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AILTON VARGAS DE SOUZA Engenheiro Agrénomo - MSc. NOCOES BASICAS DE COOPERATIVISMO @ EMATER-ES EMPRESA DE ASSISTENCIA TECNICA, E EXTENSAO RURAL DO ESPIRITO SANTO VITORIA - 1998 AILTON VARGAS DE SOUZA Engenheiro Agrénomo - MSc. NOGOES BASICAS DE COOPERATIVISMO @ EMATER-ES EMPRESA DE ASSISTENCIA TECNICA E EXTENSAO RURAL DO ESPIRITO SANTO. VITORIA - 1998 COOPERACAO E COOPERATIVISMO As pessoas, para atenderem as necessidades de sobrevivéncia (alimentagao, moradia, vestuario), na maioria dos casos, encontram mais facilidade quando se unem a outras. Em nosso pais, com parte da populacio vivendo na pobreza - ¢ até na miséria - a cooperagiio surge as vezes de forma espontanea, informal, como acontece com os mutirdes Quando um grupo de pessoas resolve se organizar para o atendimento de algum tipo de necessidade, temos 0 associativismo. Eo caso de clubes, associagées de bairros e outras organizagdes populares. Se decidirem criar uma sociedade cooperativa, nos termos da lei, a opgdio ¢ 0 cooperativismo. © cooperativismo é uma doutrina econémica, na qual o trabalho é superior ao capital. As p associadas so as donas dos meios de produgio (dinheiro, terras, prédios, maquinas etc.) ¢ so a propria forea de trabalho ou usuarias dos servigos prestados por este tipo especial de sociedade. oa’ A COOPERATIVA PIONEIROS DO COOPERATIVISMO: No final do século 20 e inicio do século 21, houve grandes transformagées sociais e econémicas que agitaram a Europa. A partir de 1780, surgiram as grandes fibricas e fecharam pequenas associagdes que empregavam numerosa mdo-de-obra artesanal. As fabricas atrairam os antigos artesios e trabalhadores rurais, 0 que resultou num excesso de mao-de-obra. E facil imaginar as conseqiiéncias dessa situagdo sécio-econémica. Nao existia qualquer norma tabalhista que disciplinasse as relagdes capital-trabalho, fato que gerou condigées desumanas de trabalho: jornadas de 14 até 16 horas, saldrios miseraveis, insalubridade e emprego abusivo de criangas. A qualidade de vida dos trabalhadores era péssima; nao havia assisténcia e velhos eram relegados ao mais completo abandono. e homens de agao, médica e 9s acidentado O quadro injusto provocou reagdes de pensadores preocupados com as questdes sociai! Os principais foram: ROBERT OWEN (1772 - 1858) Proprietitio de industria de fiagdo. Pagava sakirios justos, diminuiu o nimero de horas trabalhadas, mantinha os empregados em épocas de crise econémica, aplicava parte dos lucros na comunidade, dava educagdo para os filhos dos empregados, antecipando a previdéneia ¢ assisténcia social CHARLES FOURIER (1772 - 1837): Pensador, e modesto funcionario. Escreveu diversos textos, imaginando formas de melhoria social e econémica para as populagdes pobres. Idealizou um tipo de sociedade comunitiria, que denominou de falanstério. Nessa sociedade participariam capitalistas e operirios, principalmente do meio rural. Foram estabelecidos diversos niveis hierirquicos e de renda havendo, entretanto, um minimo necessirio & subsisténcia de cada um ¢ 0 direito 4 educagdo dos filhos. As idéias de Fourier contribuiram muito para o Zo e de consumo. movimento cooperativista de produg LOUIS BLANC (1812 - 1882): Jornalista, orador ¢ politico. Critico impiedoso das injustigas do seu tempo. Pregava a intervengiio do Estado na economia, o qual deveria incentivar a criagdio de associagdes profissionais de trabalhadores do mesmo ramo. Foi pioneiro das cooperativas de trabalho ¢ de produgao industrial PIERRE JOSEPH PROUDHON (1812 - 1882): Contabilista, escritor e politico. Em suas obras abordou os problemas sociais e econémicos, com énfase a questo do crédito. Considerava os juros um dos vicios da economia. Aplicou a mutualidade nas suas propostas foi o primeiro a usar a expresso “crédito miituo”. Na pritica, pregava que os homens deviam entrar em entendimento e reunir recursos para criar um “banco, cujo objetivo seria fornecer, a custo baixo, 0 dinheiro indispensavel as suas transagdes”. Foi o idealizador das cooperativas de crédito. DOUTRINA COOPERATIVISTA. Também surgiram outros idealistas, chamados de socialistas ut6picos ou sonhadores, que contribuiram para a propagag3o de idéias que, embora diferentes sob muitos aspectos, guardavam pontos em comum: io de pessoas. mo instrumento a servigo do homem. ~ Diminuigao (ou eliminagao) do lucro. Baseados nas idéias precedentes sobre associativismo - pregadas pelos socialistas sonhadores - 28 tecelées do bairro de Rochdale, Manchester, Inglaterra, organizaram uma sociedade em dezembro de 1844. A sociedade, mais tarde, chamada de cooperativa, tinha a finalidade de vender alimentos, vestudrio, comprar ou construir casas, produzir artigos e proporcionar educagao aos seus associados, entre outros servi¢os. No estatuto soc Al os teceldes colocaram normas fundamentais para_a sociedade que, depois, foram consideradas como prineipios cooperativistas, de Ambito universal: - Adesiio livre. - Gestiio democritica. - Distribuigao das sobras. - Juros limitados ao capital. - Fundo de educagio. - Cooperagaio entre as cooperativa NOVOS PRINCIPIOS Estes foram revistos ¢ aprovados em setembro de 1995, no Cong promovido pela Alianga Cooperativa Internacional - ACI, em Manchester, 2 conforme resenha semanal de 29 de setembro de 1995 da Organizagio das Cooperativas Brasileira (OCB). Primeiro - Adesdo livre ¢ voluntiria : cooperativas sio organizagées abertas a todas as pessoas com condigdes para usar seus servigos ¢ dispostas a accitar suas responsabilidades de sécios, sem discriminagao social, racial, politica ou religiosa, Segundo - Controle democritico : as cooperativas sao controladas democraticamente pelo seus sécios, que participam ativamente no estabelecimento de suas politicas. Nas cooperativas singulares, os sécios tém igualdade de votagdo (um sécio, um voto). As cooperativas de outros niveis, também, sio organizadas de maneira democratica, Terceiro - Participagdo econémica dos sécios - os sécios contribuem igualmente e controlam democraticamente 0 capital de sua cooperativa. Ao menos, parte desse capital é propriedade comum da cooperativa. O capital subscrito recebe uma compensacio limitada. As sobras sao destinadas parte para as reservas, beneficios aos sécios na proporgdio de suas transagdes com a cooperativa, ¢ parte para outras destinagdes que forem aprovadas pelos sécios. Quarto - Autonomia e independéncia ; as cooperativas sao organizagées auténomas e independentes, embora possam fazer acordo com outras organizagdes privadas ou piiblicas para agdes que irdo benefi jar SeUs Socios, Quinto - Educagéo, treinamento e informagdo : as cooperativas devem proporcionar educacdo, treinamento e informagao aos seus sécios a fim de que eles possam contribuir para 0 seu desenvolvimento ¢ informar ao piblico, em geral, sobre a natureza ¢ 0s beneficios da cooperacao. Sexto - Cooperacado entre cooperativas ; as cooperativas poderao atender melhor seus associados e fortalecer 0 movimento cooperativo trabalhando juntas através de estruturas locais, nacionais, regionais ¢ internacionais. Sétimo ~ Preocupagdo com a comunidade : as cooperativas devem trabalhar pelo desenvolvimento sustentével de suas comunidades através de politicas aprovadas por seus associados. MBOLOS DO COOPERATIVISMO ste simbolo identifica a ago cooperativista em qualquer pais do mundo No seu desenho sao utilizados elementos de importante significado para os seguidores do cooperativismo. O cireulo ¢ utilizado para simbolizar a idéia de eternidade, 0 permanente e continuo movimento da vida. Os pinheiros unidos sao mais resistentes sempre sobrevivem e multiplicam-se mesmo em terras mais secas; ressaltam a forga e a capacidade de crescer. O verde-escuro representa a importancia da natureza e a necessidade de manter 0 equilibrio com o meio-ambiente. O amarelo-escuro, ao fundo, é a luz do sol valorizando as fontes de energia e calor. A bandeira, com as sete cores do arco-iris, foi aprovada oficialmente pela Alianga Cooperativa Internacional, em 1932, como simbolo mundial do cooperativismo. Simboliza a paz, harmonia e esperanga. Representa a unio na eterna luta por um mundo com justi¢a ¢ liberdade, onde cada pessoa ¢ igualmente importante. DIA INTERNACIONAL DO COOPERATIVISMO o Dia Internacional do Cooperativismo foi instituido em 1923, no Congresso da Alianga Cooperativa Internacional - com o objetivo de comemorar, no primeiro sébado de julho de cada ano, a confraternizacao de todos os povos ligados pelo cooperativismo. Originalmente, denominava-se Dia da Cooperagiio, Com 0 tempo passou a ser chamado Dia do cooperativismo e, atualmente, Dia Internacional do Cooperativismo O QUE E COOPERATIVA Cooperativa & uma associagao de pessoas, que se juntam para atender necessidades que Ihes so comuns. CARACTERISTICAS DA COOPERATI © & 2 A Cooperativa é uma sociedade que tem dupla natureza: I- Associagio igualitaria de pessoas. 2- Empreendimento com propésitos econdmicos. A: Diferenga entre Sociedade Cooperativa e Sociedade Comercial Sociedade Cooperativa Sociedade Comerei 3 z 1. E-uma sociedade de capital; btencao de ueros; prestagio de | 1 servigos; > Nimero limit servigos: T. Enfase na pessoa: cada a voto, independente do nimero de quota tes que poss ociado um voto; ada agio pode alvo disposigies. 1. O Presidente geralmente € aquele que possui capital na empresa; mo de socios | 1. Assembl presentes que, para ter legalidade, é| — percentagem do capi lo no mimero de associado pelo numero de agdes p € permitida’ a transferéneia de | 1. Transferéneias das ages a terceiros, na quotas-partes a pessoas estranh Bolsa de Valores ou fora dela; 1. Retorno = distribuigao das sobras aos | 1. Lucro & 0 excedente de vendas dos cooperados, quando aprovada_em| — produtos ou mereadorias, apés pagos todos os custos e despesas operacion: nao operacion: nento de bens, | 1. Ato Juridico Comercial - compra e venda de servigos cooperados ou recebimento | de mercadorias ou servigos a atacadistas da produgai mercializacio. Nio é| ow varejistas , inclusive, a0 consumidor operagio de mereado comerei = final_c/ou produtor agricola. assemble 1. Ato cooperativo ~ fo OPERATIVAS CONSTITUICAO D Conforme a lei brasileira “cooperativas so sociedades de pessoas, com forma e natureza juridica proprias, de natureza civil, nao sujeitas a faléncia. As cooperativas podem ser constituidas para prestar servigos aos associados (...).” A cooperativa singular é constituida pelo nimero minimo de vinte pessoas fisicas. A cooperativa central ou federagdo ¢ constituida por, no minimo, trés cooperativas singulares. A confederagio de cooperativas ¢ constituida com um minimo de trés cooperativas centrais ou federagdes. Para constituir uma cooperativa é preciso, antes, verificar se ha real necessidade dos servicos para 0 grupo interessado; se ha viabilidade econémica; se a forma cooperativa é a que melhor atendera as necessidades do grupo; se nao ha na regido outra cooperativa que possa atender ao grupo. + Feito isso, forma-se uma comissio encarregada dos procedimentos iniciais para a constituigdo da cooperativa. A comissao vai elaborar um modelo de estatuto e convocar reunides informativas e de debates. CAPITAL NAS COOPERATIVAS Para desenvolver suas atividades e prestar servigos 4 sociedade, a cooperativa necessita de capital. Os associados, como donos da sociedade devem aplicar capital (dinheiro) para investimentos e manutengdo de sua cooperativa. - CAPITAL SUBSCRITO E INTEGRALIZADO Subserigdo de capital é 0 compromisso assumido pelo cooperado, a0 entrar na cooperativa, de recolher 4 sociedade um determinado valor fixado no estatuto ou em assembléia geral; Integralizacao de capital é 0 ato de pagar a cooperativa o valor fixado no estatuto ou em assembléia, a fim de liquidar 0 compromisso da subscrigao O capital subscrito corresponde a um determinado nimero de quotas - partes, SPOCHOHSHSSHSHHSOSHSSHSHSHSHSHSSHOHSHSHSHHHOHSHHHHHOHHHHHSOCEEOO ESTATUTO Estatuto : é um conjunto de regras onde estabelece os direitos e deveres do associado em relagao a cooperativa, E também chamado de Estatuto Social. Pode-se dizer que o estatuto é a “Constituigao da Cooperativa”. E a lei da cooperativa. O estatuto deve ser criado seguindo a Lei 5764/71. No caso de cooperativas de crédito, é preciso seguir também a Lei 595, de 31 de dezembro de 1964, ¢ as normas do Banco Central do Brasil, que disciplinam o funcionamento de instituigdes financeiras. © estatuto ¢ organizado em capitulos e pardgrafos. Alguns desses capitulos sao obrigatérios em todas as cooperativas. Outros podem variar de acordo com a vontade dos sécios. O grupo que estiver elaborando 0 estatuto deve procurar modelos jé existentes para ter como base 0s capitulos obrigatérios e, depois, redigir os especificos de interesse do grupo. ASSOCIADOS E PARTICIPACAO SOCIAL A cooperativa & uma sociedade de um grupo que, de livre e esponténea vontade, resolveu reunir recursos e aplicd-los em proveito comum. O associado, além de ser dono, é ele também que usam os servigos da cooperativa. Além de estar ciente dessa condigao, é importante que o sécio saiba seus direitos e deveres para usar adequadamente a sua cooperativa. Pelo fato de ser dono, 0 associado é responsavel pelo sucesso da empresa. Quanto maior o seu interesse em acompanhar a cooperativa, em buscar informagdes e em participar de reunides, treinamentos e assembléias, mais contribuiré para o bom desempenho da sociedade. O estatuto social da cooperativa relaciona os direitos e deveres dos associados. importante conhecé-los. A participagao dos associados pode acontecer - no uso dos servigos da cooperativa; - nas decisdes administrativas; - no controle da sociedade. A organizagao dos sécios em niicleos, comissdes, representantes ou comités, facilita a comunicacao e estabelece o didlogo entre os cooperados ¢ os dirigentes da sociedade. ADMINISTRACAO DA SOCIEDAE COOPERATIVA Administrar uma sociedade requer criatividade, bom senso, equilibrio e o conhecimento dos métodos e técnicas para trabalhar com as pessoas e colocar em funcionamento os recursos disponiveis, a fim de serem atingidos os objetivos da organizagao. MAS O QUE E UMA EMPRESA COOPERATIVA OU SOCIEDADE COOPERATIVA? Empresa Cooperativa: é uma organizagao de pessoas que se juntam para realizar um trabalho visando um objetivo final, em que todos os participant beneficiam. O estorgo & conjunto e busca a produgao de bens ow a prestagao de servigos. A empresa cooperativa, portanto, satisfaz as vontades dos seus sécios pois cla ¢ criada para produzir bens ou servigos e promover a sua distribuga remanerada. se A EMPRESA COOPERATIVA ¢ orga guinte estrutura: SPCHOHCHOSOHSOHSSHSHOSHSOHHSHSHSHSHOHSHOHSSH OOOH HOSOCOOOOOOOOCOOOS ASSEMBLEIA GERAL CONSELHO CONSELHO ADMINISTR. FISCAL DIRETORIA EXECUTIVA GERENCIA SETORES FUNCIONAIS ASSEMBLEIA GERAL Sendo a cooperativa uma organizagao democratica, os associados devem fornecer as politicas gerais, controlar e participar das mais importantes tomadas de decisdes da sociedade. Isso. se torna possivel através de reunides, por lei chamadas de ssembléias 94 A Assembléia Geral ¢ 0 instrumento de manifestagdo e de decisio da vontade dos associados. Nela ¢ que se tragam as diretrizes e¢ metas administrativas a cumprir. Dessa forma, 0 Conselho de Administragao e a Diretoria Executiva devem executar 6 que foi decidido pelas assembiéias. O Conselho Fiscal, na sua fungao controladora, deveré verificar até que ponto os diretores e conselheiros estao sendo fiéis as determinagdes das assembleias. No estatuto social, pode-se encontrar detalhadamente a competéncia ¢ as atribuigdes da Assemblé Entre outras, destacam-se: 1-Aprovar os balangos e as contas da administragio. 2-Deliberar sobre as sobras e perdas. 3-Eleger 0s membros dos conselhos. 4-Decidir sobre 0 planejamento administrativo inclus anu: 5-Autorizar a compra ou venda de bens iméveis. 6-Aprovar toda decisio que implicar em mudangas nos rumos da cooperativa, em altos investimentos ou alteragdes estatutarias. ive orgamentos OCIO UM VOTO Nas. cooperativista, as votagdes sao real voto”, independente do capital que cada um integralizou. versal embléias de cooperativas, conforme o principio u das segundo a pratica “um associado, um CONSELHO DE ADMINISTRACAO Os membros do Conselho de Administragao sao eleitos pelos cooperados € recebem deles uma “delegagdo de poderes” para - em nome dos cooperados - administrarem a empresa cooperativa. © muito importante que os associados eleitos para cargos de diregdo prepararem-se para exereé-los com eff conhecer os principios basicos ¢ os métodos usados na empresas. Devem conhecer normas fundamentais, procurar assessoria e, quando o tamanho e os negécios da cooperativa exigirem, contratar profissionais qualificados, para auxiliar na gestdo da cooperativa. ncia. Para isso, devem, no minimo, O tempo dos curiosos ¢ dos sabe-tudo ja passou.As rapidas mu-dangas do mundo atual ¢ © ritmo dos negécios requer capacitagao profissional de todos os envolvidos na cooperativa. grandes desafios de hoje ¢ entender e diferenciar a visio coope © a visio empresarial. Ou seja, nao confundir profi cio com a auséncia dos principios e do comportamento cooperativista. Nem confundir cooperativismo com falta de capacidade para a administragao, Neste trabalho, quem tiver real interesse, encontrard livros sobre o tema e cursos para obter, pelo menos, as nogdes basicas sobre administracao, inclusive podera procurar outras organizagdes e cooperativas que possam_ passar experiéncias. Nunca perder de vista que se deve administrar a sociedade cooperativa para atender os interesses dos cooperados. Nao basta uma decisio parecer a melhor para os administradores: tem que ser a melhor para o atendimento das necessidades dos cooperados. Com base nessa visio, os administradores cumprirao suas fungdes fundamentais: planejar, organizar, dirigir e controlar a empresa cooperativa. As atribuigdes de cada dirigente sao esclarecidas nos estatutos sociai: acordo com cada tipo de cooperativa s, de CONSELHO FISCAL Também eleito pela assembléia, 0 Conselho Fiscal tem a fungio de auxiliar no controle da cooperativa. Cabe-Ihe, entre outras atribuigdes, verificar registros contabeis ¢ financeiros, livros, documentos, fichas e outros, de forma que possam comprovar a “idoneidade e eficacia dos atos administrativos e fatos ocortidos no dia-a-dia da cooperativa”. Por lei, o Conselho Fiscal é formado por trés membros efetivos e trés suplentes, com mandato de um ano, sendo permitida a reeleigao de um tergo desses membros. O trabalho do & importante, porque oferece seguranga aos cooperados, fortalece a administracio e pode, também, contribuir para o aperfeigoamento ou melhoria da qualidade dos servigos. Os conselheiros fiscais devem cultivar 0 bom senso, a discrigéo ¢ a firmeza no desempenho das suas fungdes, nao se esquecendo do dialogo para resolver problemas ¢ situagdes pouco complicadas. Mas devem ser rigorosos e tomar as devidas medidas, em casos comprovadamente graves. FUNCIONARIOS: Os funcionarios constituem elemento importantissimo na_ estrutura organizacional das cooperativas, pois grande parcela das atividades da empresa depende diretamente deles. A posicgdo do desempenho dos funciondrios varia bastante, conforme o tipo e o porte de cada cooperativa, registrando-se apreciaveis diferengas entre elas. A diretoria executiva ¢ a responsavel pelo bom trabalho dos funciondrios. Ela tera que cumprir as leis trabalhistas, respeitando todos os direitos dos funcionatios. Devera cuidar, também, para evitar excesso de funcionarios ESTILOS ADMINISTRATIVOS Quanto ao relacionamento entre diretorias e funciondrios, ainda é pratica comum em cooperativas a centralizagdo administrativa, com pouca delegagao de poderes. As vezes, confunde-se descentralizagdo de tarefas com delegagio de poder. Atribuir tarefas e responsabilidades sem o equivalente poder decisorio nao é descentralizagdo, é mera distribuigao de trabalho. Embora 0 planejamento ¢ as diretrizes estratégicas da cooperativa devam estar diretamente ligadas a diretoria, é necessirio haver a descentralizacio deciséria para tornar a empresa mais flexivel ¢ gil, com condigées de acompanhar a rapidez atual de mudangas eo nimero grande de concorrentes no mercado. As decisdes, principalmente as ligadas as areas operacionais, devem ser tomadas no local e na hora em que o fato aconteceu, sem demora e sem atraso. E isso sé & possivel com delegagao de poder decisério. MOTIVACAO Dentro da empresa cooperativa é recomendavel existir pessoas ou setores que cumpram as fungdes de recrutamento e selecdo, orientagio, registros, cargos e salarios, treinamento, assisténcia e beneficios aos funcionarios. Entre os valores do cooperativismo, aprovados pelo Congreso da ACI, em setembro de 1995, em Manchester, Inglaterra, esto os valores da honestidade, transparéneia, responsabilidade social e preocupagio com seu semelhante Naturalmente, esses valores devem ser internalizados © praticados por todos os niveis hierarquicos e funcionais das cooperativas. Somente com politicas claras e definidas para todos os ditigentes ¢ funcionarios havera harmonia e motivagdo para o trabalho, além de uma cultura organizacional que facilitara, tanto 4 empresa cooperativa como ao quadro funcional, cumprirem suas fungdes e atingirem seus respectivos objetivos. LEGISLACAO COOPERATIVE TA LEI 5764/71 A lei 5764/71, ainda em vigor, deverd ser substituida por uma outra, cujo anteprojeto foi distribuido pela Organizagdo das Cooperativas Brasileiras (OCB) a todas as Organizagdes das Cooperativas dos Estados (OCE’S) que. apos aniilise com as bases cooperativistas, foi devolvido a OCB, que Nacional até ser votado pelos acompanha sua tramitagio no Congreso 64/71 “define a politica nacional de Cooperativismo, institui 0 regime juridico das sociedades cooperativistas ¢ da outras providéncias” LEI 4595/64 Esta lei, que procedeu @ reforma bancaria de 1964, transferiu para o Banco Central a atribuigdo de normalizar e fiscalizar as cooperativas de crédito, entre outras instituigdes financeiras. A lei 4595/64 definiu a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, criou 0 Conselho Monetdrio Nacional e o Banco Central da Republica do Brasil ( a partir de 1967, denominado Banco Central do Brasil). Para o Banco Central do Brasil foi atribuida a fungdo normativa e fiscalizadora das instituigdes financeiras, entre elas as cooperativas de crédito urbano e rural, EDUCAGAO COOPERATIVISTA, A educacao & parte integrante do cooperativismo, visando transmitir conhecimentos e estimular comportamentos solidarios, além de capacitar os cooperados a assumirem e exercerem suas prerrogativas de donos e usuarios da cooperativas. Também deve, igualmente, levar os cooperados ‘ituarem-se dentro do contexto sdcio-econdmico do cooperativismo ¢ agirem, na pritica, levando em consideragao as caracteristicas especificas da empresa cooperativa. No Manual de Capacitagao para 0 Sistema OCB, encontra-se a seguinte definica a ‘A educagdo/capacitagéio faz 0 homem refletir criticamente sobre sua realidade conereta, a conjuntura sécio-econémica da sua cooperativa, da sua comunidade e da sociedade mais ampla, identificando e analisando os problemas, avaliando as suas potencialidades ¢ se articulando na busca de solugdes socialmente desejdveis, tecnicamente realizé vidveis, num processo autogestionado. Ela deve sempre utilizar a capacidade criadora e transformadora das pessoas.” seus veis @ economicamente 16 ANEXO ORGAOS COOPERATIVISTAS NACIONAIS ORGANIZACAO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS - OCB A representacdio do sistema cooperativista brasileiro cabe a OCB, sociedade civil, com sede em Brasilia. semelhantes a organiz: cooperativas de sua area de 0. SINDICATO E ORGANIZACAO DAS COOPERATIVAS DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO - OCEES A OCEES ¢ uma entidade civil, sem fins lucrativos, com prerrogativas de representagdo das cooperativas espirito-santenses. Tém que se filiar 4 OCEES as cooperativas singulares, _centrais, federagdes e confederagdes de cooperativas, de quaisquer segmentos, constituidas e com sede no Estado do Espirito Santo, conforme o Artigo 107, da Lei 5764/71. A OCEES tem como atribuig6es, entre outras, realizar estudos, andlises, promover © cooperativismo, orientar, assessorar tecnicamente e realizar ou incentivar atividades educacionais entre as cooperativas filiadas. DEPARTAMENTO NACIONAL DE COOPERATIVISMO - DENACOOP, Este departamento esta vinculado a Secretaria de Desenvolvimento Rural - SDR, a qual pertence ao Ministério da Agricultura - MA que tem como fungao principal o Fomento do Cooperativismo Brasileiro. @EMATER-ES EMPRESA DE ASSISTENCIA TECNICA EEXTENSAO RURAL DoesPiRITO santo = PRONAF MINISTERIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO-MA ESPIRITO SANTO ec REREULTURA 3

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