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Rascunho - 1
Rascunho - 1
DIREITO CIVIL
O novo Código Civil brasileiro contém 2.046 artigos e divide-se em:
Parte Geral: que trata das pessoas, dos bens e dos fatos jurídicos.
Parte Especial: dividida em cinco livros, com os seguintes títulos, nesta ordem: Direito
das Obrigações, Direito de Empresa, Direito das Coisas, Direito de Família e Direito
das Sucessões.
1 - Lei de introdução às normas do direito brasileiro.
É um conjunto de normas sobre normas.
A vigente Lei de Introdução ao Código Civil (Dec.-Lei n. 4.657, de 4-9-1942),
atualmente denominada “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro” (Lei n.
12.376, de 30-12-2010), revogou a antiga, promulgada simultaneamente com o Código
Civil, substituindo-a em todo o seu conteúdo.
Enquanto o objeto das leis em geral é o comportamento humano, o da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro é a própria norma, pois disciplina a sua
elaboração e vigência, a sua aplicação no tempo e no espaço, as suas fontes etc.
Assim, o dispositivo que manda aplicar a analogia, os costumes e os princípios gerais
de direito aos casos omissos (art. 4o) aplica-se a todo o ordenamento jurídico, exceto
ao direito penal (O direito penal admite a analogia somente in bonam partem -
beneficiar o acusado) e ao direito tributário, que contêm normas específicas a esse
respeito.
Quando o art. 3o da Lei de Introdução prescreve que ninguém se escusa de cumprir a
lei alegando que não a conhece, está se referindo à lei em geral. Tal regra aplica-se a
todo o ordenamento.
2 – Características da Lei
Generalidade: dirige-se a todos os cidadãos, indistintamente. O seu comando é
abstrato;
Imperatividade: imposição de um dever de conduta, obrigatório. Essa característica
inclui a lei entre as normas que regulam o comportamento humano, como a norma
moral, a religiosa etc. Todas são normas éticas, providas de sanção. A imperatividade
distingue a norma das leis físicas. Mas não é suficiente para distingui-la das demais
leis éticas;
Autorizamento: é o fato de ser autorizante, que distingue a lei das demais normas
éticas. A norma jurídica autoriza que o lesado pela violação exija o cumprimento dela
ou a reparação pelo mal causado. É ela, portanto, que autoriza e legitima o uso da
faculdade de coagir.
Permanência: a lei não se exaure numa só aplicação, pois deve perdurar até ser
revogada por outra lei. Algumas normas, entretanto, são temporárias, destinadas a
viger apenas durante certo período, como as que constam das disposições transitórias
e as leis orçamentárias;
Emanação de autoridade competente: de acordo com as competências legislativas
previstas na Constituição Federal.
2.1 - Classificações das Leis:
Quanto à Imperatividade elas se dividem em:
Cogentes: as que ordenam ou proíbem determinada conduta de forma absoluta, ou
de ordem publica, não podendo ser derrogadas pela vontade dos interessados. As
normas que compõem o direito de família revestem-se dessa característica.
EX: Não pode a vontade dos interessados alterar, por exemplo, os impedimentos
matrimoniais do art. 1.521, nem dispensar um dos cônjuges dos deveres que a lei
impõe a ambos no art.1.566.
Normas dispositivas: em geral são permissivas, como a que permite às partes
estipular, antes de celebrado o casamento, quanto aos bens, o que lhes aprouver (art.
1.639), ou supletivas, quando suprem a falta de manifestação de vontade das partes.
Nesse último caso, costumam vir acompanhadas de expressões como “salvo
estipulação em contrário” ou “salvo se as partes convencionarem diversamente” (ex.:
art. 327).
2.2 - Vigência da Lei
A lei passa por três fases: a da elaboração, a da promulgação e a da publicação.
OBS: Embora nasça com a promulgação, só começa a vigorar com sua publicação no
Diário Oficial.
A vigência da lei compreende três momentos: O início, a continuidade e a cessação.
Segundo dispõe o art. 1º da Lei de Introdução, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada, salvo disposição em contrário.
OBS: Portanto, a sua obrigatoriedade não se inicia no dia da publicação, salvo se ela
própria assim o determinar. Se nada dispuser a esse respeito, aplica-se a regra do
art. 1º supramencionado. O intervalo entre a data de sua publicação e a sua entrada
em vigor chama-se “vacatio legis”.
Em matéria de duração do referido intervalo, foi adotado o critério do prazo único,
porque a lei entra em vigor na mesma data, em todo o país, sendo simultânea a sua
obrigatoriedade.
Quando a lei brasileira é admitida no exterior (em geral quando cuida de atribuições de
ministros, embaixadores, cônsules, convenções de direito internacional etc.), a sua
obrigatoriedade inicia-se três meses depois de oficialmente publicada.
Se durante a “vacatio legis” ocorrer nova publicação de seu texto, para correção de
erros materiais ou falha de ortografia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr da
nova publicação (LINDB, art. 1º, § 3º).
Se a lei já entrou em vigor, tais correções são consideradas lei nova, tornando-se
obrigatória após o decurso da vacatio legis (art. 1º, § 4º).
Ex: lei dos crimes hediondos- 8072/90( aonde não colocou a agressão praticada
contra o filho adotivo de funcionários da segurança pública)
3 - Princípios Norteadores do Código Civil de 2002.
Princípio da sociabilidade: é aquele que impõe prevalência dos valores coletivos
sobre os individuais, respeitando os direitos fundamentais da pessoa humana.
Princípio da eticidade: é aquele que impõe justiça e boa-fé nas relações civis ("pacta
sunt servanda").
Princípio da operabilidade: é aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e sem
grandes dificuldades na aplicação do direito. A regra tem que ser aplicada de modo
simples.
4 - Microssistemas e suas Interações: Em Busca de uma Teoria Geral dos
Microssistemas.
Os microssistemas representam uma inovação no Direito brasileiro.
O Direito não mais permite que a teoria pura do direito prospere. Não mais permite
que a mais suprema e inconteste fonte do direito seja a lei.
O direito superou aparentemente e teoricamente a atribuição mais primeva de
relevância ao legislador. O Direito instaurou um precioso espaço ao campo da
argumentação, ao campo da hermenêutica.
O Direito não prende mais seus holofotes a uma moldura kelseniana, o direito aspira
por axiologia, aspira por um dinamismo maior de uma ciência. Os estudiosos desta
ciência têm arrepios por uma ciência engessada, amarrada e imutável.
Nesse momento o direito compreende a sua insuficiência e sua necessidade de
constante aprimoramento.
O momento é de constatação de que os ramos do direito precisam de se comunicar,
precisam encontrar a melhor ciência e o melhor caminho para dirimir problemas
sociais, esses tão contributivos para um processo de desarmonia entre os cidadãos.