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Apontamentos sobre IRS

© Jorge Vasconcelos – DEG / Universidade dos Açores


2008

IRS
Imposto Directo sobre o rendimento (directo por não ser repercutível)
(1) Incidência Real ou Objectiva – O Que está sujeito a imposto
(2) Incidência Pessoal ou subjectiva – Quem está sujeito a imposto
Artigo 1º CIRS
Incidência Real ou Objectiva – O Que está sujeito a imposto
► O valor anual dos rendimentos - mesmo provenientes de actos ilícitos – enquadráveis nas
diversas categorias que o integram, após efectuarmos as respectivas deduções específicas.
► A rendimentos em dinheiro ou em espécie são sujeitos a tributação.

Rendimentos Categoria
de Trabalho Dependente Artº 2º A
Empresariais e Profissionais Artº 3º, 4º B
de Capitais Artº 5º, 6º E
Prediais Artº 7º F
Incrementos Patrimoniais Artº 9º, 10º G
Pensões Artº 11º H

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Categoria A – Rendimentos de Trabalho Dependente
São tributáveis em cat. A [nº 2, Artº 2º CIRS]:
> Ordenados, vencimentos e salários
> Gratificações
> Comissões e percentagens de participação
> Subsídios ou prémios
> Senhas de Presença
> Verbas para representação
> Indemnizações
> Outras previstas no nº2 do Artº 2º CIRS
> Regalias não incluídas na remuneração principal (rendimentos
acessórios), conexas com a prestação do trabalho [al. b) nº 3 Artº 2º CIRS]
... Provenientes de [nº1 Artº 2º CIRS]:
> Trabalho por conta de outrém (através de contrato ou outro
documento legalmente equiparado);
> Trabalho prestado ao abrigo de contrato de Aquisição de Serviços,
desde que sob a autoridade e direcção da entidade que ocupa a posição
activa na relação jurídica;
> Função, Serviço ou Cargo público;
> Reserva ou Pré-reforma;
> Presença em órgãos estatutários, excepto em funções exercidas como
ROC [nº 3 Artº 2º CIRS].

Categoria A – Rendimentos de Trabalho Dependente

Rendimentos Acessórios
Sujeitos em Cat. A apenas na parte que excede determinado valor

► Subsídio de refeição [Pt. 2, Al. b), nº 3, Artº 2º CIRS] e


[Portaria 30-A/2008 de 10/01]
é considerado rendimento de cat. A na parte de exceda 50% do limite previsto para a função
pública (€ 4,11/dia em 2008), ou seja, € 4,11 x 1,5 x 22 dias = € 135,63.
Ou seja, os subsídios í de refeição ã mensais que excedam este valor são ã
considerados rendimento de Cat. A.
Este valor é elevado para €4,11x1,7x22=153,71 no caso de pagamento através de vales de
refeição.

► Abonos para Falhas [Al. c) nº 3 Artº 2º CIRS] é considerado rendimento de cat. A


caso o abono ultrapasse 5% do rendimento mensal fixo, ou seja:
5% x [14 x (remuneração mensal fixa – diuturnidades) / 12]
Exemplo: 5% x [(14 x 600,00)
600 00) / 12] = € 35,00.
35 00
Para um empregado que tenha que movimentar numerário no seu trabalho e que tenha
remuneração de € 600,00, se o abono para falhas for maior do que € 35,00, a parte
excedente é considerada rendimento de categoria A.

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Categoria A – Rendimentos de Trabalho Dependente

Rendimentos Acessórios
Sujeitos em Cat. A apenas na parte que excede determinado valor

► Ajudas de Custo [Al. d) nº 3 Artº 2º CIRS]


[DL 106/98 de 24/04],
[DL 192/95 de 26/07] e
[Portaria 30-A/2008 de 10/01]

A não sujeição de Ajudas de Custo tem diversas delimitações negativas (só ficam sujeitas a
partir de determinados valores):
• Órgãos Estatutários e do Governo: de € 67,24 até € 162,36 mensais
• Trabalhadores: de € 45,54 até € 144,71 mensais
• Desloc. em viatura do funcionário (ao serv. emp.): € 0,39 por Km. Existem outros limites
para viaturas alugadas, dependendo igualmente do número de funcionários transportados.

As despesas de deslocação são imputadas ao funcionário se este não prestar contas até ao
final do exercício.
exercício

Os quilómetros pagos a funcionários, se acima do respectivo limite, e caso não sejam re-
debitados a clientes, serão:
● Considerados rendimentos do funcionário, para efeitos de tributação em IRS ou
● Parcial (ou totalmente) tributadas em IRC [ver diagrama].

Categoria A – Rendimentos de Trabalho Dependente


Mais rendimentos acessórios de Cat. A
Sujeitos em Cat. A apenas na parte que excede determinado valor

► Indemnizações por cessação de contrato de trabalho, mesmo que atribuídas a outros


títulos, na parte que exceda 50% do limite previsto no nº4 Artº 2º CIRS.
Exemplo:Tempo na Empresa: 10 anos e 4 meses
(4 meses é uma fracção, pelo que vamos considerar 11 anos)
Ordenado-base
Ordenado base em 2007 = € 780; Ordenado
Ordenado-base
base em 2008 = € 800
Se a cessação do contrato for efectuada em Setembro/2008 e a indemnização for de €
15.500,00 devemos considerar, para efeitos do limite fiscal para esta situação, os últimos 12
meses de serviço, pelo que temos:
3 meses a 780 (Out/07 a Dez/07), 9 meses a 800 (Jan/08 a Set/08);
(780x3 + 800x9) / 12 = 795,00 (média dos últimos 12 meses);
795 x 11 anos x 1,5 = 13.117,50.
15.500 – 13.117,50 = 2.382,50
(valor sujeito a tributação, a englobar na cat.A)
Parte final do nº4► Se reatar a ligação nos 24 meses seguintes, deverá englobar
posteriormente a parte não tributada dos € 15.500,00 (ou seja, os € 13.117,50 que não
tributou).
nº5 ► Conceito de vínculo empresarial
nº6 ► A indemnização eventualmente não sujeita prevista no nº4 não inclui os direitos como
remuneração do trabalho, nem remuneração das férias, subsídio de férias ou de Natal.
nº7 ► No caso de ter beneficiado de situação idêntica nos últimos 5 anos, o sujeito passivo
será tributado pela totalidade.
al.e), nº3, artº 2º►Todas as restantes situações de indemnizações a trabalhadores
dependentes são tributáveis.

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Categoria A – Rendimentos de Trabalho Dependente
Rendimentos em espécie, igualmente tributáveis em Cat. A [Artsº 2º e 24º CIRS]:

► Subsídios de residência ou outros e a utilização de casa de habitação fornecida pela entidade


patronal (nº4,al.b),nº3,artº2º CIRS).

► Benefícios com juros suportados pela entidade patronal (excepto empréstimo destinado à
aquisição de habitação própria e permanente, com as condições do nº 5, al.b), nº 3, artº 2º);

► Viagens suportadas pela entidade patronal não conexas com as funções do funcionário
(nº6,al.b),nº3,artº2º).

► Utilização de viatura da empresa por parte do funcionário, desde que haja acordo escrito
onde conste expressamente a sua utilização (Pto.9, al.b), nº3, artº2º).
Para haver tributação é necessário que exista contrato escrito e que desse contrato resultem
encargos para a empresa. Valorização do rendimento: 0,75% x nº meses de utilização x
Valor viatura.

► Seguros e op. ramo vida (artº 2º, nº 3, b), pt. 3 e artº 18º do EBF) que:
• Constituam direitos adquiridos (nº9 Artº 2º CIRS)
• Concedam recebimento em capital (se cumpridas as condições previstas no Artº 18º EBF,
têm isenção de 1/3 do valor, com o limite de € 11 704,70).

► Ganhos derivados de planos de opção (nº7, al. b), nº3, artº 2º CIRS).

► Rendimentos de valores mobiliários derivados de planos criados em benefício dos


trabalhadores (nº8, al. b), nº3, artº 2º CIRS).

Categoria A – Rendimentos de Trabalho Dependente


Rendimentos em espécie, igualmente tributáveis em Cat. A [Artsº 2º e 24º CIRS]:

► O valor de diferença entre o valor de mercado da viatura e o valor de aquisição por parte
do funcionário, no caso de um funcionário registar em seu nome (ou em nome de pessoa do
seu agregado familiar ou outro por si indicada), antes de dois anos após a cessação de
encargos com a viatura por parte da entidade patronal, (Pt.10,al.b),nº3,artº 2 e nº13,artº2º).

Portaria 383/2003 de 14/05 e Art Art. 24º nº 7 do CIRS:


Estabelecem os coeficientes de desvalorização em função da idade do veículo tendo em vista
a determinação do valor de mercado:
Se V. mercado = V. Aquisição – (V. Aquis. x Coef.), então:
Rendimento em espécie = Valor de mercado – (valor de venda + rendimentos anuais
tributados por uso da viatura). Esta diferença, se positiva, é considerada rendimento em
espécie.

Exemplo: Veículo com 2 anos; adquirido pela empresa por € 30.000,00


Valor de venda = € 15.000,00. Existe rendimento em espécie neste caso?
(€ 30.000,00 - € 30.000,00 x 0,35) – € 15.000,00 = € 4.500,00
Caso tenha havido tributação pela utilização, por parte do funcionário, durante 12 meses:
0,75% x € 30.000,00 x 12 = € 2.700,00
€ 4.500,00 – € 2.700,00 = € 1.800,00 (Rendimento em espécie)

Se tivesse havido tributação pela utilização por 20 meses (ou mais) não haveria tributação
como rendimento em espécie, pois:
0,75% x € 30.000,00 x 20 = € 4.500,00
€ 4.500,00 - € 4.500,00 = € 0,00

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Categoria A – Não Sujeição

Valores obtidos por pessoas singulares que NÃO constituem rendimentos


tributável [nº8, artº 2º]:

► Pensões pagas por entidades patronais (para regimes obrigatórios de segurança social)
relativos a pensões de reforma, invalidez ou sobrevivência;

ç
► Benefícios obtidos no âmbito de realizações de utilidade social e de lazer p
promovidas p
pela
entidade patronal, desde que de acordo com os critérios previstos no artº 40º do CIRC;

► Prestações relacionadas exclusivamente com acções de formação profissional dos


trabalhadores, desde que ministrados por entidade reconhecida oficialmente como tal.

Categoria B – Rendimentos Empresariais e Profissionais


> Actividade comercial, industrial ou pecuária
> Rendimentos auferidos no exercício, por conta própria, de qualquer actividade de Prestação
de Serviços
> Lista anexa ao CIRS
> Propriedade intelectual ou industrial ou prestação de informação de experiência adquirida -
Know how- auferida pelo próprio autor
> Rendimentos prediais no âmbito da actividade
> Rendimentos
R di capitais
i i no âmbito
â bi da d actividade
i id d
> Mais-valias no âmbito da actividade
> Indemnização conexa com a actividade
> Subsídios no âmbito da actividade
> Imputação especial (rendimentos de transparência fiscal) previstos no artº 20º CIRS
> Actos isolados (nº3 do artº 3º) - Rendimentos que não resultem de uma prática previsível e
reiterada, nem representem mais de 50% dos outros rendimentos do sujeito passivo).

Exclusão: Actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias (tomadas em conjunto) com valor bruto
menor ou igual a 5 salários mínimos anuais (nº4 artº 3º).
3º)

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Categoria B – Rendimentos Empresariais e Profissionais
O Artº 4º considera como actividade comercial e industrial:
> Pesca;
> Transportes;
> Construção civil;
> Urbanísticas;
> Loteamentos;
> Hoteleiras e similares;
> Restauração
R ã e bebidas;
b bid
> Venda ou exploração do direito real de habitação periódica;
> Artesanato;
> Agências de viagens;
> Actividades agrícolas não conexas com a exploração da terra (ou seja, com custos agrícolas
directos < 25% dos custos directos da actividade);
> Agrícolas integradas em actividades comerciais e industriais (quando o consumo dos seus
produtos nestas actividades é ≥ 60% do seu valor).

O Art
Artº 4
4º considera como actividade agrícola,
agrícola silvícola e pecuária:
> Act. comerciais e industriais acessórias ou complementares (consideradas como tais quando
há utilização exclusiva de produtos das próprias explorações);
> Caça;
> Pastos naturais, água e outros produtos espontâneos, explorados directamente ou por
terceiros;
> Marinhas de sal;
> Explorações apícolas;
> Investigação de novas espécies animais e vegetais dependentes da actividade desenvolvida.

Categoria E – Rendimentos de Capitais

> Juros de contratos


> Juros de depósitos, mútuos e aberturas de crédito
> Juros de Títulos da Dívida Pública, obrigações e títulos de participação
> Juros de suprimentos e C/C de sócios
> Juros pelo não levantamento de lucros ou remunerações
> Juros por dilação do prazo de vencimento (excepto relativos ao Estado e O.E.P.)
> Lucros de entidades sujeitas
j a IRC,, excepto
p entidades com transparência
p fiscal
> Parte do valor de partilha de sociedades, bem como a amortização de partes de capital sem
redução do mesmo capital
> Prop. intelectual ou industrial ou prestação de informação de experiência adquirida (Know
how) quando não auferida pelo próprio autor
> Cedência de equipamento agrícola e industrial, redes informáticas (transmissão de dados e
capacidade informática instalada)
> Rendimentos derivados da aplicação de capitais
> Ganhos em operações de Swaps (assimilados a Juros)
> Ganhos na cessão de créditos
> Ganhos
G h com seguros de d vida
id
> Ganhos em associação em participação e à quota
[Nº3 Artº 5º] A diferença positiva entre o valor recebido e o valor dos prémios de seguros de
vida, pagos na 1ª metade da vigência do contrato, e se os prémios pagos representarem pelo
menos 35% das entregas:
● 1/5 do rendimento é excluído se o resgate ou vencimento for entre 5 e 8 anos após o início de
vigência do contrato.
● 3/5 do rendimento é excluído se o resgate ou vencimento ocorrer após terem decorrido 8 anos
completos do início de vigência do contrato.

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Categoria E – Rendimentos de Capitais

[Artº 6º] Presunções de alguns dos rendimentos desta categoria:


> Nos Mútuos e Aberturas de Crédito presume-se que são remunerados à taxa de juro legal;
> Presumem-se como lucros quaisquer débitos nas contas de sócios que não resultem de
pagamento de remunerações ou reembolso de empréstimos;
> Nas letras e livranças presume-se que se trata de um Mútuo quando o credor não for
comerciante;
>Ap presunção
ç é afastada ((ilidida)) q
quando existir:
● Acto administrativo
● Decisão judicial
● Declaração do Banco de Portugal ou
● Reconhecimento pela DGCI

[Artº 7º] Considera-se que o Facto Gerador dos rendimentos desta categoria existe no:
► Momento do vencimento, quando se tratar de juros de Mútuos, aberturas de crédito,
depósitos, títulos de dívida ou suprimentos
► Momento
M t do
d Pagamento
P t ou colocação
l ã à disposição,
di i ã quandod se tratar
t t d de llucros, valor
l
da partilha, associação em participação e à quota, certificados e fundos de investimento
► Momento do Apuramento do quantitativo, quando se tratar de Reporte, cedência de
direitos e reembolso antecipado de depósitos
► Momento da Liquidação, quando se tratar de Swaps

Categoria E – Rendimentos de Capitais


[Al. i), Nº2, Artº 5º] e [Artº 75º CIRC] Exemplo de cálculo de uma Partilha:
X = Valor da partilha – Valor de realização do capital
Y = Valor da partilha – Valor nominal do capital
MVF = X – Y calculamos se X>Y; se X≤Y Æ MVF=0
Rendimento de capitais = X – MVF
Valor de Liquidação = % de participação x valor da partilha
% de participação = Capital x Valor nominal detido

● Capital social : € 10.000,00


► Sócio A (20%): quota de € 2.000, mas adquirida por € 4.000
► Sócio B (30%): quota de € 3.000, mas adquirida por € 1.000
► Sócio C (50%): quota de € 5.000, mas adquirida por € 7.000
● Valor a partilhar € 20.000,00
► Sócio A: valor da partilha = € 20.000 x 0,2 = € 4.000
X = € 4.000 – € 4.000 = € 0; Y = € 4.000 - € 2.000 = € 2.000; X<Y Æ MVF=0;
Rend. Capitais = €0 - €0 = € 0. Nada a tributar em cat. E ou G.
► Sócio B: valor da partilha = € 20.000 x 0,3 = € 6.000
X = € 6.000 – € 1.000 = € 5.000; Y = € 6.000 – € 3.000 = € 3.000; X > Y Æ MVF = X - Y Æ
Æ MVF = € 5.000 - € 3.000 Æ MVF= € 2.000 (Rendimento de categoria G)
Rend. Capitais = X – MVF = € 5.000 - € 2.000 = € 3.000 (Rendimento de categoria E)
► Sócio C: valor da partilha = € 20.000 x 50% = € 10.000
X = € 10.000 – € 7.000 = € 3.000; Y = € 10.000 – € 5.000 = € 5.000; X < Y Æ MVF = 0;
Rend. Capitais = € 3.000 - € 0 = € 3.000 (Rendimento de categoria E)

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Categoria F – Rendimentos Prediais
> Rendas de prédios rústicos, urbanos ou mistos (pagos ou colocados à disposição)
> Cedência do uso de prédio
> Aluguer de equipamentos e mobiliário instalados num prédio
> Subarrendamento (Diferença entre renda recebida e a renda paga ao senhorio)
> Uso de bens imóveis para publicidade
> Cedência de uso de partes comuns em prédios em regime de propriedade horizontal
> Constituição, a título oneroso, de direitos reais de gozo temporário sobre prédios
rústicos, urbanos ou mistos

Categoria G – Incrementos Patrimoniais


São considerados Incrementos Patrimoniais:
► Mais-Valias que não sejam consideradas nas categorias B, E ou F
► Indemnizações para reparação de:
● Danos Não-Patrimoniais (excepto se houver decisão judicial ou acordo homologado
judicialmente
● Danos Morais
● Lucros Cessantes (ressarcimento dos benefícios líquidos não obtidos em consequência da
l ã )
lesão);
► Importâncias auferidas pela assunção de obrigações de não concorrência
► Acréscimos patrimoniais não justificados (definidos nos artºs 87º, 88º e 89º-A da LGT)
► Prémios de lotaria, rifas e apostas mútuas
► Totoloto, Loto e Bingo
► Prémios atribuídos em sorteios ou concursos, excepto “Euromilhões” e “Liga dos Milhões”.

[Nº5 do Artº 5º D.L. 442-A/88] Regime Transitório da Categoria G


Os ganhos que não eram sujeitos ao imposto de mais-valias, criado pelo Código das Mais-Valias,
bem como os derivados da alienação a título oneroso de prédios rústicos afectos ao exercício de
uma actividade agrícola ou da afectação destes a uma actividade comercial ou industrial exercida
pelo respectivo proprietário, só ficam sujeitos a IRS se a aquisição dos bens ou direitos a que
respeitam tiver sido efectuada depois da entrada em vigor do CIRS.

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Categoria G – Incrementos Patrimoniais
[Artº 10º] Definição de Mais-Valias

[Nº1] Definições dos diversos tipos de MV:


► Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis
► Afectação de quaisquer bens à actividade empresarial ou profissional
► Cedência de partes sociais
► amortização de partes sociais c/ redução de capital
► Cedência
C dê i definitiva
d fi iti de
d direitos
di it pelo l titular
tit l não
ã originário
i i ái
► Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a
bens imóveis
► Warrants, Instrumentos financeiros derivados e Certificados

[Nº2] As MV com acções detidas por mais de 12 meses ou com obrigações e outros títulos de
dívida são excluídas de tributação, mas devem ser declaradas no anexo G1 da declaração Mod.3.

[nº12] No entanto, as MV provenientes de acções de sociedades cujo activo seja constituído


em mais de 50% por bens imóveis (ou direitos reais equivalentes) não são abrangidas pela
exclusão de tributação prevista no nº2.

Categoria G – Incrementos Patrimoniais


[Nº5] Em caso de reinvestimento, a Mais-Valia pela alienação de um imóvel p/ habitação
própria e permanente é excluída de tributação, desde que haja reinvestimento do valor de
realização (deduzido de eventual empréstimo para aquisição que ainda se encontre em
dívida à data da alienação) e o reinvestimento seja efectuado:
► Na aquisição de terreno para construção no prazo de até 12 meses antes ou até 24
meses depois da data de alienação;
q ç
► Na aquisição de habitação
ç própria
p p e ppermanente situada em território nacional,,
igualmente no prazo de até 12 meses antes ou até 24 meses depois da data de alienação;
► Construção, ampliação ou melhoramento de outro imóvel que seja transformado em
habitação própria e permanente, desde que situado em território nacional, nos 24 meses
seguintes.
O reinvestimento em habitação p.p. será considerado deste que o imóvel se situe no
território português ou em local situado dentro da U.E. ou do E.E.E., tendo o S.P. que dar
prova de tal facto, nestas últimas 2 situações [al. b) do nº3 do Artº 57º CIRS].

[Nº7] Haverá tributação parcial da mais-valia


mais valia se o reinvestimento for parcial,
parcial isto é
é, se a
parte reinvestida é menor do que o valor de realização da alienação da habitação própria e
permanente.
Neste caso, a percentagem não reinvestida do valor de realização define a parte da Mais-
Valia a ser tributada.
Caso o S.P. já tenha conhecimento de tal facto, pode utilizá-lo na declaração do ano da
alienação; Caso tenha manifestado a intenção de reinvestimento total, deverá apresentar
uma declaração de substituição no 1º prazo normal que ocorrer após o termo dos 24 meses
seguintes ao da alienação.

9
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

[Nº6] Haverá tributação da mais-valia se:


► Na aquisição, se nos 6 meses seguintes ao termo do prazo para reinvestir não a afectar
como habitação do agregado;
► Na aquisição de terreno para construção, se:
• Não iniciar as obras até decorridos 6 meses após o termo do prazo para reinvestir,
salvo por motivo imputável às entidades públicas;
• Não requerer a inscrição do prédio até ao fim dos 24 meses seguintes ao do início
das obras;
• Não afectar o imóvel à habitação do agregado até ao fim do 5º ano seguinte ao da
realização;
► Na construção, ampliação ou melhoramento de outro imóvel para o afectar a habitação
própria e permanente, se:
• Não iniciar as obras até decorridos 6 meses após o termo do prazo para reinvestir;
• Não requerer a inscrição do prédio até ao fim dos 24 meses seguintes ao início das
obras;
• Não afectar o imóvel à habitação do agregado até ao fim do 5º ano seguinte ao da
realização.

Categoria H – Rendimentos de Pensões


► Pensões de aposentação, reforma, velhice, invalidez ou sobrevivência
► Pensões de alimentos
► Prestações de companhias de seguros, fundos de pensões ou outros (complementos de
reforma), que não sejam considerados rendimentos de trabalho dependente
► Outras pensões ou subvenções
► Rendas temporárias ou vitalícias

Os rendimentos de qualquer categoria são tributados desde que pagos ou


colocados à disposição dos respectivos titulares (com excepção de algumas MV e
alguns rendimentos de capitais)

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Delimitação Negativa da Incidência [Artº 12º]
O IRS não incide sobre:

>Indemnizações de contratos de seguros, excepto rendimentos deste tipo obtidos no âmbito da


Cat. B, por lucros cessantes ou por bens sinistrados, ou no caso de indemnizações por danos
não-patrimoniais (excepções previstas na al.b) nº1 artº 9º CIRS).

>Prémios literários, artísticos ou científicos quando não envolvam a cedência dos direitos de
autor e desde que atribuídos em concurso.
concurso

>Rendimentos de profissionais de espectáculo ou desportistas tributados em IRC.

>Subsídios p/ manutenção ou despesas extraordinárias de Centros Reg. Seg. Social, SCML ou


IPSS em serviço social.

>Bolsas desportivas atribuídas por entidades oficiais, como o Ministério que tutela o desporto,
as federações das modalidades, o COP e o CPP. Excepto para estas duas últimas, o limite anual
de não incidência é de 5 vezes o RMMG.

> Prémios atribuídos a praticantes de alta competição por classificações relevantes em provas
desportivas de elevado prestígio e nível competitivo.

> Incrementos Patrimoniais resultantes de transmissões gratuitas sujeitos a Imposto do Selo,


bem como os que se encontram expressamente previstos nas normas de delimitação negativa
do I.S.

Artigo 13º CIRS


Incidência Pessoal ou Subjectiva – Quem está sujeito a imposto

[Nº1] ► O IRS incide sobre as Pessoas Singulares que residam em território português e
sobre os Não Residentes que obtenham rendimentos em território português.
[Nº2] Consideram-se Sujeitos Passivos do imposto as pessoas a quem incumbe a direcção do
agregado familiar;
► O imposto é devido pelo conjunto dos rendimentos das pessoas que o constituem [nºs 2, 3
e 4 do Artº 13º];
► Excepção: rendimentos de menores não emancipados cuja administração não lhes pertença
na totalidade [nº 5];
► Definição de direcção do agregado familiar [nº2 artº 1671º C.Cv.];
► Dependentes de um só agregado familiar Vs. Sujeitos Passivos Autónomos [nº 6];
►31/Dezembro: define a situação pessoal e familiar [nº7]

[Nº4] Conceito de dependentes


[4a] Filhos, adoptados, enteados, desde que menores não emancipados, e os menores sob
tute a;
tutela;
[4b] Filhos, adoptados, enteados e ainda os ex-tutelados com as seguintes condições
cumulativas:
• Idade em 31/Dez ≤ a 25 anos
• Rendimentos não superiores a 14 x € 426,00 = € 5.964,00
• Frequência do 11º ano de escolaridade ou superior;
[4c] Filhos, adoptados, enteados e os sujeito a tutela, maiores, que sejam inaptos para o
trabalho e para angariar meios de subsistência, desde que não aufiram mais do que 14 x €
426,00 = € 5.964,00.

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[Artº 59º, Nº1] Contribuintes casados devem apresentar uma única declaração.

[Artº 14º] Uniões de Facto (Enquadrada pela Lei 7/2001)


A opção pelo regime dos casados torna-se possível desde que os dois S.P. estejam unidos de
facto há mais de 2 anos (verificável pelo domicílio fiscal), sejam do mesmo sexo ou de sexos
diferentes. Em caso de opção, deve ser entregue uma única declaração.

[Artº 59º, Nº2] Separado de facto


Os cônjuges separados podem apresentar uma única declaração conjunta ou uma para cada
um, abrangendo os seus dependentes. Caso decidam enviar uma individual, consubstanciando
a separação de facto, observam-se algumas regras particulares:
•As deduções à colecta não podem exceder 50% dos limites definidos para os sujeitos
casados (ou o menor dos limites previstos);
•Não se aplica o quociente conjugal do Artº 69º.

[Artº 143º] Para efeitos do IRS, o ano fiscal coincide com o ano civil.

[Artº 15º] Âmbito da Sujeição


► Residentes: O IRS incide sobre a totalidade dos seus rendimentos dentro e fora do
território - Universalidade -, embora estejam previstas situações consignadas nas convenções
com outros países para evitar ou diminuir a dupla tributação;
► Não residentes: O IRS incide unicamente sobre os rendimentos obtidos em território
português.

[Artº 16º] Residência em território português


• Residente em território português por mais de 183 dias;
• Tendo permanecido por menos de 183 dias, em 31/Dez detenha residência em Portugal;
• Em 31/Dez sejam tripulantes de navios ou aeronaves que estejam ao serviço de entidades com
residência, sede ou direcção efectiva em Portugal;
• Desempenhem no estrangeiro funções ao serviço do Estado português
• Se a pessoa a quem incumbe a direcção de um agregado familiar residir em Portugal, são
consideradas residentes as pessoas que o constituam.

[Artº 17º] Conceito de residente em Região Autónoma


Segue o critério de permanência de mais de 183 dias numa Região Autónoma, onde tenha o seu
domicílio fiscal e que na Região Autónoma se situe o principal centro de interesses (onde obtém a
maior parte dos seus rendimentos).

Rendimentos obtidos em Portugal por não residentes


Os não residentes não englobam [Nº3 Artº 22º], são tributados por via de retenção liberatória
[Artº 71º] nas categorias A, B, E, G e H.
Podem também ser tributados por taxas especiais do Artº 72º:
25% nos incrementos patrimoniais, 15% nos rendimentos prediais, 10% sobre Mais-Valias de
valores mobiliários e 25% sobre estabelecimento estável de cat. B.

12
[Artº 19º] Contitularidade de Rendimentos
Os rendimentos que pertençam em comum a várias pessoas são imputados a estas na
proporção das respectivas quotas, que se presumem iguais quando indeterminadas.

Por exemplo, a herança indivisa é considerada, para efeitos de tributação, como uma situação
de contitularidade. Desta forma, cada herdeiro será tributado relativamente à sua quota-parte
dos rendimentos por ela gerados, atendendo ao disposto no artº 19.º CIRS.

Tratando se de rendimentos da categoria B, cumpre ao cabeça


Tratando-se cabeça-de-casal
de casal ou administrador
contitular da herança indivisa apresentar, na sua declaração anual de rendimentos, ainda que
em anexo autónomo, a demonstração dos lucros ou prejuízos apurados no património comum,
identificando os restantes contitulares e a respectiva quota-parte nesses lucros ou prejuízos.
Cumpre a cada contitular declarar também, no anexo próprio, apenas a sua quota-parte nos
rendimentos gerados pela herança indivisa, identificando, por sua vez, o cabeça de casal ou
administrador contitular a quem incumbir a apresentação da totalidade dos elementos
contabilísticos.
Cada contitular deve ainda declarar a sua quota-parte nas retenções de imposto eventualmente
feitas à herança indivisa.

[Artº 20º] Imputação Especial


● Tributação em IRS de rendimentos de sócios de entidades referidas no Artº6º do CIRC
(Sociedades de Transparência Fiscal). Por exemplo, sociedades civis não constituídas sob forma
comercial, sociedades de profissionais, sociedades de simples administração de bens, entre
outras.

● A Transparência Fiscal caracteriza-se pelo facto de que certos rendimentos de sociedades não
são tributados nestas, mas imputados aos seus sócios, quer sejam singulares ou colectivos.

● Uma sociedade define-se segundo a sua forma e o seu objecto: se uma sociedade não tem
forma, é comercial se tiver por objecto o comércio; é civil se não tiver objecto comercial.
O que diferencia uma sociedade civil de uma comercial é, portanto, primeiro a forma e depois o
objecto: basta uma sociedade civil ter uma forma comercial (soc. anónima, soc. por quotas,…)
para ser considerada comercial.

● Esta imputação especial é alvo de tributação em categoria B.

13
Substituição Tributária [Artº 21º] e [Artº 103º]

Situação em que a pessoa substituta é considerada a principal devedora do imposto, nos casos
em que hajam rendimentos sujeitos a retenção.

O artº 103º CIRS considera a responsabilidade originária do imposto não retido como sendo do
substituído, mas atribuindo ao substituto responsabilidade solidária pelo imposto não retido.

[Artº 22º] Regras de Englobamento

[Nº2] Contitularidade: O englobamento faz-se de acordo com as respectivas quotas e deduções


admitidas (nestas últimas, excepto cat. B).

[Nº3] Não há englobamento dos rendimentos de sujeitos passivos não residentes, pois são
tributados a título definitivo (pelas taxas liberatórias do artº 71º ou taxas especiais do artº 72º).
Os sujeitos passivos residentes sujeitos às taxas do artº 71º ou do artº 72º podem, se o
desejarem optar pelo seu englobamento.
desejarem, englobamento

[Nº5] Quando um S.P. exerce o direito conferido pelo nº3, é obrigado a englobar a totalidade
dos rendimentos compreendidos no nº6 do artº 71º e no nº6 do artº 72º.

Note que todas as M-V com participações sociais SÃO obrigatoriamente DECLARADAS, sendo
somente as M-V de partes de capital detidas há menos de 12 meses TRIBUTADAS
AUTONOMAMENTE (pelo ARTº 72º).
No entanto podemos optar pelo seu englobamento (ou poderão mesmo ser obrigatoriamente
englobadas caso tenha optado pelo englobamento de outros rendimentos sujeitos a taxa
liberatória prevista no artº 71º ou 72º).

[Nº6] Quando um S.P. aufira rendimentos que dêem direito a crédito de imposto por dupla
tributação internacional previsto no artº 81º, os rendimentos obtidos no estrangeiro devem ser
englobados pelo seu valor bruto.

14
[Artº 22º] Regras de Englobamento

[Nº7] Rendimentos isentos obrigatoriamente englobados para efeito de determinação da taxa.


Exemplo [S.P. não casado]
1º passo: Rend sujeito N isento = 20.000
2º Passo: Acrescemos o Rend isento = 10.000, definimos as taxas do artº 68º CIRS.
3º Passo: Proporção 20.000/30.000 = 2/3
4º Passo: Aplicamos a proporção 2/3 ao cálculo e temos:
2/3 x Rendimento Líquido Total x As taxas dos respectivos escalões

[Artº 24º CIRS] ► Define a valorização dos Rendimentos em Espécie

Como se determina o rendimento colectável


Englobamos os rendimentos auferidos nas várias categorias.

Deduzimos ao montante bruto de cada categoria as deduções específicas (que, de acordo


com critérios legais, são os encargos necessários que tornam possível a obtenção de
rendimentos brutos).

Fazemos, então:
Englobamento Æ Rendimento Bruto em cada categoria Æ Deduções õ Específicas
í em cada
categoria Æ Rendimento Líquido Global Æ Abatimentos Æ Rendimento Colectável

15
Deduções Específicas da Categoria A

[ARTº 25º CIRS]

► 72% de 12 vezes o RMMG, isto é, 72% x 12 x 426,00 = 3.680,64;


Se as contribuições forem superiores a este limite, são aceites na totalidade (nº 2
Artº 25º). Ou seja:
• Se a contribuição real for igual ou inferior a 3.680,64, então deduzimos 3.680,64;
• Se
S a contribuição
t ib i ã reall for
f superiori a 3.680,64,
3 680 64 então
tã o valor
l a deduzir
d d i seráá o
montante da contribuição efectivamente paga no ano.

► Indemnizações pagas pelo trabalhador por rescisão contratual por ordem judicial
ou acordo judicialmente homologado (nos restantes casos o valor da indemnização
não pode ser superior à remuneração de base).

► Quotizações sindicais (sem contrapartida p/ despesas de saúde, educação, .....),


com o limite de 1% s/ rendimento bruto.
bruto Este valor é aceite em 150% (após a
aplicação do limite).

[nº4] O limite previsto na alínea a) pode ser elevado para 75% do RMMG, desde
que os 3% excedentes resultem de:
Quotizações para Ordens Profissionais suportadas pelo sujeito passivo de cat.A; ou
importâncias referentes a despesas com formação profissional devidamente
reconhecida oficialmente.

Enquadramento nos regimes de tributação da Categoria B


[Artº 28º CIRS, Nº1] Temos 2 formas de determinar o rendimento líquido desta categoria:
► Contabilidade Organizada: Determinação com base no lucro real.
► Regime Simplificado: Determinação com base nos proveitos.
 Abrange ainda 2 casos particulares: Actos isolados e Rendimentos acessórios

[Nº2] Os sujeitos passivos ficam abrangidos pelo Regime Simplificado de tributação da Cat. B
caso não façam opção pelo Regime de Tributação pela Contabilidade Organizada e caso não
tenham ultrapassado,
ultrapassado no ano anterior,
anterior € 149.639,37
149 639 37 de vendas ou € 99.759,58
99 759 58 dos restantes
rendimentos da cat. B.

[Nºs 3 e 4] A opção pela tributação segundo a contabilidade organizada (lucro real) deve ser
exercida na declaração de início de actividade ou até ao fim do mês de Março do ano em que
pretendem passar a ser tributados por este modo, através de uma declaração de alterações. A
vigência desta opção é de 3 anos, por força da obrigação presente no Nº5.

[Nº5] Tendo sido enquadrado num dos dois regimes, o período de permanência obrigatório é de
3 anos,, sempre
p renovável p
por novo p
período de 3 anos caso não seja
j exercida a opção
pç do nº 4.

[Nº6] Caso os limites do nº2 sejam ultrapassados em dois períodos consecutivos, ou num só
período as vendas ultrapassem € 187.049,21 ou os restantes rendimentos ultrapassem €
124.699,48, a tributação do ano seguinte a estes factos passará a ser efectuada pelo regime de
Contabilidade Organizada.

[Nº8] O sujeito passivo, caso só preste serviços a uma única entidade, poderá optar pela
tributação destes rendimentos de cat. B segundo as regras de tributação da cat. A, mas terá que
manter esta forma de tributação por 3 anos.

16
Enquadramento nos regimes de tributação da Categoria B

[Nº9] Se houver alterações das regras de tributação mínimas do regime simplificado (excepto
quando a alteração for motivada pela actualização do valor da RMMG), ou se os indicadores de
base técnico-científica originarem maior valor a pagar do que os coeficientes actualmente
previstos, pode o Sujeito Passivo optar pela tributação segundo o regime de Contabilidade
Organizada no ano em que a mudança se verificar, mesmo que não tenha decorrido o prazo
mínimo de permanência.

[Nº10] No exercício do início de actividade, o enquadramento faz-se de acordo com o valor


anual dos proveitos estimados. No entanto, se o sujeito passivo tiver um enquadramento,
ditado pelo valor anual dos proveitos, em Regime Simplificado mas exercer a opção pelo regime
de Contabilidade Organizada, é a opção que prevalece para efeitos de enquadramento.

[Nº11] Se houve cessação de actividade, mas esta for reiniciada antes de 1 de Janeiro do ano
seguinte àquele em que se tiverem completado 12 meses da data da cessação, o regime a
aplicar é obrigatoriamente o mesmo que vigorava à data da cessação.

[Nº13] A regra do Nº11 não é aplicada, no entanto, quando o reinício de actividade venha a
ocorrer depois de terminado o período mínimo de permanência obrigatório da actividade
anteriormente cessada.

[Nº12] A DGCI pode autorizar a alteração de regime, a requerimento dos sujeitos passivos,
quando este demonstre que se verificou uma modificação substancial das condições do
exercício da actividade.

Deduções Específicas da Categoria B

[Artº 33º] Para os S.P. que sejam tributados com base na contabilidade
organizada
A determinação do rendimento colectável é efectuada com base nas regras do CIRC, tendo no
entanto as seguintes limitações definidas no artº 33º CIRS:

[Nº1] Não são dedutíveis a parte de despesas com deslocações que exceder 10% dos
proveitos
p o e tos suje
sujeitos
tos a imposto
posto e de
dele
e não
ão isentos.
se tos

[Nº 5] Empresários que afectem parte do imóvel destinado a sua habitação têm como limite de
despesas com amortizações/rendas, energia, água e telefone fixo 25% das despesas totais
devidamente comprovadas.

[Nº 6] No caso de profissionais que exerçam em conjunto, os encargos são rateados em


função da respectiva utilização ou, faltando elementos para o rateio, este deverá ser efectuado
proporcionalmente aos rendimentos brutos auferidos por cada profissional.

[[Nº8]] As eventuais remuneraçõesõ d titulares


de l d
desta categoria, bem
b como de d membros
b d
do
agregado familiar que lhe prestem serviço ou sob outros títulos, não são utilizáveis para efeitos
de dedução específica.

[Portaria Nº 1041/2001] O nº de viaturas que originam encargos para a actividade são


limitados a uma para o empresário e uma por cada empregado.

Algumas despesas são alvo de Tributação Autónoma


pelas regras previstas no Artº 73º CIRS

17
Deduções Específicas da Categoria B

[Artº 31º] Para os Sujeitos Passivos abrangidos pelo Regime Simplificado


em Categoria B
► O rendimento líquido da cat. B, calculado por este regime, é calculado com base em margens
convencionadas:

[Nº2 e Nº5]
0,20
0, 0 x VENDAS S
HOTELARIA, RESTAURAÇÃO E BEBIDAS
SUBSÍDIOS À EXPLORAÇÃO (comparticipações que originam
directamente diminuições no preço de venda)

0,70 x PRESTAÇÕES SERVIÇOS


MAIS-VALIAS NO ÂMBITO DA CATEGORIA B
SUBSÍDOS SEM SER DE EXPLORAÇÃO (diferimento por 5 anos)
OUTROS RENDIMENTOS

O Limite Mínimo do RLB é € 2.982,00 (½ RMMG anual)

Deduções Específicas da Categoria B


Casos particulares de cálculo do rendimento líquido para sujeitos passivos
enquadrado no Regime Simplificado:

[Artº 30º] Actos Isolados de Categoria B


► A definição prevista no nº 3 artº 3º CIRS indica que é um acto que não resulte de uma prática
previsível ou reiterada e que seja inferior a 50% do total dos restantes rendimentos, quando os
houver.
► A determinação do rendimento líquido da categoria é feito com base na diferença [Receitas –
Despesas], sendo as despesas limitadas pelo artº 33º.

[Nº6 Artº 31º] É considerado Rendimento Acessório de Categoria B:


► O rendimentos de cat. B que sejam < do que 50% dos rendimentos brutos englobados
e cujo valor não ultrapasse: ½ RMG anual (para prestação de serviços e outros rendimentos,
excepto vendas) ou RMG anual (para vendas, isoladamente ou em conjunto com outros tipos de
rendimentos).
Nestes casos,
casos a determinação do valor tributável Cat.
Cat B segue as regras do Artº 30º.
30º
Caso contrário, será considerado um rendimento abrangido pelo regime simplificado
de tributação, sendo o cálculo do Rendimento Líquido da categoria B efectuado de
acordo com o nº2 do Artº 31º.

18
Deduções Específicas da Categoria B

[Artº 36º] Subsídios à Agricultura e Pescas: tributável em 5 anos na parte em que excedam
custos e perdas, sendo tributado em 1/5 desde o ano do recebimento.
[Artº 36º-A] Cessando a aplicação do regime de tributação segundo a contabilidade
organizada, a parte dos subsídios ainda não tributada deverá sê-lo no último ano deste mesmo
regime.
[
[Artº 36º-B]] Mudando o regime
g de tributação,
ç , as q
quotas de amortização
ç a considerar p
para
efeitos de mais-valias serão as efectivas durante o regime de Contab. Organ. e as quotas
mínimas durante o Regime Simplificado.
[Artº 38º] Exclusão de tributação em caso de realização de património de uma sociedade (nas
condições nele previstas).

Deduções Específicas da Categoria E [Artº 40º-A]


Não são permitidas deduções nesta categoria de rendimentos, com excepção de:

[Nº1] Os lucros e resultados de partilhas são somente consideradas em 50% do valor bruto que
recebemos na distribuição, caso tenhamos optado pelo seu englobamento, comunicando tal facto
à entidade pagadora dos mesmos até 31 de Janeiro do ano seguinte ao da distribuição.
Esta dedução está condicionada pelo disposto nos nºs 2 a 5 do mesmo artigo, com a obrigação
do nº5 do artigo 22º CIRS.

Deduções Específicas da Categoria F [Artº 41º]


[Nº1] São dedutíveis os encargos de manutenção e conservação dos prédios, desde que
devidamente comprovados documentalmente (porteira, manutenção dos espaços comuns, IMI e
taxas autárquicas de prédios arrendados).

[Nº2] Nas fracções autónomas de prédios em regime de propriedade horizontal deduzem-se


igualmente os encargos de conservação, fruição e outros que nos termos da lei civil o condómino
seja obrigado a suportar.

[Nº3] A sublocação não beneficia de qualquer dedução.

19
Deduções Específicas da Categoria G [Artºs 43º a 52º]
[Artº 43º] Só são permitidas deduções relativamente aos seguintes rendimentos.
[Nº2] O valor a ser considerado é resultante da diferença entre as MV e as mV realizadas no
ano, sendo somente considerado em 50% (positivo ou negativo), nas:
► Alienações de imóveis;
► Afectação de bens à actividade empresarial ou profissional;
► Cedência de posição contratual na compra de imóveis;
► Cedência de p propriedade
p intelectual (q
(quando o transmitente não seja
j o titular originário).
g )
Note que a MV Fiscal é calculada como segue:
MVF = VR – [(VA x coef.) + desp. aquisição e alienação + Desp. valoriz. nos últimos 5 anos]
VR = valor de realização [Artº 44º]
VA = valor de aquisição [Artºs 45º e 46º]
Coef. = coeficiente de correcção monetária [Artº 50º]
Despesas de aquisição e de alienação [Al. a) do Artº 51º]
Despesas de valorização efectuadas nos últimos 5 anos [Al. a) do Artº 51º]
Deduzimos, portanto, 50% da MVF calculada.

[Nº3] Não contam as perdas respeitantes a operações com zonas de regime fiscal mais
favorável nos:
► Rendimentos obtidos em alienações de partes sociais;
► Amortizações de partes sociais com redução de capital;
► Operações com instrumentos financeiros derivados, Warrants e certificados.

Estes rendimentos são tributados autonomamente à taxa de 10%, pelo nº4 Artº 72º
CIRS, embora haja possibilidade de englobamento: Veja o Quadro-Resumo das RnF.

Deduções Específicas da Categoria H [Artº 53º]


[Nº1] As pensões iguais ou inferiores a € 6.000,00 por titular deduzem-se na totalidade.

[Nº2] Se a pensão for superiores ao valor do nº1, a dedução a aplicar é € 6.000,00.

[Nº4] Quotizações sindicais são igualmente dedutíveis (sem contrap. p/ desp. saúde,
educação,...), com o limite, por sujeito passivo, de 1% do RBH. Este valor é aceite em 150%.

[Nº5] Para RBH > € 30.000,00, a DEH é a prevista no nº 1, mas diminuída em 13% do valor do
RBH que exceda os € 30.000,00.
► 2 Exemplos desta situação prevista no nº5:
Ex.1) DEH = 6.000 – [13% x (€ 58.000 - € 30.000)] = € 6.000 – € 3.640,00 = € 2.360,00.
Ex.2) DEH = 6.000 – [13% x (€ 75.000 - € 30.000)] = € 6.000 – € 5.850,00 = € 150,00.
A dedução específica é menor para pensões muito elevadas, atingindo o valor zero para pensões
a partir de € 76.153,85.

[Nº7] As rendas temporárias ou vitalícias não beneficiam de dedução específica.

[Artº 54º] Caso sejam obtidos prestações no âmbito de complementos de reforma ou rendas
temporárias ou vitalícias, na determinação do valor tributável de reembolsos de capital excluimos
a parte do capital.

20
[Artº 55º] Dedução de Perdas
[Nº1] O resultado líquido negativo obtido numa categoria é dedutível ao Rendimento Líquido
Global Obtido em anos posteriores. No entanto, existem diversas limitações a esse direito:

[Nº2] Cat. F
5 anos de reporte para os resultados líquidos negativos da cat. F, deduzindo-se aos rendimentos
líquidos da mesma categoria.

[Nº3] Cat.
Cat B
6 anos de reporte para os resultados líquidos negativos da cat. B, deduzindo-se aos rendimentos
líquidos da mesma categoria; As perdas resultantes do exercício de actividades agrícolas,
silvícolas e pecuárias não são comunicáveis entre si, sendo somente reportáveis a rendimentos
líquidos positivos da mesma natureza. Não é igualmente possível reportar outros rendimentos de
cat. B a rendimentos do tipo referido acima, ou seja, prevalece o Princípio da Não
Comunicabilidade das Perdas.
É obrigatória a separação contabilística das actividades [al. d) do nº3 do Artº 55º].
[Nº4] Cat. B - Regime Simplificado
Podem ser deduzidos p prejuízos
j obtidos antes da aplicação
p ç do regime,
g , mas o rendimento
tributável após a dedução não pode ser inferior ao previsto no nº2 artº 31º, ou seja, € 2.982,00.

[Nº6] Cat. G
As menos-valias derivadas da alienação de partes sociais ou outros valores mobiliários são
reportáveis até aos 2 anos seguintes àquele a que respeitam, deduzindo-se aos rendimentos
líquidos da mesma natureza.
[Nº5] Cat. G
As restantes menos-valias de cat. G são reportáveis até 5 anos seguintes àquele a que
respeitam, deduzindo-se aos rendimentos da mesma natureza.

[Artº 56º] Abatimentos


Deduzimos à totalidade dos rendimentos líquidos as pensões a que o sujeito passivo esteja
obrigado por decisão judicial, desde que o beneficiário não faça parte do agregado familiar
(ou seja, desde que não sejam utilizadas deduções com base nele).
Após esta dedução, obtemos o Rendimento Colectável e prosseguimos para o…

Cálculo da Colecta

Para Sujeitos Passivos Não Casados


Neste caso a matéria colectável é idêntica ao Rendimento Colectável.
Aplicamos as taxas do Artº 68º sobre a Matéria Colectável e obtemos a Colecta.
Aplicação do Artº 68º: taxa normal do escalão do rendimento colectável x (rendimento colectável – limite
superior do escalão anterior) + taxa média do limite anterior do escalão do R.C. x limite superior desse escalão
Aplicação da tabela prática: Rendimento colectável x Taxa normal do escalão – parcela a abater

Para Sujeitos Passivos Casados


Usamos o Quociente Conjugal previsto no Artº 69º.
Rendimento Colectável / 2 = Matéria Colectável.
Aplicamos as taxas do Artº 68º sobre a Matéria colectável,
colectável multiplicamos o resultado por 2 e
obtemos a Colecta.

Aplicação dos Artºs 69º e 68º: Rendimento Colectável : 2; [taxa média do limite anterior ao escalão de 1/2 do
R.C. x limite superior desse escalão + taxa normal do escalão do rendimento colectável x (1/2 do Rendimento
colectável – limite superior do escalão anterior)] x 2
Tabela Prática: (Rendimento colectável : 2 x taxa normal do escalão – parcela a abater) x 2

Nos casos em que haja lugar a tributação autónoma, à colecta adicionamos a referida
tributação autónoma.

21
Exemplos de aplicação das taxas do Artº 68º CIRS

1º Exemplo Residente na R.A.A., S.P. não casado

Rendimento Líquido Colectável = 35.421,86


Maior dos escalões contidos Æ 3º escalão
35.421,86 – 17.401,00 = 18.020,86

17.401,00 x 14,8795% = 2.589,18


18.020,86 x 27,2% = 4.901,67
2.589,18 + 4.901,67 = 7.490,86

[confirmação pela tabela prática]


35.421,86 x 27,2% = 9.634,75
9.634,75 – 2.143,89 = 7.490,86
Não havendo tributação autónoma a acrescer, é esta a nossa Colecta.

Exemplos de aplicação das taxas do Artº 68º CIRS

2º Exemplo Residentes na R.A.A., S.P. casados

Rendimento Líquido Colectável = 88.632,00


[Artº 69º] 88.632,00 / 2 = 44.316,00

Maior dos escalões contidos Æ 4º escalão


44.316,00 – 40.020,00 = 4.296,00

40.020,00 x 21,8430% = 8.741,57


4.296,00 x 29,2% = 1.254,43
8.741,57 + 1.254,43 = 9.996,00

[Artº 69º] 9.996,00 x 2 = 19.992,00

[confirmação pela tabela prática]


44.316
44 316 x 29,2%
29 2% = 12.940,27
12 940 27
12.940,27 – 2.944,27 = 9.996,00
[Artº 69º] 9.996,00 x 2 = 19.992,00

Não havendo tributação autónoma a acrescer, é esta a nossa Colecta.

22
[Artº 70º] Mínimo de Existência

► Após aplicação das taxas do artº 68º, para os titulares de rendimentos predominantemente
de cat. A, não pode resultar um rendimento líquido de imposto menor do que o valor anual
da RMMG + 20% [(€ 426,00 x 14) x 1,2 = € 7.156,80].
Ou seja, (RBA – Colecta) > € 7.156,80.

► Não pode haver resultado de imposto para os rendimentos de trabalho dependente que
tenham matéria colectável ≤ € 1.850,00.
1 850 00
Note que o conceito de matéria colectável aqui, para os S.P. casados, é o valor após a
aplicação do quociente conjugal do artº 69º.

► As taxas previstas no artº 68º CIRS não são aplicáveis a:


• Agregados familiares com três ou quatro dependentes cujo Rendimento Colectável seja ≤
(14 x RMMG) x 1,6 = € 9.542,40.
• Agregados familiares com cinco ou mais dependentes cujo Rendimento Colectável seja ≤
(14 x RMMG) x 2,2 = € 13.120,80.

[Artº 73º] Taxas de Tributação Autónoma


• As despesas não documentadas efectuadas por S.P. com contabilidade organizada na cat. B,
são tributadas autonomamente à taxa de 50% [50% x 0,8 = 40% R.A.A.]

• As despesas de representação e os encargos com viaturas lig. passageiros, motos e


motociclos são tributadas em 20% x Tx. normal IRC (com excepção das situações previstas no
nº3 deste mesmo artº 73º) [20%x25%x0,7 = 3,5% R.A.A.]

• Os encargos dedutíveis relativos a despesas com ajudas de custo e com compensação pela
deslocação em viatura própria do trabalhador ao serviço da entidade patronal, excepto na parte
que tenha sido considerada como rendimento do beneficiário ou que tenha sido facturada a
clientes, são tributados à taxa autónoma de 5%. [5% x 0,8= 4% R.A.A.]
• Caso hajam encargos da natureza acima indicada, que não sejam dedutíveis nos termos da
alínea f) do nº1 artº 42º CIRC e que sejam suportados por um S.P. com prejuízo fiscal no
exercício a que respeitam, também estes são tributados à taxa autónoma de 5%.

• 35% x Pagamentos a entidades localizadas em paraísos fiscais [28% R.A.A.]


• Exclui-se da tributação autónoma (excepto despesas confidenciais e pagamentos a entidades
localizadas em paraísos fiscais) os sujeitos passivos com rendimentos de Cat. B sujeitos ao
regime simplificado de determinação do lucro tributável.

• Em caso de contitularidade de rendimentos, a sujeição a T.A. é definida na proporção das


quotas.
• Estas tributações autónomas acrescem ao valor obtido após aplicação das taxas do Artº 68º
CIRS, obtendo-se, então, o valor final da Colecta.

23
Deduções à Colecta [Artº 78º CIRS]

Deduções de natureza fixa


► Sujeitos passivos, descendentes e ascendentes [Artº 79º]
► Às pessoas com deficiência [Artº 87º, nºs 1, 5 e 6]

Deduções de natureza pessoal


► Despesas de saúde [Artº 82º]
► Despesas com educação e formação [Art [Artº 83
83º]]
► Encargos com lares [Artº 84º]
► Encargos com imóveis e equipamentos novos de energias renováveis [Artº 85º]
► Encargos com prémios de seguros [Artº 86º]
► Às pessoas com deficiência [Artº 87º, nºs 2 e 3]
► Dupla tributação internacional [Artº 81º]
► Benefícios Fiscais [Artº 88º]

Deduções de natureza financeira


► Pagamentos por conta: valores pagos pelo S.P. com natureza de adiantamento (respeitantes
ao período, mas calculados com base nos rendimentos da cat. B do período N-2 ).

► Retenções na Fonte: só são utilizáveis os valores retidos ao S.P. que tenham a natureza de
adiantamento, respeitantes ao período, efectuados pela entidade pagadora – o substituto fiscal.
Podem igualmente utilizar-se algumas retenções originalmente na forma definitiva, caso os
rendimentos a que respeitam sejam englobados.

[Nº 4] Estas deduções são apenas aplicáveis a S.P. residentes em território português.

Deduções à Colecta [Artº 78º CIRS]


O valor obtido, após estas deduções à colecta, indica:

► Imposto a pagar, se:


[(Colecta – Deduções à Colecta) – Pagamentos por Conta – Retenções na Fonte] >0;

► Imposto a receber, se:


[(
[(Colecta – Deduções
ç à Colecta)) – Pagamentos
g por Conta – Retenções
p ç na Fonte]] <0.

Note que, para melhor compreensão dos mecanismos de dedução à colecta, separei os
Pagamentos por Conta e as Retenções na Fonte das restantes deduções, pois apesar de serem
também elas Deduções à Colecta, são as únicas que conferem direito a reembolso (conforme
disposto no nº3 Artº 78º CIRS).

24
Deduções à Colecta
[Artº 79º] Sujeitos passivos, descendentes e ascendentes
[1a] 55% x 426,00 = 234,30 Por cada S.P.
[1b] Revogada
[1c] 80% x 426,00 = 340,80 Por S.P. em famílias monoparentais
[1d] 40% x 426,00 = 170,40 Por cada dependente
[1e] 55% x 426,00 = 234,30 Por cada ascendente em comunhão de habitação
e com rendimento ≤ pensão mínima

[nº3] A dedução da al. d) do nº1 é de 80% x 426,00 = 340,80 no caso de se referir a


dependentes com menos de 3 anos de idade completos (à data de 31 de Dezembro do ano a
que respeita o imposto).
[nº4] A dedução da al. e) do nº1 é de € 362,10 e não de 234,30 no caso de ser apenas um
ascendente, desde que preencha as mesmas condições previstas.

[Artº 81º] Dupla tributação internacional


Pelo nº6 do artº22, englobamos a totalidade dos rendimentos auferidos no estrangeiro (valores brutos).

[Nº1] A dedução é efectuada de acordo com o menor dos seguintes valores:


a) O imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro ou
b) Fracção da colecta do IRS, calculada antes da dedução, correspondente aos
rendimentos tributáveis no país de obtenção, líquido das deduções previstas neste código.

[Nº2] Existindo convenção para evitar a dupla tributação entre a República Portuguesa e o(s)
país(es) em causa, a dedução à colecta não pode ser maior que o IR pago no estrangeiro, nos
termos previstos na convenção entre os dois países.

Deduções à Colecta
[Artº 82º] Despesas de saúde
[1a] 30% das despesas dos S.P. e do seu agregado familiar com bens e serviços relacionados
com a saúde (Isentas IVA ou c/ Tx. Red.);
[1b] 30% das despesas de ascendentes e colaterais até ao 3º grau com bens e serviços
relacionados com a saúde (Isentas IVA ou c/ Tx. Red.), desde que estes vivam com o S.P. em
economia comum e tenham rendimentos < S.M.N.
[1c] 30% dos juros de dívidas contraídas para cobrir despesas de saúde;
[ d] 30% das
[1d] d despesas
d com bens
b e serviços sob
b receita médica,
éd com o limite
l d € 62,00 ou de
de d
2,5% das despesas de [1a],[1b] e [1c], caso este último limite seja superior.
[nº2] Só os valores suportados são dedutíveis, sendo, no caso dos reembolsáveis, somente
utilizáveis no ano em que se proceder ao reembolso da parte comparticipada.

[Artº 83º] Despesas com educação e formação


[Nº1] 30% das despesas com educação e formação profissional do S.P. e dos seus
dependentes, com o limite de € 681,60 (160% x SMN), independentemente do seu estado civil;
[Nº2] Quando apresentarmos despesas de educação relativamente a três ou mais
dependentes subimos o limite em 127,80
dependentes, 127 80 (30% x SMN) por cada um dos dependentes que
incorrerem em despesas de educação.
Por exemplo: se apresentarmos despesas para os S.P. e/ou 1 ou 2 dependentes, o limite é
681,60; se apresentarmos para 3, o limite passa a ser 681,60 + (127,80 x 3) = 1.065,00; se
apresentarmos despesas de 4 dependentes, o limite passará a ser de 681,60 + (127,80 x 4) =
1.192,80, e assim sucessivamente.
[Nº5] Não são consideradas as despesas suportadas na parte em que sejam pagas por
reembolso de PPE.

25
Deduções à Colecta
[Artº 84º] Encargos com lares
São dedutíveis 25% dos encargos com lares e outras instituições de apoio à 3ª idade, bem
como de lares e residências autónomas para pessoas portadoras de deficiência, que sejam
relativos aos S.P., ascendentes e colaterais até ao 3º grau (e desde que não apresentem
rendimentos > RMMG).
O limite da dedução é 85% x 426,00 = € 362,10.

[Artº
[A tº 85º] Encargos
E com imóveis
i ó i e equipamentos
i t novos de d energias
i renováveis
á i
[1a] 30% das prestações de dívidas p/ aquisição, construção ou beneficiação de imóveis p/
habitação própria e permanente;
Na dedução não são aceites as partes pagas por transferências de fundos CPH.
[1b] 30% das prestações pagas a cooperativas de habitação (ou compra em grupo);
[1c] 30% das rendas suportadas p/ efeito de habitação permanente (contratos celebrados ao
abrigo do Regime de Arrendamento Urbano ou Leasing de Imóveis).
Limite aceite para qualquer uma das situações, sozinhas ou tomadas em conjunto: € 586,00.

[n 2] 30% das despesas com a aquisição de equipamentos novos de energias renováveis


[nº2]
(desde que não inseridas numa actividade de cat.B), com o limite de € 777,00.
[Nº3] As deduções previstas no nº1 não são cumulativas.

Note que: As deduções com juros + amortizações de dívidas para a aquisição de imóveis não
são aceites se forem pagas a entidades com sede em paraísos fiscais e que não tenham sede
em estabelecimento estável em território português, excepção feita para o caso em que as
rendas ≥ 1/15 do V.P.T. do prédio arrendado.

Deduções à Colecta

[Artº 86º] Encargos com prémios de seguros


[Nº1]►25% dos prémios de seguros pagos relativos a acidentes pessoais e/ou seguros de
vida (c/ exclusividade para morte, invalidez ou reforma por velhice) dos S.P. ou dos seus
dependentes.
►25% das contribuições para fundos de pensões ou outros regimes complementares de
segurança social.
Limites: € 62,00
62 00 (S.P.
(S P não casado) ou € 124,00
124 00 (S.P.
(S P casados).
casados)

[Nº3] 30% dos Seguros de Saúde exclusivamente p/ S.P. e seus dependentes.


Limites: € 82,00 (não casados) ou € 164,00 (casados);
+ €41,00 por cada dependente
[Nº4] Limitações específicas de alguns seguros de vida.
[Nº5] Agravamentos em caso de incumprimento.

26
Deduções à Colecta

[Artº 87º] Dedução relativa às pessoas com deficiência


[Nº1] São dedutíveis à colecta:
• 3,5 x RMMG = € 1.491,00 por cada sujeito passivo com deficiência;
• 1,5 x RMMG = € 639,00 por cada dependente com deficiência;
• 1,5 x RMMG = € 639,00 por cada ascendente em comunhão de habitação com o S.P. e que
não aufira rendimento>pensão mínima, ou seja, nas mesmas condições da al.e), nº1, Artº 79º.
[Nº2]
[N 2] São igualmente dedutíveis à colecta:
• 30% das despesas efectuadas com a educação e reabilitação do S.P. ou dependentes com
deficiência;
• 25% dos prémios com seguros de vida em que dependentes deficientes figurem como
primeiros beneficiários, com o limite de 15% da colecta do IRS [Nº3].
[Nº4] Define pessoa deficiente como aquela com grau de incapacidade permanente
comprovado de 60% ou mais.
[Nº5] Permite a dedução suplementar de 2 x RMMG = € 852,00, a título de despesas de
acompanhamento, por cada S.P. ou dependente com grau de invalidez superior a 90%.
[Nº6] Permite a dedução suplementar de 1 x RMMG = € 426,00 por cada S.P. considerado
deficiente das Forças Armadas.
[Nº7] As deduções dos nºs 1, 5 e 6 são cumulativas.

Exemplos de Benefícios Fiscais Dedutíveis à Colecta


Situações previstas no EBF que são dedutíveis à colecta em ligação com o Artº 88º CIRS

[Artº 18º EBF] Contas Poupança-Habitação [Revogado pelo O.E. 2005]

[Nº 2 Artº 21º EBF] Aplicações anuais em PPR, PPE e PPR/E


[Revogado pelo O.E. 2005, reintroduzido pelo O.E. 2006]
VER QUADRO-RESUMO DISPONIBILIZADO PELO DOCENTE

[Artº68º EBF] Aquisição de equipamento informático e para comunicações de dados:


Deduzo à colecta 50% dos montantes dispendidos, com o limite de € 250,00. Aplicável aos exercícios de 2006,
2007 e 2008, nas seguintes condições:
► A taxa normal a aplicar ao S.P. seja inferior a 42% (33,6% RAA, 41% RAM);
► O equipamento seja adquirido novo;
► O S.P. ou qualquer membro do seu agregado familiar frequente qualquer nível de ensino;
► Que a factura contenha o NIF do adquirente e a menção ‘Uso Pessoal’.

[Artº 17º EBF] Regime Público de Capitalização


Deduzo à colecta 20% dos valores aplicados no ano,
ano por sujeito passivo não casado ou por cada um dos
cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, em contas individuais geridas em regime público de
capitalização.
Limite: € 350 por sujeito passivo.

27
Exemplos de Benefícios Fiscais Dedutíveis à Colecta
Situações previstas no EBF que são dedutíveis à colecta em ligação com o Artº 88º CIRS

Estatuto do Mecenato (EM) [Revogado] e Estatuto do Mecenato Científico (EMC)


A matéria anteriormente enquadrada no EM foi incorporada no EBF através do OE/2007 [Artºs
61º a 66º EBF].
Esta alterações estabeleceram algumas novas regras em termos de elegibilidade dos donativos,
mas também criaram novas obrigações para obter elementos para o cruzamento de dados,
visando combater possíveis
í diferenças entre os recibos emitidos pelas entidades beneficiárias
á e
os montantes realmente recebidos.
Note que as deduções só são aceites como mecenato no caso de não terem sido contabilizadas
como custos em alguma actividade tributada em IRS.
VER QUADRO-RESUMO DO MECENATO E DO ESTATUTO DO MECENATO CIENTÍFICO

Exemplos de Benefícios Fiscais que conferem isenções no âmbito do IRS


Situações previstas no EBF

Exemplos de Benefícios Fiscais que conferem isenções

[Antigo Artº 16º EBF] ► REVOGADO PELO OE/2007.


Foi substituído por um regime transitório previsto no artº 161º da Lei 53-A/2006 de 29/12, que
estabelece qque os S.P. deficientes com um g
grau de incapacidade
p ≥ a 60% têm:
► No ano de 2007 uma isenção de 20% nos rendimentos das categorias A, B ou H [Nº1],
com um limite de 5 000€ por cada categoria de rendimentos [Nº2]
► No ano de 2008 uma isenção de 10% nos rendimentos das categorias A, B ou H [Nº1],
com um limite de 2 500€ por cada categoria de rendimentos [Nº2]

[Artº 58º EBF] Os rendimentos de propriedade intelectual enquadrados em cat. B só são


considerados em 50% do seu valor, líquido de outros benefícios:
► A parte isenta não pode exceder 30.000,00€
► Excluem-se desta isenção os rendimentos provenientes de obras escritas sem carácter
lit á i artístico
literário, tí ti ou científico,
i tífi obras
b d arquitectura
de it t e obras
b publicitárias.
bli itá i
► O excesso de 60 000 € conta apenas em 1/3 para determinação da taxa a aplicar à
totalidade dos rendimentos sujeitos e não isentos

[Artº 67º EBF] Isenção de 50% dos lucros de acções de privatizações (efectuadas até 2002)

[Artº 20º EBF] Beneficiam de isenção de IRS os juros das contas Poupança-Reformado na parte
cujo saldo não ultrapasse € 10.500,00.

28
Noções Fundamentais

Retenção na Fonte (Artigo 98º CIRS)


Regulamentada nos artºs 99, 100º e 101º do CIRS
Complementado pelo DL 42/91 de 22 Jan, (revisto)
► Importâncias deduzidas pela entidade devedora dos rendimentos (de acordo com taxas pré-
definidas) no acto do pagamento, vencimento, colocação à disposição, liquidação ou
apuramento.
► Pode
P d ter a forma
f d adiantamento
de di ou de
d tributação
ib ã definitiva
d fi i i (através
( é de
d taxa liberatória).
lib ói ) É
a forma clássica de substituição tributária.
► As retenções na fonte são enquadradas pelo DL 42/91, revisto pelo DL 184/01.
► Entrega até ao dia 20 do mês seguinte [Nº3 Artº 98º CIRS]
Estes elementos estão resumidos num quadro disponibilizado pelo docente.

Taxas Liberatórias [Artº 71º CIRS] e Taxas Especiais [Artº 72º CIRS]
Retenção na fonte efectuada a título definitivo. Significa isto que, após a sua aplicação, o
rendimento restante é líquido, não sendo mais sujeito a tributação: “é liberado”, liberto de
quaisquer tributações posteriores,
posteriores excepto se o Sujeito Passivo optar pelo englobamento.
englobamento
Note que para os rendimentos sujeitos à taxa de 35% esta opção não tem cabimento legal.
Estes elementos estão resumidos num quadro disponibilizado pelo docente.

Pagamento por Conta (Artº 102º CIRS)


(Aplicável somente a Sujeitos Passivos com rendimento da Cat. B)
► Adiantamento ao Estado por conta do rendimento anual a ser tributado posteriormente.
► São efectuados 3 pagamentos por conta (até 20/Jul, 20/Set e 20/Dez)

Retenções na Fonte - Categoria A


Artsº 98º, 99º e 100º do CIRS e DL 42/91, Artºs 2º a 4º, 6º e 7º
► Tabelas para Continente, Açores e Madeira para os residentes (têm em conta a situação
pessoal do Sujeito Passivo ou do agregado familiar)

► Artº 71º aplicado para rendimentos de não residentes.


As taxas incidem sobre o total dos rendimentos recebidos em cada mês (artº 3º nºs 2e 3 do DL
42/91) com excepção para subsídios de Natal e de Férias (Artº 3º,
42/91), 3º nºs 4 e 5 do DL 42/91).
42/91)
Retenção máxima prevista é de 40% - Artº 6º, nº 4 do DL 42/91
Opção por retenção à taxa máxima - Artº 7º, nº 2 do DL 42/91

Para rendimentos exclusivamente variáveis [para Residentes] fazemos:


(Rendimentos auferidos no mês) x (Taxa correspondente na tabela do Artº 100º)
Nos meses seguintes:
• A TAXA CORRESPONDENTE AO VALOR ACUMULADO
• APLICA-SE AO VALOR ACUMULADO
• DEDUZ-SE O IMPOSTO RETIDO ANTERIORMENTE

Para rendimentos exclusivamente variáveis [Não Residentes], previstos nas alíneas a), b) e c)
do nº 1 do artº 18º, aplico a taxa liberatória de 20% prevista no artº 71º, nº 3, alínea e).
Em 2007 esta mesma situação era tributada a 25% [al. c) nº2 Artº 71º, entretanto revogada].

29
Retenções na Fonte - Categoria B
Artº 101º CIRS e Artºs 8º, 9º e 10º do DL 42/91 - RESIDENTES

Para entidades pagadoras c/ contabilidade organizada [artº 101º, nº 1]


● 20% para as prestações serviços especificamente referidas na lista (Portaria nº 1011/2001,
de 21/8 e Al. b) do Artº 151º CIRS]
● 10% restantes prestações serviços [Al. c) do Artº 151º CIRS]
● 15% propriedade intelectual e industrial [Al. a) do Artº 151º CIRS]
Momento da retenção: Pagamento ou colocação à disposição [n [nº 3 art
artº 8
8º do DL 42/91]

Dispensa de retenção [Artº 9º do DL 42/91], para S.P. da cat. B quando obtiver de


rendimentos desta categoria um montante anual inferior a € 10.000,00 (montante este previsto
no Artº 53º CIVA) no próprio ano e no ano anterior.

Retenção parcial [artº 10º DL 42/91]


● Deficientes
● Rendimentos prop. intelectual [isenção parcial pelo Artº 56º EBF]
● Médicos de patologia clínica; médicos radiologistas; farmacêuticos analistas clínicos.

Não estão sujeitos a retenção na fonte:


Rendimentos comerciais, industriais ou agrícolas – al. a), nº1 do Artº 3º, Artº 4º e Artº 101º a
contrário:
● Mais-valias
● Indemnizações
● Cedência temporária de estabelecimento
● Subsídios e actos isolados respeitantes a actividades referidas na al. a), nº 1 do Artº 3º CIRS

Retenções na Fonte - Categoria B


Artº 101º CIRS e Artº 8º do DL 42/91 – NÃO RESIDENTES

Se a entidade pagadora tem sede ou estabelecimento em território português – [Al. d) e F),


Nº1, Artº 18º]
● 25% - prestações serviços especificamente referidas na lista a que se refere o artº 151º CIRS
– (Portaria nº 1011/2001, de 21/8), excepto comissões – [Al. c), Nº2 do Artº 71º]
● 15% - comissões e prestações de serviços não especificamente referidas na lista a que se
refere o artº 151º [Al. b), nº4, Artº 71º]
● 15% - propriedade intelectual e industrial (do titular originário) [Al. c), Nº4, Artº 71]

Momento da retenção: Pagamento ou colocação à disposição –nº 3, Artº 8º do DL 42/91

30
Retenções na Fonte - Categoria E
Taxas Liberatórias – artº 71º
Residentes e não residentes
• 20% - nº 3 do artº 71º
a) Juros de depósitos e de certificados de depósito
b) Rendimentos de títulos de dívida (obrigações), de operações de reporte, de
cessões de crédito, de contas de títulos com garantia de preço
c) Lucros (dividendos), valor da partilha, rendimentos do associado na
associação em participação e à quota, swaps e seguros de vida
Não residentes
• 20% - nº 3 do artº 71
d) outros rendimentos de aplicação de capitais
• 15% - nº 4 do artº 71
a) cedência temporária de direitos de propriedade intelectual ou industrial
(royalties) por titular não originário e cedência do uso de equipamentos e
redes informáticas (locação financeira)

• Entidade devedora dos rendimentos com contabilidade organizada

• Taxa não liberatória – artº 101º nº 1 a)


15% - só titulares para residentes
• Rendimentos de capitais não expressamente sujeitos a taxas liberatórias
•Dispensa de retenção quando não tenha natureza liberatória (€ 4,99) [DL 42/91 – artº 9º]

•Opção pelo englobamento (só para residentes) – artº 71º, nº 6

Retenções na Fonte - Categoria F


Retenções com carácter não liberatório à taxa de 15% [Al. a), nº1, Artº 101º CIRS]

Dispensa de retenção em caso idêntico ao já referido para a Cat. B [Nº1 do Artº 9º do DL


42/91]: 10.000€ do Artº 53º do CIVA

Retenções na Fonte - Categoria G


► Residentes
● Indemnizações: 15% [Artº 101º]
● Prémios de rifas, totoloto e jogo do loto, sorteios e concursos: 35% [Artº 71º, nº 2, b)]
● Prémios de lotarias
lotarias, as apostas mútuas desportivas e bingo: 25% [Artº 71º,
71º nº 2 2, f)]
► Não residentes [artº 71º]
● Indemnizações: 25%
● Prémios de rifas, totoloto e jogo do loto, sorteios e concursos: 35% [Artº 71º, nº 2, b)]
● Prémios de lotarias, as apostas mútuas desportivas e bingo: 25% [Artº 71º, nº 2, f)]

31
Retenções na Fonte - Categoria H

Artsº 98º, 99º e 100º do CIRS


DL 42/91, Artºs 2º a 4º, 6º e 7º
- Regras equivalentes às definidas para a Categoria A -
► Tabelas para Continente, Açores e Madeira para os residentes (têm em conta a situação
pessoal do Sujeito Passivo ou do agregado familiar)
► Artº 71º aplicado para rendimentos de não residentes.
• As taxas incidem sobre o total dos rendimentos recebidos em cada mês (artº 3º nºs 2e 3 do
DL 42/91), com excepção para subsídios de Natal e de Férias (Artº 3º, nºs 4 e 5 do DL 42/91).
• Retenção máxima prevista é de 40% - Artº 6º, nº 4 do DL 42/91
• Opção por retenção à taxa máxima - Artº 7º, nº 2 do DL 42/91

Nas pensões pagas a não residentes aplicamos uma retenção à taxa de 25% sobre o
Rendimento Líquido da Cat. H e não sobre o rendimento bruto.

Pagamento por Conta [Artº 102º]

PPC = 75% x [ C x ( RLB / RLT ) – R ]

Exemplo de cálculo de PPC para 2008:


Os valores apresentados abaixo são relativos a 2006, o penúltimo ano.

C = 6.740,00, já líquidos das ded. à colecta autorizadas pelo nº1 do artº 78º, excepto al. h).
R = 2.350,00
2 350 00 (retenções apenas da Cat.
Cat B)
RLB = 17.080,00;
RLT = 26.073,00.

75% x [6.740 x (17.080/26.073) – 2.350] = 1.548,95

[Nº3] 1.548,95 / 3 = 516,32;


Arredondamos por excesso = € 517,00 (a pagar em Julho, Setembro e Dezembro/2008).
Se o pagamento for inferior a 50,00, não é exigível.

32
Obrigações Declarativas
X Início de Actividade, Alterações e Cessação [artº 112º]
X Declaração de rendimentos (Mod. 3 e seus anexos) [artºs 57º, 58º e 60º]
X Declaração anual de informação contabilística e Fiscal (para S.P. que tenham contabilidade
organizada ou estejam obrigados à apresentação de qualquer dos anexos) – até fim de Junho
[artº 113º]

Obrigações Contabilísticas
X Registo contabilístico [artº 117º] – Contabilidade Organizada Cat. B
X Livros de registo [artº 116º] – Regime Simplificado Cat. B

Outras obrigações acessórias [Artº 119º]


X Solicitar aos trabalhadores dependentes dados sobre a sua situação familiar
X Fazer registo das pessoas a quem paga rendimento [al. a) nº1 artº 119º]
X Entregar aos contribuintes nota com elementos sobre importâncias pagas e importâncias
retidas na fonte até 20 de Janeiro [al.b), nº1,artº 119º]
X Entregar à DGCI extracto-registo
extracto registo dos contribuintes com todos os elementos requeridos
(Declaração Mod. 10 - até fim de Fevereiro) [al. c) nº1 artº 119º]

[Artº 119º, nºs 3 e 4] Outras obrigações acessórias em caso de opção pelo


englobamento de rendimentos sujeitos a taxa liberatória

Tratando-se de rendimentos de quaisquer títulos nominativos ou ao portador, com excepção dos


sujeitos a englobamento obrigatório, e de juros de depósitos à ordem ou a prazo, cujos titulares
sejam residentes em território português, o documento a emitir pelas entidades que efectuaram
retenções a taxa liberatória apenas é emitido a solicitação expressa dos sujeitos passivos que
pretendam optar pelo englobamento dos respectivos rendimentos, a qual deve ser efectuada até
31 de Janeiro do ano seguinte àquele a que os rendimentos respeitam.

O documento referido no número anterior deve conter declaração expressa dos sujeitos passivos
autorizando a Direcção-Geral dos Impostos a averiguar, junto das respectivas entidades, se em
seu nome ou em nome dos membros do seu agregado familiar existem, relativamente ao
mesmo período de tributação, outros rendimentos com opção pelo englobamento e deve ser
junto à declaração de rendimentos do ano a que respeita ou, se esta for enviada por
transmissão electrónica de dados, deve ser remetido ao serviço de finanças da área do domicílio
fiscal até 25 de Maio do ano seguinte àquele a que os rendimentos respeitam (referência ao
prazo previsto na subalínea II) da alínea b) do artigo 60.º CIRS).

33
[Artº 120º] Obrigações das entidades emitentes de valores mobiliários
As entidades emitentes de valores mobiliários são obrigadas a comunicar à Direcção-Geral dos
Impostos, até ao fim do mês de Julho de cada ano, os seguintes elementos:
X Identificação das entidades registadoras ou depositárias previstas no artigo 125.º;
X Quantidade de valores mobiliários que integram a emissão, e tratando-se de emissão
contínua, a quantidade actualizada dos valores mobiliários emitidos;
X Quantidade de valores mobiliários registados ou depositados em cada uma das entidades
registadoras ou depositárias.

[Artº 127º] Outras obrigações acessórias das instituições de crédito, cooperativas de


habitação, as empresas de seguros e empresas gestoras de fundos de pensões
As instituições de crédito, as cooperativas de habitação, as empresas de seguros e as empresas
gestoras dos fundos e de outros regimes complementares referidos nos artigos 14.º e 21.º do
Estatuto dos Benefícios Fiscais, devem comunicar à Direcção-Geral dos Impostos, até ao fim do
mês de Fevereiro de cada ano, em declaração de modelo oficial, relativamente ao ano anterior e
a cada sujeito passivo:
X Informação sobre os juros e amortizações suportados respeitantes a dívidas contraídas com a
aquisição,
q ç , construção ç ou beneficiação
ç de imóveis ppara habitação
ç própria
p p e ppermanente ou
arrendamento, com excepção das amortizações efectuadas por mobilização dos saldos das
contas poupança-habitação, que possam ser deduzidos à colecta;
X Os prémios pagos respeitantes a contratos de seguro de vida que garantam exclusivamente
os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, de acidentes pessoais e os que cobrem
exclusivamente riscos de saúde, que possam ser abatidos aos rendimentos ou deduzidos à
colecta;
X As importâncias aplicadas em fundos de pensões e outros regimes complementares de
segurança social previstos nos artigos 14.º e 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais;
X As importâncias pagas aos beneficiários com inobservância das condições previstas no n.º 1
d artigo
do i 86.º,
86 º bem
b como a título
í l de
d resgate, adiantamentos
di ou reembolso
b l dosd certificados
ifi d nas
condições previstas no artigo 14.º e no artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais.
X As entidades atrás referidas devem ainda entregar aos sujeitos passivos, até 20 de Janeiro de
cada ano, documento comprovativo de juros, prémios de seguros de vida e outros encargos
pagos por aqueles no ano anterior e que possam ser abatidos aos rendimentos ou deduzidos à
colecta.
X Dentro do prazo referido acima, as entidades que recebam ou paguem quaisquer outras
importâncias susceptíveis de abatimento aos rendimentos ou dedução à colecta devem entregar
aos sujeitos passivos o respectivo documento comprovativo.

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[Artº 57º] Declaração de rendimentos
Nas situações de contitularidade, tratando-se de rendimentos da cat. B, incumbe ao contitular a
quem pertençam a apresentação do anexo respectivo.
No caso de MV com exclusão de tributação (nºs 5 e 7 do Artº 10º), os S.P. devem declarar a sua
intenção de efectuar o reinvestimento na declaração do ano de realização, comprovando na
mesma ou nas duas declarações posteriores os investimentos efectuados.

[Artº 58º] Dispensa de apresentação da declaração


► Para rendimentos sujeitos
j a taxa liberatória sem opção
pç p pelo englobamento
g ou em q
que não seja
j
exercida.
► Para rendimentos de pensões < € 6.000,00 (Limite da DEH definida pelo nº1 do Artº 53º).

[Artº 60º] Prazos de entrega


Em suporte Papel:
1ª fase: de 1/Fev a 15/Mar para rendimentos apenas das categorias A e/ou H;
2ª Fase: de 16/Mar a 30/Abr para as restantes situações.
Via Internet:
1ª Fase: de 10/Mar a 15/Abr para rendimentos apenas das categorias A e/ou H;
2ª Fase: de 16/Abr a 25/Mai para as restantes situações.
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[Artº 75º] Competência para a Liquidação


A liquidação do IRS compete à Direcção-Geral dos Impostos (DGCI).

Liquidação [Artº77º], Restituição oficiosa [Artº 96º]


e Prazos para pagamento [Artº 97º]
• Para declarações entregues na 1ª Fase: Liquidação até 31/Jul, com Pagamento/Restituição do
imposto até 31/Ago.
• Para declarações entregues na 2ª Fase: Liquidação até 31/Ago, com Pagamento/Restituição do
imposto até 30/Set.
• Para situações com aplicação de métodos indirectos: Liquidação até 30/Nov, com
Pagamento/Restituição do imposto até 31/Dez.

[Nºs 2 e 3 Artº 96º] Em caso de direito a restituição de imposto de uma declaração entregue
dentro do prazo, o Estado pagará uma remuneração compensatória (que é, ela própria, líquida de
IRS, pois não tem a natureza de rendimento de capitais).

[Artº 95º] Limites Mínimos: Não há cobranças < € 24,94


Não há reembolsos < € 9,98

Contribuintes Casados [Artº 59º]


• Uma só declaração pelos dois (ou por um só, se o outro for incapaz ou ausente).
• Se
S houver
h separação
ã de
d facto,
f t os cônjuges
ô j podem
d apresentar
t cadad um a sua declaração
d l ã (não
( ã se
aplicando o quociente conjugal do Artº 69º, aplica-se a cada cônjuge a dedução à colecta da
alínea b) Nº 1 Artº 79º e as deduções à colecta não podem ser superiores aos limites fixados para
os S.P. não casados ou então 50% dos limites para S.P. casados).

[Artº 63º] No caso do falecimento de 1 dos cônjuges, é englobada em nome do outro a


totalidade dos rendimentos auferidos pelo agregado familiar, aplicando-se o regime de S.P.
casados (p/ óbitos ocorridos no 2º semestre).
[Artº 64º] Englobamento de rendimentos em caso de falecimento

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