Você está na página 1de 43

ANÁLISE DO DISCURSO

Com Magda Mulati Gardelli


SUMÁRIO

SOBRE O CURSO 3

PROFESSORA DO CURSO 4

AULA 1, PARTE 1 5

AULA 1, PARTE 2 9

AULA 1, PARTE 3 13

AULA 1, PARTE 4 16

AULA 2, PARTE 1 19

AULA 2, PARTE 2 23

AULA 2, PARTE 3 25

AULA 2, PARTE 4 29

AULA 3, PARTE 1 32

AULA 3, PARTE 2 34

AULA 3, PARTE 3 37

AULA 3, PARTE 4 40

2
SOBRE O CURSO

O QUE SERÁ ABORDADO N AS AUL AS?


Conceito, evolução e desenvol vim en to da edu c a ç ã o c o r p o ra t iva . Va n tagens
da educação corporativa. Gest ã o do Co n h ec im en to . Edu c a ç ã o c o r p o rati va:
aplicação e tecnologias utilizada s . Un iver s ida de Co r p o ra t iva : c o n c eito,
aplicação e cases de sucesso.

O QUE CONSTA NESTE E BOOK?


Neste material, você tem uma lin h a do t em p o c o m o s p r in c ip a is
acontecimentos d as videoaulas , c o m o f ra s es im p a c t a n t es do s p ro fessores,
conceitos impor tantes do merc a do , in dic a ç õ es de f ilm es e livro s , en t re
outros.

3
PROFESSORA DO CURSO

M AG DA M U L AT I G A R D E L L I

D O U T O R A E M E D U C A Ç Ã O E C U R R Í C U L O, P E L A P U C - S P
( 2 0 1 6 ). M E S T R E E M L Í N G U A P O R T U G U E S A P E L A P U C -
S P ( 1 9 9 9 ).

As diversas abordagens d a a n á lis e do dis c u r s o ; Ideo lo g ia , lin g u agem e


representações do discurs o ; Su jeito s da lin g u a g em ; Gên ero s do di scurso;
Arg u m en t a ç ã o e lin g u a g em .

4
AULA 1, PARTE 1
Magda Mulati Gardelli

PANORAMA

Em sua aula, a professora Mag da a p res en t a o t em a g era l da dis c ip lin a de


Análise de discurso, consid era n do o s c o n c eito s m o b iliz a do s , a evo lu ção
histórica, os tipos de abordage n s e o s exem p lo s p rá t ic o s de c o m o a pl i car a
análise de discurso.

Apresentação geral 00:10

A professora Magd a apresenta o t em a g era l da dis c ip lin a , res s a lt a n do os


tópicos que serão discutid os a o lo n g o da m a t ér ia , s en do eles : a b o rdagens,
linguagem e representação d o dis c u r s o ; s u jeito s da lin h a g em ; g ên ero do
discurso e argumentação; lingu a g em do dis c u r s o .

Nesse sentid o, os principais ob jet ivo s da a u la s ã o : c o n h ec er a s diversas


abordagens d e análise d o discu r s o ; en t en der o q u e é ideo lo g ia n a a n ál i se de
discurso; reconhecer linguage m e rep res en t a ç õ es do dis c u r s o ; c o n h e cer os
sujeitos de linguagem no discu r s o .

Ainda, a professora introd uz, e x p lic a n do o q u e s ig n if ic a a n á lis e de discurso,


as suas definições e a origem da s p a lavra s q u e f o r m a m o c o n c eito . Em
síntese, trata-se da ação de dec o m p o r a s p a r t es do qu e es t á ex p o s to, em
busca de sentid o.

5
O discurso também é constituído de texto, só que o discursivo
não é factual, pontual. Ele é compreendido dentro de vários
outros fatores.

Análise da música Vale Tudo


A professora Magda apre s en t a a m ú s ic a do T im M a ia , Va le t u do e
depois apresenta uma nova ver s ã o des s a m es m a m ú s ic a , feit a por
uma empresa de Marketi n g q u e, p o r s u a vez , a dic io n a u m a p eq uena
atualização na letra, ada p t a da à s m u da n ç a s s o c ia is .

A análise de discurso não é uma área específica e exclusiva da


língua portuguesa, ou da linguística, ou da língua inglesa. Ela é
uma área que abrange outros setores.

O que é ideologia? 10:10

A professora Magda apresenta o c o n c eito de ideo lo g ia . Pa ra is s o , a


professora apoia-se nas definiçõe s s o c io ló g ic a s , q u e def in em ideo lo g ia
como um sistema de ideias suste n t a da s p o r u m g r u p o s o c ia l, a s q u a is
refletem, racionalizam e defendem o s p ró p r io s in t eres s es e c o m p ro m is s os
institucionais, sejam eles morais, relig io s o s , p o lí t ic o s o u ec o n ô m ic o s .

Ideologia não é um conceito individual, ele é sempre coletivo.


Pasquim
Pasq u im f o i u m jo r n a l s em a n a l b ra s ileiro
altern a t ivo , p u b lic a do en t re 1 9 6 9 e 1 9 9 1 , f u ndado
pelo jo r n a lis t a g a ú c h o Ta r s o de Ca s t ro . Du rante o
período da dit a du ra c ivil- m ilit a r b ra s ileira ( 1964-
1985 ), o jo r n a l s e to r n o u u m im p o r t a n t e p o r ta-voz
da indig n a ç ã o s o c ia l em rela ç ã o à rep res s ã o do
regim e, s e c o lo c a n do c o m o u m a f o r t e o p o s ição aos
milita res , t ra t a n do t em a s c o m o s exo , dro g a s, pol íti ca,
femin is m o , c o n t ra c u lt u ra , en t re o u t ro s . Um d os
gran des n o m es do jo r n a l f o i o c a r t u n is t a Ziral do.

Conceito de intencionalidade 20:12

A professora Magd a apresenta o c o n c eito de in t en c io n a lida de. Tra t a - se


d e algo oposto ao acid ental, que p o s s u i in t en ç ã o , q u e s e o b jet iva a a lgo.
Não trata-se, por tanto, de um c o n c eito es t á t ic o , m a s de u m a direç ã o a ser
tomada.

Na música Vale tudo, Tim Maia coloca ‘só não vale dançar
homem com homem, nem mulher com mulher’. Nós, quando
vamos analisar o discurso do Tim Maia, desta música produzida
na época dele, a gente vai olhar dentro da intencionalidade:
quem é Tim Maia, em que tempo Tim Maia está falando, em que
espaço Tim Maia está falando.

7
História da análise de discurso 27:23

A professora apresenta a histó r ia da An á lis e de dis c u r s o , c o n s idera n do


autores clássicos como Harris, R o m a n Ja ko b s o n , É m ile Ben ven is t e, Austi n
e Siarle, que sintetizam quatro c o r ren t es t eó r ic a s im p o r t a n t es p a ra o
desenvolvimento d a análise de dis c u r s o : Ha r r is : ro m p e c o m o m o delo
estruturalista vigente; J akobson : in t ro du z n ovo s p a ra dig m a s à c o n c epção
de análise d a língua; Benveniste: a n a lis a a n a t u rez a c o n s t it u t iva da lí ngua;
Austin e Siarle: analisa a naturez a c o n s t it u t iva da in t en c io n a lida de e d o
contexto.

A estrutura da língua é composta de sujeito e predicado.


Sempre vai haver um sujeito em qualquer discurso, que vai estar
emitindo uma ação, que vai estar emitindo um predicado.

8
AULA 1, PARTE 2
Magda Mulati Gardelli

Abordagem de análise de 00:20

discurso
A análise de d iscurso possui diferen t es a b o rda g en s , c o n s idera n do o
campo disciplinar e a corrente t eó r ic a q u e a c o m p õ em . Pa ra ex p lic a r
essas diferentes formas de inter p ret a r e a b o rda r a a n á lis e de dis c u r s o,
a professora explica a relação en t re An á lis e de dis c u r s o , So c io lo g ia ,
Psicanálise e estudos linguísti c o s , f a zen do referên c ia , p a ra is s o , a o s
autores Authusser e Lacan, bem c o m o à des c r iç ã o do c a m p o da en u n ci ação
e ao campo pragmático.

Porque se a gente está desenvolvendo um trabalho de análise


de discurso dentro da sociologia é de um jeito. Se ele vem da
psicanálise, é de outro. Se está dentro dos estudos linguísticos,
é de outro. Todos vão ter a mesma constituição estrutural, mas
o olhar ideológico é que vai ser diferente.

9
Lois Authusser
Lois Au t h u s s er ( 1 9 1 8 - 1 9 9 0 ), f o i u m f iló s o f o marxi sta
estrut u ra l f ra n c ês , q u e t ro u xe a ideia de q u e a
lingu a g em es t á lig a da à ideo lo g ia .

Jacques-Marie Lacan
Jacq u es - M a r ie É m ile L a c a n ( 1 9 0 1 - 1 9 8 1 ), f oi um
psica n a lis t a f ra n c ês , q u e t ro u xe o c o n c eito de sujei to
cliva do , dividido en t re o c o n s c ien t e e o in c onsci ente.

A psicanálise de Lacan ela observa tudo que é dito [...] porque


ele acredita que esse sujeito clivado, dividido, ele não pronuncia
uma palavra, ele não produz um discurso acidentalmente.

Funções da linguagem 05:37

A professora explica que para s er p o s s í vel des en vo lver a a n á lis e de discurso


é necessário compreend er as fu n ç õ es da lin g u a g em . Pa ra is s o , def in e o que
é linguagem, conceituand o-a co m o to da f o r m a de c o m u n ic a ç ã o , s en do el a
escrita, falad a ou simbólica. Tam b ém res s a lt a q u e a lin g u a g em s ó é e feti va
quando de fato transmite uma c o m u n ic a ç ã o .

10
Importante: só há comunicação quando há interação.

Concepções de linguagem 10:21

A professora apresenta as conc ep ç õ es de lin g u a g em , c o n s idera n do a s


diferenças entre: expressão de p en s a m en to , m eio de c o m u n ic a ç ã o e
processo de interação verbal, qu e s e t ra t a m de diferen t es f o r m a s de
perceber e entender a comunica ç ã o .

> Expressão d e pensamento: o en t en dim en to da lin g u a g em c o m o f o r ma de


expressão d o pensamento;

> Meio de comunicação: o enten dim en to da lin g u a g em c o m o u m m eio de


comunicação;

> Processo de interação verbal: o en t en dim en to da lin g u a g em c o m o um


processo de interação verbal.

E quando surgiram os estudos da linguística de texto, [...], em


nosso século aqui, nós encontramos a linguagem como um
processo de interação verbal.

Análise de discurso x análise de 12:13

A professora apresenta a d iferen ç a en t re a s a b o rda g en s de a n á lis e de


discurso e análise de conteúdo . A a n á lis e de dis c u r s o s e t ra t a da a n á li se
de sentido do texto, o que o tex to diz e o q u e ele q u is dizer, t en do u ma
abordagem qualitativa. J á a an á lis e de c o n t eú do t ra t a de a n a lis a r o q ue o
texto diz, a par tir d e uma aborda g em q u a n t it a t iva .

11
É a análise de conteúdo que vai quantificar. E na quantidade ela
vai demonstrar a expressividade.

A análise de discurso vai estar em todas as áreas, mas com


mais frequência na psicologia e também em trabalhos das
Ciências Sociais, mais nos trabalhos de ciências sociais que
buscam trabalhar com questões de ideologia e intencionalidade.

Diferentes formas de olhar o 22:08

texto
A professora Magd a trata sobre dia c ro n ia e s in c ro n ia , q u e s ã o o s lim i tes
de tempo e espaço d e um d eter m in a do dis c u r s o . Des s a f o r m a , n o eixo
da simultaneid ade está a sincro n ia ( AB) e n o eixo da s u c es s ã o es t á a
diacronia (CD). Para explicar es s a rela ç ã o , a p ro fes s o ra u t iliz a diferentes
exemplos, como o caso da palavra Bic h o q u e n o eixo da dia c ro n ia s ig ni fi ca
o animal, mas no eixo da sincro n ia p o de s ig n if ic a r diferen t es in t er p retações,
dependend o de seu contexto, c o m o n a déc a da de 6 0 , q u e era u s a da c omo
uma gíria para amigo.

O eixo das simultaneidades é um eixo que a gente poderia


considerar como eixo do tempo. E o eixo da diacronia poderia
ser considerado o tempo do espaço.

12
AULA 1, PARTE 3
Magda Mulati Gardelli

Estrutura da comunicação 03:07

A professora apresenta a estru t u ra da c o m u n ic a ç ã o de R . Ja ko b s o n ,


que sugere que a comunicação s ó va i ex is t ir q u a n do h á u m p ro c es s o de
comunicação em que exista um em is s o r e u m rec ep to r. Pa ra a c o n s t r ução
dessa estrutura, o autor sugere a lg u m a s def in iç õ es , s en do ela s :

> Emissor – quem envia a mens a g em

> Receptor – quem recebe a men s a g em

> Mensage m – é o objeto de com u n ic a ç ã o

> Canal – meio na qual a mensa g em é t ra n s m it ida

> Código – conjunto d e sinais es c o lh ido s p elo em is s o r

> Referente – contexto da com u n ic a ç ã o ·

Essa comunicação vai ocorrer assim: um emissor tem a


intenção, ele quer comunicar o emissor e, para isso, ele vai usar
uma mensagem. E esse emissor, para enviar essa mensagem,

13
Campo da Enunciação 05:58

A professora apresenta a estru t u ra de en u n c ia ç ã o , q u e s e difere da


estrutura d a comunicação, pois n ã o s e refere a u m em is s o r, m a s s im a
um enunciad or. O campo d a enu n c ia ç ã o p a r t e do p r in c í p io do p ro c es so de
enunciação.

Enunciação é um processo. O enunciado é o dito. A enunciação


é como eu analiso o que se quis dizer.

Na análise de discurso, o outro entra como um suporte de


análise, mas não propriamente como foco, como ponto de
análise, é um suporte de análise.

Conceitos de estrutura de enun- 12:23

ciação
A professora apresenta os conc eito s da es t r u t u ra da en u n c ia ç ã o , s en do
eles:

> enunciador: que tem a intenç ã o do en vio da m en s a g em ;

> enunciação: que se trata d o a to de dizer ;

> enunciado: que se trata do dito ;

> enunciatário: que se trata do leito r /o u vin t e, q u e é c o m p o s to p elo o utro.

14
A teoria da enunciação não foi elaborada para uma língua
específica, mas para todas as línguas.

José Luiz Fiorin


O professor J osé Luiz Fio r in é u m do s m a io res es p ec ia lis t a s b rasi l ei ros
em enunciação. É conhe c ido p o r s eu s es t u do s em s em ió t ic a , p ragmáti ca
e análise de d iscurso. At u a lm en t e, lec io n a n a Un iver s ida de de São Paul o
(USP). Em 2013 publicou a o b ra E lem en to s da a n á lis e de dis c u rso que
ser ve como um impor tan t e m a n u a l s o b re es s e t ip o de a n á lis e.

15
AULA 1, PARTE 4
Magda Mulati Gardelli

Aplicação da análise de discurso 03:07

A professora apresenta exemp lo s de c o m o s er ia a a p lic a ç ã o da a n á lise


do discurso. Para isso, utiliza diferen t es t rec h o s de o b ra s de M o n t eiro
Lobato, como As caçadas de Pedr in h o , p u b lic a da em 1 9 3 3 , e R ein a ç õ e s de
Narizinho, publicad a em 1931. A diferen ç a en t re a s p u b lic a ç õ es ref o rça a
necessidade d e entend er a pes s o a , o es p a ç o e o t em p o , q u e s ã o c a t egori as
impor tantes para a análise de dis c u r s o , u m a vez q u e c a da o b ra p o s s ui
sua par ticularidade, assim com o o a u to r e o t em p o em q u e ele viveu no
momento em que produziu cada u m a da s o b ra s a n a lis a da s .

Monteiro Lobato
José Ben to R en a to M o n t eiro L o b a to f o i u m
impo r t a n t e es c r ito r b ra s ileiro , q u e viveu de 1882 até
1948 . Dedic o u - s e a o es t ilo de es c r it a c o m linguagem
simp les e a c es s í vel, s en do c o n s idera do u m d os
precu r s o res da lit era t u ra in f a n t il b ra s ileira , com
obras im p o r t a n t es c o m o Sí t io do Pic a Pa u Amarel o,
Fábu la s do M a rq u ês de R a b ic ó , Aven t u ra s do Prínci pe
e Noiva do de N a r iz in h o , en t re o u t ro s . Pu b lic ou mui tas
obras a o lo n g o de s u a vida , in c lu in do livro s para
adulto s , c o n to s e t ra du ç õ es .

16
Eu falo que análise de discurso nos leva a um exercício de
empatia. Porque quando você quer entender o que o outro quis
dizer, você precisa entrar no lugar do outro e fazer um exercício

Análise de discurso no campo 29:01

pragmático
A professora apresenta a anális e de dis c u r s o p elo c a m p o p ra g m á t ic o , que é
bastante re presentad a pela teor ia do s a to s de f a la . O c a m p o da p ra g máti ca
inclui: argumentação, d iscurso e en u n c ia ç ã o , a s it u a ç ã o ex t er io r a o s ujei to.

Então, enquanto na teoria da enunciação estamos preocupados


somente com aquela cabecinha [enunciador], na teoria dos atos
de fala, na pragmática, a gente está preocupado com o outro,
com quem vai receber a mensagem.

A publicidade se vale muito do ato de fala, bastante, porque a


publicidade tem sempre como objetivo fazer com que o outro
faça alguma coisa.

17
Atos de fala e resumo da aula 31:54

A professora apresenta os tipos de a to s de f a lh a , q u e s ã o :

> atos asser tivos: comprom et em o f a la n t e c o m o f a la do ;

> atos expressivos: exprime m s en t im en to do f a la n t e;

> atos diretivos: faz o ouvint e a g ir ;

> atos declarativos: comprom et e o f a la n t e c o m u m a to im p o r t a n t e;

> atos comissivos: compromet e o f a la n do c o m u m a a ç ã o f u t u ra .

Além disso, a professora apresen t a u m res u m o g era l de to do s o s tó p icos


tratados durante a aula. Os seg u in t es tó p ic o s f o ra m a b o rda do s :

> discussão sobre análise d e dis c u r s o ;

> linguagens e representação do dis c u r s o ;

> sujeitos d e linguagem;

O que a gente fez aqui foi um trabalho de mostrar como você


pode fazer uma análise de discurso, de você entender o que é.
Porque se você gostar e quiser se aprofundar, você vai ter dentro
da análise de discurso, nesse âmbito da teoria da enunciação,
você vai ter um percurso para aprofundar e entender mais.

18
AULA 2, PARTE 1
Magda Mulati Gardelli

PANORAMA

A professora Magd a apresen t a o s tó p ic o s es s en c ia is p a ra a c o n s t rução da


análise d e d iscurso. Os tópi c o s es s en c ia is s ã o : def in iç ã o de t ip o t extual ;
definição de gênero textual; p er s p ec t iva s t eó r ic a s p rá t ic a s ; p rá t ic as
gêneros textuais e caracterí s t ic a s .

Tipo textual 02:31

A professora inicia a aula apre s en t a n do o t em a T ip o t ex t u a l. Tra t a - s e de


uma das par tes mais impor tant es p a ra c o m p reen der to do o p erc u r s o da
análise de discurso. Nesse sen t ido , c o m p reen dê- lo é f u n da m en t a l. E m
síntese, tipo textual é um conceito q u e s e refere à s es t r u t u ra s lin g u í sti cas
do texto.

O gênero textual ocorre, os estudos ocorrem, em um momento


em que o texto passa a ser o foco do processo de ensino-
aprendizagem. Até meados da década de 80, aqui no Brasil, a
gente não tinha muita essa preocupação em relação ao gênero.

Então, quando nós estamos falando de tipo textual, a gente está


falando de características linguísticas. É como eu organizo as
palavras dentro do texto, quais são minhas escolhas lexicais.

19
Quais são os tipos textuais? 08:01

A professora enumera quais sã o o s diferen t es t ip o s t ex t u a is , s en do e l es:

> Narrativo: um tipo de texto q u e p o s s u i u m a s eq u ên c ia t em p o ra l, c om


início, meio e fim.

> Descritivo: tem como objetivo ex p o r a s c a ra c t er í s t ic a s de u m o b jeto,


cenário, pessoa etc.

> Injuntivo: tem como objetivo f o r n ec er in s t r u ç õ es , o n de h á p reva lênci a de


formas verbais d o imperativo.

> Expositivo: é um texto que n ã o a rg u m en t a , m a s ex p õ e ideia s .

> Disser tativo: é um texto que s e u t iliz a de a rg u m en to s p a ra s u a


construção.

A organização linguística [no texto narrativo] significa quais as


escolhas que eu vou fazer para desenvolver um texto narrativo.

Storytelling
Stor ytelling é um termo, em in g lês , q u e in c o r p o ra a s p a lavra s s tor y
(história) e telling (contar ). Po de s er def in ido c o m o a a r t e de c ontar
histórias, em que são ap res en t a da s h is tó r ia s e ideia s p o r m eio de uma
construção narrativa que f a ç a s en t ido a o o u vin t e, de f o r m a m a i s si mpl es
e cur ta, com início, meio e f im . N a á rea do m a r ket in g , é u t iliz a do como
uma impor tante ferramen t a p a ra p ro m o ç ã o de n eg ó c io s , c o n s id erando
seu caráter persuasivo.

20
Texto narrativo 15:14

A professora apresenta um tex to p a ra exem p lif ic a r o t ip o t ex t u a l n a r rati vo,


ressaltando os elementos dess e f o r m a to , q u e p o s s u i in í c io , m eio e f im.
O texto utilizado para exemplo é o c o n to A c a r t eira de M a c h a do de Assi s,
da obra Memórias Póstumas de Brá s Cu b a s . A p ro fes s o ra s a lien t a o s
elementos que compõem esse t ip o n a r ra t ivo , c o m o o u s o de g er ú n dio e os
marcadores de tempo e ação de m ovim en to .

Livro: Memórias Póstumas de


Brás Cubas
Mem ó r ia s p ó s t u m a s de Brá s Cu b a s é u m a obra de
Macha do de As s is , p u b lic a da em 1 8 8 1 . O livro é
divid ido em 1 6 0 c a p í t u lo s , c o n du z ido s p elo narrador
Brás Cu b a s , c o n s idera n do o def u n to - a u to r. Nessa
obra , M a c h a do de As s is a p res en t a diferen t es
crítica s s o c ia is p o r m eio da n a r ra t iva de Brás
Cubas , u t iliz a n do m et á f o ra s , iro n ia s e eu femi smos.
Mem ó r ia s p ó s t u m a s de Brá s Cu b a s é u m t exto que
inau g u ro u o rea lis m o b ra s ileiro , o n de o n a r rador
vê o m u n do c o m c et ic is m o e des p rezo , e t a mbém
há rela t iviz a ç ã o de t em a s c o m o verda de, c iê nci a e
razão .

Contos da Meia Noite


Contos da Meia noite era u m p ro g ra m a q u e a p res en t ava c o n to s d e
grandes autores brasileiro s , de f o r m a c u r t a . O s c o n to s era m n a r rados
por grand es personalid ades b ra s ileira s e s e to r n a ra m p a r t e da
programação d a T V Cultura du ra n t e u m lo n g o p er í o do .

21
Quando nós estamos lendo [...] principalmente o que não é
atual, a leitura do passado, os textos que estão no passado, eles
trazem a história.

Quanto mais você lê, mais vocabulário você adquire. E,


consequentemente, mais facilidade de comunicação você terá.

22
AULA 2, PARTE 2
Magda Mulati Gardelli

Texto descritivo 00:20

A professora apresenta o tipo t ex t u a l des c r it ivo , q u e s e t ra t a de u m a


construção que tem como objet ivo ex p o r a s c a ra c t er í s t ic a s de u m o b jeto,
cenário, pessoa etc. A descriçã o p rec is a s er c o n s is t en t e p a ra q u e o
leitor entenda e visualize o que es t á s en do des c r ito . N es s e t ip o , u t iliz a-
se advérbios de modo e, prefere n c ia lm en t e, ver b o s n o t em p o p res en t e.
Os gêneros textuais que predom in a m n o t ip o des c r it ivo s ã o : m a n u a l de
instrução, receitas, listas, currí c u lo s , a u dio des c r iç ã o , en t re o u t ro s .

O texto descritivo é um tipo texto que está presente em vários


outros, em vários outros gêneros, porque o tipo de texto
descritivo é o tipo que vai estar criando uma imagem, ou uma
situação, ou um contexto, por meio de palavras.

Exemplo de discritivo 07:34

A professora apresenta um exem p lo do t ip o t ex t u a l des c r it ivo . Pa ra is so,


utiliza um texto d e d escrição de u m a c a p a de livro , o n de des c reve s u a s
características gerais como cor, t a m a n h o , f o r m a to , es t a m p a s , det a lh es da
imagem e nome d a ed itora. A ca p a s e t ra t a do livro O m en in o q u e n ã o vi a
amigos de Pâmela PSchichhol.

23
Livro: O menino que não via
amigos
O livro O m en in o q u e n ã o via a m ig o s f o i es cri to pel a
autora Pâ m ela PSc h ic h h o l e p u b lic a do p ela edi tora Z
Multi. A o b ra a c o m p a n h a a h is tó r ia da a m iz ade entre
Beto e Pedro , s en do Pedro u m m en in o c eg o . Por mei o
do diá lo g o en t re o s do is n ovo s a m ig o s , s ã o rel evadas
impo r t a n t es p er s p ec t iva s em rela ç ã o à vida. O l i vro
é for m a do p o r 2 8 p á g in a s , des t in a do p a ra c ri anças e
adulto s . O livro p o s s u i u m a ver s ã o de a u diodescri ção
dispon í vel n a in t er n et .

A descrição sempre foi importante em diversas profissões. [...]


E, hoje, ela tem uma importância social muito grande.

24
AULA 2, PARTE 3
Magda Mulati Gardelli

Textual Dissertativo 00:15

A professora apresenta o tipo t ex t u a l dis s er t a t ivo , q u e s e t ra t a de u m texto


que se utiliza d e argumentos pa ra s u a c o n s t r u ç ã o . É u m t ex to c o m p o sto
por introdução, d esenvolvimento e c o n c lu s ã o . O s g ên ero s t ex t u a is q u e
predominam no tipo disser tativo s ã o : t ex to s a c a dêm ic o s , edito r ia is , a r ti gos
de opinião, petições, alegações in ic ia is e f in a is , en t re o u t ro s .

O texto dissertativo tem características de argumentação.


Quando você disserta, já está embutido no seu discurso que
você tem uma tese e que vai defender uma tese.

O texto dissertativo sempre vai ter uma tese.

25
Exemplo Dissertativo 09:32

A professora apresenta um exem p lo do t ip o t ex t u a l dis s er t a t ivo ,


considerando uma publicação qu e c o n t en h a a es t r u t u ra de in t ro du ç ã o ,
desenvolvimento e conclusão, a p a r t ir da t es e e da a rg u m en t a ç ã o . Pa ra o
exemplo, utiliza o ar tigo d e opin iã o M em es , M em es e M em es de Clá u di a
Burdzinski, publicad o pela Gazet a In f o r m a t iva em 2 1 de fevereiro de 2 020.

Dentro do campo jornalístico, nós temos diversos gêneros


textuais. Artigo de opinião entra dentro do campo jornalístico.

Memes
Memes – a palavra meme t em o r ig em do g reg o m im em is ( im it a ção) . O
termo é bastante conhecido e u t iliz a do n a s redes s o c ia is c o m o recurso
de comunicação de fenô m en o s vira is , s eja m eles ví deo s , im a g ens,
frases, músicas ou situa ç õ es . Alg u n s a u to res referem a o r ig em do
termo com a obra O gene eg o í s t a de R ic h a rd Da w kin s , em 1 9 7 6 , sendo
consid erada nessa obra c o m o u m a u n ida de de evo lu ç ã o c u lt u ral que
pode se autoprogagar em diferen t es m o m en to s , p o r diferen t es moti vos.

26
Você apresenta a tese, e o que a gente chama de justificativa
são os argumentos que a gente usa para que você se convença
de que aquilo é verdade.

Filme: Uma Mente Brilhante


O film e Um a m en t e b r ilh a n t e f o i p ro du z ido por
Brian Gra zer e R o n Ho w a rd, de 2 0 0 1 , q u e c onta a
histór ia b io g rá f ic a de Jo h n Fo r b es N a s h e s ua l uta
diária c o n t ra a es q u izo f ren ia . O f ilm e s e c la ssi fi ca
como u m dra m a b io g rá f ic o , e t em c o m o b a se o l i vro
de Si lvya N a s a r A Bea u t if u l M in d: A Bio g ra p hy of
John Fo r b es N a s h , Jr., Win n er o f t h e N o b el P ri ze i n
Econo m ic s de 1 9 9 4 . O f ilm e é es t rela do p o r Ri chard
Crow e, n o p a p el p r in c ip a l, Jen n ifer Co n n ely e Paul
Bettan y, en t re o u t ro s .

Texto expositivo 23:00

A professora apresenta o tipo t ex t u a l ex p o s it ivo , q u e s e t ra t a de u m a


forma de texto que não possui a rg u m en to s . O t ip o ex p o s it ivo , a s s im c omo
o disser tativo, também segue a es t r u t u ra in t ro du ç ã o , des en vo lvim en to e
conclusão. Os gêneros textuais q u e p redo m in a m n o t ip o ex p o s it ivo s ã o:
textos didáticos, matérias d e jor n a l, en t revis t a s , en c ic lo p édia s , ver b et e de
dicionário, notícia, entre outros .

Texto expositivo: A professora a p res en t a u m exem p lo do t ip o t ex t u a l


expositivo. Para isso, utiliza um a n o t í c ia p u b lic a da p elo jo r n a l JB R io , em
22 de fevereiro de 2022, de título O p era do ra s de c elu la r s ã o o b r ig a da s a
enviar mensagens contra abuso s ex u a l de c r ia n ç a s . O exem p lo ref o rç a a
caraterística do tipo textual expo s it ivo , u m a vez q u e c o m u n ic a e p a s s a
informações sobre uma determ in a da s it u a ç ã o s em a p res en t a r a rg u m entos
ou tese.

27
A diferença do expositivo para o dissertativo é que no expositivo
não existe argumentos, não existe tese. Não existe o que se
defender, você está apenas expondo.

São textos [tipo expositivo] que cumprem a função de apresentar


alguma coisa.

28
AULA 2, PARTE 4
Magda Mulati Gardelli

Texto Injuntivo 00:20

A professora apresenta o tipo t ex t u a l in ju n t ivo , q u e s e t ra t a de u m t ip o de


texto que tem como objetivo for n ec er in s t r u ç õ es , o n de h á p reva lên c ia de
formas verbais do imperativo. O s g ên ero s t ex t u a is q u e p redo m in a m n o ti po
injuntivo são: manual de instruç õ es , reg im en to s , rec eit a s , en t re o u t ro s.

Além disso, Gard elli apresenta u m exem p lo do t ip o t ex t u a l in ju n t ivo . Para


isso, utiliza um manual de instru ç ã o s o b re rem o ç ã o de c a r t ã o de m emóri a.
O texto usado como exemplo pos s u i a s p r in c ip a is c a ra c t er í s t ic a s do t i po
textual injuntivo, uma vez que a p res en t a c o m a n do s e in s t r u ç õ es , de f orma
objetiva e clara.

O texto injuntivo tem como objetivo fornecer informações, ele dá


comandos.

Nossa, mas uma frase é um texto? É, uma frase é um texto.

29
O que a gente precisa entender de gênero textual [...] é que todo
texto tem uma função social.

A língua formal é aquela que lançamos mão do padrão culto da


língua. Mas o que significa isso? Significa respeitar a gramática.

Gêneros Textuais 12:43

A professora apresenta as cara c t er í s t ic a s de p ro du ç ã o do s diferen t es


gêneros textuais, send o elas:

> cada gênero textual possu i es p ec if ic ida des q u e p er m it em iden t if icar a


sua classificação;

> os gêneros possuem forma to s e es t r u t u ra s p ró p r ia s , m a s s ã o f le xívei s


e essas estruturas, ou seja, n ã o s ã o f ix a s ;

> são mutáveis de acordo c o m o t em p o . Pa ra exem p lif ic a r a s m u t ações


dos gêneros textuais ao long o do t em p o , a p ro fes s o ra a p res en t a a s
transformações d a comunic a ç ã o p a s s a n do p elo t eleg ra m a , c a r t a , e-mai l
e aplicativos de conversa.

Hoje, nós temos o e-mail que substitui a carta, e ele mantém o


mesmo formato, mas ele possui algumas alterações, algumas
inovações.

30
Curiosidade
O surgimento d as primei ra s t ro c a s de m en s a g en s elet rô n ic a s p ossui
uma periodização incer ta , m a s a c redit a - s e q u e a s p r im eira s t ro cas de
mensagens pelo computa do r t en h a m o c o r r ido em m ea do s da dé cada de
1965. Após esse período , n ova s a t u a liz a ç õ es e n ovo s a p r im o ra mentos
foram surgind o, juntamen t e a o des en vo lvim en to t ec n o ló g ic o . O
prog ramad or Ray Tomlin s o n t a m b ém a u x ilio u es s e p ro c es s o de
expansão da comunicaçã o , da n do o p o n t a p é in ic ia l p a ra o f o r m ato de
e-mail que conhecemos a t u a lm en t e. A p a r t ir de en t ã o , n ova s f o rmas de
comunicação eletrônicas s u rg ira m , c o m o a s redes s o c ia is , t elegram,
WhatsApp, entre outras.

Quando nós olhamos e batemos o olho em um texto poético,


existem algumas coisas que já nos demonstram que ele é um
texto poético, não só pelo seu formato. Qual a função social da
poesia? Emocionar, comover, entreter.
E dentro dessa possibilidade, dentro desse universo, [por
exemplo] nós temos na poesia a rima, os versos, as estrofes.

Não só o gênero se transforma, novos gêneros são criados de


acordo com as necessidades [...], mas novas linguagens também
são. Então ele está mudando o tempo todo.

31
AULA 3, PARTE 1
Magda Mulati Gardelli

PANORAMA

Nessa aula, a professora Magda a p res en t a o t em a a rg u m en t a ç ã o e a


linguagem d o discurso, que se t ra t a de u m a da s p a r t es es s en c ia is p a ra o
e ntendimento da Análise d o disc u r s o . Ain da s ã o dis c u t ido s o s s eg u in tes
tópicos: o que é argumentação ; t ip o s de a rg u m en to s e m o da lida des de
manipulação.

Introdução 01:04

A professora d á início a aula apres en t a n do s u a h is tó r ia de vida , a s u a


formação, a sua relação com os es t u do s , o s s eu s o b jet ivo s de vida e a
forma como seus pais lhe ajuda ra m a en t en der o s es t u do s c o m o a lg o
impor tante. A professora utiliza des s a h is tó r ia p a ra ilu s t ra r a im p o r t â nci a
da argumentação, consid erand o s eu c o n ven c im en to s o b re a relevâ n c ia
das credenciais escolares. Ness e c o n t ex to , a a u la b u s c a rá p erc o r rer o s
seguintes objetivos:

> conhecer o que é argumentaç ã o ;

> identificar os tipos de argume n to s ;

> estudar as modalidades d e arg u m en t a ç ã o .

Esse argumento com meu filho, é o de que: o estudo, o diploma,


é a única herança que você pode deixar para seu filho, ou único
patrimônio que você pode ter que ninguém pode te tirar.

32
Leandro Karnal
Lean dro Ka r n a l é u m es c r ito r, p ro fes s o r e h istori ador
brasi leiro . At u a lm en t e, p o s s u i m a is de 2 4 liv ros
public a do s , s o b re t em a s diver s o s . E n t re s u as
public a ç õ es m a is ven dida s es t ã o O in fer n o somos
nós, To do s c o n t ra to do s e Crer o u n ã o c rer. Leandro
Karnal t a m b ém p o s s u i u m c a n a l n o Yo u t u b e de nome
Prazer Ka r n a l, o n de p u b lic a video a u la s , p a le stras e
dema is c o n t eú do s a c a dêm ic o s .

E se eu não convenci você a não usar é porque esse não é um


bom argumento.

Construção de argumentação 22:53

Após apresentar um víd eo que t in h a c o m o c o n t eú do u m a dis c u s s ã o entre


Marcelo Freixo e Carla Zambelli, s o b re a lib era ç ã o do p la n t io da m a c o nha
para usos med icinais, a professo ra a n a lis a a c o n s t r u ç ã o da a rg u m en t ação
de cada um, apontand o quais fo ra m o s a rg u m en to s e o s c o n t ra a rg u m e ntos
mobilizados por Marcelo Freixo e p o r Ca r la Za m b elli.

Então é assim que funciona uma argumentação: você parte de


uma tese, de uma ideia que você acredita, e dali parte para os
porquês que você acredita e dentro desses porquês que estão
os argumentos.

33
AULA 3, PARTE 2
Magda Mulati Gardelli

Argumentação é uma ação verbal escrita ou falada, é sempre


uma ação verbal, que tem como objetivo convencer alguém de
alguma coisa, ou fazer alguma coisa.

O que é argumentação? 27:54

Argumentação trata-se d e um co n ju n to de in f o r m a ç õ es o u s u p o s iç õ es
que revelam um ponto d e vista, b a s ea do em vivên c ia s , ex p er iên c ia s e que
apresentam como objetivo conven c er o leito r s o b re a lg o . Po r s u a vez , o
argumento é a razão ou raciocín io q u e c o n du z a in du ç ã o o u dedu ç ã o d e
algo. O argumento sempre se ap o ia em u m a t es e o u p rem is s a . O a rg u mento
possui somente 3 formas, send o ela s :

> indutivo: significa d eterminar a reg ra , é a p ren der a reg ra a p a r t ir de


diversos exemplos d e como a c o n c lu s ã o s eg u e da p rem is s a .

> dedutivo: correspond e a d eter m in a da c o n c lu s ã o . Ut iliz a - s e da reg ra para


se chegar a uma conclusão.

> abdutivo: é d eterminar a premis s a u s a n do a reg ra o u a c o n c lu s ã o .

Com o argumento você induz, você leva a pessoa a induzir


alguma coisa ou faz a pessoa a deduzir, e ela se apoia sempre
em teses ou premissas.

34
Eu digo choveu hoje, qual vai ser a dedução? Que a grama vai
estar molhada. [...] é um processo que eu faço com que o outro
chegue a uma conclusão através de uma dedução.

A abdução, por meio de algumas situações que se repetem,


ela cria a regra e aí você supõe. Ela é muito utilizada em
investigações.

Tese ou premissa 35:18

A professora explica o que é um a t es e o u p rem is s a . Tes e/p rem is s a é uma


proposição que o locutor tem e a c redit a , t en do a rg u m en to s p a ra defendê-
la. Nesse contexto, situam-se o s a rg u m en to s , qu e p o dem s er c la s s if ic ados
como:

> de autorid ade: onde usa-se uma voz de a u to r ida de p a ra ju s t if ic a r a t ese.

> de causa ou consequência:onde a t es e é a c eit a ju s t a m en t e p o r c o n t a da


consequência.

> de exemplificação: quand o utiliz a - s e s it u a ç õ es s em elh a n t es p a ra


argumentar.

> de princípio: quand o usa-se d e a lg u m p r in c í p io ét ic o , m o ra l, de c ren ças ou


de valores como argumento.

> por evidências: ond e são apres en t a do s evidên c ia s e p rova s q u e


corroboram a tese.

> de comparação: comparação de du a s s it u a ç õ es , f a to s o u a c o n t ec im entos,


para corroborar a tese.

35
Constituição Federal
A primeira Constituição Federa l b ra s ileira da t a 1 8 2 4 , m o m en to
em que o Brasil deixava de s er c o lô n ia de Po r t u g a l e a s s u m ia s ua
independência política e ec o n ô m ic a . De lá p a ra c á , o u t ra s c o n s ti tui ções
marcaram diferentes mo m en to s da h is tó r ia b ra s ileira , q u e a o s poucos
foram solidificando as m u da n ç a s s o c ia is e p o lí t ic a s do p a í s . A atual
Constituição Brasileira fo i p ro m u lg a da em 5 de o u t u b ro de 1 9 8 8, após o
fim do períod o de d itad u ra c ivil- m ilit a r, q u e p erdu ro u p o r 2 1 a n os.

O argumento de princípios é bem utilizado se você conseguir


compreender bem para que público você está falando e daí sim
trazer a validade.

36
AULA 3, PARTE 3
Magda Mulati Gardelli

Persuação racional 00:30

A professora explica as caracter í s t ic a s de p er s u a s ã o ra c io n a l e


manipulação, send o elas:

> Persuasão: é uma forma que t em c o m o o b jet ivo leva r a lg u ém a f a zer


alguma coisa, ele usa d e argum en to s ló g ic o s e p er m it e q u e o c o r ra o
pensamento.

> Manipulação: leva alguém a f a zer a lg o s em q u e o c o r ra u m a ref lex ã o


racional lógica.

Na argumentação você defende uma tese ou defende uma


causa, ou uma premissa, que desencadeia uma lógica. Então,
você convence a pessoa daquilo, mas você convence dentro de
um debate.

No momento do discurso da pessoa que está fazendo a


persuasão, ela vai encadeando argumentos que faz com que a
pessoa faça aquilo que ela deseja, ou acredite naquilo que ela
quer.

37
Na manipulação, você faz com que o outro faça aquilo que você
deseja sem ele perceber que está sendo manipulado. Muitas
vezes, ele não percebe que está sendo manipulado.

Relações Argumentativas 04:00

A professora apresenta as relaç õ es a rg u m en t a t iva s en t re o en u n c ia do r e o


enunciatário. O enunciad or/man ip u la do r é a q u ele q u e p a s s a a m en s a gem.
Dessa forma, ele também é resp o n s ável p elo c o n t eú do da m en s a g em , os
valores do discurso e de levar o en u n c ia t á r io / m a n ip u la do a c rer o u a fazer
algo. Assim, para que a mensagem s eja efet iva , o s elem en to s q u e devem
ser considerad os na relação ent re o en u n c ia do r e o en u n c ia t á r io , s ã o : o
contrato que se estabelece entre a m b o s ; e q u a is s ã o o s m eio s em p regados
para o convencimento/persuasã o .

Dissertação da professora Magda


A disser tação d e mestra do da p ro fes s o ra M a g da M u la t i Ga rdelli
foi defend id a em 1999, so b t í t u lo A s edu ç ã o do c o m p u t a do r o u a
ilusão da inteligência ar t if ic ia l: a n á lis e do dis c u r s o de u m s o f t ware
educacional,Ano d e Obten ç ã o , p ela Po n t if í c ia Un iver s ida de Ca tól i ca
de São Paulo, (PUCSP). A dis s er t a ç ã o ver s a s o b re o s t em a s educação,
aprendizagem e tecnologia edu c a c io n a l.

38
O que é manipulação? 15:00

A professora trata novamente a ideia de m a n ip u la ç ã o , def in in do - a c o mo


um movimento d e fazer o outro c rer o u f a zer a lg u m a c o is a . N o en t a n to,
nem sempre a manipulação será a lg o n eg a t ivo , c o n s idera n do q u e ex is tem
diferentes perspectivas. Ou seja , a m a n ip u la ç ã o s ã o a s es t ra t ég ia s
utilizadas para convencer algué m de a lg o .

A manipulação não é um movimento perverso. Ela é um


movimento.

Eu posso, em um argumento, fazer uma condução dos


argumentos, que levem alguém acreditar que aquela premissa é
verdadeira, mas que atinja um objetivo meu de crença, que pode
não ser bom para todos.

39
AULA 3, PARTE 4
Magda Mulati Gardelli

Modalidades de manipulação 00:30

A professora apresenta as moda lida des de m a n ip u la ç ã o , q u e s ã o :

> Tentação: onde o manipulado r o ferec e u m o b jeto de va lo r p o s it ivo a o


manipulado.

> Sedução: quand o se atribui ao m a n ip u la do u m o b jeto de va lo r p o s it ivo.

> Provocação: a provocação é o o p o s to da s edu ç ã o , a t r ib u i u m ju í zo de val or


negativo ao manipulado.

> Intimidação: a intimidação é o o p o s to da t en t a ç ã o , p o is o ferec e u m objeto


de valor negativo ao manipulado .

A gente diz, inclusive, que a tentação trabalha psicologicamente


com a ambição.

Na publicidade, a gente tem vários exemplos do tipo tentação. A


maioria da publicidade usa da tentação, principalmente, aquelas
publicidades que colocam preços nas coisas. [...] é tentação,
porque eu estou te oferecendo um objeto de valor positivo.

40
Tentação e estratégias
Diferentes estud os apon t a m a u t iliz a ç ã o da t en t a ç ã o e da s edu ção
na comunicação, d emons t ra n do q u e a s es t ra t ég ia s de a rg u m en tação
são peças impor tantes p a ra c o n s t r u ç ã o de u m diá lo g o c o m o c li ente/
consumid or. Dessa form a , o es t u do da c o n s t r u ç ã o dis c u r s iva t ambém
é um foco impor tante pa ra es s e s eg m en to p ro f is s io n a l, u m a vez
que é necessário não só en t en der do p ro du to o u s er viç o q u e s e está
oferecend o, mas também en t en der c o m o o ferec er e c o m o to r n á-
lo atrativo para o consumido r. N a dis s er t a ç ã o de m es t ra do de
Karina Nogueira Novaes Arg u m en t a ç ã o n a p u b lic ida de: o s m o dos
de organização d os efeito s de verda de, p u b lic a da em 2 0 1 5 , s ã o
apresentados alguns elem en to s des s a dis c u s s ã o .

Exemplo de intimidação 10:00

A professora apresenta um exem p lo de in t im ida ç ã o . Pa ra is s o , u t iliz a


uma imagem d e publicid ade d e u m a f u n erá r ia , q u e u s a a m en s a g em :
Nosso gramado está pronto para rec eb er s eu s c o n vo c a do s du ra n t e a
copa. Se beber, não dirija. A prop a g a n da u s a de u m o b jeto n eg a t ivo p ara a
intimidação, ou seja, um objeto n eg a t ivo p a ra o m a n ip u la do .

Esses dois tipos de manipulação, a sedução e a provocação,


elas não trabalham com oferecimento.

Aquela verdadeira sedução é aquela que ao final você se sente


poderosa, você se sente capaz.

41
Contexto para argumentação 27:00

A professora apresenta qual o c o n t ex to n ec es s á r io p a ra q u e s eja p o s sível a


construção d e uma boa argume n t a ç ã o . E s t e c o n t ex to n ec es s it a de:

> um manipulad or;

> uma intenção d e convencimento ;

> um manipulad o;

E, para que o convencimento oc o r ra , é n ec es s á r io q u e o m a n ip u la do r sai ba


qual estratégia d e manipulação irá u s a r.

Nós temos o manipulador, o manipulado, a intenção do


convencimento. E, para que tudo isso ocorra, é importante que
a gente estabeleça as estratégias, observe o contexto, quem é o
manipulado.

42

Você também pode gostar