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Patricia Fernandes
Fraga
Direito Penal, política
criminal e criminologia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O Direito, grosso modo, como sistema de controle social e orientação
de condutas, é uno. No entanto, para um estudo mais detalhado, bem
como para sua aplicação em conformidade com a natureza dos fatos
jurídicos e com a relação entre os sujeitos destinatários da norma, é
fracionado em ramos distintos. No que tange ao Direito Penal, tal divisão
é, tecnicamente, necessária, pois se trata de um ramo do Direito que lida
com valores essenciais à convivência social e sérias restrições à liberdade
dos indivíduos.
Neste capítulo, você vai estudar as relações entre Direito Penal, política
criminal e criminologia, de modo a alargar seu conhecimento acerca das
ciências penais.
[...] como o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena, como
consequência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para
estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de
liberdade em face do poder de punir do Estado.
[...] faz possível, por conseguinte, ao assinalar limites e definir conceitos, uma
aplicação segura e calculável do Direito Penal, e faz possível subtrair-lhe a
irracionalidade, a arbitrariedade e a improvisação. Quanto menos desenvolvida
esteja uma dogmática, mais imprevisível será a decisão dos tribunais, mas
dependerá do azar e de fatores incontroláveis à condenação ou à absolvição.
(SÁNCHEZ, 1992, p. 43, tradução livre)
Inimputáveis
Menores de 18 anos
[...] a ciência que estuda o crime, como fenômeno social, e o criminoso, como
resultado desse fenômeno, sendo ele, integrante do cenário ilícito, não somente
como agente, mas também quanto às causas do delito e da motivação para o
cometimento de infrações penais.
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[...] chamada a apreciar o direito existente sob o ponto de vista da sua cor-
relação com o fim do Direito Penal, – a repressão do crime, e a indicar,
d’entre os meios disponíveis, os mais adequados para a consecução desse
fim. E’ a ciência da legislação penal apreciada quer quanto aos resultados do
seu desenvolvimento histórico, quer quanto às reformas que nela devem ser
introduzidas (LISZT, 2006, p. 35).
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[...] que oferece aos poderes públicos as opções científicas concretas mais
adequadas para o controle do crime, de tal forma a servir de ponte eficaz
entre o Direito Penal e a criminologia, facilitando a recepção das investiga-
ções empíricas e sua eventual transformação em preceitos normativos. [...]
A política criminal, por seu turno, incumbe-se de transformar a experiência
criminológica em opções e estratégias concretas assumíveis pelo legislador
e pelos poderes públicos. O Direito Penal deve se encarregar de converter em
proposições jurídicas, gerais e obrigatórias o saber criminológico esgrimido
pela política criminal.
ciências compõem os três pilares do sistema das ciências criminais, que, embora
distintos, necessitam dialogar constantemente no intuito de compreender o
fenômeno delitual. O Direito Penal se baseará na norma penal criminalizadora;
a criminologia, nas raízes da criminalidade; a política criminal se apropriará
de todo o conhecimento gerado pela criminologia e pelo Direito Penal para
estabelecer quais as maneiras mais adequadas de prevenir, sempre que possível,
combater, quando necessário, e reprimir o fato criminoso.
BRASIL. Decreto-lei nº. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em:
10 maio 2018.
BANDEIRA, T.; PORTUGAL, D. Criminologia. Salvador: UFBA, 2017.
COLNAGO, R. Direito penal: parte geral. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
JESUS, D. Direito penal: parte geral. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1.
LISZT, Franz von. Tratado de Direito Penal alemão. Brasília: Senado Federal, 2006. v. I.
MOLINA, A. G. P.; GOMES, L. F. Criminologia. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
NUCCI, G. S. Direito penal: parte geral. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
SÁNCHEZ, J. M. S. Aproximación al Derecho Penal Contemporáneo. Barcelona: José
Maria Bosch, 1992.
SHECAIRA, S. S. Criminologia. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
Leituras recomendadas
FERRAZ JÚNIOR, T. S. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 5.
ed. São Paulo: Atlas, 2007.
GOMES, L. F. A criminologia como ciência empírica e interdisciplinar: conceito, método,
objeto, sistema e funções da criminologia. BuscaLegis.ccj.ufsc.br. Disponível em:
<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/13515-13516-1-PB.pdf>.
Acesso em: 30 abr. 2018.
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