reserve um tempo para o corpo e para a mente. Procure descansar, fazer exercícios e
alimentar-se bem. Além disso, cuidado com o sono. Dormir de forma adequada é
importante para o processo de memorização.

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Tendo em vista tudo o que expusemos acima, vamos ao ciclo.

Algumas observações finais:

1) Se você dobrar o planejamento, mantenha ciclos de, no máximo, 1h30 minutos.


Considerando a segunda-feira como exemplo, você fará dois ciclos de Processo Penal,
dois de Administrativo e 1 de Tributário (porém de 1 hora). Além disso, caso você faça
a dobra, nãoserá possível estudar 12 horas no sábado, deixe, nesse caso, a revisão para
o domingo.
2) Entre os ciclos descanse 10 minutos, não mais do que isso.

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Meus caros, chegamos ao final deste material. Nossa pretensão foi reunir de forma objetiva
tudo o que você precisa em termos de carreira, expectativa de editais e prognóstico de médio
prazo, dados estatísticos relevantes para fins de estudo, técnicas de estudo, método para leitura
de legislação, caderno de jurisprudência e ciclo de estudos.

Talvez você use todo ou apenas parte deste material, mas certamente se você chegou até
o final, este material será de algum modo profícuo para a sua preparação. Que o estudo seja
sempre pesado para que a prova seja leve. Lembre-se: nunca nos arrependemos de ter estudado.

Conte conosco!

Grande abraço e sucesso em seus objetivos,

Prof. Michael Procopio.

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