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Ministério do Planejamento, Orgamento € Gesto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica - IBGE Diretoria de Pesquisas Departamento de Populagao e Indicadores Sociais Textos para discussao Diretoria de Pesquisas numero 3 A Cor DENOMINADA Um estudo do suplemento da Pesquisa Mensal de Emprego de julho de 1998 JOSE Luts PETRUCCELLI Rio de Janeiro 2000 Sumario IntRobugho. PRECISOES CONCEITUAS ANTECEDENTES ... ORIGEM DA TERMINOLOGLA..... ‘A QUESTAO RACIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO Nosso ponto de partida A abordagem estatistica. ANALISE 0S RESULTADOS DO TESTE a Pergunta aberta: quantas denominagdes da "601"? us Distribuigbes por género ae Diferenciais por idade........ - Cor espontanea por cor pré-codificada... Padrées regionais das denominagdes da cor Condigao na familia ee Educacdo..... Origem ConcLusoes BIBLIOGRAFA. sss ‘Anexo 1 ANEXO 2 ss = ‘Anexo 3.1 ele Anexo 3.2 ‘Anexo 4 INTRODUGAO Desde 0 levantamento das informagées do primeiro recenseamento nacional, no ano de 1872 ¢ com excegao dos Censos de 1900, 1920 ¢ 1970, as caracteristicas de cor da populago vém sendo pesquisadas no pais. Durante esses quase 130 anos utiizaram-se praticamente as mesmas categorias para este relevante quesito, ainda que com pluralidade de criterios de aplicago. Contudo, se as formas de mensuragao deste fendmeno jé foram objeto de amplas reflexdes metodolégicas, 0 questionamento de como a percepeao da "cor" de uma pessoa é organizada e denominada s6 tém se desenvolvido mais recentemente. Dando continuidade a esta linha de contribuiges, no presente trabalho se assume que a atribuigao de uma cor a um individuo é feita de forma relacional, nao constituindo uma caracteristica nem natural, nem inerente ac mesmo (Teixeira, 1987; Guimaraes, 1995). Todavia, a percepcdo de determinados traces fisicos sO se constituem como uma cor e se revestem de significado, no interior de um contexto histérico-cutural especifico. "A cor conceme de maneira primordial ao olho e ela se inscreve, assim, no universo da aparéncia. O das esséncias ... lhe escapa: ela aparece, com efeito, como um engano para a percepcéo, uma verdadeira ilus&o" (Bonnicl, 1992). © mapa cognitive da percepeao da variabilidade da cor se estrutura na conceituagdo socialmente determinada das aparéncias. Em relagdo a ‘sua categorizagao, merece ser lembrado com destaque que ja em 1835 J. M. Rugendas observava a propésito de sua viagem ao Brasil: “é menos ao sentido da vista, € menos € fisiologia que legislagdo © & administragéo que corresponde decidir de que cor 6 tal ou tal individuo" (Rugendas, 1940) Varias referéncias 20 estudo da cor 0 apresentam como complexo e problemético, atribuindo essas dificuldades, por exemplo, ao fato de que nos “diversos grupos étnicos ... ndo mantida entre eles uma rigida separacdo" (IBGE, 1970). Mas sera que se pode delegar a complexidade de andlise das configuracdes da cor na sociedade brasileira exclusivamente as suas particularidades ao nivel do proprio objeto de estudo? Outros autores apontam para os “problemas subjacentes a esta varidvel e que vao desde a denominagdo das categorias ... passando pelos problemas de coleta desses dados até a sua interpretacdo e utllzagao" (Pahim Pinto, 1996). Do nosso ponto de vista, nfo € na percepeao nuancada dos descendentes das “ragas’ de cor de cobre, caucasica ¢ etiope, no dizer de von Martius, onde se instalam as suas dificuldades de estudo. Pensamos que a 10 complexidade anotada reside mais na forma como as ditas configuragées séo conceituadas, tanto no interior da prética académica como na sua utiizagao corrente. Os recenseamentos e pesquisas estatisticas sao consideradas como ferramentas que os estados modemos utlizam para determinar o tamanho @ as caracteristicas de sua populagéo. Entretanto, “mais que uma operagéo de contagem, o recenseamento codifica, através de nomenciaturas que ele propoe, a estratificacao da sociedade” (Simon, 1997). A conceituagSo e a representacdo sociaimente organizadas das diversas divis6es do mundo social, entre elas, a da segmentago por cor, se vé assim refletida nessa nomenciatura, revelando sentido de que “categorizar € um ato de conhecimento e de reconhecimento” (Bertheleu, 1977). A categorizagéo estatistica condensa a experiéncia dos atores sociais contribuindo para 2 formalizagéo do mundo social, situando-se na interse¢o do cognitive e do imaginario nacions Com a finalidade de levantar informagées que permitissem avaliar a forma como & classificada a populacdo segundo as atribuigbes de cor nas pesquisas do IBGE € de maneira semethante ao feito com a PNAD em 1976, a Pesquisa Mensal de Emprego, PME, de julho de 1988, aplicada em 6 Regides Metropolitanas °, foi acrescentada de um suplemento com quatro quesitos indagando sobre cor € origem dos entrevistados. © presente estudo se propée, a partir destas informagdes, a esmiugar 0 arcabougo das denominagées da cor utilizadas pela populagéo brasileira em relacdo as categorias aplicadas nas pesquisas da Instituigdo para investigar estas caracteristicas, reconstruir a sua origem etimoldgica, especificar os seus usos correntes e delimitar as suas significagdes regionais. Como complemento, 80 analisadas as respostas @ pergunta sobre a ‘origem dos entrevistados, tentando avaliar a sua possivel contribuicgo para melhor ‘entender a problematica em questo. PRECISOES CONCEITUAIS A muttiplicidade de origens da populacdo de diversos paises vem fazendo com que a categoria “etnicidade’ adote uma posicao cada vez mais estratégica nas analises histéricas e sociais. A sua utlizagdo nas estatisticas nacionais, no entanto, se defronta com diversos tipos de dificuldades tanto de ordem tedrica-conceitual " As 6 RMs sto: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador ¢ S80 Paulo " como empirica. O entrecruzamento de representagées politicas, problematica clentifica e categorizacdo estatistica se torna evidente nas discusses sobre as caracteristicas proprias & populacdo brasileira. Por outro lado, as ambiglidades inerentes @ definiggo de questées que compreendem fenémenos ligados @ origem ou identidade como cor, ascendéncia, religiéo, etnicidade, raga, nacionalidade, etc. tomam necessaria uma elaboragao conceitual prévie das varidveis que se pretende investigar, para s6 depois poder se definir a abordagem mais adequada a redagdo dos quesitos que pretendem ser incluidos nas pesquisas. Neste sentido, algumas dimensdes precisam ser diferenciadas dentro do fendmeno em questao: 1. Uma primeira diz respeito as questdes que se referem a: Nacionalidade Naturalidade Cidadania e que remete a definigdes da ordem juridica-legal de pertenga a uma aco, de identificago do lugar de nascimento e os direitos derivados e de participacao cidada efetiva no funcionamento de uma sociedade 2. Uma cutra dimensdo se refere a problematica relacionada com: Core Raga que apesar de ter relevado tradicionalmente ambito do biolégico no que diz respeito & hereditariedade, se apoia sobre bases de identificacdo social e culturalmente construidas. Esta dimensdo pode ainda implicar formas distintas ou nao de: Auto-percepedo (como a pessoa se vé) Percepgao da visao dos outros sobre si 3. Finalmente, uma terceira dimenséo referida a: Origem Ascendéncia Ancestralidade que faz referéncia as linhagens das quais um individuo provém, mediatas ou imediatas, junto a suas caracteristicas de diversa indole. E preciso considerar ainda que estas 3 dimensées podem ou néo estar associadas dentro de uma mesma atribuicdo ou categoria e que esse fato toma ‘qualquer pesquisa neste campo bastante complexa tanto na sua concep¢o quanto 12 na analise de seus resultados. Este foi, talvez, 0 principal argumento para que o teste na PME incluisse os dois campos de investigacao separados ja mencionados, referentes & cor ou raga e @ origem, admitindo-se em ambos @ sua apreensao em quesitos abertos e fechados, ANTECEDENTES As referencias as caracteristicas dos povos que habitaram o territorio brasileiro remontam aos primérdios dos contatos de europeus com os amerindios © continuam com as alusdes aos africanos e seus descendentes crioulos @ partir da segunda metade do século XVI. Ao longo do tempo variada nomenclatura seguiu 0 proceso de miscigenacéo, dando conta da diversidade fenotipica resultante na populagao e também construindo socialmente identidades associadas. Pontuando algumas dessas referéncias so citados a seguir alguns autores que balizaram a formagao dessa lexicografia, com mero propésito iltstrativo. Ja Caminha na sua carta ao Rei de Portugal, datada no “primeiro de mayo de 1500", fala dos “homees da terra’ que “a feigam deles he seerem parcos ‘maneira avermelhados de bods rrostros e boos narizes bem feitos” (Castro, 1985; 41). Como se vera depois, 0 vocabulo pardo é encontrado em documentos desde © século XII, devendo, por tanto, ser de uso corrente nesse ano de 1500. A sua utiizeg&io parece ser diretamente descritiva de uma caracteristica fenotipica observada. Mais tarde, Antonil faz referéncia no seu livro do inicio do século XVIll_ aos descendentes miscigenados de afticanos, no capitulo sobre: "Como ha de haver 0 senhor do enganho com seus escravos’. Ele diz: “Melhores ainda so para qualquer oficio os mulatos, porém, muitos deles, usando mal dos favores dos senhores, sd0 soberbos e viciosos, e prezéo-se de valentes, apareihados para qualquer desaforo’, (Antonil, 1985; §1). © uso do termo mulato, neste caso, fazendo referencia a um segmento da casta de escravos, parece inciuir uma conotagdo pejorativa, indo além da funco descritiva, para "muitos deles” No inicio do século XIX, Rugendas, ja citado, afimava: "Por mais estranha que possa parecer @ assergdo que vamos emir, é menos ao sentido da vista, é menos a fisiologia que a legislacéo 4 administragdo que corresponde decidir de que cor € tal ou tal individuo; os homens que n&o so de um preto bem pronunciado, aqueles que néo mostram de uma maneira incontestével e sem 13 mistura os caracteres da raga africana, ndo s4o necessariamente homens de cor; ‘eles podem, de acordo com as circunstancias, ser considerados como Brancos” (1835). A definigSo da cor aparece aqui lucida © precocemente remitida @ uma decisao legal ou administrativa e nao & ordem do perceptive ou do biolégico. Modernamente, no século XX Joao Batista Lacerda apresenta no Primeiro Congresso Universal das Ragas, Londres, 1911, seu relatério “Sur les métis du Brésil”. com uma postura critica sobre o comportamento dos senhores de escravos que “sem nenhuma delicadeza, tém feito de concubinas estas mulheres escravas' Gpiller, 1911; 415). A utiizago do termo mestico remete aqui a ordem do biolégico, para designar os produtos da miscigenacao dos senhores brancos com as escravas africanas. Na mesma época, Edgar Roquette-Pinto diferenciava, em 1912, trés areas do pais de distribuigao das “ragas fundamentais”: ao Norte do Brasil, predominancia do elemento caboclo; de Pernambuco ao Rio de Janeiro, de influéncia africana; Sul do pais, de influéncia européia. Fazendo referéncia a ancestralidade, as trés “ragas" mencionadas correspondem a uma interpretagao do autor. Nas décadas de 40 © 50 Oracy Nogueira contribui com a sua diferenciacéo entre © que denomina “preconceito de marca” do ‘preconceito de origem’, definindo “preconceito racial (como) uma disposic&o desfavordvel, _culturalmente condicionada, em relago aos membros de uma populago ... seja devido a aparéncia, seja devido a toda ou parte da ascendéncia que se ihes atribui" (Nogueira, 1985). O Brasil se caracterizaria por apresentar 0 primeiro destes preconceitos, “isto é, toma por pretexto para suas manifestagées, os tracos fisicos do individuo", enquanto nos Estados Unidos & encontrado 0 segundo. Segundo o autor, “a concepgdo de branco e n&o-branco, varia, no Brasil, em fungo do grau de mestigagem, de individuo para individuo, de classe para classe, de regiao para regia” ORIGEM DA TERMINOLOGIA Para realizar um levantamento da génese de alguns dos termos ‘encontrados foi utiizada uma bibliografia composta basicamente por diciondrios etimolégicos das linguas portuguesa e espanhola, além de referencias de trabalhos em francés. A breve pesquisa lexicografica e de datacéo realizada indica que a 14 aparigao dos qualificatives relativos a miscigenacao se situa entre os séculos XIV © xvIL © adjetivo e substantivo “pardo”, se destaca como de mais antiga eparicao € & definido como “de cor entre © branco e © preto, mulato’ (Cunha, 1962). Tanto em portugués como em espanhol parece derivar do latim pardus € do grego pardos, com significado leopardo (leao-pardo), pela sua cor obscurecida, Em espanhol € encontrado em citages desde 1073 e em portugués desde 1111 (Corominas, 4954). Aparece na carta de Caminha em relacdo aos habitantes por aqui encontrados ao desembarcar. ‘a feicam deles he seerem pardos maneira avermethados’. Em espanhol sé € definide como adjetivo. © substantivo “mulato’, designa 2 progénie de “pai branco e mae preta ou vice-versa” (Cunha, 1982). Na bibliografia ha amplo consenso de que deriva do similar castelhano, atestado nesta lingua desde 1525, e que faz referéncia 20 mul, revelando “o parentesco de representagées entre mesticagem © hibridacao entre espécies @ sua associagdo recorente com a infecundidade” (Bonniol & Benoist, 1994), © termo “mestigo", usado como adjetive ou substantive, nome ibérico, do espanhol mestizo, € definido como “nascido de pais de ragas diferentes’ (Cunha, 1982) onde apenas é indicado o século XIV como data de apari¢ao no portugues. Deriva do latim tardio mixticus, de mixtus, participio passive do verbo miscére, misturar. Na sua utilizag4o nas indias Ocidentais 0 termo parece designar, no inicio, somente a prog je de europeus com amerindios, © vocabulo “moreno”, da mesma forma adjetivo ou substantivo, “que ou aquele que tém cor trigueira’ (Cunha, 1982), também deriva do espanhol procedente de moro, mouro, do latim maurus, habitante da Mauritania, na sua acep¢ao original, encontrado como apelativo desde o século XIV (Corominas, 41954), De uso mais recente em portugués, sua aparigao ¢ atestada s6 no século XVI nesta lingua (Cunha, 1982). Estas 4 categorias analisadas compreendem 1/3 das respostas a0 quesito cor aberto e envolvem as expressbes mais assiduas referentes @ progenitura de grupos miscigenados de brancos e negros. Além das mesmas se encontram outros homes, com menor representatividade estatistica, dando conta das qualificagées aplicadas a descendéncia de unides com a populacdo indigena. © terme “caboclo’, definide como substantivo, tanto pode ser utilizado para designar 0 “indio”, como o “mestigo de indio com branco" ou, ainda, “individuo de 15 cor acobreada @ cabelos lisos”, deriva, aparentemente, do tupi: Cavoucolo, 1645, cabocolo, 1648, (Cunha, 1982). © tambem substantive “cafuzo’ € s6 definido como "mestigo” em Cunha (1982) onde se Ihe atribui origem incerta. Jé no Aurélio (1960), amplia-se seu significado: “filho de negro e indio; mestico de cdr negra ou quase negra, cabelo corrido e grosso” Do adjetivo e substantive “ugre” se faz referéncia como “depreciativo: designagao genérica dada ao indio, especialmente o bravio e/ou guerreiro’, (Cunha, 1982), Em relagdo ao termo tentando desvendar suas origens, mas de fato “a etimologia do port. preto, esp. prieto, ainda esta por elucidar’, (Said-Ali, 1931) até hoje. eto” alguns autores tem avancado hipdteses No que diz respeito a “branca’, como 4 fol dito, “em sentido rigoroso, € a neve, a cal 0 leite, a agucena, etc. Homem ou mulher com a pele exatamente da cor destes objetos, ndo existe, nem nunca existiu, apesar dos ‘bragos’ e ‘pés de neve’ @ do ‘colo que @ neve escurecia’, expressdes hiperbélicas com que se manifesta a fascinagao pela beleza feminil. Na cor da pele de qualquer individuo da chamada raga branca ou caucasica transparece sempre entre 0 alvo © 0 réseo um amarelado ou morenado mais leve nos povos septentrionais, mais fortes nas gontes do meio-dia”, (Said-Ali, 1931) Entre os termos restantes, 2 maioria dos quais designam propriamente cores, tais como canela, castanho, jambo, loira, marrom, chocolate e vermelha, os mesmos fazem referéncia a plantas, frutas ou produtos vegetais, por assimilagao, © adjetivo e substantive ‘sarar lepidépteros notumos de cor fulva, mariposa, 1587; ext. individuo de cabelos muito crespos, caracteristico de certos mestigos, e de colorag&o fulva arruivada’, (Cunha, 1982) € definido como “nome comum aos insetos Cabe assinalar, todavia, a utlizagéo marcadamente regional de alguns destes vocébulos, com significagao, portanto, variada segundo o contexto geografico de que se trate. A anélise destes padres regionais, desenvolvida mais adiante, fara referéncia aos mesmos. 16 (A QUESTAO RACIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO Nosso ponto de partida Numa sociedade como a brasileira, onde operam abertamente praticas de discriminagao por cor nas diversas instancias como a educagao (Teixeira, 1986), na constituigée de unides martais (Petruccelli, 1998), ocupacdo e oportunidades de emprego (Castro & Guimaraes, 1983; Hasenbalg, 1992), distibuicdo da renda (Oliveira et al, 1983), moradia (Siva, 1993; Telles, 1891), entre outras, os indivicuos desenvolvem diversas estratégias para contrabalancar estas praticas. Uma delas se manifesta na muliplicagao de um universo de significantes, construidos culturaimente para dar conta de nuangas fenotipicas, que permite diversificar identificaggo da cor numa escala cromatica em posigbes relatives de distanciamento social variado com a categoria negro Esta construgo paradigmatica proporciona uma forma de adequacéo 2 ideologia dominante durante todo 0 século XX, sustentadora do mito da democracia racial, mas ocultando no seu bojo a tese de branqueamento da populacao. A rmultplicidade de termos permitiia realgar na caracterizacao da ‘aparéncia’ componente de sangue mais claro: uma tentaliva de procurar uma melhor aceitago social, apesar do outro componente ancestral sociaimente inferiorizado que se quer, simbolicamente, manter dissimulado. Configura-se como uma via para ‘administrar a passagem pelos estreitos canais de mobilidade social, no interior das praticas de “Racism Cordial” (Foiha de Sao Paulo, 1995), feliz expressao co jeltinno com que se pretende “solucionar’ @ questo racial no Brasil: eliminando nominaimente os pélos geradores miticas do contiito. ‘A ampla aceitagéo da categoria moreno, © seus congéneres, embor com cardter marcadamente regional dades as variagdes estudadas, reflete o proceso escrito no sentido da “produgao" de uma cor “média’, quase no sentido estatistico, nas suas milliplas expressées nuancadas, que se corresponderia com uma te6rica aboligao dos opostos na liga. ‘Além da importancia antropologica de estudar estas escalas construidas & utiizadas pela populagdo brasileira, com suas diferencas regionais, parece também importante avaliar © grau com que as mesmas se articulam @ operam nos processos sotiais de trabalho, educagéo, ascensdo social, do ponto de vista socio- demografico, que ficam, contudo, fora de alcance deste trabalho. y a 8? 7 A abordagem estatistica No primeiro Censo de Populacdo realizado no pais em 1872, a classificagéo por cor estava presente na forma de 4 opgbes de resposta: branco, preto, pardo © caboclo, Em 1890, data do segundo censo nacional, foi utlizado 0 termo mestico ‘em substituigdo a pardo, continuando a serem usadas as outras trés categorias, Se veriica assim a utiizago de dois critérios simultaneos na classificagéo da populagéo no mesmo quesite: um que aponta para o registro da “cor” do entrevistado, utilizando as categorias de branco e preto © outro que remete @ ascendéncia ou origem racial, manifestando-se na utilizago do termo caboclo para classificar 0s amerindios e descendentes © mestigo para os produtos das uni6es de pretos e brancos. Nos censos de 1900 e 1820 nao foi coletada a informacao sobre cor. ‘A partir do Censo de 1940, as categorias utilizadas no quesito cor se mantém inalteradas, incluindo: branco, pardo, preto (mesmo que com critérios de atribuigdo diferentes) @ amarelo, esta ultima para dar conta da imigracao japonesa ocorrida fundamentalmente entre 1908 e 1930. A instrugdo para 0 preenchimento do quesito, em 1940, foi de que se considerassem sé as categorias de branca, preta © amarela das respostas, langando um trago no espago correspondente no casos restantes. Desta maneira, uma quarta categoria residual, a de cor parda, foi definida para os que utilizaram outras denominacdes de cor. No censo de 1970, como jé foi assinalado, mais uma vez a variavel foi excluida da pesquisa. A partir do recenseamento de 1960 © quesito voltou a ser pesquisado, acrescentando a categoria indigena as ja mencionadas, ‘Atualmente, depois de mais de 20 anos desde que @ classificaco por Cor/Raga voltou 2 ser incluida nos recenseamentos de populagéo (1980) assim como também passou a integrar outros inquéritos (PNAD/87), um estudo visando a avaliagdo da forma como 0 mesmo esté sendo investigado e os resultados que produz, tornou-se indispensavel. Entretanto, neste periodo no s8o poucos os autores que tém se debrucado sobre esta questo, que no momento também se constitui em foco de atragéo dos estudiosos em outros paises onde a relevancia da problematica assim 0 exige @ em razéo da proximidade da realizago do Censo demografico do fim do milénio. Canada, EUA, Inglaterra sendo os mais notaveis, na Franga ¢ em outros 0 tema se destaca por seu particular interesse. 18 Entre 08 diversos trabslhos publicados no pals sobre o tema se encorvam concusdes que vlo desde a aprovagso do sistoma ciassicatoro que vom sendo tiiizade pelo IBGE, até a sua franca rejeigao, Entre os primeiros enconvar-S6 atirmagdes como a seguinte: “Acteditamos que a tradional forma de mens" & identdade racial nas estaisicas oficiais € fundamentalmente valde © 308 portanto, 08 estudos que a ulzam ... deyem eobrir com razoavel fidedignidade vimansde racial que pretendem mensurar’ (Siva, 1982; 41), baseado numa anise vio resultados da PNADI76. Ene os que 0 rejitam, ha quem afirme que: “0 sul © fuido cardter da identficagdo subjeliva da raga no Brasil levante tees preocupagées metodolégicas para os analistas que usam dados do 1BGE para tleterminar a composicéo racial do Brasil e para aqueles que fazom andises comparativas dos diferencials sécio-econémicos segundo 2 cor de pele” (Wood, 1995) ‘também ha os que levantam controvérsias sobre “the unrealablity of he raziian racial census", (Harris et al, 1993; 453), utlizando uma pesquisa propria ‘aig disso, tendo detectado na sua pesquisa um aumento na proporcdo de brancos, quando @ opcdo “moreno” era proporcionada aos entrevistados, interpretado como efeto da rejeigo da categoria pardo pelos “ndo brancos”, 05 autores “colocam o onus da prova naqueles que podem desejar di aachados em relago 20 censo nacional’? (Haris et al, 1993; nota 6). De alguma nossos. maneira, os pesquisadores do IBGE, estamos sendo convocados. AANALISE DOS RESULTADOS DO TESTE Pergunta aberta: quantas denominacées da “cor”? Embora 0 numero total de respostas diferentes & pergunta aberta sobre cor supere largamente uma centena de denominagSes, as informagoes levantadas com 9 teste da PME permitem verficar que sé slgumas delas séo verdadeiramente relevantes, seja em termos de representatividade, numero de casos na amostra, Of de significago enquanto expresso de uma identidade de cor, Assim, dos 143 nomes diferentes encontrados (Anexo 1), 77, ou seja §3.8% entre eles, aparecem 56 uma vez na amostra pesquisada; outras 12 qualficagtes se referem @ > place the burden of proof on those who may wish to discount our Findings i lan (9 the national census" Se eosoe os * 19 nacionalidade, come italiana, francesa, e outras, a Unidade da Federa¢aéo de procedéncia ou nascimento, como cearense, baiano, etc. ou ainda fazem referéncia de uma forma vaga origem geografica, como “latino-americana’ Alem disso, a lista de nomes mencionada inclul uma ampla maioria de variagées de denominagées basicas que podem ser agrupadas sem temor de impugnar a variabilidade encontrada. © caso, por exemplo, de “morena branca’, “branca morena’ e “branca morena clara’, constitui um bom exemplo da possibilidade de agrupar estas respostas, e outras similares, dentro de uma mesma categoria conceptual que estaria expressando @ mesma identificacdo enquanto cor do entrevistado, Um outro caso que merece destaque 6 o das 16 denominagoes. que complementam a cor branca com um qualificativo particular. Parecem remeter a uma diferenciacdo hierarquica com o branco “puro”. Desta forma, do conjunto de respostas obtidas puderam ser identificados 27 grupos de categorias (ver critérios no Anexo 2), a partir das quais foi redefinida a variével para ser utilizada na maior parte das analises realizadas neste trabalho. Estas informagées da PME de 98 aqui estudadas foram, ademais, comparadas as categorias do suplemento da PNAD de 1976 sobre Mobilidade e Cor, Gnicas duas experiéncias a nivel nacional levadas a cabo com similitude de propésitos. Consta na apresenta¢ao das tabelas com os resultados desta pesquisa que, “com 0 objetivo de aprimorar @ investigacao sobre a ‘cor das pessoas’ ... foi langado em novembro de 1976, concomitantemente com os questionarios habituais, da PNAD, um boletim especial (PNAD 1.02)", (IBGE, s/d). Dado que a PME ¢ realizada em 6 regi6es metropolitanas e aplicada populagdo de 10 anos e mais de idade, foi selecionado da PNAD o sub-conjunto de informagdes compativel para ser comparado, mantendo ambas pesquisas @ sua representatividade inter-regional Uma boa parte das andlises feitas com este tipo de informacées assinala ‘como, de fato, um conjunto bem pequeno de termos de uso espontaneo cobre quase a totalidade do espectro de identificagées levantado: assim, as 7 primeiras categorias da PME listadas acumulam 97% das respostas e as 10 primeiras alcangam uma cobertura de 98% das mesmas, Mas ha de se notar uma constancia: a de que entre estas a metade se refere a denominagées intermediarias de cor, ou seja a nuancas na escala cromatica entre © branco e o preto, incluindo os termos: morena, parda, morena clara, mulata, clara, etc. sustentando o expressado no item 5.1. supra. 20 Por outro lado, pode-se constatar como entre as principais categorias, as de branca © parda viram sua participagdo relative aumentada nas respostas & Pergunta aberta entre 1876 € 1998, de 50 para 54% a primeira e de 85 para 10.5%, aproximadamente, 2 segunda. Enquanto isso, a identifiagao de cor morena, a segunda em importancia relativa, viu-se sensivelmente diminuida no mesmo periodo, de 25 para menos de 21%. Os grupos de cor preta e escura também se viram diminuidos na sua participagéo no periodo, fato que parece, em Parte, compensado pelo aumento da identificacao de cor negra, @ qual quase ndo figurava em 76 ¢ que passa para mais de 3% em 98. A soma destas trés categorias, alcanga @ quase 7% na PNAD e a menos de 8% na PME. 24 Tabela 1.- Distribuig6es das categorias de auto-identificagao de cor nas duas pesquisas (Pergunta aberta) * Categorias PME/98 PNADITE Branca 54,24 49.45 Morena 20.88 24.80 Parda 10.40 847 Preta 4.26 561 Negra 3.14 0.10 Morena clara 2.92 275 Amarela 141 1.53 Mulata ost 1.24 Clara 0.78 1.50 Morena escura 0.45 0.54 Escura 0.38 1.08 Indigena 013 el Brasileira 0.12 = Mesti¢a 0.08 0.05 Loira 0.05 039 Branca +** 0.04 0.01 Sarara 0.04 0.09 Marrom/Chocolate 0.03 0.04 Jambo 0.02 0.03 Cabo Verde 0.02 0.01 Vermeina 0.02 0.01 Cabocia 0.02 0.05 Castanha 0.01 027 Galega 0.01 0.01 Canela 0.01 0.11 Catuzo 0.01 - Bugre 0.00 - Outras = 1.86 Total 400.00 100.00 * Nao so considerados na analise os sem resposta, que alcancaram 0.26% em 68 6 0.94% em 76, Nesta categoria foram incluidas a qualificagio da cor branca com algum outro temo complement. EE 22 As distribuigBes da populacdo segundo as categorias da pergunta fechada, no entanto, apresentaram pequenas modificacdes entre essas duas datas, correspondendo as seguintes distribuicbes: ‘Tabela 2.- Distribuigdes das categorias 4 classificagao de cor (Pergunta pré-codificada) Cor Pesquisa Branca Parda Preta Outras PNADITE 623 26.0 a4 29 PMEI98 588 297 94 22 Distribuicdo da cor por género A tabela nao apresenta diferengas significativas na declarago da cor entre homens e mulheres para 0 conjunto das regiées metropolitanas estudadas, com a excegdo da categoria branca, onde aparece uma proporgdo ligeiramente superior de mulheres do que de homens. Desde que as mesmas distribuigSes por regio também nao mostraram diferengas, no dacorrer do trabalho serio s6 apresentados 95 resultados para o conjunto da populagao, sem aiferenciagao por género. 23 ‘Tabela 3.- Distribui¢do da populacao por género segundo a cor (pergunta. aberta) omens. Muneres TOTAL AMARELA 1.16 1.98 an BRANCA 59.04 5531 54.24 BRANCAT 0.05 003 0.04 BRASILEIRA on 03 one BuGRE 0.00 001 0.00 capocta oz oo 002 ‘CABOVERDE, 003 on 0.02 caruso 0.02 0.00 aot ‘CANELA 0.01 001 oot CASTANHO 0.2 0.01 oot cuaRA 0.20 076 078 ESCURA 045, 032 38 GALEGO 0.02 2.00 oot INDIGENA 014 on ona sao oot 0.03 oz LOIRA 0.08 004 0.05 MaremiChocolte 0.02 003 003 MESTICAMISTA 0.08 oor 0.08 MORENA 21.66 2020 2089 MORENACLARA 3.02 283 202 MORENAESCURA 0.89 033 04s sULaTA om oes ost NEcRA 318 316 314 PAROA 10.39 s042 1040 RETA 4 421 426 SARARA 0.04 0.04 0.04 VERMELHA 0.03 o.02 02 TOTAL 100.00 1100.00 100.00 ‘TOTAL (Abe) 18074584 37970711 34045285, 24 ferenciais por idade Na tentativa de elucidar o efeito da idade na deciaracao de cor das pessoas foram realizados os cruzamentos das respostas s perguntas aberta © pré- codificada de cor, que s4o apresentadas a seguir. Tabela 4.- Distribuigéo da populacdo por grupos de idade segundo as principais categorias de cor (pergunta aberta) cor soa pa. + — oF 10 08 2 Te 7 ‘ance 507 520 526 554 31 542 lara o7 08 08 07 OB 08 Escura 03 03 as 04 oe oa Indlgens 01 oa 03 02 0 oa Morena 2000 «8 28 195 145 209 Mer Ci 33 29 34 28 24 30 Mor Es 08 os 04 05, oa os Malate os 07 09 co 12 08 Negra 29 34 30 35 28 34 Pada "7 107 108 104 a0 104 Preta 42 44 43 44 a2 43 — 4 08. 04 TOTAL a Na tabela anterior pode-se ver como as 3 identificapdes de cor mais significativas numericamente, quais sd branca, morena e parda, mostram variagdes importantes segundo a idade da populago. A proporeao de pessoas que se deciaram morenas ou pardas aumenta significativamente quando a idade diminui, sendo que o inverse ocorre com as que se identificam como brancas. Entretanto, hd de se atentar para o fato de que aqui estéo sendo comparadas informagdes que se referem a sobreviventes de distintas coortes. ‘Assim, pessoas mais idosas na data da pesquisa provéem de coortes que sofreram durante mais tempo que as outras @ agéo da mortalidade, podendo refietir os efeitos diferenciais da mesma por grupos de cor. Para uma melhor avaliagao destes possiveis efeitos, sdo apresentadas as distribuigées de populacéo por idade segundo a classificago por cor na pergunta pré-codificada, 25 Tabela 5.- Distribuigdo da populagdo por grupos de idade segundo a cor (pré-codificada) coe 19 2 39 49 sas _sde+ ‘Brance sao688 «58 595628 288 588 Preta 92 98 93 99 25 85 94 Amarela 09 42 og 14 20 at 13 Parca m2 508283 248 28 (er i Total 7000 190,0~«7000~«TODO~=«CODD-—« 000 «100.0 Grafico 1.- Distribuigao da populagao por grupos de idade segundo a cor (pré-codificada) sows soass digene | spre igs made | A marets 30030 20029 toat9 Comparande com os dados do Censo Demografico de 1940, onde aparece 63.5% de populagdo classificada como branca, 21.2% como parda e 14.7% como preta, pode-se ver que os resultados coincidem de forma bastante razoavel com a distribuigo do grupo de 60 e mais anos de idade no teste da PME, indicando o possivel efeito da mortalidade diferencial por cor na menor proporgéo do grupo preto. 26 Cor espontanea por cor pré-codificada Cruzando as categorias das perguntas de cor aberta pela fechada pode-se constatar que as grupos de cor branca @ amarela apresentam uma consisténcia bem elevada entre a auto-identificago espontanea e a classificacdo pré-codificada dda cor: mals de 90% dos que se identificaram como de cor branca na pergunta fechada tinham se deciarado da mesma cor na pergunta aberta e entre os de cor amarela esta percentagem é de quase 84%. Entre as pessoas que se classificaram ‘como de cor preta na pergunta fechada, mais de 44% tinnam se declarado da mesma maneira na pergunta aberta, 31% como de cor negra e pouco mais de 3% como de cor escura; estes resultados podem indicar uma consisténcia também razoavelmente elevada entre estas categorias de resposta as duas perguntas. embora estejam mostrando matizes que apontam para uma diversidade a ser melhor estudada mais adiante. No outro extreme em relagéo 4 consisténcia entre as duas formas de levantar a cor do entrevistado, se encontra a categoria indigena. A partir dela o espectro classificador se afasta da dimensao “cor’, a principio estabelecida pelo Conjunto dos termos restantes, na medida em que faz referéncia 2 um dado de origem, ancestralidade ou pertenca étnica. Nesse sentido, estaria introduzindo uma dimensao de conotagao mais propriamente “racial”, no sentido biolégico, mesmo que a sua utilizacdo esteja as vezes também impregnada de marcadores culturais, dependendo do caso, e ndo mais da percepedo de caracteristicas fenotipicas da pessoa entrevistada. Menos de 14% dos que se classificaram como indigenas na pergunta fechada, o tinham feito dessa forma na pergunta aberta, enquanto que ‘em tomo de 62% tinham se auto-declarado morenos, categoria que acolhe uma nificagéo marcadamente regional, como se ampla diversidade de tipos e com veré mais adiante. © caso da categoria de cor parda é a que proporciona as variagdes mais interessantes de serem estudadas, a0 lado do conjunto de denominagées que do conta de matizes intermediarios da classiticagao de cor. Mais de 34% das pessoas que se classificaram dessa forma na pergunta fechada jé tinham escolhido espontaneamente este qualificativo para dectarar sua cor na pergunta aberta, mostrando que © grau de utlizacéo espontanea deste termo 6 bastante significative. Mas por outro lado, pode-se constatar que em tore de 54% dos mesmos escolhem a denominagéo “morena’ para sua auto-classificagao, caraterizada pelo ecletismo do seu uso para fins de identificago no quesito cor. A 8 eee see 27 tabela 6.2 mostra que 77% dos que utilizam o termo moreno na pergunta aberta se classificam como de cor parda na fechada, mas que também 14% dos mesmos 0 fazem na de cor branca e 6% na de cor preta. Tabela 6.- Distribuicdo das cate; aberta (Valores absolutos) 28 'gorias de cor na pergunta fechada segundo a pergunta Branca Prota Amare! Parda Indigen TOTAL AMARELA 12328 906369012 3672 588 378075, BRaNcA 18193780 20529 25483, 133700 172848386728 BRAKCAY 11999 ° ° 1335 842 13878 raster aria 925 102 2468 ° 40760 sucre 192 ° ° 576 768 1838 casocia 162 556 ° 2632 1951 5331 Cabeverse a 1638 o ase 2002 7098 caruso 208 79 ° 2282 208 aasr ‘CANELA 416 968 o 2160 182 3736 CASTANHO. 2038 ° ° 1686 ° 608 LARA 220640 925 3139 31038 379 265773 Escurs 748 y04et1 ° 20867 1817 127883 GALESO 2800 ° 364 780 ° 3086 INDIGENA 162 ° S66 oz 41723 43402 sass 1163 192 o 6204 ate 8035 toma 18787 780 ° ° ° 16575 Marometae 395 3303 o 4962 ° e660 Mesias, are 4080 102 16245 2078 27392 MORENA 73601 443007 70834 saasion 198711 7078264 Movenalaa 370869 14487 Tors 888727 2ea68 ‘990500 orenaéne 4229 58155 354 83764 6344 152658 MULATA 5048 69025 ° 198478 3740 273281 NecRa 3510 ees 187 0510 5201 1063349 PARDA 38177 49413 3684 a4a7620 7494 3524308 PRETA S404 4414512 937 25121 2399 1448973 SARARA 174 3002 972 7768 ° 12014 VERMELHA 4138 ° 780 sr 1513 7017 TOTAL seez7e2s 317384 430696 10050401 2ese18 33805128 EES ln APDP?P?P?PRPRR RD 28 Jabela 6.1.- Distribui¢ao das categorias de cor na pergunta fechada segundo a pergunta 4 aberta (Percentuais na vertical) Branca rota Parda_indigen TOTAL aL AuaRELA 0.06 0,03 004 0,10 an 6 srance 91.30 065 433 4,08 3424 28 sRaNcat 0.05 0,00 001 0.18 0.0 ee 019 0.03 0.02 0.00 oz 0 suore 4400 0,00 001 026 0.00 : -ABOCLA 000 0.02 0.03 088 0.02 . caoverde 4,00 0,05 0.03 os7 0.02 : caruso 0.00 0.02 0.02 007 001 , cana 0.00 0.03 0.00 002 0.08 01 “1 ASTANHO 001 0.00 090 0.02 0.00 901 iM cura as 0.03 o73 032 013 o7e B escura 000 320 000 o21 ost 0.38 2 caeso 01 0,00 008 001 0.00 oon 4 INOIGENA 0.00 0.00 013 0.01 13.92 013 § sawe0 001 oor 000 0.06 ota 0.02 E Lomma 0.08 0.02 2.00 0,00 0.00 0.05 ; Marmcnoce 0,00 0.10 0.00 0.05 0,00 0.08 : eseaMta 0.02 0.13 0.08 0.16 088 0.08 ; MORENA 4.80 1397 623 54,16 81,94 20,68 : ora 191 048 4.85 582 749 202 : Moreratse 0.02 1989 008 0.83 2% 0.48 . mara 08 2a7 0.00 1.94 125 ost neoRa 0.02 31,00 0.04 ose 478 aia PAROA 0.18 1:58 86 3407 250 10.40 PRETA 0.03 4452 o22 0.25 080 427 SARARA oot 009 023 008 2.00 0.04 VERMELHA a2 0,00 0.18 01 0.50 2 Tora 100.00 ___100,00 100.90 100.00 400,00 100,00 Tal Distribuigiio das categorias de cor na pergunta fechada segundo a pergunta aberta (Percentuais na horizontal) Branca Prete Amareta Parda__Indigen TOTAL AMARELA 327 024 95,36 098 08 100,00 BRANCA 08.98 ont 04 073 007 100,00 BRANCAY 05.47 0,00 0.00 9.62 391 100,09 BRASILEIRA 91.20 227 oar 6.05 9.09 100,09 sucre 1250 0,00 0,00 37,50 5000 100,09 cABOCLA 380 10,48 0.00 49,37 38,60 100,09 CABOVERDE 3,00 23,08 0.00 48,72 2021 100,00 cAFUSO 8.02 22,82 9,00 05,14 502 100,00 CANELA 113 28.45 0,00 57,55 487 100,00 (CASTANHO, 63.81 0.00 0,00 38,19 0,00 100,00 CLARA 88,40 0.35 4,18 11,93 04 100,00 Escura 059 8167 0,00 16,92 442 100,00 caLeco 70,99 0.00 923 19,78 0.00 100,00 IOIGENA 0.00 4,30 a2 96,13 100,00 anmso 1447 230 77.98 518 100,00 LoIRA 95,24 478 0,00 0.00 100,00 Marron Chee 458 38,14 87,30 0,00, 100,00 MestiaMista 1729 14.098 50,44 7.60 100,00 MORENA 1378 627 76,97 262 100,00 Morons 38,35 1148 O81 87,12 227 100,00 Morenséscur an 38,05 026 54,80 45 100,00 MULATA 1.85 25.28 0,00 71,53 137 100,00 NEGRA 03 02182 002 654 oso 100,00 PARDA 1.03 140 9,10 97.25 021 100,00 PRETA ost 97,68 0.08 173 017 100,00 SARARA 909 23.28 783 60,74 0.00 100,00 VERNELHA 58,97 0,00 1124 8.22, 2156 100,00 TOTAL 58,79 937, 427 20,68 0.88 100,00 ) 2 2 7 0 0 ° : 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 0 00 00 00 30 31 Padroes regionais das denominagées da cor Deve-se ressaltar que as distribuig6es recém analisadas, resultado do cruzamento entre os quesites de Cor aberto fechado, expressam uma tendéncia média a nivel nacional das respostas. Entretanto, observando separadamente os resultados por Regiéo Metropolitana, pode-se verificar uma diferenciagao geogrétfica bem clara dos padrées de identificacdo segundo a cor (ver Anexo 3). Isto aparece como particularmente importante no que diz respeito as cistribuigses das categorias intermédias de cor, como morena, parda, ¢ outras. Como exemplos desta considerdvel diversidade encontrada, pode-se citar que enquanto em Porto Alegre apenas 5% das pessoas se identificam como morenas, em Recife 52% o fazem nesta categoria. Por outro lado, entre as pessoas classificadas como de cor parda nesta titima Regiae Metropolitana, 82% se declaram como de cor morena na pergunta aberta, enquanto que em Porto Alegre os mesmos nao alcancam 4 um 30%. Em se tratando de regi6es com estruturas demogréficas por grupos de cor também bastante diferentes, poderia se pensar que as mesmas conseguissem explicar as variagdes anotadas. Nao parece ser 0 caso, entretanto, uma vez que a0 se considerar a RM de Salvador, por exemplo, que apresenta uma percentagem maior de pessoas na categoria de cor parda que a de Recife segundo a pergunta fechada (57% e 44% respectivamente, ver Anexo 4), menos de 40% das mesmas usaram a designagao morena para se auto-ciassificar na pergunta aberta, o que representa, em termos relativos, menos da metade, das que o fazem em Recife (62%), como ja foi citado (Anexo 3.1). Por outro lado, em Salvador, quase metade (47%) dos clasificados de cor parda, na pergunta fechada, tinham se auto- identificado desta maneira na pergunta aberta, enquanto que em Recife este percentual 6 de sé 4%. Estes padrées regionais precisam, assim, ser melhor estudados e considerados nas andlises, na medida do possivel. Na tabela a seguir so apresentadas as distribuigbes das respostas & pergunta aberta de cor nas 6 regiées metropolitanas estudadas, considerando as 11 categorias mais importantes ee 32 Tabela 7.- Distribuicéo das categorias da pergunta aberta de cor, entre as mais significativas, por Regides Metropolitanas, Rs ‘Salvador Belo Hotz RiodeJan_Sio Paulo P. Alear AMARELA 04 04 02 aA 24 04 BRANCA, 325 195 370 561 srs 20,1 CLARA 02 07 38 os 08. oa ESCURA 00 17 08 os 00 09 MORENA 520 257 355 143 184 52 MORENACLARA 80 39 38 os 24 14 MORENAESCURA 08 18 18 on 02 00 MULATA, 02 1s 04 20 03 02 NEGRA 18 78 42 28 29 18 PARDA 19 37 38 160 as 40 PRETA 18 94 33 65 27 47 ure, os 14 4 oa 12 TOTAL, 7000 700.0 700,0 100.0 700.0 100.0 Esta tabela apresenta de forma resumida 2 composi¢ao da populagéo por cornas diferentes regiées metropolitanas estudadas, mostrando_amplos contrastes entre as mesmas. Assim, pode-se constatar, por exemplo, uma variagao de 1 para 4 na presenga de pessoas que se declaram de cor branca entre as RMs, indo de quase 20% em Salvador até 80% em Porto Alegre. Verifica-se também, no sentido inverso, variagdes de 1 para 10 na propore&o de pessoas na categoria morena: 5% para Porto Alegre e mais de 50% para Recife. A categoria parda, por outro lado, ‘aparece com menos de 2% das respostas em Recife e com mais de 26% em Salvador. Observando a distribuigo da categoria de cor preta entre as RMs, pode- se ver que Recife apresenta a menor proporgao de respostas na mesma, menos de 2%, seguida de Séo Paulo e Belo Horizonte, com em toro de 3%, Porto Alegre com quase 5%, Rio de Janeiro com 6.5% e finalmente Salvador com mais de 9%, 0 maior valor. A seguir se apresenta a distribuicSo denominacées intermediarias de . cor somadas, de forma a visualizar a localizacdo relativa de cada RM. Tabela 8.- Soma das denominagées intermediarias de cor (pergunta aberta) Intermed, 630, 7 108 Pode-se observar como as RMs se distrbuem em 4 patamares bem diferenciados: Porto Alegre, com em tomo de 10%, Rio de Janeiro e Sao Paulo, com 30%, aproximadamente, Belo Horizonte com a metade de sua populacdo estas categorias e por fim Salvador e Recife com em tomo de 60%. Mas, como se 33 constata na tabela a seguir, os padrées de utilizacdo dos seis termos mais importantes sé extremamente variados e nao observam a distribuic&io dos patamares anotados Tabela 9.- Distribuicao relativa das denominag6es intermediarias de cor por RM Couesp Esp. __Recite _ Salvador Belo Hotz Rio dean So Paulo P. Alegre ESCURA 00 28 16 12 00 07 MORENA 828 421 605 420 621 4,1 MORENACLARA 27 64 72 24 7A 130 MORENAESCURA 13 25 35 03 o7 00 muLaTa 03 25 08 60 10 19 PAR 4 76 TOTAL, 7000 100,0 700,0 100,0 700.0 100.0 Segundo a tabela acima, a maior concentracdo de pessoas, entre as Genominagées intermediarias de cor, aparece na populagao da cidade de Recife, onde mais de 96% escolhe a designagao de morena (incluindo morena clara e Morena escura) para identificar a sua cor, pouquissimo aparecendo as restantes categorias intermediarias. No outro extremo se encontra a Regido Metropolitana de Rio de Janeiro, onde pouco mais de 40% da populacdo se auto-indentifica como morena, aparecendo a categoria de parda com o maior percentual de utilizago relativa entre as RMs estudadas, 48%. Esta ultima categoria de cor parece delinear- Se como 0 correlato inverso do termo moreno, dado que onde mais ela é utlizada, menos 0 é este outro, Assim, no Rio de Janeiro @ em Salvador entre 40 @ 50% das Pessoas utilizam espontaneamente o termo pardo para designagao de sua cor, os maiores valores entre as seis RMs, enquanto que nas mesmas também se observam as menores participagées relativas da categoria morena. Por outro lado, 2m Recife e Belo Horizonte, onde entre 87 © 97% das pessoas usam a categoria morena, s entre 3 © 8% se identificam como pardos. Outro dado interessante a ser observado se refere a distribuigdo das pessoas identificadas como de cor morena, segundo a varidvel cor pré-codificada, nas RMs. 34 Tabela 10.- Distribuicao relativa da categoria morena por cor pré- codificada e Regides Metropolitanas Recte 144 126 05: 38 1000 52.0 48 68 oa 18 1000 257 BH 143 78 03 27 1000 355 RJ 149 35 08 37 1000 014.1 SP 138 32 03 18 100184 BA 237 187 o7 58 100.0 52 Nesta tabela pode-se constatar como 0 termo moreno, proposto por alguns autores como possivel substitutive da categoria de cor parda nas pesquisas (Harris et al, 1993; Schwarcz, 1996), se distribui diferencialmente entre as categorias de cor da pergunta fechada e segundo as regiées. Em relacao 4 categoria parda - 2 que aparece captando a maior proporgdo dos auto-identificados como morenos - ela varia entre 44% em Porto Alegre até 87% em Salvador. Assim, mesmo se nesta RM quase 9 de cada 10 dos que se auto-indentificam como de cor morena na Pergunta espontanea sinalizam a categoria parda como forma “equivalente’ na Pergunta pré-codificada, nas outras RMs se encontram variagSes importantes: chegando em Porto Alegre @ 34% dos mesmos se ciassificarem como brancos € ainda 16% como pretos, nivel préximo 20 encontrado em Recife (13%), de ticas demogréficas por cor bem diferentes. Desta maneira, a designagdo de “moreno” parece expressar, de fato, uma variedade importante de significagSes caracte no pais, variedade que se vé reforcada segundo as diferentes regides, dados os diferentes pesos apresentados pelas outras categorias nas distribuicdes desta Ultima tabela. Todavia, estas variagdes nao parecem apresentar correlago alguma com © peso desta categoria por RM, desde que em Recife e Porto Alegre, ‘exemplos extremos da presenca de morenos, o percentual que se declara, entre os mesmos, como de cor preta na pergunta fechada, sao bastante similares, Estas expressivas diferengas inter-regionais no uso de calegorias identificatérias de cor, evidenciam um fato de importancia capital para o estudo das caracteristicas da populag&o brasileira: 0 da variacdo regional nos significados dos termos utlizados na classificagao que aqui se esta analisando. Isto ja tinha sido ‘também constatado em estudos anteriores, como o elaborado a partir dos resultados da PNAD 76 em Valle Silva, 1996. Por outro lado, nos seus principios & recomendagées para a realizado de censos de populagdo de 1959, 2 ONU “reconhece estar o levantamento de caracteristicas étnicas, raciais e de nacionalidade sujeito a condigSes e necessidades nacionais e portanto nao see er os os se NU de 35 recomenda crtérios de aceitagao universal” (Costa, 1974). Este mesmo raciocinio ode ser aplicado a0 nivel de agregacéo nacional, destacando assim as necessidades regionais as quais 0 levantamento estaria sujeito, As informagées analisadas no presente trabalho estariam indicando que 0 estudo das caracteristicas de cor da populago do pais, pode ser fragmentado @ um nivel menor, qual seria o da regiée, nas atribuigées de significados relevantes Giferenciados desta varigvel Condigao na familia Como mais uma forma de caraterizer a populacdo em estudo, se apresenta a distribuigao da mesma por condigdo na familia segundo a cor. ‘Tabela 11.- Distribuig&o da populagdo por condi¢ao na familia segundo as principals categorias de cor (pergunta aberta) iho Paven Bs AMARELA a tO COC BRANCA, sed 589 52817 SOT ALB SZ CLARA Cr a ESCURA 05 03 03 08 o2 00 a7 04 INDIGENA 01 02 1st MORENA 22 21 220 «818177248208 MorenaClara 312803027 22d 8 MorenaEscura 05 03 «005 «Sk 3k MULATA 08 409 «OF 882k NEGRA 34022831 SBT 32 PARDA os 103 «1405102481 PRETA 46 35 43 82 70 21 94 43 ‘OUTRAS. os 05 os os _o6 03 00 05, TOTAL 70001000 1090 1000 1000 400.0 100.0 1000 A diferenga mais importante nesta tabela aparece na distibuicao da categoria de Empregados Domésticos, onde & encontrada a menor proporgao de pessoas de cor branca, menos de 42%. Conseqdentemente, maior proporc&o de individuos aparecem nos grupos de cor mulata, negra. parda e preta. Contudo, isto néo faz mais que refleti as diferencas na distribuico da populagéo por ocupagao segundo a cor. 36 Educacao Complementando a caracteriza¢éo das respostas @ classificagao por cor espontanea, a tabela a seguir apresenta a distribuicdo das mesmas por grau da liltima série conctuida Tabela 12.- Distribui¢do das pessoas que concluiram curso por grau da Ultima série concluida, segundo as principais categorias de cor (pergunta aberta) cor . "AMARELA 14 4 10 12 35 BRANCA 542 25 526 wos e038 CLARA os 08 10 os cr ESCURA oa os os 02 20 INDIGENA oa 02 02 01 20 MORENA ms 21 29 0 os MorenaCiara 29 34 34 28 1a MoreraEscura os og os 03 oo MuLATa 08 10 4a 3 os NEGRA 3a 42 33 30 18 PAROA 10.4 19 102 eo 4a PRETA 43 738 54 31 os it 5 4 TOTAL 700.0 700.0 100.0 7000 7000 100.0 © comportamento bem diferenciado entre as categorias amarela e branca Por um lado, ¢ as restantes ¢ bem notério nestes dados. Para as duas primeiras categorias a propor¢ao de pessoas aumenta junto com © nivel do itimo curso Concluido, enquanto para as restantes a associagdo @ negativa. Ou seja, as Pessoas que nao se identificam amarelas ou brancas aparecem com menor acesso aos niveis mais altos de escolarizagao, eo mesmo tempo que figuram em Proporgées mais altas que a mécia entre os que nunca freqiientaram escola, Origem ‘A pergunta: quais as origens que 0 Sr.(a) considera ter? deixando a inteira iniciativa do entrevistado a defini¢go do que se estava querendo perguntar, fez com que 3/4 da populac&o se ontentasse para a dimenso da identidade nacional, concentrando-se na categoria brasileira como resposta. Apesar de que, entre os mesmos, s6 11% deram também uma segunda opgao, a andlise destes dados mostra um leque bem interessante a ser estudado considerada a sua amplitude. eo = 37 Devem ser destacados, também, os percentuais significativos das categorias que remetem a questo da cor, os quais poderéo fomecer elementos complementares pera aprofundar 0 estudo da mesma. As principais categorias para a primeira resposta de origem e para a segunda resposta, entre os que declaram brasileira na primeira, foram: 13. Distribuigio da 2'. resposta de origem (com a 1”. jira) 1 resposta_% 2 resposta_% Brasileira 75.0 Portuguesa 23.4 ttaiana 5.4 Italiena 22.8 Portuguesa 4.6 Indigena 15.7 Alea 24 Negra 135 Indigena 2.2 Espanola 82 Negra 15 Alema 54 UF/Municip. 3.2 Africana 3.1 Espanhola 1.9 Japonesa 1.7 Aficana = 1.0 Francesa 0.8 Outros os Outros 6 Japonesa 1.0 india 08 Cabocla 0.2 Arabe 06 india 02 Holandesa 0.5 Polonesa 0.2 UF 05 Arabe 02 Polonesa 0.3. Branca 0.4 Inglesa 03 Francesa 0.2 Russa a3 Holandesa 0.1 Libanesa 0.2 Argentina 0.1 Turea 02 Bugre O41 Austriaca 0.2 Libanesa 0.1 Judaica 02 Morena 0.4 Romena 0.2 Preta 4 Uruguaia 0.4 Russa 0.1 Argentina 0.4 Uniguaia 0.1 Bugre o1 Bolviana 0.1 Siria oO Australiana 0.1 Cabocla 0.1 Wiandesa 0.4 lugosiva 0.1 Chinesa 0.4 TE EE 38 Com o intuit de verificar em que medida estas informagses podem subsidiar 0 estudo das caracteristicas de cor da populagao brasileira, procedeu-se ao cruzamento da primeira resposta de origem com as categorias da cor pré- codificada. Tabela 14.- Distribuicdo das 1as. respostas de origem por cor pré- codificada Origem Cor Branca _Preta _Amarela__Parda__Indigena___Total Brasileira 56,7 96 o7 32388 100.0 haliana 28.8 12 03 a4 os 100.0 Portuguesa 816 23 03151 07 100.0 Alema 912 24 o1 60 Os 100.0 Indigena 426 a8 06 = 398 12 100.0 Negra 150 © 40.8 04 428 13 100.0 Espanhola 69 47 03114 o7 100.0 Africana 15 4390S 874 18 100.0 Japonesa e790 44 ‘A tabela precedente nao parece indicar uma associagao satistatéria entre as categorias de cor e as principais origens (frequiéncias maiores de 0.5%), declaradas fem primeiro lugar. A maior inconsisténcia entre elas se refere aos que se identificaram como de origem indigena: s6 pouco mais de 7% se clessificaram ome de cor indigena, mais de 42% como branca e quase 40% como parda. Entre ©s que se declararam de origem africana, por sua vez, mais de 16% se dlassificaram como de cor branca e entre os que se identificam como de origem negra, 15% o fazem. Este resultado estaria exemplificando a diferenciagéo basica a que se apontava no inicio deste trabalho, entre as dimensdes da cor, como categoria sociaimente construida e a de ascendéncia ou ancestralidade, que remete a uma origem de ordem geogréfica dos antepassados. Por outro lado, @ distribuiggo dos que deciararam de origem brasileira segundo a cor, acompanha a da populacéo total, ndo acrescentando especificacées a respeito, 39 ConcLus6es O estudo feito até aqui tentou mostrar 0 dinamismo da cor denominada ao longo do tempo, no caréter relativo da sua validez geografica e na sua vanabilidade de significados, refiexo da diversidade cultural na qual ela se inscreve. A multipcidade de terms designativos. da cor aparece, contemporaneamente, como reflexo do caréter primariamente subjetivo dessa identificagao, evidenciando 20 mesmo tempo, a desfasagem entre 0 campo dos stores socials © 0 campo dos estudiosos desta problematica.. Mas as categorias de cor s6 parecem tornar-se significativas no contexto de uma ordem hierarquica constituindo-se, de fato, numa marca de origem. Desta maneira, no émbito brasileiro a questo da cor se encontra no entrecruzamento dos mitos fundadores da identidade nacional com as praticas sociais de discriminag&o e preconceito racial Em termos regionals, a diversidade de padres de respostas © a multiplicidade de significados encontrados, nas distintas 4reas metropolitanas estudadas, aponta para a necessidade de outorgar especial atengao, nos estudos futuros, a esta variabilidade. O fato de que um mesmo termo, utilizado em contextos diferentes, adquira significados relativos diferenciados, merece ser ‘estudado de forma aprofundada em pesquisas especificas e/ou como suplemento a pesquisas habituais, da forma como foi realizado com a PME de julho de 98, aqui analisada Aos efeitos da pratica de pesquisa, uma indagagao que se toma relevant neste momento, é 0 da pertinéncia das categorias de cor da pergunta pré- codificada, ou seja, aquelas que so utiizadas habitualmente nos inquéritos ’ estatisticos. Os resultados analisados parecem apontar para um grau de ’ adequacdo diferenciado regionalmente destas categorias. Por um lado, os dados indicariam uma aceitagéo maior da categoria parda nas regides metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador, seguidas de Séo Paulo, Em Recife e Belo Horizonte encontram-se tanto uma aceitaco bem mais baixa desta categoria, quanto uma menor consisténcia da mesma se comparada com as respostas da pergunta aberta. Em relacéo a categoria preta, a mesma parece seguir um padréo bestante similar de adequacao segundo es RMs. Por outro lado, Recife e Belo Honzonte também se destacam por apresentar uma consisténcia menor no =mprego da categoria branca, na medida que s6 75% dos que se assim se iessificam na pergunta fechada, também o fazem na aberta. OE TE EE 40 Em relag&o aos usos destas categorias da pergunta pré-codificada nas diversas tematicas de investigacao, enquanto as mesmas parecem ter oferecido resultados satisfat6rios, até hoje, no caso de diversos estudos da desigualdade por cor, © presente trabalho projeta certas duvidas no que diz respeito a sua utilizagéo ‘em outras areas como por exemplo 2 de mobilidade, tanto geogréfica como social at BIBLIOGRAFIA Andrews, George Reid; “Desigualdade racial no Brasil © nos EUA: uma comparacao estatistica’, Cademos Candido Mendes, Estudos Atro-Asiéticos 22, sev92. ‘Antonil, André Joo; Cultura e Opuléncia do Brasil, (1°. 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Wood, Charles H.; “Census Categories and Racial-Ethnic Identity in Brazil, pabalho apresentado no encontro da Population Association of America, San, Francisco, California, 1995. 42 ao das sobre & Reis, ans les Socistes 43 Anexo 1 - Distribuigao das categorias espontaneas do quesito Cor CorRaca Abs % Sac 1 AFRICANA 103) 0.00 0.00 2 ALEMAO 11198 0.03 004 3 ALOURADO 187 0,00 004 4 ALA e219 0.02 005 5 AMARELA aeotse 4,08 44 © AMARELOCLARO 102 0,00 sae 7 ——_-AZUUBRANCA 788 0,00 sta 5 BAIANA 12 0,00 18 2 BECE 1 0,00 1a 10 BEMLOIRA 789 0,00 118 ” foMBoM 542 0.00 418 ® BRANCA saaasens 5447 55.2 8 BRANCAAMARELA a6 0,00 55.32 14 BRANCAAVERMELHADA 720 0,00 38.22 18 BRANCABRASILEIRA oat 0,00 55,09 15 BRANCACLARA 738 0.00 55.38 17 BRANCAEPARDA 799 0,00 55.38 18 BRANCAESCURA 576 0,00 35,38 19 BRANCALEITE 187 0,00 55.38 2 —_BRANCAMORENA s707 oot 55,05 ” BRANCAOUMULATA, 542 0.00 55,35 2 ——_BRANCOAZEDO 542 0.00 55,35 2 —_BRANCOMEDIO 182 0.00 55,38 24 BRANCOMORENOCLARO 2387 oot 55,36 2 BRANQUINHA 1088 0,00 55,38 2 BRASILEIRA 41933 oz 55.48 7 BRONZEADA 16 0,00 55.48 = BORE 1500 0,00 55.49 2 cABOCLA 5931 0.02 55,50 3 CABOVERDE ea70 002 ss.s2 x caFUsO 2808 oot 55.59 CANA 2502 oot 55.54 3 CANELAESCURA 208 0.00 55.54 2 CANELINHA 12 0,00 55.54 = CASTANHA, 41 001 55.55 3 —_CASTANHOCLARA a3 0.00 55.55 2 ceanense. 12 0.00 55.58 Anexo 1 - Distribuicdo das categorias esponténeas do quesito Cor 44 (Continuacao) CorlRaga Abs % hac = ‘CHOCOLATE 556 0,00 8555 » oINZA 208 0,00 55,58 * CLARA 204080 o7e 95.33 “ CLARABRANCA 187 0.00 58.33 2 CLARAPARDA 788 0.00 58.33 * CLARINEA a8 0.00 56,34 “ CLAROBRASILEIRO 12 0,00 50,34 “6 CORDECANELA 572 0.00 56.34 * CORDECUIA 102 0.00 56,34 a oRIOULO 542 0.00 5634 “ DESCASCADO 192 0.00 5634 « EDIFICILDEDIZER 789 0.00 58.34 0 ENCARDIDA 390 0.00 50,35 81 ESCURA 129201 038 5672 2 ESCUROCABOVERDE 182 0,00 5873 3 FRANCES 192 0.00 6673 Py GALEGO 3736 001 5674 s GALEGOBRANCO 208 0.00 5074 88 INDIA 3770 0.01 5075 ” INDIANEGRACAFUZA, 789 0.00 5878 ss INDIGENA 39815 012 58.87 0 ITALIANA 960 0.00 5587 ° uAMBO 3662 0.07 56.88 e SAPONESA, 7101 0.02 5690 e LATINAAMERICANA 374 0.00 66,90 6 Lee 182 0.00 $590 & LoIRA 15413 0.08 96,95 6 LOIRACLARA 187 0.00 55,95 © MARROM 8104 0.02 8897 e MARRONCANELA, 162 0.00 56,97 “6 MEIABRANCA 4331 0.00 56.98 eo MEIOTERMO 192 0.00 $6.98, % MeL 187 0.00 £598 ” MesTiCa 20281 0.08 57,04 R MESTICA(MORENACLARA) 187 0,00 57.04 3 MESTICAPOSTICA 208 0.00 57.04 a Mista 5558 0.02 57,06 45 Anexo 1 - Distribuigao das categorias espontaneas do quesito Cor (Continuacéo) ¢ ac CoriRaga Abs % %ac 5555 8 MISTURADA, 1098 0.00 57.08 55.56 8 MOREN@OCAFECOMLEITE 182 090 57.08 56.33 7 MORENA ros7472 2085 731 9833 78 MORENA-CLARAJAMBO 187 0.00 781 $5.28 7 MORENABEMCLARA 551 0.00 T781 50.34 0 MORENACABOCLA 374 0.00 794 5634 1 MORENACABOVERDE 546 0.00 7791 56.4 w MORENACAFE 182 100 T781 56.34 23 MORENACANELA 418 0.00 7794 55,34 2 MORENACASTANHA 3798 oot 7792 86,34 ss MORENACLARA 930607 291 e083 50.34 6 MORENAESCURA 151900 04s 81.28 50,38 o MORENAJAMBO 4185 oot 0129 8672 cy MORENAMAISPARAAMARELA 102 0.00 81.29 5673 2 MORENAMEDIA 374 0.00 e128 56.73 20 MORENAMESTICA 398 0,00 61,30 98.74 * MORENAO 187 0.00 8130 55,74 2 MORENAPALIDA 861 0.00 8130 6.75 es MORENAPARDA 956 0.00 8130 56,75 o MORENAPRETA 208 0.00 810 56,87 95 MORENASARA 374 0.00 81.30 56,87 8 MORENATRIGUEIRO 208 0.00 81,30 55,88 o MORENINHA sor2 0.02 81.32 56,90 98 MORENINHO-BRANQUINHO 187 0.00 0132 58.90 * MORENOBRANCO 1765 0.01 91.38 58,00 100 MORENOMEDIO 748 0,00 81.38 56.95 10 MORENOMULATO 187 0.00 81,33 56,95 swe MORENONORMAL 187 0.00 91,38 96,97 103 MORENOPALIDO: 187 0.00 91,33 58,97 tos MORENOQUEINADO 12 0.00 81.38 55,98 105 MULATA 268124 078 82.12 58.98 106 MULATACLARA 5173 0.02 22.13 56,98 17 MULATAESCURA 384 0,00 82.13 57,08 108 MULATAMORENA 192 0.00 82.13 57.04 108 MULATINNA 1088 0.00 82,14 57.04 10 MULATOMEDIO 182 0.00 82.14 57.08 m MULATONEGRA 542 0.00 82.14 46 Anexo 1 - Distribuicao das categorias espontaneas do quesito Cor (Conclusao) CorfRaca Abs % ac 12 NEGAO 724 0,00 22,14 13 NEGRA 1067804 314 85,28 14 NEGRAMORENO 187 0,00 85,28 us NEGRINHO 182 0.00 85,28 16 NEGROCLARO 187 0.00 86,28 47 NEGROMORENO 208 0,00 85,28 ve NEGROPARDO 182 0,00 85,28 19 NEGUINHO 182 0.00 85,28 20 PALIDA +205 0,00 85,28 1m PARDA 3528795 10,36 95,65 w PARDA|MORENAESCURA) 2168 0,01 95,86 125 PARDAMORENA 780 0,00 95,88 v4 PARDACLARA 2990 0,01 95.67 1 PARDAESCURA 546 0.00 95,67 120 PARDAMORENAGLARA, m4 0,00 95.67 iz PARDAO 102 0,00 9567 128 PARDINHA 542 9,00 95,67 cr PARDOCABOCLO 182 9,00 9567 20 PELODURO 192 0,00 95.68 13 POLONESA 576 0,00 25.68 1 PORTUGUESA, 1823 0,00 e568 1 POUCOMORENO 208 0,00 85,68 14 PRETA 1448878 425 99,94 135 PRETA-NEGRA 482 0,00 99.04 198 PRETINHA 542 0.00 99,94 wr ROXA set 0,00 99,04 138, RUA 5125 0.02 9,06 10 SARARA, 12958 0,04 99,99 0 SARARAZADA, 182 0,00 99,90 1 SAXAO 187 0,00 99,99 12 TOSTADA 192 2.00 99,98 16 VERMELHA 1892 oot 100,00 TOTAL 34045285 100,00 46 uso) 8214 85.28 05.28 95.28 85,28 85.28 05,22 as.28 85,20 9565 95,06 95.66 05.67 9587 9567 9587 0567 9567 95,68 95.88 05.68 05.68 99,94 99,04 99,04 09,04 99,96 99,99 90,90 99,99 99,99 300,00 47 Anexo 2 - Critérios de agregagao da variével Cor para as categorias agrupadas CATEGORIA ‘Composicao AMARELA Amarela, Amarelada, Amarela Clara, Japonesa BRANcA Branca, Branquinha, Leite, Alva, _Latino-americana, Polonesa, Saxao, Portuguesa, Italiana, Alema, Francesa Brancat Branca Amarela, Branca Morena, Branca Brasileira, Branca Avermethada, Branca Clara, Branca Parda, Branca Escura, Branca Leite, Branca Morena, Branca Mulata, Branca Azeda, Branca Media, Branca Morena, Branca Morena Clara, Meia Branca, Azul Branca (Caso VERDE Cabo Verde, Morena Cabo Verde, Escura Cabo Verde (CANELA Canela, Canela Escura, Canelinha, Cor de Canela, Marrom Canela CASTANHA Castanha, Castanha Clara Ciara Clara, Clara Branca, Clara Parda, Clarinha, Clara Brasileira Escura Escura, Escura Morena, Escurinha GaLeca Galega, Galega Branca IniceNA Indigena, india JauBo Jambo, Morena Clara Jambo, Morena Jambo Lora Loira, Alourada, Bem Loira, Loira Clara, Loura MARROM CHOCOLATE ——_Marrom, Chocolate MESTICA/MISTA Mestica, Mista, Mestica Morena Clara, Mestica Morena, Mestica Postica, Misturada MORENA Morena, Bombom, Morena Media, Morena Café com Leite, Morena Cabocla, Morena Canela, Morena Castanha, Morena Mestica, Morena Trigusiro, Moreninha, Morena Normal, Bronzeada, Pouco Morena, Morena mais para Amarela MORENA CLARA Morena Ciara, Morena bem Clara, Morena Pélida, Moreninha Branquinha, Morena Branca MORENA EscuRA Morena Escura, Morena Parda, Morena Café, Morena Preta, Morena Mulata, Morena Queimada MuaTa Mulsta, Mulata Clara, Mulata Escura, Mulata Morena, Mulatinha, Mulata Media, Mulate Negra NERA Negra, Negao, Negra Morena, Negra Parda, Negra Clara, Neguinha Parva Parda, Pélida, Parda Morena Ciara, Parda Morena Escura, Parda Clara, Parda Morena, Pardinha, Pardéo PRETA Preta, Preta Negra, Pretinha, Africana SARARA ‘Sarara, Morena Sarara VERMELHA Vermetha, Ruiva

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