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No texto é dado ênfase no ciclo refrigerante por compressão, também é introduzido o conceito de gás

refrigerante para a melhor compreensão do leitor. O conceito é dado por “O papel do refrigerante é
funcionar como um veículo de transporte de energia entre as regiões de baixa e alta temperatura”.

De posse dessas informações ainda é falado sobre refrigerantes hidrofluorcarbonos (HFCs) que foram
desenvolvidos nos anos 80 e 90 como refrigerantes alternativos aos CFCs e HCFCs. Os HFCs não contêm
cloro e dessa forma não destroem a camada de ozônio, mas contribuem para o processo de
aquecimento global. Por agredirem a camada de ozônio os refrigerantes HCF´s se enquadram dentro dos
gases que devem ser reduzidos de acordo com o acordo de Quiato. Para substituição dos gases HFCs,
estão sendo utilizados graças ao avanço tecnológico a utilização de gases naturais tais como os
hidrocarbonetos, amônia, CO2 e água. Estes gases são considerados adequados dentro da perspectiva
de desenvolvimento tecnológico sustentável, segundo o texto. Para entender a magnitude do problema
a ser resolvido com a quantidade de HCF´S utilizados atualmente, é relatado que em países
desenvolvidos o gasto energético com contas de luz chega em torno de 10 a 20 por cento do consumo
da eletricidade. No artigo é demonstrado um circuito de refrigeração de evaporação por compressão,
contendo evaporadora, condensadora e dispositivo de expansão. Setas indicam o sentido do fluxo de
trabalho do sistema que tem por objetivo transportar calor.

Na figura dois fica claro a trajetória e evolução da utilização dos gases até os dias atuais.

1834: Refrigeração por compressão de vapor utilizando éter etílico

1880-1920 amônia, ácido sulfúrico, dióxido de carbono e propano

1930-1940 CFCs (R-12, R-11, R-114, R-113)

1950 HCFs (R-22, R-502 )

Teoria da destruição de Ozônio ( Molina e Rowland)

1987 Protocolo de montreal (eliminação de CFCs e HCFCs, desenvolvimento do uso de HFCs)

1992 Convenção do clima (UNFCCC)

1997 Protocolo de kyoto (redução das emissões de CO2, N2O, CH4, HFCs, PFCs, SF6).

Em seguida é tratado da dificuldade da eliminação dos gases HCFCs.

É então demonstrado que em 2006 a produção global de HCFC era de 34.000 toneladas de PDO
potencial de destruição de ozônio. O principal gás refrigerante HCFC utilizado é o R-22 ou
diclorodifluormetano.

Para então resolver o problema foi estipulado um acordo no 20° aniversário do protocolo de Montreal,
onde foi estabelecido um cronograma aos quais devem ser seguidos pelos países em desenvolvimento e
industrializados. O acordo estipula um prazo e uma redução aos quais os países devem se comprometer
em realizar reduzindo assim a utilização de HCFs, e consequentemente reduzindo os impactos
ambientais gerados pela utilização de tais refrigerantes.

Além dessas medidas, ainda foram adotradas por várias regiões do mundo regulamentos de contenção,
desta forma prevenindo a emissão desses gases nocivos ao meio ambiente.
De acordo com esse regulamento, unidades de refrigeração estacionárias e ar condicionado com mais
de 3 kg de carga de refrigerante (6 kg para unidades herméticas), devem:

- prevenir vazamento e reparar qualquer fuga o quanto antes;

- organizar a recuperação adequada do refrigerante por pessoal certificado durante as operações de


manutenção e disposição;

- realizar avaliações regulares para verificação de vazamento (por exemplo ao menos uma vez a cada
três meses para aplicações com 300 kg ou mais de gases de fluorados) por pessoal competente e
certificado; - manter registros de refrigerantes e de manutenção;

- etiquetar os equipamentos contendo gases fluorados

De acordo com essa legislação, em equipamentos não estacionários (por exemplo, unidades móveis em
caminhões) e quaisquer outros produtos contendo gases fluorados, operadores devem assegurar que
pessoal, adequadamente qualificado, seja utilizado para recuperar gases.

Refrigerantes naturais:

Os refrigerantes naturais são muito baratos, o que tem um efeito positivo não só no custo associado à
carga inicial de refrigerante de uma instalação, mas também, considerando os custos operacionais
devido à necessidade de reposição em função dos vazamentos. Por outro lado, em face da questão de
segurança, estima-se que os custos de investimento para instalações usando “refrigerantes naturais”
são sempre 10 a 20 por cento mais alto que para instalações usando refrigerantes sintéticos,
dependendo do tipo e tamanho do sistema.

Soluções:

Os fabricantes de sistemas de ar-condicionado veicular estão testando refrigerantes

alternativos para atender às necessidades de longo prazo de fabricantes automotivos. Atualmente

há duas alternativas em apreciação: R744 (dióxido de carbono) e R1234yf (um HFC insaturado).

Ambos têm GWP baixo, são de baixa toxicidade e, enquanto R744 é não inflamável, R1234yf tem

uma classificação de baixa flamabilidade. Essas alternativas estão em diferentes fases de testes

e de desenvolvimento, e não está claro se um ou ambos serão adotados para sistemas de ar

condicionado veicular.

O dióxido de carbono está sendo utilizado em sistemas de refrigeração para supermercados, tanto em
sistemas de expansão direta quanto em sistemas em cascata, com dióxido de carbono no estágio de
baixa temperatura e amônia ou R404A no estágio de média temperatura. Além desse uso, uma outra
aplicação desenvolvida e comercialmente disponível é constituída por bombas de calor para
aquecimento de água residencial. Outras aplicações estão em fase de desenvolvimento e avaliação, tais
como ar-condicionado veicular e equipamentos compactos de refrigeração (“freezers, displays, vending
machines”).

Conclusão:
Alternativas para uso de refrigerantes e metas de eficiência são provavelmente os principais
motivadores hoje para inovações em equipamentos de refrigeração e ar-condicionado. Opções técnicas
estão sendo desenvolvidas para reduzir a carga de refrigerante em equipamento, dessa forma
diminuindo as emissões de refrigerantes e cooperando para o uso responsável de todas as alternativas.
Em face do desenvolvimento tecnológico e da adoção de políticas de sustentabilidade, pode-se prever
um aumento de aplicações de refrigerantes naturais. Cada refrigerante natural terá um nicho de
aplicação substituindo mais e mais refrigerantes constituídos por gases de efeito estufa (GEE). A
tecnologia de refrigerantes hidrocarbonetos está consolidada na refrigeração doméstica e comercial,
“stand alone”, e está se desenvolvendo em outros segmentos (uso como refrigerante primário em
sistemas secundários de refrigeração para supermercados e “chillers”). Dióxido de carbono está tendo
uma utilização crescente em sistemas de refrigeração para supermercados, tanto em sistemas de
expansão direta quanto em sistemas em cascata. O uso de sistemas indiretos em 168 supermercados
(aplicando fluidos de transferência de calor em sistemas secundários) está crescendo, uma vez que
permite o uso de fluidos refrigerantes naturais inflamáveis e/ou considerados tóxicos como refrigerante
primário. Devido à falta de mecânicos qualificados nos países em desenvolvimento, para trabalhar com
tecnologias de refrigerantes hidrocarbonetos, amônia e CO2 , são necessárias ações de capacitação e
treinamento. Normas técnicas devem ser criadas nos países em desenvolvimento considerando, como
referência, normas internacionais existentes para assegurar o uso de refrigerantes naturais com
segurança.

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