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REFERENCIAL
REFERENCIAL
Resolução nº 007/2003, como sendo um método técnico-científico que tem por finalidade
coletar, estudar e interpretar informações relacionadas aos fenômenos psicológicos que
surgem da ligação do sujeito com a sociedade (CFP, 2003). A mesma, não se constitui uma
área própria da Psicologia, mas sim uma prática onde o profissional deve ter competências e
habilidades específicas para realizá-la em diversos contextos de atuação em que dela
necessitar (DOURADO E SILVA, 2017).
A Lei Federal nº 4.119 datada de 27 de agosto de 1962, estabelece as diretrizes para a
profissão de Psicologia no Brasil, regulamentando a formação e atividade profissional dos
psicólogos. De acordo com essa legislação, é de responsabilidade exclusiva do psicólogo (a)
a realização do diagnóstico psicológico e psicodiagnóstico (BRASIL, 1962). De modo geral,
pode se afirmar que o psicodiagnóstico é um processo bipessoal (psicólogo –avaliando/grupo
familiar), de duração limitada no tempo, com um número aproximadamente definido de
encontros, que procura descrever e compreender as forças e as fraquezas do funcionamento
psicológico do indivíduo, tendo foco na existência ou não de uma psicopatologia (CUNHA,
2000). Nas palavras do autor Wittenborn (1999) o psicodiagnóstico pode ser entendido como
um processo com início, meio e fim.
Por meio de uma Avaliação Psicológica, é possível reunir e compreender as
informações levantadas sobre o examinando e sua família, com a finalidade de explorar
diversos aspectos da personalidade, aspectos emocionais, sociais e cognitivos, além de
abordar evidências de sintomas, problemas neuropsicológicos, de desenvolvimento, entre
outras questões (RIGONI & SÁ, 2016).
Segundo Urbina (2007), a Avaliação Psicológica é um processo dinâmico que visa
chegar a uma conclusão sobre uma ou mais questões psicológicas através da coleta, avaliação
e análise de dados relacionados a um objetivo específico. Contudo, tem como objetivo
possibilitar a descrição do funcionamento atual, confirmar, refutar ou modificar impressões
prévias acerca, além de realizar diagnóstico diferencial de transtornos mentais,
comportamentais e cognitivos, identificar as principais necessidades terapêuticas e
recomendar a intervenção mais adequada, levando em consideração o prognóstico
(WITTENBORN, 1999). Com base nesses dados coletados, é capaz de realizar
encaminhamento adequado às necessidades do paciente atendido (RIGONI & SÁ, 2016).
Vale destacar que a Avaliação Psicológica diferencia-se da Testagem Psicológica, são
termos distintos, embora relacionados. Ambas as duas práticas são confundidas e até
compreendidas como sinônimos. Em relação à primeira é um processo amplo e mais
complexo e envolve a integração de informações oriundas de diferentes fontes incluindo
testes, entrevistas, observações, entre outras. Enquanto, a segunda pode ser considerada como
uma etapa da Avaliação Psicológica, em que sua principal fonte de coleta de informação são
exclusivamente os testes psicológicos de diferentes tipos (CPF, 2013; PRIMI,
NASCIMENTO & SOUZA, 2004).
Ademais, seguindo o pensamento de Alchieri e Cruz (2003), o modo para conhecer
os processo psicológicos podem advir tanto de procedimentos que visam o diagnóstico e
prognóstico, quanto de outros que examinam as condições psicológicas, analisando a
estrutura e a dinâmica de funcionamento, avaliando competências, habilidades, inteligência,
entre outros.
Assim como já mencionado anteriormente, durante o processo de avaliação
psicológica diversas técnicas e instrumentos podem ser utilizados a fim de coletar as
informações pertinentes a cada caso, abaixo serão abordadas algumas que foram utilizadas
para investigação do estudo. Pode-se citar primeiramente a anamnese, um recurso muito
empregado dentro da prática clínica na área da saúde e é uma etapa de extrema importância.
É um tipo de entrevista realizada para investigar a história do examinando, ou seja, os
aspectos de sua vida considerados relevantes para a demanda trazida (Silva & Bandeira,
2016). A realização da anamnese auxilia a trazer consciência dos fatos relacionados à
queixa e história do examinando, buscando a relação entre os aspectos da vida do sujeito e o
problema apresentado (Cunha, 2000).
Como forma de analisar com maior propriedade o caso, dois instrumentos foram
utilizados para medidas de indicadores de saúde mental, sendo o Mini Mental e o uso de
Escala (Escala Transversal de Sintomas de Nível I). O Mini Mental elaborado por Folstein et
al (1975), é um dos testes mais empregados e mais estudados em todo o mundo. Usado
isoladamente ou incorporado a instrumentos mais amplos, permite a avaliação da função
cognitiva e rastreamento de quadros demenciais.
Já em relação a Escala Transversal de Sintomas de Nível I de acordo com Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM- 5 (2014), é uma escala autoaplicável
possui 23 perguntas com o intuito de avaliar 13 domínios importantes a serem considerados
nos transtornos psiquiátricos, sendo eles: depressão, raiva, mania, ansiedade, sintomas
somáticos, ideação suicida, psicose, distúrbio do sono, memória, pensamentos e
comportamentos repetitivos, dissociação, funcionamento da personalidade e uso de
substância.
Durante os encontros também foi crucial empregar a técnica da observação clínica.
Dentro do campo psicológico, surge-se o objetivo de capturar aquilo que não é exclusivo à
audição ou apenas do olhar destreinado, sendo necessária a atenção focada no paciente para
compreensão dos comportamentos e sentimentos provenientes dos atendidos (Arpini, et. al,
2018).
ALCHIERI, João Carlos; CRUZ, Roberto Moraes. Avaliação Psicológica: conceito,
métodos e instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
Anastasi, A., & Urbina, S. (2000). Testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.
Rigoni, M. & Sá, S. D. (2016). O processo psicodiagnóstico. In: Hutz, C.S, Bandeira, D. R.;
Trentini, C.; & Krug, J.S.; Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed.