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A Importância da Educação Financeira no Uso do Cartão de Crédito

O cartão de crédito foi apontado em primeiro lugar como o principal causador de dívida,
responsável pelo endividamento de 78,5% das famílias endividadas em fevereiro de 2019,
conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – PEIC (2019).

Ter uma Educação financeira é muito importante e deve estar constantemente no cotidiano
das pessoas, devendo os cidadãos terem escolhas conscientes sobre a administração dos seus
recursos.

O acesso e conhecimento sobre ter uma saúde financeira ainda não está perfeitamente
concreto para a maior parte das famílias brasileiras, por não ser algo que está ligado ao seu
cotidiano, por ser algo que ainda não está sendo tão trabalhado, pelo fator consumismo ainda
estar muito forte no cidadão.

As grandes taxas de endividamento se devem ao fato de os jovens terem pouco conhecimento


sobre a educação financeira e não fazerem um controle rígido de suas finanças.

Conforme argumenta Coelho (2010, p. 518), “O cartão de crédito, propriamente dito, é o


documento pelo qual o titular prova, perante o fornecedor, a existência do contrato com a
instituição financeira emissora”. O cartão de crédito é fornecido através de uma instituição
financeira - IF, que, mediante um contrato assinado de ambas as partes enfatizando os termos
de uso do crédito e de taxas e juros acarretados sobre o crédito cedido. Atualmente as
instituições financeiras, podem oferecer aos seus clientes ou associados, a opção de cartões de
débito e cartões de crédito, podendo eles conterem bandeiras nacionais e internacionais, para
movimentações tanto dentro como fora do país.

Tanto os cartões de crédito como os de débito, oferecem a seus usuários facilidades como
saques, pagamentos parcelados e pagamentos à vista, porém, apenas no cartão de crédito o
consumidor pode optar por efetuar o pagamento mínimo ou do máximo da sua fatura, a fatura
é fechada no dia acordado entre a IF e o cliente, sendo que após o fechamento da fatura,
próximas compras e pagamentos postergam para o próximo mês, sendo calculada na próxima
fatura, sendo que se o cliente tiver feito o pagamento mínimo, na fatura posterior também irá
conter os juros e taxas bancárias, o que grande parte das vezes acaba se tornando o vilão para
o endividamento do cartão.

Para operações com cartões de débito, é necessário em que o cliente tenha um valor aplicado
em sua conta, sendo que apenas assim o mesmo irá conseguir fazer movimentações com o
mesmo, muitas vezes as IF’s disponibilizam um limite de cheque especial para os cartões de
débito, sendo que esse funciona como um empréstimo para o uso em ocasiões urgentes, onde,
quando o mesmo é utilizado, o usuário acaba pagando por juros sobre esse limite
disponibilizado pelo banco. Já os cartões de crédito contém um limite de crédito
disponibilizado pela IF, onde a cada compra este valor vai diminuindo do valor total do limite
disponibilizado, sendo que o limite utilizado só volta a ser liberado no momento em que
ocorrer o pagamento da fatura, ocorrendo a liberação do valor pago, sendo assim, quando se
atinge o limite do crédito, compras futuras são negadas.

Programas de pontos e milhas: certos cartões de crédito dispõem de um programa de


pontuação, conhecido como pontos e milhas. Quanto mais você consome mais pontos você
acumula.
É mais ou menos assim: a cada vez que você usa a função crédito do seu cartão, são
acumulados pontos. Exemplo: se o programa recompensa 1 ponto a cada R$ 5 gastos no
cartão, na compra de R$ 500 você obtém 100 pontos. No final, esses pontos podem ser
substituídos por produtos ou descontos em diferentes segmentos, como hotéis, restaurantes e
passagens aéreas. Cada instituição financeira tem suas condições.

Atenção: os cartões que têm essas utilidades costumam cobrar anuidade — uma tarifa pela
prestação de crédito que pode ser paga em parcelas ou uma vez ao ano. Analise se vale a pena.

Parcelar compras e antecipar as parcelas para ganhar desconto: muitas vezes, deixamos o
parcelamento sem juros de lado para não comprometer o saldo ou pelo risco de perder o
controle e nos endividar. Mas já imaginou ganhar descontos e recuperar de forma rápida o
limite, antecipando parcelas das compras?

Quem nunca chorou um descontinho quando tem dinheiro pagar à vista? Eu sempre tento
jogar meus melhores argumentos para o vendedor(a) aceitar minha proposta, porque me
esforcei ao máximo e me privei de várias coisas para poupar o valor necessário. Você deve
estar se perguntando o que isso tem haver com a antecipação de parcelas: é a semelhança.
Existe um truque para conseguir descontos ao parcelar a compra e adiantar o pagamento. A
redução do valor a ser pago é calculada por uma taxa percentual que incide sobre o valor das
parcelas e depende das políticas do banco. Exemplo: você tem 12 parcelas de R$ 200 e seu
banco oferece o desconto de 0,4% por parcela. Ao antecipar as 12, receberá de volta para o
seu bolso R$ 9,60.

ORIGEM DO CARTÃO DE CRÉDITO

Os cartões de crédito tiveram sua origem na década de 1920, onde bares e comércios
ofereciam crédito aos seus clientes mais assíduos, porém, segundo a Associação Brasileira de
Cartões de Crédito e Serviços – ABECS (2019), teve seu verdadeiro início em 1950, onde, em
uma reunião em um restaurante com executivos financeiros na Cidade de Nova York, Frank
MacNamara no momento de pagar a conta percebeu que havia esquecido seus talões de
cheque e não tinha consigo dinheiro vivo, nessa ocasião o dono do restaurante aceitou que as
contas fossem pagas no próximo dia, contato que os convidados assinassem a fatura, nesse
momento Frank teve a ideia de criar mecanismo de controle no qual contivesse o nome do
proprietário devedor e em tempos pudesse pagar a conta de forma mais concentrada.

Assim surgiu o primeiro cartão de crédito, o “Diners Club Card”, um cartão feito de papel, e
aceito em 27 restaurantes dos EUA e com 200 adeptos, a maioria amigos de MacNamara. Em
1952 o cartão ganhou milhares de adeptos e já era aceito em vários estabelecimentos.

Neste mesmo ano foi criado o primeiro cartão de crédito internacional. Em 1958 a American
Express criou o seu próprio cartão. Porém, o grande sucesso no uso de cartões ocorreu em
1966 em que o Bank American Service Corporation, criou o cartão BankAmericard aceito em
mais de 12 milhões de estabelecimentos, passando a denominação/fantasia Visa. No mesmo
ano foi criado o Master Charge que originou a bandeira MasterCard. Em 1975 a Diners lançou
o “Corporate Card”, primeiro cartão de crédito corporativo do mundo, e em 1981 a Citicorp
(atual Citibank) comprou a Diners Club da Continental Insurance Corporation.
No Brasil, revela ainda a ABECS, o empresário tcheco Hanus Tauber, em 1954, comprou nos
Estados Unidos uma franquia da Diners, propondo sociedade no cartão com o empresário
Horácio Klabin. Em 1956 o Diners chegou ao Brasil, sendo, inicialmente, um cartão de compras
e não um cartão de crédito. Em 1968 foi lançado o primeiro cartão de crédito de banco, o
Credicard, e em 1971 foi fundada no Rio de Janeiro a Associação Brasileira das Empresas de
Cartões de Crédito e Serviços (ABECS). Em 1974 a sede da ABECS foi transferida para São Paulo.
Em 1984 a Credicard comprou a Diners Club do Brasil.

Todavia, foi na década de 1990 que ocorreu o lançamento do cartão de crédito internacional e
em 1994, com a chegada do Plano Real, houve um crescimento significativo na utilização
destes recursos nas operações de compras e vendas de produtos e serviços. Com a
implementação dos cartões o volume de transações com cheques, em 2009, sofreu redução
significativa de, aproximadamente, 28,65% em relação ao ano de 2005 e, nesse mesmo
período, o volume de transações com cartões cresceu na ordem de 92,51%. A redução no
volume de transações com cheques iniciada, naquela década, confirma a mudança de
preferências do consumidor pelo uso dos cartões de crédito e débito estimulado pelo crédito
automático, que viabiliza os negócios com praticidade e segurança.

QUANDO O CARTÃO DE CRÉDITO ATRAPALHA

Compras de bens não duráveis: a característica principal desses itens é o consumo imediato,
de curta duração. O café que você toma todos os dias; o biscoitinho que dura pouco tempo na
dispensa. Alimentos têm de ser comprados com regularidade.

Merece cautela, portanto, usar crédito parcelado nas compras de mercado. Quando vier a
parcela no mês seguinte, já será preciso fazer compras de novo.

Tem também o gasto supérfluo, que é o oposto do essencial. A cervejinha gelada, aquele
petisco divino. Educação financeira não é sobre ser pão-duro ou deixar de aproveitar
momentos de lazer. O problema é pagar no crédito itens momentâneos que comprometem a
renda futura.

Se você tem o hábito de fazer isso, não é minha intenção julgar. Pelo contrário. Estou aqui para
mostrar possibilidades. Você vai ver se elas fazem sentido na sua realidade ou não.

Usar o crédito como complemento de renda: de 0 a 10, onde 10 é a nota máxima na categoria
“prejudicial para suas finanças”, isso vale 11. Mas podemos evitar que aconteça.

Imagine uma renda mensal de R$ 1.000 e estilo de vida de R$ 1.200. Você não só gasta o
salário inteiro no mês, como usa crédito para passar mais R$ 200. Assim, fica inevitável usar o
cartão para completar o orçamento. Fazemos isso sem perceber. Assumimos a postura de “ah,
pago com a renda do mês que vem”. Mas isso pode ser bem perigoso.

No primeiro mês, você gasta tudo e recorre a R$ 200 no crédito. No segundo, como já passou
R$ 200 no anterior, tem R$ 800 do salário para gastar. Contudo, seu estilo de vida é de
R$ 1.200, então vai precisar usar R$ 400 no crédito. Se continuar desse jeito, não vai demorar
muito virar confusão. É o efeito “bola de neve”.

Ao não conseguir arcar com os compromissos, talvez pense em recorrer ao parcelamento da


fatura ou pagar o mínimo e entrar no rotativo. Mas isso te submete a altas taxas de juros e
gera a sensação pela qual muitas pessoas passam: pegam X reais emprestado e pagam 3 vezes
X no final.
Usar mais de um cartão: o ideal é ter só um cartão ou, no máximo, dois (em algumas ocasiões).
Além do controle das faturas, tendo em vista o orçamento futuro, um ponto de atenção
valioso é a data de fechamento e a data de vencimento da fatura.

A data de fechamento é o último dia dentro do período de um mês, no qual as compras feitas
e as contas pagas com o cartão resultam no valor total da fatura. Se você fizer algum gasto
nesse dia e for processado nesse mesmo dia, ele entra na fatura do mês correspondente. Os
gastos feitos a partir daí ficam para a próxima fatura.

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