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MANEJO NA ORDENHA

CONTROLE LEITEIRO

MASTITE
Prof.: Saulo Reges
MANEJO NA ORDENHA
 A ordenha é um processo de suma importância tanto no ponto de
vista fisiológico como econômico. Pode ser considerada como
sendo a colheita de um processo de secreção contínua, a qual
demanda aproximadamente 60 a 80% de mão de obra necessária
nos serviços de estábulo.
 O leite sintetizado por um processo contínuo na glândula mamária é
armazenado nos alvéolos, ductos e cisterna da teta.
 O canal de teta é mantido fechado pela existência de um esfíncter
em sua extremidade, evitando assim o escoamento de leite para o
exterior e também a entrada de microrganismos na glândula.
 A retirada do leite da glândula mamária pode ser realizada pelo
bezerro, ordenha manual e/ou ordenha mecânica.
VÍDEO: Manejo de ordenha na Fazenda Santa Luzia:
https://www.youtube.com/watch?v=1DBi4HKt3po
MANEJO NA ORDENHA
SECREÇÃO DO LEITE: O úbere de uma vaca é composto por
quatro glândulas mamárias ou quartos. Cada quarto é uma
entidade funcional própria que opera independentemente e
secreta o leite por seu próprio teto. Geralmente, os quartos
traseiros são levemente mais desenvolvidos e produzem mais
leite (60%) do que os quartos dianteiros (40%).
Sistema de suporte do úbere da vaca.
SECREÇÃO DO LEITE
Ductos e sistemas de secreção do leite
REFLEXO DA EJEÇÃO DO LEITE
 O ambiente deve ser tranquilo e sem estresse e barulho.
 Ordenhadores devem ser treinados.
 As vacas tem melhor desempenho quando seguem uma
rotina padronizada.
 As vacas ficam mais calmas quando tratadas pelo nome.
 O tempo total desde da estimulação inicial até a colocação
da unidade deve ser entre 60 a 90 segundos.
TIPOS DE ORDENHA
ORDENHA MANUAL: A ordenha manual ainda é um processo
muito utilizado na extração de leite no Brasil, sendo esta a que
mais ocupa mão de obra em uma propriedade leiteira. É uma
atividade braçal muito cansativa e de baixa eficiência por
necessitar 80-120 movimentos manuais para a retirada de 1kg de
leite. Na ordenha manual a abertura entre a cisterna da glândula
e a cisterna da teta é fechada pelo estrangulamento da teta entre
os dedos indicador e polegar.
TIPOS DE ORDENHA
ORDENHA MECÂNICA: A ordenha mecânica é hoje a mais
utilizada nos países de pecuária leiteira mais avançada, devida à
grande economia e racionalização da mão de obra e produção
higiênica de leite. Pela ordenha mecânica pode-se atingir 60-100
vacas ordenhadas por hora dependendo do equipamento
disponível. O princípio básico de funcionamento da ordenha
mecânica é a produção de vácuo parcial em um sistema que
permite a entrada controlada de ar.
ORDENHA MECÂNICA
ORDENHA BALDE AO PÉ: O sistema ao pé os animais
podem ser ordenhados no estábulo em uma sala de ordenha.
Assim, a linha de vácuo pode ser posicionada no local de
ordenha escolhido. A cada aproximadamente 1,5 metros existem
as tomadas de vácuo onde se introduz vácuo no pulsador
através de borrachas. O sistema possui baixa eficiência, porém
devido ao seu baixo custo é um dos mais usados nas pequenas
propriedades com rebanhos relativamente pequenos.
ORDENHA MECÂNICA
ORDENHA EM LINHA OU CANALIZADA: O sistema de
ordenha em linha pode ser utilizado tanto no estábulo como na
sala de ordenha. No estábulo além da linha de vácuo, tem-se a
linha do leite que pode ser de vidro ou de aço inox. O leite passa
dos coletores para a linha de leite que termina num reservatório.
VÍDEOS SOBRE ORDENHA
 Tipos de ordenha em vacas leiteiras:
https://www.youtube.com/watch?v=sEEiT-MssyY

 Como escolher sua ordenha mecânica:


https://www.youtube.com/watch?v=CS2bjIgTcDk

 Ordenha voluntária com robô:


https://www.youtube.com/watch?v=e-fo3QaK73k

 Ordenha robotizada aumenta a produção:


https://www.youtube.com/watch?v=wg2_FWK1QaU
SEQUÊNCIA DA ORDENHA MECÂNICA
Para o aproveitamento completo da capacidade de
produção de leite das vacas, a ordenha deve ser obtida em
instalações apropriadas, com o uso de técnicas e equipamentos
adequados, além, do correto manejo higiênico-sanitário, pois em
geral, determina a quantidade e a qualidade do leite.
 LINHA DE ORDENHA: Os animais devem ser conduzidos
calmamente para sala de espera, em seguida é feita a linha de
ordenha para entrada na sala de ordenha.
SEQUÊNCIA DA ORDENHA
 HIGIENIZAÇÃO DOS TETOS E PRÉ-DIPPING: Atualmente
existe uma recomendação quando necessário de lavar
somente as tetas e não o úbere todo. Posteriormente é feita a
Imersão dos tetos em uma solução desinfetante e secagem
individual usando papel toalha.

VÍDEO: A importância do pré e pós dipping na ordenha:


https://www.youtube.com/watch?v=WpioD4vboQw
TESTE DE MASTITE
 CANECA DE FUNDO PRETO: O teste é feito pela retirada de 2 a
3 jatos de leite da cada teta manualmente sobre uma superfície
de cor preta para facilitar a detecção de leite contendo
coágulos ou flocos purulentos associados com infecção da
glândula. Além disso, os primeiros jatos de leite possuem uma
contagem bastante alta de microrganismos e sua eliminação
melhora a qualidade do leite a ser comercializado.
TESTE DE MASTITE
 CALIFORNIA MASTITIS TEST (CMT): colhem-se cerca de 2ml de
cada unidade da glândula em uma bandeja própria e
acrescentam-se mais 2ml do reativo de CMT. Caso haja uma
grande quantidade de células no leite, fato que pode indicar
mamite, a mistura apresentará um aspecto gelatinoso. Caso
contrário, o aspecto da mistura será semelhante à consistência
do leite. A cor da mistura também pode indicar o pH, amostras
alcalinas tornam-se mais azuladas ou arroxeadas.

VÍDEO: Teste de CMT - UEPE-GL UFV: https://www.youtube.com/watch?v=vMr7YVHuUYY


SEQUÊNCIA DA ORDENHA
 COLOCAÇÃO DAS TETEIRAS PARA ORDENHA: Acople as
teteiras cuidadosamente para prevenir a entrada de ar e realize
a ordenha propriamente dita. O intervalo entre o preparo do
úbere e a colocação das teteiras deve ser bastante breve. Os
níveis de ocitocina no sangue decrescem rapidamente depois
de sua liberação pela neurohipófise e acredita-se que após 4 a
6 minutos seus níveis no sangue já não são efetivos.
SEQUÊNCIA DA ORDENHA
 FIM DA ORDENHA E PÓS-DIPPING: não se deve puxar o
conjunto de teteiras, as vacas devem terminar a ordenha por
si. Sempre para a retirada do conjunto deve-se desligar o
vácuo. Após realize o pós-dipping utilizando solução
desinfetante específica. Esse procedimento tem como
finalidade a proteção dos tetos contra os agentes infecciosos
causadores da mastite.
LAVAGEM DO SISTEMA DE ORDENHA
Primeiro enxágue com água limpa para retirar os resíduos de leite,
posteriormente lavar com detergente alcalino diluindo em água
(segundo recomendação do fabricante) com temperatura entre 75 a
80°C. Essa solução deve circular por 10 minutos no equipamento. Em
seguida enxaguar com água na temperatura ambiente para retirar os
restos da solução de limpeza. O detergente ácido deve ser usado na
limpeza dos equipamentos após a ordenha, uma ou mais vezes na
semana e deve ser diluído na água em temperatura ambiente e circular
por 5 minutos no mínimo.
MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE ORDENHA
 Com relação à produção de leite de alta qualidade, três fatores
básicos relativos ao equipamento de ordenha devem ser
considerados: manutenção do sistema, limpeza do equipamento
e resfriamento do leite.
 Os tubos de borracha, borrachas insufladoras, tubulações e
nível de vácuo devem ser verificados antes de cada ordenha,
pois qualquer vazamento pode causar entrada de ar que irá
contaminar o leite, além de provocar um vácuo flutuante que irá
prejudicar o úbere do animal.
 Os resfriadores devem ser esvaziados a cada 48 horas e
higienizados.
MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE ORDENHA
CONTROLE LEITEIRO
O controle leiteiro é um elemento zootécnico essencial ao
melhoramento genético do gado leiteiro. Visa avaliar com
segurança, através dos registros de produção de leite, a
verdadeira capacidade produtiva da vaca, permitindo a seleção
das melhores produtoras, consequentemente, melhorando a
produtividade do rebanho.
CONTROLE LEITEIRO
Vantagens do controle leiteiro:
 Avaliar o rendimento do rebanho, através do controle total
da lactação;
 Racionalizar o uso de concentrados;
 Selecionar os animais de linhagens mais produtivas;
 Estimular a implantação de uma escrituração zootécnica;
 Estimular a competição entre criadores;
 Incentivar os registros leiteiros em associações oficiais;
 Permitir a avaliação de touros.
VÍDEO: Como fazer o controle leiteiro em vacas em lactação:
https://www.youtube.com/watch?v=PQjqhSeOvvY
CONTROLE LEITEIRO
EXECUÇÃO DO CONTROLE LEITEIRO:
 O leite pode ser pesado ou medido diariamente, semanalmente,
quinzenalmente ou mensalmente;
 Deve ser feito em todas as ordenhas do dia;
 Realizar em todas as vacas em lactação;
 Iniciar o controle a partir do 5°dia após a parição até o final da
lactação;
 As ordenhas devem ser completas;
 Anotar as produções de leite em cada ordenha, assim como o
sistema de alimentação e ocorrências diversas no intervalo entre os
controles;
 Sempre que possível, coletar amostras individuais de leite para
análise;
 Todos os animais devem ser identificados.
MASTITE OU MAMITE
A mastite é considerada a doença mais importante do ponto
de vista econômico na produção de leiteira. Trata-se de uma
inflamação na glândula mamária causada por micro-organismos
que invadem o úbere, multiplicam-se e produzem toxinas e
outras substâncias irritantes. Divide-se em contagiosa quando a
transmissão ocorre de animal para animal, e ambiental quando
os micro-organismos que provocam a doença estão no ambiente
em que as vacas vivem.
MASTITE OU MAMITE
FATORES QUE PREDISPÕEM A MASTITE:
 Falta de higiene durante a ordenha;
 Defeitos nas ordenhadeiras;
 Má administração do sistema de ordenha;
 Ferimentos nos tetos;
 Irritação dos tetos;
 Alta carga de patógenos no ambiente;
 Vacas que já tiveram mastite;
 Vacas com idade avançada;
MASTITE OU MAMITE
DANOS CAUSADOS PELA MASTITE:
 Diminuição da produção de leite;
 Perda de um ou mais quartos do úbere;
 Acidez do leite, quase sempre rejeitado pelos laticínios;
 Desvalorização comercial da vaca leiteira, que passa a ser
animal de corte;
 Pode causar a morte do animal, por infecção irreversível.

COMO EVITAR A MASTITE:


Medidas de higiene na ordenha e desinfecção geral nas
instalações devem ser tomadas pelo menos uma vez por mês. A
limpeza diária dos currais, evitando acúmulo de fezes, urina e
combate às moscas etc., não deve ser descuidada. Verificar
diariamente o bom funcionamento da ordenhadeira mecânica.
MASTITE OU MAMITE
TRATAMENTO PARA A MASTITE:
No caso de aparecimento da mastite, deve-se sempre, em
primeiro lugar, procurar a causa. Uma das primeiras providências
é isolar o animal doente. Em se tratando principalmente da
mamite clínica, proceder do seguinte modo:
 Ordenhar vacas com mastite sempre por último, a fim de evitar
a contaminação, quer pela mão dos ordenhadores, quer pela
ordenhadeira;
 Eliminar o leite contaminado (leite mamítico);
 Caso possível, esgotar o quarto infectado o maior número de
vezes durante o dia;
 Se necessário, fazer o tratamento com antibióticos, precedido
do chamado antibiograma. O antibiograma visa identificar qual
ou quais os antibióticos que atuarão sobre os germes
causadores da doença;
 Vacinação.
TIPOS MASTITE
MASTITE CLÍNICA:
O úbere ou o quarto mamário torna-se inchado, de cor
avermelhada, dolorido e quente, o leite apresenta-se aguado ou
grosso, de cor amarelada com flocos ou coágulos, as vezes
presença de sangue, sendo que à medida que a vaca diminui a
produção de leite, diminui o apetite e perde peso.
TIPOS MASTITE
MASTITE SUBCLÍNICA:
Difícil de ser detectada visualmente, aparentemente a vaca está
sadia, o úbere não mostra sinais de inflamação e o leite não apresenta
alteração visual. Entretanto, o número de células somáticas no leite
está aumentando, indicando resposta a infecção, o que gera
diminuição na produção de leite, ocorre também aumento nos teores
de cloro, sódio e diminuição nos teores de caseína, lactose e gordura
no leite. Somente pode ser detectada através de exames de
laboratório, contagem de células somáticas ou testes executados ao
pé da vaca como por exemplo Califórnia Mastitis Test (CMT).
VÍDEOS SOBRE MASTITE
 Como acabar a mastite nas vacas leiteiras:
https://www.youtube.com/watch?v=hpp3wFfgSlA

 Como identificar a Mastite clínica e subclínica:


https://www.youtube.com/watch?v=7boH2I8HEFg

 J.A Online - Mastite Clínica x Mastite Ambiental:


https://www.youtube.com/watch?v=w1JbEM8HLf4

 Mastite Bovina - Prevenção e Controle:


https://www.youtube.com/watch?v=Auf_3l2UlxE
Referências Bibliográficas
 BATISTON, W. C. Gado leiteiro. Campinas: Instituto campineiro de ensino agrícola, 1997, 404 p.
 BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa n° 76 de 26 de novembro de
2018. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750137/do1-
2018-11-30-instrucao-normativa-n-76-de-26-de-novembro-de-2018-52749894IN%2076; Acesso em 21/05/2019.
 BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa n° 76 de 26 de novembro de
2018. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750141/do1-
2018-11-30-instrucao-normativa-n-77-de-26-de-novembro; Acesso em 21/05/2019.
 CHAPAVAL, L; PIEKARSKI, P, R, B. Leite de qualidade: manejo reprodutivo, nutricional e sanitário. Viçosa: Aprenda
Fácil, 2000, 195 p.
 CORRÊA, M. N; RABASSA, V. R; GONÇALVES, S. J. P; BIANCHI, I. Produção animal: Bovinocultura de Leite. Pelotas:
Editora Universitária PREC/UFPEL, 2009, 214p.
 NEIVA, R. S. Produção de bovinos leiteiros. Lavras: UFLA, 1998, 533 p.
 NETO, J. G. Manual do Produtor de Leite. Viçosa: Aprenda Fácil, 2012, 864 p.
 MICHELETTI, J, V. Bovinocultura de leite instalações. Curitiba: Litero,1985, 359 p.
 SILVA, J. C. P. M; VELOSO, C.M. Manejo de Vacas Leiteiras em Confinamento. Viçosa: Aprenda Fácil, 2011, 153 P.
 SILVA, J. C. P. M; VELOSO, C. M. Principais Doenças em Bovinos. Viçosa: Aprenda Fácil, 2011, 184 p.
 TRONCO, V, M. Manual para inspeção da qualidade do leite. Santa Maria: UFSM, 2008, 206 p.
LINKS DE VÍDEOS
Caso tenha interesse de assistir vídeos sobre alguns assuntos vistos anteriormente e só acessar o link abaixo.
 Manejo de ordenha na Fazenda Santa Luzia: 5:12 minutos https://www.youtube.com/watch?v=1DBi4HKt3po
 A importância do pré e pós dipping na ordenha: 4:13 minutos https://www.youtube.com/watch?v=WpioD4vboQw
 Tipos de ordenha em vacas leiteiras: 6:19 minutos https://www.youtube.com/watch?v=sEEiT-MssyY
 Como escolher sua ordenha mecânica: 12:29 minutos https://www.youtube.com/watch?v=CS2bjIgTcDk
 Como acabar a mastite nas vacas leiteiras: 13:40 minutos https://www.youtube.com/watch?v=hpp3wFfgSlA
 Como identificar a Mastite clínica e subclínica: 16:10 minutos https://www.youtube.com/watch?v=7boH2I8HEFg
 J.A Online - Mastite Clínica x Mastite Ambiental: 4:28 minutos https://www.youtube.com/watch?v=w1JbEM8HLf4
 Como fazer o controle leiteiro em vacas em lactação: 6:38 minutos https://www.youtube.com/watch?v=PQjqhSeOvvY
 Teste de CMT - UEPE-GL UFV: 9:47 minutos https://www.youtube.com/watch?v=vMr7YVHuUYY
 Mastite Bovina - Prevenção e Controle: 7:12 minutos https://www.youtube.com/watch?v=Auf_3l2UlxE
 Ordenha voluntária com robô: 5:34 https://www.youtube.com/watch?v=e-fo3QaK73k
 Ordenha robotizada aumenta a produção: 3:17 minutos https://www.youtube.com/watch?v=wg2_FWK1QaU

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