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1 Período História - A Geografia Política Depois Da WW1, A Rússia Soviética...
1 Período História - A Geografia Política Depois Da WW1, A Rússia Soviética...
A Conferência de Paz
A Conferência de Paz teve início a janeiro de 1919, em Paris, mas só participaram os
países vencedores, liderados essencialmente por França, Inglaterra e pelos EUA.
A Mensagem de 14 Pontos
Propunha acabar com 1) as violações territoriais sucedidas na Primeira Guerra
Mundial, 2) defendia o princípio das nacionalidades, 3) explicou como seria o novo
método de processo das relações comerciais e das questões coloniais e 4) apresentou
as propostas que, num futuro próximo, garantiriam a paz.
8- Todo o território francês deve ser libertado e as regiões invadidas devem ser
restauradas; o prejuízo causado à França pela Prússia em 1871, no que respeita à
Alsácia-Lorena (…) deverá ser reparado (…).
11- A Roménia, a Sérvia e o Montenegro devem ser evacuados; à Sérvia deve ser
assegurado um livre acesso ao mar (…)
Defendia o princípio das nacionalidades:
9- Deve concretizar-se uma retificação das fronteiras italianas, conformemente os
dados claramente percetíveis do princípio das nacionalidades.
10- Aos povos da Áustria-Hungria (…) deve ser garantida, o mais cedo possível, a
possibilidade de um desenvolvimento autónomo.
12- Às regiões turcas do atual império otomano devem ser garantidas a soberania e a
segurança; mas às outras nações atualmente sob domínio turco deve ser garantida uma
segurança absoluta de existência (…) Os Dardanelos devem permanecer abertos como
passagem livre para os navios e comércio de todas as nações.
Explicou como seria o novo método de processo das relações comerciais e das
questões coloniais:
5- Uma concertação livremente debatida de todas as reivindicações coloniais, baseada
na estrita observação do princípio segundo o qual, na regulação destas questões de
soberania, os interesses das populações em jogo terão o mesmo peso que as
reivindicações equitativas do governo.
14- É necessário que uma organização geral das nações seja constituída (…) tendo
como objetivo assegurar garantias mútuas de independência política e integridade
territorial tanto aos pequenos como aos grandes estados.
O programa de Wilson era demasiado ambicioso para a época, mas serviu de base às
linhas que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, norteiam a política
internacional, nomeadamente o recurso a organismos internacionais e supranacionais,
como a ONU, para solucionar os litígios entre povos e estados.
Tratado de Versalhes (1919)
Segundo o tratado, a Alemanha é considerada a responsável pela Guerra.
1) Perde todas as suas colónias, 2) a frota de guerra, 3) parte da frota mercante, e 4) é
obrigada a pagar os prejuízos causados pela guerra. 5) Sofre também uma
desmilitarização tremenda.
Mas uma paz sem negociações prévias, uma paz ditada como a de Versalhes, é como
um ladrão que deita ao chão um miserável e o obriga, a seguir, a entregar-lhe o
porta-moedas. A paz de Versalhes roubou-nos mais de setenta mil quilómetros
quadrados e mais de sete milhões de habitantes. [...]
Para vigiar o gigante acorrentado, colocaram dois polícias nos seus flancos, a Polónia
e a Checoslováquia, que receberam o direito conferido pelos Estados vencedores de
aumentar livremente as suas forças militares, enquanto que o nosso exército, outrora o
mais forte e o mais bravo do mundo, ficou reduzido a uma mera força de vigilância,
capaz apenas de manter a ordem interna.”
Este desejo de paz não se veio a concretizar: O orgulho ferido e a opressão do povo
alemão pelos Aliados acabaram por permitir a ascensão do nazismo e o posterior
rebentar da Segunda Guerra Mundial.
Artigo 12. ° - Todos os membros da Sociedade convêm, caso entre eles se levante
questão suscetível de motivar um rompimento, em submetê-la, quer a um processo
arbitral ou a um processo judiciário, quer ao exame do Conselho. [...]
O fracasso da SDN
Os membros da Conferência de Paz não se interessaram pelo futuro da Europa nem se
ocuparam com a sua sobrevivência. As suas preocupações, boas e más, relacionaram-
se com questões relativas às fronteiras e às nacionalidades, a equilíbrio de forças, a
ganhos imperialistas, ao enfraquecimento de um inimigo forte e perigoso, à vingança.
Os vencedores quiseram descarregar o peso dos seus insuportáveis encargos
financeiros sobre os ombros dos vencidos. [..]
O Conselho dos Quatro não prestou atenção a estas questões. Preocupou-se com outro
problema: Clemenceau quis abolir a existência económica do inimigo, Lloyd George
quis trazer para a Inglaterra qualquer coisa que seja aceite durante uma semana e o
presidente Wilson apenas pretendeu o que fosse justo e correto. E fantástico como o
problema de uma Europa que morre de fome e se desagrega aos nossos olhos não tenha
interessado os Quatro. As reparações foram a sua principal preocupação no
domínio económico e eles regulamentaram esta questão como um problema de
teologia, de política e de tática eleitoral [..].
Críticas
1- A preocupação exclusiva dos vencedores com os seus ganhos territoriais e
financeiros à custa da debilitação dos países vencidos.
1- Com o novo mapa da Europa e Médio Oriente, humilhou os Impérios vencidos, que
perderam habitantes e territórios.
Para além disso, participar na SDN significava uma perda de soberania para os EUA
e um abandono da defesa dos interesses americanos, pois, doravante, teriam de
seguir as decisões da SDN e defender os interesses de outros povos
A SDN viu-se então cada vez mais impossibilitada de desempenhar o seu papel, pois 1)
viu-se desprovida do apoio americano, 2) a sua moral estava desacreditada e 3) não
possuía mecanismos que lhe permitissem responder às contínuas violações territoriais
que sucederam pós-guerra.
O declínio europeu pós-guerra
A guerra deixou a Europa arruinada, no plano económico, humano (mortes) e material
(destruição). Houve uma diminuição geral das riquezas materiais, devido à falta de
matérias-primas (por causa da destruição) e de mão de obra. O seu declínio
permitiu a ascensão dos países extraeuropeus, nomeadamente os Estados Unidos.
A europa recorreu então à emissão massiva de notas como modo de melhorar a sua
situação financeira. Mas, e emissão de dinheiro em maior quantidade sem um
incremento correspondente na produção, provocou uma desvalorização monetária que
se traduziu numa alta subida dos preços (inflação)
Inflação – Alta geral de preços derivada de distorções existentes entre a procura dos
produtos e a oferta de bens, a quantidade de moeda que circula e a produção / circulação
de riquezas. Quando a procura é maior que a oferta, os compradores, para conseguirem
os bens em questão, sujeitam-se a pagar mais caro e fazem subir os preços.
- O controlo financeiro exercido pelos EUA sobre países estrangeiros pode conduzir à
asfixia das respetivas empresas e economias, assim como à queda de governos.
Aspetos da supremacia dos EUA em relação à Europa
- A elevada quantia de reservas de ouro;
- A dependência europeia dos capitais americanos/ o papel central dos EUA na garantia
da estabilidade económica e financeira da Europa e do mundo;
Entre 1925 e 1929, vivera-se finalmente os “felizes anos 20” na Europa, caracterizados
essencialmente por um forte clima de otimismo. Conheceram-se notáveis progressos nas
diferentes ciências.
O comunismo de Marx
A perspetiva marxista descreve a História como uma sucessão dos modos de
produção. (Esclavagismo – Império Romano; Feudalismo – Idade Média; Capitalismo -
atual).
Agora, a luta de classes (entre a burguesia e o proletariado) ia, também, dar fim ao
capitalismo, dando início à ditadura do proletariado.
Marxismo-leninismo
Desenvolvimento teórico e aplicação prática das ideias de Marx e Engels na Rússia por
Lenine. Caracterizou-se por enfatizar:
O Partido Social – Democrata russo era constituído por duas fações de inspiração
marxista, os bolcheviques (em russo, “maioritários) e os mencheviques
(“minoritários”). Em 1917, os bolcheviques foram transformados num partido politico.
Bolcheviques
Teses defendidas
- Filiação restrita ao partido;
- Revolução;
- Ditadura do proletariado;
- Rutura com o capitalismo.
Mencheviques
Teses defendidas
- Filiação ampla ao partido;
- Associação com a burguesia liberal;
- Transformação social contínua;
- Melhorias do capitalismo até o desenvolvimento do socialismo.
A situação russa durante a Primeira Guerra Mundial
- Sociedade estratificada: Os dos mais altos cargos viviam na luxúria e o resto da
população (a maioria) vivia na pobreza e na miséria.
A Revolução de fevereiro
A fevereiro de 1917, sucederam-se, em Petrogrado, várias manifestações em prol do
Dia Internacional da Mulher; juntaram-se depois a essas manifestações os operários da
cidade.
Relato de Trotsky
“A 23 de fevereiro, dia da jornada internacional das mulheres, o número de grevistas é
de cerca de 90 000. No dia seguinte, o movimento, em vez de se apaziguar,
recrudesceu: cerca de metade dos operários das fábricas de Petrogrado [antiga
Sampetersburgo] fizeram greve a 24 de fevereiro [..]. Depois de acertarem decisões,
dirigiram-se para o centro da cidade. A palavra de ordem "Pão" foi suplantada por
outra: "Abaixo a autocracia!" "Abaixo a guerra!". A 25, a greve adquire uma nova
amplidão: há conflitos com a polícia.
A 26, domingo, os operários voltam a convergir para o centro [...]. Os soldados
recebem ordem rigorosa de atirar [...]. "Atirai ao inimigo" - ordena a monarquia.
"Não atirem sobre os vossos irmãos e irmãs!", gritam os operários. "Marchem
connosco!"
A 27 de fevereiro, um após outro, desde a manhã, antes de saírem das casernas, os
batalhões de reserva da Guarda amotinam-se (...]. Aqui e ali, os operários conseguem
unir-se à tropa, penetrar nos quartéis, obter armas e munições (...]. Por volta do meio-
dia, Petrogrado torna-se um campo de batalha: os tiros de espingarda e o tac-tac das
metralhadoras ouvem-se de todos os lados.”
- A defesa da igualdade dos homens e dos povos perante a lei (fim das restrições
baseadas na origem social e étnica);
Quando Lenine chega à Rússia, este publica as “Teses de Abril”, documento no qual
são dadas a conhecer as reivindicações dos sovietes, controlados pelos bolcheviques.
7. Fusão imediata de todos os bancos do país num só banco nacional colocado sob o
controlo do soviete de deputados operários.
4- À entrega do poder aos sovietes (pois são, segundo as teses de Marx e as ideologias
de Lenine, “a única forma possível de um governo revolucionário”)
Quanto à agricultura
- Lenine defende a obrigação de os camponeses entregarem as colheitas a
destacamentos de operários e soldados, a um preço fixado pelo governo, ficando
proibidos de as comercializarem
A Revolução de outubro
A Revolução de Outubro de 1917 foi liderada pelos bolcheviques (“Guardas
Vermelhos”), que controlaram pontos estratégicos da cidade, assaltaram o palácio do
Inverno e derrubaram o Governo provisório, com Lenine já de regresso à Rússia.
Decreto da Paz
- Convidava os povos combatentes à negociação com o objetivo de se atingir a tao
desejada paz.
2. Os domínios dos proprietários fundiários, assim como todas as terras dos mosteiros
e da Igreja, com todos os seus animais mortos e vivos, todas as construções e de-
pendências, são postos à disposição dos comités agrários do cantão e dos Sovietes de
camponeses do distrito, até à Assembleia Constituinte.
Os seus opositores ficaram conhecidos por “brancos”, que contaram com o apoio da
Inglaterra, França, EUA, e Japão, todos estes contra a expansão do comunismo.
1. Para Marx, o proletariado era constituído apenas pelos próprios operários, mas
Lenine incluía também nesse grupo os camponeses, tendo em conta o atraso
industrial da Rússia e a persistência da agricultura como maior meio de produção.
8. A Tcheca, a polícia política russa, foi criada em dezembro de 1917, à qual foi dada
um grande poder, na ausência de uma justiça organizada. Proliferaram os campos de
concentração.
O centralismo democrático
- Principio básico que norteia a organização do Partido e do Estado comunistas,
segundo o qual todos os corpos dirigentes são eleitos de baixo para cima, enquanto
as suas decisões são de cumprimento obrigatório para as bases.
Medidas da NEP
Quanto à recuperação agrícola:
- As requisições foram substituídas por um imposto de géneros;
A regressão do demoliberalismo
A III Internacional (Komintern) foi fundada em 1919, em Moscovo. A Komintern
apelava para o internacionalismo proletário foi considerada, para os bolcheviques, uma
condição necessária para a sobrevivência soviete.
Houve uma diminuição geral das riquezas materiais, devido à falta de matérias-
primas (por causa da destruição) e de mão de obra.
A europa recorreu então à emissão massiva de notas como modo de melhorar a sua
situação financeira. Mas, e emissão de dinheiro em maior quantidade sem um
incremento correspondente na produção, provocou uma desvalorização monetária que
se traduziu numa alta subida dos preços (inflação)
Inflação – Alta geral de preços derivada de distorções existentes entre a procura dos
produtos e a oferta de bens, a quantidade de moeda que circula e a produção / circulação
de riquezas. Quando a procura é maior que a oferta, os compradores, para
conseguirem os bens em questão, sujeitam-se a pagar mais caro e fazem subir os
preços.
O controlo financeiro exercido pelos EUA sobre países estrangeiros poderia conduzir
à asfixia das respetivas empresas e economias, assim como à queda de governos.
Entre 1925 e 1929, vivera-se finalmente os “felizes anos 20” na Europa, caracterizados
essencialmente por um forte clima de otimismo. Conheceram-se notáveis progressos
nas diferentes ciências.
A nenhuma dessas classes sociais agradava as regalias que eram atribuídas aos
camponeses e operários.
As massificações urbanas
A vida urbana nas cidades do século XX começa a seguir um padrão estandardizado:
as pessoas dirigem-se para o trabalho à mesma hora, partilham os mesmos
transportes, consomem os mesmos produtos, habitam casas semelhantes e
partilham dos mesmos lazeres.
A massificação urbana
“As cidades estão cheias de gente. As casas, cheias de inquilinos. Os hotéis, cheios de
hóspedes. Os comboios, cheios de viajantes. Os cafés, cheios de consumidores. Os
passeios, cheios de transeuntes. As salas de espera dos médicos famosos, cheias de
doentes. Os espetáculos, se não forem muito extemporâneos, cheios de espectadores. As
praias, cheias de banhistas. O que antes não costumava ser problema, começa a sê-lo
quase continuadamente: encontrar um lugar. [...] O que é que vemos e ao vê-lo nos
surpreende tanto? [...] Pois então, não é o ideal? O teatro tem os seus lugares para que
se ocupem; portanto, para que a sala esteja cheia. E a mesma coisa os seus assentos, o
comboio, e os seus quartos, o hotel. Sim; não há dúvida. Mas o facto é que antes
nenhum destes estabelecimentos e veículos costumava estar cheio, e agora
transbordam, fica fora gente sôfrega por usufruí-los. [...] A aglomeração, o cheio, não
era dantes frequente [...]. Os indivíduos que integram estas multidões existiam antes,
mas não como multidão. [...] Bruscamente, a multidão tornou-se visível, instalou-se nos
lugares preferidos da sociedade. Antes, se existia, passava despercebida, ao fundo da
cena social; agora avança as baterias, é a personagem principal. Os protagonistas
desapareceram; só há coro.”
“Antes da guerra, eu era assistente num laboratório industrial. Era um sitio razoável;
mas garanto-te que, se tiver a triste sorte de sair vivo desta catástrofe, nunca lá voltarei
a entrar. Campo aberto! Um lugar qualquer onde nunca volte a ouvir o zumbido dos
vossos aeroplanos ou de uma dessas vossas máquinas que em tempos me divertiam,
quando eu não sabia nada de nada, mas que agora me enchem de horror, porque são
a própria alma desta guerra, o princípio e a razão desta guerra! Detesto o século
vinte, como detesto a Europa podre e o mundo inteiro onde esta arruinada Europa se
espalha como uma grande mancha de óleo lubrificante. Digo-te que hei de ir até às
montanhas e arranjar maneira de ficar tão só quanto possível. Já pensei em ir viver
entre os selvagens”
O desencanto do autor perante a civilização ocidental revela-se através:
1- Da rejeição do local de trabalho ligado à tecnologia – “laboratório industrial”;
“A crise militar acabou talvez; divisa-se a crise económica em toda a sua pujança. Mas
a crise intelectual, mais subtil, e que, pela sua própria natureza, reveste as mais
enganadoras aparências (pois passa-se no próprio reino da dissimulação), essa crise
dificilmente deixa discernir o seu verdadeiro momento, a sua fase. Ninguém poderá
dizer o que estará amanhã vivo ou morto em literatura, em filosofia, em estética;
ninguém sabe ainda que ideias e que modos de expressão hão de inscrever-se na lista
das perdas, que novidades serão proclamadas. [...]
Solução – Impressão de mais notas, o que originou uma grande inflação: aumento do
custo de vida e desemprego.
Sidónio Pais apoiou-se nas forças mais conservadores (monárquicos), dizendo ser o
fundador de uma “República Nova”.
No começo de 1919, deu-se uma inicio a uma guerra civil entre os monárquicos e os
republicanos.
À instabilidade política, somavam-se atos de violência despropositada que manchavam
o regime e nos envergonhavam além-fronteiras. A 19 de outubro de 1921 deu-se a
célebre “Noite Sangrenta”
“Os políticos não têm sabido atuar e têm-se limitado a dizer palavras. Para o público,
nós somos seres especiais que consomem o tempo em bizantinas discussões [...]. As
sociedades atuais apresentam evidentes sinais de desagregação, sendo o principal o
enfraquecimento do Poder central. [...] Deste Poder faz parte o Parlamento liberal -
instituição caduca que é necessário não eliminar, mas transformar. [...| Reparemos,
quanto a ditaduras, que, de facto, elas surgem sempre que são necessárias. […] Os
partidos estão minados por elementos de desorganização. [...] Então o que se impõe? A
resistência dos partidos à dissolução, a sua depuração e o respeito aos princípios da
ordem. Isto é absolutamente necessário, representando, para a República, a garantia
da sua vida! Mas os partidos e os homens públicos só podem fazer alguma coisa e
lutar com probabilidades de êxito desde que se apoiem na única força que ainda se
mantém disciplinada, através de todos os cataclismos da Nação: a Força Armada! [..]
Se continuarmos com Governos que não governam [...] a República e a Pátria perder-
se-ão. [...] Nestas condições, a ditadura impõe-se como necessidade inadiável.”
Fragilidades do governo
1- Incompetência dos políticos, ocupados em discussões estéreis;
1- Aumento de impostos
2- Surto grevista e terrorista
3- Ameaça do bolchevismo
4- Desejo de um governo forte que restaurasse a estabilidade socioeconómica
O primeiro modernismo
Nas primeiras décadas do século XX, a corrente naturalista reunia as preferências do
publico, das instituições oficiais e da crítica. Exploravam-se cenas da vida popular,
que pareciam satisfazer uma burguesia nostálgica das vivencias tradicionais e
vincavam a identidade rural do país.
Os pintores compreenderam que pintar o "país real" era uma espécie de imperativo
moral, numa época em que Portugal, insuficientemente industrializado e urbanizado,
corria o risco de não possuir imagem própria no contexto da civilização europeia.
Estética naturalista:
1- Temática relacionada com os costumes populares / com a vida quotidiana;
2- Temática campestre;
3- Pintura de ar livre;
4- Pormenores realistas.
A B D
A imprensa fez a essa revista um tão extraordinário reclame que a primeira se esgotou
e já se está a imprimir a segunda. Ora, semelhante atitude está longe de ser inofensiva
ou indiferente. Em primeiro lugar, consagra uma injustiça fundamental; em segundo
lugar, favorece e prepara uma seleção invertida.
Eu bem sei que o reclame a certas obras é às vezes feito à custa de veemente suspeita
de alienação mental que pesa sobre os seus autores.
Mas, neste caso, como em outros muitos, é justo confessar que os loucos não são
precisamente os poetas, mais ou menos extravagantes, que querem ser lidos, discutidos
e comprados; quem não tem juízo é quem os lê, quem os discute e quem os compra."
Júlio Dantas:
1- Criticou a revista por ter trabalhos extravagantes e incoerentes;
3- Critica a revista por ser largamente publicitada pela imprensa diária, o que constitui
manifesto exagero pois só devia ter merecido “duas linhas indulgentes e discretas”
4- Critica o facto de a revista ter esgotado e ter tido êxito, o que é injusto pois premeia
quem não tem qualidade, favorecendo “uma seleção invertida”;
Indo contra os ideias conservadores da República e com as mortes de muitos dos seus
protagonistas, as possibilidades de sobrevivência do modernismo português mostraram-
se escassas.
O segundo modernismo
Nos anos 20 e 30, decorreu um novo ciclo no movimento modernista, contando agora
com novos nomes: José Régio, João Gaspar Simões, Adolfo o Casais Monteiro, e
pintores como Dordio Gomes, Mário Eloy, Sarah Afonso, Carlos Botelho, Abel Manta,
Bernardo Marques, Júlio (Reis Pereira), e Vieira da Silva (Maria Helena).
Os primeiros sinais de uma nova linguagem arquitetónica datam dos anos 20. Cristino
da Silva (1896-1976), Carlos Ramos (1897-1969), Pardal Monteiro (1897-1957),
Cottinelli Telmo (1897-1948) e Cassiano Branco (1879-1970) contam-se entre os
primeiros autores de projetos arquitetónicos modernistas.
Os EUA em 1928:
1- Indústrias ainda em recuperação da crise de 1920
2- Desemprego crónico
“Jornalista - Que lhe parece a situação económica e financeira dos Estados Unidos?
Há quem julgue que a situação atual, de aparência muito brilhante, o desenvolvimento
constante da produção, patente em quase todas as estatísticas, a subida contínua dos
valores [da Bolsa] na Wall Street não podem aguentar-se por muito tempo e que uma
crise brutal estalará proximamente.
P. Reynaud - Não poderá tratar-se de uma crise violenta. Os trusts que se formaram
possuem uma grande parte das ações das sociedades mais promissoras. Estes trusts
tenderão a uma ação reguladora. De qualquer modo, julgo, no entanto, que se
prefigura uma crise nos Estados Unidos. Algumas fontes de riqueza estão paradas. Os
agricultores lamentam-se, a indústria têxtil atravessa dificuldades. Há uma
superprodução de automóveis; os stocks aumentam sem cessa.
Por outro lado, a alta contínua dos títulos da Bolsa desenvolve o gosto pela
especulação: os Americanos pedem emprestado dinheiro a 9% para comprar ações que
só rendem 2%, mas que esperam vender com lucro. Recuos como aqueles que se
produziram nos últimos dias em Wall Street não podem ser negligenciados; funcionam
como sinais de prevenção.”
Crash bolsista – Termo empregue nas operações financeiras de bolsas de ações para
caracterizar a quebra dos valores dos papéis e títulos postos à venda.
A 29 de outubro de 1929, deu-se o crash da Bolsa de Nova Iorque. Consistiu na
descida e perda de valor das ações e títulos financeiros das empresas americanas,
em virtude de uma vasta oferta de venda dessas ações e títulos se ter acumulado na
Bolsa.
“Na quinta-feira, 24 de outubro, estava dado um golpe mortal no boom de Wall Street e
ao mesmo tempo na prosperidade americana. Ainda hoje não se sabe quem pôs em
venda, durante a primeira hora da Bolsa, nessa quinta-feira nefasta, a quantidade de
ações que provocou a avalanche. [..] O resultado foi catastrófico. As ações desciam de
minuto a minuto, porque não encontravam compradores, a preços que na véspera
seriam considerados absurdos. “
2- Aumento do desemprego
Frequentemente, são os Estados que originam essa situação com o intuito de combater a
inflação dos meios de pagamento, a especulação e o aumento de preços. Para esse
efeito, diminui-se a quantidade de papel-moeda, restringe-se o crédito e reduzem-se os
gastos do Estado.
Para além dos EUA, todo o mundo foi atingido pela crise: a Ásia, a América do
Centro e do Sul e a África deixaram de vender a sua produção agrícola aos Estados
Unidos; a Europa viu-se descapitalizada em virtude da retirada dos capitais
americanos (empréstimos e outros créditos), o que conduziu à falência de empresas e
à progressão do desemprego; as trocas comerciais internacionais declinaram,
deixando de estimular a atividade económica
EM SUMA, os efeitos do crash na economia americana foram:
Descida do produto nacional bruto e da produção industrial, particularmente grave até
1933, provocada pela descida do consumo, que já se fazia sentir em outubro de 1929
(ex.: a crise da agricultura e a superprodução automóvel) e que foi agravada pela subida
do desemprego. Em virtude do abrandamento da atividade económica e do consumo, os
preços agrícolas e não agrícolas baixaram, gerando-se uma conjuntura de deflação
As opções totalitárias
Nazismo – Sistema político instaurado por Hitler na Alemanha a partir de 1933. Para
além de perfilhar os princípios ideológicos do fascismo, distinguiu-se pelo seu racismo
violento, fundamentado numa suposta superioridade biológica e espiritual do povo
ariano. Ao Estado nazi estava incumbida a preservação da raça superior, libertando-
a do contacto com elementos impuros, e a expansão da mesma.
A partir dos anos 20, a Europa, outrora na sua maioria demoliberal, conheceu um novo
sistema de exercício de poder: movimentos ideológicos e políticos subordinavam o
individuo a desejar um Estado omnipotente, totalitário e esmagador. Temos o
exemplo do totalitarismo da Rússia soviética, por um lado, e por outro, o fascismo e o
nazismo italianos e alemães.
O fascismo
Mussolini:
Anti-individualista, a conceção fascista é feita para o Estado: mas também o é para o
indivíduo, enquanto forma corpo com o Estado. Ela contraria o liberalismo clássico,
nascido da necessidade de reagir contra o absolutismo, [...]. O liberalismo coloca o
Estado ao serviço do indivíduo. (..] Para o fascista, tudo está no Estado, nada de
humano ou espiritual existe fora do Estado. Nesse sentido, fascismo é totalitário e o
Estado fascista interpreta, desenvolve e dá potência à vida integral de um povo.
Contraria:
- O liberalismo, pois este tem o individuo como primazia, e o fascismo tem um povo
(considera que o indivíduo se deve submeter ao Estado e com ele se identificar, em
lugar de ser o Estado a servir o indivíduo.)
Segundo Mussolini, a paz não tem utilidade e torna os indivíduos covardes, pois só a
guerra lhes permite demonstrar coragem e nobreza de carácter
O culto do chefe e as elites
Segundo o fascismo, os homens não são iguais, a desigualdade é essencial e o governo
só deve competir aos melhores (às elites)
5 - A espingarda e as cartucheiras não são para deteriorar com o ócio, mas para
conservar para a guerra.
7 - A disciplina é a base dos exércitos: sem ela não há soldados, apenas confusão e
derrota.
Hitler:
“Esta juventude deve aprender unicamente a pensar alemão e a agir em alemão.
Quando estes jovens rapazes e raparigas entram nas nossas organizações aos 10 anos,
sentem uma lufada de ar fresco. E, se ainda não se tiverem tornado verdadeiros
nacionais socialistas, submetê-los-emos ao serviço do trabalho obrigatório. Nunca
mais serão livres durante a sua vida.”
Hitler:
“Tudo que hoje admiramos na Terra é o produto criador somente de poucos povos e
talvez, na sua origem, de uma única raça. O que hoje se apresenta a nós em matéria de
cultura humana, é quase que exclusivamente produto da criação dos Arianos. [..] O
Ariano é o Prometeu da Humanidade e da sua fronte é que jorrou, em todas as épocas,
a centelha do génio, fazendo ascender o Homem a uma situação de superioridade sobre
os outros seres terrestres. [...] Se a Humanidade se pudesse dividir em três categorias:
fundadores, depositários e destruidores de cultura, só o Ariano deveria ser visto como
representante da primeira. [...] Só baseado nessas produções é que o Oriente poderá
seguir o progresso geral da Humanidade.