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UNIDADE I

Economia Internacional

Prof. Me. Evandro Noro


Introdução

 O comércio internacional exerceu um papel fundamental no crescimento econômico dos


países. As transações internacionais tem se tornado extremamente importantes para os
países que almejam os diversos benefícios que acompanham as trocas de bens e serviços
entre as nações. Relação que vale, também, para o movimento internacional de capitais, que
dá origem a diversas transações que compõem as finanças internacionais, com um impacto
na taxa de câmbio, na taxas de juros e nos investimentos estrangeiros diretos.
 Economia Internacional apresenta um ferramental analítico, bem como os modelos de
avaliação do impacto das políticas comercial e macroeconômica no bem-estar da sociedade,
levando para as elucidações de soluções de livre-comércio que podem melhorar a situação
dos indivíduos afetados pelas imperfeições dos mercados, seja via intervenção
governamental, seja via mercado.
 O interesse por economia internacional nos dias atuais, se
apresenta como um importante debate, especialmente porque
a abertura econômica e a liberalização dos movimentos de
capitais, e dos fatores de produção são importantes para o
desenvolvimento econômico das nações, em especial
para o Brasil.
Introdução

 O comércio permite que os países ou as regiões se especializem naquilo que fazem melhor e
possam desfrutar, assim, de uma maior quantidade de produtos e serviços; para isto, vamos
debater algumas das mais importantes teoria do comércio internacional.
 Os economistas clássicos consideram o comércio internacional um dos principais elementos
do desenvolvimento econômico, por possibilitar a expansão dos mercados, a redução dos
custos médios e dos preços dos produtos, seguidos por um aumento dos lucros.
 Procura mostrar as soluções de livre-comércio que podem melhorar a situação dos
indivíduos afetados pelas imperfeições dos mercados, seja via intervenção governamental,
seja via o próprio mercado.
 À medida que os países especializam-se na produção dos
bens para os quais a sua produtividade é maior, o produto
mundial aumenta.
 A elevação do nível de renda de um país provoca
o aumento de suas importações, o que acaba beneficiando
os países exportadores.
Introdução

 O conhecimento dos mecanismos do comércio internacional, com a ajuda dos instrumentos


de análise fornecidos pela teoria econômica, é de fundamental importância para a
formulação de políticas macroeconômicas no interior da economia nacional.
 O surgimento da teoria clássica está atrelado ao surgimento do neoliberalismo, assim, o
liberalismo vai procurar, desde a sua origem, edificar uma teoria da especialização
internacional, esforçando-se por evidenciar as vantagem que a mesma, associada às
condições de livre-comércio, pode assegurar aos países intervenientes.
 Adam Smith e David Ricardo são os principais economistas clássicos que se preocuparam
em estudar e elaborar uma teoria de comércio internacional.
 Suas teorias consistem em mostrar que as relações
comerciais entre os países são determinadas pelas diferenças
de custos de produção, medidos em produtividade de trabalho.
Teorias do Comércio Internacional

O mercantilismo e os primórdios da Teoria do Comércio Internacional:


 Primórdios da Teoria do Comércio Internacional;
 A doutrina mercantilista vigorou entre o século XV e meados do século XVIII, como resultado
direto da expansão do comércio no período colonial;
 O mercantilismo focava a maximização da balança comercial e as exportações de matérias-
primas (produtos agrícolas, especiarias etc.) eram cada vez mais incentivadas, a fim de
proporcionar saldos comerciais (medidos em metais preciosos) ao país: quanto mais ouro e
prata o país acumulasse, mais rico ele seria;
 O comércio seria um jogo de soma zero;
 A análise de A. Smith diz que cada país, visando à expansão
do mercado além de suas fronteiras, deve especializar-se na
produção de bens em que existam vantagens absolutas, bem
como deve importar os bens para os quais ocorram
desvantagens absolutas.
A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith

Adam Smith e David Ricardo foram os principais autores da teoria neoclássica, tendo como a
preocupação fundamental, o nível da estrutura (padrão) do comércio, para responder:
Quais os bens importados e exportados? Porquê dos ganhos do comércio? Qual o beneficio
dos países com o comércio internacional? Ou, de outra forma, quais os custos da proteção? E
dos termos de troca? A que preços são trocados os bens importados e exportados?
 Em A riqueza das nações, publicada em 1776, Adam Smith formulou a sua teoria sobre a
defesa do comércio exterior e a sua crítica ao mercantilismo.
 As diferenças internacionais no custo de produção nas diversas atividades poderiam
incentivar a troca de mercadorias entre os países.
 Cada país deve especializar-se, apenas, na fabricação dos
bens que ele pode produzir com a menor quantidade de
recursos (insumos de produção).
A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith, pode ser
vista a partir de um modelo com as seguintes hipóteses:
A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith

 Existe um único fator de produção, o trabalho (L);


 A produtividade do trabalho nos vários países é diferente; contudo, a diferença tecnológica
motivadora das diferenças internacionais de produtividade não é explicada pelos clássicos;
 A Teoria Clássica do Comércio Internacional baseia-se na teoria do valor-trabalho, que
considera ser o trabalho o único fator de produção, e que numa economia fechada os bens
trocam-se uns pelos outros atendendo às quantidades relativas de trabalho que incorporam.
Simulação de um modelo:
O mundo é composto por dois países:
A e B.

Cada país pode produzir dois bens:

Produtos têxteis (T) e,


produtos alimentícios (F)
A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith

As funções de produção de T e F serão:

T = f(L) e F = f(L)
A quantidade de trabalho requerida para produzir uma unidade de um bem é denominada de
coeficiente técnico de produção e pode ser denotada da seguinte forma:

 Para o caso dos dois países.


A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith

 Quantidades de trabalho requeridas na produção dos países A e B.

Pela tabela anterior, podemos observar que: Fonte: Livro-texto.

 Em autarquia: o país A necessita de um trabalhador para


produzir uma unidade de tecido e dois trabalhadores para
produzir uma unidade de produtos alimentícios;
 Na teoria econômica, autarquia é a qualidade de um país ser
autossuficiente. Esse termo se aplica ao país que mantém as
suas atividades sem o comércio exterior.
A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith

 No país B, são necessários dois trabalhadores para produzir um metro de tecido e três
trabalhadores para produzir uma saca de alimentos.
 Com o comércio: o país A tem uma vantagem absoluta na produção de tecidos e o país B na
produção de alimentos.
 Com a ocorrência de comércio é mais vantajoso para o país A alocar toda a sua mão de obra
na produção de têxteis.
 Já para o país B é mais vantajoso alocar toda a sua mão de obra na produção de alimentos.
Conclusão:
 A base para o comércio entre os países decorre da
especialização na produção de uma dada mercadoria com
custos menores e a importação do bem produzido mais barato.
Logo, aumenta o produto total;
 A especialização e as trocas aumentam a eficiência do
trabalho, proporcionando um acréscimo da produção e a
melhoria no bem-estar.
Interatividade

Os economistas clássicos consideram o comércio internacional um dos principais elementos do


desenvolvimento econômico. A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith, refuta as
teses da doutrina mercantilista, por possibilitar a expansão dos mercados, a redução dos
custos médios e dos preços dos produtos, seguidos por um aumento dos lucros. Que
alternativa aponta para o argumento de Smith em defesa das trocas comerciais?

a) Ocorrência de deterioração dos termos de troca.


b) Preços de aquisição inferiores aos do concorrente.
c) Preços de custo inferiores aos do concorrente.
d) Produtividade é maior, porque os preços são menores.
e) Aumento da produção, proporcionalmente ao aumento
dos custos.
Resposta

Os economistas clássicos consideram o comércio internacional um dos principais elementos do


desenvolvimento econômico. A Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith, refuta as
teses da doutrina mercantilista, por possibilitar a expansão dos mercados, a redução dos
custos médios e dos preços dos produtos, seguidos por um aumento dos lucros. Que
alternativa aponta para o argumento de Smith em defesa das trocas comerciais?

a) Ocorrência de deterioração dos termos de troca.


b) Preços de aquisição inferiores aos do concorrente.
c) Preços de custo inferiores aos do concorrente.
d) Produtividade é maior, porque os preços são menores.
e) Aumento da produção, proporcionalmente ao aumento
dos custos.
Vantagens comparativas e ganhos do comércio

 Na formulação original do modelo David Ricardo tentou mostrar que, mesmo quando um país
fosse, absolutamente, menos eficiente a produzir todos os bens, continuaria a participar no
comércio internacional ao produzir e exportar os bens que produzisse de forma,
relativamente, mais eficiente. Assim, o Modelo Ricardiano é referido como o modelo das
vantagens comparativas ou relativas.
 Mesmo que um país tenha vantagens absolutas na produção de todos os bens, ainda seria
vantajoso o comércio, desde que ele se especializasse na produção do bem em que a sua
vantagem absoluta fosse maior.
 Já o país que apresenta uma desvantagem absoluta poderia obter o máximo concentrando
os seus recursos na produção do bem em que a sua desvantagem absoluta fosse menor.
 Tal decisão é compreendida por intermédio do conceito de
custo de oportunidade.
Vantagens comparativas e ganhos do comércio

Condições de produção em Portugal e na Inglaterra:

Vinho (V) Tecido (T) Razão de preços


País
(em horas/barril) (em horas/metro) (autarquia)

Portugal (P) aPV = 8 aPT = 9 1V : 8/9T (ou 1T : 9/8V)

Inglaterra (I) aIV = 12 aIT = 10 1V : 6/5T (ou 1T : 5/6F)


Fonte: Adaptado de: livro-texto Economia Internacional, unidade I, p. 16.

 Ao analisar os dados da tabela anterior, verificamos que


Portugal possui vantagens absolutas tanto na produção de
vinho (8 horas versus 12 horas) quanto na de tecido (9 horas
versus 10 horas), inviabilizando o comércio.
Vantagens comparativas e ganhos do comércio

 Em microeconomia, custo de oportunidade representa aquilo que um agente econômico


pode deixar de ganhar em uma ação econômica por escolher uma segunda opção.
 O custo real em termos microeconômicos, em oposição ao custo representado em unidades
monetárias e denominado como custo de oportunidade.
 Generalizando, o custo real de um bem X pode ser medido em termos do custo de
oportunidade de outros bens, por exemplo, um bem Y cuja produção (ou consumo) e
sacrificada para se produzir (ou consumir) uma unidade do bem X.
Logo, o custo de oportunidade em um dado país, local ou estrangeiro, pode ser representado,
respectivamente, pelas fórmulas:
aLX e a*LX
aLY a*LY

 A eficiência relativa de cada país, portanto, é retratada pelo


menor custo de produção relativo, medido pelo custo
de oportunidade.
Vantagens comparativas e ganhos do comércio

Custos de oportunidade em Portugal


e na Inglaterra:

Fonte: Livro-texto.

 Vantagem comparativa: um país A possuirá uma vantagem


comparativa na produção do bem X, se o custo de
oportunidade de produzir uma unidade de X em A (em termos
de Y) for menor do que o custo de oportunidade de se produzir
uma unidade de X em B (em termos de Y).
 Dessa forma, os recursos produtivos escassos devem ser
utilizados na produção do bem com maior potencial.
Vantagens comparativas e ganhos do comércio

 Em Portugal, para se obter um metro de tecido, é necessário deixar de produzir 1,125 barril
de vinho. Na Inglaterra, obtém-se um metro de tecido deixando de produzir 0,833 barril de
vinho. Ao mesmo tempo, o custo de um barril de vinho é de 0,889 metro de tecido, em
Portugal, e 1,2 metro de tecido, na Inglaterra.

Bem Y
Pontos de produção eficiente

A
YA

B
YB

XA XB Bem X
Razões para a existência do comércio internacional

 A partir dos conceitos de vantagem comparativa e do custo de oportunidade, o livre-comércio


internacional proporcionaria benefícios a todos os participantes. As principais vantagens, ou
seja, as razões básicas para a existência de comércio internacional, seriam os ganhos com
as trocas e a especialização.
De acordo com a Teoria das Vantagens Comparativas, os motivos pelos quais os países
deveriam participar do comércio internacional seriam:
 As diferenças entre os países em quantidade e em utilização de recursos;
 A possibilidade de se auferir economias de escala, ou seja, a redução nos custos médios de
produção, à medida em que a escala produtiva aumenta.
Logo, a vantagem comparativa na produção de um bem por um
país pode ser representada por:

CMex Cme*x
CMey < Cme*y
Interatividade

A Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) representa a capacidade máxima de produção


da economia, com pleno emprego dos fatores de produção. A FPP é um modelo que demostra
o conceito de custo de oportunidade na explicação das vantagens comparativas, já que baliza
a ocorrência de diferentes eficiências relativas na produção de um país, devido à escassez dos
recursos produtivos disponíveis. Aponte a alternativa que caracteriza este conceito:
a) O aumento da quantidade produzida de um dos bens gera um custo de oportunidade que
consiste na redução da quantidade produzida do outro bem.
b) Corresponde à diferença de utilização dos fatores de produção.
c) A fronteira de possibilidade de produção não pode ser
expandida, dado que todos os recursos produtivos estão
sendo, plenamente, utilizados.
d) A eficiência na produção de todos os bens domesticamente.
e) O custo de oportunidade, também denominado de custo
alternativo, é constante em toda a extensão da FPP.
Resposta

A Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) representa a capacidade máxima de produção


da economia, com pleno emprego dos fatores de produção. A FPP é um modelo que demostra
o conceito de custo de oportunidade na explicação das vantagens comparativas, já que baliza
a ocorrência de diferentes eficiências relativas na produção de um país, devido à escassez dos
recursos produtivos disponíveis. Aponte a alternativa que caracteriza este conceito:
a) O aumento da quantidade produzida de um dos bens gera um custo de oportunidade que
consiste na redução da quantidade produzida do outro bem.
b) Corresponde à diferença de utilização dos fatores de produção.
c) A fronteira de possibilidade de produção não pode ser
expandida, dado que todos os recursos produtivos estão
sendo, plenamente, utilizados.
d) A eficiência na produção de todos os bens domesticamente.
e) O custo de oportunidade, também denominado de custo
alternativo, é constante em toda a extensão da FPP.
O Modelo Ricardiano

O Modelo Ricardiano de Comércio está estruturado entre dois países, Local e Estrangeiro.
Tento como hipóteses básicas desse modelo:
I. Existência de dois países: Local (economia doméstica) e Estrangeiro (representado por *);
II. Cada país produz dois segmentos econômicos: têxtil (T) e agrícola (A);
III. Utilização de um único fator escasso de produção: o trabalho (L);
IV. Toda mão de obra é homogênea e recebe a mesma remuneração (w) em todos os setores.
Logo, só existe a diferença de remuneração entre os países;
V. A produtividade da mão de obra e constante;
VI. As economias dos países são, perfeitamente, competitivas.
Caracterização do Modelo Ricardiano: mercados competitivos

 Tomaremos, inicialmente, a hipótese (III), segundo a qual o trabalho é o único fator de


produção para ambos os produtos. Assim, permite melhor compreensão dos principais
conceitos do Modelo Ricardiano.
Considerando que em L e L*, a oferta de trabalho no país local e estrangeiro, respectivamente,
podemos representar os coeficientes técnicos de produção, ou seja, a tecnologia de produção
empregada, como sendo:

LT L* LA L*
aLT = ; a*LT = *T aLA = ; a*LA = *A
QT QT QA QA
Onde temos:
 As quantidades produzidas de determinado bem ou serviço
dependem da tecnologia disponível no país. Dado que as
produções têxteis e agrícolas no país Local possam ser
representadas, genericamente, como uma função da
quantidade de trabalho alocada em cada setor.
Caracterização do Modelo Ricardiano: mercados competitivos

Função da quantidade de trabalho alocada em cada setor:

QT = f(LT) e QA = f(LA)
 De acordo com a hipótese (V), os países apresentam produtividade da mão de obra
constante. Isso significa dizer que as produtividades marginal e média do trabalho,
independentemente do bem produzido, são idênticas (PMgL = PMeL);
 Pela hipótese (IV) do modelo, temos que o acréscimo de unidades de trabalho na produção
não altera a produtividade média do fator de produção. Portanto, a hipótese Ricardiana adota
a ocorrência de retornos constantes de escala.
Caracterização do Modelo Ricardiano: mercados competitivos

Função da quantidade de trabalho alocada em cada setor:

QT = f(LT) e QA = f(LA)
 De acordo com a hipótese (V), os países apresentam produtividade da mão de obra
constante. Isso significa dizer que as produtividades marginal e média do trabalho,
independentemente do bem produzido, são idênticas (PMgL = PMeL);
 Pela hipótese (IV) do modelo, temos que o acréscimo de unidades de trabalho na produção
não altera a produtividade média do fator de produção. Portanto, a hipótese Ricardiana adota
a ocorrência de retornos constantes de escala.

PMgL = PMeL
A fronteira de possibilidades de produção (FPP)

 A FPP de um país deve mostrar a possibilidade máxima de produção do setor têxtil que o
país pode produzir, dada uma determinada produção de bens agrícolas.
 Os pontos sobre a FPP mostram que os recursos estão plenamente empregados na
produção dos setores têxteis e agrícolas.
Usando as hipóteses do Modelo Ricardiano, podemos representar a FPP da indústria do país
local da seguinte forma:
L aLT
QA < – Q aLTQT + aLAQA < L
aLA aLA T
 O CPP é o conjunto composto por todas as possíveis
combinações de produção dos setores têxteis e agrícolas. O
fator limitante, dada a tecnologia é, apenas, a oferta disponível
de mão de obra em cada país.
A fronteira de possibilidades de produção (FPP)

O CPP da indústria doméstica A


também pode ser observado
na figura a seguir:
L/aLA

L a
FPP: QA = – LT QT
aLA aLA

Fonte: Adaptado
de: livro-texto
CPP Economia
Internacional,
unidade I, p. 28.
Custo de oportunidade: –aLT/aLA

L/aLT T

 O ponto L/aLA denota a oferta de trabalho máximo a ser


alocada no setor agrícola. Analogamente, L/aLT deve
representar a alocada na oferta de trabalho máxima a
ser alocada no setor têxtil. Sendo o custo de
oportunidade a inclinação da fronteira.
A fronteira de possibilidades de produção (FPP)
e as vantagens comparativas
Coeficientes técnicos de produção
País (unidades de trabalho)
Produtos têxteis (T) Produtos agrícolas (A)
Local aLT = 1 aLA = 2
Estrangeiro a*LT = 8 a*LA = 4
Fonte: Adaptado de: livro-texto Economia Internacional, unidade I, p. 29.

 O custo de oportunidade no país local (T/A): para produzir uma unidade a mais de produto
têxtil, deve-se abrir mão de 0,5 unidade de trabalho no setor agrícola; já no país estrangeiro
(T/A), deve-se abrir mão de duas unidades de trabalho no setor agrícola.
 Relação negativa que se ilustra no formato decrescente da
FPP. Será linear, porque o custo de oportunidade dos
produtos têxteis, em termos dos produtos agrícolas, é
constante.
Interatividade

Qual das hipóteses apresentadas por David Ricardo, em sua teoria, explica o formato das
fronteiras de possibilidades de produção terem o aspecto linear (reta)?

a) Custo de oportunidade constante na economia.


b) Diferentes produtividades do fator trabalho.
c) Retornos constantes de escala.
d) Vantagens absolutas na produção.
e) Vantagens comparativas na produção.
Resposta

Qual das hipóteses apresentadas por David Ricardo, em sua teoria, explica o formato das
fronteiras de possibilidades de produção terem o aspecto linear (reta)?

a) Custo de oportunidade constante na economia.


b) Diferentes produtividades do fator trabalho.
c) Retornos constantes de escala.
d) Vantagens absolutas na produção.
e) Vantagens comparativas na produção.
Determinação do nível de produção

 Os produtores domésticos de bens e serviços devem ser orientados a produzir a quantidade


desejada pelos consumidores, que varia de acordo com as preferências deles.
 Ele deverá obedecer a uma restrição orçamentária, que define o conjunto de cestas que um
consumidor pode comprar (QT;QA), dado um montante limitado de renda (Y) e os preços
dessas mercadorias (PT;PA).
 No ponto de consumo, a inclinação da restrição orçamentária (–PT/PA) e da curva de
indiferença é igual.
 Logo, em nível nacional, a FPP e a restrição orçamentária são idênticas.
O Modelo Ricardiano: a produção e o consumo

L a PT/PA
A FPP: QA = – LT QT
aLA aLA

L/aT

E* E*
QA aLT/aLA OR
U1
DR

QT L/aLT T QT/QA QT/QA


Preço relativo:
PT/PA
Fonte: Adaptado de: livro-texto Economia Internacional, unidade I, p. 41.

 O ponto E*, na figura, é conhecido como o ponto de autarquia.


Nele, a oferta (OR) é igual à demanda (DR), e não existe
excesso ou escassez (de oferta ou de demanda).
O Modelo Ricardiano: a produção e o consumo

 No equilíbrio, a economia doméstica produzirá os dois bens, de tal forma que os preços
relativos sejam iguais às suas necessidades relativas de trabalho (custo de oportunidade).

aLT PT
OR = DR →
aLA = PA
Em equilíbrio, temos que OR = DR. Isso significa que, na ausência de comércio internacional, a
economia doméstica vai produzir mercadorias têxteis ou agrícolas, de tal forma, que os preços
relativos sejam iguais às suas necessidades relativas de trabalho (custo de oportunidade):
 Dessa forma, se prevalecer a igualdade entre os preços e os
custos de oportunidade relativos, a economia do país Local
produzirá ambos os bens em autarquia.
O Modelo Ricardiano: a produção e o consumo

Caso a condição não prevaleça, observaremos as seguintes situações:

Especialização em produtos têxteis: PT aLT PT aLT


> ou >
PA aLA aLT aLA

Especialização na produção agrícola:


PT aLT PT aLT
< ou <
PA aLA aLT aLA
Modelagem do comércio internacional

 Da análise de uma economia doméstica (situação de autarquia), para a lógica do comércio


internacional – novas hipóteses.
 Assim, se houver a especialização na produção de algum setor, serão proporcionadas
condições para que ocorram vantagens comparativas e, consequentemente, o
comércio internacional.
Vamos supor que as economias tenham custos de oportunidade na produção do setor têxtil (ou
do agrícola) diferentes. Isso decorre da existência de diferenças internacionais:
 Nas tecnologias de produção (aspectos relacionados à oferta dos bens);
 Nas preferências (ou gostos) dos consumidores (aspectos relacionados à demanda).
No Modelo Ricardiano, para que haja o comércio internacional e
uma condição suficiente é necessário que:

aLT a*LT
≠ *
aLA a LA
Modelagem do comércio internacional

 O país Local faz comércio quando puder trocar os bens no mercado mundial com termos,
pelo menos, iguais (senão melhores) aos que dispõem domesticamente. A mesma lógica se
aplica ao país Estrangeiro.
Para que, em ambos os países, haja uma especialização completa, portanto, é necessário que
os preços relativos estejam dentro do intervalo em que haja o comércio internacional.

Supondo vantagens comparativas para o país Local, no setor têxtil, e para o país Estrangeiro,
no setor agrícola, teremos:

aLT PT a*LT
< < *
aLA PA a LA
Modelagem do comércio internacional
A A
L*/a*LA

X
L/aLA
Q* A
C
C
QA
M
C

QT L/aLT T Q*T L*/a*LT T


C X M
(a) FPP do país Local (b) FPP do país Estrangeiro

 Com o comércio, temos uma especialização completa na


produção de um dos bens por cada país, dada a possibilidade
de trocar os bens em termos mais favoráveis no mercado
mundial e com o aumento do consumo, mesmo sem a
alteração nas tecnologias e/ou nas dotações de fatores.
O Modelo Ricardiano

 “O comércio internacional permite que cada país se especialize na produção do bem em que
ele tem vantagem comparativa: isso leva a ganhos para ambos quando eles comercializam”.
 As oportunidades de trocas internacionais ampliam as possibilidades de consumo
de dois países.
 O comércio internacional implica um ganho de bem-estar em todos os países associados
à alocação mais eficiente dos recursos.
 Mas não leva em questão as mudanças na distribuição de renda, fatores que limitam
a especialização e as economias de escala.
Interatividade

O comércio internacional implica um ganho de bem-estar em todos os países associados à


alocação mais eficiente dos recursos. Qual das alternativas a seguir apresenta uma explicação
do Modelo Ricardiano na ocorrência de comércio internacional?
a) Ocorre uma alocação ineficiente dos fatores de produção.
b) Um país deve especializar-se na produção da mercadoria em que é relativamente
menos eficiente e exportá-la para outro país que possui maior eficiência na produção
dessa mercadoria.
c) Um país possui uma vantagem relativa na produção de uma mercadoria se a produzir com
maior custo de produção.
d) Um país deve exportar as mercadorias cujos custos internos
de produção são menores e importar aquelas mercadorias
cujos custos internos de produção são maiores.
e) O comércio não altera as possibilidades de consumo.
Resposta

O comércio internacional implica um ganho de bem-estar em todos os países associados à


alocação mais eficiente dos recursos. Qual das alternativas a seguir apresenta uma explicação
do Modelo Ricardiano na ocorrência de comércio internacional?
a) Ocorre uma alocação ineficiente dos fatores de produção.
b) Um país deve especializar-se na produção da mercadoria em que é relativamente
menos eficiente e exportá-la para outro país que possui maior eficiência na produção
dessa mercadoria.
c) Um país possui uma vantagem relativa na produção de uma mercadoria se a produzir com
maior custo de produção.
d) Um país deve exportar as mercadorias cujos custos internos
de produção são menores e importar aquelas mercadorias
cujos custos internos de produção são maiores.
e) O comércio não altera as possibilidades de consumo.
ATÉ A PRÓXIMA!

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