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Laudo Psicológico
Laudo Psicológico
1 - Identificação:
2 - Descrição da demanda:
3 - Procedimentos:
Inicialmente foi realizada a entrevista inicial que, de acordo com Ocampo, Arzeno e
Piccolo (1999), é um procedimento semidirigido, pois o paciente tem a liberdade para expor
seus problemas começando por onde preferir e incluir o que desejar. O entrevistador intervém
a fim de assinalar alguns vetores quando o entrevistado não sabe como começar ou continuar,
assinalar situações de bloqueio ou paralisação por incremento da angústia para assegurar o
cumprimento dos objetivos da entrevista e indagar a cerca dos aspectos da conduta do
entrevistado que não foram relatados espontaneamente.
Os objetivos da entrevista, segundo acampo, Arzeno e Piccolo (1999) são: perceber a
primeira impressão que o paciente desperta no entrevistador e conferir se esta se mantém ao
longo de toda entrevista; considerar a verbalização no que diz respeito a quando, o que, como
e com que ritmo ocorre; estabelecer o grau de coerência ou discrepância entre tudo o que foi
dito, tudo que se pode captar durante a entrevista e também através da linguagem não verbal;
planejar a bateria de testes mais adequada quanto a elementos a serem utilizados, a seqüência
e o ritmo; estabelecer um bom rapport com o paciente; estar atento para as relações de
transferência e contra-transferência que surgirão no decorrer da entrevista.
Em seguida foi aplicado o teste IFP II (Inventário Fatorial de Personalidade), que é um
instrumento para avaliar aspectos psicológicos da personalidade, criado por Pasquali e Cols
em 1997, baseado na teoria das necessidades básicas formulada por Henry Murray. O teste
visa avaliar o indivíduo em treze necessidades, com objetivo de traçar o perfil de
personalidade, são avaliados os seguintes aspectos: assistência, intracepção, afago, autonomia,
deferência, afiliação, dominância, desempenho, exibição, agressão, ordem, persistência e
mudança, além de três fatores de segunda ordem, que são: necessidades afetivas, necessidade
de organização, necessidade de controle e oposição. Para se interpretar corretamente o perfil
de personalidade do sujeito, pode-se considerar agrupamentos de necessidades e o que cada
um dos fatores ou necessidades significa (DE ARAÚJO, 2004).
Posteriormente, foi utilizado o teste R-1 (Teste Não Verbal de Inteligência) para
analisar aspectos da inteligência em pessoas adultas, através da apresentação de 40 itens em
um caderno, em que o candidato deve escolher uma alternativa que acredita ser correta para
cada item. O teste foi criado por Rynaldo de Oliveira e publicado pela Vetor Editora em 1973.
O manual foi revisto e ampliado por Alves, em 2002, reeditado em 2009 e em 2018,
atualizou-se as tabelas normativas conforme determina a Resolução Nº09/2018 do CFP em
seus artigos 14 e 15. Sua construção teve como base o Teste de Matrizes Progressivas de
Raven (SILVA & ALVES, 2018). De acordo com Alchieri (2004), originalmente o R-1 mede
a capacidade de eduzir relações, ou seja, compreender ideias. A capacidade de identificar e
lidar com problemas depende simultaneamente de desenvolver uma compreensão de um todo,
para saber o que procurar nas partes e saber que partes discriminar do “ruído” do fundo para
ver o todo. Para resolver os itens do R1 é necessário entender a natureza dos problemas, isolar
os elementos relevantes e identificar as suas relações, o que indica que a percepção e o
raciocínio fazem parte do mesmo contínuo psicológico.
4 - Análise:
A entrevista de anamnese possibilitou uma visão mais ampla do cliente. Por meio dela
percebeu-se que o avaliando é um jovem relativamente tímido, respondia as perguntas de
forma mais objetiva, sem prolongar muito as respostas e evitava olhar nos olhos do psicólogo
no momento da entrevista. Atualmente mora com os pais, tem duas irmãs que não moram
com ele. Estuda Psicologia na Universidade Federal de Jataí, cidade onde também mora. O
jovem sente uma forte insegurança relacionada ao seu futuro, pois acredita que não consegue
oferecer o melhor de si em suas atividades acadêmicas e tem muita dificuldade de
concentração nos estudos, relata que tudo se distrai muito facilmente ao realizar atividades, o
que acaba gerando uma frustração e desânimo para criar novos projetos, o ensino remoto tem
afetado bastante sua capacidade de concentração, pois como tudo é feito em casa acaba tem
dificuldades em organizar suas tarefas, já que está em sua zona de conforto, acredita que isto
piora sua vontade de estudar. Além disso, sente falta do contato social que foi inviabilizado
pela pandemia, com falta da rotina de antes, o isolamento afetou muito sua produtividade e
habilidades sociais.
Com a análise do teste IFP II, o examinando apresentou os seguintes resultados tendo
como referência os escores extremamente alto e extremamente fraco, que revela necessidades
extremas. Baseados nas tabelas de Normas por sexo, pode-se observar:
- Ordem, neste fator obteve um escore “extremamente baixo” o que pode significar
dificuldade de organização das coisas, manter a limpeza ou equilíbrio.
Pontos: 28 Percentil: 20
O examinando errou os itens 17, 20, 25, 26, 28, 29, 34, 36, 37, 38, 39 e 40.
Consultando-se a tabela 6, relativa à frequência de acertos por nível de escolaridade nível
segundo grau, observa-se que esses itens têm as seguintes porcentagens de acerto:
Com esses dados pode-se concluir que o examinando apresenta uma inteligência
média inferior (P=20), em relação ao raciocínio edutivo. O que representa uma capacidade
mediana para identificar e lidar com problemas, com uma compreensão clara do
completamento de figuras concretas, visto que acertou todos os itens referentes a este
raciocínio (de 1 a 7), o que significa boa capacidade de discriminar o “ruído” do fundo para
ver o todo. Os itens que errou também demonstra dificuldade para a maioria dos pesquisados,
como os itens 36, 37, 38, 39 e 40, visto a baixa taxa de acerto para o nível de escolaridade
apresentado.
5 - Conclusão:
6- Referências
ALCHIERI, João Carlos; NORONHA, Ana Paula Porto; PRIMI, Ricardo. Guia de
referência: testes psicológicos comercializados no Brasil. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2004.
SILVA, Marlene Alves da; ALVES, Irai Cristina Boccato. Estudo normativo do R-1: Teste
não verbal de inteligência para uma região da Bahia-Brasil. Est. Inter. Psicol., Londrina , v.
9, n. 3, supl. 1, p. 38-53, dez. 2018.