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2012 Unicentro Hist PDP Veronica Tebinka
2012 Unicentro Hist PDP Veronica Tebinka
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
VERÔNICA TEBINKA
UNIDADE TEMATICA
IRATI
2012
VERÔNICA TEBINKA
IRATI
2012
“A fome de 1932-1933 na Ucrânia foi um
acto de genocídio dirigido contra o povo
ucraniano. Foi um dos crimes mais graves
cometidos contra ele, durante a época do
totalitarismo.”
Armand De Decker
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO...........................................................................................07
2. ATIVIDADES ..................................................................................................09
2.1. A HISTÓRIA DA UCRÂNIA E SUA RELAÇÃO COM A IMIGRAÇÃO
PARA O BRASIL E PRUDENTÓPOLIS.....................................................09
2.2. INVESTIGANDO AS IDEIAS PRÉVIAS DOS ALUNOS.......................11
2.3. 1º TEXTO: HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO UCRANIANA.........................11
2.4. 2º TEXTO: UCRANIANOS NO BRASIL...............................................12
2.5. 3º TEXTO: A CHEGADA.......................................................................12
2.6. 4º TEXTO: REGISTRO DE IMIGRANTES............................................12
3. IMIGRAÇÃO UCRANIANA E MUSEU..................................................................13
3.1. ATIVIDADE...............................................................................................14
4. REVOLUÇÃO RUSSA X IMIGRAÇAO UCRANIANA...........................................14
4.1. ATIVIDADE...............................................................................................15
5. HOLODOMOR EM DEPOIMENTO........................................................................15
5.1. HOLODOMOR: O GENOCÍDIO UCRANIANO.........................................15
5.2. HOLODOMOR O HOLOCAUSTO UCRANIANO.....................................16
5.3. ATIVIDADES (EM GRUPO)......................................................................16
6. TRABALHO COM JORNAIS – CONTEXTUALIZAÇÃO.......................................16
6.1. ATIVIDADE PRÉVIA................................................................................19
6.2. ATIVIDADE COM JORNAIS – PRÁCIA...................................................19
7. LEITURA E ANÁLISE DE REPORTAGENS DO JORNAL PRÁCIA................... 20
7.1. REPORTAGEM 1....................................................................................20
7.2. REPORTAGEM 2 ...................................................................................21
7.3. REPORTAGEM 3 ...................................................................................21
7.4. REPORTAGEM 4 ...................................................................................22
7.5. REPORTAGEM 5 ...................................................................................22
7.6. REPORTAGEM 6....................................................................................23
7.7. REPORTAGEM 7....................................................................................24
7.8. REPORTAGEM 8....................................................................................24
8. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..............................................................26
9. REFERÊNCIAS......................................................................................................28
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1. APRESENTAÇÃO
2. ATIVIDADES
A Ucrânia é um país livre há 21 anos, uma vez que conquistou a sua independência
em relação à Rússia, portanto constitui uma jovem nação que está em processo de
fortalecimento. Uma região com histórico de dominação de tártaro-mongóis e também de
poloneses que escravizavam os ucranianos, levantou-se para a luta quando no século
XVI:
1) Sabe onde fica a Ucrânia? Descreva o que sabe sobre a história ucraniana.
2) O que você entende por imigração?
3) Vocês conhecem a história da fundação de Prudentópolis? O que você conhece
sobre a imigração ucraniana em Prudentópolis?
4) Já ouviu falar do tema Holodomor? Se sim descreva como este fenômeno faz parte
de sua vivencia/experiência?
Após as questões trabalhar-se-á com três textos que retratam o processo imigratório
para o Brasil e especialmente para Prudentópolis. O objetivo é fazer com que o aluno
perceba que a imigração para o Brasil ocorreu em diferentes momentos, sendo que o
período do Holodomor constituiu-se em uma das últimas ondas imigratórias de ucranianos
para o Brasil.
Segue abaixo a referencia dos textos e um pequeno resumo do que estes retratam:
Este texto diz respeito à chegada dos imigrantes ao Brasil e da saída da Europa,
como consta no próprio endereço que será utilizado.
Disponível em http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/estudosbrasileiros/ent-
redoismundos/entredoismundos-2.htm.
Este texto será utilizado no trabalho para compreender o processo pelo qual
passavam os ucranianos na Europa e o contexto no qual seriam inseridos quando
chegassem ao Brasil, haja vista, que no “novo mundo” teriam que enfrentar diversos
desafios para se adaptarem.
Disponível no endereço
http://www.arquivopublico.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=78
Neste texto encontra-se quase 100 mil registros de imigrantes que entraram pelo
Porto de Paranaguá no Paraná entre os anos de 1976/1986. O que pode facilitar a busca
da origem do sobrenome de várias pessoas, através da atividade proposta no laboratório.
Os alunos poderão pesquisar e buscar entender um pouco mais da imigração e a origem
de vários sobrenomes, de ucranianos, inclusive provavelmente dos próprios familiares.
A atividade será realizada em dupla sobre o histórico da imigração. Analisar para
onde se deslocaram, a partir da história da imigração ucraniana no Paraná segundo
Oksana Boruszenko (1969) e Valdomiro Burko (1963), bem como as ondas imigratórias.
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A visita ao museu será subsidiada pela teoria na sala de aula, e será utilizada para a
produção de conhecimento histórico, uma vez que o museu não se limita a guardar os
objetos, e, sim a evidenciar parte da história contida naquilo que expõe. Bittencourt (2009,
p.355), argumenta que:
3.1 ATIVIDADE:
Após a visita ao museu será proposto que os alunos comentem suas impressões a
respeito do que verificaram no local e contextualizem as informações por escrito.
Realização de um debate a cerca das fontes ali encontradas e sua importância
histórica, com argumentação livre de um minuto para cada aluno, num total de duas
aulas, com a mediação da professora. Dessa maneira se poderá compreender e
relacionar o abstrato com o concreto.
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A Revolução Russa precisa ser trabalhada com os alunos para se chegar até a
temática proposta, uma vez que, é dentro do regime instaurado que iniciaram as invasões
na Ucrânia, devido às políticas sociais implantadas pelo governo. Mas que concentrou
propriedades e condicionou a morte de milhões deles.
Partindo desse pressuposto o trabalho justifica-se porque ao analisar o material
didático disponível para os alunos, percebe-se que há uma lacuna com relação ao
processo de expansão territorial soviético pós-Revolução Russa que afetou diretamente
alguns países, como por exemplo, a Ucrânia. Além disso, o Holodomor não é citado nem
trabalhado pelos livros como uma consequência direta dessa política expansionista.
O trabalho será subsidiado por dois livros didáticos que abordam a Revolução
Russa, sendo eles: Schmidt, Mario Furley, Nova História Critica, e o outro de
Vicentino,Claudio. Projeto Radix.
4.1 ATIVIDADE
A turma será dividida em duas equipes, onde trabalharão os textos de dois autores
diferentes, fazendo a leitura sobre a Revolução Russa, logo após uma plenária para que
entendam as diferentes narrativas sobre a temática e também percebam como o tema do
Holodomor não aparece nos manuais didáticos .
Após o debate os alunos em duplas vão relatar por escrito às conclusões, as quais
serão recolhidas para análises da produção do conhecimento.
Para trabalhar de forma aprofundada, faz-se necessário considerar a fonte na qual o
tema é presente. É no jornal Prácia que se buscará a base da análise deste tema
subsidiado com a visita ao museu e Tipografia, bem como a construção do conhecimento
pelos próprios alunos através da aproximação de diversas fontes.
5. HOLODOMOR EM DEPOIMENTO
Ler ou analisar um jornal é ver constituída opinião sobre diversos assuntos que ali
estão expostos. Esta fonte propicia para os estudantes, mais uma concepção entre várias
existentes sobre determinado fenômeno.
Levando em conta que os jovens e crianças podem estar aprendendo História, e
apresentando dificuldades, o professor precisa inserir o jornal como material didático para
favorecer a análise crítica, e, também deve atentar ao nível e escolarização dos alunos
para que o jornal seja mais um subsídio de fonte para se estudar História.
É preciso compreender que há vários registros do passado, e, essa variedade está
em inúmeras fontes que podem ser exploradas. Preparar o aluno para compreender a
variedade de fontes para se entender melhor a História constitui um desafio atualmente,
uma vez que, a maioria dos adolescentes e crianças priorizam o celular, a internet e
outros meios que fragmentam a compreensão. No entanto, ensinar o aluno a selecionar
em meio a tantas informações é difícil, mas, não impossível. Ensinar o aluno a pesquisar
selecionando na internet pode ser uma das saídas para não fragmentar e desenvolver o
hábito de ver além da informação. Como no Colégio no qual será realizado o trabalho, a
maior parte dos alunos descende dos ucranianos, ou se relaciona com, então o trabalho
de desconstrução do conceito Holodomor se faz pertinente.
Os grupos de ucranianos mantiveram-se unidos no novo mundo, muito em função
das notícias que vinham ao Brasil de seus antepassados, no entanto, não se esgota essa
possibilidade, mesmo porque tentavam sobreviver junto a seus pares partilhando da
mesma religião, linguagem e costumes trazidos da Europa e reconstruídos no meio no
qual se inseriu.
Ano passado foi o granizo que detonou as colheitas. Relatava o nome das famílias
e o numero de pessoas que passavam enormes dificuldades, nem roupa, nem um
pedacinho de pão, além disso, estão doentes e não conseguem credito para
comprar alimentos. A geada é muito forte não há trabalho, nem ajuda financeira de
ninguém. Naquela aldeia eram 180 pessoas famintas. O presidente local
arrecadou 75 quilos de alimentos e dividiu entre as famílias, alimentando
principalmente as crianças que estavam magérrimas e não podiam estudar.
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A ajuda requisitada pelo Padre Simeão, para que possa ser enviado dinheiro,
roupas e alimentos é gritante:
Percebe-se aqui a função social da igreja que tenta mobilizar para o enfrentamento
da fome e miserabilidade com que se encontravam os ucranianos na Europa. Importância
que não pode ser negada, visto que, a instituição religiosa tem seu compromisso social
aqui evidenciado.
7.2. REPORTAGEM 02
Nesta carta é possível averiguar como era a vida nas cooperativas coletivas e as
implicações da grande fome empreendida contra os ucranianos. O fugitivo descreve a
situação e o autor da carta envia as informações a respeito do fenômeno. Esta
reportagem subsidia o entendimento sobre a política Stalinista Russa, haja vista as
cooperativas coletivas eram utilizadas com o fim de promover a socialização da
economia.
7.3. REPORTAGEM 03
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Da Ucrânia, surgem noticias muito tristes a respeito da grande fome que ocorre no
país. Desde janeiro o povo não tem pão. Em alguns povoados estão comendo
palha de trigo torrada, misturada com ervas daninhas e batatinhas. Tudo é torrado
moído e feito pão. A preocupação era com a chegada do outono a fome se
agravaria. Os representantes do governo temiam com a situação, pois, as
colheitas estavam sendo reduzidas completamente.
Devido a grande fome que levava por vezes famílias inteiras, era difícil sobreviver,
pois a produção de trigo dos ucranianos havia sido nacionalizada e estes produzindo
muito, morriam de fome e o governo confiscava propriedades inteiras como legítimo dono,
obrigando populações inteiras a sucumbirem de fome. Como repulsa ao sistema, alguns
deixavam de produzir, como consta no artigo:
Essa prática levou o governo a ampliar a rigidez na postura contra o povo ucraniano,
haja vista, não admitia a propriedade ociosa, e em nome de sua política intensificou o
confisco para matar de fome milhões de pessoas.
7.4. REPORTAGEM 04
[...] Nos últimos tempos muitos ucranianos eram fervorosos bolchevistas, mas
após visitar Ucrânia e URSS, renunciaram ao bolchevismo. Na URSS, mostram
para os turistas tudo muito organizado, belo e atraente. Porém não permitem falar
com o povo, nem visitar as casas para não saberem do grande mal que se passa.
Em Kiev e Harkiv muita miséria, desespero, fome, morte. Não havia luz elétrica.
Nas ruas o povo andava maltrapilho ou nu, pois nas ruas o mato tomava conta que
as pessoas pouco apareciam. As pessoas desacreditavam em qualquer melhoria,
não tinham expectativa nenhuma, esperavam a morte.
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7.5. REPORTAGEM 05
Os trabalhadores recebiam 150 gramas de farinha para fazer pão em casa, tudo
era sem gordura e dividido com a família, geralmente o homem não comia para
alimentar a família. Nas cooperativas o trabalho era árduo, as pessoas não
suportavam de tanta fraqueza, morriam e ficavam caídos no lugar, sem ter um
enterro digno. Morriam mais homens e rapazes. O povo é punido pela fome.
7.6. REPORTAGEM 06
7.7. REPORTAGEM 07
7.8. REPORTAGEM 08
O jornalista descreve o caos das aldeias numa das fazendas coletivas vazias, na
qual alguns morreram e outros haviam sido deportados.
Stalin decretou que toda a nata da inteligência fosse eliminada, levando-os para as
cooperativas coletivas. Eram recolhidas as roupas, móveis, até o lençol que cobria
o berço das crianças, todos os objetos que não tinham muito valor eram
pisoteados no barro.
Durante o inverno, era cavado um buraco no meio da casa, deixando aberto para o
próximo que fosse morrer da família, sempre camuflados esses locais, com a desinfecção
e limpeza para que os visitantes não percebessem:
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O fato de conhecer as proporções que levou a grande fome vivenciada pelo povo
ucraniano, bem como suas consequências a partir do conhecimento a cerca da mesma,
contribui para entender um pouco mais sobre os ucranianos e sua cultura. A identidade do
povo ucraniano depende em grande parte do que viveu e do que seus antepassados
vivenciaram. A luta pela independência, a história da luta contra os invasores e a
dizimação de milhões de seus pares na década de 1930, condicionou sua formação e até
hoje, sugere fazer diferença, mesmo porque, persiste no cotidiano o sofrimento desse
povo perpetuado em suas vidas.
O jornal foi importante veículo de informação para os ucranianos instalados em
Prudentópolis, portanto, trabalhá-lo, é muito importante para compreender a história,
mesmo que parcial. Optou-se pela leitura e análise distribuída em duas reportagens para
cada grupo, e que houvesse a apresentação oral subsidiada pela mediação da
professora. O debate a cerca do assunto Holodomor e os possíveis comentários e
questões levantadas após as apresentações, farão parte desta atividade.
A atividade será desenvolvida em grupo. A sala será dividida em 4 grupos e cada
grupo receberá 2 reportagens elencadas acima. Após uma leitura preliminar pediremos
para que apresentem as reportagens para os colegas e em seguida serão instigados a
contrapor tais informações com as leituras e pesquisas resultantes das atividades que
foram desenvolvidas anteriormente.
8. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O professor até faz uso das fontes na sala de aula, porém, na maioria das vezes,
desconhece o valor dessa ferramenta que é pouco explorada. O uso das variadas fontes
poderia servir como suporte de pesquisa para as aulas de história.
Atualmente o mundo está rodeado de infinitos meios que podem contribuir no
desenvolvimento das práticas metodológicas em sala de aula, principalmente no ensino
da história.
O trabalho com fontes facilita a aprendizagem dos conteúdos para o aluno, porque
ela passa a criar hipóteses, interpretações além de aprender a analisar as várias
narrativas possíveis em história. Assim, segundo Pereira, “[...] a leitura documental
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É preciso deixar claro, porém, que não é proposta do ensino básico a formação de
pequenos historiadores. O que importa é que a organização dos conteúdos e a
articulação das estratégias para trabalhar com eles leve em conta esses
procedimentos para a produção do conhecimento histórico. Com isso, evita-se
passar para o educando a falsa sensação de que os conhecimentos históricos
existem de forma acabada, e assim são transmitidos. (BEZERRA, 2005 p. 44-45).
9. REFERÊNCIAS
FONTES
Jornal Prácia, 1912
Jornal Prácia, 29/01/1932
Jornal Prácia, 10/06/1932
Jornal Prácia, 29/07/1932
Jornal Prácia, 26/08/1932
Jornal Prácia, 01/09/1933
Jornal Prácia, 30/09/1933
Jornal Prácia, 16/06/1933
Jornal Prácia, 11/05/1934
KALENDÁRIO, Basílianos, 100 Anos da vinda dos Padres Brasilianos ao Brasil, 1999.
SITES CONSULTADOS
A CHEGADA
http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/estudosbrasileiros/entredoismundos/entredoismun
dos2.html, acesso em 20/09/2012.