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Grupos de RCCBRASIL oa __COMISSAO NACIONAL DE FORMAGAO DA RENOVAGAO CARISMATICA CATOLICA CAPITULO 1 SS Renovacio Carismatica do Brasil - RCCBRASIL Nos somos a Renovacao Carismatica Cartotica! 1. INTRODUGAO Ao longo dos tempos temos percebido de que forma Deus tem operado significativamente na His- t6ria da Humanidade através da Renovagdo Caris- matica Catélica, que décil ao Espirito Santo tem sua historia e sua experiéncia cotidiana marcadas pela poderosa acdo do Pardclito, o Consolador. A Renova- {580 Carismatica Catolica ¢ um Movimento da Igreja Catolica Apostolica Romana que busca uma cres- cente consciéncia e experiéncia da presenga e acio do Espirito Santo na vida dos fieis, propiciando a ‘seus membros uma constante renovacdo espiritual 2.DESENVOLVIMENTO 2.1. O “fim de semana de Duquesne” Este maravithoso Movimento Eclesial surgiv como fruto de um Retiro Espiritual feito por um gru- po de professores ¢ alunos entre os dias 17 ¢ 19 de fevereiro de 1967 na Universidade Duquesne, em Pittsburgh, Pensitvinia, Estados Unidos da Améri- ‘ca, no existindo, no entanto, um fundador humano deste Movimento. Fol o proprio Espirito Santo que © suscitou. Em clima de oracdo, fraternidade e im- pactados pela forca das promessas de Deus acerca do derramamento do Espirito Santo, contidas tanto ‘no Antigo quanto no Novo Testament (cf. |s. 4, 18: Ez, 36, 25-27: Ez. 37, 1-14; Joel 3, 1-2; Jo. 14, 16- 17.26; J0. 15, 26; 0. 16, 7-11.13-14; At. 1, 4-5.8), bem como por uma bibliografia favoravel, simples- "mente oraram fervorosamente para que se renovas- se naqueles dias o que acontecera em Pentecostes. 0 resultado disso ¢ que foram todos batizados no Espirito Santo e alguns daqueles jovens participan- tes do retiro que ficou conhecido como “o fim de semana de Duquesne" testemunham essa experi- Encia ainda nos dias de hoje nos diversos Encontros da RCC. O interessante ¢ que sempre ha algo novo ‘em cada vez que testemunham. Esta experiéncia de um Novo Pentecostes se alastrou vertiginosamente em pouco tempo por toda a nago estadunidense - em 1968 0 primeiro Congresso Nacional nos EUA reuniu cerca de 100 participantes, em 1972 j4 contava com cerca de 12 mil pessoas e em 1973 com 25 mil carismaticos -, sendo também compartithada com 0 mundo int ro. No inicio dos anos 90, segundo pesquisas feitas pelo ICCRS (Servico Internacional da Renovacdo Carismatica Catdlica), a Renovago alcancou apro- ximadamente 100 milhdes de pessoas em 240 pat ses. E aqui estamos nds, podendo clamar a qualquer momento essa Pessoa-Dom: “Vem, Espirito Santo, vem!” E Ele vem porque quer se derramar sempre sobre nos e nos encher continuamente de Sua pre senga renovadora e santificadora, A RCC chegou a0 Brasil em 1969, através dos Padres norte-americanos Eduardo Dougherty e Ha- roldo Joseph Rahm, Iniciou-se na cidade de Campi nas ~ SP, alastrando-se rapidamente por todos os estados brasileiros. Em 1973 fora realizado 0 1° Congresso Nacional da RCC, em que compareceram cerca de 50 lideres para discernir esta Obra no Bra- sil, Em 1974 jé fot realizado 0 2° Congreso Nacio- nal, em Itaici, que contou com a presenca de lide- res de Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sdo Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Santos, dentre outros. A partir de 1974 a expansio da Renovacdo Carismatica no Brasil ganha grande velocidade e dinamismo. 2.2. 0 relacionamento com o Espirito Santo ao longo da Historia da Igreja Ao mergutharmos na Historia da Igreja perce- bemos que © Espirito Santo ficou um tanto “reser- vado" aos Sacramentos; fora um tanto instituciona lizado; estava de certo modo “esquecido” pelo Povo de Deus. A devocio a Ele era escassa ¢ esparsa. As experiéncias pentecostais eram reservadas a alguns m{sticos, de forma muito peculiar e extraordinaria. Iss0 se deveu a alguns fatores, tais como a neces sidade de alicercar e aprofundar de forma incisiva a Teologia sobre Jesus Cristo, que foi alvo de ind- meras heresias, o surgimento de algumas heresias (na linguagem de $30 Paulo a Timéteo: “doutrinas extravagantes") sobre a ac3o do Espirito Santo nos homens, dentre outros. Tudo isso levou a um fecimento” do relacionamento dos cristos com a Pessoa do Espirito Santo e de certa forma o "VEM" da Igreja se tornou enfraquecido. Durante alguns séculos os cristdos, em geral, no devotaram tanta Iintimidade com a Pessoa do Espirito Santo Apostila - Grupos de Perseveranca =~ 2.2.1 A humilde Beata Elena Guerra Deus suscitou entdo, no século XIX, uma sim- ples Freira, nascida na cidade italiana de Lucca, de nome Elena Guerra (23 de junho de 1835 ~ 11 de abril de 1914) que, movida pelos insistentes apelos do Senhor a0 seu coragdo, escreve 13 Cartas 20 San- to Padre, o Papa Lego Xill, pedindo-the que levasse a lgreja a entrar novamente no Cendculo e que con- vocasse os cristdos modernos a redescobrirem a de- ‘vosio ao Espirito Santo do qual o mundo tanto pre- cisa para vencer as forcas demoniacas. Estas cartas foram escritas entre os anos de 1895 e 1903, sendo que em outubro de 1897 Elena Guerra é recebida em Audiéncia pelo Papa Ledo Xill que a encoraja @ prosseguir 0 apostolado pela causa do Espirito San- to e autoriza também a sua Congregacao a mudar de ‘nome, para methor qualificar seu carisma prépriona Igreja: Oblatas do Espirito Santo. Mais tarde (em 26 de abril de 1959) Elena Guerra sera intitulada pelo Papa Jodo XXIII de Apéstola do Espirito Santo dos tempos modernos e elevada & dignidade de Beata da Santa lgreja Deus fala d sua igreje através do Santo Espi- rito, © Papa LeBo Xill se sensibilizou com 0 apelo feito pela Freira Elena Guerra e, em 1895, escreveu a Carta Apostolica Provida Matris Charitate, na qual pedia aos cristdos que rezassem a Novena Solene do Espirito Santo antes de Pentecostes. Em dezem- bbro de 1897 0 Papa Ledo Kill publicou a Enciclica Di- vinum lllud Munus sobre a Pessoa do Espirito Santo, © relacionamento do homem com o Espirito Santo, convidando novamente a igreja a rezar a Novena do Espirito Santo, como uma Novena perpétua. Em sua Carta datada de 15/10/1900, Elena Guerra suplica 20 Papa: “Santissimo Padre, que 0 novo século co- ‘mece com um Veni Creator Spiritus, cantado no ini- cio da Missa de meia-noite, ou na primeira Missa ce- Lebrada em cada Igreja no primeiro dia do ano. Essa € a vontade de Deus.” Em 1° de Janeiro de 1901 0 Papa entoou o Veni Creator consagrando 0 Século XX a0 Espirito Santo. Eis alguns dos pensamentos e ensinamentos da Beata Elena Guerra’ + °O Pentecostes nio terminou; de fato ¢ sempre Pentecostes em todos os tempos e em todos os lugares, porque 0 Espirito Santo de- seja ardentemente dar-se a todos os homens @, aqueles que o desejam, podem recebé-lo sempre; portanto no temos nada a invejar 205 Apéstolos e aos primeiros cristdos; nés $6 temos que nos dispor, como eles, a recebé-lo bem e Ele vird a n6s como veio a eles.” + "Nao foi somente sobre os Apéstolos que desceu 0 Espirito Santo, como mostrou tam- bém por meio de sucessivas aparigdes nos dias que Se seguiram a Pentecostes, mas vem para todos os figis, em todos os lugares, em qual- quer idade, basta que o queiram, que O invo- quem, e the deem lugar no proprio coracao.” + *Avinda do Espirito Santo no Censculo foi e € como o beijo da reconciliagdo dado por Deus 4 humanidade, redimida com 0 Sangue de Je- sus Cristo. + "0 que é que pode faltar 8 alma que pode dizer a0 Espirito: "Vern?" + "Se 0 "Vem’, aquele abencoado ‘Vem’ que a partir do Cenaculo a santa Igreja nao cessou nunca de repetir, se tornasse to popular com ovAve'l + *O Espirito Santo é a tua vida e tu no podes fazer nada de bom sem Ele.” 2.2.2 0 neo-pentecostalismo cristdo— 0 fendmeno da Azusa Street (Rua Azusa) Diante da orag3o fervorosa do Romano Pon- tifice, Deus abre as comportas dos céus e derrama deliberadamente o seu Espirito sobre a Terra, En- tretanto, a Igreja Catdlica estava de certo modo “fe- chada" a esse reavivamento espiritual pelo menos naquele momento. Assim, na noite daquele mesmo dia em que 0 Santo Padre havia consagrado 0 s¢- culo XX ao Espirito Santo a crista evangélica Agnes ‘Ozman, membro de uma Comunidade Evangélica da cidade norte-americana de Topeka, recebeu a Efu- s80 do Espirito Santo (BES) e comecou a falar e em Linguas. Em 1906, através do Reverendo William Seymour, acontece na famosa Azusa Street (Rua ‘Azusa), em Los Angeles, California/EUA um grande pentecostalismo, que se difunde para todos os con- tinentes em 2 anos. No ano de 2006 completou-se o centendrio do fendmeno de Azusa Street, tendo sido convidadas varias expresses pentecostais do mundo, inclusive a Renovagio Carismatica Catélica, que teve como um de seus representantes, enviado diretamen- te pelo Vaticano, o Sr. Reinaldo Beserra dos Reis, membro permanente de nosso Consetho Nacional dda RCCBRASIL 2.2.3 O Papa Jodo XXIll e o Concitio Ecuménico Vaticano II Com a morte de Pio Xit, fol eteito Sumo Poneifi ce em 28 de outubro de 1958 0 Cardeal Angelo Giv seppe Roncalli, que assumiu o nome de Jo30 XXIlL Devido a sua jé avancada idade, era considerado como um Papa de transigBo, que ndo teria tempo nee et Yaopmr ope ahernanse para realizar ou inovar muitas coisas. Porém o Espl- Fito Santo moveu o seu corac3o para que convocas ‘se um novo Concilio, o Concilio Ecuménico Vaticano Il Através da ConstituigSo Apostética Humanae Sa- lutis, com 0 qual convocou oficialmente o Concitio, © Papa Joo XXill antecipa o que este evento sig- nificaré: "Repita-se deste modo, na familia crist8, 0 espetaculo dos apostolos em Jerusalém, depois da ascensio de Jesus aos céus, quando a igreja nascen- te se viu toda unida em comunhao de pensamento e de preces com Pedro e ao redor de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. E digne-se o divino Espirito ouvir da maneira mais consoladora a oracdo que to- dos os dias sobe de todos os recantos da terra: 'Re- nova em nossa época os prodigios, como em novo Pentecostes; e concede que a igreja santa, reunida em undnime e instante orago junto a Maria, Mae de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do di no Salvador, que é reino da verdade, de justica, de amor e de paz.’ Assim sejal” © Concilio Vaticano I foi, de fato, um novo Pentecostes para a vitalidade da Igreja. 0 Concilio ampliou as possibilidades apostolicas dos leigos, afirmou taxativamente a importéncia e utilidade dos carismas para aIgreja no mundo, significou uma profunda renovacao eclesial. Ainda colhemos e te- Femos.a colher muitos frutos deste Evento que pos- teriormente o Papa Paulo V! irs denominar de “hora de Deus para a igreja nesta viragem da historia” (Exortagdo Apostélica Evangelii Nuntiandi, 4) Iniciou-se em 11 de outubro de 1962 e apés 4 intensas sessdes, encerrou-se em 8 de dezembro de 1965, vindo a Renovac3o Carismatica Catolica (RCC) surgir um pouco mais de um ano depois, a partir do "fim de semana de Duquesne" em feverei: ro de 1967, conforme ja visto. Assim entendemos porque o Papa Jodo Paulo Il disse que um dos gran: des frutos do Concilio Vaticano Il foi o surgimento da Renovacdo Carismatica Catdlica, Dirigindo-se 20 nosso Movimento na Italia, em 14 de marco de 2002, Joo Paulo Il disse: "No nosso tempo, dvido de esperanga, fazei com que 0 Espirito Santo seja conhecido @ amado. Assim, ajudareis a fazer que tome forma aquela ‘cultura do Pentecostes’, a inica que pode fecundar a civilizacao do amor e da convi- véncia entre os povos”. Aqui compreendemos bem ‘quem somos: APOSTOLOS DA EFUSAO DO ESPIRITO SANTO, NS Renovacio Carismatica do Brasil -RECBRASIL 3.CONCLUSAO Tendo 0 Grupo de Ora¢so(GO) como sua célula fundamental, a RCC continua se expandindo pelos 4 cantos do mundo anunciando 0 Evangetho a toda a criatura e implantando a Cultura de Pentecostes, 0 Grupo de Oragdo ¢ um espaco privilegiado para a experiéncia de Pentecostes, experiéncia essa que se faz necesséria todos os dias. O Grupo de Oracdo é © cenaculo de Pentecostes dos dias atuais, de onde no podemos nos afastar. 0 Papa Bento XVI assim ensinou: “A Igreja sem © Espirito Santo ¢ uma organizacao meramente hu: mana’. Por isso, entendemos ser necessirio que continuamente a humanidade faca a experiéncia da Efusdo do Espirito Santo, através deste Movimento Eclesial que tem como sua Identidade a vivencia do Batismo no Espirito Santo com todas as suas conse- quéncias. Somos convidados a semear a cultura de Pentecostes, a tornar o Espirito Santo mais conhe- cido e amado, a levar os irmios a um Encontro com Jesus a partir da experiéncia do Batismo no Espirito Santo. PROPOSTA DE DINAMICA: 1. Baixar 0 video "Vida longa aos caris- méticos” do Papa Jo30 Paulo Il no You Tube e apresentar aos participantes por meio de data-show ou mesmo em TV-D- VD, se posstvel, 2. Partitha: De que forma a Renovacdo Carismatica Catélica tem me ajudado a ser um(a) crist3o(8) methor? Apostile- Grupos de Perseverance <-> a Praticas Espirituais Parte | PREFACIO ‘A missdo que o Senhor confiou a seus Discipu- los e, portanto, a todos nés batizados, é uma miss3o ‘essencialmente espiritual e, para exerce- tas veres seré inevitdvel travar verdadeiras bata thas espirituais. S80 Paulo nos ensina esta verdade ‘quando se dirige aos efésios ¢ afirma que: "...ndo é contra homens de carne e de sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, con- tra 0s principes deste mundo tenebroso, contra as forgas espirituais do mal espathadas nos ares.” (cf Ef. 6, 12). Sabendo desta realidade, 0 proprio S80 Paulo orienta para nao vacilarmos em nossa vida de oracdo (nossa vida espiritual) e recomenda: “Inten- sifical as vossas invocacdes e sUplicas. Orai em toda ircunstancia, pelo Espirito, no qual perseverai em intensa vigilia de stiplica por todos os eristdos"” (cf £F6,18) Desta maneira, uma vez que o nosso servico na Renovaga0 Carismatica Catdlica ¢ 0 meio que 0 Se- nhor nos concede para cumprirmos a nossa miss3o, podemos concluir que para exerce-la plenamente € necessério cultivarmos @ retomarmos uma vida de intimidade com 0 Senhor e crescermos em sua dependéncia. Neste sentido, um dos meios bastan: te eficazes para alcancarmos esta intimidade com Deus ¢ a vivencla das praticas espirituais que se- Fo aqui sugeridas: Orago Pessoal (disria), Leitura Orante da Biblia (didria), Confissao (mensal), Oragao do Tergo ou do Rosario (diaria), a pratica do jejum (todas as sextas-feiras) e Adoragdo a0 Senhor no Santissimo Sacramento (semanal) Esta vida intima com 0 Senhor come¢a a partir do momento em que nos disciplinamos a exercer 2 nossa espiritualidade de forma séria e continua, buscando viver a mistica dessas praticas espirituais sem, no entanto, exercé-Las como simples “devocio: nalismo". A espiritualidade ¢ algo cultivado na pes- 50a, e que se transforma em paixdo pela missio. € 2 nossa espiritualidade que mantém viva a forca e 2 qual idade de nossas opgdes e compromissos. £ como a agua que mantém viva a planta. Nao se per- NS Renovacio Carismitica do Brasil - RECBRASIL cebe a otho vivo que esta agua esta desde a raiz até na ponta das folhas, porém se deixarmos de irriga la 0 seu destino sera secar até morrer... Da mesma forma, se deixarmos de cultivar a nossa vida espiri tal, seremos como esta planta: sem frutos... secos. sem vida, Somente conseguiremos éxito em nossa mis~ slo se estivermos firmes em nossa espirituatidade, se formos verdadeiros Amigos de Deus vivencian- do no dia a dia de nossas vidas cada uma destas praticas espirituais aqui sugeridas. Precisamos ser dependentes do Senhor, que nos diz: “.. sem mim nada podeis fazer” (cf. Jo 15.5). Avvivéncia continua destas praticas espirituais {rd aos poucos nos tornando parecidos com o modo de ser, de viver, de falar e de agir de Jesus. Quando rezamos, o Senhor nos dé. o dom da sabedoria e passamos a perceber verdades que antes no conheciamos, passamos a ter solucdes ovas para problemas que sem oragio poderiamos nos destruir. “Invaca-me, e te responderei, revelan- do-te coisas misteriosas que ignoras”. (Jr. 33,3) Este é um chamade para toda a Renovacio Ca- rismatica Catolica do Brasil. E é com este intuito que recomendamos a todos os servos a vivéncia destas praticas espirituais para que tenhamos uma visio ampliada e assumamos 05 nossos postos, a fim de passarmos da fase apologética para uma fase de combatividade profética em nossa missao. Oramos para que voce faca parte daqueles que escutardo este chamado e que buscario pé-lo em pratica a cada dia, pois cada dia é uma aventura na busca por esta maravithosa fidelidade. Agindo assim, com certeza experimentaremos a presenca deste Deus que esta t8o proximo de cada um de nds. Reflitamos a partir de agora sobre algumas das praticas espirituais ensinadas e incen- tivadas pela Mae igreja para a edificagao de nosso homem interior. Apostila - Grupos de Perseveranga <= ~ 1. ORACAO PESSOAL 1. INTRODUGAO A oracdo pessoal ¢ um momento de intimida- ‘de com Deus, um distogo sincero essencial de amor, um encontro espontaneo no sentido do ser. S80 ca- racteristicas necessérias & oracdo: um tempo reser vado, fidelidade e perseveranca. Este tipo de oraco pode ser vocal ou mental, devendo ser observados ‘alguns aspectos priticos, como o lugar onde se vai rezar, ter um ambiente acothedor, um hordrio, uma postura corporal e um didrio espiritual para anotar {as inspiragBes do Senhor. A oracdo pessoal ¢ um dos meios mais eficazes de crescimento espiritual, visto que ¢ uma necessidade natural do fiel, tanto quanto ‘0 comer e o respirar, devendo desta forma, ser natu- ral e agradavel. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1.0 que é oragéo? ‘Segundo 0 Catecismo da Igreja, a oracao ¢ vis ta, nas primeiras passagens biblicas, como um modo concreto e bonito de relacionamento com Deus que se mostra mediante a apresentacdo de oferendas a Deus, ou pela invocacdo do nome de Deus, ou ainda como uma caminhada com Deus. A luz dos relatos biblicos, que nos narram diversas experiéncias es- pirituais dos grandes homens de Deus, encontrare- mos varias noges que nos levam a entender o que Seja a oracdo, No chamamento de Abraao e na sua resposta a Deus, a oragdo se expressa como uma es: cuta atenta e silenciosa do coragio 8 vor de Deus e como uma resposta concreta na obediéncia a Ele {obediéncia significa em latim, ouvir com atencdo), buscando realizar a vontade de Deus, por meio de agbes concretas, e que por sua vez requer como fun- ‘damento Unico o dom da fé na fidelidade de Deus. A ‘oracdo restaura no homem a semethanca de Deus e © faz participar do poder do amor de Deus que salva a multiddo. Na experiéncia de Jacé a oragdo pode ser definida como o combate da fé e como a vitoria da perseveranga. Na profunda experiéncia de Moi- sés a oracdo revela sua dimensio de intercessdo, de didlogo com Deus, que por primeiro vem a0 seu encontro, revelando sua mais bela face, a da contemplaco, pols Moisés falava com Deus face a face. Neste 4mbito a oragdo se apresenta como um encontro intimo com Deus, Por sua vez em Davi a oracio adquire um rosto novo, de louvor e ac3o de ‘gracas, expressando sua adesio fiel, sua confianga fe alegria no Senhor. J4 na experiencia espiritual dos Profetas a oragdo é revelada como uma escu- ta e fidelidade & Palavra de Deus, que impulsiona as espectficas misses de falar em nome de Deus. E 08 salmos sdo a propria Palavra de Deus que se faz oragdo, pessoal e comunitaria, ensinando-nos a orar sempre, em todas as circunstancias da vida, se ca racterizando pela simplicidade e espontaneidade um continuo desejo de Deus, aqui a oragao re- flete a vivencia da fé nos diversos acontecimentos da nossa vida Com a manifestacso do Filho de Deus, a ora- Bo encontra sua plena revelacio em Jesus, que Feza com seu coracio humano, sendo um coracao de Fitho. Desse modo a oracio possui uma novida: de: a orag3o se manifesta como oracao filial, como um encontro com 0 Pai. Jesus sendo um homem de oracdo nos mostra toda a forca da oracdo, e sua im: portancia na vida humana e nos seus momentos de- cisivos configurando-se segundo o testemunho de Jesus: como uma entrega humilde e confiante vontade amorosa do Pai, como uma ades3o amoro: sa do coragao ao mistério da vontade do Pai, como uma ago de gracas, que deve vir por primeiro. Nos Evangethos Jesus deixa seu ensinamento sobre a orac30, que deve ser assim compreendida: como um encontro filial com 0 Pai, movide pelo Espirito Santo, que nasce de um coraco_humit de e reconciliado com todos, fruto de uma fé viva, @ em constante vigilancia. A oragdo, em sua propria esséncia, requer algumas propriedades: pri- meiro a persisténcia; depois a paciéncia e por fim a humildade. A grande novidade que Jesus nos traz, mediante a sua encarnagio, ¢ esta: a oracdo dos discipulos deve ser feita, "em seu Nome”, pois Ele 6 0 caminho, a verdade e a vida, nosso Intercessor diante do Pai. E por fim no Magnificat aprendemos de Maria qual a finalidade diltima da oracdo crist8: @ unido com Deus, nossa comunhdo com Ele, "ser todo dele porque Ele ¢ todo nosso 2.2 Como deve ser a oracio pessoal? A oracdo pessoal deve antes de tudo ser pes: soal, onde cada pessoa encontrara seu proprio ca~ minho na oragdo sendo guiado pelo Espirito Santo € norteado pelos ensinamentos profundos que a Igreja nos deixou em sua riquissima Tradic8o, a par- tir das diversas experiéncias dos grandes santos e santas da Igreja. Cada um deve encontrar seu méto- do de Oraco Pessoal, e a forma de oracdo pelo qual vai se identificando, passando pela Oracio Vocal, de louvor e de intercessdo, adentrando nos esquemas misticos da meditagdo e da contemplagdo, como ‘orago mental, e perpassando pela Lectio Divina, leitura orante da Biblia, ou pela Oragao dos Salmos, Liturgia das Horas, ou ainda pela Oracdo do Santo Tero, como devogo mariana, ou passando pela in- vocaco do nome de Jesus, mediante diversas jacu- latérias, sendo que todas elas devem convergir para © sentido Ultimo de nossa vida: a adoracao. © importante € encontrar-se naquela forma de oracdo que mais 0 identifica com sua realidade existencial e com seus desejos espirituais de en- contro com Deus; assim como deve se priorizar an. tes de tudo a fidelidade & orac3o pessoal, na busca da uniao com Deus, e nao simplesmente de sentir a Deus, pois sentir Deus no depende de nés, isto € graca, dom gratuito, que Deus concede a quem quiser e quando desejar, mas o buscar a Deus, isso depende da minha vontade. *“Contudo o sentir Deus no € ainda o principal na vida espiritual. O princi- pal esté em querer a Deus por si mesmo. Pois 0 sen- tir Deus no esté sempre a0 nosso alcance, enquan- to 0 querer Deus sim”, nos alerta frei Clodovis Boff. A oracio pessoal deve concretizar 0 pedido de Jesus: "Orai sem cessar”, em todas as circunstancias da vida, 0 que equivale a dizer que todas as circuns- t8ncias, todos os acontecimentos s80 meios pelos quais podemos fazé-los oracdo, aqui vida e ora- {530 se encontram, ambas se cruzam, a vida se faz oragSo, e oracdo se faz nossa vida. Adorar a Deus em espirito e em verdade, este é o ideal proposto por Jesus. Comentando esta passagem Monsenhor Jonas Abib ensinava que esta adorac3o a Deus de- ver ser feita no Espirito, que clama em nos Abba Pai, ¢ em verdade, na verdade de nossa vida, com tudo aquilo que estamos pasando em nossa realidade existencial e espiritual, do contrério nossa oragdo corre o risco de ser mentirosa. A oracao pessoal deve ser fruto do nosso amor a Deus, pois onde no ha amor tudo se torna insigni- ficante, j8 nos dizia Santa Terezinha: Nada é peque- no onde © amor é grande, como também deve ser ‘expresso de um compromisso de vida, algo de fato vital para nés, sem a qual a vida perde sentido, uma vez que sem esse comprometimento com Deus e fi- delidade perseverante & oracdo pessoal corremos © risco de no progredir na fé, de paralisar nos- so crescimento espiritual, e assim ndo chegarmos & plena estatura do Cristo, como meta de toda vida rist8, segundo nos propde Sao Paulo. 2.3 Condigdes para uma o: al eficaz 10 pesso- Para uma boa oracao necessitamos estar aten- tos para algumas condicdes prévias que nos ajudam a viver a oragdo como uma experiéncia de encon- tro com Deus, ou seja, para uma oracdo profunda e verdadeira necessitamos de uma preparagao, que serviré de apoio e ajuda para que a oracdo flua em intimidade e profundidade. Maneiraspraticasdeplanejareentraremoragao: 1—-ESCOLHER A HORA: Se no estabelecermos uma hora especifica para orar, ndo seremos capazes de orarmos regular- ‘mente. Por isso, escolha um momento em que voc no esteja esgotado, mas alerta e concentrada em NS Renovagdo Carismatica do Brasil - RECBRASIL Deus no nivel mais profundo do corasao. 0 horsrio que vocé escolheu deve ser o methor tempo de ora- 680: “horario nobre". 2—ESCOLHER UM LUGAR: Uma das coisas que deve pesar na escolha de um lugar para a oracdo é 0 fato de que ele esteja Longe de perturbacdes, um lugar onde voce possa fi- car alerta e concentrado. Pode ser em casa, na igre- ja, no escritério, no jardim. 3 -ENTRAR EM ORACAO: a) Peca a presenca do Espirito Santo: £ Ele quem nos ensina a orar. E Ele quem nos leva 2 oracdo € nos revela como nés devemos ora. b) Examine sua consciéncia: Considerando que @ comunicacio com Deus é bloqueada pelo pecado, Deus pode em sua oracao levé-to 5 "enxergar” seu proprio interior. O Exame de consciéncia pode ser um momento maravi- thoso, cheio de graga em que Deus nos ajuda a jogar por terra todos os bloqueios que nos impedem de entrar numa orac3o profunds. A ‘medida que o Senhor for revelando seus peca dos, peca a graca de abandon-tos, Faga um fir me propésito ¢ rejeite o pecado, certo de que ele faz diminuir a sua capacidade de conhecer @ servir a Deus €) Apresente 0 “seu problema” a Deus: Mui- tas vezes nossas oracdes tornam-se ineficien- tes por causa de nossos fardos de ansiedade e temor. Sem davidas, é importante apresentar nossos problemas ao nosso Pai celeste, porém no devemos deixar que todo 0 nosso tempo de oracao seja tomado por tais divagacdes. Co- loque, portanto, nas mos do Pai, suas ansie- dades, problemas, preocupacdes e fardos a0 comegar a sua oracao e permita que Deus seja soberano em sua oracdo. 4) Louve a Deus: Faca uma oracio verbal de louvor a Deus, por tudo que Ele , por tudo 0 que Ele faz, por toda a Sua obra. Nao seja timi- do; nao hesite em repetir os louvores de um cantico, de um salmo, expressando ao Senhor toda a alegria que hd no seu coraco por Ele, pela Sua presenca na sua vida. Louve a Deus pelo bom e também por aquilo que nio esté bom. Se persistir na prética da oragio e do louvor, voce se surpreendera ao ver como até (© mais grave de seus problemas parecera mi- imo. e) Faca perguntas a Deus: Faca perguntas 2 Deus sobre coisas que estdo em seu cora: Bo. Traga esses problemas a Deus com total confianca de que ele agird em seu favor. Seja “aberto” para encontrar uma resposta em sua oracdo, na Eucaristia, na Palavra de Deus, no Catecismo ou em outros livros, no consetho de Apostila - Grupos de Perseveranca =~ > um padre ou de outro conselheiro espiritual. Deus nos responders e orientard. f) Interceda com fé e confianca. Pega aquilo de que vocé precisa, Peca também pelas pes- soas que estdo necessitadas de orac3o. Deus dard! Nao precisamos de influéncia ou presti- gio, precisamos da Palavra de Deus em nossos corages fornecendo a base para o entendi- mento de nés mesmos e do mundo que esta 3 nossa volta. Peca a Deus os dons e os carismas que ele deseja dar a voc®. 2) Anote o que Deus mostra: Antes de termi- nar sua oracio, escreva o que Deus the disse fe mostrou e revise no final de cada dia aquilo {que escreveu. Isso torna a oracio mais pareci- da com um dialogo fluente. 2.4 0s efeitos desta pratica espiritual. A oracao pessoal possibilita aquele que reza com fé e com perseveranca, pois neste assunto n3o ha imediatismo nem magicas, e para tanto requer persisténciae fidelidade, angariar no mbito huma- ‘no, como nos ensina frei Clodovis Boff, quem reza e ‘medita adquire uma identidade mais sélida, Ganha ‘em autorrealizacao, vé mais sentido nas coisas, per- cebe mais encanto em seu mundo, sente-se mais cheio de serenidade, equilibrio e felicidade inte- rior, cresce sua sensibilidade aos valores profundos da vida, e mais ainda, a oragdo ajuda a recuperar a saiide, protege contra a perda da harmonia interior, propiciando autocontrole e serenidade do coraco, @ permite enfrentar os problemas da vida com me- thores chances de sucesso. Por sua ver no Ambito espiritual a oragdo gera uma confianga filial em Deus, de quem tudo recebemos, nos impulsiona a uma fé mais viva, ao mesmo tempo que dela proce: de, fortatece nossa vontade na busca pela santidade de vida, nos leva a uma experiéncia mais profunda do amor de Deus, faz iniciar em nos um proceso continuo de cura interior, assim como vai sedimen- tando em nosso coragao as virtudes cristas, e opera a libertacao interior dos vicios e de seu enraiza- mento em nossas estruturas humanas. Uma vez que no podemos dizer Jesus ¢ 0 Senhor sengo pela mo- ‘<0 do Espirito Santo, como nos ensina o Catecismo: “cada vez que comecamos a orar a Jesus € 0 Espirito ‘Santo que, por sua graca preveniente, nos atrai a0 ‘caminho da oracao", assim sendo, o Espirito Santo ¢ ‘nosso Mestre interior que move nossa oracdo, que derramado aumenta em nés os seus dons, E dese: jamos acrescentar o fruto por exceléncia da oracdo Crist que nos faz experienciar a graca da salvac30 que Jesus veio trazer a todos os que nEle crerem, ois quem nete cré possui a vida eterna. 3. CONCLUSAO Uma vez que a orac3o nos leva a um encontro ‘com Deus e consigo mesmo, quem no encontra a Deus também acaba por perder a si mesmo. A fal- ta de oracdo deixa 0 coracao fragiizado diante das angiistias e problemas da vida. No livro de 16 temos um testemunho de como a oragdo ¢ fonte de forta- leza da alma e de firmeza da fé diante das diversas tragédias que podem acontecer nesta vida. Sem orag3o 0 homem perde o sentido maior desta vida, e de sua transcendéncia na direg3o a Deus. Uma ver que orar é sempre possivel, aquele que nao reza perde a oportunidade de direcionar sua vida e os acontecimentos a sua volta, mesmo os mais trégi- cos, para Deus e nEle viver a dimensdo da aceitac30, mesmo quando nao é possivel compreendé-los. A falta de oragao enfraquece a alma humana, e 3 pessoa que deixa de rezar se torna mais sujeita a perder o autodominio de si mesmo e de seus im pulsos, assim quem nao ora se torna mais propenso a0 pecado. E muito clara a exortacao do Catecismo n°. 2774: "Se nao nos deixarmos levar pelo Espirito, cairemos de novo na escravidie do pecado”. Aquele que no possui uma vida de orac3o pessoal certa mente se torna mais aberto as seduces desse mun- do e as tentades do mal. Para refletir: a) Vocé pratica a oracSo pessoal diaria- mente? b) Qual a maior barreira que the impede de orar? ©) Se voce ainda nio faz orac3o pesso- al, escotha um horério, combine com 0 Senhor este encontro disrio e peca 20 Espirito Santo que the torne fiel e perse- verante a Ele. 4) € importante adquirir um didrio espi- ritual para ser utilizado no momento de sua orago pessoal. N= Renovacdo Carismatica do Brasil - RCCBRASIL PALAVRA QUE TRANSFORMA Objetivos Fazer 0 grupo refletir que a orac30 pessoal nos faz absorver aquilo que a Palavra de Deus tem para realizar em nés. Material Uma bolinha de isopor, um giz, um vidrinho de remédio vazio, uma esponja e uma vasitha com Sgua. Descricao a. Explica-se que a dgua é a Palavra de Deus e que o objeto somos ns. b. Depois se coloca a égua na vasitha, e alguém mergutha 0 isopor. <.Apés ver 0 que ocorre com 0 isopor, mergulhar o giz, depois 0 vidro de remédio e por Ultimo a esponja. Como Fazer 1. Dé um objeto para cada pessoa. 2. Colocar primeiro a bolinha de isopor na égua. Refletir: 0 isopor ndo afunda e nem absorve a égua. 8) Como nds absorvemos a Palavra de Deus? b) Somos também impermedveis? 3. Merguthar o giz ne agua. Refletir: 0 giz retém a agua s6 para si, sem repartr. Ends? 4, Encher de Sgua 0 vidrinho de remédio. Despejar toda a sgua que ele se encheu, Refletir : 0 vidrinho tinha dgua s6 para passar para os outros, mas sem guardar nada para si mesmo. E n6s? 5. Mergulhar a esponja e espremer a gua. Refletir: A esponja absorve bem a agua e mesmo espremendo ela continua mothada. Assim acontece conosco quando praticamos a oracao pessoal. ~~ Préticas Espirnituais Parte Il I. ROSARIO 1. INTRODUCAO Uma oragao universal: assim poderia ser defi- nido 0 Rosério. Afinal, a qualquer hora do dia, em qualquer lugar do mundo, alguém o reza para louvar ‘© Senhor ou agradecer-the seus dons, para suplicar gracas ou pedir-the perdao dos proprios pecados. A ‘cada momento alguém esté contemplando os misté rios da vida de Jesus. Rezar 0 Rosario é passear pelo Evangetho em unio com Maria Santissima; € como falar com uma pessoa amada. Quando amamos al guém, queremos dizer-lhe mil vezes: eu amo voce, ‘eu amo vocé, eu amo voce. Nao é uma repeticao, é uma necessidade de coracdo. Maria @ nossa mae, n0ss0 modelo, ¢ quem nos deu Jesus. O Rosério ¢ ‘uma oracio universal porque nela todos se encon- tram. Nos encontramos com o Pai que “tanto amou o mundo que entregou seu Fitho Unigénito" (Jo 3,16); nos encontramos com 0 Filho, o Emanuel, isto é, 0 Deus conosco(cf. MT 1,23); e nos encontramos com 0 Espirito Santo que continua sendo derramado so: bre nos, conforme vemos e ouvimos (cf. At 2,33) NaoracdodoRosérioencontram-seaquelesque ‘othampara Mariaethedirigemas palavrasque oF spt rito Santo pés na boca de Isabel: "Bendita és tu entre asmulheresebenditoo frutode teuventre”(Lc1,42) © Rosdrio ¢ também uma maneira de olhar Ma- ria como olhar do Pai que a chamou e a enriqueceu com seus dons, em vista da missBo que ela deve- ria exercer no mistério de Cristo e da Igreja. E uma oracao contemplativa acessivel a todos: grandes ¢ equenos, leigos e clérigos, cultos e pessoas com ouca instrucao. € vinculo espiritual com Maria para permanecermos unidos 2 Jesus, para nos confor marmos a Ele, assimilarmos 05 seus sentimentos e nos comportarmos como Ele se comportou. Confor- me as palavras do Santo Padre 3030 Paulo I: 0 Ro: sario @ a oragSo para este mundo. € arma espiritual na luta contra o mal. € uma oragio para salvacéo das pessoas, para a transformacao das familias, para a mudanga da nossa sociedade e para que o mundo seja salvo. NS” Renovagio Carismstica do Brasil - RECBRASIL 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Definigso A palavra Rosério significa "Coroa de Rosas’ A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada vez que rezam uma Ave Maria the @ entregue uma rosa e por cada Rosério completo the é entregue uma coroa de rosas. Arosa é a rainha das flores, sen- do assim 0 Rosario a rosa de todas as devocses e, portanto, a mais importante. O Santo Rosario ¢ considerado a oracSo perfei- ta porque junto com ele estd a majestosa historia de nossa salvac3o. Com o Rosario, meditamos os mis térios de gozo, de dor e de gléria de Jesus e Maria. E uma orago simples, humilde como Maria. € uma oragdo que podemos fazer com ela, a Mae de Deus. Com a Ave-Maria a convidamos a rezar por nds. A Virgem sempre nos di o que pedimos. Ela une sua oragdo & nossa. Portanto, esta é mais poderosa, por- que Maria recebe 0 que ela pede, Jesus nunca diz ‘no ao que sua mie the pede. Em cada uma de suas aparigdes, nos convida a rezar 0 Rosario como uma arma poderosa contra 0 ‘maligno, para nos trazer a verdadeira paz. 0 Rosario ¢ composto de dois elementos: ora- do mental e oracdo verbal No Santo Rosério a orac3o mental é a medita- Go sobre os principais mistérios ou episédios da vida, morte e glria de Jesus Cristo e de sua Santis sima Mae. A orago verbal consiste em recitar quin- ze dezenas (Rosario completo) ou cinco dezenas de Ave Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistérios do Rosario. A Santa Igreja recebeu 0 Rosario em sua for- ma atual em 1214 de uma forma milagrosa: quando a Virgem apareceu a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a converso dos he- reges e outros pecadores daquele tempo. Desde en- t80 sua devogio se propagou rapidamente em todo ‘© mundo com incriveis milagrosos resultados Apostila - Grupos de Perseveranga <= ~~ Importante: 0 Terco era a terga parte do Rosé- rio; agora éa quarta parte, porque o Papa Joao Paulo Il acrescentou mais um Terco ao Rosério, contem- plando os mistérios da luz ou “luminosos”, da Vida Publica de Jesus. Em cada Terco contemplamos uma etapa da vida de Jesus e 0 mistério da nossa Salva- (Go; logo, o Terco é mais uma oracao centrada em Cristo do que em Maria. Nossa Senhora reza conos- €0 0 Terco, contemplando também ela os mistérios da nossa salvac3o ¢ intercedendo por nds. Par isso, @ muito importante contemplar cada mistério do Terco. O Rosério é uma expresso de amor. E 0 que voce ira descobrir se puser em pratica esta simples e poderosa aracio. 2.2 Como meditar 0 Rosdrio? Para meditar 0 Rosdrio com verdadeiro provei- to deve-se estar em estado de graca ou pelo menos tera firme resolucdo de renunciar 0 pecado mortal. 0 Santo Rosario nos permite percorrer os gran- des momentos da obra salvifica de Cristo, acompa- nhados por nossa Mae Maria, de quem tomamos exemplo de “guardar todas estas caisasino coracio". Além de ter como centro os Mistérios de Cristo, em conex3o com a Trindade Santa e a vida de Nossa Senhora, o Rosério torna presentes as circunstin- Cias de nossa existéncia: alegrias, esperancas, an- Ustias, inspiragdes, bem como dores e decepcoes. 0 Rosério é "composto de quatro blocos de Mistérios, conforme 0 acréscimo, feito pelo Papa Joo Paulo Il, com a edicSo da Carta Apostolica Ro- sarium Virginis Mariae”. Como rezar? Oferecimento do terco: Divino Jesus, n6s Vos oferecemos este terco que vamos rezar, meditando nos mistérios da nos- sa redencdo. Concedei-nos, por intercessio da Vir- gem Maria, Mie de Deus e nossa Mie, as virtudes que nos s80 necessérias para bem rezé-lo e a graca de ganharmos as indulgéncias desta santa devocao. Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o Sagrado Coracdo de Jesus e Imaculado Coracdo de Maria, pela paz no mundo, pela convers8o dos pecadores, pelas almas do purgatorio, pelas intengdes do Santo Padre nos- So vigario, pela santificacao das familias, pelas mis- sbes, pelos doentes, pelos agonizantes, por aqueles que pediram nossas intencdes particulares, pelo Brasil e pelo mundo inteiro. 1 - Segurando o Crucifixo, fazer 0 Sinal da Cruz. 2 - Em seguida, ainda segurando a cruz, rezar 0 Credo, 3 - Na primeira conta grande, recitar um Pai Nosso. 4- Em cada uma das trés contas pequenas, re citar uma Ave Mari 5 - Recitar um Gléria antes da préxima conta grande. 6 - Anunciar o primeiro Mistério do Rosdrio do dia e recitar um Pai Nosso na proxima conta grande. 7 -Em cada uma das dez contas pequenas (uma dezena) recitar uma Ave Maria enquanto se faz ‘uma reflexao sobre 0 mistério. 8 - Recitar um Gloria depois das dez Ave Ma- ria, Também se pode rezar a oracio ensinada por Nossa Senhora, quando de sua aparicao.em Fatima, (Oh! meu Jesus, perdoai-nos, ivrai-nos 4o fogo do inferno. Levai as almas todas para © céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.) 9 - Em cada uma das seguintes dezenas é re citada da mesma forma: anunciando 0 corres pondente mistério, recitando um Pai Nosso, dez Ave Maria e um Gléria enquanto se medita © mistério. 10 - Ao terminar © quinto mistério 0 Rosario costuma ser concluido com a oraclo da Salve Rainha. 2.3 Os Mistérios da vida de Cristo me- ditados no Santo Rosario. Mistérios gozosos (segunda-feira e ssbado) 2° - © anjo Gabriel anuncia que Maria serd a Mae do Filho de Deus(Lc 1,26-38) 2° - Maria visit 139-56) 3° - Nascimento de Jesus em uma gruta, em Belém (Le 2,1-21) sua prima Isabel. (Le 4° - Apresentag3o do Menino Jesus no templo (Lc 2,22-40) 5° Encontro de Jesus no templo entre os doutores da lei (Le 2,41-52) Mistérios dolorosos (terca-feira e sexta-feira) 1° - Agonia mortal de Jesus no horto das Oliveiras (Mt 26,36-46) 2° - Flagelago de Jesus atado & coluna (Mt 27,11-26) 3° - Coroaco de espinhos de Jesus por seus algozes (Mt 27,27-31) 4° - Subida dolorosa de Jesus carregando a Cruz até 0 Calvario (Jo 19,17-24) 5° - Crucificagao e Morte de Jesus (Jo 19,25-37) Mistérios gloriosos (quarta-feira e domingo) 419 - Ressurreicdo de Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 20,1-18) 2° - Ascensdo gloriosa de Jesus Cristo a0 céu (At 14-11) 3° - Descida do Espirito Santo sobre os apéstolos (At 2, 1-13) 49 - Assungo gloriosa de Nossa Senhora 20 céu (St 44,11-18) 5° - Coroagéo de Nossa Senhora no céu (Ap 12,1-4) Mistérios tuminosos (quinta-feira) 19 - 0 Batismo de Jesus no rio Jordao (Mt 343-17) 2° - A sua auto-revelacdo nas bodas de Cand (Jo 12,1-12) 3°- Jesus anuncia 0 Reino de Deus com 0 convite 8 conversio (Mc 2,15 * Mc 2,3-13 * Le 7,47-48 * Jo 20, 22-23) 4° - A Transfiguragao de Jesus no monte Tabor (Le 9,28-36) 5°- A instituig0 da Eucaristia, express3o sacramentaldomistériopascal(Jo13,1-20) 2.4 Os efeitos desta pratica espiritual. Beneficios do Rosario: + Nos eleva gradualmente ao perfeito conhe- cimento de Jesus Cristo, Purifica nossas almas do pecado, Permite-nos vencer nossos inimigos. Facilita-nos a pritica das virtudes. Inflama-nos do amor de Jesus Cristo, Obtém-nos de Deus toda classe de gragas. Proporciona ands com o que pagar todas as nossas dividas com Deus e com os homens. Béngdos do Rosério: Os pecadores obtém o perdio. ‘As almas sedentas so saciadas. Osqueestaoatadosveemseusnésdesatados. Os que choram encontram alegria. (0s que so tentados encontram tranquilidade. 0s pobres s8o socorridos. Os religiosos so reformados. Os ignorantes s80 instruidos. Os vivos triunfam sobre a vaidade. Os mortos alcangam a misericérdia por via de sufragios. N= Renovagio Carismatica do Brasil - RCCBRASIL 3. CONCLUSAO Conforme as patavras do Santo Padre 3030 Paulo Il: O Rosario é a orac3o para este mundo. Para salvac3o das pessoas, para a transformaclo das fa- milias. Para a mudanca da nossa sociedade e para que 0 mundo seja salvo. £ a orac3o dos simples, é a orago dos sabios, ¢ a oracdo dos pobres. £2 orac8o de todos! € uma maravilhosa terapia: Se vocé vive cansa- do, se vocé est com ins6nia, se procura auxilio nos calmantes, tente rezar 0 Rosario. Ele no é toxico e produz um efeito maravilhoso. £ uma Oracdo Simples e Profunda: Até as crian- 2s podem rezar 0 Rosério e cother seus frutos. € Uma oragio simples. Parece que surgiu no meio do ovo mais humilde. Mas mesmo os grandes misticos perceberam nesta oragao uma fonte inesgotavel de beneficios espirituais. O Rosério ¢ uma orac3o pro- funda. E uma Escola de Oragio: Precisamos aprender 2 rezar. Muitas pessoas no sabem como se ache- gar a Deus. 0 Rosério serd uma verdadeira e grande escola. Ele fortifica a nossa fé, apresenta-nos Maria como Mediadora, dé-nos ligdes de peniténcia, faz retornar os dissidentes. € uma Orago atual: Cada dia se fala de medi- taco. Nosso mundo agitado esta comecando a dar sinais de cansago. Cresce o interesse pelos méto. dos orientais de oracéo. O Rosario é de inspiracio oriental e ¢ cristdo, Por que no ensiné-lo as novas Beragies? £ uma oragio libertadora: © Rosirio liberta, porque nos pée em intima diélago com o Libertador Gesus). Maria canta: “Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes* (Lc 1,52-53). Entre um mistério e outro repetimos: “Jesus, socorrei princi- palmente os que mais precisarem’. € a opcao prefe- Tencial pelos pobres presentes no Rosdrlo. A orac3o do Rosério nos livra dos pensamentos negativos Nos dé equilibrio em todas as situacbes do nosso diaa dia E uma oracio popular: Na cidade ou no campo - religiosos, leigos, bispos, padres, até o Papa, to dos tém uma simpatia especial pelo Rosério. Nao 3 oracdo oficial da igreja, mas sempre foi rezado por toda a igreia, principalmente pelo povo simples que tencontra nele uma maneira pratica de estar com Deus. € uma orac3o que traz a paz e a unido para as familias: O Rosario sempre foi orag3o querida das familias e muito favoreceu sua unido e seu cresci mento. Sua oracao torna-se motivo e oportunidade de a familia encontrar-se, no corre-corre da vida e com 0 pouco tempo que dispde de estar junto to: mado pelas imagens da televisao. "Retomar a reci- tagdo do Rosério em familia significa inserir na vida Apostila - Grupos de Perseveranca <=> disria imagens bem diferentes - as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a imagem de sua Mae Santissima. A familia, que reza unida o Rosério, re produz em certa medida o clima da casa de Nazaré: pde-se Jesus no centro, partilha-se com Ele alegrias € sofrimentos, colocam-se em suas mBos necessi dades e projetos, e d'Ele se recebe a esperanca € 2 forca para 0 caminho" (RMY, 41). Rezando 0 Ro sério pelos filhos e com eles, 0 pais estardo apre- sentando as etapas de crescimento de Jesus, desde 2 encarnagao até a ressurreicao como seu ideal de vida. Aa mesmo tempo, estardo realizando a cate quese da oracdo. Enquanto repetimos as palavras, a imaginacao vai criando em nossa mente o filme da vida de Cristo. Este modo de rezar ¢ conhecido por “contemplacio" © Rosario descontrai, gera confianga, acalma as tensdes, da Snimo e motivacso para 6 trabalho, além da alegria, paciéncia e tolerancia. Livra-nos dos pensamentos negativos. € fonte de béncdos de gracas. Tente rezé-lo e voce mesmo descobrird Para refletir a) Medito 0 Rosario todos os dias? b) Qual o maior obstaculo que me impe- de de meditar 0 Rosario? ©) Partithe as gracas obtidas através da meditagio do Rosério. a“ Praticas Espirituais Parte Ill NS Renovacio Carismatica do Brasit - RCCBRASIL Il. ADORACAO AO SANTISSIMO SACRAMENTO 1. INTRODUGAO Algreja nos ensina que "A reserva do Corpo de Cristo para a Comunhdo dos entermos criou entre os fiéis 0 louvavel costume de se recolherem em ora: ‘¢80 para adorar Cristo realmente presente no Sacra: mento conservado no sacrario, Recomendada pela Igreja aos Pastores e figis, a adorago do Santissimo @ uma alta expressdo da relagdo existente entre a celebragio do sacrificio do Senhor e a sua presen- {52 permanente na Hostia Consagrada” (cf. De sacra Communione, 79-100; Ecclesia de Eucharistia, 25; Mysterium fide; Redemptionis Sacramentum, 129- 4141). Sobre este ponto assim se expressa o Romano Pontifice em sua Exortado Apostélica POs-sinodal, Sacramentum Caritatis, n°66: "De fato, na Eucaris- ta, 0 Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoracdo eucaristica ¢ apenas 0 prolongamento visivel da celebracdo eucaristica, a qual, em si mesma, é 0 maior ato de adoracdo da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoragio d'Aquele que comungamos. Precisamente assim, e somente assim, é que ‘nos tornamos um s6 com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da litur- gia celeste, O ato de adoracSo fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na propria celebracao litargica, Com efeito, "somente na ado- rego pode maturar um acothimento profundo e verdadeiro, Precisamente neste ato pessoal de en- contro com 0 Senhor amadurece depois também a missdo social, que est encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras, no apenas entre o Se- nhor e nds mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros”. Portan: t0,"0 permanecer em oracao diante do Senhor vivo € verdadeiro no santo Sacramento amadurece nossa unido com ele: dispde-nas para a frutuosa celebra- ‘80 da Eucaristiae prolonga as atitudes de culto por ela suscitadas"(Ano da Eucaristia. N° 13 - 15 de Ou: tubro de 2004) 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. 0 que € adoracio? “Adorar a Deus ¢, no respeito e na submiss3o absoluta, reconhecer 0 nada da criatura, que ndo existe a nao ser por Deus. Adorar a Deus ¢, como Maria no Magnificat, touva-Lo, exaltd-lo e humithar- se a si mesmo, confessando com gratidso que Ele fez grandes coisas e que seu nome ¢ Santo. Adora- ‘G80 do Deus tinico liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escrevidio do pecado e da idolatria do mundo.” (Catecismo n. 2096 e 2097) Adorar a Deus ¢ 0 maximo que podemos fazer tenquanto passamos pelos caminhos da existéncia terrestre. Nossa primeira atitude como criaturas diante do Criador ¢, sem duvida, a adoracao. Pela adoracio exaltamos a grandeza do Senhor que nos fez e a onipoténcia do Salvador que nos liberta do mal. A adoracdo do Deus trés vezes santo e suma- mente amével nos enche de humildade e dé garan- tia a nossas suplicas. No Antigo Testamento pode- mos ler frequentes vezes expresses como estas “Todo 0 pova se prostrou com 0 rosto em terra para adorar e bendizer no céu aquele que os havia con- Renovagio Carismatica do Brasil - RCCBRASIL IV. SACRAMENTO DA RECONCILIACAO 1. INTRODUGAO Cresce cada ver mais na consciéncia dos cris- tBos a necessidade de viver na graca de Deus. Sa bemos pela Palavra de Deus, que a Unica coisa que pode nos afastar do amor de Deus ¢ 0 pecado, pois © pecado é desobediéncia a Deus, afastamento de Deus, desejo humano de ser "como deuses”, conhe- cendo e determinando o bem e 0 mal (Gn 3,5). Mas, a misericérdia infinita de Deus nio recua diante do nosso pecado: Deus nio nos rejeita, mesmo quan- do voltamos as costas para Ele. Como 0 pastor que vai atras da ovelha perdida (Lc 15, 1-7), Deus vai ao ‘nosso encontro, no para condenar, ndo para punir ou acertar as contas, mas para salvar e amar. Nisso reside o mistério da misericérdia divina, Como nos ensina o Catecismo (n. 1846), “o Evangelho ¢ a revelagio, em Jesus Cristo, da mise- ricérdia de Deus para com os pecadores". Desde o andincio da vinda de Jesus, jd se destaca sua tarefa de reconciliador entre Deus e os homens. Lemos no inicio do Evangetho de S30 Mateus 0 que o anjo dis- se a José: “Por-the-8s 0 nome de Jesus, porque Ele salvaré 0 seu povo dos seus pecados” (Mt 1, 24). 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que € 0 sacramento da Reconci- liagio? sacramento da Peniténcia, ou Reconciliag30, ou Confissio, é 0 sacramento instituido por Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Jo 20, 22-23) para apagar 05 pecados cometidos depois do Batismo. E, por conseguinte, 0 sacramento de nossa cura espiritual, chamado também sacramento da convers3o, porque realiza sacramentalmente nosso retorno aos bracos do Pai depois de que nos afastamos com o pecado. A Igreja nos ensina que a confisso deve ser buscada “ao menos uma ver ao ano” (Catecismo, n. 1457), Contudo, ndo devemos nos contentar com 0 minimo. Jesus mesmo fala, referindo-se a pecado: Fa que sentou-se a seus pés na casa de Simao: "A quem muito amou, muito foi perdoado”. Quanto mais amamos a Deus, mais somos por Ele perdoa- dos. Quanto mais recorremos ao Seu Amor, mais Ele desce a nés e nos faz viver em comunh3o com Seu Espirito, Por isso, a Igreja também afirma que "Sem ser estritamente necesséria, a confissdo das faltas quotidianas (pecados veniais) ¢, contudo, vivamen- te recomendada pela igreja” (Catecismo, n. 1458) No caso de pecados graves, no entanto, a igreja assim ensina: "Aquele que tem consciéncia de haver cometido um pecado mortal, no deve receber a sa- grada Comunhio, mesmo que tenha uma grande Contric3o, sem ter previamente recebido a absol vigdo Sacramental; a ndo ser que tenha um motivo grave para comungar e ndo the seja possivel encon: trar-se com um confessor” (Catecismo, n. 1457) A confissio é um melo extraordinariamente eficaz para progredi no caminho da perfeicao. Com efeito, além de nos dar a graca “medicinal” propria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fun- damentais de nossa vida cristd. A humildade acima de tudo, que ¢ a base de todo 0 edificio espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e em seus méritos infinitos, a esperanga do perdio e da vida eterna, (© amor para Deus e para 0 proximo, a abertura de ‘nosso corac8o & reconciliag3o com quem nos ofen- deu. Enfim,a sinceridade, a separacao do pecado e 0 desejo sincero de progredir espiritualmente, 2.2. Preparando-se para a confissio A preparacio para 0 sacramento da reconcitia- 80 comeca pelo exame de consciéncia, pelo qual revemos nossas agdes, pensamentos e atitudes e os comparamos com aquilo que Deus quer. A vontade de Deus e seus mandamentos devem ser a nossa referéncia de vida e, portanto, a baliza de nosso exame de consciéncia, Deus respeita nossa cons- eo <—~ Apostila - Grupos de Perse ciéncia, Ele nBo nos invade, mas nos convida a ns ‘mesmos reconhecermos nossa pequenez e limita 80, derramando nossa alma na presenca do Senhor (asm 4,35). © exame de consciéncia leva a0 arrependi ‘mento sincero ou contrigo. Quando percebo que rminhas atitudes e acdes nao correspondem ao que Deus quer, o Amor de Deus acende em nés aquela saudade de viver perto de Deus. € esta saudade de Deus que nos leva a0 arrependimento. Vale a pena rezar 0 Salmo 50, para compreender a dindmica de ‘um coracio arrependido. Acima de tudo, 0 exame de consciéncia € 0 arrependimento devem estar assentados numa ati- tude interior, como nos ensina o Catecismo: "Como ja acontecia com os profetas, 0 apelo de Jesus & onversao e & peniténcia nao visa primariamente {as obras exteriores, ‘o saco e a cinza’, os jejuns e as ‘mortificagdes, mas a conversio do coracio, @ peni- téncia interior: Sem ela, as obras de peniténcia s80 estéreis e enganadoras; pelo contrério, a conversio interior impele & expressio dessa atitude com si- nais visiveis, gestos e obras de peniténcia” (Cate- cismo,n. 1430), Portanto, “a conversio ¢, antes de mais, obra da graca de Deus, a qual faz com que 0s nossos cora- ‘Goes se voltem para Ele” (Catectsmo, n. 1431). Esta disposicao de voltar-se para Deus constitui o ele- mento fundamental da preparac3o para a confissio. ‘Ap6s 0 exame de consciéncia devemos confes- sar 0s nossos pecados a um sacerdote. Inicie dizen- do 0 tempo transcorrido desde a ditima confissdo. ‘Acuse (diga) seus pecados com clareza, primeiro ‘05 mais graves, depois os mais leves. Fale resumi- damente, mas sem omitir 0 necessério. Devemos confessar 03 nossos pecados e ndo 05 dos outros. Porém, se participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pe- cado e devemos confessé-lo. Lembrar os pec dos cometidos. b. Arrependimento: Ter pena e verdadeira dor de ter afendido a Deus e detestar o peca- do. ©. Propésite: Desejar e prometer no pecar 4. Confissio: Contar todos os pecados (mor- tais, obrigatoriamente; os veniais,facultativa- mente) 20 padre, para ele, em nome de Deus, ‘nos perdoar. @. Rerar 0 ato de contrigSo: (ex: Oh Jesus, meu bom Jesus! Perdio, porque pequei. Eundo quero mais pecar. Amémn!) { Satisfagao: Executar a peniténc dre impuser que ops 2.3. Os efeitos desta pratica espiritual. © maior beneficio da confissio é voltar a vi- ver “de acordo com Deus", como santo Agostinho escreveu: “Aquele que confessa 0s seus pecados e 05 acusa, jé esta de acordo com Deus. Deus acusa 08 teus pecados; se tu também os acusas, juntas-te a Deus. © homem e o pecador s30, por assim dizer, duas reatidades distintas. Quando ouves falar do homem, foi Deus que o criou: quando ouves falar do pecador, foi o proprio homem quem o fez. Des: trOi o que fizeste, para que Deus salve o que fez. ..] Quando comecas a detestar 0 que fizeste, ¢ entio que comecam as tuas boas obras, porque acusas as tuas obras mas. 0 principio das obras boas é a con- fissdo das més, Praticaste a verdade e vens a luz” (CF. Catecismo, n. 1458). A confisso opera em nds duas reconciliagdes, © restabelecimento de dois lagos: com Deus e com 4 Igreja, como ja dissemos, mas ¢ preciso sublinhar novamente, De fato, “toda a eficacia da Peniténcia consiste em nos restituir & graca de Deus e em unir- nos a Ele numa amizade perfeita. O fim e 0 efeito deste sacramento so, pois, a reconciliagso com Deus” (Catecismo, n. 1468). Por outro lado, “este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. © pecado abala ou rompe a comunhio fraterna, O sacramento da Peniténcia repara-a ou restaura-a. Nesse sentido, ido se limita apenas a curar aquele que ¢ restabele- ido na comunhdo eclesial, mas também exerce um efeito vivificante sobre a vida da Igreja que sofreu com 0 pecado de um dos seus membros” (Catecis mo, 1469) 3. CONCLUSAO 0 Sacramento da Peniténcia ¢ um meio extra- ordinariamente eficaz para progredir no caminho da perfeicdo. Com efeito, além de nos dar a graca “medicinat” prépria do sacramento, faz-nos exerci tar as virtudes fundamentais de nossa vida crista. A humildade acima de tudo, que ¢ a base de todo 0 edificio espiritual, depois a f¢ em Jesus Salvador e ‘em seus méritos infinitos, a esperanca do perdao e da vida eterna, o amor para Deus e para 0 proximo, a abertura de nosso coracio & reconciliagdo com quem nos ofendeu. Enfim, a sinceridade, a separa- 80 do pecado e o desejo sincero de progredir es- piritualmente. Quem tem dificuldades para confessar-se deve considerar que 0 sacramento da Peniténcia € um dom maravilhoso que o Senhor nos deu. No “tribu- nat” da Peniténcia 0 culpado jamais ¢ condenado, ‘mas sempre absolvido. Pois quem se confessa nio se encontra com um simples homem, mas com Je~ ‘sus, © qual, presente em seu ministro, como fez um tempo com 0 leproso do Evangetho (Mc 1, 4055.) SS Renovacio Carismatica do Brasil - RECBRASIL também hoje nos toca ou nos cura; e, como fez com ‘a menina que jazia morta nos toma pela mSo repe tindo aquelas palavras: “Talita kumi, menina, eu te digo, levante-tel” (Mc 5,43), Para refletir a. Quem nega a validade do sacramento da Confissio, estd negando a propria igre Ja, a qual recebeu do Senhor 0 poder de perdoar. b. Quem diz que 56 se confessa dire tamente a Deus, dispensando o sacerdo te, nfo entendeu o que significa a inst tuiglo deste Sacramento. "Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus. Tudo 0 que, ligardes na terra serd ligado no céu" (Mt 16,19;18,18), Santa Terezinha do Menino Jesus di- zia: “Os nossos pecados por mais feios € numerosos que sejam, desaparecem diante da bondade de Deus, como uma gotinha de 4gua no oceano imenso.” ~~ Prénicas Espirituais Parte V V. LECTIO DIVINA 1. INTRODUGAO “Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Sagrada Escritura, "Palavra de Deus escrita por inspiracdo do Espirito Santo", 6, com a Tradig80, fonte de vida para a igreja e alma de sua ago evangelizadora. Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anuncié +l." (Documento de Aparecida, n. 247). Aqui esta a chave para tomarmos a Palavra de Deus como fonte de inspiracao para as nossas vidas. Para o Povo de Deus, a Biblia ¢ lugar privilegiado no qual encontra-se a sua historia e experiéncia pes- soal com Deus. Este conjunto de Livros modificou a estrutura da historia humana, tamanha é @ pro- fundidade e o irresistivel conteddo contido nestas sagradas paginas. Deus deseja revelar a importincia da medita io na Sua Palavra dentro da caminhada crista. Uma simples leitura répida nao permite que o Espirito Santo gere e produza em nOs tudo aquilo que a Pa- lavra de Deus pode e deseja gerar e produzir. O pri- meiro processo que Deus usa para que a Sua Palavra cumpra 0 Seu propésito em nés 6 a meditacso. Neste sentido, a Lectio Divina nos ajuda com passos definidos a guardar a Palavra e a colocé-la em nossas vidas, a fim de sustentar um relaciona mento pessoal com Deus vivo e com sua vontade salvifica e santificadora, Por meio da Lectio Divina, a Palavra de Deus pode ser transferida para a vida, iluminando-a com a sabedoria do Espirito Santo, Vossa palavra constitui minha alegria e as det clas do meu coragdo, porque trago 0 vosso nome, 6 Senhor, Deus dos exércitos! (Jr. 15,16) > Renovacio Carismatica do Brasil - RCCBRASIL 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O que é a Lectio Divina A “Lectio Divina” € uma expressio latina j& presente e consagrada no vocabulario catélico, que pode ser traduzida como “Leitura Divina”, “Leitura spiritual’, ou ainda como ocorre hoje em nosso Pais ‘© em varios escritos atuais, como "Leitura Orante da Biblia”, Ela é um alimento necessério para a nossa vida espiritual. A partir deste exercicio, conscientes do plano de Deus e a Sua vontade, pode-se produ- zir os frutos espirituais necessérios para a salvacdo. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvacao de Deus. s principios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e praticados por monges cato- licos, especialmente as regras monasticas dos san- tos: Pacémio, Agostinho, Basilio e Bento. O tempo didrio dedicado & lectio divina sempre foi grande e no methor momento do dia. A espiritualidade mo- nastica sempre foi biblica e litdrgica. A sistemati- zaso do método da lectio divina nés encontramos nos escritos de Guigo, o Cartucho, por volta do sé- culo XII © Concitio Vaticano II, em sua Constituigso Dogmatica Del Verbum n.° 25, ratificou e promoveu com todo 0 peso de sua autoridade, a restaurac3o, da Lectio Divina, que teve um periodo de esqueci- ‘mento por varios séculos na Igreja, O Concitio exor- ta igualmente, com ardor e insisténcia, a todos os fi is cristios, especialmente aos religiosos, que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem ‘esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (FL3,8). Porquanto "ignorar as Escrituras ¢ ignorar Cristo” (S80 Jerdnimo) A Lectio Divina é normalmente realizada indi vidualmente, relembrando a mais antiga das tradi- {gBes catdlicas, de que conhecer a Sagrada Escritura & conhecer 0 proprio Cristo. A leitura orante deve Apostila - Grupos de Perseveranca <== ~~ ser realizada de modo que cada pessoa se adapte, Se sinta bem e consiga meditar e entender a Palavra. Porém podemos seguir alguns passos de rea lizagdo: 1° OragSo antes da Leitura: Devemos invocar © Espirito Santo para que Ele possa orientar nossa leitura, 2° Ler atentamente o texto sagrado: Escolha ‘uma passagem e leia com calma e atenc3o. Se necessério, releia quantas vezes for preciso. Leia tentando identificar os acontecimentos, personagens envolvidos... Como se estivesse presente na cena, 3° Meditar a Palavra: £ o momento de perce- ber e internalizar a mensagem que o texto traz para o seu dia a dia. Ndo é simplesmente “es- tudar” a palavra, € senti-ta, Procurando esta- belecer relagdes do que esta escrito na Biblia, com aquilo que vocé vive. 4° Fazer do texto uma oracio: Ao fazer 0 pro- cesso de meditagdo, naturalmente, algo nos toca, Seja para pedir perdio, interceder, agra decer, louvar, pedir seus dons... falar aquilo que passa no seu coragio pra Deus. € ter uma conversa com Ele. 5° Contemplagéo da Palavra: Momento de permanecer em silencio diante de Deus, dei- xando-O agir, falar, curar... um momento que vocé no teré controle nenhum! Deine Deus agi 6* Colocar a Palavra em pratica: A hora de gerar frutos, colocar a palavra no dia a dia Pedindo perdio, mudando alguma atitude. Fazendo aquilo que Deus tocou no seu coracio a realizar Para finalizar sua Lectio Divina, faca uma ora- 80 vinda do coracio, espontanea... Lembre-se sem- pre de orar 0 "Pai nosso importante lembrar que a leitura orante deve ser um processo vindo do coragSo... N3o se prenda a pass0s, faga aquilo que o Espirito Santo fala 2.2. Praticando a Lectio Divina: 19, Tome o Texto Sagrado com reveréncia e in: voque o Espirito Santo. Pode-se escolher as leituras da Missa do dia, se quiser. Nas Livrarias catélicas existem livrinhos com essas leituras. Leia 0 Texto, de preferéncia umas trés vezes, devagarzinho, sa boreando cada palavra. Quando se sentir atraido por determinada pi lavra, pare, ndo reflita sobre a palavra, mas mante- ‘nha uma posigao de escuta, Atento ao que o Senhor the quiser fatar. Nao se trata aqui de refletir sobre a Palavra de Deus. Isso poderd ser feito outra hora, com 0 obje- tivo de estudé-la, etc. Aqui vocé se coloca como 0 Discipulo atento & Palavra do Senhor. Responda entao a essa Palavra com Amor, agra decimento, etc. 0 Espirito Santo mesmo the guiars nessa oracio. Muitas vezes ¢ aquilo que estamos precisando ouvir mesmo. 2°, Por uns 30 minutos pelo menos, escute 0 Senhor falando com voc® através do texto. Respon- daa essa Fala com amor, no siléncio de seu coracso. Quando sentir que no tem mais nada a dizer, fique Uns instantes em adoragdo silenciosa, Termine com um Pai Nosso ou Ave Maria Pratique uma vez por dia, se possivel. Em breve vocé verd maravilhas em sua vid ‘Ao final, agradeca a Ele pelas luzes e gragas re: cebidas. 2.3. Os efeitos desta pratica espiritual. A Lectio Divina é um alimento necessério para a nossa vida espiritual. A partir desta oraglo, cons clientes do plano de Deus e sua vontade, podemos produzir os frutos espirituais em nossa vida. € dei- rar-se envolver pelo plano amoroso e libertador de Deus. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia, em seu perlodo de aridez espiritual, que quando os i- vros espirituais nfo ihe diziam mais nada, ela bus cava no Evangetho o alimento da sua alma. Por meio desta pritica espiritual, a Palavra pode ser transferida para a vida, luminando-a com a sabedoria do Espirito Santo, € exatamente ai que a Palavra de Deus entra, modificando tudo em nés {que nio esté conforme a vontade do Senhor. A pré tica da Lectio Divina nos faz encernar a Palavra de maneira que 8 deixamos penetrar as profundezas de nossa alma, de nossa existéncla, santificando nose purificando-nos de todas as nossas manchas. “Porque a palavra de Deus ¢ viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dots gumes © tinge até adivisio da alma e do corpo, das juntas & medulas, e discerne os pensamentos e intengdes do Coragdo. Nenhuma criatura the é invisivel Tudo é mu @ descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas”. (Hb 4, 12-13) Ete mesmo, 0 Verbo,aPalavra. fad com que se jamos guardados de toda mancha. Ndo existe outra maneira de sermos santficados sendo pela acao da Palavra em nossas vidas. “Esta leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, a0 conhecimento do mistério de Jesus-Messias, & comunhio com Jesus- Fitho de Deus e a0 testemunho de Jesus- Senhor do universo. Com seus quatro momentos (leitura, meditacSo, oracéo, contemplacao), a leitura oran- te favorece 0 encontro pessoal com Jesus Cristo semelhante ao modo de tantos personagens do evangetho: Nicodemos e sua ansia de vide eterna (cf. 0 3,1-21), a Samaritanae seu desejo de culto verdadeiro (cf. Jo 4,1-12), 0 cego de nascimento e seu desejo de luz interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser diferente (cf. Le 19,1-10)... Todos eles, gracas a este encontro, foram jluminados e re- criados porque se abriram experiéncia da miseri cbrdia do Pai que se oferece por sua Palavra de ver- dade e vida. Nao abriram seu coracdo para algo do Mesias, mas ao proprio Mesias, caminho de cres- cimento na ‘maturidade conforme a sua plenitude’ (Ef 4,13), proceso de discipulado, de comunh3o ‘com 0s irmaos e de compromisso com a sociedade. {0A 249}, 3. CONCLUSAO A Biblia deve ter um lugar de destaque em nos- sa vida, portanto, 0 ideal @ que seja lida diariamen- te € principalmente que todos os cristaos a leiame tenham por ela apreco e respeito. Com isso teremos cristos mais apaixonados e conscientes do valor da Sagrada Escritura. Lutemos por dedicar um tempo para a leitura da Biblia no nosso dia-a-dia, a fim de que ela seja lembrada 0 ano todo e no apenas em Setembro durante o més da Biblia. Diz Sa0 Jerdnimo: “A carne do Senhor é verda deira comida e o seu sangue verdadeira bebida; ¢ esse o verdadeiro bem que nos é re servado na vida presente: alimentarmo-nos da sua carne e beber o seu sangue, ndo s6 na Eucaristia, mas também na leitura da Sagrada Escritura. A Palavra de Deus ilumina a nossa vida e est presente na comunidade reunida em diversas agbes: catequese, liturgia e grupo de oragao, nos sacramentos, nos cursos € encontros de formagao, etc. Afastar-se dela é perder um impor tante alimento para a nossa vida interior e de cres: cimento na escola da fé. © discipulo missionario do século XX! precisa estar fundamentado nas Sagradas Escrituras, sua missdo vai ser proclamar aquilo que 2, cré e ce- lebra a partir do seu encontro pessoal com Jesus Cristo, O andncio do Evangelho atinge o coracdo do ser humano quando nos abrimos 5 experiéncia do amor de Deus e da misericérdia contida na Palavra de Deus, Se nossa experiéncia com Deus nio parte da Sagrada Escritura perdemos uma fonte sagrada que nos leva 2 Santidade, além é claro, de dirigirmos nossa vida pela nossa vontade humana e nao pela vontade divina, SS Renovagio Carismatica do Brasil - RCCBRASIL Para refletir &. Quanto tempo temos disponibilizado para meditar a Palavra de Deus? b. Que ateng3o damos a Palavra de Deus no nosso grupo de oracao? . APalavra de Deus tem inspirado a mi- ‘nha vida pessoal e meu testemunho nos lugares onde frequento (famitia, trabalho, escola, faculdade, Igreja, etc)? d. Faga a Lectio Divina de Naum 2,1-2 utilizado todos os passos que aprende- mos nesta formacSo, Conclua com o Sal- mo 94, Zz Praticas Espirituais Parte VI VI. JEJUM 1. INTRODUCAO A Igreja reconhece 0 valor © 0 significado profundo do jejum para a espiritualidade crista. O {Quinto mandamento da igreja nos orienta a “Jejuar f@ abster-se de came, conforme manda a Santa Mie Igreja" (Catecismo, 2043) Entre os chamados Padres da Igreja, 0s pri meiros tedlogos das origens cristas, Santo Agos- tinho reconhece o valor espiritual e moral do jejum: “a abstinéncia purifica a alma, eleva a mente, subor- dina a carne ao espirito, cria um coracdo humilde e contrito, espatha as nuvens da concupiscéncia, ex tingue o fogo da luxdria e acende a verdadeira luz da castidade” (Sermo sobre a oracdo e o jejum), Em nosso tempo, a Igreja ainda recomenda a pratica do jejum. O jejum é citado no Catecismo da Igreja Catdlica em 9 parégrafos especificos. Os parégrafos s8o: 575, 1387, 1430, 1434, 1438, 1755, 1969, 2043 e 2742. Sintese desse ensinamento 6 a mensagem de que os gestos exteriores (saco © cinzas, jejuns e mortificagdes) nao devem ser vazios, mas devem ser acompanhados da conver- so do coragao ou da peniténcia interior: é por essa razBo que 0 jejum é associado ao Sacramento da Re- concitiagao. Além do jejum, a oragao e a esmola aparecem como as principais formas de expressio da peni- téncia interior. Assim, o jejum, a oracdo e a esmola representam a conversso em relaco a si mesmo, 2 Deus e aos outros (Catecismo, 1454). Como afirmou © Papa Bento XVI, na homilia da celebracdo da Quar: ta-Feira de Cinzas de 2012, "em relacao harmoniosa com a oracdo, também o jejum e a esmola podem ser considerados lugares de aprendizagem e pratica da esperanca crista”. © Concitio Vaticano Il assim nos ensina: “A pe- niténcia do tempo quaresmal nao deve ser somente interna e individual, mas também externa e social. Fomente-se a pratica penitencial de acordo com as SS Renovacio Carismatica do Brasil - RCCBRASIL possibilidades de nosso tempo, dos diversos paises @ da condigao dos fis (.). Tenha-se como sagrado © jejum pascal que ha de celebrar-se em todos os lugares na Sexta-feira da Paixo e Morte do Senhor @ ainda estender-se segundo as circunstancias, 20 Sabado Santo, para que deste modo cheguemos 3 alegria do Domingo da Ressurreicao com dnimo ele- vado e grande entusiasmo” (Sacrosanctum Conci- tium, 9. 110) Para 0 Papa Bento XVI, “jejuar significa aceitar um aspecto essencial da vida crista. E necessério re- descobrir também o aspecto corporal da fé, a absti- néncia do alimento ¢ um desses aspectos” (Joseph Ratzinger, no livro A Fé em crise?) 2. DESENVOLVIMENTO 2.10 que é 0 Jejum? Jejum é uma palavra usada para definir o ato de alguém optar por diminuir sua dieta alimenti- cia 0 mais préximo do zero, idealmente atingindo © zero, por um periodo de tempo, geralmente pré- determinado. Jejum ¢ disciplina. E uma forma de dominio proprio, de autocontrole e de temperanca, Jejuar é vacinar-se ou medicar-se contra a gula. £ domar espiritualmente os nossos apetites pecami- nosos e caminhar na direcdo do contentamento € da generosidade. O jejum é um recurso espiritual através do qual lutamos contra a gula, mortificamos a nossa carne e dominamos 0 nosso desejo. Jejuar pregar na cruz de Jesus 05 nassos apetites doentios oferecendo nossas vidas a Deus como oferta agra- davel. Jejuamos para nos esvaziarmos de nds mes- ‘mos e nos enchermos de Deus. Na Biblia encontramos diversas passagens que revelam a pratica do jejum associada a vida espiritu- al Eis apenas alguns exemplos: Lv 16,29; Nm 29,7 2Rs 21,9; Esd 8,21; Tb 12.8; It 1,14, 25m 12,16. No livro do Génesis pode-se encontrar uma primeira Apostila - Grupos de Perseveranca <=> referéncia a0 jejum, ainda que indireta, na ordem de Deus: "Podes comer do fruto de todas as arvores, do jardim, mas nao comas do fruto da érvore da ciéncia {60 bem do mal, porque no dia em que dete comeres, ‘morterds indubitavelmente” (Gn 2, 16-17) Na cultura judaica, o jejum era cumprido rigo: rosamente, 0 que ¢ atestado pelos constantes de- sencontros de Jesus com os fariseus a respeito do tema (Me 2,18; Le 5,33) Jesus jejuou durante quarenta dias e quaren- ta noites, depois do seu batismo (Mt 4,2). 0 jejum de Jesus precede o inicio da pregacdo de Jesus (Mt 4,17), a escolha dos primeiros discipulos (Mt 4, 18- 22), as primeiras curas (Mt 4,23-25) e 0 sermao s0- bre as bem-aventurancas (Mt 5,1-12), 0 jejum @ necessirio para o apostolade. Au- menta nossa intimidade com Deus Pai e potencia- liza nossa orag3o (Mt 17,14-20; Mc 9,29). Com efeito, Jesus declarou certa ocasido: “Quanto a esta espécie de demOnio, s6 se pode expulsar & for- {2 de oracao e de jejum”. O Livro de Atos registra 05 crentes jejuando antes de tomarem importantes decisdes (Atos13:4; 14:23). S30 Paulo dé um senti- do mais amplo ao jejum, inserindo-o nas priticas que nos ajudam a viver segundo o Espirito e nao apenas segundo a carne: “Portanto irmBos, no so- mos devedores da carne, para que vivamos segundo a came. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espirito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que s30 con- duzidos pelo Espirito de Deus sao fithos de Deus” (Rm 8, 13-14), 2.2 Efeitos desta pratica espiritual Os beneficios do jejum vdo além da vida espi- ritual. Eles cobrem muitos aspectos da vida huma~ na. Além do dominio dos vicios, o jejum enobrece a mente, auxilia alcancar as virtudes da sabedoria, da prudéncia e temperanca, promove o bem-estar, recupera as perdas espirituais e nos prepara para a batatha do dia-a-dia da fé; por isto ¢ eficaz em qua- to areas fundamentais. a) Alimentar e fisica: + Disciplina a forma desordenada e irregular de comer e o mau habito de beliscar entre as refeigdes, fumar, tomar café, chas, doces lan- ches e refrigerantes, a todo instante; + Elimina 0 reprovivel desperdicio e ensina 2 conhecer o valor nutritive dos alimentos vegetais e animais e a importancia dos produ tos naturals, organicos; + Torna © corpo mais saudavel através do bom funcionamento do sistema digestivo e possibilita aumento a expectativa de vida. b) Mental e psicologica: + Mantém a mente descansada, mais aberta € sensivel as coisas espirituais, atividades e & criatividade intelectual em diversas reas; + Aumenta a estabilidade mental e psicolé gica através do dominio das emocdes, torna © corpo leve, ative e incansdvel (a histéria de monstra que 0s fildsofos pagios, na Grécia an- tiga, para um methor desempenho intelectual, jejuavam espontaneamente antes de entra- rem em debates publicos), €) Moral e religiosa: + Supera as dependéncias e apegos as coisas materiais supérfluas e amplia a consciéncia do + Fortalece a vontade, renova a forca moral e consolida os verdadeiros valores e a fé; + Estimula a partitha com generosidade e abre 0 nosso coraclo A caridade, oferecendo as necessitados, 05 que sofrem, aquilo que vem a sobrar em nossas despensas: "Boa coisa € a orac3o acompanhada de jejum, e a esmola € preferivel aos tesouros de ouro escondidos” (112.8) + Traz 0 dominio sobre a presunc3o, a indo Léncia espiritual e moral e intensifica a genui na piedade. 4) Vida de t6: + Prepara para uma intensa participagao nos mistérios da Fé, nos Sacramentos, em particu- lar da Peniténcia ou Confissdo e da Eucaristia. Eproduz: + Malor qualidade de vida interior, vida na aca e unido intima, real, natural, pessoal e Constante com Deus: + Docilidade e abertura as inspiragbes do Es- pirito Santo; + Maior siléncio, busca da meditagto, con: fianca e disposiglo para a adoracio; + Maior disponibilidade para servit, para a missio e para 0 proximo; + Ubertagio a partir da rendincia 4 gula tux ria, preguiga e demais pecados capitais + uma poderosa arma contra as tentacbes Go Inimigo + Portanto nao deve ser visto como um dever, mas um direito que nos abre 8 Graca. (Livro Alegra-te quando jejuares de Licio Ne pomucen, Editors Recbrasil) 2.3 Como praticar 0 Jejum? © jejum deve estar associado @ uma visio positiva da vida espiritual, o que impede que seja compreendida como uma pena ou sacrificio ruim. Deve, portanto, expressar aalegria,afé e a esperan ga. E Jesus mesmo quem nos ensina a esse respeito: ‘Quando jejuardes, no tomeis um ar triste como 05 hipécritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam.(..) Quan: do jejuares, perfuma a tua cabeca ¢ lava teu rosto {Assim ndo parecerd aos homens que jejuas, mas 50 mente a teu Pai, que ve no segredo” (Mt 6,16-18). Todos podem fazer jejum. Sejam idosos ou es tejam cansados ou doentes; sejam gestantes, maes que amamentam, jovens ou adultos. Todos podem Jejuar sem que isso the faga mal, mas, pelo contr ‘io, thes faga bem. Muitas pessoas nao jejuam, porque nao sabem fazé-lo, imaginam que jejuar seja uma coisa muito dificil e dotorosa que elas nao vao conseguir fazer. Abordamos aqui o aspecto pratico do jejum. Existem varias modalidades de jejum, trataremos, no entanto, somente de quatro tipos que poderdo ser de grande proveito para voce. a) Jejum da Igreja: pode ser praticado por toda igreja, inclusive doentes e idosos, pois se baseia em 03 refeigdes - café da manha, uma refeico completa e um lanche. Neste jejum slo evitadas balas, doces, chocolates, biscoi- 105, refrigerantes, bebidas alcodlicas e 0s ca fezinhos. bb) Jejum a PSo © Agua: consiste em comer po quando se tem fome e beber Sgua quando se tem sede e nunca comer po e beber Sigua 20 mesmo tempo, porque esta mistura geral mente gera dores de cabeca. €) Jejum a base de liquidos: neste tipo de je- jum a alimentac3o ¢ liquida. Exemplo: sucos de frutas e de legumes (nao é vitamina).ché, gua de coco, soro caseiro, caldo (nao € canja, nem sopa). d} Jejum Completo: ¢ indicado para aqueles que através de treino e disciplina j4 passa ram pelos outros tipos. A pessoa deve ingerir apenas agua, ou seja, ndo pode comer/beber nenhum tipo de alimento sélido ou liquide. O fundamental ¢ ingerir gua varias vezes ao dia. importante: nenhum jejum exclui o café da manhi, este deve ser tomado como de costume, se voce nao possul este habito um copo de agua morna pela manha 6 o bastante para evitar dores de estd- mage, irritabilidade e dor de cabeca. Esclarecimento: Deixar de consumir doces, sorvete, bebida alcodtica, chocolate ou ainda deixar de ver televisso no caracterizam jejum. Quando SS Renovagio Carismatica do Brasil - RCCBRASIL 2 pessoa se priva voluntariamente de alguma coi sa, oferecendo essa pratica como sacrificio esta se mortificando. As mortificagdes so préticas validas @ agradam ao Senhor, além de proporcionarem a autodisciplina e 0 autodominio. "Ai de vés, douto- res da lei, que tomastes a chave da ciéncia, e vos mesmos nio entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.” (Luc 11,52) Algumas advertancias a) Aigumas pessoas ndo podem, de forma al- ‘guma, praticar o jejum, por razSes de nature- za fisica, Irmaos e irms que tenham doencas como o diabetes, pressio arterial alterada, do- engas cardiacas, ulceras, cincer, hemopatias, doencas pulmonares ativas, gota, doencas do figado e dos rins, enfarto recente, doencas cerebrais, gravider ou idade avancada sem a pratica constante do jejum durante a vida. Em suma: No devemos jejuar sem a aprovacso médica ou sob tratamento médico. b) A volta da alimentago normal, depois de Jejuarmos, deve ser feita através de pequenas porgdes de alimento, Apés jejuns médios e longos, ¢ aconsethavel: + Nao adicionar sal aos alimentos, pois 0 pa- ladar sera mais sensivel, preferindo alimentos simples, integrais e naturais; + Continuar a beber muita Sgua — um litro ou ‘mais por dia; + Comer devagar utilizando a mastigac8o por ‘mais tempo. ©) 0 jejum nao € uma forma de "pression: Deus, nem de obrigé-lo a nos abencoar. 3. CONCLUSAO 0 jejum no deve ser praticado em demasia e ‘exagero, pois isso causa prejuizo aa corpo, const tuindo-se nesse caso um mal e no um bem. € pre ciso bom senso e equilibrio, No Cédigo de Direito Candnico, a Igreja nos ensina que "os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, sdo todas as sextas- feiras do ano e o tempo da quaresma” (Can. 1250).€ ainda: "Observe-se a abstinéncia de carne ou de ou- tro alimento, segundo as prescricBes da conferéncia dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a no ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a abstinéncia eo jejum fa quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixio Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Can, 1251). Ha também a orientacao da Igreja para o jejum que prepara a participacdo na Eucaristia: "Quem vai receber a Santissima Eucaristia abstenha-se de ‘qualquer comida ou bebida, excetuando- se somen- te agua e remédia no espaco de ao menos uma hora antes da sagrada comunhSo" (Can. 919). Apostila - Grupos de Perseveranga “=~ > Conforme 0 ensinamento da Igreja, no Codi g0 de Direito Candnico, “todos os figis, cada qual 2 Seu modo, esto obrigados por lel divina a fazer peniténcia; mas, para que todos estejam unidos mediante certa observancia comum da peniténcia, sao prescritos dias penitenciais, em que os figis se dediquem de modo especial d oracio, facam obras de piedade e caridade, renunciem a si mesmos, cumprindo ainda mais fielmente as proprias obri gages e observando principalmente o jejum e a abstinéncia, de acordo com os cAnones seguintes” (Can, 1249). Algreja também ensina que “esto obrigados 3 lei da abstinéncia aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estio obrigados a lei do je jum todos os maiores de idade até os sessenta anos comecados. Todavia, os pastores de almas e os pais, cuidem que sejam formados para o genuino sentido da peniténcia também os que no esto obrigados 8 ei do jejum e da abstinéncia em razdo da pouca idade" (Can, 1252) 3.1 Para refletir (0 jejum era uma pratica comum en- tre os grandes servos do Senhor, pois sa- biam que era uma forma de reabastecer- se, de renovar as forgas para enfrentar as dificeis batalhas que tinham pela frente ‘em seus ministérios e até mesmo na vida cotidiana. Nesta semana procure meditar com a Palavra de Deus sobre o jejum: Mt ga-22 Mt 17,14-20 Ata3,.-5,

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