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Corrente e Resistência

Prof. Mariana Medeiros


Sumário

1. Introdução;
2. Corrente Elétrica;
3. Densidade de Corrente;
4. Modelo Microscópico da Corrente;
5. Resistência e Resistividade;
6. A Lei de Ohm;
7. Potência, Semicondutores e Supercondutores.
Introdução
● Nos últimos cinco tópicos, discutimos a eletrostática — a física das cargas estacionárias.
● Agora vamos discutir as correntes elétricas — a física das cargas em movimento.
● Precisamos de conceitos importantes para cargas em movimento para estudar os relâmpagos
que ocorrem na atmosfera.
● Os engenheiros espaciais observam e estudam as partículas carregadas provenientes do Sol
porque essas partículas podem interferir nos sistemas de telecomunicações via satélite e até
mesmo com linhas de transmissão terrestres.
Corrente Elétrica

● Uma corrente elétrica é um movimento ordenado de partículas carregadas. Nem


todas as partículas carregadas que se movem produzem uma corrente elétrica (fluxo
líquido de cargas em uma superfície).
● Exemplo: os elétrons livres (elétrons de condução) que existem no interior de um fio
de cobre se movem em direções aleatórias a uma velocidade média da ordem de 10^6
m/s. Não produz uma corrente o movimento desses elétrons.
● Se ligarmos as extremidades do fio a uma bateria haverá um fluxo líquido de cargas
em uma direção e, portanto, haverá uma corrente elétrica no fio. Por quê?
Corrente Elétrica
● Em um circuito fechado feito exclusivamente de um material condutor (com cargas): todos
os pontos estão ao mesmo potencial. Não existe campo elétrico (E=0) no material. Então
não existe força que por sua vez não existe corrente.
● Fio conectado a uma bateria: o potencial não é mais o mesmo em todo o circuito. Campos
elétricos (Fig. 1) são criados no interior do material e exercem uma força sobre os
elétrons de condução que os faz se moverem preferencialmente em um sentido, produzindo
uma corrente.
● Depois de um pequeno intervalo de tempo, o movimento dos elétrons atinge um valor
constante, e a corrente entra no regime estacionário (deixa de variar com o tempo).

Fig. 1: condutor com campo elétrico no seu interior.


Corrente Elétrica
Fig. 2: sentido da corrente..
Definição:

● Suponha que cargas se desloquem perpendicularmente a uma


superfície de área A (Figura) definimos a corrente (média) como
(Δt é o tempo decorrido para passagem das cargas):

● Definimos corrente instantânea i como o limite diferencial da


corrente média quando Δt→0:

A unidade do SI da corrente é o ampère (A):

A corrente i que atravessa o condutor tem o mesmo valor nos planos aa′, bb′ e cc′.
Corrente Elétrica
● A corrente elétrica, definida pela Eq. (2), é uma grandeza escalar.
● Representamos uma corrente por uma seta para indicar o sentido
em que as cargas estão se movendo (não é um vetor).

A seta da corrente é desenhada no sentido em que portadores de


carga positivos se moveriam, mesmo que os portadores sejam
negativos e se movam no sentido oposto.

Fig. 3: sentido da corrente.


Corrente Elétrica
● Mostramos um condutor percorrido por uma corrente i0 que se
divide em duas ao chegar a uma bifurcação (que, no caso das
correntes elétricas, é chamada de nó).

● Como a carga é conservada, a soma das correntes nos dois


ramos é igual à corrente inicial:

Obs.: as setas indicam apenas o sentido em que as cargas estão se


movendo em um condutor e não uma direção no espaço.

Fig. 4: conservação da corrente.


Corrente Elétrica

Exemplo 1: (A corrente elétrica como derivada do fluxo de carga) A vazão da água em uma
mangueira, dV/dt, é 450 cm³/s. Qual é a corrente de carga negativa?

Tomaria um choque tomando um banho com água de mangueira?


Solução: A corrente i de carga negativa se deve ao movimento dos elétrons das moléculas de água. A
corrente é a taxa com a qual a carga negativa passa por qualquer plano que intercepte totalmente a
mangueira.

Podemos escrever a corrente, em termos do número de moléculas que passam por um plano por segundo,
como: H₂O: oito elétrons do oxigênio e um para cada hidrogênio.

N° de Avogrado
Podemos expressar a derivada dN/dt em termos da vazão dV/dt escrevendo: Inverso da massa molar
M da água
Massa específica da
água
Densidade de Corrente

● Definimos a densidade de corrente (direção e o mesmo sentido


da corrente) como a corrente elétrica por unidade de área da
seção reta:

● Caso a corrente (e por consequência a densidade de corrente)


não seja uniforme em toda a superfície, temos: Fig. 6: densidade de corrente.

A densidade de corrente
A unidade de medida no SI da densidade de corrente é: A/m². também pode ser repre-
sentada por um conjunto
de linhas, conhecidas como
linhas de corrente.
Densidade de Corrente

Exemplo 2: (Densidade de corrente, uniforme e não uniforme) (a) A densidade de corrente em um


fio cilíndrico de raio R=2,0 mm é uniforme ao longo de uma seção reta do fio e igual a 2,0x10^5
A/m². Qual é a corrente na parte externa do fio, entre as distâncias radiais R/2 e R?

(b) Suponha que, em vez de ser uniforme, a densidade de corrente varie com a distância radial r de
acordo com a equação J=ar², em que a=3,0x10^(11) A/m⁴ e r está em metros. Nesse caso, qual é a
corrente na mesma parte do fio?
Solução: (a) Como a densidade de corrente é uniforme, a densidade de corrente J, a corrente i e a
seção reta A estão relacionadas pela Eq. (4) (J = i/A).

Corrente:

Já quando a densidade varia devemos tomar:

Corrente:
Modelo microscópico da corrente

● Podemos relacionar a corrente ao movimento de portadores de carga


descrevendo um modelo microscópico de condução em um metal.
● Considere a corrente em um condutor cilíndrico de área de seção
transversal A (Figura). A carga encerrada no volume AΔx é:

● onde n é o número de portadores de cargas móveis por volume unitário e Fig. 7: Velocidade de deriva.

q é a carga em cada portador.


● Dividindo os dois lados da Eq. (6) pelo intervalo de tempo Δt, chegamos:

: velocidade de deriva.
Modelo microscópico da corrente
● Na Figura superior os elétrons apresentam um movimento
aleatório análogo ao das moléculas de um gás. A diferença de
potencial é zero nesse caso (entre as extremidades do
condutor).
● Já a presença do campo produz uma força elétrica sobre os
elétrons, produzindo uma corrente. Além do movimento em
ziguezague (colisões com os átomos), os elétrons apresentam um
movimento lento ao longo do condutor com uma velocidade
vetorial de deriva.
● As colisões átomo-elétron em um condutor como um atrito
interno efetivo (ou força de arrasto): aumento de temperatura.

Fig. 8: velocidade de deriva (vetorial).


Exercícios

Exercício 1: Uma correia com 50 cm de largura está se movendo a 30 m/s entre uma
fonte de cargas e uma esfera. A correia transporta as cargas para a esfera a uma taxa
que corresponde a 100 μA. Determine a densidade superficial de cargas da correia.
Exercícios

Exercício 2: O módulo J da densidade de corrente em um fio cilíndrico de raio R=2,00 mm é

dado por J=(3,00×10^8)r², com J em ampères por metro quadrado e a distância radial r em
metros. Qual é a corrente que passa em um anel, concêntrico com o fio, cujo raio interno é
0,900R e cujo raio externo é R?
Resistência e Resistividade

● Materiais diferentes respondem a uma diferença de


potencial de forma diferente (resistência elétrica).
Medimos a resistência (R) entre dois pontos de um
condutor por

● (V=ΔV) A unidade de resistência do SI é o volt por


ampère: ohm (Ω), 1Ω=1V/A.
● Resistor é o condutor, cuja função em um circuito é
introduzir uma resistência, (Figura).

Fig. 9: Resistores.
Resistência e Resistividade
Cor Número Multiplicador Tolerância

Preto 0 1

Marrom 1 10¹
● Dois tipos comuns são o resistor composto, que
Vermelho 2 10²
contém carbono, e o resistor de fio, que
Laranja 3 10³
consiste em uma bobina.
● Os valores dos resistores em ohms são Amarelo 4 10⁴

normalmente indicados por códigos de cores. Verde 5 10⁵

Azul 6 10⁶

Violeta 7 10⁷

Cinza 8 10⁸

Branco 9 10⁹

Dourado 10⁻¹ 5%
Fig. 10: medida da resistência.
Prata 10⁻² 10%
Resistência e Resistividade

● A resistência de um condutor depende do modo como a diferença de potencial é aplicada (nas duas
figuras temos a mesma diferença de potencial).
● As correntes nos dois casos são diferentes (linhas de corrente). Portanto, as resistências também são
diferentes.

Fig. 11: Campo elétrico e densidade de corrente em um fio.

● Dessa forma devemos encontrar um ponto de vista que enfatiza mais o material que o
dispositivo. Em termos pontuais devemos olhar para o campo elétrico e a densidade de
corrente.
Resistência e Resistividade

● Em vez de falar da resistência R de um componente, falamos da resistividade ρ do material:

● Combinando as unidades de E e J do SI, obtemos, para a unidade de ρ, o ohm-metro (Ω · m).


Podemos escrever a Eq. (9) em forma vetorial:

● Essas equações são válidas apenas para materiais isotrópicos, ou seja, materiais cujas
propriedades são as mesmas em todas as direções.
Resistência e Resistividade

● Também podemos falar da condutividade σ de um material, que é simplesmente o recíproco da


resistividade:

● A unidade de condutividade do SI é o ohm-metro recíproco, (Ω·m)⁻¹. Usando a definição de σ,


podemos escrever a Eq. (10) na forma:

No caso de muitos materiais (incluindo a maioria dos metais), a razão entre a densidade de corrente
e o campo elétrico é uma constante σ, que é independente do campo elétrico que produz a corrente.
Resistência e Resistividade
● Se as linhas de corrente que representam a densidade de corrente
são uniformes ao longo de toda a seção reta, o campo elétrico e a
densidade de corrente são iguais em todos os pontos do fio e:

● Como ΔV/i é a resistência R, a Eq. (13) pode ser escrita na forma

Fig. 12: Campo elétrico em um fio uniforme.


● Essa equação só se aplica apenas a condutores isotrópicos
homogêneos de seção reta uniforme.
Resistividade Material ⍴ (Ω·m) Coef. de temp. α (K⁻¹)

Prata 1,62×10⁻⁸ 4,1×10⁻³


● As grandezas macroscópicas V, i e
Cobre 1,69×10⁻⁸ 4,3×10⁻³
R são as que lemos diretamente nos
instrumentos de medida. Ouro 2,35×10⁻⁸ 4,0×10⁻³

● Por outro lado, quando estamos Alumínio 2,75×10⁻⁸ 4,4×10⁻³


interessados nas propriedades Tungstênio 5,25×10⁻⁸ 4,5×10⁻³
elétricas dos materiais, usamos as
Ferro 9,68×10⁻⁸ 6,5×10⁻³
grandezas microscópicas E, J e ρ.
Silício puro 2,5×10³ -70×10⁻³
● Tabela ao lado (Resistividade à
Temperatura Ambiente (20°C). Silício tipo n 8,7×10⁻⁴

Silício tipo p 2,8×10⁻³

Vidro 10¹⁰--10¹⁴
Resistência e Resistividade

● Na prática a resistividade é função da temperatura. A


relação entre temperatura e resistividade para o
cobre (e para os metais em geral) é quase linear em
uma larga faixa de temperaturas. Com a forma:

● Aqui, T₀ é uma temperatura de referência e ρ₀ é a


resistividade a essa temperatura (Cobre: T₀=293 K e
ρ₀=1,69×10⁻⁸ Ω·m). Fig. 13: Curva de resistividade típica.
● A constante α é conhecida como coeficiente de
temperatura da resistividade.
Resistência e Resistividade

Exemplo 4: (Uma substância possui resistividade, uma amostra da substância possui resistência) Uma
amostra de ferro em forma de paralelepípedo tem dimensões 1,2cm×1,2cm×15cm. Uma diferença de
potencial é aplicada à amostra entre faces paralelas, de tal forma que as faces são superfícies
equipotenciais. Determine a resistência da amostra se as faces paralelas forem (1) as extremidades
quadradas (de dimensões 1,2cm×1,2cm) e (2) as extremidades retangulares (de dimensões
1,2cm×15cm).
Resistência e Resistividade
Solução: a resistência depende da razão L/A, em que A é a área das superfícies às quais é aplicada a
diferença de potencial e L é a distância entre as superfícies.

Caso 1: L=15 cm=0,15 m e A=(1,2 cm)²=1,44✕10⁻⁴ m²

Caso 2: L=1,2 cm=0,012 m e A=(1,2 cm)(15 cm)=1,80✕10⁻³ m²

A resistência é uma propriedade de um componente; a resistividade é uma propriedade de um


material.
Resistência e Resistividade
Exemplo 5: (A resistência radial de um cabo coaxial) Cabos coaxiais – utilizados de modo extensivo
em sistemas de TV a cabo e outras aplicações eletrônicas – consistem em dois condutores cilíndricos
concêntricos. A região entre os condutores é preenchida totalmente com plástico de polietileno,
como mostra a Figura. A fuga de corrente através do plástico no sentido radial deve ser impedida. (O
cabo foi projetado para conduzir a corrente ao longo de sua extensão, mas esta não é a corrente
considerada neste caso.) O raio do condutor interno é a=0,500 cm, o raio do condutor externo,
b=1,75 cm, e o comprimento, L=15,0 cm. A resistividade do plástico é de 1,0x10¹³ Ω · m. Calcule a
resistência do plástico entre os dois condutores.
Resistência e Resistividade
Solução: Considere duas correntes, como sugerido no enunciado do
problema: a de projeto percorre o cabo, conduzida entre os condutores;
a corrente não desejada corresponde à fuga através do plástico, e seu
sentido é radial.

Do cobre interno:

Fig. 15: exemplo 5.


A Lei de Ohm

● Um componente obedece à lei de Ohm (R=V/I) se a corrente


que o atravessa varia linearmente com a diferença de
potencial aplicada ao componente para qualquer valor da
diferença de potencial.
● O gráfico em (c) não obedece a lei de Ohm: a razão entre i e
V não é constante (semicondutores).
● Um material obedece à lei de Ohm se a resistividade do
material, dentro de certos limites, não depende do módulo
nem do sentido do campo elétrico aplicado.

Fig. 16: materiais ôhmicos e não-ôhmicos.


A Lei de Ohm
● Uma Visão Microscópica da Lei de Ohm: modelo baseado na ideia de elétrons livres (elétrons
de condução estão livres para vagar por toda a amostra) que não colidem uns com os outros,
mas apenas com os átomos do metal.
● Os elétrons de condução em um metal se movem com uma única velocidade efetiva v e que essa
velocidade não depende da temperatura (como supõe a física clássica). No caso do cobre,
v≈1,6×10⁶ m/s (A velocidade de deriva: 10⁻⁷ m/s, presença do campo elétrico).
● Se um elétron de massa m é submetido a um campo elétrico de módulo E, o elétron sofre uma
aceleração dada pela segunda lei de Newton:

● Onde e é a carga do elétron, E o campo elétrico devido a diferença de potencial e mₑ a massa


do elétron.
A Lei de Ohm

● A natureza das colisões experimentadas pelos elétrons de condução é tal que, vd= a𝝉 (tempo
médio entre duas colisões):

Podemos considerar que os metais obedecem à lei de Ohm se for possível provar que, no caso dos
metais, a resistividade ρ não depende da intensidade do campo elétrico aplicado.
Potência, Semicondutores e Supercondutores
● Ao completar o circuito (Figura), a carga dq (em um intervalo de
tempo dt) tem seu potencial reduzido de V e, portanto, sua
energia potencial é reduzida de um valor dado por

● A redução da energia potencial elétrica no percurso de a a b


deve ser acompanhada por uma conversão da energia para outra
forma qualquer. A potência associada a essa conversão:

● A unidade de potência elétrica é o volt-ampère: 1V·1A=1W.

Fig. 17: circuito elétrico.


Potência, Semicondutores e Supercondutores
● A potência P é a taxa com a qual a energia é transferida da bateria para o componente.
● Se o componente é um motor acoplado a uma carga mecânica, a energia se transforma no trabalho realizado pelo
motor sobre a carga.
● Se o componente é uma bateria recarregável, a energia se transforma na energia química armazenada na
bateria.
● Se o componente é um resistor, a energia se transforma em energia térmica e tende a provocar um aquecimento
do resistor. Neste caso:

Menos gerais que a Eq. (20).


Potência, Semicondutores e Supercondutores

Exemplo 6: (Potência em um aquecedor elétrico) O sistema de um aquecedor elétrico consiste na aplicação de


uma diferença de potencial de 120 V entre as extremidades de um fio de nicromo que tem resistência total
de 8,00 Ω. Determine a corrente conduzida pelo fio e a classificação de potência do aquecedor.

E se o aquecedor fosse acidentalmente conectado a uma fonte de 240 V? Como isto afetaria a
corrente conduzida pelo aquecedor e sua potência, supondo que a resistência permaneça constante?
Potência, Semicondutores e Supercondutores
Solução: o fio de nicromo tem alta resistividade e, em muitas aplicações, é utilizado em elementos de
aquecimento em torradeiras, ferros de passar e aquecedores elétricos. Portanto, esperamos que a
potência transmitida ao fio seja relativamente alta.

Corrente:

Potência:

Se dobramos a d.d.p. vamos dobrar a corrente e assim quadruplicar a potência.


Potência, Semicondutores e Supercondutores

Exemplo 8: (Relação entre eletricidade e termodinâmica) Um aquecedor de imersão deve aumentar a


temperatura de 1,50 kg de água de 10,0 °C para 50,0 °C em 10,0 min durante a operação a 110 V. (a)
Qual é a resistência requerida do aquecedor?
Potência, Semicondutores e Supercondutores
Solução: À medida que a energia é transmitida para o aquecedor, aumentando sua temperatura, a
energia deixa a superfície do resistor, na forma de calor, passando para a água. Quando aquele
alcança uma temperatura constante, a proporção de energia transferida à resistência por
transmissão elétrica é igual à proporção de energia transferida em forma de calor para a água.

Q é a energia transferida em forma de calor.

Resistência do aquecedor:
Potência, Semicondutores e Supercondutores

● Semicondutores: são os principais responsáveis pela revolução da microeletrônica, que nos


trouxe a era da informação.
● Na tabela podemos observar as propriedades do silício, um semicondutor típico, são
comparadas com as do cobre, um condutor metálico típico.

Propriedade Cobre Silício

Tipo de Material Metal Semicondutor

Densidade de portadores de carga, m⁻³ 8,49×10²⁸ 1×10¹⁶

Resistividade, Ω · m 1,69×10⁻⁸ 2,5×10³

Coeficiente de temperatura da resistividade, K⁻¹ +4,3×10⁻³ –70×10⁻³


Potência, Semicondutores e Supercondutores

● Nos metais os elétrons precisam de muito pouca energia para se libertar. Essa energia pode ser
a energia térmica ou a energia fornecida por um campo elétrico aplicado ao condutor.
● Nos isolantes, é muito grande a energia necessária para liberar elétrons dos átomos da rede
cristalina.
● Um semicondutor tem as mesmas propriedades que um isolante, exceto pelo fato de que é um
pouco menor a energia necessária para liberar alguns elétrons.
● A dopagem (adição de certas “impurezas”) pode fornecer elétrons ou buracos (déficits de
elétrons) que estão fracamente presos aos átomos e, por isso, conduzem corrente com
facilidade.
Potência, Semicondutores e Supercondutores

● Em 1911, o físico holandês Kamerlingh Onnes descobriu que a


resistência elétrica do mercúrio cai para zero quando o metal é
resfriado abaixo de 4 K (Figura).
● Esse fenômeno, conhecido como supercondutividade, é de grande
interesse tecnológico porque significa que as cargas podem
circular em supercondutor sem perder energia na forma de calor.

Fig. 17: resistência como função da


temperatura..
Exercícios
Exercício 4: Quando uma diferença de potencial de 115 V Exercício 5: Um fio com uma resistência de
é aplicada às extremidades de um fio com 10 m de
6,0 Ω é trefilado de tal forma que o
comprimento e um raio de 0,30 mm, o módulo da
densidade de corrente é 1,4×10⁸ A/m². Determine a comprimento se torna três vezes maior que o
resistividade do fio.
inicial. Determine a resistência do fio após a
operação, supondo que a resistividade e a
massa específica do material permaneçam as
mesmas.
Exercícios

Exercício 6: A Fig. 18a mostra o módulo E(x) do campo elétrico criado por uma bateria ao longo de uma barra resistiva
de 9,00 mm de comprimento (Fig. 18b). A escala vertical é definida por Es=4,00×10³ V/m. A barra é formada por três
trechos feitos do mesmo material, porém com raios diferentes. (O diagrama esquemático da Fig. b não mostra os raios
diferentes.) O raio da seção 3 é 2,00 mm. Determine o raio (a) da seção 1 e (b) da seção 2.

Fig. 18: exercício 6.


Exercícios

Exercício 7: Um elemento de aquecimento feito


de Nichrome, com uma seção reta de 2,60×10⁻⁶
m², é submetido a uma diferença de potencial de
75,0 V. O fio de Nichrome tem uma resistividade
de 5,00×10⁻⁷ Ω · m. (a) Se o fio dissipa 5000 W,
qual é o comprimento do fio? (b) Qual deve ser o
comprimento do fio para que a mesma dissipação
seja obtida com uma diferença de potencial de
100 V?
Referências Bibliográficas

● HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth S. Física 3. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2003.
● NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica – Eletromagnetismo. 5 ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 2002, v. 2.
● TIPLER, P. A. Física para Cientistas e Engenheiros. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009, v. 2.

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