Você está na página 1de 27

Contents

1 Equações Diferenciais Separáveis 3

2 Equações Lineares de 1a Ordem 11

3 Equações Lineares de 2a Ordem 17


3.1 Equações Homogeneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.2 Equações Não Homogenes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.2.1 Método dos Coeficientes a Determinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

1
2 CONTENTS
Chapter 1

Equações Diferenciais Separáveis

Lista de Equações Diferenciais Separáveis


(
y 0 = 3x2 y
i) Resolva o PVI:
y(0) = 2

 0
 y = ex2
ii) Resolva o PVI x
y(0) = 32

(
ex+y y 0 = −1
iii) Resolva o PVI:
y(0) = ln 2
(
y 0 = y(y − 1)
iv) Resolva o PVI:
y(0) = 14

Soluções:
i)
dy
= 3x2 y
dx
dy
= 3x2 dx
y
ˆ ˆ
dy
= 3 x2 dx
y
ln y = x3 + C
3 +C 3
y = ex = ex · eC
3
y = Kex
Como y(0) = 2, temos:
3
y(0) = Ke0 = 2
K = 2

3
4 CHAPTER 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS SEPARÁVEIS

Assim a solução do PVI é:


3
y(x) = 2ex
ii)
y0 2 2
= ex ⇒ y 0 = xex
x
dy 2
= xex
dx
2
dy = xex dx
ˆ ˆ
2
dy = xex dx

1 x2
y = e +C
2
3
Como y(0) = , temos
2
1 2 3
y(0) = e0 + C =
2 2
1 3
+C =
2 2
3 1
C = −
2 2
C = 1
Assim, a solução do PVI é:
2
ex
y(x) = +1
2
iii)
dy
ex · ey · = −1
dx
ey dy = −e−x dx
ˆ ˆ
y
e = − e−xdx

ey = e−x + C
y = ln (e−x + C)
Como y(0) = ln 2, temos:
y(0) = ln (e0 + C) = ln 2
ln (1 + C) = ln 2
1+C = 2
C = 1
Assim, a solução do PVI é:
y(x) = ln (e−x + 1)
5

iv)
dy
= y(y − 1)
dx
1
= dx
y(y − 1)
1 1
− = dx
y−1 y
ˆ   ˆ
1 1
− dy = dx
y−1 y
ln (y − 1) − ln y = x + C
 
y−1
ln = x+C
y
y−1
= ex+C = ex · eC
y
y−1
= Kex
y

y − 1 = Kyex
y − Kyex = 1
y(1 − Kex ) = 1
1
y =
1 − Kex
1
Como y(0) = , temos:
4
1 1
y(0) = 0
=
1 − Ke 4
1 1
=
1−K 4
4 = 1−K
K = −3
Assim, a solução do PVI é:
1
y(x) =
1 + 3ex
6 CHAPTER 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS SEPARÁVEIS

Nesta nota vamos encontrar a solução geral de uma equação diferencial separável e depois
analisar o comportamento desta solução para diferentes condições iniciais.

Exercı́cio

Encontre a solução geral de


1
y 0 = t(1 − y 2 ) .
2

Solução:: Vamos começar separando as variáveis:

1
y0 = t(1 − y 2 )
2
dy 1
= − t(y 2 − 1)
dt 2
2
dy = −t dt
y2 − 1
ˆ ˆ
2
dy = − t dt
y2 − 1

A integral no segundo membro da equação é trivial, enquanto que a integral no primeiro membro
se resolve, evidentemente, pelo método das frações parciais, assunto que foi exaustivamente tratado
no Instagram do professor Marcos Paizante - @paizantemarcos - portanto vamos omitir os detalhes
dessa decomposição, note que
2 1 1
= −
y2 − 1 y−1 y+1
então temos:
ˆ ˆ 
t2

2 1 1
2
dy = − dx = − + c
y −1 y−1 y+1 2
t2
ln |y − 1| − ln |y + 1| = − +c
2
a
usando a propriedade ln a − ln b = ln , temos:
b
2

y − 1
ln = −t + c
y + 1 2

y − 1 2
= e− t2 +c
y + 1

y − 1 2
= e− t2 · ec C
y + 1

Desde que y 6= ±1 no intervalo de discussão, a quantidade dentro do módulo é sempre positiva,


7

portanto podemos suprimir omódulo


t2
y − 1 = C(y − 1)e− 2
t2 t2
y − 1 = Cye− 2 − e− 2
t2 t2
y − Cye− 2 = 1 + Ce− 2
t2 t2
 
y 1 − Ce− 2 = 1 + Ce− 2

e, finalmente, temos:

t2
1 + Ce− 2
y(t) = t2
1 − Ce− 2

Breve Discussão Sobre Dependência das Condições Iniciais


Note que se tivermos a condição inicial y(0) = A, temos:
02
1 + Ce− 2
y(0) = A = 02
1 − Ce− 2
1+C
A =
1+C
A + AC = 1+C
AC − C = 1−A
1−A
C =
1+A
• Se y(0) = 1, temos que C = 0 o que implica em uma solução constante

y(t) = 1

• Se y(0) = 0.5, temos C = 31 , assim

t2
1 + 31 e− 2
y(t) = t2
1 − 31 e− 2

• E, se y(0) = −0.5, temos C = 3, portanto:


t2
1 + 3e− 2
y(t) = t2
1 − 3e− 2
8 CHAPTER 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS SEPARÁVEIS

Nesta nota vamos discutir um problema que o eminente aluno Marcos Oliveira me apre-
sentou, o qual, ao resolvermos, encontramos como solução a seguinte função:

π 
y(x) = tg − arctg(x)
4

Sendo que no gabarito da lista a resposta é

1−x
y(x) =
1+x

Então, qual das respostas está correta? Ou ambas estão corretas?


Vamos conferir!

Exercı́cio

Resolva o PVI (
(1 + x2 )y 0 + y 2 + 1 = 0
y(0) = 1

Fatos que ajudam


– ˆ
1
dx = arctg x + C
1 + x2

tg a − tg b
tg(a − b) =
1 + tg a tg b

Solução:

Note que esta equação diferencial é separável. Então, separando as variáveis, temos:

(1 + x2 )y 0 + y 2 + 1 = 0
dy
(1 + x2 ) = −(1 + y 2 )
dx
dy dx
2
= −
1+y 1 + x2
ˆ ˆ
dy dx
2
= −
1+y 1 + x2
arctg y = − arctg x + C
9

Portanto, usando a função trigono métrica inversa, temos:


y(x) = tg(− arctg x + C)
Como y(0) = 1, temos:

y(0) = tg(− arctg 0 + C) = 1


tg C = 1
π
⇒ C = .
4
Assim,
π 
y(x) = tg − arctg(x)
4

Mas note que, devido o segundo fato que ajuda, temos:


π  tg π4 − tg(arctg x)
tg − arctg x = (∗)
4 1 + tg π4 tg(arctg x)

Ah! Mas lembre-se que tg π4 = 1 e que tg(arctg x) = x. Então, devido (∗) temos:

π  1−x 1−x
tg − arctg x = =
4 1+ 1·x 1+x

1−x
Portanto y(x) = também é solução do PVI, ou seja, ambas soluções estão
1+x
corretas.
10 CHAPTER 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS SEPARÁVEIS
Chapter 2

Equações Lineares de 1a Ordem

Exercı́cio: Resolva o PVI 


y 0 − 2 y = 2x2
x
y(−2) = 4

Solução: Primeiramente vamos encontrar o fator integrante para esta equação


2
´ ´
µ(x) = e (− x )dx = e−
2
x
dx

−2
= e−2 ln |x| = eln x
µ(x) = x−2

Multiplicando ambos os membros da equação diferencial pelo fator integrante, temos:


1 2
2
· y0 − 3 y = 2
x x
0
x−2 y = 2
ˆ ˆ
−2
0
x y dx = 2 dx

x−2 y = 2x + C
y = 2x3 + Cx2
E, devido a condição inicial, temos:

y(0) = 2(−2)3 + C(−2)2 = 4


−16 + 4C = 4
4C = 20 ⇒ C + 5,

portanto
y(x) = 2x3 + 5x2 .

11
12 CHAPTER 2. EQUAÇÕES LINEARES DE 1A ORDEM

Exercı́cio: Resolva o PVI  x


y 0 = y tg x + e
cos x
y(0) = 1

Solução: Primeiramente vamos reescrever a equação diferencial em numa forma mais amigável
ex
y 0 − y tg x =
cos x
Agora devemos calcular o fator integrante
´ ´
µ(x) = e (− tg x) dx
= e− tg x dx

= eln |cos x|
µ(x) = cos x
Multiplicando o fator integrante em ambos os membros da equação diferencial, temos:
ex
(cos x) · y 0 − cos x · y tg x = cos x ·
cos x
(cos x) · y 0 − sen x · y = ex
(cos x · y)0 = ex
ˆ ˆ
0
(cos x · y) dx = ex dx

cos x · y = ex + C
y = (ex + C) sec x
Devido a condição inicial, temos:
y(0) = (e0 + C) = 1
1 + C = 1 ⇒ C + 0,
portanto, a solução desta equação diferencial é:
y(x) = ex sec x
13

Caderno de Equações Diferenciais


Marcos Paizante - @paizantemarcos

Nesta nota vamos resulver uma EDO linear de primeira ordem. Recomendo atenção na hora
de encontrar o fator integrante.

Exercı́cio: Resolva o PVI  x


y 0 + ex y = e−e
y(0) = 1 .
e

Solução: Primeiramente vamos calcular o fator integrante


´
ex dx
µ(x) = e
x
µ(x) = ee
Multiplicando ambos os membros da equação diferencial pelo fator integrante, temos:
x x x x
ee y 0 + ee ex y = ee e−e
x 0 x x
ee y = ee −e
x 0
ee y = 1
x x x
note que a expressão ee y 0 + ee ex y é a derivada de ee y (atenção para a regra do produto). Assim,
integrando em relação a x a última equaçÃo acima, temos:
ˆ ˆ
ex
0
e y dx = 1dx
x
ee · y = x + C
x
y = (x + C)e−e
Finalmente, devido a condição inicial, temos:
1 0
y(0) = (0 + C)e−e =
e
1
Ce−1 =
e
C 1
=
e e
C = 1.
Portanto, finalmente temos:
x
y(x) = (x + 1)e−e
14 CHAPTER 2. EQUAÇÕES LINEARES DE 1A ORDEM

Exercı́cio: ENcontre a solução geral da equação diferencial abaixo.


y 0 + (1 − x)y = x − 1

Solução:
15

Nesta nota vamos resolver uma questão aplicada em uma prova do curso de Cálculo 2 da UFRJ
no ano de 2019.
Nesta questão nos são dados um fator integrante e a solução do PVI e devemos encontrar os
coeficientes (não constantes) da equação.

Exercı́cio

Considere o problema de valor inicial


(
y 0 + a(x)y = b(x), 0 < x < π,
(2.1)
y( π2 ) = 0.

Sabendo que µ(x) = sen x é um fator integrante desta equação diferencial e que a solução do
sen x 1
problema (1) é y(x) = − , ache a(x) e b(x).
2 2 sen x

Solução: Sabemos que o fator integrante de uma EDO linear


y 0 + a(x)y = b(x)

é da forma ´
a(x)dx
µ(x) = e
o qual é obtido a partir da equação
µ0 (x) = µ(x)a(x), (2.2)
devemos calcular a derivada de µ(x) e substituir µ(x) e µ0 (x) em (2.2) a fim de encontrar a função
a(x).
16 CHAPTER 2. EQUAÇÕES LINEARES DE 1A ORDEM

• Cálculo de a(x):
(sen x)0 = sen x.a(x)
cos x = sen x.a(x)
cos x
a(x) =
sen x
• Cálculo de b(x): Agora, a fim de encontrar a função b(x) vamos substituir a solução do PVI
na equação diferencial.
 0  
sen x 1 cos x sen x 1
− + · − = b(x)
2 2 sen x sen x 2 2 sen x
 
cos x 1 1 cos x 1
− − 2 + − = b(x)
2 2 sen x 2 2 sen2 x
1 1
cos x + − = b(x),
2 sen2 x 2 sen2 x
então, finalmente, temos:
b(x) = cos x
Chapter 3

Equações Lineares de 2a Ordem

3.1 Equações Homogeneas


• O polinômio caracterı́stica de uma EDO de segunda com coeficientes constantes
y 00 + by 0 + cy = 0
é:
λ2 + bλ + c = 0 .

• A solução homogenea de uma EDO de segunda com coeficientes constantes é dada de acordo
com a natureza das raı́zes do polinômio caracterı́stico:
– Se λ1 6= λ2 ∈ R
y(t) = C1 eλ1 t + C2 eλ1 t .

– Se λ1 = λ2 = λ ∈ R
y(t) = (C1 + C2 teλt .

– Se λ1,2 = a ± bi ∈ C

y(t) = eat (C1 cos (bt) + C2 sen (bt) .

17
18 CHAPTER 3. EQUAÇÕES LINEARES DE 2A ORDEM

3.2 Equações Não Homogenes


3.2.1 Método dos Coeficientes a Determinar
A solução particular de uma EDO de segunda com coeficientes constantes não homoegenea
y + by 0 + cy = g(t), é dada de acordo com a natureza da função g(t).
00

Seja a seguinte EDO inear de segunda ordem não homogênea com coeficientes constantes.

y 00 + by 0 + cy = f (t)

Sabemos que a solução desta EDO é da forma

y(t) = yh (t) + yp (t)

onde yh (t) é a solução homogênea e yp (t) é a solução particular.


Os cálculos das soluções homogênea através do polinômio caracterı́stico da equação e as formas das
soluções particulares, que são escolhidas a partir de uma tabela e cuja forma depende da funçã]o
f (t) , já foram abordadas em gotas de matemática anteriores e também na Apostila de EDO do
professor Marcos Paizante. Vejamos um exemplo:

Exemplo : Resolva o PVI


( 00
y + y 0 − 2y = 2t2 − 7
y(0) = , y 0 (0) =

Solução: Primeiramente devemos encontrar a solução homgenea yh (t). O polinômio carac-


terı́stico dessa equação é:
λ2 + λ − 2 = 0 ,
cujas raı́zes são: λ1 = −2 e λ2 = 1. Como esta raı́zes são reais e diferentes, temos que a solução
homgenea yh (t) é:
yh (t) = C1 e−2t + C2 et
Já a solução particular yp (t) será da forma
yp (t) = at2 + bt + c ,
pois a parte não homogena da EDO é um polinônimo do segundo grau, ainda que incompleto.
Assim, temos:
yp0 (t) = 2at + b e yp00 (t) = 2a .
Substituindo as expressões de yp0 (t) e yp00 (t) na EDO, temos:

2a + 2at + b − 2(at2 + bt + c) = 2t2


2a + 2at + b − 2at2 − 2bt − 2c = 2t2
−2at2 + (2a − 2b)t + 2a + b − 2c = 2t2
3.2. EQUAÇÕES NÃO HOMOGENES 19

igualando termo a termos o polinônimos na última equação acima, temos o seguinte sistema de
quaçãoes: 
 2a + b − 2c = −7


2a − 2b = 0


−2a = 2
Cuja solução é fácil de se obter, e é: a = −1, b = −1 e c = 2. Portanto a solução particular
desta EDO é:
yp (t) = −t2 − t + 2
A solução geral geral da EDO é dada por y(t) = yh (t) + yp (t). Então a solução geral da EDO é:
y(t) = C1 e−2t + C2 et − t2 − t + 2
Agora vamos usar as condições iniciais y(0) e y 0 (0) para ajustar as constantes C1 e C2 .
1 1
e−2(0)
y(0) = C1  + C2 e0 − 02 − 0 + 2 = 5
C1 + C2 = 3
Cálculo de y 0 (t):
y 0 (t) = −2C1 e−2t + C2 et − 2t − 1
Assim,
1 1
y 0 (0) = −2C1
e−2(0)
 + C2 e0 − 2(0) − 0 = 0
−2C1 + C2 = 0
Assim chegamos ao seguinte sistema de equações:
(
C1 + C2 = 3
−2C1 + C2 = 0
Cuja solução é: C1 = 1 e C2 = 2. Portanto, finalmente, chegamos a seguinte solução solução:

y(t) = e−2t + 2et − t2 − t + 2 .

Escrever texto explicando que podemos ter mais de uma solução particular LI.
Neste exemplo vamos em busca da solução de uma EDO Linearde segunda ordem não homogênea
com coeficientes constantes da seguinte forma:

y 00 + by 0 + cy = f1 (t) + f2 (t) + · · · + fk (t) (∗)

Sendo as funções f1 (t), f2 (.), . . . , fk (t) linearmente independentes, temos que a solução geral
da equação (∗) é da forma

y(t) = yp1 (t) + yp2 (t) + · · · + ypk (t)

onde as formas das soluções particulares ypi , i = 1, . . . , k , são escolhidas a partir da função fi (t),
i = 1, . . . , k associada.
20 CHAPTER 3. EQUAÇÕES LINEARES DE 2A ORDEM

Exercı́cio: Resolva o PVI: 


00 0 −t 2
y + 5y + 4y = 6e + 4t


y(0) = 0

y 0 (0) = 1

Solução: Sabemos da explicação da página anterior, que solução geral desta EDO será da forma
y(t) = yh (t) + yp1 (t) + yp2 (t) (∗∗)
onde a solução particular yp1 (t) será associada à função 6e−t e a solução particular yp2 (t) será
associada à função 4t2 .
Vamos primeiramente encontrar a solução homogênea.
O polinômio caracterı́stico desta equação é
λ2 + 5λ + 4 = 0
cujas raı́zes são λ1 = −4 e λ2 = −1. Assim a solução homogênea desta equação será:
yh (t) = C1 e−4t + C2 e−t .
Jáas soluções particulares serão das seguintes formas:
yp2 = ax2 + bx + c .
Note que pelo fato de haver um termo do segundo grau no no lado direito da EDO, a solução
particular deve ser um polinômio do segundo grau. Já a soluçõ yp1 será da forma:
yp1 (t) = Cte−t .
Note que tivemos que multiplicar por t a função Ce−t pelo de fato de a solução e−t já estar presente
na solução homogênea, então devemos buscar uma solução particular que seja LI com uma solução
já existente.
Agora vamos usar o método dos coeficientes a determinar para encontrar as soluções particulares.
yp0 2 = 2ax + b , yp002 = 2a
substituindo as derivadas acima na EDO, temos:
2a + 5(2ax + b) + 4(ax2 + bx + c) = 4x2
4ax2 + (10a + 4b)x + (5b + 4c) = 4x2
que nos leva ao sistema 
 4a
 =4
10a + 4b =0

 2a + 5b + 4c = 0

cuja solução é a = 1, b = −5/2 e c = 21/8, portanto, a solução particular yp2 (t) será:
5x 21
yp2 (t) = x2 − + .
2 8
Agora vamos encontrar a solução yp1 (t). Calculemos yp0 1 (t) e yp001 (t).
yp0 1 (t) = Ce−t − Cte−t
yp0 1 (t) = (C − Ct)e−t
yp001 (t) = −Ce−t − Ce−t + Cte−t
yp001 (t) = (−2C + Ct)e−t .
3.2. EQUAÇÕES NÃO HOMOGENES 21

E agora vamos substituir os resultados encontrados na EDO.


(−2C + Cte−t + 5(C − Ct)e−t + 4Cte−t = 6e−t
−2Ce−t + Cte−t + 5Ce−t − 5Cte−t + 4Cte−t = e−t
3Ce−r = 6e−t

Donde concluı́mos que


3C = 6 ⇒ C = 2.
Potyanto, de acordo com (**) a solução geral da EDO será:
5x 21
y(t) = C1 e−4t + C2 e−t + 2e−t + x2 − + ,
2 8
Agora vamos usar as condições iniciais para encontrar as constantes C1 e C2 .
De y(0) = 0, temos:
5 × 0 21
y(0) = C1 e−4×0 + C2 e−0 + 02 − + =0
2 8
21
C1 + C2 = − (1)
8
E de y 0 (0) =, temos:
5
y 0 (t) = −4C1 e−4t − C2 e−t + 2e−t − 2te−t + 2t − =1
2
5
y 0 (0) = −4C1 e−4×0 − C2 e−0 + 2e−0 − 2 × 0e−0 + 2 × 0 − =1
2
3
−4C1 − C2 = (2)
2
Multiplicando a equação (1) por 4 e devido a equação (2), temos o sistema
21

 4C1 + 4C2 = − 2

−4C1 − C2 = 3


2
11
cuja solução é: C1 = e C2 = −3. Portanto, a solução da EDO será:
8
3 5t 21
y(t) = e−4t − 3e−t + 2te−t + t2 − +
8 2 8
e, agrupando os termos com e−t , finalmente, temos:

3 5t 21
y(t) = e−4t + (2t − 3)e−t + t2 − +
8 2 8
22 CHAPTER 3. EQUAÇÕES LINEARES DE 2A ORDEM

Exercı́cio: Resolva o PVI:


(
y 00 + 4y 0 + 3y = 4e−3t
y(0) = −2 , y 0 (0) = 6 .

Solução: Primeiramente encontremos a solução homogenea yh (t). Para isso devemos montar o
plonômio caracterı́stico e calcular suas raı́zes. Façamos isto.

λ2 + 4λ + 3 = 0 ,

que nos dá as raı́zes


λ1 = −3 e λ2 = −1
que são reais e diferentes, então a solução é da forma

yh (t) = C1 eλ1 t + C2 eλ2 t


assim
yh (t) = C1 e−3t + C2 e−t .
Agora vamos em busca da solução particular, a qual será da forma

yp = Ate−3t

pois o expoente da função no segundo membro da equação diferencial coincide com a raı́z do
polinômio caracterı́tico.
Calculemos as derivadas de yp afim de substituı́-las na equação diferencial afim de calcular o
coeficiente A.
yp0 = Ae−3t + t(−3Ae−3t ) ⇒ yp0 = (A − 3At)e−3t
yp00 = (−3A)e−3t + (A − 3At)(−3)e−3t
yp00 = −3Ae−3t − 3Ae−3t + 9Ate−3t ⇒ yp00 = (9At − 6A)e−3t .
Substituindo yp e suas derivadas na equação diferencial temos:

(9At − 6A)e−3t + 4(A − 3At)e−3t + 3Ate−3t = 4e−3t

9Ate−3t − 6Ae−3t + 4Ae−3t − 12Ate−3t + 3Ae−3t = 4e−3t


−2Ae−3t = 4e−3t
Como e−3t 6= 0, podemos dividir a equação anterior por e−3t , e obtermos

−2A = 4 ⇒ A = −2,

portanto a solução particular da EDO acima é

yp = −2te−3t .

Agora vamos montar a solução geral da equação. Sabemos que

y(t) = yh (t) + yp (t)

então a solução geral é:


y(t) = C1 e−t + C2 e−3t − 2te−3t . (3.1)
3.2. EQUAÇÕES NÃO HOMOGENES 23

Agora vamos usar as condições iniciais do problema em y e y 0 para ajustar os coeficientes C1 e C2 .


Como y(0) = −2, temos

y(0) = C1 e−0 + C2 e−3.0 − 2 × 0e−3.0 = −2


então
C1 + C2 = −2 . (3.2)
E, y 0 (0) = 6, então
y 0 (t) = −C1 e−t − 3C2 e−3t − 2e−3t − 2t(−3e−3t )
y 0 (t) = −C1 e−t − 3C2 e−3t − 2e−3t + 6te−3t
então
y 0 (0) = −C1 e0 − 3C2 e0 − 2e0 + 6 × 0e0 = 6
− C1 − 3C2 = 8 (3.3)
Fazendo (2)+(3) temos:
−2C2 = 6 ⇒ C2 = −3 ,
o que implica em C1 = 1. Então, substituindo em (1) os valores de C1 e C2 encontrados temos:

y(t) = e−t − 3e−3t − 2te−3t

Exercı́cio: Resolva o PVI:


(
y 00 + 2y 0 + y = 6e−x
y(0) = −2 , y 0 (0) = 6 .

Solução: Primeiramente vamos encontrar aoslução homogenea.


O polinômio caracterı́stico associado aesta EDO é λ2 = 2λ + 1. Portanto
λ2 + 2λ + 1 = 0 ,
cuja raı́z dupla é λ = −1. Assim a solução homogena é:

yh (x) = (C1 x + C2 )e−x .


Devemos buscar uma soluç
ao particular na forma yp (x) = Ax2 e−x pois a constante que multiplica x na função exponencial é
raı́z dupla da equação caracterı́stica. Então temos:

yp0 = (2Ax − Ax2 )e−x


yp00 = (Ax2 − 4Ax + 2A)e−x

Assim, substituindo yp e suas derivadas na equaçÃo diferencial, temos:


(Ax2 − 4Ax + 2A)e−x + 2(2Ax − Ax2 )e−x + Ax2 ex = 6e−x
Ax2 e−x − 4Axe−x + 2Ae−x + 4Axe−x − 2x2 e−x + x2 e−x = 6e1 1dxf −x
24 CHAPTER 3. EQUAÇÕES LINEARES DE 2A ORDEM

Questão 1. Encontre a soluçãp geral das EDOs abaixo:


(a) y 00 + 4y 0 + 3y = 12e−t .
(b) y 00 + 4y 0 + 4y = 16e−2t .
(c) y 00 + 2y 0 + 5y = e−t cos 2t
3.2. EQUAÇÕES NÃO HOMOGENES 25

Respostas
(a) y = C1 e−3t + C2 e−t + 6te−t .
(b) y = (C1 + C2 t)e−2t + 8t2 e−2t .
te−t sin 2t
(c) y(t) = e−t (C1 cos 2t + C2 sin 2t) +
4
26 CHAPTER 3. EQUAÇÕES LINEARES DE 2A ORDEM

Soluções
A solução desta EDO deve ser da forma

y(t) = yh (t) + yp (t).


O polinômio caracterı́stico desta equação é
λ2 + 2λ + 5 = 0

cujas raı́zes são λ1,2 = −1 ± 2i. Então a solução homogenea yh (t) é


yh (t) = e−t (C1 sen(2t) + C2 cos (2t)).
De acordo com o segundo membro da equação diferencial, a solução particular deveria ser da forma

yp (t) = Ae−t (sen(2t) + B cos (2t)


mas esta já é a solução homogenea. Assim, a fim de encontrar uma solução particular que seja
linearmente independente da solução homogena, vemeos buscar uma solução particular da forma
yp (t) = te−t (A sen (2t) + B cos (2t))
Cálculo de yp0 :

yp0 = (e−t − te−t )(A sen (2t) + B cos (2t)) + te−t (2A cos (2t) − 2B sen (2t))
= [(1 − t)e−t A − 2Bte−t ] sen(2t) + [e−t (1 − t)B + 2Ate−t ] cos (2t)
Cálculo de yp00

yp00 = [−e−t A − (1 − t)e−t A − 2Be−t + 2Bte−t ] sen(2t) + [(1 − t)e−t 2A − 4Bte−t ] cos (2t) +
+ [−e−t (1 − t)B − (1 − t)e−t B + 2Ae−t − 2Ate−t ] cos (2t) − [e−t (1 − t)2B + 4Ate−t ] sen(2t)
Substituindo yp0 e yp00 na EDO, temos:

[−e−t A − (1 − t)e−t A − 2Be−t + 2Bte−t ] sen(2t) + [(1 − t)e−t 2A − 4Bte−t ] cos (2t) +
+ [−e−t (1 − t)B − (1 − t)e−t B + 2Ae−t − 2Ate−t ] cos (2t) − [e−t (1 − t)2B + 4Ate−t ] sen(2t) +
+ 2 [(1 − t)e−t A − 2Bte−t ] sen(2t) + [e−t (1 − t)B + 2Ate−t ] cos (2t) +


+ 5 te−t (A sen (2t) + B cos (2t))


 
3.2. EQUAÇÕES NÃO HOMOGENES 27

−Ae−t sin (2t) − Ae−t sin (2t) + Ate−t sin (2t) − 2Be−t sin (2t) + 2Bte−t sin (2t) +
+ 2Ae−t cos (2t) − 2Ate−t cos (2t) − 4Bte−t cos (2t) − Be−t cos (2t) + Bte−t cos (2t)
− Be−t cos (2t) + Bte−t cos (2t) + 2Ae−t cos (2t) − 2Ate−t cos (2t) − 2Be−t sin (2t) +
+ 2Bte−t sin (2t) + 4Ate−t sin (2t)
+ 2Ae−t cos (2t) − 2Ate−t cos (2t) − 4Bte−t cos (2t) + 2Ae−t sin (2t) − 2Ate−t sin (2t)
− 2Bte−t sin (2t) + 2Be−t cos (2t) − 2Bte−t cos (2t) + 4Ate−t cos (2t) +
+ 5Ate−t sin (2t) + 5Bte−t cos (2t) = e−t cos (2t)
reduzindo os termos semelhantes, temos:
−4B sin (2t) + 4A cos (2t) = e−t cos (2t)
1
donde temos 4B = 0 ⇒ B = 0 e 4A = 1 ⇒ A = .
4
Assim, finalmente temos que:
e−t sen(2t)
yp (t) =
4

Assim, a solução geral da equação diferencial é:


te−t sin 2t
y(t) = e−t (C1 cos 2t + C2 sin 2t) +
4

Letra (b)

yp (t) = At2 e−2t


Cálculo de yp00 :

yp0 = 2Ate−2t − 2At2 e−2t


= (2At − 2At2 )e−2t
Cálculo de yp00 :

yp00 = 2Ae−2t − 4Ate−2t − 4Ate−2t + 4At2 e−2t


= (2A − 8At + 4At2 )e−2t
Substituindo as expressões de yp0 e yp00 na EDO, temos:

(2A − 8At + 4At2 )e−2t + 4(2At − 2At2 )e−2t + 4At2 e−2t = 16e−2t
2Ae−2t − 8Ate−2t + 4At2 e−2t + 8Ate−2t − 8At2 e−2t + 4At2 e−2t = 16e−2t
2Ae−2t = 16e−2t
que implica em 2A = 16 ⇒ A = 8.

Você também pode gostar