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Restaurações Parciais: Inlay, Onlay, Overlay, Endocrown

As restaurações Indiretas são restaurações em que as peças são confecioanadas fora da boca
da boca do paciente.

Onlay
Restauração Parcial com o recobrimento de uma ou mais cúspides (deve reduzir-se as cúspides
até terem uma espessura mínima de 1,5 mm)

Overlay
Restauração Parcial com o recobrimento de todas as cúspides

Indicações para o uso de Restaurações Parciais:

Inlay

• Cavidades bastante extensas


• Cavidades em que a distância intercuspidea é maior que a metade da distância entre a
ponta das cúspides (istmos)
• Cavidades em que se verifique o envolvimento das cristas marginais (visto que aquando
da perda das cristas marginais, a integridade estrutural do dente fica comprometida,
com diminuição da resistência do complexo pulpo-dentinário) -> MO, OD e MOD
• Cavidades muito profundas (associado ao fator C, ao utilizarmos uma restauração
indireta eliminamos a contração de polimerização)
• Quando se verifica um compromisso estrutural moderado ou baixo
• A presença de margens de esmalte (preferencialmente)
• Estético, mas é necessário fazer-se seleção do paciente – tenham boa higiene oral e
controlo de placa (obrigatoriamente) (se o paciente não tem esses cuidados, cárie
secundária)

Onlay

• Indicações semelhantes ao Inlay, com uma diferença, visto que no onlay é necessário
realizar o recobrimento cuspídeo. Desta forma, quando se verifica a remoção de uma
cárie ou de uma restauração em amálgama e uma das cúspides ficou com uma
espessura inferior a 1,5 mm é indicado fazer um onlay e não um inlay. (Se realizássemos
uma restauração direta (ex: amálgama) nesta situação, existiria um grande risco de
fratura devido à presença de esmalte não suportado ou devido à presença de uma
espessura dentária insuficiente.)

Nota: Em cavidades muito extensas não é indicado fazer uma restauração direta.
Fatores que devem estar presentes aquando da realização de uma Restauração Indireta:

• Presença de margens em esmalte, visto que a adesão da cerâmica ao esmalte é melhor


do que à dentina, promovendo um isolamento marginal mais eficaz
• Realização em pacientes com uma boa higiene oral e bom controlo de placa, pelo facto
de ao realizar uma restauração indireta, vai existir uma quantidade de linhas de
terminação superior aquelas que existem aquando da realização de uma coroa (maior
número de margens expostas à cavidade oral). Desta forma, em pacientes com
deficientes cuidados de higiene oral existe uma grande probabilidade de infiltração das
margens, originando cárie secundária.

Características dos preparos:

Inlay
• Paredes da cavidade devem ser divergentes (ao contrário do que se verifica na
amálgama – paredes convergentes, de modo a promover uma retenção mecânica)
• A retenção é química e o objetivo é colocar o material de forma passiva (daí ter
paredes divergentes);
• Angulação das paredes de 6º (a inclinação da broca deve ser angulada no sentido
vestíbulo-palatino);
• Os ângulos internos devem ser arredondados, de modo a evitar a criação de tensões
internas;
• Os ângulos e margens externas devem ser bem definidos (não devem estar biselados),
de modo que não se verifique uma diminuição da espessura e para que o técnico de
prótese consiga perceber de forma clara o selamento marginal pretendido. Desta forma,
o técnico consegue realizar a peça com maior precisão e aquando da cimentação,
permite-nos ter a menor espessura de cimento possível;
• A espessura mínima deve ser de 1,5 a 2 mm (vai variar de acordo com o material).
Antigamente este tipo de restaurações era essencialmente realizado com ligas metálicas
nobres (exemplo: ouro). Hoje em dia prevalecem as restaurações em cerâmica, cuja
espessura deve ser de pelo menos 1,5 mm a 2 mm (o ideal é 2 mm);
• Não devem existir áreas de esmalte não suportado e nenhuma das paredes cuspídeas
pode ter menos de 1,5 mm de espessura, de modo a que as paredes não estejam
fragilizadas (Se isto não se verificar, deixamos de ter um inlay e passamos a ter um onlay
com redução das cúspides);
• Podem ser realizados em metal (muito pouco utilizados, por questões estéticas) ou em
cerâmica.
Relativamente ao material utilizado, a principal diferença prende-se com o acabamento
das margens. Na cerâmica as margens devem ter uma certa espessura e um acabamento
específico, enquanto que em metal as margens devem ser biseladas (o ouro é o metal
cujas margens apresentam menor gap marginal).

Nota: Por vezes, é mais vantajoso recorrer a restaurações indiretas em relação a restaurações
diretas. Quando o paciente realizou várias restaurações diretas em compósito e uma das
restaurações não ficou bem ajustada (ficou com o ponto de contacto aberto) à Principal razão
para realizar restaurações indiretas (a contração de polimerização que leva à destruição do
ponto de contacto quando não se usam os sistemas de matrizes corretos)
Exemplo: em restaurações MOD, quando não se verifica a utilização de sistemas de matrizes e
anéis adequados para ter pontos de contacto fortes, estes podem deixar de existir devido à
contração de polimerização do compósito. Desta forma, conseguimos obter bons pontos de
contacto, o que permite estabelecer superfícies de contacto, que impedem a impactação
alimentar.

Quando os pontos de contacto estão abertos e as margens da restauração não estão bem
adaptadas à recorrer as restaurações indiretas

Após a realização do inlay, verifica-se a obtenção de um molde que o técnico de prótese irá
utilizar para encerar as restaurações que são depois fundidas e cimentadas.

Atualmente opta-se por realizar restaurações do tipo inlay em cerâmica, com recurso a
sistemas adesivos, desta forma é ideal que as margens sejam todas de esmalte, com vista a
promover uma melhor adesão e adaptação.

Onlay
• As características dos preparos são semelhantes às do Inlay, com uma única diferença:
nas zonas onde realizamos recobrimento cuspídeo, o material deve ter no mínimo 2 mm
de espessura, pelo facto de serem zonas funcionais que estão sob maior stress oclusal e
de mastigação. O objetivo é evitar a fratura do material.

Onlay que recobre 2 cúspides de um Molar Superior (se recobrirmos todas as cúspides, passa a
tratar-se de um overlay).

Guidelines para a avaliação prática (Onlay com recobrimento de todas as cúspides: Overlay)

• Istmo com 2 mm
• 2 boxes (mesial e distal), com profundidade entre 1,2 a 1,5 mm
• Em vestibular vamos ter uma terminação em ombro (mais ou menos 1 mm)
• Desgaste a nível oclusal em 3 planos
• Ao nível das cúspides funcionais: plano A e plano B (seguir a inclinação das vertentes) -
altura de 1 mm
• 2 mm de clearance (espaço para a colocação do material)

Em cerâmica (todas as margens e acabamentos estão arredondados – acabamento em


ombro arredondado, sem bisel), em ouro (linhas de terminação mais agudas, a margem externa
está biselada)

Restaurações em ouro (necessitam de retenção mecânica), em cerâmica (necessitamos


sempre de algumas características de retenção mas esta vai ser essencialmente dada pela
técnica adesiva)

Procedimentos (podem ser utilizadas matrizes):

1º: Preparação da cavidade para amálgama (broca de tungsténio, abrir o sistema de fissuras do
dente, boxes com profundidade de 1,5 mm – paredes convergentes)
2º: Podem ser usados cinzéis de esmaltes (removendo uma parede muito fininha entre o dente
que estamos a preparar e o dente adjacente)

3º: Broca de agulha para abrir o ponto de contacto

4º: Converter a cavidade um inlay (com uma broca de ombro arredondado) que vai permitir que
as paredes passem de convergentes a divergentes. Assim a cavidade vais ser alargada até
obtermos o valor de 2 mm de istmo

5º: Com a mesma broca alargar o istmo das boxes (alargar para lingual e vestibular), dando
sempre uma inclinação divergente

6º: Converter o inlay num onlay (com a mesma broca vamos desgastar por planos as cúspides
do dente) – Começar pelas vertentes internas das cúspides vestibulares, depois pelas vertentes
internas das cúspides linguais e, por último, fazer o desgaste das vertentes externas das cúspides

7º: O objetivo é alinhar as pontas das cúspides com as pontas das cúspides dos dentes
adjacentes (devemos seguir o alinhamento) – A parte funcional da restauração deve seguir a
anatomia do dente

8º: Realizar o ombro a nível vestibular (talhar 1 mm ao nível da vertente das cúspides), o ombro
deve ter continuação com as boxes (a transição deve ser suave, criando um degrau)

9º: Acabamento (os ângulos internos devem ser arredondados, não devem existir vértices na
porção interna da restauração). Ao nível das boxes (utilizar brocas multilaminadas – para
arredondar a transição entre as boxes e o istmo central), as paredes V e L não podem estar
retentivas. Abrir o ponto de contacto interproximal (espaço mínimo de 0,5 mm a 1 mm)

10º: Análise do preparo (com a sonda e matriz de desgaste)


Pronstodontia Fixa

Coroas parciais

As coroas parciais são estruturas protéticas extra-coronárias que poupam parte ou toda
a face vestibular das peças dentárias em que são executadas.

Estas restaurações podem ser coroas 3/ 4, 4/ 5, 7/ 8 e 1/ 2 coroa mesial e coroas pin


ledge (existem todas estas, mas só vamos falar das 3/ 4 e 4/ 5, e fazer uma pequena
referência às pin ledge).

Este tipo de restauração foi descrito no princípio do século XX. O seu desenho foi
considerado bastante estético para a altura, já que as cerâmicas eram pouco utilizadas.

A melhoria da estética conseguida neste tipo de restaurações deveu-se ao facto de


se poupar a face vestibular, a qual ficava quase intacta.

O material escolhido para fazer as restaurações era o acrílico. O acrílico da altura


era, naturalmente, muito menos estético que qualquer face vestibular dentária pelo
que, se conseguíssemos manter a face vestibular do dente, a estética seria muito
melhor do que qualquer coroa/faceta em acrílico.

Assim, poupando a face vestibular que não era substituída por acrílico,
conseguíamos mais estética nas restaurações.

Nesta altura começou, também, a surgir o interesse em poupar tecido dentário, e estas
restaurações eram utilizadas em elementos unitários e retentores de pequenas pontes.

VANTAGENS

• Desgaste conservador;
• Estética melhor do que a coroa total com faceta;
• Margem intra-sulcular pequena (mesmo que a façamos subgengival, vamos
ter uma margem no sulco pequena; a margem vestibular a existir não será
infragengival mas sim supragengival, tendo fácil acesso);
• Bom acesso à margem;
• Boa visibilidade do assentamento da peça dentária;
• Cimentação fácil, com menor pressão hidrostática (temos muitos sítios por
onde o cimento pode fluir);
• Acessibilidade aos testes de sensibilidade (porque há preservação de
esmalte e dentina);
• Estética (é estético porque mantemos a face vestibular mas, por outro lado,
não são assim tão estéticas em algumas situações; se houver exposição de
metal já não será estética).

| Inês Rodrigues
DESVANTAGENS

• Menor retenção do que as coroas totais;


• Exposição de metal (menos estéticas);
• Preparação muito difícil;
• Técnica laboratorial exigente;
• Quantidade de margem exposta;
• Atualmente, são pouco estéticas (embora mantenhamos a face vestibular
sem nenhuma exposição metálica, vamos ter, por vezes, alteração da
transparência do bordo incisial).

INDICAÇÕES

• Correções oclusais;
• Substituição de restaurações – sem grande perda dentária;
• Retentores de pontes (de pequenas e médias dimensões; não podem ser
muito grandes nem sujeitas a muitos esforços);
• Retentores de pontes adesivas;
• Estética.

CONTRA-INDICAÇÕES

• Má higiene oral;
• Restaurações extensas;
• Face vestibular alterada ou fraturada (já que uma das indicações para fazer
esta restauração é manter a face vestibular, não faz sentido fazer uma caso
tenhamos uma face vestibular estragada);
• Dentes curtos;
• Dentes com excessiva constrição cervical;
• Dentes finos;
• Dentes com patologia dentária como a amelogénese imperfeita (isto exigiria
uma cobertura total que não é conseguida com este tipo de restaurações);
• Exigências estéticas (se o doente tiver exigências estéticas não podemos
utilizar porque muito provavelmente vai haver exposição de metal, o que
comprometerá a estética).

| Inês Rodrigues
COROAS PARCIAIS 3/4

Este tipo de restaurações tomam o nome de coroa 3/4 porque nós preparamos 3 das 4
faces (ou 4 das 5 faces no caso das coroas 4/5).

• Preparação de uma coroa 3/4

Desgaste palatino/lingual

- Área oblíqua (entre o cíngulo e o bordo incisal)

• Fazer sulcos de orientação com 0,5 a 1mm;


• Fazer um desgaste de 0,7 a 1mm;
• Usar uma broca em forma de chama;
• É aconselhado que o desgaste seja feito só em metade primeiro, de forma a que
consigamos ter algum controlo sobre o que nos falta fazer e o que já fizemos (na
última imagem o bordo incisal também já começou a ser preparado).

- Área axial (entre o cíngulo e o limite cervical)

• Devemos usar uma broca tronco-cónica (a broca da imagem não está com a
inclinação 100% correta, devia estar mais inclinada para a direira; a broca deve
ter uma inclinação paralela aos 2/3 incisais da face vestibular);
• A preparação deve ser paralelo ao eixo de inserção;
• Fazer um chanfro com 0,5 a 1mm (o chanfro que vamos fazer vai ser quase um
ombro bastante profundo; a zona referente ao chanfro deve ficar bem marcada).

| Inês Rodrigues
Desgaste interproximal

• Marcação dos limites proximais;


• Possível inclusão do ponto de contacto distal/mesial (impede o movimento para
palatino, e quanto mais área tivermos, melhor será a retenção) – a questão de
podermos ou não incluir os pontos de contacto tem a ver com uma questão de
estética; no caso do distal é menos importante pois este estará sempre menos
visível, logo a preocupação estética não é tão necessária;
• Devemos usar uma broca tronco-cónica – a inclinação deve ser tal que a ponta
fique mais distante vestibularmente do que a haste (queremos que fique
paralelo à face vestibular e não ao eixo do dente, como se verifica na imagem).

Na imagem conseguimos ver uma preparação com um limite a toda a


volta, que apanha o ponto de contacto em distal. Temos a preparação
não axial com um pequeno bisel.

As arestas marcadas com a seta, geralmente, são biseladas para evitar


a existencia de prismas de esmalte não suportados. É possível
verificar, também, que em distal fomos mais longe do que em mesial.

Desgaste incisal

Alguns autores aconselham a cortar o bordo incisal como se vê na figura


– tal não faz sentido e hoje é totalmente inaceitável.

Assim, o que era defendido antigamente, e que aparece no Shillinburg,


era que se desgastasse o bordo incisal a 45º, 1mm a 1,5mm.
Atualmente, a única coisa aceitável a fazer será um bisel ou contra-bisel
(geralmente aceita-se um bisel por palatino) – problema da estética,
pois estaríamos a remover todo o bordo incisal.

Não haverá nenhum doente que aceite uma exposição de metal por vestibular.

| Inês Rodrigues
Quando nos deparamos com a nossa preparação final, vamos ver que temos um
problema de retenção, pois este preparo não vai segurar nada. Nesta preparação não
vamos ter nem retenção nem estabilidade.

As únicas paredes opostas são as proximais, mas estas não


se opõem a nada, neste momento (ou seja, elas opõem-se
uma à outra mas não há nenhum movimento particular).
A parede palatina, por outro lado, não tem oposição, o
que fará com que a peça que lá vamos colocar caia pouco
depois de ser cimentada.

Assim, para resolver o problema, os autores sugeriram o uso de calhas proximais ou


boxes, em alguns casos. O desenho mais clássico utiliza as calhas proximais (o uso destas
calhas vai dar retenção e estabilidade à restauração).

Também podemos usar, depois, uma calha palatina para melhorar a rigidez (e há quem
fale que melhora, também, a estabilidade).

Calhas proximais

As calhas proximais são um encaixe que vamos fazer na estrutura de maneira a dar-lhe
uma forma tronco-cónica. Vamos formar um cone, que ao estar encaixado, nos vai
permitir ter uma estrutura a competir e a opor-se à parede palatina. Uma vez que não
temos parede vestibular, vamos ter as calhas proximais (as suas paredes) a oporem-se
à parede palatina. Ao fazermos isto, vamos ganhar retenção e estabilidade.

As calhas devem ter cerca de 1mm de profundidade, na


espessura da preparação.

A inclinação deve ser horizontal e, geralmente, orientam-se de


forma paralela à vertente oposta da face vestibular. Contudo,
também há quem diga que podem apontar para o centro da
peça dentária, ou apontar para a aresta oposta, ou ficar o mais
perto possível da parede oposta.

Independentemente da forma como o fazemos, devemos ter


sempre em conta que não devemos fragilizar a parede.

O ângulo que a calha faz deve ser um ângulo menor que 90° (ângulo agudo). Se o ângulo
for maior que 90° não haverá retenção. A zona do vértice da calha também não deve
ser arredondado.

Nestas imagens vemos as orientações de apontar para o centro


da peça dentária e a apontar para a calha oposta (aresta
oposta).

| Inês Rodrigues
As calhas devem ser colocadas em função da estabilidade e da retenção, senão não
vão fazer nada.

POSITIONAMENTO DAS CALHAS EM FUNÇÃO DA ESTABILIDADE E RETENÇÃO

Na primeira imagem, vemos que as calhas se opõem ao movimento, logo estão a


fazer de parede oposta em relação à parede palatina.

Na segunda imagem, no lado esquerdo, conseguimos ver que a calha não está a
fazer de parede oposta à face palatina. A inclinação aqui é muito grande, o que faz
com que ocorra deslizamento.

Na terceira imagem, a calha está a fazer de parede oposta mas está a fragilizar a
parede vestibular, pois está demasiado perto da mesma.

Na quarta imagem, a calha embora esteja a opor-se à parede palatina, está longe
demais da parede vestibular e, assim, não está a permitir a manutenção da posição
ao nível vestíbulo-proximal e, portanto, permite que nesta zona haja movimento e
dissolução de cimento e, a partir daqui, começa a haver infiltração.

No exemplo da segunda imagem, não vamos ter uma calha no sítio, mas sim uma
calha que vai deslizar e querer sair, cada vez que estiver a ser sujeita a cargas.

Quando temos uma calha com um ângulo agudo que sofre uma carga, a calha tem
uma força de compensação que lhe vai permitir aguentar (a força da calha é
compensada diretamente pelo dente). Quando a calha tem um ângulo oblíquo a
força da calha não é compensada pelo dente e, portanto, a calha vai acabar por
deslizar para fora.

| Inês Rodrigues
RELAÇÃO ENTRE AS CALHAS

Nós queremos colocar o sistema de calhas o mais perto possível da parede vestibular,
de forma a impedirmos o movimento. Ao mesmo tempo, queremos que o sistema
de calhas fique contínuo (se ficar descontínuo não vamos ter o efeito de agrafo que
precisamos e vamos perder rigidez). Pretendemos que ao colocarmos a coroa, a zona
interior das 3 calhas funcione quase como um agrafo, impedindo o movimento para
todos os lados. Isto vai estabilizar e conferir alguma rigidez.

- Preparação

• Vão ser preparadas segundo o eixo de inserção da peça protética – nas coroas
3/4 este eixo corresponde aos 2/3 incisais da face vestibular enquanto que nas
coroas 4/5 corresponde ao eixo principal da peça dentária;
• As calhas são preparadas em várias fases – o Shillingburg aconselha a utilização
de artifícios (por exemplo, fixar uma broca) para conseguir acertar o paralelismo
entre as calhas;
• Devem ter a forma de tronco de cone;
• Devem ser paralelas ao eixo de inserção – o eixo de inserção acaba por ser
definido por elas;
• Devem ter cerca de 1mm de profundidade (a profundidada acaba por ser o
diâmetro da broca);
• Devem terminar a cerca de 0,5mm do chanfro;
• Devem ser colocadas o mais para vestibular possível – sem comprometerem
nem fragilizarem a face vestibular.

Calha palatina

Na primeira imagem conseguimos ver que o sistema de calhas é contínuo.

• Esta calha deve ser triangular em corte;


• Vai unir as calhas proximais;
• Deve ser paralela ao bordo incisal;

| Inês Rodrigues
• Termina num efeito agrafo;
• É preparada, geralmente, com uma broca de cone invertido (também pode ser
com uma broca cilíndrica).

Acabamento e polimento

Após fazermos o polimento vamos ter a preparação finalmente terminada.

COROAS PARCIAIS 4/5

Tudo o que foi descrito para as coroas 3/4 é aplicável às coroas 4/5, com algumas
alterações:
• Temos uma face oclusal para talhar (mais uma face, portanto);
• O eixo de inserção é o grande eixo do dente;
• Na cúspide funcional devemos fazer um bisel;
• Nos dentes mandibulares, a cúspide funcional é a vestibular pelo que, neste
caso, o bisel e contra-bisel são substituídos por um talhe de 1,5mm, terminado
em chanfro com bisel.

| Inês Rodrigues
Pormenor das várias hipóteses da terminação
oclusal/incisal

Pode ser com bisel, sem bisel ou com contra-bisel


(querem sempre que façamos contra-bisel pelo
menos, tem que passar para o outro lado, ou seja, o
contra-bisel é fundamental).

Visibilidade do metal

Se terminarmos como no segundo exemplo, o metal já não será visível.

| Inês Rodrigues
DIFICULDADES

• Estética;
• Preparação clínica e laboratorial.

As coroas parciais são usadas como retentores para pontes de:


• Rochette;
• Maryland;
• Virginia.

PONTES DE ROCHETTE, MARYLAND E VIRGINIA

São pontes mistas entre a prótese fixa e a


prótese removível (usam algo semelhante a
unidades gancho a segurar depois uma prótese
fixa que é cimentada). Isto permite-nos ter
muito menos desgaste e em compensação
permite-nos ter muito mais cimentações
duradouras.

PIN LEGDE

É uma coroa cuja retenção é exclusivamente feita por


pinos. São colocadas de forma bastante precisa,
geralmente, recorrendo a peças que nos permitem
colocar de forma paralela.

Feita exclusivamente na face palatina dos dentes


ântero-superiores.

MATERIAIS UTILIZADOS

• Ouros do tipo III ou IV;


• Ligas preciosas com grandes percentagens de metais nobres;
• Ligas não preciosas com Níquel (para pontes Rochette, Maryland e Virginia);
• Cerâmica (pouco utilizado).

| Inês Rodrigues

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