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Gestão e

Empreendedorismo
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Definição e Histórico de Empreendedorismo


– O Espírito Empreendedor
APRESENTAÇÃO

Caro aluno:

A idéia de espírito empreendedor está associada a pessoas


realizadoras, que mobilizam recursos e correm riscos para iniciar
organizações de todos os tipos. Embora existam empreendedores
5 em todas as áreas da ação humana, em seu sentido restrito o
conceito refere-se às pessoas que criam empresas - organizações
pessoas criativas que colocam e praticam suas habilidades no
mundo dos negócios. O espírito empreendedor envolve emoção,
paixão, impulso, inovação, risco e intuição. Mas deve também
10 reservar um amplo espaço para a racionalidade. Saber localizar
metas e objetivos globais e localizar os meios adequados para
“chegar lá”, da melhor maneira possível. Isso significa estratégia.
Entender o que é “Negócio”, é um dos principais objetivos desta
disciplina, pois a partir deste entendimento, iremos conseguir
15 entender melhor qual o nosso propósito e qual o verdadeiro
significado do espírito empreendedor. Estabeleceremos alguns
objetivos tais como:

a) adquirir conhecimentos sobre os fundamentos da gestão


e do empreendedorismo e permitir o conhecimento das
20 principais práticas de gestão aplicadas pelas organizações
(com ou sem fins lucrativos), tendo em vista a busca da
excelência de desempenho.

b) buscar fazer com que os alunos possam produzir, a partir


das informações, os conhecimentos necessários para o
25 desenvolvimento das seguintes competências:

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Definição e histórico de empreendedorismo — O espírito empreendedor

• senso de empreendedorismo;
• senso de responsabilidade social como um futuro
empreendedor;
• senso crítico e capacidade de contextualização;
5 • capacidade de identificar analisar e solucionar problemas.

Boa Leitura!

É de extrema importância que o aluno consulte os


sites abaixo para poder se atualizar com os conceitos do
empreendedorismo.

10 www.marciorangel.com.br/artigos.htm
www.empreenderparatodos.adm.br
www.dolabela.com.br
www.endeavor.org.br
www.starta.com.br
15 www.sebrae.com.br
www.redeincubar.org.br
www.planodenegocios.com.br
www.seusnegocios.com.br
www.geranegocio.com.br

1 DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DE
EMPREENDEDORISMO – O ESPÍRITO
EMPREENDEDOR

20 Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai ser


capaz de compreender o que é ser empreendedor.

Abrir mão da carteira assinada para tocar a própria empresa


é uma opção feita por milhares de trabalhadores a cada ano.
Quer se juntar a eles?

25 A pessoa que assume o risco de começar uma empresa é um


empreendedor. Empreendedor do latim imprendere, que significa
“decidir realizar tarefa difícil e laboriosa” (dicionário Houaiss da

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

língua portuguesa, 2001), “colocar em execução” (Dicionário


Aurélio, 1975). Tem o mesmo significado da palavra francesa
entrepreneur, que deu origem à inglesa entrepreneurship
(comportamento do empreendedor).

5 A idéia de um espírito empreendedor está de fato associada


a pessoas realizadoras, que mobilizam recursos e correm riscos
para iniciar organizações de negócios.

Abrir um empreendimento significa, para o trabalhador, a


passagem para o outro lado da relação de trabalho. É preciso,
10 pois, além de ter espírito empreendedor, preparar-se para trilhar
esse novo caminho, que, embora difícil, pode ser compensador e
resultar em sucesso pessoal e independência econômica.

Em uma reportagem da Revista Exame de Agosto/2000 n°.


721 foram explanados alguns conceitos importantes para o
15 futuro empreendedor.

A reportagem é de David Cohen e contou com a colaboração de


Suzana Naiditch e José Maria Furtado. Site: www.exame.com.br

“Como empreender entendemos a vontade e aptidão para


realizar algo. O espírito empreendedor não escolhe credo, cor,
20 ou raça. É ele um dos fatores essenciais para aumentar a riqueza
do país e melhorar as condições de vida de seus cidadãos. Essa
afirmação leva imediatamente a duas questões. A primeira: o
que é espírito empreendedor? E a segunda: é possível ensinar
uma pessoa a se tornar empreendedora? “

25 Mitos sobre empreendedores:

MITO 1

Empreendedores nascem feitos.

Realidade

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Definição e histórico de empreendedorismo — O espírito empreendedor

Embora empreendedores nasçam com certa inteligência,


vontade de criar e energia, sua formação depende da acumulação
de habilidades relevantes, experiência, contatos.

MITO 2

5 Qualquer um pode começar um negócio.

Realidade
Pode. Sobreviver e florescer é que são elas. Empreendedores
que entendem a diferença entre uma idéia e uma oportunidade
e pensam grande têm mais chances de ser bem-sucedidos.

10 MITO 3

Dinheiro é o fator mais importante para montar uma


empresa.

Realidade
Se as outras peças e o talento estão no lugar, o dinheiro
15 virá. Dinheiro é como o pincel e a tinta para um pintor
- materiais que, nas mãos certas, produzem maravilhas.

MITO 4

Empreendedores não têm chefe e são completamente


independentes.

20 Realidade
Todo mundo é chefe do empreendedor: seus sócios,
investidores, clientes, fornecedores, empregados, família,
comunidade. Mas os empreendedores podem escolher as
exigências que vão atender, e quando.

25 MITO 5

Empreendedores devem ser jovens e cheios de energia.

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Realidade
Essas qualidades podem ajudar, mas idade não é barreira. O
que é crítico é possuir o conhecimento relevante, experiência e
contatos que facilitam reconhecer e agarrar uma oportunidade.

5 MITO 6

Empreendedores trabalham mais do que executivos de


grandes companhias.

Realidade
Alguns trabalham mais; outros, não.

10 MITO 7

Empreendedores são “lobos solitários.”

Realidade
Os empreendedores mais bem-sucedidos são líderes que
constroem grandes equipes e ótimos relacionamentos com
15 pares, diretores, investidores, clientes, fornecedores e outros.

MITO 8

Empreendedores são jogadores.

Realidade
Empreendedores bem-sucedidos calculam muito bem
20 os riscos. Eles tentam influenciar o jogo de probabilidades,
freqüentemente atraindo outros para dividir os riscos com eles.

MITO 9

Qualquer empreendedor com uma boa idéia pode atrair


investimentos de risco.

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Definição e histórico de empreendedorismo — O espírito empreendedor

Realidade
Nos Estados Unidos, apenas entre 1 e 3 de cada 100
empreendedores com boas idéias conseguem atrair capitalistas
de risco.

5 MITO 10

Empreendedores querem o show todo só para eles.

Realidade
Privilegiar o próprio ego coloca um teto nas possibilidades
de crescimento. Os melhores empreendedores geralmente sabem
10 construir um time, uma organização, uma companhia.

MITO 11

Empreendedores sofrem um estresse tremendo.

Realidade
Sem duvida, mas não há evidências de que o empreendedor
15 sofra mais estresse do que outros profissionais com muita
responsabilidade. A maioria dos empreendedores, ao contrário,
acha seu trabalho muito satisfatório.

O Brasil sem dúvida é um país de empreendedores, os das


pequenas, dos médios e dos grandes empreendimentos, parece
20 que é um talento nato do nosso povo. Porém, a vida de um
empreendedor não é fácil, e ainda é preciso saber se você tem
disposição para enfrentar as barras que acompanham esta
opção.

2 DEFINIR – “EMPREENDEDORISMO PODE SER


APRENDIDO?

Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai ser


25 capaz de saber se tem um “tino” para o negócio.

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Se você está pensando em ter seu próprio negócio,


veja aqui como descobrir e aprimorar seu potencial para
um caminho de sucesso. A essência do empresário de
sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades, e a
5 preocupação sempre presente com a melhoria do produto.
Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas
dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e
buscar o sucesso, a despeito das dificuldades.

Iniciativa pessoal e disciplina

10 Uma vez que decido fazer algo, farei mesmo e nada pode
me deter?

Quando começo uma tarefa, estabeleço metas e objetivos


claros para mim mesmo?

Depois de uma grande decepção em um projeto, sou capaz


15 de juntar os pedaços e começar de novo?

Normalmente sou capaz de achar mais de uma solução para


um problema?

Acredito que é importante organizar minhas tarefas antes


de começá-las?

20 Constantemente fico pensando em novas idéias?

Posso me concentrar em um assunto por longos períodos de


tempo?

Encontro energia adicional quando assumo tarefas que


gosto?

25 Normalmente trabalho longas horas para finalizar uma


tarefa?

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Definição e histórico de empreendedorismo — O espírito empreendedor

Comportamento Geral

Quando faço um bom trabalho, fico satisfeito de saber que


foi bem feito?

Gosto da sensação de estar no comando?

5 Quando penso no futuro, vejo-me gerenciando o meu


próprio negócio?

Tento fazer um trabalho ainda melhor do que esperam de


mim?

Satisfação pessoal significa mais para mim do que ter


10 dinheiro para gastar comigo mesmo?

Sempre tento achar o lado benéfico de uma má situação?

Persisto quando os outros me dizem que não pode ser


feito?

Gosto de ser capaz de tomar minhas próprias decisões no


15 trabalho?

Posso aceitar falhas, mas não admito a derrota?

Empenho-me em usar erros do passado como processos de


aprendizado?

Acho que respostas a problemas vêm intuitivamente?

20 Prefiro tomar as decisões finais?

Cuidado

Algumas pessoas superestimam as vendas iniciais, fazem


despesas demais e se comprometem com financiamentos,

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

contando em pagá-los com o faturamento, o que nem sempre


acontece.

Outras escolhem o negócio certo, mas o instalam no local


errado. Muitos erram na qualidade, no preço do produto ou,
5 ainda, no atendimento e são engolidos pela concorrência. O
importante, porém, é perceber que a maior parte desses e de
outros erros podem ser evitados planejando o negócio.

Nos últimos anos, as escolas de todos os ciclos, bem como


a maioria das universidades de todo o Brasil, têm dedicado
10 atenção especial à introdução de disciplinas relativas ao
empreendedorismo em sala de aula. Fruto, principalmente, das
novas configurações político-econômicas do planeta.

Movimento crescente

Nesse cenário, iniciativas que trabalhem com o incentivo ao


15 ensino do empreendedorismo têm sido bem vistas. Não apenas
porque o tema ainda é incipiente e precisa desse apoio para
crescer, mas também para trabalhar com uma mudança na
cultura dos jovens, ainda ligados à lógica da estabilidade das
grandes companhias. Antigamente, quando as pessoas saíam
20 da faculdade estavam automaticamente empregadas em uma
empresa de porte.

Uma parte significativa dos alunos (mais variados cursos) tem


se interessado pelo tema ao se chocar com a realidade do mercado.
Entre os alunos, o empreendedorismo é uma disciplina que tem um
25 grau de aceitação grande. O empreendedorismo é uma opção de
carreira muito interessante para o jovem que sai da faculdade e não
encontra emprego e também para a escola, que tem a oportunidade
de fomentar um aspecto social muito grande.

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Planejamento

Planejamento
3 PLANEJAMENTO

Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai ser


capaz de elaborar um plano de ação.

Planejar consiste em tomar três tipos de decisões:

• definir o objetivo – qual situação deverá ser alcançada,


• definir um ou mais cursos de ação – caminhos para atingir
5 o objetivo,
• definir meios de execução – previsão dos recursos
necessários para realizar o objetivo.

As decisões deste tipo que afetam o futuro da empresa ao


longo prazo são decisões de planejamento estratégico.

10 O planejamento estratégico ira definir qual a direção que


a empresa e a forma de competir com outras empresas do
mercado. É o processo de tomada de decisões. Toda empresa
tem de ter estratégia e planejamento estratégico. Quando um
empreendedor decide iniciar um negócio, a partir de uma idéia de
15 produto ou serviço, já está fazendo planejamento estratégico:

A escolha de um negócio – base para o planejamento


estratégico.

A empresa cresce conseqüentemente as praticas de


planejamento estratégico evoluem, sustentando assim seu
20 desenvolvimento.

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Processo de elaboração de um plano estratégico:

a) análise da missão e da situação estratégia; onde


estamos?;
b) análise externa: ameaças e oportunidades do mercado;
5 c) análise de pontos fortes e fracos da empresas;
d) definição da estratégia : para onde devemos ir?

a) Análise da missão - O primeiro segredo para o sucesso de


uma empresa é definir a verdadeira natureza do negócio, porque
um empreendimento só irá surgir se você tiver os objetivos do
10 mesmo bem definido, pois caso contrário você não terá uma
empresa. Estamos falando do primeiro passo para elaboração do
planejamento estratégico.

Mesmo as empresas que atuam com “negócios de


oportunidade”, são considerados negócios, pois estão
15 atingindo os objetivos do empreendimento. Porem não são
todas as empresas que conseguem se definir, porque não
tomam um verdadeiro posicionamento no mercado. Ficam
fazendo “experiências”. Algumas acertam, outras erram e
acabam fechando.

20 Para atingir um mercado, o primeiro passo é sabermos


exatamente qual é a nossa especialidade. Como citamos
anteriormente, isso servirá para o desenvolvimento do processo
estratégico.

Exemplo de missão de empresa, dentro de sua filosofia


25 essencial:

“Nossa missão é colocar no mercado produtos e serviços da


melhor qualidade possível para satisfação das necessidades dos
clientes”.

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Planejamento

b) Análise externa

Quando um avião decola, independente de qual é o


seu destino, o piloto tem em suas mãos um plano de vôo.
Neste documento, constam informações sobre a aeronave, o
5 aeroporto de partida, o de destino, além da rota e das condições
de vôo. Conhecer estes dados permite ao comandante traçar
uma linha de ação clara que ajudará a manter a segurança dos
passageiros e da tripulação. Em uma empresa, o conceito é
semelhante. Um bom planejamento permite ao empreendedor
10 guiar o seu negócio com mais segurança para alcançar bons
resultados.

Em um empreendimento, um planejamento tem a mesma


função que o plano de vôo em um avião. A leitura do cenário
atual em que vive a economia, a política, o mercado que atua
15 ou irá atuar é fundamental para a empresa que pretende trilhar
um caminho mais estável.

O plano não é uma garantia plena de sucesso. Como em um


avião, no entanto, trabalhar com um planejamento claro reduz
riscos.

20 c) Análise de pontos fortes e fracos da empresa

Nesta fase da análise, devemos fazer uma revisão dos


nossos pontos fracos e fortes, (sim, é isto mesmo, primeiro os
seus pontos, pois você é um empreendedor) e se a empresa já
existe, os pontos da empresa. É a oportunidade de olharmos
25 para dentro, fazendo assim uma análise sobre nossas virtudes
e defeitos. Tudo é importante. Esse momento é como se nós
olhássemos no espelho, relatando exatamente aquilo que
está refletido nele. Após esta análise, devemos sempre ter em
mente a necessidade de sempre reler o que até aqui foi escrito e
30 verificar o que devemos adaptar e mudar, para atingir as nossas
expectativas e desejos.

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Você poderá utilizar as “dicas” como instrumento de


trabalho:

Ambiente Interno

* Preciso sentir-me seguro

5 Não se importe em correr riscos, ele faz parte do seu cotidiano,


pois o planejamento adequado, irá diminuir estes riscos.

Simplesmente imagine uma viajem à praia, verifique quais


os possíveis riscos ou “contratempo” que você poderá ter com o
seu veículo da sua casa até o seu destino.

10 Verifique sempre:

* os pneus;
* seus documentos;
* o combustível, água e óleo do motor;
* tenha sempre uma mapa do local onde você irá;
15 * lista de telefones úteis;
* roupas que irá utilizar.

Você está vendo como é simples?

Lembre-se:

- identifique os benefícios que pode ter em caso de vitória

20 - identifique o risco associado a cada meta, avalie a sua


gravidade e as conseqüências do impacto. O planejamento
não garante um sucesso em sua viagem, porém ele irá ajudar a
diminuir os riscos.

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Planejamento

No Brasil, 32 % dos novos empresários decidiram abrir seu


próprio porque estavam desempregados ou insatisfeitos no
emprego. Esse é um dado que não tem muito a ver com o espírito
empreendedor. Entre os empresários paulistas, 45% não procuram
5 identificar seus clientes antes de abrir a empresa. (O motivo,
entre os empresários que faliram: 16% achavam desnecessário,
14% alegaram falta de experiência, 12% resolveram correr o
risco e 8% nem sequer tinham pensado nesse assunto, isso sim
é o que se pode chamar de aventura.)

10 d) Definição de estratégias: para onde devemos ir?

As organizações são compostas por pessoas que pensam e


agem diferentes das demais.

Não há receita de como e onde obter uma boa


administração, mas, com certeza, existem formas de ação
15 que podem contribuir para encurtar o período de busca e
torná-lo mais produtivo.

É fundamental que individualmente ou participando de


grupos, disponha-se a buscar, com determinação, o maior
número de informações sobre as oportunidades de trabalho da
20 sua cidade e região.

Lembre-se: “informação é a base do conhecimento”.

Você percebeu que estamos falando em trabalho, porém


não estamos pensando apenas em emprego, mas em todas
as formas de trabalho, isto é, você pode ser empregado,
25 trabalhador autônomo ou dono de um negócio – o seu
negócio.

É uma alternativa possível e deve ser considerada com muita


atenção. Na cidade ou região onde você vive, talvez existam
oportunidades interessantes e promissoras de iniciar um auto-
30 empreendimento. É preciso pesquisar e procurar conhecê-las!

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

A decisão de tocar seu próprio negócio deve ser clara. De


inicio, é a sua decisão principal e é importante ter criatividade,
organização e muita informação sobre as possibilidades
existentes em sua região.

5 Estamos sempre buscando uma qualidade de vida melhor.

4 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR

Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai ser


capaz de apontar e descrever todas as possíveis características
do empreendedor.

A experiência brasileira: Apesar de ainda embrionário, o


10 ensino de empreendedorismo vem crescendo muito no Brasil.
A adoção do método de formação de empreendedores criado
pelo consultor Fernando Dolabela é um exemplo (vide seu
livro, “O Segredo de Luiza”). Outro exemplo é o programa Brasil
Empreendedor, lançado pelo governo federal, cuja meta é
15 capacitar mais de 2 milhões de empresários. “Também a chegada
de investidores estrangeiros está multiplicando o número de
incubadoras de empresas e cursos de empreendedorismo nas
universidades (havia 2 incubadoras no país em 1988, 27 em
1995 e hoje há mais de 200)”. Comenta a reportagem.

20 Alguns atributos caracterizam o empreendedor:

• primeiro, sua capacidade de desenvolver uma “visão”;


• segundo sua capacidade de persuadir terceiros com escopo
de angariar recursos para concretizar sua idéia.

Algumas características comuns a todos os


25 empreendedores:

Integridade – é uma qualidade do caráter, ligada à


honestidade e à coerência entre princípios e atitudes, como base
do compromisso com as pessoas e com o negócio.

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Planejamento

Liderança – é a capacidade de reunir as forças de um


grupo em torno de um objetivo, transformando as pessoas em
parceiros, estimulando seu crescimento e dando exemplo para
manter a motivação elevada.

5 Comunicação e relacionamento – é a capacidade de


expressar de forma clara as próprias idéias e emoções e
também de ouvir os outros. Essas características auxiliam no
desenvolvimento da habilidade de conviver e interagir com as
outras pessoas.

10 Senso administrativo – é a capacidade de agir para


prevenir ou corrigir problemas decorrentes das variações do
mercado, reconhecendo e analisando, no dia-a-dia, mudanças
na economia e no comportamento dos clientes.

Visão de oportunidade – é o talento natural de estar


15 sempre atento ao que acontece ao redor. É ser capaz de
identificar as necessidades dos clientes e transformar isso
em um negócio.

Motivação – é estar sempre disposto e entusiasmado para


trabalhar em busca da realização de objetivos.

20 Organização/planejamento – todo empreendimento


precisa ser organizado. É necessário ter metas, planejar
como alcançá-las e controlar os resultados. Acompanhar
sistematicamente os custos, as vendas e o desenvolvimento das
metas faz parte do dia-a-dia do empreendedor. Quem não for capaz
25 de organizar-se tem poucas chances de ser um bom empresário.

Determinação/perseverança – é ser capaz de enfrentar e


superar as dificuldades sem se deixar abater, tendo claro que
obstáculos podem surgir e vencê-los é a condição para atingir
os objetivos.

30 Criatividade/inovação – é a capacidade de buscar soluções


novas e adequadas para os problemas, de estar o tempo todo

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GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

procurando as melhores formas de atender os desejos do cliente,


melhorando a qualidade e reduzindo os custos.

Iniciativa – é a capacidade de, ao perceber um problema ou


detectar uma oportunidade, agir rapidamente para solucioná-lo
ou aproveitá-la.

5 Riscos

Abrir uma empresa é uma decisão que envolve mais riscos


que a vida com carteira assinada, mas que pode trazer em troca
a sensação de vitória que só as conquistas pessoais são capazes
de proporcionar. Aos interessados, um aviso: 56% dos pequenos
e micro-negócios fecham antes de completar cinco anos. O alto
10 porcentual, divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (SEBRAE-SP), mostra que todo cuidado
é pouco quando se trata de montar um empreendimento.
“Ninguém nasce empreendedor. Todo mundo precisa ter noções
de gerenciamento antes de aventurar-se”, afirma Jose Luiz Ricca,
diretor superintendente do SEBRAE-SP.
Causas para esta realidade:

15 • deficiências no planejamento;
• falhas na gestão;
• brigas entre sócios.

Respostas claras e antecipadas para algumas questões


(abaixo) serão de extrema importância para as decisões do
empreendedor:

20 1 – definir claramente o seu ramo de negócio. Será que esse


tipo de negócio é o que você realmente deseja e para o
qual tem mais vocação e capacidade?

2 – que produtos ou serviços pretende comercializar? As pessoas


estão interessadas em comprar o que eu pretendo vender?

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Planejamento

3 – o preço do produto/serviço que pretendo vender é o


ideal?
4 – qual é o número mínimo de produtos/serviços que devem
ser comercializados para não levar a firma à falência?
5 5 – qual o local ideal para “tocar” o negócio?
6 - quem serão os seus clientes?
7 - quem serão os seus eventuais concorrentes?
8 - qual o preço de venda desses concorrentes e como eles
atuam?
10 9 - de quanto dinheiro você vai precisar?

As respostas para essas e outras perguntas significam a forma


de planejar o seu negócio ( vide módulo 3 ) . E, lembre-se, uma
das principais causas de falência das pequenas e microempresas
tem sido a falta de planejamento.

15 Como você pode notar, abrir o seu próprio negócio requer


um planejamento.

Peter Drucker disse que a finalidade do processo de


planejamento é enfrentar a incerteza do futuro.

Peter Ferdinand Drucker (nasceu em 19 de novembro de


20 1909, em Viena, Áustria - faleceu em 11 de novembro de 2005,
em Claremont, Califórnia, EUA). Era filósofo e administrador
austríaco, sendo considerado o pai do Marketing moderno e
também pai da administração moderna. É o mais renomado dos
pensadores de administração.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Drucker - )

25 Leitura recomendada: Desafios Gerenciais para o Século


XXI, Administrando em Tempos de Grandes Mudanças - editora
Pioneira, atualmente Thomson.

140
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Sabemos que somente uma parte do futuro é incerta ou


desconhecida. Outra parte é conhecida e previsível. As duas
situações exigem preparação, ou a empresa fará parte da
estatística apontada acima pelo SEBRAE - ou será atropelada
5 pelos acontecimentos.

O julgamento do desempenho de uma moderna administração


possui dois aspectos do planejamento: determinar os objetivos
“certos” e em seguida escolher os meios “certos” de alcançar os
objetivos. Ambos os aspectos do planejamento são vitais para o
10 processo de empreendedorismo.

5 EMPREENDEDORISMO – CORPORATIVO

Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai ser


capaz de compreender como pode ser um intra-empreendedor,
e contribuir para aumentar a competitividade da empresa onde
trabalha.

15 I - Definição - conceito

O Empreendedorismo Corporativo, ou seja, aquele praticado


dentro das organizações, e que foi “batizado” pelo professor
americano Guifford Pinchot III de Intrapreneurship, ou
Intraempreendedorismo, em português, não é na verdade um
20 fenômeno recente. Pelo contrário, nos últimos 100 anos diversas
empresas tiveram no comportamento empreendedor e na
conseqüente geração de inovações a base para o sucesso.

Este tema passou a despertar muito interesse no mundo


empresarial no momento em que passamos a conviver com
25 a globalização. Você percebeu que tudo o que tratamos nos
negócios está relacionado com: concorrência e a competitividade
da organização?

A mudança é necessária dentro da organização. Hoje preço baixo


não é mais sinônimo de sucesso em vendas. (vide lojas R$ 1,99).

141
Planejamento

É aí que entra o comportamento empreendedor. Profissionais


com iniciativa, visionários, sem medo de tentar que aprendem
com os erros, determinados, criativos, ousados e capazes de
mobilizar recursos e implementar novos negócios dentro do
5 ambiente corporativo, são a única forma de se estabelecer essa
vantagem competitiva definitiva.

Hoje dentro das universidades trabalhamos com uma


disciplina chamada Organização do Futuro, e é exatamente
sobre isto que estamos falando. Se a sua empresa quer
10 realmente fazer parte do futuro ela deve imediatamente,
mudar.

Hashimoto comenta que os novos negócios, criados


pelas empresas de forma isolada do resto da organização.
Normalmente, são linhas de negócios ou produtos com poucas
15 aderências aos produtos e negócios já existentes.

O empreendedorismo corporativo possui uma ampla


gama de aplicações. É muito difícil afirmar categoricamente
que uma empresa é ou não intra-empreendedora. Qualquer
funcionário que por iniciativa própria promove alguma
20 mudança dentro ou fora do seu escopo de trabalho, para o qual
ele não é originalmente pago pode, a rigor, ser considerado um
empreendedor corporativo.

O conceito não se resume unicamente à criação e


desenvolvimento de novos produtos, ele indica qualquer norma
25 de proposição de mudanças e melhorias na organização que, de
alguma forma, se traduz em aumento de valor para o cliente ou
para o acionista. (Hashimoto, 2006,p. 8)

Alguns pontos para reflexão quanto ao conceito de


empreendedorismo corporativo, conforme Hashimoto:

30 * uma boa idéia por si só não se transforma em resultado sem


um estudo de viabilidade, um planejamento de implementação,

142
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

investimentos, ajustes e acompanhamento. O sucesso está


diretamente relacionado com a eficácia das ações;

* muitas vezes um problema grave da organização serve


como estopim para a revisão de paradigmas e pressupostos que
5 levam a um processo de ruptura e busca de novos conceitos
aumentarem a competitividade e a eficácia. Mais uma vez, o
valor do esforço pela necessidade de sobreviver;

* as empresas estão descobrindo que inovação é gerada por


gente e não por tecnologia. Iniciativas, equipes auto-geridas,
10 liderança situacional, descentralização, remuneração variável
entre outras, são, na verdade, iniciativas que promovem o
empreendedorismo interno;

* permitir que as pessoas tenham a liberdade de conduzir


iniciativas pessoais e não só ignorar os fracassos daí decorrentes,
15 mas incentivar o erro como processo de aprendizado não é fácil
de implementar em nenhuma empresa;

* há uma necessidade crescente de promover uma


cultura interna de inovação como fonte de competitividade,
evidenciando que as cabeças pensantes dos departamentos de
20 P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) não estão dando conta da
demanda por novidades e melhorias nos produtos e serviços
oferecidos ao mercado.

II - Aplicação Empresarial

Para que você tenha realmente a ajuda das pessoas, é preciso


25 que isso seja recíproco. O importante é usar novas maneiras de
trabalhar com as pessoas adotando o compartilhamento de
idéias e objetivos. Isto é empowerment.

Empowerment’ é uma abordagem de projeto de trabalho


que objetiva a delegação de poder de decisão, autonomia e
30 participação dos funcionários na administração das empresas.

143
Planejamento

Analisa-se o desenvolvimento do empowerment por meio dos


estágios evolutivos das áreas de gestão, das configurações
organizacionais, das estratégias competitivas, da gestão de
recursos humanos e da qualidade.

5 (Obtido em “http://pt.wikipedia.org/wiki/Empowerment)

Alguns fundamentos irão nos ajudar a entender melhor:

O que devemos fazer e propiciar dentro da organização:

i) delegação de responsabilidade;
ii) liberdade para trabalhar;
10 iii) atividade grupal;
iv) auto - avaliação - empregado e empresa (clima
organizacional)

144
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Plano de Negócios (PN): uma visão


geral. O que é e para que serve
6 PLANO DE NEGÓCIOS (PN): UMA VISÃO
GERAL. O QUE É E PARA QUE SERVE

Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai


ser capaz de compreender o que é um Plano de Negócios, bem
como sua utidade no mundo dos negócios.

Plano de negócios (do inglês Business Plan), também


5 chamado “plano empresarial”, é um documento que especifica,
em linguagem escrita, um negócio que se quer iniciar ou que já
está iniciado.

Geralmente é escrito por empreendedores, quando há


intenção de se iniciar um negócio, mas também pode ser
10 utilizado como ferramenta de marketing interno e gestão. Pode
ser uma representação do modelo de negócios a ser seguido.
Reúne informações tabulares e escritas de como o negócio é ou
deverá ser.

De acordo com o pensamento moderno, o plano de negócio é


15 um documento vivo, no sentido de que deve ser constantemente
atualizado para que seja útil na consecução dos objetivos dos
empreendedores e de seus sócios.

O plano de negócios também é utilizado para comunicar


o conteúdo aos investidores de risco, que podem se decidir a
20 aplicar recursos no empreendimento.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_de_neg%C3%B3cios)

145
Plano de Negócios (PN): uma visão geral. O que é e para que serve

Orientações para o auto-empreendimento

É melhor planejar minuciosamente o empreendimento do


que chorar depois por erros que poderiam ter sido evitados.
É necessário planejar. Isso dá trabalho, mas não é tão difícil
5 assim.

Por que escrever um Plano de Negócios (PN)?

A tarefa de escrever um plano de negócios não é uma tarefa


fácil. Isso se você nunca escreveu um e não tem a menor idéia
de como começar. Nossa intenção é tornar esta tarefa, que por
10 sinal é muito importante, em algo que com certeza irá permitir a
você, futuro empreendedor, um conhecimento claro da estrutura
do seu negócio.

Lembre-se, informação nunca é demais, pois estamos falando


de algo que poderá ser o início de um grande projeto de vida.

15 Com este plano de negócios você poderá identificar os


possíveis riscos, e tentar minimizá-los ou mesmo evitá-los. Nele
você encontrará seus pontos fortes, conhecerá seu mercado e
terá uma plena idéia em relação ao desempenho financeira da
empresa.

20 O PN não é estático, deve ser constituído como uma


ferramenta dinâmica, flexível, em que você deverá revê-lo e
atualizá-lo constantemente.

Infelizmente no Brasil por falta de informação, o PN não é


difundido, ao contrário de outras paises onde ele passa a ser a
25 principal ferramenta para o futuro negócio.

Com o apoio do Governo Federal e de outras instituições, o


SEBRAE, por exemplo, na promoção e divulgação com cursos
e ampla campanha para a formação de empreendedores essa

146
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

situação tem mudado, pois sem um PN bem elaborado, você fica


impedido de alocar recursos para o empreendimento.

Por essa razão, é necessário que se entenda o que significa


escrever um PN, como proceder, o que escrever e como utilizá-lo
5 para as diversas finalidades a que se propõe.

O PN irá abrir as portas para os constantes contatos da área


financeira que você inevitavelmente terá pelos seus caminhos,
pois ele será o cartão de visitas da empresa.

Uma das finalidades principais do PN é o estudo de viabilidade:


10 é a partir deste estudo que você conseguirá reunir elementos
necessários para mostrar até que ponto o seu negócio é viável
principalmente pelo ponto de vista financeiro.

Sem sombra de dúvida o mercadológico e operacional


também irão fazer parte das suas necessidades. O importante é
15 colocar no papel antes de tornar realidade.

Como um aspecto de planejamento inicial e preparação, o


estudo de viabilidade envolve:

• todas as pessoas interessadas no assunto;

• estimula a criatividade que servirá para superar os


20 paradigmas;

• permite, desde o início, manter-se um histórico das


atividades do projeto e provê um ponto de referência
para o pessoal que futuramente estará gerindo o
projeto.

25 A viabilidade econômico-financeira é um parecer sobre a


viabilidade ou não do investimento planejado. É a etapa mais
técnica e necessita da colocação em prática dos conhecimentos
apreendidos.

147
Plano de Negócios (PN): uma visão geral. O que é e para que serve

Para você entender melhor:


“Com muitos cálculos pode-se vencer.
Com poucos não se pode.
Que chances têm quem não faz nenhum”
5 (Sun tzu, 186,p. 114)

Esta é a verdadeira finalidade da viabilidade econômica.

O teste dos números irá englobar:

• cronograma de implantação e início de operação;


• objetivos – estimativa de volumes e cronogramas;
10 • quantificação dos investimentos necessários; investimentos
fixo e variáveis;
• desembolsos;
• estimativa de resultados;
• recurso necessários;
15 • estudo de metas necessárias;
• análise diária do fluxo de caixa.

7 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS

Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai ser


capaz de montar o seu próprio plano de negócios.

- Capa – informações necessárias e pertinentes.

20 - Sumário - deve conter o título de cada seção do PN e a


página respectiva onde se encontra.

- Sumário executivo – decidirá se o leitor continua ou não


a ler o seu PN. Inclui missão e visão do negócio - breve relatório
sobre os sócios do empreendimento, breve relatório sobre os
25 recursos financeiros necessários.

-Planejamento estratégico do negócio - irá definir:


rumos, situação atual, suas metas e objetivos, premissas do
planejamento, de longo prazo.

148
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

- Descrição da empresa - seu histórico, crescimento/


faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos,
estrutura organizacional, localização, parcerias etc.. Estas
informações fornecem uma estimativa.

5 - Produtos e serviços - quais são e como são produzidos


o ciclo de vida, fatores tecnológicos envolvidos, pesquisa e
desenvolvimento, principais clientes atuais que detêm marca
e/ou patente de algum produto etc.

- Análise de mercado - através de uma pesquisa de


10 mercado demonstrar como está segmentado o seu produto, as
características do consumidor, análise da concorrência, a sua
participação de mercado, os riscos do negócio etc.

- Plano de marketing – como pretende vender seu produto/


serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos
15 mesmos e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de
comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente,
política de preços, projeção de vendas, canais de distribuição e
estratégias de promoção/comunicação e publicidade.

- Plano financeiro - deve apresentar em números todas


20 as ações planejadas de sua empresa e as comprovações, através
de projeções futuras (quanto precisa de capital, quando e com
que propósito) Deve conter itens como fluxo de caixa, balanço,
ponto de equilíbrio, necessidades de investimento, lucratividade
prevista, prazo de retorno sobre investimentos etc.

149
Pesquisa de Mercado

Pesquisa de Mercado
8 PESQUISA DE MERCADO

Objetivo específico - ao concluir este módulo, você vai


ser capaz de compreender qual a importância da pesquisa de
mercado, antes de iniciar um projeto de empreendedorismo.

Para melhor atender um mercado-alvo, o empreendedor deve


5 dispor de informações relevantes sobre seu campo de atuação, seu
negócio, sua concorrência e especialmente seus futuros clientes.
O processo de Pesquisa de Mercado consiste na definição do
problema e dos objetivos de pesquisa, desenvolvimento do plano
de pesquisa, coleta de informações, análise das informações e
10 apresentação dos resultados para administração do negócio. Ao
realizarem pesquisa o empreendedor deve decidir se deve coletar
os dados ou usar dados já disponíveis. Deve também decidir
sobre qual será a abordagem da pesquisa e que instrumento
(questionários ou dispositivos mecânicos) usar.

15 A principal razão para um empreendedor adotar a pesquisa


de mercado é a descoberta de uma oportunidade de mercado.
Uma vez com a pesquisa concluída, ele deve, cuidadosamente,
avaliar suas oportunidades e decidir em que mercados entrar.
Os mercadólogos dependem ainda da pesquisa de mercado para
20 determinar aquilo que os consumidores querem e quanto estão
dispostos a pagar. Eles esperam que este processo lhes confira
uma vantagem competitiva sustentável.

Roteiro para uma pesquisa de mercado

* Primeiro, coloque o ramo de atividade escolhido e escreva


25 tudo o que sabe sobre ele. Pergunte a si mesmo por que

150
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

escolheu esse ramo e se você sentirá prazer em trabalhar nessa


atividade;

*Depois, faça um trabalho de pesquisa para conhecer


melhor o ramo de atividade. Visite os concorrentes mais
5 bem-sucedidos.

Observe e anote:

a)-Que mercadorias ou serviços esses concorrentes


comercializam?
b) Que preços praticam?

10 c) Que tipo de público os procura?


d) Como atendem a esse público?
e)-Como é a “cara” do estabelecimento? Observe a pintura, a
iluminação, o mobiliário, os uniformes, a apresentação dos
produtos, a limpeza etc.

15 f)-Como organizar estoque, produção, comercialização e


entrega?
g) Analisem quais são os seus concorrentes de maior sucesso
e anotem por que eles têm a preferência dos clientes.

9 PLANEJAMENTO FINANCEIRO (PF)

Objetivo específico - ao concluir este módulo, você vai


20 ser capaz de compreender qual a finalidade do planejamento
financeiro, bem como do fluxo de caixa da empresa.

O PF é o processo que, além de estimar a quantia


necessária para iniciar bem como continuar as operações,
viabilizando o processo de decisão sobre quando e como realizar
25 financiamentos.

151
Pesquisa de Mercado

Por se tratar de um procedimento confiável, é também um


instrumento muito relevante para o empreendedor, na medida
que fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar as
diversas ações para se alcançar os objetivos desejados.

5 O sucesso de quaisquer negócios – seja uma empresa


industrial, comercial, ou de serviços depende de várias decisões
que o empreendedor deve tomar antes de iniciá-lo. O plano de
viabilidade financeira irá ajudá-lo:

•-no cálculo da demanda de fundos necessários para a


10 execução dos planos traçados;
•-na elaboração de uma previsão da disponibilidade de
fundos resultantes da execução dos planos;
•-na elaboração de um sistema de controle sobre as fontes e
as aplicações de fundos dentro da organização;

15 •-no desenvolvimento de uma metodologia de adaptação


dos planos às variáveis externas não controláveis.

O PF permite prever um superávit ou déficit de caixa no


exercício, com a adaptação mais rápida caso haja alterações
nos fatores externos, já que estes serão mais facilmente
20 identificados. Fornece maior previsibilidade para empresas que
desejam tomar decisões mais consistentes e confiáveis, além de
maior sustentabilidade a curto, médio e longo prazo.

Uma ferramenta útil para melhorar o desempenho e agilizar


processos é o controle do fluxo de caixa (diário). É a previsão de
25 entradas e saídas de recursos monetários, por um determinado
período. O principal objetivo dessa previsão é fornecer
informações para a tomada de decisões, tais como: prognosticar
as necessidades de captação de recursos bem como prever os
períodos em que haverá sobras ou necessidades de recursos;
30 aplicar os excedentes de caixa nas alternativas mais rentáveis
para a empresa sem comprometer a liquidez.

152
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Resumidamente, é a demonstração visual das receitas


e despesas distribuídas pela linha do tempo futuro. Para a
montagem da projeção do fluxo de caixa devemos considerar
os seguintes dados:

5 Entradas

a) contas a receber
b) empréstimos
c) dinheiro dos sócios

Saídas

10 a) contas a pagar
b) despesas gerais de administração (custos fixos)
c) pagamento de empréstimos
d) compras à vista

O fluxo de caixa é considerado um dos principais instrumentos


15 de análise e avaliação de uma empresa, proporcionando ao
empreendedor uma visão futura dos recursos financeiros da
empresa, integrando o caixa central, as contas correntes em
bancos, receitas, despesas e as previsões. As decisões relacionadas
a compra, venda, investimentos, aportes de capital pelos sócios
20 captação ou pagamento de empréstimos e de investimentos,
constituem um fluxo contínuo entre as fontes geradoras e
as utilizadoras de recursos. Somente com uma programação
financeira bem estruturada e um fluxo de caixa, a empresa pode
administrar o caixa, detectando, antecipadamente, apertos ou
25 folgas de caixa.

Deve e pode ser utilizado por empresas de qualquer porte


dada a sua importância e simplicidade.

153
Pesquisa de Mercado

10 DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE
NEGÓCIOS

Objetivo específico - ao concluir este módulo, você vai


ser capaz de compreender o que é um plano de negócios e sua
utilidade.

Um exemplo:

5 Descrição da atividade: Comércio de calçados femininos.

Localização: Jaú - SP.

Sócios: Juliano Furquim e Maria Angélica

Equipe de trabalho: duas vendedoras sendo uma trabalhando


no período da manhã, e a outra no período vespertino. Estas
10 vendedoras serão treinadas na área de atendimento, bem
como deverão fazer vários cursos de vendas ao consumidor,
cursos oferecidos pelo SEBRAE e SENAC, que são dois órgãos
extremamente atuantes nesta área.

Mercado: o público – alvo é composto de consumidoras


15 de classe A, B, C, D e moradoras no interior do Estado de São
Paulo.

Instalações: a loja tem 300 m2, irá funcionar dentro do


Shopping Território dos Calçados. O espaço será alugado por
cinco anos.

20 Nome da Loja: Keka Calçados

Faturamento: Estimativa de R$ 600 mil para o primeiro


ano, R$ 800 mil para o segundo e de R$ 1.000.000,00 para o
terceiro ano.

Financiamento: capital próprio (50%) para cada sócio.

154
GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

Cronograma: está prevista para início em Fevereiro/2008.

Pesquisa de mercado: Jaú é considerado a capital do


calçado feminino, onde podemos encontrar uma grande
quantidade do fábricas produtoras de calçado. Sendo assim
5 a procura por calçados feminino é muito grande, por parte
da consumidora final bem como para revenda. Existem dois
shoppings na cidade que estão direcionados para calçados
e artigos de couro, quase que 100% destinado as mulheres.
O preço do produto é um dos melhores do Estado, fato
10 comprovado pela quantidade de Ônibus de excursão que
transitam pela cidade e pelo shopping.

Gerenciamento: ficará a cargo dos sócios. O senhor Juliano


Furquim, cursa atualmente o primeiro ano de Administração de
Empresas em uma importante Universidade da região, apesar
15 da sua pouca idade, já trabalhou no ramo de calçados. Maria
Angélica fez vários cursos de vendas e marketing e também
já trabalhou como vendedora de calçados, em lojas da cidade.
Possui uma carteira de potenciais clientes.

Fornecedores: os principais fornecedores serão da mesma


20 cidade onde é encontrada uma grande diversificação de modelos.
A cidade possui mais de 250 fábricas produtoras de calçados
femininos.

Investimento inicial em reais:

Reforma 30.000
25 Equipamentos e móveis 18.000
Impostos 1.500
Capital de giro 15.000
Marketing e comunicação 3.000
Total 67.500

155
Pesquisa de Mercado

Custos Mensais em reais:

Aluguel 1.500
Administração 1.300
Taxas e impostos 2.800
5 Salário/Pro labore 5.000
Estoque 30.000
Seguro 300
Total 40.900

A loja deve vender 39 pares de calçados por dia para


10 não ter prejuízo, a um preço médio de R$ 35,00.

Referências

BERNARDI, Luiz A. Manual de empreendedorismo e gestão:


fundamentos, estratégias e dinâmica. São Paulo: Atlas,
2003.

CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao


espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva 2004.

HASHIMOTO, Marcos. Espírito Empreendedor nas


Organizações. São Paulo: Saraiva 2006.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Empowerment - Acesso em
:10/12/2007

http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Drucker - Acesso em:


10/12/2007

http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_de_neg - Acesso
em:10/12/2007

http://www.ivansantos.com.br/fluxo.htm - Acesso em:


20/12/2007

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