INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO

CAMPUS PRESEDENTE DUTRA

EQUIPE
PATRIMÔNIO NATURAL E CULTURAL

A origem do conceito de patrimônio está histo- • Cláudio Soares de Sousa

ricamente relacionada à noção de “herança
paterna”. Durante a revisão bibliográfica en- EXPEDIÇÕES MARANHENSES: FURNAS DO CREOLI
• Daniel Fernandes Rodrigues Barroso
contramos o conceito Pedro Paulo Funari, deri- DO JOVINIANO, PRESIDENTE DUTRA-MA
va do latim patrimonium e faz alusão à
• Deibid Pereira Ribeiro
“propriedade herdada do pai ou dos antepassa-
Conservação e uso da biodiversidade: Apoio às ativida-
dos” ou “aos monumentos herdados das gera-
ções anteriores”. • Francisco Eric Vale de Sousa des de conservação, recuperação dos ecossistemas e
melhoria dos processos de manejo, que envolvam pre-
O patrimônio natural e cultural não se encontra • Ibere Pereira Parente ferencialmente famílias de baixa renda e comunidades
isolados, em sua totalidade, o patrimônio faz tradicionais, atividade multidisciplinar para o conheci-
parte integrante da cultura viva local, a ação mento e futura comunicação dos valores relacionados
• Italo Anderson dos Santos Araujo
patrimonial é essencialmente cultural. (VARINE, ao patrimônio cultural da região.
2013).
• Jonathan Nery Pierot
A Constituição Federal do Brasil de 1988, garan-
te aos cidadãos o “[...] direito ao meio ambien- • Marcones Herberte de Souza Lima Aguiar
te ecologicamente equilibrado, bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de
• Mysael Romulo Batista de Carvalho
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletivi-
dade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações”. (CF, 1988, art.
• Sandro David Bezerra do Nascimento
225.)
• Silmara Freitas da Silva
A expedição tem o caráter de prospectar valo-
res patrimoniais e culturais na região do Creoli,
• Teresa Cristina Ferreira da Silva Gondim
com objetivo de reconstituir memórias e tecer
(coordenação)
relações humanas no território rico em ciência ,
mistérios e com grande contribuição para a
identidade maranhense.
• Teresinha de Jesus Aguiar dos Santos Andra-
de
 Conservação e uso da biodiversidade
A expedição é uma incursão científica que visa investigar
ambientes singulares, possibilitando envolver descobertas
sobre espaço que causam inquietações para a população.
Nesse cenário propomos a participação dos presidutrenses e
a comunidade escolar do IFMA, Campus Presidente Dutra,
para desvendar a enigmáticas Furnas do Povoado Creoli do
Joviniano. O objetivo é conhecer as Furnas do Creoli do Jovini-
ano, em uma expedição para apreciar os saberes popula-
res, e a cientificidade, visando à circunscrição do ambiente
cavernícola, encravado no interior do território do município
de Presidente Dutra-MA.
As cavernas (do latim cavus, buraco) são espaços vazios
em rochas. Se caracterizam por formações rochosas que apre-
sentam dimensões que permitem o acesso a pelo menos uma
pessoa. Tem origem em processos geológicos que envolvem as
transformações químicas, biológicas, tectônicas e atmosféri-
cas. Se formam principalmente em terrenos cujas rochas são
sedimentares e também em rochas magmáticas e metamórfi-
cas.
Como se forma uma Caverna???
Cavernas podem se formar através de várias maneiras dife-
rentes:
1. Rochas solúveis em água, como os calcários, têm o potencial de
desenvolver as clássicas cavernas com espeleotemas dos mais
diversos, normalmente associadas abundantes feições cársticas.
2.Um tipo de "caverna" muito comum são cavidades situadas atrás
de cachoeiras. Normalmente existe uma camada de rocha mais
resistente à erosão no alto e uma camada de rocha menos resisten-
te abaixo desta. A contínua ação da água e da umidade erode a
camada inferior e cria uma reentrância.
3.Cavernas de origem antropogênica são conhecidas de muitos Etapa 2: Dissolução da rocha pelo ácido carbônico:
locais no mundo.
H2CO3 + CaO3 Ca(HCO3)2
4.Os túneis cavados por animais pré-históricos como tatus gigan- ácido carbonato bicarbonato
tes e preguiças terrestres do Cenozóico. Esses túneis, as chama-
carbônico de cálcio de cálcio
das paleotocas, podem alcançar larguras de 4 metros, alturas de
2 metros, compõe um abrigo subterrâneo .
O bicarbonato de cálcio (Ca(HCO3)2) é produzido pelo ataque
5. As paleotocas são estruturas de bioerosão na forma de túneis e ácido nas rochas, mas como é solúvel fica fácil de ser trans-
salões escavados por mamíferos gigantes extintos. Apresentam- portado pela água. Com a dissolução do bicarbonato de cál-
se como um complexo de túneis e salões interconectados, com cio, as fendas vão-se alargando lentamente e formando as
várias entradas e saídas para a superfície. cavernas.
6. Outra gênese possível de cavernas é a partir do desabamento
de grandes blocos em paredões. Se o morro ou a montanha pos-
suem um lado bastante vertical, um bloco grande, com centenas
de metros cúbicos de volume, pode despencar devido a desconti-
nuidades na rocha que o instabilizam.
Um início de um grande trabalho.
7. Fraturamentos de grande porte, normalmente situadas nos O processo de pesquisa é o início de uma série
flancos das montanhas. Por mecanismos que provavelmente
envolvem acomodações do terreno associados a fraturamentos de trabalhos com possibilidades de descober-
de grande porte pré-existentes na rocha, criam-se aberturas pre-
dominantemente verticais, lineares, de reduzida largura e com os
ta de novos espaços no território. Sendo as-
dois lados tendendo a serem paralelos. sim, significa um considerável ponto de parti-
da para outros trabalhos de pesquisa e possi-
7.Em rochas como arenitos e granitos pode ocorrer um fenômeno
de dissolução da rocha a partir de água da chuva estagnada. Esses bilidades de envolvimento com a comunida-
processos podem ser superficiais ou internos à rocha.
de. A comunicação e as descobertas multidis-
O que tem a ver a estrutura das cavernas com a ciplinares com a participação dos alunos e
química? comunidade na construção do conhecimento
Tudo começa pela composição das rochas: são formadas por
podem representar um aspecto político na
calcita e são denominadas de rochas calcárias. A calcita é rica geração de conhecimentos e salvaguarda do
em carbonato de cálcio (CaCO3), esta substância ao entrar
em contato com ácidos se solidifica. Nas cavernas esta acidez
patrimônio.
A água adquire caráter ácido se tiver reação com dióxido de
carbono (CO2), veja como ocorre através da equação:
Etapa 1: Acidulação da água (formação do ácido carbônico): Fotografias: Caverna do Creoli
do Joviniano, Presidente Du-
H2O + CO2 H2CO3 tra—MA. Créditos da ima-
gem—Teresa Gondim
O ácido carbônico (H2CO3) é formado pela reação da água com
CO2. Mas como estes reagentes são responsáveis pelo apareci-
mento das cavernas? É aí que vem a segunda etapa da reação.