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Conicas
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PARÁBOLA
Denominamos parábola ao lugar geométrico dos pontos de um plano que são eqüidistantes
de uma reta dada d e de um ponto dado F, F ∉ d, do plano.
Equação da parábola
y = x2 + x +
ou ainda
Observações:
A parábola é a curva que se obtem seccionando-se um cone por um plano paralelo a uma
reta geratriz do cone.
Exemplo:
y2 – 2y + 1 = x2 – 4x + 4 + y2 – 6y + 9
4y = x2 – 4x + 12
A equação é y = x2 – x + 3 (a = , b = –1 e c = 3).
ELIPSE
Denominamos elipse ao lugar geométrico dos pontos de um plano para os quais a soma das
distâncias a dois pontos dados, F1 e F2, do plano, é igual a uma constante 2a, maior que a
distância F1F2.
Os pontos F1 e F2 chamam-se focos e a distância entre eles, que vamos representar por 2c,
é a distância focal da elipse.
A reta perpendicular F1F2, pelo centro O, é outro eixo de simetria da curva. Ela intercepta a
elipse nos pontos B1 e B2. O segmento B1B2 é chamado eixo menor da elipse e vamos
representar sua medida por 2b.
Equação da elipse
Vamos obter a equação da elipse de centro na origem do sistema cartesiano, O(0, 0), e os
focos no eixo das abscissas. Notemos que:
F1 = (–c, 0) e F2 = (c, 0)
A1 = (–a, 0) e A2 = (a, 0)
B1 = (0, –b) e B2 = (0, b)
dPF1 + dPF2 = 2a
+ = 2a
= (2a – )2
4a = 4a2 – 4cx
(a )2 = (a2 – cx)2
Observações
1) Para y = 0, na equação acima, obtemos x2 = a2; logo x = ±a, que são as abscissas dos
pontos onde a curva corta o eixo x.
Para x = 0 obtemos y2 = b2; logo, y = ±b, que são as ordenadas dos pontos de
intersecção com o eixo y.
A elipse é a curva que se obtem seccionando-se um cone com um plano que corta o seu
eixo.
Exemplo
Observemos que os focos estão no eixo x; o centro, que é o ponto médio de F1F2, é a origem
O(0, 0). Então, a equação é
Temos a = 5 e c = = 3
Da relação a2 = b2 + c2 vem b2 = a2 – c2 = 52 – 32 = 16
HIPÉRBOLE
Denominamos hipérbole ao lugar geométrico dos pontos de uma plano pra os quais a
diferença das distâncias a dois pontos dados, F1 e F2, do plano é em valor absoluto igual a
uma constante 2a, menor que a distância F1F2.
Equação da hipérbole
Vamos obter a equação da hipérbole de centro na origem do sistema cartesiano, O(0, 0), e
os focos situados no eixo das abscissas. Notemos que:
F1 = (–c, 0) e F2 = (c, 0)
A1 = (–a, 0) e A2 = (a, 0)
– = ±2a
= (±2a + )2
Observações
1) Para y = 0, na equação acima, obtemos x2 = a2; logo, x = ±a, que são abscissas dos
pontos de intersecção da hipérbole com o eixo x. Não existe ponto de intersecção
com o eixo y.
A hipérbole é a curva que se obtem seccionando-se um cone por um plano paralelo ao seu
eixo.
Notemos que os focos estão no eixo x e o centro, que é o ponto médio de F1F2, é O(0, 0).
Então, a equação é
Temos a = 2 e c = = 4
CÔNICAS NO PLANO
onde A ou B ou C ≠ 0.
Observe que a equação da cônica envolve uma forma quadrática, Q(x,y) = Ax2 + Bxy +
Cy2, uma forma linear, L(x,y) = Dx + Ey, e um termo constante F. Isto é, a equação que
define a cônica é:
Exemplos
Circunferência
A=C=1
B=D=E=0
F = -r2
Elipse
A= ,C= ;a>0,b>0
B=D=E=0
F = –1
Hipérbole
A= ,C= ;a>0,b>0
B=D=E=0
F = –1
Parábola
Temos ainda os casos chamados degenerados
Exemplo 1:
2x2 – 5y2 –7 = 0
2x2 – 5y2 = 7
Exemplo 2:
x2 + y2 – 6x – 2y + 8 = 0
(x – 3)2 + (y – 1)2 = 2
x12 + y12 = 2
onde
x1 = x – 3 e
y1 = y – 1
circunferência de raio e centro(3, 1).
Exemplo 3:
nosso objetivo, mais uma vez, será determinar que figura esta cônica representa no plano.
Para isto, precisamos inicialmente eliminar os termos mistos, do tipo xy, através da
diagonalização da forma quadrática.
[x y] + [4 12] – 8 = 0
Para λ1 = 0, = , e v1 =
Para λ2 = 4, = , donde v2 =
Sabemos que nesta nova base de autovetores β = {v1, v2}, a forma quadrática
se reduz a
3º. Passo: Agora precisamos determinar a relação que existe entre e e substituir o resultado
na parte linear da equação dada.
L(v) = [4 12]
Mas, = [ I ]
Logo =
0x12 + 4y12 + 4 + 12 – 8 = 0
Esta última equação representa a cônica em relação ao novo referencial formado pelas retas
suporte de v1 e v2, como mostra a figura.
Vamos ainda introduzir uma nova mudança de coordenadas para identificar a cônica. Ela
será dada por uma translação do referencial acima.
5º. Passo: Para “eliminar” os termos lineares onde isto é possível (λ ≠ 0), agrupamos os
termos de y12 + 2x1 + 4y1 –2 = 0 convenientemente.
x2 = – y22
Assim, a equação acima representa a cônica em realçaão a um novo referencial R3, obtido
por translação e podemos finalmente identificá-la como sendo uma parábola, conforme
indica a Figura abaixo. A origem deste último referencial R3 será x2 = 0 e y2 = 0, isto é, x1 –
3 = 0 e y1 + 2 = 0.
Agora iremos formular o procedimento geral de classificação das cônicas, estabelecendo
em detalhes o que deve ser feito em cada passo.
[x y] + [D E] + F = 0
2º. Passo: Diagonalizamos a forma quadrática para eliminar os termos mistos. Para isto,
precisamos encontrar os autovalores λ1 e λ2 e os autovetores ortonormais v1 e v2 de
3º. Passo: Obtemos as novas coordenadas. Para isto, precisamos para substituir na equação
de = [ I ]
4º. Passo: Substituimos as novas coordenadas na equação, obtendo a equação na nova base
{v1, v2}
[x1 y1] + [D E] [ I ] + F = 0
5º. Passo: Eliminamos os termos lineares das coordenadas cujos autovalores são não nulos.
Temos então três casos:
i) λ1 e λ2 ≠ 0
λ1x12 + ax1 + λ2y12 + by1 + F = 0
λ1 – + λ + λ2 – + F = 0
f=F––
ii) λ1 ≠ 0 e λ1 = 0
λ1 + by1 + F = 0
Tornando x2 = x1 + e y2 = y1, temos
λ1x22 + by2 + f = 0
f=F–
Muitas vezes, no entanto, estaremos interessados apenas em classificar a cônica dada por
uma equação Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0, sem determinar suas dimensões e
localização. Visando solucionar este problema de uma forma mais rápida, vamos discutir as
possibilidades que temos em função dos sinais doas autovalores associados à forma
quadrática.
Consideremos, portanto, os autovalores λ1 e λ2 de . Como já vimos, obteremos depois da
eliminação do termo misto uma equação da forma
(*) λ1x12 + λ2y12 + ax1 + by1 + F = 0
λ1x22 + λy22 + f = 0
(II) Consideremos agora a situação em que λ1 = 0 (e, portanto λ2 ≠ 0). Como vimos,
partindo da equação (*), chegamos a sua equação.
λ2y22 + ax2 + f = 0
Note que:
Teorema: Dada uma cônica definida pela equação (*) Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0.
Seja λ1 e λ2 os autovalores associados à sua forma quadrática; então:
i) Se λ1 . λ2 > 0 esta equação representa uma elipse, ou suas degenerações (um ponto
ou o vazio)
ii) Se λ1 . λ2 < 0 esta equação representa uma hipérbole ou sua degeneração (par de
retas concorrentes).
iii) Se λ1 . λ2 = 0 esta equação representa uma parábola ou suas degenerações (par de
retas paralelas, uma reta ou o vazio).
QUÁDRICAS EM R3
Definição: Uma quádrica em R3 é um conjunto de pontos cujas coordenadas em relação à
base canônica satisfazem a equação:
Exemplos
Elipsóide
Parabolóide hiperbólico
Cone quadrático
Cilindro
a) Cilindro elíptico
b) Cilindro hiperbólico
c) Cilindro parabólico
A equação que define a quádrica pode representar o conjunto vazio (x2 = –1) , um ponto (x2
+ y2 + z2 = 0), uma reta (x2 + y2 = 0), um plano (z2 = 0), dois planos paralelos (z2 = 1) ou
dois planos que se inteceptam (xy = 0). Estes casos são denominados degenerados. Quando
nos é dada uma equação do 2º. Grau em x, y, z, e precisamos saber que figura ela representa
em R3 (classificar a quádrica) procedemos de modo análogo à situação em R2, reduzindo a
equação e interpretando-a no final.
Exemplo:
[x y z] + [0 –1 1] = 100
obtemos:
Temos ainda
=[I]
onde
[I] =
Isto é,
Faremos agora uma nova mudança de coordenadas para eliminar os termos lineares onde
isto é possível.
– – + =1
que representa a quádrica em relação ao referencial obtido por translação a partir daquele
dos autovetores, cuja origem é dada por x2 = 0, y2 = 0 e z2 = 0. Então
x1 = 0, y1 + = 0 e z1 = 0
Comparando a equação obtida com as equações das quadráticas vemos que esta quádrica é
um hiperbolóide de duas folhas.
O interesse pelo estudo das cônicas remonta a épocas muito recuadas. De fato, estas curvas
desempenham um papel importante em vários domínios da física, incluindo a astronomia,
na economia, na engenharia e em muitas outras situações, pelo que não é de estranhar que o
interesse pelo seu estudo seja tão antigo.
Vejamos então algumas situações onde estas curvas aparecem.
Suponhamos que temos uma lanterna
direcionada para uma parede, então o feixe de
luz emitido desenhará nessa parede uma curva
cónica. Este fato acontece porque o feixe de luz
emitido pela lanterna forma um cone, e também
porque a parede funciona como um plano que
corta o cone formado. Dependendo da
inclinação da lanterna relativamente à parede,
assim se obtém uma circunferência, uma elipse,
uma parábola ou uma hipérbole.
Certos candeiros de cabeceira, cujo quebra luz
(abat-jour) é aberto segundo uma
circunferência, desenham na parede uma
hipérbole e no tecto uma elipse.
Os Engenheiros da área da iluminação usam este fato, entre outros, para construirem
candeiros, lanternas, etc...
O som emitido por uma avião a jato supersônico tem a forma de um cone, pelo que, ao
chocar com a Terra vai formar uma curva cónica. Assim, dependendo da inclinação do
avião relativamente à Terra, vamos obter elipses, parábolas ou hiperboles. A audiometria
usa este fato, entre outros, para saber a que distância da Terra o avião pode ultrapassar a
velocidade do som.
Bibliografia: