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Urgência – PROVA 3 Gabriella Luna e Randson Modesto MED28

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

Parada cardiorrespiratória - conceito:


● Cessação súbita e inesperada da circulação.
● Paciente inconsciente.
● Respiração agônica ou apneia.
● Ausência de pulso nas grandes artérias - checar em até 10 segundos (braquial em
bebês e carotídeo ou femoral nos demais).

Ritmos em PCR:
- PCR extra - hospitalar: ritmo chocável → FV e TV sem pulso.

- PCR hospitalar - ritmo não chocável → AESP e Assistolia.

Padronização do suporte durante a PCR – SBV e ACLS:


● Universal e simplificado.
● Cadeia de sobrevivência de PCR.

● Time de ressuscitação: necessário para reverter o quadro de forma eficaz.


○ Sinais de alerta iniciais, resposta rápida, emergências médicas.
O suporte básico à vida (SBV) pode ser feito por qualquer profissional de saúde ou até por
leigos treinados.
● Ênfase em compressão torácica.
● Abordagem pré-hospitalar.
● Desfibrilação com desfibrilador externo automático (DEA).
● C-A-B (compressão efetiva, perviedade da via aérea e ventilação).

O suporte avançado de vida cardiovascular envolve procedimentos mais complexos:


● Abordagem hospitalar.
● Medicações, desfibrilação, via aérea definitiva e diagnóstico diferencial.
● Bom SBV leva a um bom SAVC.

SBV inclui as intervenções que podem ser realizadas por profissionais de saúde ou
leigos treinados para:
● Reconhecimento das emergências comuns.
● Vias aéreas.
● Respiração e oxigenação.
● Circulação adequada.
● Desfibrilação (DEA).
● O acesso rápido ao SAVC.
Reconhecer a PCR:
- Chamar ajuda e solicitar DEA (antes de chamar ajuda, avaliar se o paciente está
realmente desacordado)
- Leigos: não responsivo, sem respiração ou com respiração anormal (apenas com
gasping).
- Profissionais de saúde habilitados podem checar pulso: carotídeo, do mesmo
lado do socorrista, por não mais de 10s.
- Iniciar compressão torácica o mais precocemente possível:
● Comprimir com frequência e profundidade adequadas:
○ 100 - 120 compressões/min.
○ 2 a 2.4 polegadas (5 - 6 cm) de profundidade.
○ Em crianças > 1 ano (5 cm) e em menores de 1 ano (4 cm).
● Retorno completo do tórax entre as compressões.
Ventilação no SBV:
● Só deve ser feita se houver socorrista capacitado a fazê-lo.
● Não deve atrasar a compressão.
● Relação de 30 compressões para 2 ventilações (30:2).
● Abertura adequada das vias aéreas:
○ Manobra de elevação do queixo, manobra de tração da mandíbula.
● Não deve postergar compressão ou desfibrilação.
● Em pacientes intubados, fazer 1 ventilação a cada 6s (em PCRIH).

Desfibrilação no SBV:

● Indicada em casos de FV ou TV sem pulso.


● Análise do ritmo e indicação ou não de desfibrilação.
● Um choque dentro dos primeiros 3 a 5 minutos de PCR pode elevar para 40 a 75% o
índice de reversão.
● O mais precoce possível.
● Em locais sem suporte, iniciar RCP enquanto o desfibrilador é providenciado.
○ Feita com desfibrilador: por médico.
○ Feita pelo DEA: basta ligar e seguir as orientações.
● Chance de reversão cai de 7 a 10% por minuto de desfibrilação postergada.
○ Em vigência da massagem cardíaca, diminui de 3 a 4% por minuto.
● Massagem cardíaca prolonga o tempo de FV: evita a degeneração para a assistolia.
● Após o choque, reiniciar RCP.
○ Ciclo de compressões torácicas e ventilação (30:2) por 2 minutos.
Caso não haja DEA, deve-se monitorar o paciente pelas pás do desfibrilador.

● AESP: pular para o ABCDE secundário.


● Assistolia: verificar se é assistolia mesmo, verificando cabos, ganho e mudar
derivações, se FV fina, desfibrilar.
ABCDE secundário:
● A - Via aérea avançada.
● B - Ventilação
● C - Monitorização, acesso venoso e drogas.
● D - Desfibrilação, diagnóstico diferencial.

Via aérea definitiva só deve ser prioritária em caso de PCR por assistolia/AESP:
● Via aérea definitiva: tubo orotraqueal.
● Intubação durante as compressões, se possível.
● Demora maior do que 30s para intubar - 1 ciclo de RCP antes de nova tentativa.
● Certificação do tubo orotraqueal:
○ Capnógrafo - padrão ouro.
○ Ausculta estômago - bases pulmonares - ápices.
• Obs: Se estiver em um ambiente extra-hospitalar e não tiver muita prática de
intubação, pode fazer máscara laríngea para intubar.

Ventilação:
● dispositivo bolsa-valva-máscara.
● Relação 30:2 se não houver via aérea definitiva.
● Com via aérea avançada, 1 ventilação a cada 6s.
● PCR por ritmo chocável e duração maior que 6 minutos, recomenda-se via aérea
avançada.
● Baixo teor de ETCPO2 em pacientes intubados após 20’ de RCP - associado a baixa
probabilidade de ressuscitação: incapacidade de obter ETCO2 10 mmHg.
Circulação:
● Ponto crucial na RCP.
● Com via aérea definitiva, perde-se a relação entre compressão e ventilação, devendo
se realizar compressões ininterruptas por 2 minutos.
● Frequência de 100 a 120/min.

As medicações são indicadas para PCR refratárias, sendo pela via endovenosa ou
intraóssea. A adrenalina é a primeira droga a ser usada!
● 1 mg (ampola com 1 mg), usada em qualquer tipo de PCR, intervalo entre as doses
de 3 a 5 minutos (para facilitar: 1 ciclo – droga – outro ciclo – não faço droga)
● A vasopressina foi reintroduzida no algoritmo apesar de não apresentar vantagem em
relação à epinefrina.
Amiodarona - ritmo chocável.
● Indicada em FV/TV sem pulso.
● 1º dose:300 mg → se continuar refratário → 2º dose: 150 mg (intervalo de 3-5
minutos).
● Resumindo: adrenalina – não voltou: amiodarona – não voltou: adrenalina – não
voltou: amiodarona
Sulfato de magnésio:
● PCR por torsades des pointes ou por hipoMg.
● 1 - 2g (2-4 mL de MgSO4 50%).

Fazer as medicações seguidas de 20 mL de solução salina, deve-se elevar o membro


após as medicações por 10 a 20s.
● Medicações e solução salina devem ser preparadas em seringas separadas, sempre
administradas em bolus.
● Preparar as medicações antes de necessitar delas.
● O tempo é crucial numa PCR.
“D” - secundário:

● Em FV/TV sem pulso - desfibrilador.


● Choque a 120 - 200J (bifásico) ou 360J
(monofásico).
● Desfibrilação pediátrica: 2 a 4 J/Kg,
subsequentes 4j/Kg.
● Em AESP/Assistolia - diagnóstico diferencial,
iniciar o mais precoce possível o diagnóstico
diferencial.
● Muitas das patologias são graves e não têm tratamento específico, a RCP eficaz é o
único tratamento a ser feito.

Ritmo não chocável: não choca e nem faz


amiodarona. É só massagem e adrenalina!

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Regra dos cinco H’s e cinco T’s:
● H: hipóxia, hipovolemia, hidrogênio (acidose), hipotermia, Hipo/hipercalemia.
● T: Tamponamento cardíaco, tóxico, trombose coronariana, tromboembolismo
pulmonar, tensão no tórax (pneumotórax).
Lembrar:
● Quem tem pulso, tem pressão arterial.
● Quem tem pressão arterial, tem pulmão.
● Quem tem pulmão, tem saturação.
○ Hipotenso com pulmão limpo - hidratar.
○ Hipotenso com estertores - inotrópico.
○ Normotenso com pulmão limpo - suporte.
○ Normotenso com estertores - diuréticos/inotrópicos.
Cuidados pós PCR:
● Suporte em UTI.
● Evitar febre.
● Vigilância.
● Assistência ventilatória.
● Manter SatO2 maior ou igual 94%
● Exames: laboratório, ECG, raio X de tórax, sondagem vesical.
● CATE de urgência em PCR de provável etiologia isquêmica.
● Controle direcionado de temperatura: 32 a 36 graus por 24h.
● Metas hemodinâmicas: evitar PAS < 90 mmHg e PAM < 65 mmHg.
Manutenção:
● Amiodarona: manutenção pós PCR: 150 mg/ 10 min, 1 mg/min em 6h e 0.5 mg/min
em 18h: O ataque de 150mg/10min só se não for usado amiodarona DURANTE a
RCP.
● Dopamina.
● Dobutamina.
● Epinefrina.
● Norepinefrina.
● Os betabloqueadores podem ser considerados (VO ou IV) em casos de pacientes
hospitalizados pós PCR por FV/TVSP.
PCR durante a gravidez:
● Prioridades: RCP de alta qualidade e o alívio da compressão aorta cava. O
deslocamento manual do útero para a esquerda pode ser benéfico durante as
compressões torácicas.
● Não é mais recomendado o uso de inclinação lateral.
● Cesariana de emergência: deve ser considerada após 4 minutos de início da PCR
materna ou dos esforços de RCP (para PCR não presenciada) se não houve RCE
materna.
Prognóstico após PCR:
● Período mínimo para avaliar 72h.
● Mais, se efeito residual de sedação.
● Ruim:
○ PETCO2 abaixo de 10mmHg / Reflexo oculares ausentes / descerebração ou
ausência de resposta motora à Dor (Glasgow motor <2) / Ausência de reflexo
vestíbulo - coclear por mais de 24 horas (em pacientes não hipotérmicos) /
Redução ou ausência de potenciais evocados do tronco cerebral após 24h,
Padrão de sofrimento cortical difuso por mais de 24 - 72h do evento.
Doação de órgãos:
● Individualizar.

Quando não iniciar ou interromper uma PCR? Tema polêmico e ainda controverso, exige
bom senso e avaliação individual de cada caso. Levar a história clínica e o diálogo entre a
equipe e a família.

Todos os seguintes critérios forem atendidos não faz:


● PCR não presenciada pelo profissional do SME ou primeiro socorrista.
● Ausência de RCE (retorno da circulação espontânea) após três ciclos completos de
RCP e análises de DEA.
● Nenhum choque foi aplicado com o DEA.

Encerramento dos esforços de RCP antes do transporte por ambulância, se todos os


seguintes critérios forem atendidos:
● PCR não presenciada (por qualquer pessoa)
● RCP não administrada por nenhuma pessoa presente.
● Ausência de RCE após cuidados completos de SAV em campo.
● Nenhum choque foi aplicado.
ROTEIRO OSCE
5C
• checar segurança
• chegar responsividade (chamar e contato tátil - estímulo vigoroso entre 5 a 10s - segurar
pelos ombros)
• chamar socorro (ligar 192 e pedir DEA)
• checar pulso central (5-10s)
• compressões (expor o tórax do pcte e colocar a iminência hipotenar da mão na metade
inferior - cerca de 2 cm acima do apêndice xifoide): 100 a 120 compressões por minuto
(30:2)

1 A e 1 B - via aérea e ventilação (faz o chin lift e faz 2 ventilações, não pode ter mais de 1s
cada)

Quando chegar o DEA, interrompe!

Ligar logo o DEA quando ele chegar (segura um pouco porque demora):
~ ligar o Dea
~ conectar o fio e colocar pás nos locais indicados
~ se afasta e pede para se afastarem para analisar se ritmo chocável ou não
~ espera ele ler. Dizer que é chocável, se afasta de novo
~ quando ele piscar, aperta pra dar o choque
~ volta às compressões 30:2

Voltagem do DEA: monofásico (a corrente só vai, 360 J), bifásico (vai e volta, 120 a 200J)

Desfibrilação assíncrona, diferente da cardioversão

Depois do choque, volta a comprimir —> quando o choque é aplicado, o miocárdio volta
atordoado, você não vai sentir o pulso. Só ao final do ciclo de 2 minutos, checa o pulso.

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