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A Origem da Língua Japonesa e as suas Principais Características

Há muitas hipóteses sobre a origem da língua japonesa. Essas hipóteses baseiam-se em


semelhanças linguísticas, em termos fonéticos e morfossintáticos e em outros casos, culturais e
históricos. Pelo fato de a língua japonesa ser escrita com os ideogramas chineses, muitas
pessoas atribuem facilmente a sua origem à língua chinesa e, outras, pela semelhança
sintática, à língua coreana. Há outras hipóteses também que sugerem que sua origem são as
línguas austronésias.

As línguas austronésias são uma família de línguas que foram utilizadas pelas populações da
região de Madagáscar (a oeste) até a região da Polinésia (a leste) e que gerou muitas das
línguas que são faladas atualmente nessas regiões, como o malaio e o tétum.

No entanto, até os dias atuais ainda não há alguma evidência cabal para comprovar essas
hipóteses. Quem tiver interesse poderá aprofundar os estudos na vasta literatura existente
sobre a linguística contrastiva.

A linguística contrastiva é um ramo da Linguística Aplicada responsável por estudos e análises


comparativas entre uma língua materna e uma outra língua com o objetivo de encontrar
semelhanças e diferenças entre elas.
Apesar de não ter sua origem ligada diretamente à língua chinesa, a partir do século VIII,
quando surgiu a literatura escrita no Japão, os japoneses tomaram de empréstimo uma
infinidade de palavras desse idioma. Mais tarde, houve três movimentos de empréstimos
linguísticos: ibérico, holandês e ocidental. O ibérico durou da metade do século XVI até a
metade do século XVII, iniciado por jesuítas portugueses. Durante esse período, adentraram no
léxico do japonês palavras da língua portuguesa e da língua espanhola.

No século XVII, o Japão fechou os portos aos estrangeiros, limitando o comércio apenas aos
holandeses. Durante os dois séculos de duração desse movimento holandês, foi tomada de
empréstimo uma gama de palavras científicas advindas da língua holandesa. Posteriormente,
da metade do século XIX em diante, até os dias atuais, os japoneses passaram a utilizar
palavras de países de grande poder no período pré Primeira Guerra Mundial, como a Rússia, a
França, a Alemanha e a Inglaterra. A derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial e o grande
desenvolvimento dos Estados Unidos no pós-guerra, no entanto, fez com que o empréstimo de
palavras do inglês americanos fosse ainda maior do que o de outras línguas ocidentais.

Portanto, resumidamente podemos dizer que a língua japonesa moderna é formada por
palavras de origem genuinamente japonesa (​wago​ ou ​yamatokotoba​); de origem chinesa
(​kango​); de origem estrangeira que não são originadas e não possuem relação com a língua
chinesa (​gairaigo​); e palavras híbridas (​konshugo​), que são vocábulos originários da junção de
palavras de origens diferentes.

Vamos a um exemplo utilizando uma frase e a destrinchando.

Nihon ni ryokou shita toki, atarashii bideo geemu wo katta​.


(Quando viajei para o Japão, comprei um novo video game.)

Agora, observe, a seguir, a origem dos axos das seguintes palavras híbridas:

Chousugata terebi
(TV ultrafina)
A palavra japonesa ​terebi ​(televisão, em língua portuguesa) além de ser uma abreviação da
palavra terebijon (da língua inglesa, television) é formada por radicais de origens diferentes.
‘Tele’ é de origem grega, enquanto ‘vision’ é latina.

Países que falam a Língua Japonesa

Quando se trata da língua japonesa, é comum pensarmos que ela é falada apenas no
arquipélago japonês. No entanto, há vários países e comunidades no mundo em que essa
língua é usada, como no Brasil, onde há imigrantes japoneses, seus descendentes e
aprendizes brasileiros. Quando pessoas de formação cultural e linguística diversificada falam
em contextos diferentes, é natural que esse idioma sofra influências socioculturais desse meio.
Mais adiante, vamos falar sobre a variação na língua japonesa, em relação à descendência
nipônica, por exemplo. Em algumas definições que aparecem em pesquisas acadêmicas, os
imigrantes e seus descendentes são denominados de nikkei. E o Brasil é o país que possui a
maior comunidade nikkei fora do Japão.

Além do Brasil, podemos citar outros países onde há imigrantes: Canadá, Estados Unidos,
México, República Dominicana, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai,
Argentina, Chile, Reino Unido, China, Filipinas etc.
A escrita japonesa é diferente da escrita que se utiliza na maioria dos países do ocidente,
baseada em caracteres romanos. Dessa forma, ao longo dos anos, estudiosos desenvolveram
diferentes sistemas de romanização – ou seja, formas de escrita que pudessem representar a
língua japonesa no alfabeto ocidental –, sendo que os três sistemas de romanização mais
famosos: sistema ​Hepburn​, ​Nihon shiki​ e ​Kunrei shiki​.

Um dos sistemas mais utilizados é conhecido como ​Sistema Hepburn,​ e foi estabelecido no
final do século XIX pelo missionário norte-americano James Curtis Hepburn, de onde vem o
seu nome. Este será o sistema utilizado em nosso material de estudo, abaixo confiram a tabela
de como ele esquematizou a língua japonesa em romaji.

Confiram no site para uma melhor visualização: ​What is Hepburn romanization? (sljfaq.org)
Proposta de Atividade

Como acabamos de introduzir o Hiragana, vamos praticá-lo?

Escreva o nome dos países em Hiragana​ e também​ grave um áudio​ para enviar no grupo
com o nome de cada país.

Argentina - Aruzenchin 
Brasil - Burajiru 
Bolívia - Boribia 
Canadá - Kanada 
Chile - Chiri 
China - Chuugoku 
Colômbia - Koronbia 
Estados Unidos - Amerika ou Beikoku 
Filipinas - Firipin 
México - Mekishiko 
Peru - Peruu 
Paraguai - Paraguai 
Reino Unido - Igirisu ou Eikoku 
República Dominicana -   
Uruguai - Uruguai 
Venezuela - Benezuera 

Dessa vez não enviarei exemplo, tentem, e caso tenham dúvidas da pronúncia, podem pedir
ajuda no grupo do WhatsApp.

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