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Embargos de Declaração
Embargos de Declaração
Autos nº 7001122-33.2019.8.13.0480
SÍNTESE FÁTICA
Trata-se de ação de alimentos proposta por Rosalina com o intuito de ter garantido a
assistência que lhe é devida em virtude da sua menor idade, em que pleiteia o valor referente a
02 salários mínimo, a qual, foi julgada improcedente, no seguinte teor:
Nesta ordem de ideias, diante da ausência de provas, o pedido autoral deve ser julgado
improcedente, assim como o pedido de fixação de alimentos provisórios porque
ausentes os requisitos legais para concessão da tutela provisória. DIANTE DO
EXPOSTO, INDEFIRO o pedido de fixação de alimentos provisórios e JULGO
IMPROCEDENTE o pedido da Autora. Condeno a Autora, portanto, a arcar com as
custas e despesas processuais, bem como a pagar honorários advocatícios aos patronos
da parte requerida, os quais fixo em 10% tendo em vista que a causa foi de menor
complexidade e não houve a necessidade de realização de instrução processual, sendo
certo que a partir dos critérios previstos no art. 85 do CPC os honorários devem ser
fixados no mínimo legal.
DA CONTRADIÇÃO
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução
de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
Neste sentido, não existe lógica entre o argumento utilizado para determinar a
improcedência dos pedidos autorais, qual seja, o ato de não produzir provas constitutivas do
direito, e a tese de julgamento antecipado, vez que esse, induz não ser necessário a produção de
nenhuma outra prova para que a resolução do mérito possa ser tomada atentando a todos os
preceitos processuais.
Além desta questão apontada como contraditória, a Lei 5.478/68 em seu art. 4º preceitua
a necessidade, no despacho da petição inicial, da fixação de alimentos provisórios a serem pagos
pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita, algo que não
ocorreu, como faz prova a insistência da Embargante em sua exordial, deixando bem claro a
necessidade dos alimentos, por se tratar de uma menor impúbere e da condição de penúria
vivida junto a sua genitora, vejamos:
Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Ademais da necessidade presumida do filho menor de idade, não lhe deve ser exigido
prova distinta da relação de parentesco entre as partes, conforme art. 2º da Lei 5.478/68.
Desta forma, deve ser revista a decisão embargada de forma que seja sanada tal
inconsistência para o correto deslinde do processo.
DOS PEDIDOS
ADVOGADO
OAB/MG 17003063