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Copyright ©2005 by Laurence Hallewell, ‘Titulo do origina Books in Brasil: A History of the Publishing Trade 1 edigiobrasileiea 198s (Edasp /T. A. Queiroz Eto) tedigho brasileira ev. ¢ amp, 2005 {Edusp) 1 edge brasileira 201 (Edusp) Fics Gesigllencaborae pols Dermot anc do Stems negro de Bots da se ‘Adsprad conforme nora da Ep alle Laurence (0 Lio no Brasil: Soa Histcia/ Laurence Hallewel, trad, de Mara da Peta Villalobos, Lio Lourengo de Dliveita« Gera Gerson de Souza)” 3. d.~ S80 Pauls ora da Universidade de Sao Polo, sora Inc ogra. Inc indice revo, Arie tabla “Apert: moeda eras de cimbio SiN 778s 504-1365-0 1. Lives (Beal) 2, Livtos (Etrag 5, Histra do veo 1 Tia, izes em agua portage reservados 8 Edayp~Eators da Universidade de Sto Paulo ‘As. Corfe de Azevedo Manges, 1975 tee ‘ossts-oor~ Butane’ ~ Sho Paulos? Bra Divisio Camere Tel. (11) 3091-4008 3091-4850 sac (nt) 3082911 ~ Fax (12) sone-q352 ‘wor edusp comb — ema edsplusp.br Printed in Beal 2012 oi fet dept egal Amen pai, Herbert Joseph Hallewell (26.4.1882-28.9.1963), contemporineo quase exato de Monteiro Lobato, que tantas lermbrancas me tone dele, 1a fisionomiae xa manera de pensar de reagir de tar ede realizar SUMARIO DPreficio da Terceira Edigio (2012) 17 Apresentagio. 19 Agradecimentos 21 Nota Prévia 25 Nota sobre as Estatisticas 27 Preficio da Edigio Americana (1982) 29 Prélogo: A Nova Arte,o Novo Mundo 33 ANTONIO ISIDORO DA FONSECA, $1. Alntrodugto da Censura 67 52 Almpressiono Além-mar 72 55. O Brasil dos Avis edos Habsburgos 73, 54. Os Jesuitas no Oriente Portugués 76 55. Os Jesuitas no Brasil 78 §6. OsHolandeses no Brasil 81 Sp. ARestauracio Portuguesa 82 $8. A Impressdo no Recife no Governo de Francisco de Castro Moraes 84 $9. A Chegada de sidoro da Fonseca 85 §19. AObrade'lsidoro no Rio de Janeiro 8s Sr. Restrigdes Coloniais 92 §r2. APublicacio em Portugal 94 22. GONCEIGAO VELOSO E PAULO MARTIN 515. 0 Primitive Coméreio de Livros no Rio de Janeiro 99) §r4. OContrabando 193 S25. A Chogada do Principe Regente 106 §16. Conceigio Veloso 111 G27. Alimpressio Régia 112 §18. ALivraria Paulo Martin 148 §19. 0 Fim do Monopdlio do Governo na Impress §20. N.L.Vianna e Outros Nomes Novos 123 Sau. Sa S25. Sa Sas. 526. S27. jas. 529. 530. S31. 532 533. 534 53s. 536. 537. 538. S39. S40. San. S42. Sas. Sa Sas. ‘© Comércio de Livros no Rio de Janeito do Primeito Reinado 125 Evaristo da Veiga 126 SILVA SERVA As Provincias no Comego do Século xix 131 © Inicio da impressio.em Minas Gerais 135 Silva Serva e o Inicio da Impressiona Bahia 136 Alivraria Catilina 142 Olnicio.em Paris 147 NoExilio 150 ‘ALLinha Eaitorial Politica de Plancher 151 Fiegio e eriédicos 152 OCariter de Plancher 153 Sua Influéncia sobre a Impressio no Brasil 156 Alitogeafia 157 Villeneuve x59 J.C Rodrigues 161 PAULA BRITO Louis Mongie 165 Paula Britoe a Petaogica x67 ‘APersonalidade de Paula Brito 167 (© Comego da Vide 168 Almperial Typographia Dous de Dezembro 172 ‘OMereado Feminino 174 As Eaigdes Literirias de Paula Brito 175 Aliquidagio 177 JOSE MARIA CORREA DE FRIAS E [BELARMINO DE MATFOS ASituagio Historia Especial do Maranhio 181 (Os Prim6rdios da Impressio no Maranhao 185 $46. Sav 548. S49. $30. Sr. S32 $53 Sa. Ss. 536. Ss. $58. S59. $60. Sor. Sez. 563. $64. S65. 66. 567. $68. 565. $70. So. Sra. 73+ S74 575. 576. O Progresso Téenico 187 Fone Minot Oia Pas Belarmino de Mattos 193 ASituag30 Posterior 100 OUTROS EDITORES DAS PROVINCIAS Publicagdes no Pernambuco Rebelde 203 Pemambuco depois de 1824 207 Almpressio na Paraiba 210 Publicagbes no Pari ara A Tipografia em Outras Provincias 213, BAPTISTE LOUIS GARNIER |AExpansio Uteamarina do Comércio Livreiro Francés 219) Garnice Freres 221 Impressoes em Paris 225 OPapel Brasileiro 226 ATipografia Franco-americana 228 |APersonalidade de B.1.Gamnier 230 (Os Diteitos Autorais 233, Os Romances co Folhetim 236 Livros de Poesia 240 Os Livros Escolares 241 AsTradugies 244 Os Mérodos Cometeiais 245 A Fortuna de Baptiste Louis Gamier 247 LAEMMERT Lombacrts 251 Leuringer 252 E.acH.Lacmmert: 0 Comes 254 Souza Laemmert 255 ATypographia Universal 257 ublicagées Lacmmere de Historia, GiénciaeLiteratura 261 ieos, Técnicos, Médicos Diditicos 263, [As Tradugées Fditadas por Laemmert 266 A Pirataria dos Diteitos Autorais 268 Liveos Pr S77 58. S79. Sto. Ser 58. S85, 584 585 586. Sy. 58. 580, S90. Sor. So, $9. So. $95. 596. Sor. So8 Sy. 13. S100. Sror. Sez Lacmmert s Cia. 273 0 Asti the Braid 73) 0 Declinio de Comércio Liveeito na Década de 1890 277 AReconstrucio 283 Politica Editorial 286 Oltras Saidas para 0 Autor Brasileiro 290 Copyright Internacional e Compra de Diceitos 292, ‘Tradugdes para o Francés para o Espanhol 294 Garnier 295 Briguiet-Garnier 296 Novamente os Ie 0 Cenério do Rio no Comegodo Séculoxx 301 5. J. Alves e Cruz Coutinho 303, As Livrarias Quaresma, Sie José, Castilho e Outeas_ 305 A Personalidade de Francisco Alves 308 1 Comego da Vida de Francisco Alves 312 Francisco Alves eos Livros Didaticas 313 Francisco Alves eas Edigoes Literirias 319 As Ligacbes Porroguesas.e os Fsquemas de impressio 322 OLepado 326 Paulo de Azevedo & Cia,ea Sequéncia 328 SRO PAULO A Gidade e Sua Faculdade de Di AGasa Garraux 337 A Expansio de So Paulo partir de 189342 ito 333 MONTEIRO LOBATO AsVetha Praga” 347 Umpas 351 ARevista do Brasil 356 a5. Sig. Sas. §r26. Sn27. Sr28. §r29. S150. 16, Suse Sie S133. 5 OModernisme 360 J. Os Mérodos Revolucionsrios de Lobato 363 Monteiro Lobato « Cia. 366 Outcos Editores de Si0 Paulo 368 AMelhoramentos 372 Os Livros para Criangas 374 ADepressio do Pos-guerra 376 Afaléncia 380 ARénix Nacional 385 ASio Paulo Fditora ea Revista dos Tribunais 389 Impostos sobre Papel Importado 392 A Fidigdo de Obras Diditicas Literirias 397 O Mercado Portugués 399 OMereado Africana 403 ANova Ortografia 404 AReforma Capanema 408 A Editora do Brasilea Brasiliense 409 O Desenvolvimento no Pés-guerra 412 Livros de Nivel Universitario 414 ABrasiliana 420 ANacional éEstatizada 424 BERTASO E-VERISSIMO ‘A Atividade Editorial no Rio Grande do Sul 431 ‘OsPrimérdios da Livraria Globo 433 ‘O Instituto Nacional do Livro 435 ‘Uma Editora de Ambito Nacional 439 As Tradugies da Globo 444 Liveos Diditicos e Diciondvios 447 Literatura Brasileira 450 JOs6 OLYMPIO ‘© Panorama Editorial do Rio na Década de 1920 459 ARevolugdo de 1930 462 Livearia Schmide Editora 466 S134 S59. $136. S137. $138. S139. Sago. Sra Suan Sras Sus Stas. S46. Staz. S48. S49. S250. Sas Sxs2. 18. $163. 564. 5x65; 5x66. Editora Ariel 473 Jose Olyimpio © Comeyo da Vis 475 Livros Raros ea Independéncia 478 Humberto de Campos 481 José Lins do Rego 483 (0 Paulistano se Fez Casioca 487 utros Sucess0s Literdrioe da Década de 1930, ‘eumaFalha 489 “Documentos Brasileiros" ¢ Poesia 493 Amizades Politica 495 Getulista® 499, A Censura no Periodo Vargas 502 Tradugies 506 Projeto Grifico para Livros. Colegies no Pos: guerra 514 Amizadese Politica na Década de 1960. 518 Expansio e Diversifcagao no Gomego da Década de 1970 521 Declinio da Fiegio na Metade do Século $23 ASabid 526 © Fim da Independéncia 528 - JOSE DE BARROS MARTINS --ASegunda Guerra Mundial 539 Livraria Agire Fdigbes“O Cruzeiro” 544 OsClubes de Livro 548 Livros Técnicos 549 Livratia Martins Editora 551 Relagdes com o Estado Novo 555 1 Jorge Amado 560 Outras Publicagses 565 A Bstética do Trabalho Grifico 564 ALiquidagio 565 2Nto SILVEIRA ADécada de 1950 569 YVendas-em Prestagdes 579 IBurla aos Direitos do Autor 82 Juscelino Kubitschek de Oliveira 584 in: SSAct tabi seat ttiaipsnn ee S167. S168. $169. S170. Sure Sue sis. Sins. Sins. S176. sir. sus. S179. Sito. Suk 19. S18, 5183. Say. S185. 5186. S189. $188. S185. S190. Srgt. Suge. S195. S194. S195. 20. $196. Susr. S158. S199. $200. Eno Silveira ea Civilizagdo Brasileira 587 Editoras Progressistas na Republica Populista 592 © Desligamento da Companhia Editora Nacional 595 Os Ultimos Anos do Populismo 599 Historia Nova 603 ‘A Miividade Editorial sob os Primeiros Presdentes Militares 607 Subsfdios e Liveas Diditicos 6x ‘A Atica e Oureas Novas Editoras Didsticas 616 Coedigbes, Tadugées 0 Prego do Livro 619 A Givilizagio Brasileira eo Novo Regime 639 Enio Silveira ea Frente Ampla 638 ‘© Ato Institucional n. 5 e Suas Sequelas 642 DaCrise do Petrdleo& Abertura 650 Livcos pelo Correio 657 Sargem a Difelea Bertrand 659 A ATIVIDADE EDITORIAL NOS ESTADOS NO SECULO XX OEixo Rio-Sio Paulo 669 O Interior deSio Paulo 675 ‘OE xtremo Sul 677 (Os Estados do Sudeste 682 Minas Gerais 686 ‘© Distrito Federal eas Publicagbes Ofciais 687 ‘Oueras Cidades do Centro-oeste 698 [As Cidades do Norte e doNordeste 691 AAs Eltoras Universticias 698 (Os Folhetos Populares 702 © Contesida do Cordel 731 © Futuro do Cordel 715 Iustradores de Folhetos 720 Eo Cordel Entra no Mercado de Massa 722 INA FPOCA DA “ABERTURA” [A Atividade Editorial no Setor nfo Diditico 727 Livros de Bolso. 758 ABditora Abril 746 ‘Outros Métoxos Novos de Distribuigdo 750 © Citculo do Livro 753 S206. AsMuinconls 754 S202, OMecalde inition ns pocade" Aba Sto Uns para Ghana gen Sang. Ue ene 7 Sto, Ontos Mercado Lio Eopeiindos 780 $206. Os Livros Importados 783 te Na Stor. Adlabengioe GostdeLer 745 Stot. ABdgiodeLieramn 995 Sion. Pets to Bran de je p98 21. NANOVA REPOBLICA S210. AC Lino-americam da Dida enn to S211. OPlne Gunados suas Conequtncss too S212. NovTemporde Cle 5 S213, Lspars Crane ede Atryjade Rao S214. tomerhanocePlano Rel. es Sits. StorcTaiee 26 S216. Olivo pa Gos. t37 S217. AsPeopecas no Tce Mio 830 Apéndice :Tabelas 835 Apéndice m: Moeda e Taxas de Cambio 937 Bibliografia 943, Indice 955 PREFACIO DA TERCEIRA EDIGAO (2012) Eserito originalmente como tese de doutorado em 1970-1975, este livro foi revisado e editado em inglés em 1982, ano do centensrio do nascimento de Monteiro Lobatos a sua atuali- zacio corrigida apareceu em portugués em 1985. Vinte anos depois,em 2005, sai a nova edigio: a segunda em portugues, ‘mas, para 0 autor, a quarta versio. Esta terceira ediga0 re~ produz o texto integral da segunda, com algumas corregbes atualizagdes, mas sem as ilustragdes, para proporcionar uma versio com prego reduzido que atenda as necessidades cde um leque de leitores mais abrangente. Segundo o historiador Ticito,em seu relato da conquista {da Bretanha, quinze anos constituem muito tempo, bastan- do para as criangas tomarem-se homens, os homens jovens fazerem-se maduros, os maduros envelhecerem ¢ os velhos rmorrerem. Aos oitenta ¢ trés anos, estou acreditando! So suficientes também para muito acontecer na vida de uma a~ ‘cdo e da sua indiistra editorial. Quanto mais numa etapa de inte e sete anos! Se o Brasil jé ganhou sua liberdade polit- a, esté apenas agora comecando a se recuperar dos severos golpes econdmicos dos anos perdidos do decénio de 1980 e da alta da inflagio dos principios dos anos de 1990. Na indiistriae no comércio do livro, as multinacionais fugiram quase todas ¢, livres do seu medo da hiperestagflagao, agora estao voltando. © piblico, que perdeu tanto de seu poder aquisitivo, jf comegou tambéma se restabelecer, mas, nestes dias, encontra, para bem ou para mal, tantas alternativas cletdnicas e outras para o produto “livro”! Enfim, este € um ‘tempo de desafiose realizages para todos nés, neste mundo novo do ncoliberalismo global (sejamos a favor ou nao), ‘Osmeus agradecimentos incluem as fontes que utilize nes- tanova revisio e atualizagio. Para mim, foi uma tarefa demo- rada, mas bem recompensada (espiritualmente, pelo menos!) Eiso resultado, Espero que Ihes seja de utilidade. saa, APRESENTAGAO, © desenvolvimento da indhistria editorial brasileira é hoje ‘em dia um fato indiscutivel,seja no aspecto qualitativo ou ‘quantitativo. As edigdes impressas no Brasil s40 somente ‘comparaveis 30s paises com boa tradigio editorial e, apesar do problema linguistico, as exportagoes do livro brasileiro aumentam sensivelmente a cada ano, © livro no Brasil é um tema cada vez mais discutido em cconclaves nacionais internacionais,e algumas experiéncias brasileiras no campo editorial, como o sistema de coedigao ‘ea substituicdo do papel tradicional pelo papel de imprensa xno livro didstico, ja sio hoje implantados em alguns pai- ses da América Latina e do Caribe. Na propria bibliografia brasileira, constam publicagées de especialistas na area, tais ‘como Edson Nery da Fonseca, Herberto Sales, Olimpio de Souza Andrade, Rubens Borba de Moraes etc. ‘Noentanto,a presente obra do inglés Laurence Hallewell vem cobrir uma grande lacuna, pois ele desde cedo se inte- ressou pela bibliografia latino-americana e em especial pela bibliografia brasileira, da qual é, sem nenhum favor, um dos srandes pesquisadores. ‘Assim sendo, Laurence Hallewell, que defendeu sua tese de doutorado na Universidade de Essex, na Inglaterra, com base neste estudo, veio ao Brasil por diversas vezes com a preocupacio de pesquisar a hist6ria da indstria editorial brasileira. Manteve contatos com os principais editores, bi Dliotecérios, historiadores, intelectuais, e dedicou parte de sua pesquisa a coleta de subsidios bibliograficos em diversas instituigdes culeurais. Com base nessas informagdes, foi escrita a mais comple- ta hist6ria das editoras comerciais no Brasil. A obra retrata com precisio, clareza ¢ com uma riqueza sem precedentes de dados estatisticos, todo o desenvolvimento das editoras bra- sileiras ¢ os problemas econdmicos, socias e politicos que clas enfrentaram para sobreviver. O livro oferece-nos um relato minucioso das obras e dos autores publicados pelas editoras comerciais ofiiais, nio Apresentagio somente no cixo Rio-Sio Paulo, como também nos demais ‘studs brasileiros,além de apresentar tabelas,cronogramas © dados comparativos detalhados sobre populagio, impor- tacio, rarfas, precos, salrios, exportagao, estatisticas, pro- dugdo de papel, distribuigdo, tradugoes, publicagies edu cativas, livros infantis e comércio livreiro. Enfim, todas as pessoas ligadas de uma ou de outra forma ao livro brasileiro cham pretentes nestay pigs, io suas personagens © Podemos dizer, com toda conviegio, que uma boa parte da hist6ria da cultura brasileira esta nesta obra pioneira e de extraordinario valor de Laurence Hallewell. AGRADECIMENTOS Aordem é cronoligica. Fontes citadas na Bibliografia sao omi- tidas aqui. Pela sua importante ajuda, durante 0 ginasio, no desenvolvimento do meu entendimento da historia mundial ‘moderna, a0 meu professor de tantos anos atris, Albert J. Forward. Por seu ensino da histria do livro e da bibliografia histrica, Roy Stokes (da University of British Columbia, mas centao do Loughborough College Library School),¢ por seu en- sino dos fatos basicos da industria editorial, Ronald Char- les Benge (entio da Northwestern Polytechnic, Londres). Pela provacao do meu projet original de tese:profa.Jean Franco (entio da University of Essex, agora professora emérita da Columbia University). Pelo auxilio na obtengio da subven- so: prof. Robin Humphreys (University College, Londres), ‘Anconio Olimoe prof Alber Sloman ertio icechancellor dda University of Essex). Pela concessio dessa subvenco: 0 Itamarati, o British Council e 0 Fundo de Dotagoes para Pes- aquisa da University of Essex. Por sua hospitalidade no Rio du- zante minha pesquisa: Cliudio Murillo Leal e familia Por sua contribuigao direta na pesquisa: Patricia Noble (biblioteca da University of London), Cavan McCarthy (entio da Universi dade Federal da Paraiba) e Robin Price (Welleome Institute) Pela oportunidade tao valiosa de bate-papos sobre a inchistria editorial e por tantos bons conselhos durante meus primeiros ‘meses no Brasil: um grande niimero de pessoas, sendo impos- sivellstar tanta gente amavel no ramo editorial livreiro, mas devo mencionar sobretudo Carlos Ribeiro (Livraria Sa0 José), Fernando Sabino (entio da Editora Sabia), Vera Pacheco Jor- dio e Lufs Jardim (José Olympio), além de Rubens Borba de Moraes ¢ Tarcisio Pereira (Livro Sete, do Recife). Pelo acesso aosservigos de bibliotecas: University of Essex, Biblioteca Na- ional (Rio de Janeiro), Gabinete Portugués de Leitura (Rio), Livraria José Olympio Editora, Fundagio Getilio Vargas, rnp (depois 1B1Cr), MEC, St. Bride Institute (Londres), Em baixada Brasileira em Londres, Institute of Latin American Studies of the University of London, British Library, Wellcome Institute (Londres), New York Public Library, Princeton Uni- Agradecimentos versity,e, através do servigo de empréstimos entre bibliote- «a3, University of California (Berkeley)ye Library of Congress. Por uma assisténcia bibliotecaria particularmente prestativa, 6 v. Vesentini (Embaixada do Brasil, Londees), Eve Johanssen (British Library), Alan Biggins (1.48, Londres), Mary Auck- land (ust, Loncles), Peter de la Garza e colegas da Divisio Hispinica da Library of Congress. Pelo acesso a arquivos: GB, Livraria José Olympio Editora, Biblioteca Nacional do Rio e Welleome Institute Historical Medical Library. Por suas criticas € encorajamento: prof. J. Gordon Brotherston meu orientador de tese na University of Essex), dr. Michael J. Sommerland (University of Essex), Peter T. Johnson (Prince- ton University), prof, William V. Jackson (University of Texas, ‘Anstin), Gwen L. Nagel (G. K. Hall « Co.), Emir J. Suaiden (lnstiruro Nacional do Livro), Thomas Maugham (British Council), Pela letura da versao original das partes relativas a eles ou a suas empresas: Claudio Bertaso (Editora Globo), Caio Graco Prado (Brasiliense), José de Barros Martins, Enio Silveira (Civilizacdo Brasileira), Jorge Amado, Anténio Ola- vo Pereira (Livraria José Olympio Editora) e Herberto Sales (sobre Edigdes © Cruzeiro). Por permit que eu usasse maté- ria protegida por direitos autorais, Rubens Borba de Moraes, Nelson Palma Travassos, Caio Graco Prado, Wilson Martins, Enio Silveira, Nelson Wemeck Sodré e Biblioteca Nacional {Rio de Janciro). Por fornecer ifustragdes: Livraria Francisco Alves Féitora Globo, Livraria Martins, Brasiliense, Bibliote- ca Nacional, Jorge Amado, Fnio Silveira, University of Essex, King’s College (Londres), e Thomaz. de Aquino de Queicoz, meu primeiro editor no Brasil, a guem devo também ajuda, informagdes, bons conselhos e amizade tio cordial. Pea preciosa concessdo de tempo para que eu trabalhasse xno livro: 05 chefes do meu departamento, Philip Long, em Essex, ¢ profa. Jeruza Lyra Lucena, na Universidade Federal da Paraiba, Pela tarefa fundamental de encontrar uma edito- 1a, Wilson Hargreaves, da Casa do Livro, Brasilia, e por sua ajuda em possibilitar a edigio, se José Mindlin. Na revisio final da tradugio para o portugneés (além dos meus dois tra- durotes), o texto beneficiou-se muito da critica e das eorre- ‘Ges sugeridas pelo meu bom amigo, prof. Anténio Agenor Briguet de Lemos, A atualizagio do texto deve muito aos clippings e outras informagtes fonecidas por Fernando Goldgaber, do Rio de Janeiro, e Sonia Silva, de Campinas, c a todos os leitores da Agradecimentos primeira edigo que tiveram a gentileza de comunicar-me so- bre es rose omiss6es que cometi entre os quais ost. Manoel Portinari Leo, prof. Hitoshi Nomura, oeditor Jaime Pinsky 0 prof. Luis Guilherme Pontes Tavares. Eu eoT-A. Queiroz tabalhavamos juntos sobre a segun. da edigio até o inesperado e sabito falecimento do editor tem janeiro de 2004. A edigao de 2005 saiu gracas ao grande interesse da Editora da Universidade de Sao Paulo (coedi- tora da primeira edigio), especialmente da assessora, Carla Fernanda Fontana. a NOTA PREVIA Durante séculos, a Inglaterra possuiut apenas duas universi- dades (Oxford e Cambridge), sendo que no curso do século xtX, em ntimero bem limitado, foram acrescentadas as cha- ‘madas “universidades civicas”. No inicio da década de ses- senta, ocorreu uma subita “explosio universitaria”, quando, «em menos de cinco anos, surgiram seis novas (além de outras ‘mais na Escécia ena Ieianda) As novas instituigdes procuraram adotar novas filoso- fias de ensino e novos assuntos passaram a ser explorados. Entre elas, a Universidade de Essex, que decidiu preocupar- ‘se com 08 estudos latino-americanos, abrindo suas portas no ano de 1964. Recentemente formado em linguas ibéricas, accitei a ta refa de desenvolver na biblioteca uma eolegao sobre a Ame: rica Latina. Este foi o meu primeiro contato com os livros brasileiros. Impressionaram-me muito a boa qualidade de seu planejamento grifico e de sua apresentacao fisica, 0 que ‘me sensibilizou a descobrir mais sobre eles Em 1970, uma bolsa de estudos do Itamarati propiciou- -me a oportunidade de visitar © Brasil para executar pes- quisas, das quais resultou minha tese de doutorado, intitu- ada Uma Historia da Indistria Editorial Brasileira, com Referéncia Particular t Publicagao de Obras Literdrias. Era objetivo bisico desse trabalho demonstrar como o desen- volvimento da literatura brasileira foi determinado pelas circunstancias econdmicas, praticas comerciais ¢ condighes técnicas da indiistria editorial. Na elaboragio da minha tese (defendida na Universidade de Essex, em maryo de 1975), dirigia-me, como cra natural, a outros estrangeitos interessados no Brasil, Posteriormente, 0 aceitar convite do meu editor norte-americano no sent do de revisi-la para sua publicagio como livro, ainda tinha em mente 6 leitor do exterior. Nessa época, aceitara 0 cargo de professor de biblioteconomia na Universidade Federal da Paraiba, quando tive oportunidade de conhecer melhor © pais. Ao mesmo tempo, minha experiéncia docente com 26 Nota Prévia alunos brasileiros na disciplina Selegao de Livros ¢ Forma- «0 do Acervo Bibliogrsfico convenceu-me de que um liveo tratando do desenvolvimento e funcionamento atual da in- siistriaeditorial nacional podia ter um papel stl também na bibliografia brasileira. Estrangeiros como Fmile Legouis, Tocqueville, Gibbon, Armitage produzicam obras basicas sobre culturas alhcias. ‘Mesmo consciente da impossibilidade de competir com estes sgrandes homens, pelo menos deixei-me persuadir por ami 0s brasileiros do valor pratico de uma versio em portugués dda minha tese. NOTA SOBRE AS ESTATISTICAS “There are three kinds of hes lies, damned les, and statistics. rENJAMIN DIsRARtI, conde de Beaconsfield Quando do inicio de minhas pesquisas no Rio, em 1970, ‘em contato com a entio diretora do Institato Nacional do Livro, sta. Maria Alice Barroso, em busca das posstveis fon- tes estatisticas relevantes, esta me afirmou: “O Brasil nao é tum pais de estatistica!”, querendo dizer, evidentemente, que, apesar da sua quantidade, poucas mereciam confianga. Mas, neste sentido, qual o pais cujas estatisticas a merecem? Como bibliotecério, sempre me surpreendeu a avides com que os ususirios se apegam a dados estatsticos, sobre- tudo estatisticas oficias, como se representassem a propria verdade. Naturalmente, qualquer pesquisador sério deseja quantificar sua informagio, mas, na maioria das vezes, as estatisticas sio atoleiros ou areias movedigas, incapazes de suportar 0 peso dos edificios que pretendemos erigir sobre clas. Muitas vezes, ha variagio temporal na sua base, como no caso das estatisticas de importacio de livros, demonstra- dda na tabela 15. Hd também problemas de conceituag ue & de fato, uma livraria? (por exemplo, eja-se o §r80). Frequentemente os dados sao incompletos, situagio a que ime refiro sobre a produgao de livros nos $133 §176 A fiscalizagio das importagées difere daquela das ex- portagoes, © que € comprovado pelo confront entre os dados de pais de origem € os do pais de destino: em 19538, a Franga exportou 73,3 toneladas de livros para o Brasil, que recebew apenas 51 toneladas! A tabela 9 apresenta ou- tras discrepancias semelhantes do comércio livreiro entre ‘0 Brasil e Portugal. ‘Também uma impressio equivocada pode resultar da nos- sa maneira de apresents-las, Seria facil falar do analfabetismo 1no Brasil em termos de porcentagem global: segundo o censo 28 Nota sobre as Estatisticas de 1980, uns 42%. Mas isso esconderia a alta proporcio pré- escolar da populacao, 18,5 milhies. A taxa de afabetizagso entre a popalagio de quatro anos ou mais era de 68,7%j en- tre os brasileiros de mais de catorze anos cra de 73.9%. Mes- mo estas estatistcas podem engana, por encobeizem o fato de ser 0 analfabetismo, sobretudo, um problema da zona rural. ‘As zonas urbana jé haviam aleangado 70% vinte anos antes; no censo de 1980, alcangaram 83%. Ao combinar trés fatores extremos (sexo, residéncia eidade), achamos que a alfabetiaa- ‘elo das mulheres vai de 93%, na faixa etaria de 15-19 anos nas cidades,a.12,5% entre as camponesas de 70 anos ou mais, Finalmente, devo confessar que somente por ocasiao da revisto das provas da primeira edicio brasileira descobri que “livro” tem sentidos diferentes nas estatsticas do Servigo de Estatistica de Educagio e Cultura (Seec) e nas do Sindicato PREFACIO DA EDIGAO AMERICANA (1982) Hd apenas wma cosa a ser lembrada no tocante a edicies: nunca se vendem lino sobrea América Latina e sempre se venders Livros sobre Nelson {JONATHAN €APE, editor londeino! Nacional dos Editores de Livros (Snel). Para 0 Seec, deve ter 48 paginas, do contrario é folheto. Para o Snel, “livro” € qualquer publicac20 nao periédica sem fins publicirios. Assim, muitos livrinhos para criangas sao folhetos para 0 Seec, mas livros para o Snel. POR QUE © BRASIL? Isto é singular no easo de Nelson. A América Latina foi sew ‘maior feito. Com o tratado de Roma tendo, virtualmente, reinstalado o Sistema Continental de Napoleao, poderiamos dizer que a América Latina foi a sinica faganha duradoura de sua carreira. E certo que a América espanhola jamais teria logrado éxito em sua revolta se ele nao tivesse imobilizado as armadas francesa ¢ espanhola em Trafalgae.E, sem uma armada vitoriosa para escolté-los, os Bragancasdificilmente {eriam pensado em partir para o Brasil, transtormando,com isso, a coldnia em metrépole e dando-Ihe tanto a verdadeira independéncia como a unidade politica (o que, quer a Amé- rica de lingua espanhola, quer ade lingua inglesa, ainda no cconseguiram alcangar).. “Deus é brasileiro”, dizem eles, para explicar tanto 0 tipo como a forma pela qual a Divina Providéncia vela pelo pais © Brasil nio é exatamente © maior pais do mundo. Mas seus 8511965 quilmetros quadrados, sem areas geladas ou arias, e sem encostas ingremes davam ao pafs, mesmo ‘em 1808, a maior extensio de territdrio habitavel sob uma Sinica soberania. O eurioso desejo da Inglaterra de aplacar a Franga, apos Waterloo, fez com que o Brasil perdesse 0 que éhojea Guiana Francesa; a vontade mais compreensivel dos ingleses de ter, na embocadura do rio da Prata, um Estado- -campo fraco (que fiasse situado entre o Brasil ea Argen- «Anthony Blond, The Publishing Game, Londees, Cape, 1971,p.11 xe Preficio da Edigio Americana (1982) tina) fex com que o Brasil perdesse 0 que é hoje 0 Uruguai. ‘Mas, sob outros aspectos, esse imenso pais tem revelado ‘uma sunpreendente coesao, Cinco paises (China, India, uRss, Estados Unidos e Indonésia) possuem populagées maiores, 'mas todos apresentam, em diversos graus, heterogencida- de étnica e linguistica. No Brasil, a discriminagao (embora ilegal) é muito difundida, masa linha divis6ria da cor é tio impalpivel quanto a linha do horizonte em uma nublada manha de noyembro nos pintanos de Essex; em nenhum outro lugar das colénias americanas, a raga & menos impor- tante como fator politico. O portugues € frequentemente depreciado mais ou menos da mesma maneira que os in-

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