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Sindrome Nefrotica
Sindrome Nefrotica
OBJETIVO:
Do ponto de vista diagnóstico, a redução da função renal na LRA é classificada de acordo com
o aumento máximo da Cr sérica ou a redução da produção de urina com oligúria.
O evento precipitante da LRA pré-renal é a hipoperfusão renal que pode ser causada por
redução no volume total ou intravascular de fluidos ou estados de doença associados a
volumes normais ou mesmo aumentados de fluidos totais ou intravasculares, mas diminui o
volume arterial efetivo, como na sepse, insuficiência cardíaca e cirrose avançada.
Durante essa fase inicial, a TFG permanece amplamente intacta porque a hipoperfusão renal
inicia uma cascata neuro-hormonal que resulta em dilatação arteriolar aferente e constrição
arteriolar eferente, mantendo, assim, a pressão de perfusão glomerular. Como a azotemia
pré-renal costuma ser facilmente reversível e as taxas de mortalidade são baixas, o diagnóstico
precoce e a correção da fisiopatologia subjacente são de importância crítica.
Os agentes comuns que podem causar toxicidade celular tubular direta incluem os antibióticos
aminoglicosídeos, agentes de radiocontraste intravenoso e cisplatina. Outros agentes, como
corantes de radiocontraste, AINEs e ciclosporina, induzem vasoconstrição e reduzem a
perfusão renal.
A LRA intrínseca é classificada de acordo com o local histológico primário da lesão: túbulos,
interstício, vasculatura ou glomérulo.
Lesão das células epiteliais tubulares renais, comumente denominada necrose tubular aguda
(NTA), ocorre mais comumente no quadro de isquemia, embora os túbulos renais também
possam ser danificados por toxinas renais específicas.
A isquemia pode surgir a partir de inúmeros quadros clínicos diferentes, mas a patogênese
subjacente comum é o fluxo sanguíneo renal geral reduzido com progressão de azotemia pré-
renal para LRA isquêmica em quatro fases clínicas e celulares distintas: iniciação, extensão,
manutenção e recuperação.
Iniciação: marca a transição da lesão e disfunção celular pré-renal para tubular, é caracterizada
pela depleção celular grave de trifosfato de adenosina. A lesão das células epiteliais
tubulares renais, especialmente das células tubulares proximais, é uma característica
proeminente durante essa fase. Durante essa fase, a sinalização extensa entre as células
tubulares proximais e as células endoteliais adjacentes resulta em disfunção endotelial e uma
resposta endotelial inflamatória. Leucócitos de todos os tipos desempenham um papel
importante na inflamação contínua e na lesão celular.
Manutenção: A TFG está em declínio durante a fase de manutenção, à medida que as células
passam por reparo, migração e proliferação e à medida que o rim tenta restabelecer a
integridade celular e tubular.
Recuperação: Por fim, durante a fase de recuperação, a TFG começa a melhorar à medida que
a diferenciação celular continua e a função celular e orgânica normal retorna. As células
tubulares proximais sofrem reparo celular e as células epiteliais diferenciadas terminalmente
reexpressam marcadores de células-tronco e se dividem para repovoar o néfron.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A doença renal crônica (DRC) se refere às muitas anormalidades clínicas que pioram
progressivamente à medida que a função renal diminui.
Ao contrário da lesão renal aguda, que pode ser corrigida com melhora resultante da função
renal, a lesão renal na DRC raramente é reparada, então a perda da função é persistente. Em
pacientes com DRC, a perda da função renal adicional gera mais danos e, portanto,
anormalidades clínicas mais graves. Na verdade, a DRC pode piorar progressivamente, mesmo
que o distúrbio que a causou se torne inativo.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é quase universal em pacientes com DRC e costuma ser
a primeira manifestação clínica. A HAS contribui para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, que constituem a principal causa de morbidade e mortalidade em pacientes
com DRC. A hipertensão arterial na DRC reflete principalmente um volume extracelular
expandido decorrente de dieta rica em sal, capacidade prejudicada de excretar sódio e
ativação da vasoconstrição pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA).
SÍNDROME NEFRÓTICA
A síndrome nefrótica é definida por albuminúria de mais de 3 a 3,5 g/dia acompanhada por
hipoalbuminemia, edema e hiperlipidemia.
Virais (hepatite B, hepatite C, infecção pelo HIV, mononucleose infecciosa, infecção por
citomegalovírus).
A retenção de sal e volume na síndrome nefrótica pode ocorrer por meio de pelo menos dois
mecanismos principais diferentes. A descrição clássica é que a hipoalbuminemia reduz a
pressão oncótica do plasma, a depleção de volume intravascular resultante leva à ativação do
eixo renina-angiotensina-aldosterona, e essa ativação aumenta a retenção de sódio e fluido
renal. No entanto, a retenção primária de sal no néfron distal também pode ocorrer
independentemente do eixo renina-angiotensina-aldosterona e é provavelmente a principal
razão para a retenção de sal e água na nefrose.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Embora muitos pacientes com GN aguda apresentem proteinúria, às vezes até na faixa
nefrótica, a maioria apresenta graus menores de albuminúria, especialmente quando a TFG
está muito reduzida.
Na nefropatia por IgA, a maioria dos pacientes e seus parentes diretos apresentam níveis
circulantes elevados de moléculas de IgA que são deficientes em galactose na região da
dobradiça. A forma predominante de IgA é composta por IgA1 polimérica. Os pacientes, mas
não seus parentes, apresentam autoanticorpos IgG e IgA circulantes contra essa IgA deficiente
em galactose. Acredita-se que um segundo fenômeno (p. ex., infecção, estresse oxidativo etc.)
estimule a produção desses anticorpos e, em seguida, os imunocomplexos resultantes se
depositem nos glomérulos, levando, assim, a reação inflamatória e consequente
glomerulosclerose e fibrose intersticial.
Glomerulonefrite pós-estreptocócica
A GNPE aguda pode ocorrer em uma forma epidêmica ou como casos esporádicos após a
infecção com cepas nefritogênicas de estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (ver Capítulo
274).13 A GNPE é em grande parte uma doença da infância, mas doença grave em adultos está
bem documentado. A doença é mais comum após episódios de faringite, mas pode ocorrer
após infecções estreptocócicas em qualquer local e os casos subclínicos superam em muito os
casos clínicos. A GNPE é uma doença por imunocomplexo aguda caracterizada pela formação
de anticorpos contra estreptococos e deposição de imunocomplexos com complemento no
rim.
A maioria dos casos se manifesta com hematúria, proteinúria, hipertensão e síndrome nefrítica
(ver Tabela 113.1) 10 dias a várias semanas após uma infecção estreptocócica.