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Saúde Mental e Psiquiátrica
Saúde Mental e Psiquiátrica
Independentemente de sermos saudáveis ou doentes não nos podem ser restringidos direitos e
deveres, nem a nossa autonomia.
Doença mental não implica que a pessoa possua défices cognitivos. Pessoas com défice mental podem
ter saúde mental. Apesar de grande debilidade, existe sempre autonomia.
A Proposta de Lei insere-se na reforma da saúde mental que o Governo quer concluir até 2026.
O diploma está alicerçado em contributos saídos da Convenção dos Direitos das Pessoas com
Deficiência, do Plano de Saúde Mental aprovado pela OMS, das linhas de ação estratégica para a Saúde
Mental e Bem-estar da UE e das recomendações mais recentes do comité de Bioética do Conselho da
Europa.
Acentua a visão humanista, enquanto vertente indispensável de cuidados de saúde de excelência,
conferindo centralizado aos conceitos de autonomia, dignidade, participação, oportunidade e
recuperação.
o É um bem intrínseco essencial à pessoa que lhe permite realizar-se e adaptar-se nas diferentes
comunidades/grupos onde se insere.
o Está associada a estilos de vida, comportamentos, adaptação, resiliência.
o É especialmente sensível às alterações e contexto envolvente.
o Deve ser uma prioridade em todos os setores e intervenções.
o É dos mais importantes elementos para o sucesso e desenvolvimento de uma comunidade.
o Exige uma atuação transversal, tanto nos diferentes níveis de governação, como envolvendo
toda a comunidade.
o O objetivo fundamental da legislação de saúde mental é proteger, promover e melhorar a vida
e o bem-estar dos cidadãos.
o A necessidade de legislação de saúde mental deriva de um entendimento cada vez maior do
que representa nos encargos pessoais, sociais e económicos da doença mental numa escala
mundial.
1. Sem prejuízo do previsto na lei de base da saúde, o utente dos serviços de saúde mental tem
ainda o direito de:
a) Ser informado, por forma adequada, dos seus direitos, bem como do plano terapêutico
proposto e seus efeitos previsíveis.
b) Receber tratamento e proteção, no respeito pela sua individualidade e dignidade.
c) Decidir receber ou recusar as intervenções diagnósticas e terapêuticas propostas, salvo
quando for caso de internamento compulsivo ou em situações de urgência em que a não
intervenção criaria riscos comprovados para o próprio ou para terceiros.
d) Não ser submetido a eletroconvulsoterapia sem o seu prévio consentimento escrito.
e) Aceitar ou recusar, nos termos da legislação em vigor, a participação em investigações,
ensaios clínicos ou atividades de formação.
f) Usufruir de condições dignas de habitabilidade, higiene, alimentação, segurança, respeito e
privacidade em serviços de internamento e estruturas residenciais.
g) Comunicar com o exterior e ser visitado por familiares, amigos e representantes legais, com
as limitações decorrentes do funcionamento dos serviços e da natureza da doença.
h) Receber apoio no exercício dos direitos de reclamação e queixa.
i) A realização de intervenção psicocirúrgica exige, além do prévio consentimento escrito, o
parecer escrito favorável de dois médicos psiquiatras designados pelo Conselho Nacional de
Saúde Mental.
2. Se o doente não tem condições para exercer os seus direitos, ou sejam menores de 14 anos
ou maiores acompanhados e a sentença de acompanhamento não faculte o exercício direto de
direitos pessoais, estes são exercícios pelos representantes legais quando os doentes. (Quando
o doente é menor de 14 anos ou não possua o discernimento necessário para avaliar o sentido
e alcance do consentimento).
1. Só pode ser determinado quando for a única forma de garantir a submissão a tratamento e
finda logo que cessem os fundamentos que lhe deram causa. É permitido retirar a liberdade
ao individuo que perturbado mentalmente ponha em risco a sua vida/saúde e a da
população.
2. Só pode ser determinado se for proporcionado ao grau de perigo e ao bem jurídico em
causa.
3. Sempre que possível é substituído por tratamento em regime ambulatório.
4. As restrições aos direitos fundamentais decorrentes do internamento compulsivo são as
estritamente necessárias e adequadas à efetividade do tratamento e à segurança e
normalidade do funcionamento do estabelecimento, nos termos do respetivo regulamento
interno.
1. O portador de anomalia psíquica grave que crie, por força dela, uma situação de perigo para
bens jurídicos, de relevante valor, próprios ou alheios, de natureza pessoal ou patrimonial, e
recuse submeter-se ao necessário tratamento médico pode ser internado em estabelecimento
adequado.
2. Pode ainda ser internado o portador de anomalia psíquica grave que não possua o
discernimento necessário para avaliar o sentido e alcance do consentimento, quando a ausência
de tratamento deteriore de forma acentuada o seu estado.
o O tribunal que não aplicar a medida de segurança prevista do código penal, pode decidir o
internamento compulsivo do inimputável.
o Nesta situação, o tribunal competente é o tribunal judicial de competência genérica da área de
residência do internado.
1. Substituído por tratamento compulsivo em regime ambulatório sempre que seja possível
manter esse tratamento em liberdade.
2. Depende de expressa aceitação, por parte do internado das condições fixadas pelo psiquiatra
assistente para o tratamento em regime ambulatório.
3. Comunicada ao tribunal competente.
4. Se o doente deixar de cumprir as condições estabelecidas, o psiquiatra assistente comunica o
incumprimento ao tribunal competente, retomando-se o internamento.
O portador de anomalia psíquica pode ser internado compulsivamente de urgência, existindo perigo
iminente para os bens jurídicos, nomeadamente deterioração aguda do seu estado.
o
o A proteção das pessoas singulares relativamente ao tratamento de dados pessoais é um
direito fundamental. O artigo da Carta dos Direitos Fundamentais da UE, do Tratado
sobre o Funcionamento da UE estabelecem que todas as pessoas têm direito à
proteção dos dados de carácter pessoal que lhes digam respeito.
o
o A comissão promoverá, nos termos e condições previstos na legislação sobre rotação
de dados pessoais e sobre o sigilo médico, a organização de uma base de dados
informática relativa à aplicação do presente capítulo, a que terão acesso entidades
públicas ou privadas que nisso tenham interesse legítimo.
Ajuda a compreender o estado da arte da Saúde Mental, foi um plano publicado em 2008, elaborado
em 2007 perdi-me
a) Em Portugal, existe uma das mais elevadas prevalências de doenças mentais da Europa. Cada
vez existem mais problemas de saúde mental.
b) Uma percentagem importante das pessoas com doenças mentais graves permanece sem
acesso a cuidados de saúde mental.
c) Muitos dos que têm acesso a cuidados de saúde mental continuam a não beneficiar dos
modelos de intervenção (programas de tratamento e reabilitação psicossocial) hoje
considerados essenciais.
Assegurar a rosa a população portuguesa o acesso a serviços habilitados perdi me
Valores Princípios
Saúde mental indivisível da saúde em geral Os cuidados devem ser prestados no meio
menos restritivo possível.
A decisão do internamento só deve ser tomada
quando esgotadas todas as alternativas de
tratamento na comunidade.
Direitos humanos As pessoas com perturbações mentais devem
ver respeitados todos os seus direitos, incluindo o
direito a cuidados adequados, residência e
emprego, assim como proteção contra todos os
tipos de discriminação.
Cuidados na comunidade Os cuidados devem ser prestados no meio
menos restritivo possível.
A decisão de internamento só deve ser tomada
quando esgotadas todas as alternativas de
tratamento na comunidade.
Coordenação e integração de cuidados Os serviços em cada área geodemográfica
devem ser coordenados e integrados, de modo
a facilitar a continuidade de cuidados.
Abrangência Cada área geográfica deve incluir um leque
diversificado de dispositivos e programas capaz
de responder às necessidades da população.
Participação comunitária As pessoas com perturbações mentais devem
ser envolvidas no planeamento dos serviços.
Os familiares devem ser considerados como
parceiros.
Proteção de grupos especialmente vulneráveis Devem ser tomados em consideração, por
exemplo, crianças, adolescentes, mulheres, idosos
e pessoas com incapacidades.
Acessibilidade e equidade Cada área geográfica de incluir um leque
diversificado de dispositivos e programas capaz
de responder às necessidades da população.
Recuperação (recovery) Os serviços de SM devem criar condições que
favoreçam a autodeterminação e a procura de
um caminho próprio por parte das pessoas com
problemas de saúde mental.
o Assegurar o acesso equitativo a cuidados de qualidade a todas as pessoas com problemas de
saúde mental do país, incluindo as que pertencem a grupos especialmente vulneráveis.
o Promover e proteger os direitos humanos das pessoas com problemas de saúde mental.
o Reduzir o impacto das perturbações mentais e contribuir para a promoção da saúde mental das
populações.
o Promover a descentralização dos serviços de saúde mental, de modo a permitir a prestação de
cuidados mais próximos das pessoas e a facilitar uma maior participação das comunidades, dos
utentes e das famílias.
o Promover a integração dos cuidados de saúde mental no sistema geral de saúde, tanto a nível
dos cuidados primários, como dos hospitais gerais e dos cuidados continuados, de modo a
facilitar o acesso e a diminuir a institucionalização.
o Com base nos dados epidemiologicos recolhidos na última década, é evidente que as
perturbações psiquiátricas e os problemas relacionados com a saúde mental se tornaram a
principal causa de incapacidade é uma das principais causas de morbilidade e morte prematura,
principalmente nos países industrializados ocidentais.
o A avaliação do PNSM, plano de ação de SM da OMS, e a análise da situação a saúde mental
portuguesa no âmbito de um projeto EU Joint Action on Mental Health and Well-being em
ação conjunta da UE sobre saúde mental vieram evidenciar o progressivo afastamento do
nosso país das metas preconizadas pela OMS e confirmou, de forma clara, que só com
mudanças profundas e urgentes em alguns aspetos fundamentais das políticas e serviços de
saúde mental o nosso país poderá de novo juntar-se ao processo de mudança atualmente em
curso a nível europeu.
o Assim, e articulando-se com as linhas de ação estratégica para a SM e o bem-estar na Europa,
aprovadas em Bruxelas em Aveiro de 2016, estabelecem-se objetivos a cumprir até 2020.
o Garantir a implementação eficaz e sustentável de políticas que contribuam para a
promoção da saúde mental e para a prevenção e tratamento das doenças mentais.
o Desenvolver a promoção da saúde mental perdi-me
Perdi-me
Perdi-me
o Criação de uma equipa de coordenação responsável pela sua implementação, reduzindo o
reforço de recursos humanos.
o Modificação do modelo de gestão e organização dos serviços de SM.
o Financiamento, sistema de informação e crianças de novo modelo de pagamento dos serviços
de SM.
o Criação de uma categoria de serviços mínimos de prestação de cuidados.
o Saúde mental e CSP.
o Implementação dos perdi-me