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Revisão N2

Farmacologia cardiovascular
Conceitos farmacológicos:
1- pré carga: é a pressão que distende a parede ventricular durante a sístole. Fatores que
determinam o comprimento inicial da fibra cardíaca antes da contração.
2- pós carga: é a resistência contra qual o ventrículo precisa bombear. Fatores que opõem o
encurtamento ventricular.
3- autorregulação heterométrica (frank-starling): o desempenho do coração depende do
comprimento inicial da fibra antes da contração - pré carga.

Insuficiência cardíaca: o coração está inapto para manter o equilíbrio circulatório, sendo
incapaz de levar o O2 aos tecidos, por deficiência primária de inotropismo, que acarreta a
diminuição do débito cardíaco.
⁃ Vaso constrição periférica auxilia na manutenção da pressão arterial,
adequando a perfusão do miocárdio e cérebro.
⁃ A vaso constrição aumentada provoca um enfraquecimento na musculatura
cardíaca e esquelética, hemoconcentração e retenção de sódio e água.
⁃ A vaso constrição aumentada pode agravar a IC pois aumenta o trabalho
ventricular esquerdo e diminui o volume sistólico.

TRATAMENTO DA IC: melhorar o débito cardíaco, rearranjar a pré e pós carga


com manobras. E por meio do tratamento terapêutico com diuréticos para
remover o excesso de líquido.
⁃ sinais clínicos: fraqueza, caquexia, ascite, dispneia, tosse e síncope.

ICC, o uso de agentes inotrópicos (+) + o uno de vasodilatatores para diminuir


efeitos deletéricos da vaso constrição

⁃ Sístole: contração
⁃ Diástole: relaxamento
⁃ DC: volume de sangue que sai do VE em 1 min

⁃ Inotrópicos: aumenta força de contração


⁃ Vasodilataores: diminui vasoconstrição
⁃ Inadilatarores: ambos

Medicamentos
1- Digitálicos:
⁃ Derivado de plantas do gênero digitalis
⁃ Possuem glicosídeos com ação poderosa sobre miocárdio, sendo utilizado em
casos de ICC em casos de deficiência do inotropismo
⁃ São também denominados glicosídeos digitalicos e glicosídeos cardíacos
⁃ Possuem efeito inotropico positivo e antiarrítmicos
⁃ É variável para uso prolongado e por via oral em pacientes

Absorção:
A- digoxina: 60% via oral
- 75% - 80% por forma exilir, por absorção gástrica
- Por via intramuscular: dor, absorção lenta e irregular
B- digitoxina e B-metildigoxina: absorção 100%, pois são 70%-90% apolares, ligando-se
facilmente a proteínas.
- dose de manutenção: 1,5 a 2,0 mg/ml
- índice terapêutico é estreito
- metabolizado pelo fígado

Mecanismo de ação: seu efeito inotrópico positivo resulta na inibição da enzima Na+ R+,
resultando no aumento de Ca++ intracelular.
⁃ Responsável pela saída de íons NA++, e pela troca de K+ na célula cardíaca
⁃ Com o uso diminui a atividade enzimática é a troca de Na+ por K+
⁃ Promove aumento de Na+, e em excesso nas células a sua troca é feita por Ca+
+
o qual é oferecido em maior concentração as proteínas contráteis, aumentando a intensidade
da contração do músculo cardíaco.
⁃ Aumentam a atividade parassimpático nos sinoatrial, atrioventricular e átrios
⁃ Resultando na diminuição da frequência cardíaca (efeito antiarritmico)
INDICADO PARA: disfunção miocárdio sistólica e taquittitmias supraventricular (FA)
CONTRA-INDICADO PARA: pericardite, tamponamento cardíaco, taquicardia ventricular

2- Amina simpatomimética:
⁃ Promovem o aumento da contratilidade miocárdica ao ocuparem o receptor
beta-adrenérgico
⁃ Estimulam a proteína G, ativa a adenilciclase, transformando ATP em CAMP
CAMP: atua como segundo mensageiro, estimulando o sistema celular do proteiquinose,
melhorando a contratilidade.
⁃ A dopamina e dobutamina (ambos tem efeito + sobre inotropismo e condução
cardíaca) são agentes agonistas B adrenergicos
⁃ São utilizados para tratamento de curto prazo em emergência de ICC avançadas
decorrente de disfunção ventricular sistólica.

Absorção:
⁃ Na forma de cloridrato é administrado por VI com infusão lenta
⁃ Platô de concentração é atingido em 8min da infusão
⁃ Após a infusão, não é mais detectado no plasma devido sua meia vida de 2min
⁃ Não exerce efeitos centrais, devido a dificuldade em atravessar barreiras
hematoceflicas

Mecanismo de ação: seu efeito inotrópico positivo da dobutamina é obtido por meio da
ativação direta dos receptores B adrenergicos
⁃ Não ativa os receptores dopaminergicos, nem aumenta fluido renal
⁃ Em concentração de 1 a 1,5 mg/kg/min causa vasodilatação e aumenta fluxo
sanguíneo, utilizado em pacientes renais
⁃ Em concentração de 5 a 10mg/kg/min causa aumento da resistência vascular
periférica, taquicardia e arritmia

3- Vasodilatadores
⁃ Reduz pré e pós carga
⁃ Em casos de IC, ocorre redução no DC
⁃ Ocorre ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA),
aumentando o volume líquido IM e do tônus do SNAs
⁃ Esses mecanismos em conjunto vão melhorar a pré e pós carga
⁃ Quando se é ICC, leva ao acúmulo de líquidos, sem melhora de DC, e ao
aumento da quantidade de energia e O2 necessário para a contração ventricular, levando a
evolução do quadro de ICC
⁃ Vasodilatadores previnem o comprometimento progressivo da função
miocárdica, e controlam os efeitos deletérios acusados pela vasoconstrição

Mecanismo de ação:
A- Nitrato: são representados pela nitroglicerina, nitropussiato de sódio, dinitrato de
isossorbida
⁃ Tem como característica comum fornecer NO para os vasos
⁃ NO é o mediador do relaxamento d musculatura lisa, e consequentemente
ocorre a vasodilatação
⁃ Não requer receptor para promover relaxamento
⁃ Atravessa a membrana por difusão

B- Nitroglicerina: vasodilatador de ação direta, é utilizada de forma de sistema autoadesivos


para absorção por via transdérmica
⁃ É indicado para o tratamento de edema agudo de pulmão
⁃ Promove venodilatação, melhorando a redistribuição do volume sanguíneo, do
compartimento vascular central para o periférico
⁃ Biotransformacao hepática e eficiente

C- Nitroprussiato de sódio: potente venodilatador e Vasodilatador arterial


⁃ É administrado por IV em infusão contínua
⁃ Sua biotransformação gera metabólicos cianogênicos, que são convertidos no
fígado para eliminação renal
⁃ Responsável pelos efeitos tóxicos/náuseas, tremores musculares e hipotensão

D- Hidralazina: tem ação arteríolas direita, e atua na musculatura vascular lisa


⁃ Promove aumento da concentração de prostaciclina no sistema arteriolar.
⁃ Produz relaxamento do músculo liso
⁃ Não atua no SN e aumenta a contratilidade miocárdica por via reflexa
⁃ É bem absorvido por via oral, agindo após 1h da administração
⁃ É biotransformado por acetilarão hepática, sendo excretada por via hepática

E- Anlodipina: é um bloqueador de canais de Ca++, sendo considerado como um medicamento


antiarrítmico de classe IV
⁃ É utilizado como vasodilatador arteriolar, pois atua primariamente nos canais
de cálcio da musculatura lisa vascular arteriolar
⁃ É administrado por Via oral ou IV
⁃ 45% é excretado via renal por biotransformação
⁃ 2% é excretado e não biotransformado
⁃ Pode comprometer função renal - utilização criteriosa

F- Sildenafil - Viagra: é um medicamento inibidor de fosfodiesterose V, enzima encontrada em


alta quantidade no pulmão
⁃ É elevado em pacientes com hipertensão pulmonar
⁃ Promove vasodilatação pulmonar sistêmica ao inibir a ação da enzima
⁃ Por ser administrado por comprimidos ou soluções orais

G- Inibidores de enzima conversora de angiotensina: são medicamentos que inibem a enzima


responsável pela conversão de angiotensina I em angiotensina II
⁃ Maioria são administrados por VO, sendo também por IV e sobre a pele em
emergências
⁃ A biotransformação é basicamente hepática, e sua excreção em maior
proporção em via renal

Farmacodinâmica cardiovascular
Automaticidade: capacidade do coração em gerar seu próprio impulso (nó sinusial)
Condutibilidade: uma única célula pode desencadear o estímulo em suas células vizinhas
Excitabilidade: o músculo se auto estimula quando próximo do potencial
Contratibilidade: receber o impulso e contrair
Refratariedade: não responde a estímulos externos

Antiarrítimicos
⁃ Arritmia: anormalidade na FC decorrente de alteração na origem do impulso
cardíaco, modificando a sequência normal da ativação atrial e ventricular (gera instabilidade
hemodinâmica, proporcionando enchimento e ejeção ineficaz)
⁃ Podem ser acusadas por modificações no equilíbrio entre SNA e SNP
⁃ Consequências hemodinâmicas das arritmias:
Agentes antiarritmicos: ligeiro efeito pró-arrítmico
Outra doença que não seja cardíaca
Uso de medicamentos associados entre si
Estado funcional do coração

RITMO ANORMAL é chamado de ritmo sinusial, determinado pela despolarização e


repolarização do sistema excito condutor do coração

1- Nó sinusal ou sinoatrial: estrutura anatômica localizada no átrio direito próximo a veia cava
cranial - se despolariza primeiro que as outras.
⁃ é responsável pela determinação do ritmo cardíaco, sendo chamado de marca
passo ou passo do coração

2- Feixe internodais: estruturas que fazem a ligação entre o nó sinusial e o nó atrioventricular,


caminhando pelas paredes dos átrios direito e esquerdo
⁃ responsável por conduzir o impulso elétrico, formando ondas P do
eletrocardiograma

3- Nó atrioventricular: localizado na região da junção atrioventricular


⁃ responsável pelo retardo fisiológico da condução do estímulo cardíaco, registro
do segmento PR no eletrocardiograma

4- Feixe de his: região do septo interventricular, o sistema excitocondutor forma o feixe de his
⁃ se divide em Ramos direito, anterior, posterior e esquerdo. Com a chegada do
estímulo dos ventrículos, despolarizando-os tem-se a formação das ondas QRS no
eletrocardiograma

5- Fibras de purkinje: são as terminações subendocardíacas do feixe


⁃ condução do estímulo é altamente veloz, levando para o músculo ventricular

Eletrocardiograma: avaliação da função do músculo cardíaco


Onda P apresenta a despolarização atrial
Onda T apresenta a repolarização ventricular
Ondas QRS apresenta a despolarização ventricular
⁃ Ondas QRS ocorre em 3 fases:
- despolarização septal
- despolarização das paredes ventriculares
- despolarização das regiões atrioventriculares

Classificação das arritmias


⁃ Supraventricular: origem atrial
⁃ Ventricular: origem ventricular
⁃ Condução anormal: taquiarritmias ou bradicardias

Medicamentos
⁃ Capazes de controlar e/ou suprimir arritmias
⁃ São divididos em classificações:

• Classe 1: utilizados no tratamento das taquiarritmias ventriculares


⁃ Atuam por meio do bloqueio dos canais Na++
⁃ Estabilizam a membrana do miocárdio, reduzindo a taxa de despolarização
máxima das fibras cardíacas, sem alteração do potencial de repouso
⁃ Sua ação é maior nas células marca-passo, diminuindo sua excitabilidade
⁃ Usado principalmente para o controle das arritmias acusadas por aumento da
automocidade

• Classe 1A: deprimem a condução das células cardíacas no geral, e prolongam a


repolarização
⁃ QUINIDA: usada nos estágios iniciais de fibrilação atrial, ou em casos de
arritmias ventriculares refratárias a lidocaína e procaunomida
- Biotransformação no fígado
- Excretado pelo rim
- Efeitos colaterais: distúrbio do sistema gastrointestinal em cães e não deve ser
usado em gatos
⁃ PROCAINAMIDA: medicamento de escolha para terapias de longa duração e
naquelas refratárias a lidocaína. Efetiva para a maioria das arritmias (seja supraventricular ou
ventricular)

• Classe 1B: deprimem a velocidade de condução somente das células cardíacas


lesadas e reduzem o potencial de ação por acelerar a repolarização. Podem prolongar o
período refratário, causando danos no miocárdio
⁃ LIDOCAÍNA: escolha para emergências veterinárias caracterizadas pela
presença de taquicardia ventricular e sinais clínicos
- Efetiva em automocidade, velocidade de condução e refratariedade nas
células lesadas, em que o potencial de ação está mais comprometido
- Administração é IV
- Quando a administração por VO, necessita de biotransformação hepática
(extremamente tóxico)
- Efeitos adversos: tremores, êmese, convulsões e nistagmo
⁃ MEXILETINA: apresenta efeitos semelhantes ao da lidocaína
- Vantagem: podem ser administrado por VO em terapias de longa duração
- Usado para o controle de arritmias ventriculares
- É bem absorvido pelo sistema gastrointestinal
- Biotransformados no fígado
- 80% excretado na urina
- 10% excretado nas fezes
- Efeitos adversos: ataxia e desorientação

• Classe 1C: diminuem a condução com pouco efeito sobre o período refratário e
potencial de ação
⁃ Eneainamida
⁃ Lorcainida
⁃ Flecainida
Fármacos não muito usados na veterinária

• Classe 2: medicamentos que exercem atividade antiadrenérgica no coração


- Atuam na fase 4 do potencial de ação, diminuindo a velocidade de condução
- Utilizados para terapias de taquiarritmias supraventriculares e ventriculares
- Relacionadas ao estímulo dos receptores B as catecolaminas, o que exarceba
a eletrofisiologia normal
- O bloqueio beta-adrenergico resulta na diminuição da contratilidade
miocárdica, no consumo de oxigênio e redução da FC (fatores que irão reduzir
focos de arritmias)
⁃ PROPANOLOL: betabloqueador adrenergico não seletivo
- Atuam tanto em B como B2
- É utilizado em larga escala no início da terapia antiarritmica
- É utilizado em associação com os agentes da classe 1 para terapias arrítmicas
ventriculares refratárias
- É administrado por VO
- Biotransformação hepática
- Não administrado em pacientes com asma
⁃ METAPROLOL: bloqueador B1 adrenérgico seletivo
- Usado com frequência nos gatos com cardiomiopatia hipertrófica, e na terapia
das arritmias supraventriculares de cães e gatos
- É eliminado na urina sem sofrer biotransformação
⁃ ESMOLOL: bloqueador B1 adrenérgico seletivo
- Administração IV
- Curta duração
- Usada nas emergências quando se tem a presença de taquiarritmias
supraventriculares
- Apresenta meio-vida ultracurta, menos de 10min
⁃ CARVEDELOL: bloqueador B adrenérgico não seletivo
- Possui atividade bloqueadora em receptores A, apresentando propriedades
vasodilatadores
- Uso para tratamento de ICC em humanos
- Bastante utilizado em cães que apresentam arritmias decorrentes no quadro
de cardiomiopatia dilatada

• Classe 3: são medicamentos que prolongam o potencial de ação de modo


“puro”, bloqueando os canais de potássio
- Aumentando assim o período refratário, por atuarem diretamente, prolongando
a condução dos nós sinusial e atrioventricular
- São eficientes terapias das taquiarritmias ventriculares
⁃ SATALOL: bloqueador adrenérgico não seletivo
- Possuem efeito de antiarritmicos da classe 3
- É efetivo em arritmias ventriculares e supraventriculares
- Recomendado para pacientes com arritmias que podem levar a óbito
- 1% biotransformado e eliminado por via renal
⁃ AMIODARONA: bloqueia canais de K+, e em menor grau canais de Na+
- Usado como “antiarritmico completo”
- Usado para taquiarritmias supraventriculares e fibrilação atrial
- Pode ser administrada por VO e IV
- Se acumula no tecido adiposo, podendo ter doses repetidas com meio-vida de
3 dias no cão
- Efeitos adversos: distúrbios hepáticos e gastrointestinais
⁃ BRETÍLIO: utilizado na fibrilação ventricular IV, nos casos refratários aos outros
agentes citados

• Classe 4: os chamados antagonistas ou bloqueadores dos canais Ca++


- Deprimem a fase 4 do potencial de ação, prolongando a condução nós nós
sinusial e atrioventricular
- Efetivo no tratamento de taquiarritmias supraventriculares
⁃ VERAPAMIL:
- Administração IV para eliminar as arritmias supraventriculares
- VO é indicado em gatos com cardiomiopatia hipertrófica
- É biotransformado em metabólicos ativos e inativos
- Os ativos são excretados por via biliar
- Efeitos adversos: depressao da contratilidade cardiovascular e vasodilatação
⁃ DILTIAZEM: usado de preferência quando há associação com digoxina
- Usado VO em cães e gatos
- Efeitos adversos está relacionado a super dosagem, leva a vasodilatação e
bradicardia e pode evoluir para parada cardíaca

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