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O amor como a prática da liberdade — bell hooks | by ... https://medium.com/enugbarijo/o-amor-como-a-pr%C...

O amor como a prática da liberdade — bell


hooks
Uã Flor Do Nascimento Follow

Jan 3, 2019 · 12 min read

Nesta sociedade, não há um discurso poderoso sobre o amor emergindo nem dos
radicais progressistas nem da esquerda. A ausência de um foco continuado sobre o
amor em círculos progressistas surge de uma falha coletiva em reconhecer as
necessidades do espírito e de uma ênfase sobredeterminada nas preocupações
materiais. Sem amor, nossos esforços para libertar a nós mesmas/os e nossa
comunidade mundial da opressão e exploração estão condenados. Enquanto nos
recusarmos a abordar plenamente o lugar do amor nas lutas por libertação, não
seremos capazes de criar uma cultura de conversão na qual haja um coletivo

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afastando-se de uma ética de dominação.

Sem uma ética do amor moldando a direção de nossa visão política e nossas
aspirações radicais, muitas vezes somos seduzidas/os, de uma maneira ou de outra,
para dentro de sistemas de dominação — imperialismo, sexismo, racismo, classismo.
Sempre me intrigou que mulheres e homens que passam uma vida trabalhando para
resistir e se opor a uma forma de dominação possam apoiar sistematicamente
outras. Fiquei intrigada com poderosos líderes negros visionários que podem falar e
agir apaixonadamente em resistência à dominação racial e aceitar e abraçar a
dominação sexista das mulheres; com feministas brancas que trabalham
diariamente para erradicar o sexismo, mas que têm grandes pontos cegos quando se
trata de reconhecer e resistir ao racismo e à dominação por parte da supremacia
branca do planeta. Examinando criticamente esses pontos cegos, concluo que
muitas/os de nós estão motivadas/os a mover-se contra a dominação unicamente
quando sentimos nossos interesses próprios diretamente ameaçados. Muitas vezes,
então, o anseio não é para uma transformação coletiva de sociedade, para um fim da
política de dominações; mas simplesmente para o fim do que sentimos que nos
machuca. É por isso que precisamos desesperadamente de uma ética do amor para
intervir em nosso desejo autocentrado por mudança. Fundamentalmente, se
estamos comprometidas/os apenas com a melhoria daquela política de dominação
que sentimos conduzir diretamente para nossa exploração ou opressão individual,
não apenas permanecemos ligados ao status quo, mas agimos em cumplicidade com
ele, nutrindo e conservando esses mesmos sistemas de dominação. Até todas/os nós
sermos capazes de aceitar a natureza interconectada e interdependente dos sistemas
de dominação e reconhecermos as formas específicas de manutenção de cada
sistema, continuaremos a agir de forma a minar nossa busca individual por
liberdade e nossa luta por libertação coletiva.

A capacidade de reconhecer pontos cegos só pode surgir à medida em que


expandimos nossa preocupação sobre a política de dominação e nossa capacidade de
nos preocuparmos com a opressão e exploração de outrem. Uma ética de amor torna
possível essa expansão. O movimento de direitos civis transformaram a sociedade
nos Estados Unidos porque era fundamentalmente enraizada em uma ética do amor.
Nenhum líder enfatizou mais essa ética que Martin Luther King Jr. Ele tinha a
percepção profética de reconhecer que uma revolução construída sobre qualquer
outra fundação falharia. Repetidas vezes, Luther King afirmou que ele “havia
decidido amar”, porque acreditava profundamente que, se estamos “buscando o bem

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supremo”, nós “o encontramos por meio do amor”, porque esta é “a chave que abre a
porta para o significado da realidade última”. E o ponto de estar em contato com
uma realidade transcendente é que lutamos por justiça, ao mesmo tempo
percebendo que somos sempre mais do que nossa raça, classe ou sexo. Quando olho
para trás, para o movimento pelos direitos civis que era, em muitos aspectos,
limitado porque era um esforço reformista, vejo que tinha o poder de movimentar
coletivos de pessoas para atuarem no interesse da justiça racial — e porque estava
profundamente enraizado em uma ética do amor.

O movimento Black Power dos anos sessenta se afastou dessa ética do amor. A ênfase
agora estava mais no poder. E não é de surpreender que o sexismo que sempre
intensificou a luta de libertação negra, que uma abordagem misógina em relação às
mulheres se tornassem centrais como a equação entre liberdade e a masculinidade
patriarcal entre dirigentes políticos negros/as, quase todos homens. Na verdade, a
nova militância do poder negro masculinista equiparou amor com fraqueza,
anunciando que a expressão essencial da liberdade seria a vontade de coagir, fazer
violência, aterrorizar; de fato utilizar as armas de dominação. Esta era a mais crua
encarnação do credo corajoso de Malcolm X “por qualquer meio necessário”.

Como um lado positivo, o movimento Black Power deslocou o foco da luta pela
libertação negra da reforma para a revolução. Este foi um importante
desenvolvimento político, trazendo consigo uma perspectiva global anti-imperialista
mais forte. No entanto, viéses sexistas machistas na liderança levaram à supressão
da ética do amor. Assim, o progresso foi feito mesmo com algo valioso sendo
perdido. Enquanto Luther King tinha se concentrado em amar os inimigos, Malcolm
chamou-nos de volta a nós mesmos, reconhecendo que cuidar da negritude era
nossa responsabilidade central. Embora Luther King tenha frisado a importância do
amor próprio negro, ele falou mais sobre amar nossos inimigos. Em última análise,
nem ele nem Malcolm viveram o suficiente para integrar plenamente a ética do
amor numa visão de descolonização que fornecesse um plano para a erradicação do
auto-ódio negro.

Os povos negros que entraram no domínio racialmente integrado da vida americana


por causa do sucesso dos direitos civis e do movimento Black Power, de repente
descobrimos que lutávamos com uma intensificação do racismo internalizado. As
mortes desses importantes líderes (bem como as de líderes brancos liberais que eram
aliados importantes na luta pela igualdade racial) trouxeram intensos sentimentos

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de desesperança, impotência e desespero. Feridas/os naquele espaço onde


conheceríamos o amor, as/os negras/os coletivamente experimentaram uma dor
viva e angústia sobre o nosso futuro. A ausência de espaços públicos onde essa dor
pudesse ser articulada, expressa, compartilhada, significou que ela foi mantida
infiltrada, suprimindo a possibilidade de que esse sofrimento coletivo fosse
reconciliado em comunidade, até mesmo como maneira de ir além de tal sofrimento
e continuar vislumbrando a luta de resistência. Sentindo como se “o mundo tivesse
realmente chegado ao fim”, no sentido de que uma esperança de que a justiça racial
se tornasse a norma, havia morrido, um risco de morte desesperador se apoderou da
vida negra. Nunca saberemos até que ponto o foco do machismo negro sobre a
dureza e a tenacidade serviu como barreira, continuamente impedindo o
reconhecimento público do enorme sofrimento e dor na vida negra. Em World as
Lover, World as Self Joanna Macy, no capítulo “Despair Work”, enfatiza que

“a recusa em sentir tem um preço alto. Não só há um empobrecimento da nossa vida


emocional e sensorial… Mas esse entorpecimento psíquico também impede nossa
capacidade de processar e responder às informações. A energia gasta em empurrar para
baixo o desespero é desviada de usos mais criativos, esgotando a resiliência e a
imaginação necessárias para novas visões e estratégias”.

Se as pessoas negras têm avançado em nossa luta por libertação, temos de


confrontar o legado desse sofrimento irreconciliado, pois este tem sido um terreno
fértil para o desespero niilista. Devemos voltar coletivamente para uma visão política
radical da mudança, enraizada em uma ética do amor e buscar, mais uma vez,
transformar coletivos de pessoas, negras e não negras.

Uma cultura de dominação é anti-amor. Exige violência para se sustentar. Escolher o


amor é ir contra os valores predominantes dessa cultura. Muitas pessoas sentem-se
incapazes de amar a si mesmas ou a outras porque não sabem o que é o amor.
Músicas contemporâneas como “What’s Love Got To Do With It” de Tina Turner
defendem um sistema de trocas em torno do desejo, refletindo a economia do
capitalismo: a ideia de que o amor é importante é zombada. Em seu ensaio “Love
and Need: Is Love a Package or a Message?” Thomas Merton argumenta que somos
ensinadas/os, dentro da estrutura de consumo capitalista competitivo, a ver o amor
como um negócio: “Esse conceito de amor assume que a maquinaria de compra e
venda de necessidades é o que faz tudo acontecer. Considera a vida como um
mercado e o amor como uma variação na livre iniciativa”. Embora muitas pessoas

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reconheçam e critiquem a comercialização do amor, elas não veem alternativa. Não


sabendo amar, ou mesmo o que é o amor, muitas pessoas se sentem emocionalmente
perdidas; outras buscam definições, formas de sustentar uma ética do amor em uma
cultura que nega valores humanos e valorizam o material.

As vendas de livros que se concentram na recuperação, livros que procuram


maneiras de melhorar a autoestima, amor-próprio e nossa capacidade de ser
íntima/o nos relacionamentos, demonstram que há consciência pública de uma falta
na vida da maioria das pessoas. O livro de autoajuda de M. Scott Peck The Road Less
Traveled é enormemente popular porque aborda essa falta.

Peck oferece uma definição operacional para o amor que é útil para aquelas/es de
nós que gostariam de fazer de uma ética do amor o núcleo de toda interação
humana. Ele define o amor como “a vontade de estender-se para o propósito de
nutrir o crescimento espiritual de si mesmo ou de outrem”. Comentando sobre as
atitudes culturais predominantes sobre o amor, Peck escreve:

“Todo mundo na nossa cultura deseja, até certo ponto, ser amoroso, mas muitas/os não
são de fato amorosas/os. Concluo, portanto, que o desejo de amar não é, em si mesmo,
amor. O amor é o que o amor faz. O amor é um ato de vontade — ou seja, uma intenção
e uma ação. Também implica uma escolha. Nós não temos que amar. Escolhemos
amar”.

Suas palavras ecoam a declaração de Martin Luther King: “Eu decidi amar”, que
também enfatiza a escolha. Luther King acreditava que o amor é, “em última análise,
a única resposta” para os problemas enfrentados por esta nação e por todo o planeta.
Compartilho essa crença e a convicção de que é na escolha do amor, e começando
com o amor como fundamento ético para a política, que estamos mais bem
posicionadas/os para transformar a sociedade de forma a melhorar o bem coletivo.

É realmente surpreendente que Luther King tivesse a coragem de falar, tanto quanto
ele fez, sobre o poder transformador do amor, em uma cultura na qual esse discurso
é muitas vezes visto como meramente sentimental. Nos círculos políticos
progressistas, falar de amor é garantir que alguém seja dispensado ou considerado
ingênuo. Mas, fora desses círculos, há muitas pessoas que reconhecem abertamente
que são consumidas por sentimentos de auto-ódio, que se sentem sem valor,
querendo uma saída. Muitas vezes, elas estão presas demais por um desespero
paralisante para serem capazes de se engajar efetivamente em qualquer movimento

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de mudança social. No entanto, se líderes de tais movimentos se recusam a enfrentar


a angústia e a dor de suas vidas, nunca estarão motivadas/os a considerar a
recuperação pessoal e política. Qualquer movimento político que possa atender
eficazmente a estas necessidades do espírito, no contexto da luta pela libertação,
terá sucesso.

No passado, a maioria das pessoas aprendia e cuidava das necessidades do espírito


no contexto da experiência religiosa. A institucionalização e comercialização da
igreja têm minado o poder da comunidade religiosa em transformar almas, intervir
politicamente. Comentando o sentido coletivo da perda espiritual na sociedade
moderna, Cornel West afirma:

“Há um perverso empobrecimento do espírito na sociedade estadunidense e,


especialmente, entre negros. Historicamente, houve forças e tradições culturais, como a
igreja, que mantinha a frieza e a mesquinharia à distância. No entanto, o
empobrecimento do espírito significa que esta frieza e mesquinhez se tornam cada vez
mais e mais infiltradas. A igreja manteve estas forças à distância promovendo um
sentido do respeito para com outrem, um sentimento de solidariedade, um senso de
propósito e valor que encaminharia a batalha contra o mal”.

As comunidades políticas que sustentam a vida podem proporcionar um espaço


semelhante para a renovação do espírito. Isso só pode acontecer se abordarmos as
necessidades do espírito na teoria e na prática política progressistas.

Muitas vezes, quando Cornel West e eu falamos com grandes grupos de pessoas
negras sobre o empobrecimento do espírito na vida negra, a falta de amor, a partilha
de que podemos coletivamente recuperar-nos no amor, a resposta é esmagadora. As
pessoas querem saber como começar a prática de amar. Para mim, é onde a
educação para a consciência crítica deve entrar. Quando eu olho para a minha vida,
procurando por um plano que me ajudou no processo de descolonização, de auto
recuperação pessoal e política, sei que foi aprendendo a verdade sobre como os
sistemas de dominação operam que ajudou, aprendendo a olhar para dentro e para
fora, com um olhar crítico. A consciência é central para o processo de amor como a
prática da liberdade. Sempre que aquelas/es de nós que são membros de grupos
oprimidos se atrevem a interrogar criticamente nossas posições, as identidades e
lealdades que informam como vivemos nossas vidas, iniciamos o processo de
descolonização. Se descobrimos em nós mesmas/os auto-ódio, baixa autoestima ou

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um pensamento branco supremacista interiorizado e os enfrentamos, podemos


começar a curar. Reconhecer a verdade de nossa realidade, tanto individual como
coletiva, é uma etapa necessária para o crescimento pessoal e político. Este é
geralmente o estágio mais doloroso no processo de aprender a amar — o que
muitas/os de nós procuram evitar. Novamente, uma vez que escolhemos o amor,
instintivamente possuímos os recursos interiores para enfrentar essa dor. Movendo
inteiramente a dor para o outro lado, encontramos a alegria, a liberdade de espírito
trazidas por uma ética do amor.

Escolhendo o amor, também escolhemos viver em comunidade, e isso significa que


não temos que mudar apenas por nós mesmas/os. Podemos contar com a afirmação
crítica e diálogo com companheiras/os andando por um caminho semelhante. O
teólogo afro-americano Howard Thurman acreditava que aprendemos melhor o
amor como a prática da liberdade no contexto da comunidade. Comentando este
aspecto de seu trabalho no ensaio “Spirituality out on The Deep”, Luther Smith nos
lembra que Thurman sentiu que os Estados Unidos foram dados a diversos grupos de
pessoas pela força da vida universal, como um local para a construção da
comunidade. Parafraseando Thurman, ele escreve: “A verdade se torna verdadeira
na comunidade. A ordem social anseia por um centro (isto é, espírito, alma) que lhe
conferira identidade, poder e propósito. Os Estados Unidos, e todas as entidades
culturais, estão em busca de uma alma”. Trabalhando dentro da comunidade, seja
compartilhando um projeto com outra pessoa, ou com um grupo maior, somos
capazes experimentar alegria na luta. Essa alegria precisa ser documentada. Porque
se nos concentrarmos apenas na dor, as dificuldades, que certamente são reais em
qualquer processo de transformação, somente mostraremos uma imagem parcial.

A ética do amor enfatiza a importância do serviço para outrem. Dentro do sistema de


valores dos Estados Unidos, qualquer tarefa ou trabalho relacionado com o “serviço”
é desvalorizada. O serviço fortalece nossa capacidade de conhecer a compaixão e
aprofunda nossa percepção. Ao servir a outrem, não posso vê-las/os como um
objeto: devo ver sua subjetividade. Compartilhando o ensino dos guerreiros
Shambala, a budista Joanna Macy escreve que precisamos de armas de compaixão e
discernimento.

“Você precisa ter compaixão porque ela lhe dá o combustível, o poder, a paixão para
mover. Quando você se abre para a dor do mundo, você se move, você age. Mas essa
arma não é suficiente. Ela pode te queimar; então você precisa de outrem — você precisa

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entender a radical interdependência de todos os fenômenos. Com essa sabedoria, você


percebe que não é uma batalha entre os bons e maus, mas que a linha entre o bem e o
mal passa pela paisagem de cada coração humano. Com a percepção de nossa profunda
inter-relação, você sabe que as ações empreendidas com intenção pura têm repercussões
em toda a rede da vida, além do que você pode mensurar ou discernir”.

Macy ensina que a compaixão e a percepção podem “sustentar-nos como agentes de


mudança saudável”, pois eles são “dons que nós requeremos agora na cura de nosso
mundo”. Em parte, aprendemos a amar doando serviço. Esta é, novamente, uma
dimensão do que Peck significa quando fala de estender-se para outrem.

O movimento dos direitos civis tinha o poder de transformar a sociedade porque


indivíduos que lutavam sozinhos e em comunidade por liberdade e justiça
procuravam essas dádivas para todos, não apenas para as/os que sofrem e
oprimidas/os. Líderes negras/os visionárias/os, como Septima Clark, Fannie Lou
Hamer, Martin Luther King Jr. e Howard Thurman advertiram contra o
isolacionismo. Incentivaram as pessoas negras a olharem para além de nossas
próprias circunstâncias e assumirmos responsabilidade pelo planeta. Este apelo à
comunhão com o mundo além do eu, da tribo, da raça, da nação, era um constante
convite para expansão pessoal e crescimento. Quando massas de pessoas negras
começam a pensar apenas em termos de “nós e eles”, internalizando o sistema de
valores do patriarcado capitalista da supremacia branca, pontos cegos são
desenvolvidos, a capacidade de empatia necessária para a construção da
comunidade fora diminuída. Para curar nosso corpo político ferido, devemos
reafirmar nosso compromisso com uma visão do que Luther King mencionou no
ensaio “Facing the Challenge of a New Age” como um genuíno compromisso com
“liberdade e justiça para todas/os”. Meu coração se eleva quando leio o ensaio de
Luther King; lembro-me de onde nos leva a verdadeira libertação. Isso leva além da
resistência à transformação. Luther King diz-nos que “o fim é a reconciliação, a fim é
a redenção, o fim é a criação da comunidade amada”. Ao escolher amar, começamos
a nos mover contra a dominação, contra a opressão. No momento em que
escolhemos amar, começamos a nos mover para a liberdade, a agir de maneiras que
libertem a nós mesmas/os e a outrem. Essa ação é o testemunho do amor como a
prática da liberdade.
hooks, bell. Love as the practice of freedom. In: Outlaw Culture. Resisting
Representations. Nova Iorque: Routledge, 2006, p. 243–250. Tradução para uso
didático por wanderson flor do nascimento.

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Amor Política Bell Hooks Tradução Medium Brasil

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