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PROJETO MULTICAMPI SAÚDE

ATENÇÃO À SAÙDE DA CRIANÇA

DIÁRIO DE CAMPO
1. Dados do aluno
Nome:
Matrícula:
Curso:
Preceptor:
Supervisora:

2. Caracterização do campo
Percepção do aluno
A meu ver, o atendimento feito em Unidades de Estratégia Saúde da Família é de suma
importância para uma assistência integral e equânime da população, o qual visa promover a qualidade
de vida dos indivíduos. As parcerias com outros programas, a presença dos agentes comunitários de
saúde e consultas multiprofissionais ofertadas pelo programa busca o alcance em maior proporção à
comunidade em que este está inserida. Na Unidade presente no Conjunto Radional II, localizada no
bairro da Condor, é dirigida por uma enfermeira e um enfermeiro. Os mesmos são responsáveis por
conduzir o trabalho da equipe multiprofissional, bem como dos agentes comunitários, estes são
responsáveis pelas reuniões e desenvolvimento de metas a serem alcançadas (adesão da população ao
programa, consultas de puericultura, HiperDia, vacinação, entre outros).

2.1 Dados do serviço


Estrutura física: Constituição Administrativa: sala de recepção, recepção (na qual é o local
onde são guardados os prontuários), almoxarifado, sala de espera (corredores próximos aos
consultórios), sala de reuniões a qual também é a sala dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e
farmácia; Atendimento Clínico: sala de vacina, sala para coleta onde na mesma também funciona a
sala de curativo e de procedimentos, consultório médico, consultório de enfermagem, consultório
odontológico; e Estrutura de Apoio: sanitário, banheiro para funcionários, copa/cozinha, depósito
de material de limpeza e central de material e esterilização.
Equipe: dois enfermeiros, uma médica, um odontólogo, duas técnicas de enfermagem, dezenove
ACS’s e equipe de apoio. Cada enfermeiro é responsável por uma quantidade de ACS; sendo nove
acompanhados pela enfermeira e dez acompanhados pelo enfermeiro. O enfermeiro, o qual foi meu
preceptor, criou dois subgrupos de agente de saúde em sua equipe a fim de organizar a quantidade de
famílias e microáreas as quais os mesmos estariam responsáveis.
O acesso é por busca espontânea e o fluxo é organizado da seguinte forma: o agendamento
começa às 08h00min , nas segundas acontecem as consultas de puericultura das crianças, nas terças
ocorrem alguns atendimentos dos enfermeiros e médica (quando reagendadas dos outros dias) e
organização e balanço das medicações e reuniões com os profissionais, as quartas ocorrem consultas
às gestantes e saúde da mulher, nas quintas há atendimento do HiperDia e coleta de PCCU, nas sextas
os atendimentos são por demanda espontânea (diversos) e saúde mental.

3. Diagnóstico de situação de rede


Quanto à população alcançada pela ESF Radional, em relação ao gênero, tem-se 2.888 mulheres
(46.78% do gênero feminino) e 3.285 homens (53.22% do gênero masculino) atendidos pela equipe
coordenadaos pelo enfermeiro. Na tabela 1 é possível identificar esses números, sendo estes divididos
pelo sexo e faixa etária dos indivíduos e na figura 1 é possível identificar o percentual de homens e
mulheres de um total de 6.173 pessoas.

Tabela1. Gênero e faixa etária da população atendida pela equipe coordenada pelo enfermeiro da
ESF Radional.

Faixa etária sexo feminino Faixa etária sexo masculino


< 1 = 20 < 1 = 25
1 – 4 = 139 1 – 4 = 138
5 – 6 = 92 5 – 6 = 104
7 – 9 = 138 7 – 9 = 127
10 – 14 = 218 10 – 14 = 235
15 – 19 = 231 15 – 19 = 219
20 – 39 = 1045 20 – 39 = 900
40 – 49 = 544 40 – 49 = 442
50 – 59 = 324 50 – 59 = 366
60 a mais = 534 60 a mais = 332
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.
Figura 1. Percentual levando em consideração o gênero da população atendida pela ESF Radional.

Masculino
53,22%

Feminino
46,78%

Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.

Relacionado aos determinantes sociais, alguns fatores são de extrema importância para que a
população tenha qualidade de vida. Vale frisar que o grau de desenvolvimento está diretamente
relacionado à escolaridade, renda, saneamento básico e outros fatores como a procura pelos
atendimentos de saúde, sendo estes públicos ou privados. A tabela 2 descorre sobre as famílias e
pessoas cadastradas na Unidade ESF Radional.

Tabela 2. Famílias e indivíduos cadastrados na Unidade ESF Radional, no bairro da Condor.


Famílias e pessoas cadastradas na Unidade Quantidade Percentual
Famílias cadastradas 1234 19,99
Pessoas cadastradas 5230 84,72
População 6173 100,00
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.

Sabe-se que devido a alguns fatores sociais e a espera para atendimentos em serviços
fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), algumas pessoas optam por coberturas de planos de
saúde. Em relação ao número populacional alcançados pela Unidade Saúde da Família no bairro na
Condor, observa-se que 11,08% da população local possuem planos de saúde, dados estes presentes
na tabela 3.

Tabela 3. Percentual quanto à população, na Condor, com cobertura de plano de saúde.

Quantidade de pessoas com plano de saúde Quantidade Percentual


Pessoas com cobertura de plano de saúde 684 11,08
População 6173 100,00
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.
A educação é um dos direitos fundamentais e parte das necessidades humanas para o
desenvolvimento de uma sociedade. Sabe-se que um dos indicadores de carência de uma comunidade
está diretmente ligado ao nível educacional da população e da quantidade de escolas presentes. A
seguir, na tabela 4, há presente os dados referentes à escolaridade da população do bairro.

Tabela 4. Crianças matriculadas na escola e quantidade de pessoas alfabetizadas com idade a partir
dos 15 anos.

Crianças matriculadas na escola e alfabetização da população Quantidade Percentual


Crianças de 7 – 14 nos na escola 720 11,66
Pessoas de 15 anos ou mais alfabetizadas 4353 70,52
População 6173 100,00
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.

Em relação ao sanemaneto básico e o consumo de água potável, através dos dados coletados por
meio de documentos na unidade, foi possível levantar algumas informações que viabilizassem a
percepção sobre as necessidades da população frente a estes fatores. A tabela 5 discorre sobre as
condições da água que a população consome.

Tabela 5. Condições da água a qual os moradores do conjunto Radionl II acompanhados pela equipe
da ESF fazem uso.

Água para consumo Quantidade Percentual


Filtração 343 5,56
Fervura 23 0,37
Cloração 182 2,95
Mineral 89 1,44
Sem tratamento 336 5,44
Rede Pública 867 14,05
População 6173 100,00
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor

A situação de moradia implica diretamente no processo de saúde e doença, uma casa com
estrutura de qualidade sem humidades, arejada, higienizada poderá viabilizar a qualidade de vida à
populção. A partir do levantamento dos dados, é possível identificar as condições de residência dosa
moradore da Condor na tabela 6.

Tabela 6. Condições de moradia dos habitantes do conjunto Radional II acompanhados pela equipe
da ESF.

Situação de Moradia Quantidade Percentual


Tijolo/adobe 930 15,07
Taipa revestida 12 0,19
Madeira 97 1,57
Material aproveitado 02 0,03
População 6173 100,00
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.

O lixo produzido pela população e a forma como são armazenados e coletados induz no bem
estar e em que circunstâncias o mesmo afetará a saúde dos sujeitos. A tabela 7 retrata em que
conjunção se encontra o lixo gerado pelos pacientes acompanhados pela equipe da ESF Radional II.

Tabela 7. Condições do lixo produzido pelos habitantes do conjunto Radional II, no bairro da Condor.

Situação do lixo Quantidade Percentual


Coletado 1027 16,64
Enterrado 0 0,00
Céu aberto 20 0,32
População 6173 100,00
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.

Existem diversos fatores que corroboram para o adoecimento de cada indivíduo, tais são:
imunidade, alimentação, sedentarismo, situação de moradia, residir em locais que não haja
saneamento básico, contato com outros doentes, entre outros. A tabela 8 descreve as principais
doenças ou condições de saúde em que os habitantes do conjunto Radional II se encontram.

Tabela 8. Doenças das quais os indivíduos estão acometidos e condições em que se encontram alguns
dos habitantes do conjunto Radional II.

Doenças ou condições referidas Quantidade Percentual


Alcoolismo 51 0,83
Chagas 00 0,00
Deficiência física 55 0,89
Diabetes 140 2,27
Deficiência Mental 65 1,05
Epilepsia 16 0,26
Gestante - 0 a 19 anos 05 0,08
Gestante - 20 anos ou mais 17 0,28
Hipertensão arterial 463 7,50
Hanseníase 48 0,78
Malária 01 0,02
Tuberculose 01 0,02
Acamados e Domiciliados 25 0,40
Fazem parte do HiperDia 22 0,36
Usuários de drogas 11 0,18
População 6173 100,00
Fonte: Estratégia Saúde da Família, Condor.

4. Redes de Atenção em Saúde presentes no território


Além da Unidade Estratégia Saúde da Família, os cidadãos do bairro da Condor contam com
atendimento da Unidade Municipal de saúde (UMS), a qual conta com atendimento de especialidades
como: médico clínico geral, pediatra, ginecologista, dermatologista, nutricionista, psicólogo,
enfermeiros e odontólogos. A UMS também conta com o programa do HiperDia, realiza de exame de
tuberculose e hanseníase, teste do pezinho, pré-natal, planejamento familiar e sala de vacinação.
Como anteriormente citado, os moradores contam com equipe de Agentes Comunitários de Saúde da
ESF e programa Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF).

5. Atenção integral à Saúde da Criança


Durante o período de estágio multicampi foi possível observar por meio da caderneta da criança,
análise de prontuários e diálogo com os profissionais da unidade a frequência em que as crianças
eram acompanhadas nas consultas de puericultura e imunização através da vacinação. Além disso, as
visitas domiciliares com os agentes comunitários permitiram a investigação das condições de moradia
e higiene dos locais em que os pacientes pediátricos residiam. Infelizmente as crianças não eram
acompanhadas devidamente pelos profissionais por conta de descaso ou falta de tempo (por conta dos
empregos dos mesmos) dos familiares e responsáveis.
No decorrer dos atendimentos e visitas domiciliares verificou-se que havia uma grande
quantidade de crianças com escabiose e vacinas atrasadas. Alguns itens sobre o crescimento e
desenvolvimento da criança da caderneta não estavam avaliados, tais como: gráficos de crescimento,
instrumento de vigilância do desenvolvimento e registro de vacinas. Também foi possível identificar
que alguns dos responsáveis haviam perdido as cadernetas, o que prejudicou a identificação de
possíveis falhas no acompanhamento das crianças. Ao longo das consultas houve o aconselhamento
às mães de bebês de 0 a 6 meses de vida sobre o aleitamento exclusivo e introdução alimentar a partir
dos 6 meses de vida.
Em relação às crianças com vacinas atrasadas, aos pais e responsáveis foi explicado sobre a
importância da imunização e as diversas doenças que essa ação pode evitar, feito aprazamento
(consultas e visitas) e vacinação (na unidade), bem como sobre hábitos de higiene dos filhos e até dos
próprios familiares que implicam no apareciemento de enfermidades.

6. Criança guia
A criança escolhida para acompanhamento foi selecionada durante visita domiciliar, a mesma do
gênero feminino de 2 anos e 6 meses, com altura 87 centímetros de comprimento (adequados para
idade e desenvolvimento), à ausculta pulmonar murmúrios vesiculares com crepitação em base
esquerda de pulmão, apresentava tosse com secreção a uma semana, estava com esquema vacinal
atualizado e havia realizado tratamento para escabiose e pediculose prescrito por médica da unidade
durante visita domiciliar. Apesar da mesma estar com o esquema de imunização atualizados, a mãe
não fazia acompanhamento da criança através das consultas de puericultura por se recusar a acordar
cedo.
A criança era acompanhada apensas durante as visitas e quando familiares a levavam na unidade
para fazer vacinação. Foi realizado aconselhamento sobre higiene, alimentação e horários de sono da
menina, e solicitado que a genitora comparecesse na unidade para aprazamento de consulta e
realização de exames laboratoriais, no entanto, durante o mês de estágio a mesma não compareceu.
Além dessa criança outras foram acompanhadas e boa parte delas encontravam-se em situação de
vulnerabilidade devido o não comparecimento das mesmas na unidade para acompanhamento, a partir
disso foi escolhida uma nova criança guia.
Bebê de 1 mês de vida, com esquema vacinal desatualizado e sem registro de nascimento devido
recusa do genitor em registrar paternidade. Mora com a mãe e demais familiares, no total oito pessoas
em cômodo pequeno, em situação de vulnerabilidade e condições de moradia precária a criança divide
a mesma cama com a mãe, avó, tia e mais três crianças. Mãe, de 19 anos de idade, afirma que não faz
o acompanhamento de saúde do bebê por criança não ter certidão de nascimento. Foi explicado à mãe
sobre a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e a introdução alimentar
a partir deste, sobre os cuidados com higiene e possibilidade de criança dormir em outro local (ex:
rede), sobre a importância e direito do registro de nascimento, no qual, apesar da recusa do pai, a
criança necessita do mesmo para fins legais. Houve aprazamento das vacinas e consultas de
puericultura da criança.
Por ter sido escolhida ao final do período de estágio multicampi houve diálogo com a agente
comunitária de saúde para que a criança fosse acompanhada pelo grupo seguinte, enfermeiros e
médica da ESF a fim de que fosse observado o cumprimento do que foi solicitado à mãe e acompanhar
o desenvolvimento da criança referida.

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