Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
W Producao Do Conhecimento Historico Benigna
W Producao Do Conhecimento Historico Benigna
Disciplina: ------------------------
Discente: ----------------------------
Docente:------------------------
Machava
Abril, 2022
2
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 3
3. Conclusão .......................................................................................................................... 10
1. Introdução
O presente trabalho abordará assuntos inerentes a produção do conhecimento histórico, onde irá,
detalhadamente, se debruçar sobre a definição de alguns conceitos relacionados com o tema e sobre
algumas fontes que contribuíram na produção do conhecimento histórico.
No decorrer desta pesquisa, observou-se que o uso da imagem na historiografia, percebe-se como
uma predominância da abordagem historiográfica relacionada à cartografia em detrimento da
relação entre ensino de história e mapas, fotografias, etc. Privilegiando a ótica cartográfica.
O trabalho encontra-se dividido em quatro (4) capítulos, onde no primeiro temos a introdução onde
apresenta se a contextualização do trabalho, finalidades, metodologias e estrutura. No segundo
temos o desenvolvimento onde temos a definição dos conceitos julgados relevantes,
aprofundamento sobre o tema do trabalho. No terceiro temos a considerações finais onde se faz
uma abordagem resumida das lições sobre o trabalho, e por fim o quarto ponto onde apresentam-
se as referências bibliográficas das obras tidas como referência.
1.1. Objectivo Geral
Compreender o contributo das fontes históricas na produção de conhecimento histórico.
1.2. Objectivos Específicos
Conceptualizar a Historia Tradicional e a Historia Nova;
Explicar a importância do conhecimento escritas na produção do conhecimento histórico;
Relacionar a memória e a internet com o conhecimento histórico.
2. Referencial Teórico
2.1. Definição de conceitos
Para POYER (2012, p.50), a fonte é um fato documentado, via texto ou imagem, que comprova,
corrobora ou constrói determinado conhecimento ou informação do passado.
Segundo NORA (1984, p.47) fonte se refere, em um primeiro sentido, a um nascedouro de água
ou fonte de água. Por extensão de sentido, fonte é o local de origem, de procedência de algo.
Fonte também se relaciona com a “base, o ponto de apoio, o repositório dos elementos que definem
os fenômenos cujas características se buscam compreender”. (SAVIANI, 2006, p. 28-29).
De acordo com POYER (2012, p.61), a iconografia consiste no estudo da representação visual,
que abarca um amplo conjunto de imagens, sejam estáticas ou em movimento: desenho, quadro,
gravura, escultura, fotografia, filme, novela, desenho animado, propaganda, monumento,
arquitetura etc.
Segundo ARANHA (1996, p. 17), “a História resulta da necessidade que o homem tem de
reconstituir o passado, relatando e interpretando os acontecimentos em uma ordem cronológica e
por meio da seleção daqueles considerados relevantes”.
Segundo SAVIANI (2006, p.43), a história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em
realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos,
conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da História Contemporânea.
“Para BORGES (1993, p. 39) a história é um processo dinâmico, dialético, no qual cada realidade
social traz dentro de si o princípio de sua própria contradição, o que gera a transformação constante
na história.”
5
A História Nova foi responsável pela ampliação do campo do documento histórico. Pois, ela
“substituiu a história de Langlois e de Seignobos, fundada essencialmente nos textos e nos
documentos escritos, por uma história baseada numa multiplicidade de documentos”. Daí a
relevância em considerar todos os tipos de escritos, e não apenas os oficiais, como documentos
históricos (LE GOFF, 2001, p. 28).
Hoje, a História, ou melhor, a historiografia, tem sido pensada sob as perspectivas do relativismo
e do construtivismo. Nesse sentido, o texto histórico é concebido como um discurso fabricado, que
se fundamenta nas questões, nas teorias e nas fontes utilizadas pelo historiador-pesquisador. A
História, entendida como texto, é um discurso fabricado pelo historiador situado em determinado
contexto sociocultural.
Dentre os historiadores que balizaram a compreensão atual do caráter narrativo da História estão
Paul Veyne e Hayden White.
Por outro lado, BITTENCOURT (1992, p. 199) afirma que o surgimento da História como
disciplina tinha como objetivo auxiliar a compor uma casta de privilegiados brasileiros,
inculcando-lhes os padrões culturais do mundo ocidental cristão, fazendo com que se
identificassem com o mundo exterior civilizado.”
As imagens somente foram difundidas como fontes históricas no processo de renovação da escrita
da História, com a Nova História, nos anos 1970 e 80, que passou a questionar a própria noção de
documento. Contudo, desde a segunda metade do século XIX, alguns historiadores ligados à
História Cultural já propunham pensar novas formas de se escrever História, levando em conta
novas fontes, entre elas as imagens.
7
Johan Huizinga (1872-1945), precursor da História Cultural, foi um dos primeiros a utilizar
diferentes textos e imagens como fontes históricas. Huizinga utilizou pinturas dos irmãos Van
Eyck, Jan e Hubert, para imaginar a atmosfera cultural do Renascimento, assim como Jakob
Burckhardt (1818-1897), que se preocupou em pensar as obras de arte como indício da mentalidade
de um tempo.
Antes dos historiadores acima citados, as imagens faziam parte do universo das obras de arte e
eram entendidas como fruto de um gênio criador. Por esse motivo ficaram restritas aos estudos da
História da Arte, dos colecionadores e do universo dos museus e antiquários. A partir do momento
em que uma imagem passou a ser compreendida como indício cultural enquanto fonte de acesso a
maneiras de pensar, sentir, produzir e governar de uma coletividade, é que ela foi incorporada ao
conjunto de documentos históricos.
A imagem para a História Cultural, vertente importante da Nova História, é uma verdadeira
testemunha das relações socioculturais de um tempo. Nesta concepção, a obra de arte é estudada
na relação com o sistema de valores socialmente construídos. Assim, ampliou-se
significativamente a noção de fonte histórica, quando da incorporação da linguagem visual no rol
de representações analisadas pelo historiador.
Os estudos iconográficos buscam as formas simbólicas nas imagens. Erwin Panofsky (1890-1948)
foi um dos precursores do método de leitura da imagem denominado iconográfico. Seu método
consiste na interpretação de imagem, seguindo as seguintes etapas:
a) Fotografia – O estudo da fotografia como fonte ganhou fôlego no Brasil nas últimas décadas
do século XX. Atualmente, há no país historiadores de renome que se dedicam ao estudo da
fotografia, entre eles: Boris Kossoy, Ana Maria Mauad, Miriam L. Moreira Leite e Annateresa
8
Fabris. KOSSOY (2002, p. 22) defende que a fotografia é uma segunda realidade, pois a realidade
presente na foto é uma realidade “construída, codificada, sedutora em sua montagem, em sua
estética, de forma alguma ingênua, inocente, mas que é, todavia, o elo material do tempo e espaço
representado, pista decisiva para desvendarmos o passado”.
b) Cinema – Além da imagem fotográfica, o cinema é outro produto cultural importante para a
compreensão da sociedade em nosso tempo. O cinema é uma expressão cultural de uma época.
Antes, porém, é um dos meios de entretenimento mais significativos da modernidade. O cinema,
ao mesmo tempo em que diverte, constrói imaginários, desperta desejos. O historiador Marc Ferro
foi um dos principais responsáveis pela concepção do cinema enquanto objeto de estudo da
História.
c) Fontes musicais – Esse tratamento dado à imagem serve também para as fontes musicais, que,
por sua vez, não se restringem às letras, à palavra, à poesia. Os sons também carregam sentidos.
Escute uma missa de olhos fechados ou pare um minuto para escutar os sons da cidade. O que eles
“dizem”? Os sons são resultantes da vibração de corpos no ar.
Segundo MORAES (2000, p. 210), os sons são “objetos invisíveis e impalpáveis, carregados de
características subjetivas, [que] proporcionam as mais variadas relações simbólicas entre eles e as
sociedades”. Por isso, pensar a música Para compreender uma imagem, seja ela uma fotografia ou
um filme, se deve fazer uma leitura, uma análise que articule suas formas e seus sentidos em
relação a uma realidade. Uma canção pode dizer muito sobre uma cultura, da forma como se
percebe o mundo e os valores que são compartilhados. Afinal, a música está em toda parte, na
escola e fora dela, no rádio, na TV, no cinema e na internet.
9
Contudo, não se pode deixar de perceber criticamente a nova era digital. É evidente que o
computador e a internet não substituem todos os documentos impressos ou mesmo as relações
interpessoais. Esta nova forma de comunicação, por mais sofisticada que seja, não oferece todas
as fontes para o historiador. Aliás, muitas das informações disponíveis devem ser colocadas sob
suspeita, por não fazer referência ou atestar a origem dos documentos apresentados. Marcos Silva
e Selva Fonseca lançam um olhar crítico sobre os usos do computador pelo historiador, tendo esse
recurso como principais funções a de “máquinas de escrever”, de banco de dados e de ponto de
comunicação em rede.
3. Conclusão
A pesquisa feita na elaboração do trabalho, levou a conclusão de que a Nova História é formada
por diferentes correntes historiográficas, entre elas: história econômica, história cultural, micro-
história, história das mulheres, história da infância e história do meio ambiente. Percebeu-se
também que para além das fontes escritas, existem também outras fontes que contribuíram
significativamente na produção do conhecimento histórico, onde destaca-se a internet e as
imagens.
De realçar que foi possível cumprir com os objectivos definidos na introdução, visto que existem
vários artigos que abordam o tema do trabalho visto que o mesmo constitui razão de debate de
vários historiadores.
11
4. Referências Bibliográficas
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. (org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 2006
KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. 3. ed. São Paulo: Ateliê Editorial,
2002.
LE GOFF, Jacques. A História Nova. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MORAES, José G. V. de. História e música: canção popular e conhecimento histórico. Revista
Brasileira de História. São Paulo, v.20, n.39, 2000.
MORETTIN, Eduardo. O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. In: CAPELATO.
São Paulo: Alameda, 2007.
NORA, Pierre. Entre memória e História. A problemática dos lugares. Revista Projeto História,
São Paulo, n. 10, dez. 1984.
SAVIANI, Dermeval. Breves considerações sobre fontes para a história da educação. Revista
HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p. 28-35, ago. 2006.