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DIREITO ADMINISTRATIVO II

Teste escrito – 19/05/2023

I – Dê uma noção de:


1 – Direito de oposição administrativa
(2 vals.)

O/A aluno/a deve ser capaz de:


 Enquadrar este direito nas garantias petitórias
 Explicar, brevemente, que este direito é conferido aos chamados contra-interessados
no âmbito de certos procedimentos administrativos

(cf. Francisco Ferreira de Almeida, Direito Administrativo, Almedina, 2018, p. 284)

II – Distinga:
1 – Conversão e anulação administrativa de actos administrativos

O/A aluno/a deve ser capaz de:


 Identificar as diferenças entre os dois conceitos
 Explicar que a conversão é um ato secundário, identificar o artigo 164.º do CPA e a sua
finalidade (isto é, aproveitar os segmentos válidos de um ato ilegal para com eles ser
praticado um outro ato válido
 Explicar que a anulação administrativa é a prática de um ato que determina a
destruição dos efeitos de outros ato com fundamento em invalidade
 Identificar o artigo 165.º do CPA

(cf. Francisco Ferreira de Almeida, Direito Administrativo, Almedina, 2018, p. 229 e 230)

2 – Concurso público e concurso limitado por qualificação prévia


(4 vals.)

O/A aluno/a deve ser capaz de:


 Enquadrar os conceitos nos procedimentos de formação dos contratos públicos
 Identificar as diferenças entre os dois procedimentos, em particular o facto de o
concurso limitado por qualificação prévia ser constituído por duas fases e o concurso
público apenas por uma
 Aflorar brevemente as duas fases do concurso limitado por qualificação prévia
(cf. Francisco Ferreira de Almeida, Direito Administrativo, Almedina, 2018, p. 257 e 258)

III – Comente a seguinte afirmação:


«Nos contratos públicos o poder sancionatório permite ao contraente público fazer
face às situações de inexecução, execução defeituosa ou atraso na execução do contrato».
(6 vals.)

O/A aluno/a deve ser capaz de:


 Enquadrar o poder sancionatório no âmbito dos poderes de conformação da relação
contratual previstos no artigo 302.º do CCP
 Explicar brevemente em que consiste o poder sancionatório e as três modalidades:
resolução sancionatória, sanções pecuniárias e sequestro
 Identificar os artigos 302.º d e 329.p, n.º 1 do CCP
(cf. Francisco Ferreira de Almeida,  Direito Administrativo,  Almedina, 2018,  p. 263 e 270)

IV – Considere a seguinte hipótese:


Em Julho de 2022, A, viticultor, viu ser-lhe recusada pelo IFAP (Instituto de
Financiamento da Agricultura e Pescas, integrado na administração indirecta do Estado) a
atribuição de um subsídio no âmbito da Produção Integrada, apesar de, em seu entender,
preencher todos os critérios de elegibilidade.
Inconformado, resolveu impugnar esse acto de indeferimento, em Setembro de 2022,
junto do Ministro da Agricultura, que, apreciando o caso, decidiu anular a decisão do órgão a
quo.
Pergunta-se:
a) – Que tipo de garantia utilizou A?

O/A aluno/a deve ser capaz de:


 Explicitar que existe uma relação intersubjetiva entre o Ministro da Agricultura e o
Conselho Diretivo do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, no seio da
qual aquele órgão exerce os poderes de superintendência e tutela (mérito e legalidade)
sobre este último, sendo que tal relação resulta de previsão legal;
 Identificar que se trata de uma garantia administrativa, mais concretamente um
recurso administrativo especial e no quadro destes um recurso tutelar, nos termos do
artigo 199.º, n.º 1, al. c) do Código do Procedimento Administrativo (doravante CPA),
uma vez que existe uma relação jurídica de tutela resultante da lei.
b) – Para além da anulação do acto praticado pelo órgão recorrido, que outros efeitos
poderiam resultar da decisão do Ministro da Agricultura?

 Explicitar que a par da anulação do ato administrativo, o ato secundário a ser


praticado pelo Ministro da Agricultura poderá também proceder à modificação ou
substituição dos efeitos jurídicos do ato proferido pelo órgão recorrido/tutelado, o que
resulta da tutela substitutiva e a mesma promane do âmbito desta, nos termos dos
n.ºs 3 e 4 do artigo 199.º do CPA;
 Concretizar que os efeitos seriam, fora a anulação administrativa, em larga medida, de
modificação e substituição do ato recorrido.

c) – Quid juris, caso A reagisse apenas em Novembro de 2022?

 Explicitar que ao regime do recurso tutelar se aplica o regime do recurso hierárquico,


nos termos do n.º 5 do artigo 199.º do CPA;
 Concretizar que tendo o ato recorrido sido proferido em Julho e o recurso tutelar
interposto em Novembro de 2022, o prazo de interposição do recurso seria idêntico ao
do prazo de impugnação contenciosa do ato (três meses, por força do 58.º, n.º 1, al. b)
do Código de Processo nos Tribunais Administrativos), aplicando-se o n.º 2 do artigo
193.º, ex vi n.º 5 do artigo 199.º, ambos do CPA;

d) – Quais as repercussões da reacção de A (em Setembro de 2022), no que toca ao


prazo para uma hipotética impugnação contenciosa do acto do IFAP?

 Explicitar que a instauração do recurso tutelar em Setembro de 2022 seria tempestivo


e que a utilização deste recurso administrativo especial determinava a suspensão do
prazo de propositura das garantias contenciosas/jurisdicionais, nos termos do n.º 3 do
artigo 190.º do CPA;
 Aduzir ainda que embora a sobredita instauração suspenda o prazo, ainda assim, o
recorrente poderia exercitar uma garantia contenciosa na pendência da impugnação
administrativa, nos termos do n.º 4 do artigo 190.º do CPA.
Justifique, fundamentadamente, as suas respostas.
(8 vals.)

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