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CAPÍTULO I

ANTES DO AIRE: REGISTRO DE CIDADANIA E ESTADO CIVIL

Uma vez que a inscrição no AIRE de um compatriota está condicionada por alguns requisitos fundamentais
da pessoa, é necessário verificar se estes requisitos se encontram cumpridos antes de proceder às
obrigações legais. Esses requisitos, na ausência dos quais não é possível prosseguir com o pedido de
inscrição no AIRE de qualquer município italiano, são indicados nos seguintes pontos 1. e 2.

1. Verificação da posse da cidadania italiana

Antes de proceder a qualquer operação relativa ao AIRE, verifique se o interessado é realmente um cidadão
italiano: se ele tiver outras nacionalidades além da italiana, esta prevalecerá nas relações com o Estado
italiano e não poderá ser negligenciada em nenhum caso.

Qualquer pessoa que declare sua residência no exterior em repartição consular solicitando registro no AIRE
ou para quem a repartição consular determine seu registro oficial (art. 6 parágrafos 1, 6 e 9 da Lei
470/1988) deve ser titular da cidadania italiana adquirida à nascença ou por naturalização. Os elementos
para esta verificação podem ser procurados com base na legislação em vigor (Ver "Intranet" -
Regulamentos do MAE - Regulamentos consulares - Serviços consulares - Cidadania) ou, no caso de
transferência da Itália ou de outro distrito consular, no Município ou no consulado de.

2. Verificação da transcrição da certidão de nascimento (para nascidos no exterior)

Caso o cidadão italiano tenha nascido no exterior, antes de proceder a qualquer outro preenchimento do
AIRE, verifique se a transcrição da certidão de nascimento foi realizada com sucesso, ou prossiga com ela. A
inscrição no AIRE de todo cidadão italiano nascido no exterior e que nunca residiu na Itália está
condicionada à transcrição de sua certidão de nascimento no Registro Civil do Município italiano de
nascimento ou residência da mãe (se cidadã) ou do progenitor materno, ou do pai ou ascendente paterno
(art.º 17.º do Decreto Presidencial n.º 396/2000 - Regulamento de revisão e simplificação do regime do
registo civil). É, portanto, essencial, para efeitos do registo em causa, que a certidão de nascimento do
compatriota nascido no estrangeiro tenha sido transcrita ou, pelo menos, enviada para transcrição a um
município italiano. Para verificar se a transcrição foi realizada, é necessário verificar se os dados da
transcrição (Número, Parte, Série, Ano) são conhecidos ou porque estão anotados no cartório consular ou
porque estão presentes no registro pessoal Arquivo. Na ausência desses detalhes, não há certeza de que a
escritura tenha sido transcrita. Aconselha-se, portanto, a realização das devidas verificações junto do
Município para a avaliação em causa. Caso o compatriota tenha nascido em outra circunscrição consular, a
verificação deverá ser realizada no Consulado competente do local de nascimento, caso a verificação no
Município tenha resultado negativo.

N.B. É prática comum o envio das fichas de inscrição do ConsO 1 ao AIRE sem ter verificado previamente se
a certidão de nascimento do compatriota em questão foi transcrita. Refira-se que esta prática, para além
de onerosa para as autoridades fiscais (despesas postais ou de correio expresso), é totalmente inútil, uma
vez que, se a certidão de nascimento de uma pessoa não tiver sido transmitida para transcrição, essa
pessoa é absolutamente desconhecida no Município para onde a escritura foi enviada e, portanto, não
deve ser dado seguimento ao envio do documento para registro no AIRE.

3. Deveres dos cidadãos em matéria de estado civil

O compatriota no exterior deve ser sempre exortado a apresentar à repartição consular os documentos de
estado civil que lhe digam respeito.

A regra geral está prevista nos artigos 15 e 16 do Decreto Presidencial 396/2000 onde se estabelece que é
dever do cidadão enviar ao Consulado competente cópia dos documentos do estado civil lavrados no
exterior que lhe digam a suo respeito. Caso esses documentos nunca tenham sido entregues ao Consulado,
o operador consular convidará o interessado a cumprir as obrigações legais sendo, entre outras coisas, a
transcrição da certidão de nascimento, como vimos, a condição de que, junto com a verificação da
cidadania, permite que um compatriota se registre no AIRE. Com alguns Estados, geralmente pertencentes
à União Européia, a Itália estipulou Convenções para o envio das certidões do Estado Civil às
Representações Consulares pelos Municípios estrangeiros redigidas em formulários multilíngues que
permitem o envio na Itália de documentos do estado civil para transcrição sem obrigando os interessados a
entregá-lo diretamente na repartição consular. No entanto, isso não isenta o compatriota da obrigação de
provê-lo pessoalmente se a Administração estrangeira não o tiver feito ex officio, especialmente naqueles
Estados onde a legislação local não permite a transmissão de documentos de estado civil a uma repartição
consular.

4. Verificação da transcrição de outros documentos do estado civil

Aconselha-se sempre a verificação da efetiva transcrição dos documentos do estado civil do interessado.
Ainda que não seja imprescindível para efeitos de inscrição no AIRE, é aconselhável que o operador
consular verifique a situação civil do compatriota individual também relativamente aos demais factos que
devam ser transcritos ou averbados nos registos de registo civil constituídos em cada município italiano. Em
particular casamento, separação, divórcio, nascimento de filhos e qualquer outro evento para o qual seja
necessário registo ou averbação.

5. Obrigações dos Consulados quanto à colaboração com outras repartições consulares e com os
Municípios

É necessário que os Consulados colaborem entre si, trocando todas as informações sobre transferências,
repatriações, etc., e que tenham sempre o cuidado de informar o Município a que pertence o interessado,
visando o alinhamento completo entre os dados registrados pelo Município - que tem competência
primária em matéria de cartório e estado civil - e os dados registrados no arquivo consular. Para fins de
correta guarda do arquivo consular, é essencial que todo arquivo envolvendo mais de um posto consular ou
mais de um município ou ambos seja comunicado a todos os escritórios envolvidos. É o caso, por exemplo,
da transmissão da certidão de nascimento a um Município para transcrição de um compatriota que tenha
nascido no estrangeiro numa circunscrição consular mas resida noutra. Neste caso, o Consulado
competente para a transmissão é aquele em cujo distrito o interessado nasceu, mas o Consulado de
residência atual também deve ser informado e, portanto, o Escritório que transmite o documento também
deve enviar a comunicação ao Consulado de residência. Da mesma forma, em caso de transferência de
residência no exterior de um compatriota de um distrito consular para outro, o Consulado de residência
deve enviar um ConsO 1 para inserção ao Município competente, mas também enviá-lo para informação ao
Consulado de residência anterior para o atualização do arquivo consular. Não se considera necessário
enumerar os inúmeros outros casos em que é necessária a informação a todos os gabinetes intervenientes
nos diversos processos, no entanto convidamo-lo a ter em conta a indicação de carácter geral contida no
primeiro parágrafo deste ponto 5. A oportunidade de lembrar que tais comunicações não devem ser
enviadas para informação ao M.A.E.

6. Cidadania reconhecida na Itália

Caso a cidadania tenha sido reconhecida na Itália, a verificação da transcrição da certidão de nascimento
deve ser solicitada ao Município italiano de residência anterior e não ao Consulado em cujo distrito o
compatriota nasceu. Caso um cidadão nascido no exterior e atualmente residente no distrito consular, mas
que tenha residido na Itália e tenha obtido o reconhecimento da cidadania italiana, seja "iure sanguinis"
como descendente de um cidadão - ou cidadão a partir de 1/1/ 1948 - (ver Circular do Ministério do
Interior n. K.28.1 de 04/08/1991 ) ou que tenha adquirido a nacionalidade por força de outras disposições,
a verificação do registo da certidão de nascimento para efeitos de inscrição no AIRE deve ser solicitado ao
cartório de registro civil do município italiano de residência anterior e não ao consulado em cujo distrito o
compatriota nasceu.

CAPÍTULO II

ARQUIVOS CONSULARES E AIRE: PARTE GERAL

É útil, ao introduzir a parte geral relativa ao assunto em questão, referir-se às várias disposições do
ordenamento jurídico que tratam do registro de dados relativos a todo cidadão italiano residente no
exterior e como esses dados são memorizados e armazenados e em a base de quais ferramentas. Em
primeiro lugar, portanto, é necessário referir-se ao art. 67 do Decreto Presidencial 200/67 que dispõe sobre
a guarda, nas representações consulares, de arquivo cujas características se descrevem no ponto 1
seguinte.

Subsequentemente e intimamente relacionada está a matéria do AlRE regulada, como vimos, pela Lei
470/1988.

1. Arquivos consulares e AIRE

Embora os arquivos consulares e o AIRE tenham uma natureza diferente, na gestão do primeiro cada
Consulado deve ter como objetivo o alinhamento completo com o AIRE dos Municípios onde estão inscritos
cidadãos residentes no distrito estrangeiro de competência. Como vimos na introdução, o legislador já em
1967 havia previsto que os cidadãos residentes no exterior fossem registrados em arquivos especiais
mantidos nos consulados em que, de acordo com o referido art. 67 do Decreto Presidencial 200/67, era
necessário tomar conhecimento não só dos dados pessoais e profissionais, mas também dos atos ou fatos
que produzam ou possam produzir a perda da cidadania ou direitos civis ou restrição no exercício do
mesmo, bem como qualquer outro elemento útil para efeito de proteção dos interesses do compatriota”.
Uma lei orgânica que, no entanto, estabelecia uma ligação estreita entre os dados conhecidos pela rede
consular e os Municípios italianos surgiu apenas vinte e um anos depois. Precisamente a lei 470 de 1988
que instituiu o AIRE e que atribuiu aos Municípios e ao Ministério do Interior a manutenção dos registros
dos italianos residentes no exterior.

Essa premissa é necessária para reiterar que os arquivos consulares e o registro dos italianos residentes no
exterior, embora intimamente relacionados, são elementos distintos e não coincidentes. Com efeito, a
inscrição de uma pessoa no registo consular não implica automaticamente a inscrição no AIRE que, nos
termos da referida lei, é mantido em cada Município e no Ministério do Interior (art. 1.1 lei 470/88) quais
são os únicos proprietários.

2. Che cos’è il ConsO 1

Si deve porre massima cura e rapidità nello scambio di informazioni anagrafiche con i Comuni italiani,
puntando all’allineamento dei dati.

Come descritto al punto 1, è necessario stabilire un collegamento fra il consolato e il Comune italiano
affinché il primo fornisca al secondo le informazioni necessarie alla tenuta ed all’aggiornamento dell’AIRE. A
tal fine è stato predisposto un modello, per ora cartaceo, in un prossimo futuro telematico, denominato
ConsO 1. Esso contiene, oltre ai dati anagrafici della persona anche le informazioni di residenza, di stato
civile, di professione, di titolo di studio, di posizione nei confronti degli obblighi di leva ed anche i dati
relativi al comune/consolato di precedente residenza, alla data di trasferimento all’estero ed altro ancora. Il
ConsO 1 in caso di presentazione del connazionale di persona, va sottoscritto dall’interessato e vistato
dall’Autorità consolare. In caso di trasmissione d’ufficio va sottoscritto dall’Autorità consolare.
In realtà il modello non è unico ma, in considerazione del tipo di informazioni che contiene, riguarda
quattro diverse tipologie.

> ConsO 1 di Inserimento - Riguarda il primo stabilimento di residenza nella circoscrizione consolare di un
connazionale, sia esso emigrato dall’Italia, sia trasferitosi da altra circoscrizione consolare, sia in ogni altro
caso in cui il consolato venga a conoscenza della presenza di un connazionale residente nella circoscrizione
e per il quale non sia mai stato trasmesso un ConsO 1 in precedenza, (in tal caso valgono tutte le
considerazioni preliminari riportate nel precedente capitolo I).

> ConsO 1 di Cancellazione - Riguarda tutti i casi in cui il connazionale non risulti più residente nella
circoscrizione consolare. Tali casi sono descritti nell’art. 4.1 della Legge 470/1988 parzialmente modificato
dall’art. 1 della Legge 104 del 2002 (vedi successivo cap. IV, punto 2).

> ConsO 1 di Variazione - Riguarda i casi di aggiornamenti, in particolare dell’indirizzo, di cittadini che
continuano a risiedere nella circoscrizione.

> ConsO 1 di Trasferimento ad altra A.I.R.E - Riguarda i casi di trasferimento dall’AIRE di un Comune a
quella di altro Comune. A tale proposito si precisa che le disposizioni di legge in proposito (Art 2.1 lettera b.
della legge 470/1988) prescrivono tassativamente che ciò sia fatto solo a richiesta dell’interessato, e lo
consentono esclusivamente a coloro che richiedono il trasferimento ad altra AIRE avendo membri del
proprio nucleo familiare iscritti nell’AIRE o nell’Anagrafe della Popolazione Residente (A.P.R.) del Comune
per il quale viene fatta richiesta. Si veda nel dettaglio descritto nel cap. Ili, punto 10 come comportarsi in tali
casi.

3. Suggerimenti per l’invio della documentazione a del ConsO 1

In occasione dell’invio del ConsOl di prima iscrizione all’AIRE, è necessario verificare rinvio anche di altra
documentazione a supporto (atto di nascita, certificato di cittadinanza e, se del caso, stato di famiglia). In
base all’esperienza acquisita nella pratica consolare ed a quanto constatato in occasione di visite ispettive,
si elenca una serie di suggerimenti per migliorare la trattazione delle pratiche e facilitare il flusso
documentale dai consolati ai comuni e viceversa. In particolare vi sono diversi casi in cui può essere utile
inviare unitamente al ConsOl anche altri documenti:

a. come già illustrato nel cap. I, punto 2, per i nati all’estero l’invio del ConsOl deve essere preceduto dalla
verifica dell’awenuto invio dell’atto di nascita. Qualora l’interessato sia nato e residente no distrito, é
aconselhável, no ato do primeiro cadastro, enviar os dois documentos juntos;

b. para a constituição do expediente eleitoral é obrigatório que o município esteja de posse do certificado
de cidadania italiana que, como se sabe, só pode ser emitido pela autoridade italiana do local de residência
e assinado pelo funcionário consular delegado para tal (incluindo a Terceira Área Funcional: ver Circular
Ministerial n.º 13/2001). Portanto, sempre na primeira fase de inscrição, é aconselhável enviar também o
certificado de cidadania;

c. se o envio do ConsOl for separado do envio da certidão de nascimento, ou o interessado for nascido em
outro distrito ou não residir com ambos os pais, é aconselhável anexar também ao ConsOl um registro
familiar.

4. Deveres dos cidadãos relativamente aos dados pessoais

Os cidadãos que se desloquem para o estrangeiro ou que mudem de residência para o estrangeiro têm o
dever de notificar a repartição consular no prazo de noventa dias, declarando também a composição do
seu agregado familiar.
A arte. O artigo 6.1 da Lei 470/1988 prescreve que os cidadãos italianos que transfiram sua residência de
um município italiano para o exterior devem fazer uma declaração à repartição consular no prazo de
noventa dias a partir da transferência. Da mesma forma (artigo 6.3) devem declarar a mudança de
residência estrangeira nos mesmos prazos, comunicando os membros da família de cidadania italiana a que
se refere a declaração. Portanto, é dever específico do compatriota comunicar à autoridade consular seus
deslocamentos e os dos familiares italianos que viajam com ele.

Como se sabe, os compatriotas muitas vezes não cumprem esse requisito, porém o art. 6.5 permite à
autoridade consular valer-se da colaboração das autoridades locais para obter o registro dos nomes dos
residentes no distrito, naturalmente nos Estados onde isso for exigido.

permitida pela legislação local. É ainda dever do compatriota residente no estrangeiro, conforme já
indicado no capítulo I, ponto 3 deste documento, remeter à autoridade consular cópia dos documentos do
estado civil que lhe digam respeito.

5. Documentos emitidos no passado por Consulados: qual o valor do registro e como se comportar

A posse de um passaporte anteriormente emitido por um Consulado não é suficiente para cumprir as
obrigações de dados pessoais do compatriota e, portanto, é aconselhável em qualquer caso, ao emitir ou
renovar o documento, realizar as devidas verificações também no que diz respeito os dados pessoais
indicados no passaporte.

Na prática consular, os operadores frequentemente deduzem da posse de um documento italiano,


geralmente um passaporte, que o compatriota que o apresenta ao consulado cumpre as obrigações de
dados pessoais acima descritas. A este respeito, é útil chamar a atenção dos operadores para o facto de,
por vezes, o passaporte poder ter sido emitido sem que as devidas verificações de dados pessoais tenham
sido feitas na altura. Isto pode ter acontecido por várias razões, sendo a mais frequente a separação dos
vários serviços dentro dos Consulados sem haver sinergia entre estes serviços ou pior, não houve
comunicação. Aconselha-se assim o operador consular a não assumir que a posse de passaporte por um
compatriota constitua condição da sua situação regular no que diz respeito às obrigações de dados pessoais
a que foi obrigado e por isso, ao solicitar um novo documento, proceder a todas as verificações necessárias
com especial atenção ao estado civil e à veracidade dos dados pessoais.

6. Autocertificação (matérias sujeitas a autocertificação, obrigação de aceitá-la, verificações a efetuar, o


que fazer em caso de falsas declarações)

O cidadão pode declarar (autocertificar) estados e factos relativos à sua pessoa e, em alguns casos, aos seus
familiares. Estas declarações devem ser aceites pela Administração e a recusa por parte do trabalhador
pode ter consequências criminais.

Já em 1968 com a revolucionária Lei n. 15 foi introduzido no ordenamento jurídico italiano o conceito de
autocertificação que dizia respeito à possibilidade de o cidadão declarar uma série de estados e fatos
relativos à sua pessoa sem a necessidade de apresentar à administração pública as certificações que
atestam esses estados e fatos. Infelizmente, a grande inovação introduzida pela lei 15/1968 não foi
implementada pelas administrações e quase totalmente descumprida. Somente em 1997 com as leis 59 e
127 de simplificação da ação administrativa (os chamados "Bassanini") e mais recentemente com o Decreto
Presidencial 445 de 2000 que herdou a autocertificação ou mais precisamente as declarações em vez de
certificações (art. 46) e declarações substitutivas de juramento (art. 47) devem ser aceitas em repartições
públicas. Como prova dessa obrigação, o art. 74 do Decreto Presidencial 445, de fato, considera a não
aceitação de autocertificação ou declarações juramentadas feitas de acordo com o disposto no Decreto
Presidencial nº. 445/2000 com as consequências, inclusive criminais, que possam advir do empregado
faltoso.
O cidadão pode declarar em substituição da respectiva certidão, nos termos do art. 46:

a) data e local de nascimento;

b) residência;

c) cidadania;

d) gozo dos direitos civis e políticos;

e) estado solteiro, casado, viúvo ou solteiro;

f) situação familiar;

g) existência em vida;

h) nascimento de filho, falecimento de cônjuge, ascendente ou descendente;

i) inscrição em registos, em listas mantidas pelas administrações públicas;

l) Inscrição em ordens profissionais;

m) qualificação escolar, exames realizados;

n) qualificação profissional detida, especialização, qualificação, formação, qualificação

atualização e qualificação técnica;

o) renda ou situação econômica também para fins de concessão de benefícios de qualquer

tipo previsto em leis especiais;

p) cumprimento de obrigações contributivas específicas com indicação do montante pago;

q) posse e número do código fiscal, número de IVA e quaisquer dados presentes

no arquivo do registo fiscal;

r) estado de desemprego;

s) qualidade do pensionista e categoria da pensão;

t) qualidade do aluno;

u) como representante legal de pessoas físicas ou jurídicas, tutor, curador e assemelhados;

v) filiação em associações ou formações sociais de qualquer natureza;

z) todas as situações relacionadas com o cumprimento de obrigações militares, incluindo as

atestado na folha de matrícula do estado de serviço;

aa) não ter condenações criminais e não ser alvo de medidas que

dizem respeito à aplicação de medidas preventivas, decisões civis e medidas

administrativo inscrito no registo criminal nos termos da legislação em vigor;

bb) Não ter conhecimento de estar a ser alvo de procedimento criminal;

cc) qualidade de vida dependente;

dd) todos os dados de conhecimento direto do interessado constantes dos registros de estado civil;
ee) que não se encontra em estado de liquidação ou falência e que não apresentou pedido de

concordou.

Pode ainda declarar estados, qualidades pessoais ou factos de conhecimento directo do interessado
mediante declaração prestada e assinada pelo mesmo nos termos do art. 47 e que não se enquadrem no
indicado no art. 46.

Claro que cabe à administração proceder às devidas verificações, ainda que por amostragem, sobre o que
foi declarado e caso essas verificações apurem que o que foi declarado é falso, a administração terá de
proceder com fundamento no disposto no art. 76 do mesmo Decreto Presidencial que é citado
textualmente:

Artigo 76

regras penais

1. Quem prestar falsas declarações, redigir actos falsos ou deles utilizar nos casos previstos na presente lei
consolidada é punido nos termos do código penal e leis especiais sobre a matéria.

2. A apresentação de escritura com dados que já não correspondam à verdade equivale à utilização de
escritura falsa.

3. As autodeclarações prestadas nos termos dos artigos 46.º e 47.º e as declarações prestadas em nome
das pessoas indicadas no artigo 4.º, n.º 2, consideram-se feitas a um funcionário público.

4. Se as infracções indicadas nos n.ºs 1, 2 e 3 forem cometidas com vista à obtenção de nomeação para
cargo público ou autorização para o exercício de profissão ou arte, o juiz, nos casos mais graves, pode
aplicar o impedimento temporário para os cargos públicos ou para o exercício da profissão e arte.

7. A autorização de residência (ou documento equivalente) e o visto detido

A autorização de residência e, nos países onde este documento não existe, o visto de longa duração não
são obrigatórios para o registo do cidadão no AIRE. A condição de residência, e portanto de inscrição no
AIRE, dá-se pela efectiva residência permanente no estrangeiro do cidadão que aí resida e tenha os seus
interesses e actividades.

Muitas vezes, uma prática incorreta em uso nos consulados atribui a obrigação de registro no AIRE apenas
aos compatriotas que possuem a autorização de residência emitida pelas autoridades locais. A este
propósito, importa esclarecer que a autorização de residência é certamente um documento que atesta que
o compatriota reside no estrangeiro mas não condiciona a sua qualidade de cidadão podendo estar ou não
inscrito no AIRE. Com efeito, a lei 470/1988 não refere em nenhum artigo a circunstância de a inscrição no
AIRE de um cidadão depender de documento emitido por autoridade estrangeira que comprove a
residência desse cidadão nesse Estado. A este respeito, deve ser lembrado que em alguns países não existe
autorização de residência, mas apenas um visto de longa duração. Assim, para efeitos de apuração da
residência no estrangeiro de um compatriota, o operador consular poderá assim, para além da presença do
título de residência, também remeter para toda a documentação (facturas relativas a contas de telefone,
electricidade, etc.) que a pessoa realmente vive e vive continuamente naquele país e não pode deixar de se
inscrever no AIRE apenas porque o requerente não possui autorização de residência.
8. Vantagens de se cadastrar no AIRE

A inscrição no AIRE para o cidadão residente no estrangeiro que reúna os requisitos é obrigatória. Disso,
porém, derivam algumas vantagens e concessões reconhecidas por diversos órgãos e órgãos.

A inscrição no AIRE de cidadão que resida ou pretenda residir no exterior por período superior a doze
meses e que não pertença às categorias indicadas no art. 1 parágrafo 9 da Lei 470/1988 é obrigatório.
Portanto, mesmo diante de possíveis desvantagens relacionadas a esse registro que, atualmente, são
difíceis de identificar, não é faculdade de quem pode ser registrado cumprir ou não. Por outro lado, existem
algumas vantagens e concessões reconhecidas por vários órgãos e organismos; portanto, o compatriota
que solicitar informações deve ser orientado pelo operador consular a se dirigir diretamente a esses
órgãos, pois qualquer eventual concessão pode sofrer alterações ao longo do tempo e a repartição consular
não é obrigada a ser informada. Apenas a título de exemplo, alguns subsídios atuais sobre o assunto são
mostrados abaixo (setembro de 2009).

Possibilidade de votar nas eleições gerais e referendos por correspondência no país de residência e, para a
eleição dos representantes italianos no Parlamento Europeu, nas mesas de voto instaladas pela rede
consular diplomática nos países pertencentes à UE.

> Redução do custo dos bilhetes de comboio, barco e tarifas das autoestradas para ir votar em Itália nas
eleições autárquicas. > Redução dos valores devidos pela taxa de eliminação de resíduos (depende do
município onde se situa a casa em Itália).

> Para os inscritos no AIRE, a ENEL aplica a mesma tarifa dos residentes na Itália, que é inferior à de um não
residente para o consumo de eletricidade da casa própria no país.

> Possibilidade de renovação da carta de condução no consulado (apenas em países fora da UE).

9. Quando escrever informações ao MAE e quando às Prefeituras

A correspondência entre Consulados e Municípios sobre o AIRE ocorre diretamente. Assim, não é
necessário (aliás, não é recomendado) enviar cópia das comunicações ordinárias ao MAE ou ao Ministério
do Interior ou às Prefeituras, ou seja, as Administrações centrais ou superordenadas a que pertencem os
gabinetes periféricos que comunicam diretamente .

No que respeita à gestão do AIRE, as repartições consulares devem normalmente abster-se de contactar
diretamente as Prefeituras ou o Ministério do Interior, devendo antes recorrer ao MAE para a resolução de
eventuais problemas que não tenham sido possível esclarecer diretamente com os Municípios. Isto é
necessário não só para respeitar as hierarquias, mas sobretudo porque é a única forma que permite às
administrações centrais acompanhar a situação real "no terreno" e abordar e resolver quaisquer problemas
semelhantes que possam ser reportados por mais do que um gabinete de a rede diplomático-consular.
Exemplo dessa colaboração é a Circular do Ministério do Interior n. 2/2004 (publicado na legislação
consular): surgiu a partir de relatórios ao Ministério das Relações Exteriores sobre o mesmo problema por
duas repartições consulares diferentes. A questão foi abordada e resolvida pelas duas gestões que deram
instruções operacionais aos seus gabinetes para os casos concretos denunciados; a fim de evitar que
problemas semelhantes de interpretação se repitam posteriormente, o Ministério do Interior decidiu emitir
aquela Circular cujo texto é substancialmente o da carta que o Ministério das Relações Exteriores escreveu
àquele ministério para propor a solução para o problema inicial relatado por as duas repartições
consulares.

10. Ferramentas que o Ministério das Relações Exteriores está preparando para facilitar o trabalho nos
arquivos consulares e AIRE
O arquivo exigido pelo art. 67 do Decreto Presidencial 200/1967 foi informatizado por algum tempo, mas o
atual programa em uso está sendo substituído por um novo aplicativo chamado SIFC que permite integrar
múltiplas funções consulares também para a transmissão telemática do ConsOL. Como é do conhecimento
de todo operador consular, bem como em cumprimento do art. 17 da lei 470, o arquivo exigido pelo art. 67
do Decreto Presidencial 200/67 já está informatizado há algum tempo e o programa "Registro Consular -
versão 3.1" está em funcionamento em todas as repartições consulares. Este programa, que durante
muitos anos constituiu admiravelmente a espinha dorsal da actividade consular, está agora a ser
substituído por uma nova aplicação denominada SIFC (Sistema Integrado de Funções Consulares) devido à
evolução das necessidades da rede e às novas disposições eleitorais. o registo consular com os de emissão
de passaportes e contabilidade activa, bem como a função de registo automático. Este programa, que é
mais correcto designar por plataforma dada a complexidade e multiplicidade de funções desempenhadas,
com coordenação entre as Administrações do Exterior e do Interior, servirá também para a troca
electrónica de informações relativas aos italianos residentes no estrangeiro entre consulados e municípios
através de o Ministério do Interior. Na prática, iniciar-se-á o tão esperado e fundamental ConsO 1
telemático e finalmente será engavetado o modelo em papel, que tantos problemas criou quanto à certeza
de que a informação transmitida chega realmente aos destinatários comuns, eliminando definitivamente o
tempo entre o envio da informação e o tratamento da prática que decorrerá em tempo real por se tratar de
uma transmissão eletrónica.

CAPÍTULO III

REGISTRO AIRE

O conceito de residência

A residência é definida como residência habitual, e é o local com o qual se tem os maiores vínculos
cotidianos.

A residência é definida no Código Civil (art. 43) como o lugar em que uma pessoa tem sua residência
habitual, ou seja, aquela em que vive habitualmente e em condições estáveis. Existem casos de pessoas
que se deslocam muito por motivos pessoais ou de trabalho, ou que passam períodos mais ou menos
longos em locais diferentes do local de residência; estas circunstâncias não afectam a determinação do
local de residência, que está ligada à escolha prevalecente em termos de "ligação com o local", tanto do
ponto de vista objectivo como do ponto de vista subjetivo.

2. A função do cartório

A Conservatória do Registo é um simples registo dos cidadãos residentes num determinado local ou zona.

Os cadastros de população têm apenas uma função: a de listar as pessoas com base em sua residência. Esta
observação objectiva não se confunde com as consequências que dela podem derivar (por exemplo ao nível
do direito a determinadas prestações ou não): a manutenção da Conservatória do Registo é uma obrigação
legal da Administração Pública que corresponde a uma obrigação do cidadão prestar declarações verídicas
e tempestivas e está ligada apenas ao registo objetivo da residência dos cidadãos num determinado local.

3. Princípios gerais da Lei 27.10.1988, n, 470

Todos os cidadãos italianos residentes no exterior por mais de doze meses devem solicitar o registro no
AIRE nos primeiros 90 dias. Cada repartição consular deve facilitar ao máximo o processo de registro do
cidadão, sem exigir documentos desnecessários.
A lei n. 470 de 27.10.1988 foi editado com um duplo objetivo: o de estabelecer as regras para a
manutenção do AIRE e o de definir as disposições para a realização do censo (denominado "levantamento"
na lei) dos cidadãos italianos residentes no exterior.

A lei não declara positivamente quem deve ser considerado “residente no estrangeiro”, precisamente
porque o conceito de residência já está expresso no código civil (ver ponto 1 deste capítulo); por outro
lado, é fixado um prazo de doze meses, abaixo do qual a residência no estrangeiro não é considerada
permanente, pelo que não deve ser dado o registo no AIRE (para casos de não registo, ver ponto 16 deste
capítulo).

Neste sentido, o Regulamento de Execução da Lei n. 470/1988 (Decreto Presidencial de 6 de setembro de


1989, n. 323) refere-se ao art. 8 o conceito geral de residência, uma vez que especifica que “imigrar
significa estabelecer residência habitual no exterior”.

O registo no AIRE é obrigatório; além disso, não estão previstas sanções para quem não cumprir as
disposições da lei. O tema da possibilidade de aplicação de sanção aos inadimplentes já foi abordado no
passado, mas após um exame aprofundado da questão, realizado em conjunto com o Ministério do
Interior, foi necessário concluir - por razões complexas cuja ilustração vai além do escopo deste documento
- que no momento não é possível estabelecer uma sanção efetiva.

4. Timing: Tem que ser 12 meses já?

Não é necessário que tenham transcorrido doze meses para o registro no AIRE.

A Lei 470/1988 utiliza o prazo de doze meses apenas para discriminar entre os que estão sujeitos à
obrigação de registo no AIRE (os que residem ou pretendem residir no estrangeiro durante pelo menos 12
meses) e os que não estão (os que residem no estrangeiro no exterior ou planeja residir lá por um período
mais curto). Consequentemente, não é necessário que tenham decorrido doze meses para requerer o
registo; pelo contrário, as declarações relativas ao AIRE devem ser feitas no prazo de 90 dias a contar da
mudança de residência e após este prazo o procedimento pode ser prosseguido de ofício (ver ponto 11
deste capítulo).

5. Quem pode se inscrever e para quem

À semelhança do que acontece com os registos em Itália, as declarações relativas ao AIRE devem ser
apresentadas por cidadãos italianos maiores de idade para si e para as pessoas sobre quem exerçam
autoridade ou tutela (art. 3º, n.º 1 da lei 470/1988). . A arte. 6, parágrafo 4 também especifica que "As
declarações devem especificar os membros da família de cidadania italiana a que se refere a declaração";
enquanto para aqueles sobre quem tem poder ou tutela existe a obrigação de apresentação de
declarações, a lei reconhece o direito de as apresentar também a outros familiares maiores de idade (art.
6º do regulamento de registo da população residente, Decreto Presidencial de 30 de Maio de 1989 , nº 223
- o que também se aplica ao AIRE, salvo disposição em contrário da legislação específica sobre o assunto).
Consequentemente, um compatriota pode fazer declarações para efeitos de AIRE para toda a família, sejam
eles menores (para os quais existe a obrigação de o fazer) ou adultos (para os quais existe a possibilidade,
mas não a obrigação).

6. Quando tiver de pedir para se registar no AIRE

O registro ou alterações são obrigatórios em casos específicos determinados por lei.

A arte. 2º da lei 470/1988 elenca os casos em que o cidadão italiano deve solicitar o registro no AIRE, ou
quando é necessário proceder ao registro oficial no AIRE:

a) para transferência de residência de um município italiano no exterior;


b) por transferência de AIRE para outro Município: para detalhes deste caso ver ponto 10 deste capítulo;

c) após o registo da certidão de nascimento. Este dispositivo é geralmente descumprido pelos Municípios
em sua literalidade, e com razão: de fato, o mero envio da certidão de nascimento por repartição consular
não é comprovação de residência do interessado; portanto, se for pessoa nascida e residente no distrito
consular, é necessário enviar a certidão de nascimento e o formulário juntos. ConsO 1, juntamente com o
certificado de cidadania italiana (conforme ilustrado no capítulo II, ponto 3). Por outro lado, esta disposição
tem um valor considerável no que diz respeito à identificação do Município de inscrição no AIRE (ver ponto
9 deste capítulo);

d) para aquisição da cidadania italiana por pessoa residente no exterior. A aquisição da cidadania italiana
por um cidadão estrangeiro deve seguir todas as formalidades que normalmente são feitas para os
cidadãos iure sanguinis: portanto, será necessário enviar a certidão de nascimento para transcrição e o
mod. ConsOl para confirmação de residência no estrangeiro e consequente registo no AIRE;

e) por existência de cidadão estrangeiro declarado judicialmente.

7. A data efetiva do registro no AIRE

O registo no AIRE inicia-se a partir do dia da receção do modelo de informação (ConsOl) pela Câmara
Municipal. Em qualquer caso, não pode ser retroativo.

A data efetiva do registro no AIRE é regida pelo art. 7 do regulamento de execução (Decreto Presidencial de
6 de setembro de 1989, n. 323). A inscrição no AIRE começa a partir do dia em que o cartório do Município
recebe o formulário. ConsOl, e não pode ser retroativa mesmo que o compatriota apresente documentos
que comprovem com certeza que sua residência no exterior remonta a tempos remotos.

Se o compatriota, antes da expatriação, tiver feito a declaração de transferência para o exterior ao


município italiano, o consequente registro no AIRE - que em qualquer caso só é concluído após o
recebimento do ConsOl - é feito a partir do dia da declaração feita em comum. De realçar ainda que a
declaração de expatriação é facultativa, sendo obrigação do cidadão expatriado fazer a declaração junto da
repartição consular de residência no estrangeiro.

8. Inscrição do menor italiano/duplo cidadão que coabita apenas com o genitor estrangeiro É possível
inscrever um menor que não coabite com o genitor italiano. No caso de menores que coabitem apenas com
o progenitor estrangeiro, o pedido de registo no AIRE pode ser apresentado tanto pelo progenitor italiano
não coabitante (em aplicação do princípio da responsabilidade examinado no ponto 5 deste capítulo) como
pelo coabitante estrangeiro progenitor, preferencialmente este delegado pelo outro.

Embora, é claro, isso não seja expressamente exigido pela legislação sobre dados pessoais, ainda é
necessário obter todos os dados pessoais e residência do pai italiano do menor.

Observe que a legislação sobre autocertificação de acordo com o Decreto Presidencial 28 de dezembro de
2000, n. 445 (cf. cap. II, ponto 6) aplica-se também a todos os cidadãos dos países membros da União
Europeia (art. 3.º, n.º 1).

9. Registro do contestado italiano menor/duplo cidadão

A inscrição no AIRE de um menor contestado é possível mesmo que a residência no estrangeiro seja objeto
de litígio e mesmo que seja apresentado por um progenitor exclusivamente estrangeiro No caso de
menores italianos ou de duplos cidadãos que vivam em união de progenitor solteiro e cuja residência no
estrangeiro seja objecto de litígio entre os que exercem o poder paternal, recorde-se, antes de mais, que a
inscrição no cartório tem por objecto apenas determinar onde vivem os cidadãos italianos e não certificar
se tal residência é legítima e respeitosa de quaisquer disposições da autoridade judiciária italiana (relativas,
por exemplo, à custódia, custódia, proibição de expatriação, repatriação, etc.). Portanto, o registro no AIRE
é possível - e geralmente necessário - mesmo que a residência no exterior seja objeto de controvérsia e o
pedido de registro seja apresentado por apenas um dos pais, ainda que exclusivamente estrangeiro.

No entanto, dada a sensibilidade do assunto, é aconselhável consultar o Gabinete IV da DGIT para acordar
uma linha de ação no caso concreto.

Observe que a legislação sobre autocertificação de acordo com o Decreto Presidencial 28 de dezembro de
2000, n. 445 (cf. cap. II, ponto 6) aplica-se também a todos os cidadãos dos países membros da União
Europeia (art. 3.º, n.º 1).

10. Identificação do Município de inscrição no AIRE

É necessário identificar criteriosamente o Município ao qual deve ser encaminhado o pedido de registro no
AIRE do interessado.

A identificação do registo do Município de AIRE é consequência direta do que se tem verificado


relativamente aos casos de registo (art. 2º da lei n.º 470/1988 e nº 6 deste capítulo): antes de mais, é
necessário verificar se reescrevendo era residente anterior na Itália: em caso afirmativo, o registro do
Município de AIRE é o da última residência na Itália.

Se, por outro lado, for uma pessoa nascida no exterior que nunca residiu na Itália, o registro do Município
de AIRE será o da transcrição da certidão de nascimento, identificada de acordo com os critérios referidos
no cap. I, ponto 2 deste documento.

11. Mudança de Município de registro AIRE

A alteração do Município de inscrição só é possível a pedido do interessado que tenha membros do seu
núcleo familiar inscritos no AIRE ou no cartório da população residente no Município de destino. Nenhum
outro motivo é permitido.

A arte. 2º, nº 1, alínea b) da lei nº. 470/1988 indica o único caso em que é possível - estando já inscrito no
AIRE de um Município - solicitar a transferência para o AIRE de outro Município: esta alteração só pode ser
feita a pedido do interessado e apenas mediante condição de ter membros do seu agregado familiar
inscritos no AIRE ou no cartório da população residente no município de destino.

Os pedidos de alteração que são feitos com base em outros motivos (normalmente, após a compra de um
imóvel na Itália em um município diferente daquele do registro) carecem, portanto, de um pré-requisito
legal: isso deve ser explicado ao compatriota, mas não será, no entanto, be É possível recusar o
requerimento caso o interessado ainda assim o pretenda apresentá-lo (com base no princípio de que as
conservatórias são da titularidade das Autarquias, cabendo apenas às Autarquias verificar se é verdade ou
não que não existem familiares cadastrados): neste caso, porém, será conveniente acompanhar o mod.
ConsO 1 com nota em que se constata que, limitada às constatações da repartição consular, não se cumpre
o requisito legal.

Nos casos em que o pedido se baseie, pelo contrário, nos pressupostos previstos na legislação, deverá ser
dirigido ao Município do novo registo AIRE e para informação ao anterior Município do registo, que
passarão a prestar directamente entre si o preenchimento do a correspondência e o aperfeiçoamento do
cadastramento; recomenda-se manter nos autos o pedido de mudança de Município de registro assinado
pelo compatriota.

12. Registro oficial: princípio de funcionamento e horários

A inscrição oficial é um meio alternativo para garantir a regularidade da gestão do registo de que o
compatriota seja informado em qualquer caso por notificação no final do procedimento.
A par do registo a pedido do compatriota, a lei prevê uma segunda forma de atualização dos dados
pessoais, que consiste no envio oficial do mod. Consolar quando a repartição consular estiver, em qualquer
caso, de posse das informações necessárias.

Este método, previsto no art. 6 parágrafo 6 da lei n. 470/1988, foi criada para agilizar o trâmite sem obrigar
o compatriota - diante de uma obrigação legal como o registro em cartório - a necessariamente fazer um
pedido específico que de fato não é necessário se, como costuma acontecer no cotidiano prática, na
realidade os elementos necessários já são todos conhecidos. Não se deve, pois, pensar que o registo oficial
seja uma forma de regularizar a conservatória sem o conhecimento dos interessados (até porque a
disposição municipal para o registo no AIRE deve em todo o caso ser notificada ao interessado), porque
pelo contrário é sobretudo um método que serve para agilizar o trabalho consular e evitar duplicações quer
na apresentação dos formulários quer na recepção do público ou no tratamento da correspondência.

Refira-se que o referido dispositivo indica um prazo até ao qual não é possível proceder de ofício, devendo
aguardar-se o decurso dos prazos de apresentação das declarações pelos interessados (i.e. noventa dias).
No entanto, este prazo deve ser contado a partir do primeiro estabelecimento no distrito: se portanto,
como acontece na prática, o compatriota já residia no distrito há algum tempo mas não se tinha
manifestado anteriormente no posto consular, pode-se certamente proceder - na falta de requerimento do
interessado - mediante inscrição em cartório se estiverem reunidas as condições; se, por outro lado, ainda
não tiverem decorrido noventa dias, é necessário aguardar o término desse prazo.

13. Informação ao cidadão: registo obrigatório nos termos da lei

Existem alguns casos em que a repartição consular é obrigada a solicitar o registro no AIRE mesmo na
ausência de requerimento dos interessados.

A arte. 6º, parágrafo 6º da lei n. 470/1988 declara o princípio geral do registro oficial; o n.º 9 do mesmo
artigo, subsequente, estabelece ainda a obrigação de a repartição consular proceder ao registo oficial se, ao
solicitar certidões, escrituras ou documentos, verificar que a situação do registo não se encontra
regularizada e o cidadão residente no estrangeiro não fazer simultaneamente a declaração para efeitos de
registo no AIRE.

A lei determina que o pedido de documentos deve ser acompanhado da declaração, utilizando o verbo
dever no modo indicativo, o que não deixa margem a interpretações e acrescenta que, na falta desta, as
repartições consulares irão corresponder ao pedido fornecendo em simultaneamente o registo oficial de
acordo com o n.º 6. Importa, pois, sublinhar que nestes casos existe uma obrigação legal das repartições
consulares, que obviamente não podem desconsidere-o; os cidadãos devem ser notificados desta
circunstância, sempre com base no princípio de que o registo oficial não é uma forma de realizar
procedimentos sem o conhecimento do compatriota, mas sim um procedimento para agilizar a realização
de procedimentos administrativos. Em caso de contestação por parte do requerente, ver ponto 14 deste
capítulo.

14. O que fazer em caso de recusa expressa de inscrição no AlRE

A eventual recusa do interessado em solicitar o registo junto do AIRE não prejudica as obrigações relativas
à gestão de dados pessoais que recaiam sobre o posto consular.

Pode acontecer de um cidadão, mesmo residindo no exterior, não querer se registrar no AIRE. Não é função
deste manual comentar esta circunstância, mas sim ilustrar o quadro regulamentar para o ponto específico
e as atribuições do posto consular na matéria.

A arte. 8 do Decreto Presidencial 6 de setembro de 1989, n. 323 (Regulamento de Execução da Lei n.


470/1988) prescreve que a repartição consular, em caso de dúvida ou de resultados divergentes, verifique
a veracidade das declarações prestadas, valendo-se também da colaboração das autoridades locais, e
proceda às devidas cumprimentos. Assim, mesmo em caso de recusa expressa do interessado em relação
ao registo no AlRE, se a repartição consular estiver na posse de documentação comprovativa da residência
no estrangeiro (sobre a natureza da documentação ver cap. II, ponto 6) quer porque foi adquirido
directamente, quer porque foi solicitado e obtido junto das autarquias locais, deve certamente proceder ao
pedido da Autarquia para proceder ao registo do interessado no AIRE se estiverem reunidas as condições,
mesmo na ausência de pedidos de documentos, documentos e certidões . A este propósito, sublinha-se que
a Repartição Consular pode certamente solicitar ao município italiano onde o compatriota afirma residir
que confirme esta circunstância, procedendo a uma verificação in loco através da Polícia Municipal e
comunicando o resultado.

N.B. Existem muitos formulários em uso nos Consulados que são elaborados de acordo com um padrão
constante, nomeadamente "O abaixo assinado <informações gerais>, residente em <endereço no
estrangeiro> solicita (passaporte, subsídio, transcrição de acto civil, etc)" . Atendendo à obrigatoriedade
legal dos dados pessoais, sugere-se a constituição dos formulários em vigor com o aditamento de uma
redação final em que o interessado, que acaba de se declarar residente no estrangeiro e como tal sujeito a
inscrição no AIRE, solicite ao mesmo tempo a atualização de sua posição AIRE. Desta forma, será possível
adquirir um pedido do interessado e eliminará a maioria dos registros ou atualizações feitas ex officio e
qualquer fonte de possíveis contestações posteriores.

Naturalmente, se o requerente não residir no distrito consular ou não estiver sujeito à obrigação de
inscrição no AIRE, este pedido seria simplesmente riscado, eventualmente com uma anotação ao lado do
escritório.

15. Recurso do registo no AIRE: quais os documentos a conservar no processo

Contra qualquer disposição administrativa, o cidadão pode recorrer do registo oficial no AIRE.

O registro no AIRE consiste em uma disposição administrativa adotada pelo Município por ser responsável
pela manutenção dos cartórios. Como sempre, cabe recurso contra esta disposição, por exemplo, se se
considerar que faltam os pressupostos legais para proceder a tal registo.

Por se tratar de um dispositivo adotado por um município, em geral as repartições consulares não estão
diretamente envolvidas no assunto, exceto pelo fato de serem responsáveis pela transmissão do modelo do
ConsO 1 aos municípios, mas são justamente as repartições consulares que o Ministério do Interior para
obter uma cópia da documentação probatória com base na qual foi solicitado o registo no AIRE, a fim de
demonstrar a legitimidade do registo em tribunal.

Por este motivo, as repartições consulares devem não só favorecer a inscrição a pedido do interessado
(mantendo este pedido em documento) como, em todo o caso, prestar a máxima atenção antes de
proceder à inscrição ex officio (ver, a este propósito, também o a seguir ao ponto 15), mas acima de tudo
devem requerer o registo oficial apenas na presença de documentação que comprove a residência habitual
no estrangeiro (ou seja, a residência) do cidadão. Sobre a tipologia desta documentação, ver o cap. II, ponto
6 e cap. III, ponto 13.

16. Casos de exclusão do registro no AIRE

Só não têm de se inscrever no AIRE os funcionários permanentes do Estado, em serviço no estrangeiro e


notificados às autoridades locais nos termos das Convenções de Viena de 1961 e 1963, e os militares em
missão nas estruturas da OTAN.

Conforme indicado no ponto 3 deste capítulo, a lei n. 470/1988 prevê a obrigatoriedade de inscrição no
AIRE para todos os residentes no estrangeiro, entendendo-se, por residência, a residência habitual e por
duração superior a doze meses. No entanto, existem algumas categorias de pessoas que estão excluídas da
inscrição no AIRE, tanto porque a residência no estrangeiro é inferior a doze meses (art. 1º, nº 8 e art. 1º,
nº 9, alínea a), como porque se encontram em situação de condição particular sobre a qual é necessário
aprofundar brevemente a discussão.

A arte. 1º, parágrafo 9º, letra b, da lei nº. 470/1988 exclui do registo no AIRE as pessoas (e seus familiares
em união de facto) que reúnam os seguintes requisitos:

1. ser funcionários públicos;

2. ser empregados permanentes;

3. estar em serviço no exterior;

ser notificado às autoridades locais de acordo com as Convenções de Viena de 1961 e 1963,
respectivamente sobre relações diplomáticas e consulares (ou de acordo com a Convenção de Londres de
1951 sobre o status das tropas da OTAN, conforme esclarecido pelo Ministério do Interior com a Circular
MIACEL No. 20 de 17 de dezembro de 2001 - que pode ser consultado na legislação consular).

Todos esses requisitos devem ser atendidos, sendo que a falta de um deles acarreta a obrigatoriedade do
registro no AIRE no caso de residência no exterior por período superior a doze meses.

Alguns exemplos práticos:

para. funcionário da ONU ou da União Europeia: deve estar inscrito no AIRE porque não é funcionário do
Estado (falta o requisito 1);

b. Leitor do MAE: deve inscrever-se no AIRE porque é funcionário do Estado, mas com contrato a termo e,
portanto, não permanente (falta o requisito 2);

c. pessoal de cooperação: deve estar inscrito no AIRE se não for funcionário permanente do Estado (falta o
requisito 2);

d. Administradores da UTL: ainda que sejam geralmente notificados nos termos das Convenções de Viena,
em regra não são funcionários efetivos do Estado, pelo que devem inscrever-se no AIRE (falta o requisito 2);

E. pessoal docente: devem inscrever-se no AIRE porque, apesar de serem funcionários permanentes e
estatais, não são notificados às autoridades locais nos termos das Convenções de Viena sobre relações
diplomáticas e consulares, mas com base em outros acordos (falta o requisito 4);

f. Pessoal contratado do MAE; deve inscrever-se no AIRE porque é funcionário permanente do Estado, mas
não titular (falta o requisito 2);

g. pessoal permanente do MAE: não precisam se registrar no AIRE porque atendem a todos os requisitos
acima;

h. civil em serviço numa base da NATO: tem de se registar no AIRE porque a Convenção de Londres de 19
de Junho de 1951 diz respeito apenas a militares;

a. militares servindo em base da OTAN: não precisam se registrar no AIRE, conforme esclarece a referida
Circular MIACEL.

j. Pessoal ao serviço das autarquias locais (Regiões, Províncias e Municípios) ao serviço no estrangeiro: tem
de estar inscrito no AIRE porque não é funcionário do Estado (falta o requisito 1).

17. Que competências têm os cargos consulares honorários em matéria de AIRE?


Apenas as repartições consulares de primeira categoria são responsáveis pelo AIRE.

A arte. 16, parágrafo 1º da lei n. 470/1988 indica que as repartições consulares referidas no texto são
exclusivamente aquelas da primeira categoria, ou seja, aquelas em que o MAE realiza atendimento pessoal
permanente. Consequentemente, os escritórios consulares honorários não podem se corresponder
diretamente com os Municípios italianos no que diz respeito à gestão do AIRE, mas devem
necessariamente passar pelo escritório consular de primeira categoria da qual dependem (também porque
este é o único caminho para o Consulado, para ter o garantia de atualização de seu arquivo consular).

CAPÍTULO IV

CANCELAMENTO DO AIRE

1. Ao cancelar a assinatura do AIRE

O cancelamento do AIRE é regido por lei, para casos precisos e específicos.

A arte. 4 da lei 470/1988 enumera os casos em que se procede ao cancelamento do AIRE:

a) Para inscrição em cartório da população residente na sequência de transferência do estrangeiro.


Quando um cidadão inscrito no AIRE de um município italiano volta a residir na Itália no município
de inscrição no AIRE, seu nome é cancelado do AlRE desse município e transferido para o APR
(Registro de População Residente);

b) para imigração do exterior para outro Município da República. É uma situação semelhante mas não igual
à anterior: nesta hipótese, o cidadão inscrito no AIRE de um Município repatria mas fixa a sua residência
num Município diferente do de inscrição no AIRE: o Município de nova residência inscreve-o em a sua APR
e deve notificar o registo do AIRE ao Município para que este o possa cancelar deste registo;

c) pela morte. Após a transcrição de uma certidão de óbito, o cidadão é cancelado do cartório em que
estava inscrito. Sobre o que fazer em caso de falecimento de membro do AIRE sem que a repartição
consular tenha ou possa obter o respetivo certificado, ver ponto 5 deste capítulo;

e) por perda da cidadania. Como o AIRE é o registro dos italianos residentes no exterior, aqueles que
perdem a cidadania não têm mais o direito de serem inscritos nesse registro, devendo, portanto, ser
cancelados;

f) para transferência para o AIRE de outro município. A questão da transferência do AIRE de um Município
para o de outro é tratada no cap. III, ponto 10; no caso de se proceder a esta transferência, o Município de
inscrição anterior no AIRE deverá proceder ao cancelamento do nome do seu registo, razão pela qual esta
circunstância está prevista na lei como uma das possíveis causas de cancelamento.

Como se vê, a letra d) desta lista foi deliberadamente omitida, porque a lei foi alterada pela Lei
27.05.2002, n. 104; o assunto é tratado no próximo ponto deste capítulo.
2. Inovações introduzidas pela lei 27.05.2002, n. 104 ao art. 4, letra d)
Na ausência de morada válida, é possível solicitar o cancelamento ao AIRE por indisponibilidade
presumida.
Na formulação da lei 470/1988 a letra d) do art. 4º previa que um nome poderia ser cancelado do
AIRE por indisponibilidade presumida, cem anos após o nascimento ou após dois censos sucessivos
(que, como se sabe, duram dez anos). O caso de indisponibilidade que mais se apresentou aos
postos consulares sobretudo fora da Europa, ou seja, a pessoa que mudou de morada sem
comunicar a nova, e de quem não houve notícias mesmo durante vários anos.
A lei 27.05.2002, n. 104 finalmente sanou essa lacuna, substituindo a antiga formulação do art. 4
letra d) com os seguintes casos de indisponibilidade presumida:
1. após cem anos de nascimento (para as instruções de funcionamento relativas aos centenários
vivos, ver ponto 4 deste capítulo);
2. após dois censos consecutivos concluídos com resultados negativos, ou seja, sem que o AIRE
tenha sido reescrito, verificou-se duas vezes a sua presença nos arquivos consulares ao fim de dez
anos;
3. quando o endereço no exterior não existir, tanto no Município de origem quanto no AIRE;

4. para devolução ao remetente do postal de aviso (enviado pelo Município por ocasião das eleições
administrativas ou referendárias locais) por não entrega, desde que tenha decorrido pelo menos um ano
entre as expedições.

Não é por acaso que essa regra foi alterada alguns meses após a aprovação da lei sobre o voto dos italianos
no exterior para as eleições gerais e referendos, que, como se sabe, acontecem por correio. De facto, tendo
de ter moradas actualizadas e completas para envio de sobrescritos, decidiu-se excluir do AIRE (e portanto
também da lista de votantes: ver cap. V, ponto 1) aqueles para quem não existisse morada utilizável, em a
fim de evitar a circulação de material eleitoral sem ter certeza razoável de que realmente chegou às mãos
do destinatário.

3. Como devem funcionar os postos consulares (ref. Circular Ministério do Interior n. 2/2004)

A indisponibilidade de um endereço válido deve ser cuidadosamente verificada antes de aplicar

cancelamento por indisponibilidade presumida. Conforme ilustrado no cap. II, ponto 9, Circular n. 2 do
Ministério do Interior resulta de uma estreita colaboração entre aquela Administração e o Ministério dos
Negócios Estrangeiros. Esta Circular dita instruções aos Municípios, que devem aceitar os pedidos de
cancelamento do AIRE quando a Repartição Consular, sob sua responsabilidade, declarar duas coisas:

1. que o endereço anteriormente conhecido não é mais válido;

2. 2. que não é possível encontrar um novo endereço do compatriota que, portanto, deve ser considerado
indetectável, obviamente sem prejuízo de quaisquer comunicações diferentes de outros Consulados ou
Municípios italianos (caso o interessado tenha se mudado para outro lugar no exterior ou foi repatriado
sem comunicar ao Consulado que solicita o seu cancelamento por indisponibilidade).

As repartições consulares devem, portanto, realizar todas as verificações necessárias, incluindo, sempre
que possível, em colaboração com as autoridades locais, antes de declarar um compatriota
presumivelmente indetectável; ao mesmo tempo, em caso de resultado negativo das buscas, o pedido de
cancelamento deverá ser encaminhado prontamente, pois o expediente consular, na forma do art. 67 do
Decreto Presidencial 01/05/1967, n. 200 deve ser "o mais atualizado possível, levando em consideração as
circunstâncias locais": portanto, é proibido manter no arquivo consular nomes de pessoas cujo endereço
válido não seja conhecido (ou qualquer outro elemento fundamental para fins de identificação do
compatriota e seus /seu registro nos registros consulares).

4. Centenários: confirmação anual da inscrição no AIRE

É obrigatório confirmar anualmente a inscrição no AIRE dos centenários, caso contrário serão canceladas
por indisponibilidade presumida.

Entre os motivos de cancelamento por indisponibilidade presumida, salvo prova em contrário, o facto de
terem passado mais de cem anos desde o nascimento. Se por um lado isso produz a eliminação automática
do AIRE de todos os cargos relativos a pessoas que não se declaram há décadas (muitas vezes porque
adquiriram a cidadania estrangeira na época em que se perdeu o italiano) e que geralmente são
completamente desconhecidos do Os consulados, por outro lado, isso os obriga a salvaguardar as posições
dos verdadeiros centenários. Uma vez que, como mostra o Cap. V, ponto 1, a lista atualizada é elaborada
uma vez por ano, devendo os Municípios, em preparação para esta operação, proceder ao cancelamento
do AIRE dos centenários para os quais não tenham recebido a "prova em contrário" que bloqueie o
cancelamento por indisponibilidade presumida, as repartições consulares devem enviar anualmente a
confirmação de disponibilidade para cada centenário ou quase centenário. É aconselhável realizar esta
operação na primavera e em qualquer caso antes do período de férias de verão (a revisão do AIRE pelos
Municípios é geralmente realizada no outono e a lista atualizada é compilada entre o final de um ano e o
início do seguinte).

5. Certidões de óbito (como lidar com elas e o que fazer se não houver uma certidão de óbito passível de
transcrição)

É de fundamental importância solicitar o cancelamento junto ao AIRE por indisponibilidade presumida de


cidadãos falecidos para os quais o atestado de óbito não esteja disponível.

Conforme mencionado no Cap. I, ponto 3, os cidadãos têm certos deveres em matéria de estado civil. Esses
deveres correspondem ao dever do escritório consular de transmitir o mais rápido possível os documentos
de estado civil apresentados para transcrição na Itália. Isto é particularmente verdadeiro no que diz
respeito às certidões de óbito, que são recomendadas para serem enviadas o mais tardar no dia seguinte à
sua apresentação, em consideração aos efeitos acessórios que a transcrição de uma certidão de óbito na
Itália pode ter, por exemplo, para fins de segurança social ou sucessores.

No entanto, existem algumas situações em que a documentação apresentada pelos familiares do falecido é
localmente suficiente para reconhecer a morte, mas não possui o formulário necessário para a transcrição
nos registros civis italianos. Neste caso obviamente não é possível enviar a certidão para a Itália e a
situação deve ser explicada aos familiares, convidando-os a apresentar o documento correspondente; além
disso, como a experiência ensina que, na ausência de um interesse específico, muitas vezes os familiares se
omitem do envio posterior da certidão, recomenda-se - face à documentação considerada probatória
localmente - proceder de imediato ao pedido de anulação junto do AIRE. Nesse sentido, o Ministério do
Interior sugeriu expressamente não solicitar o cancelamento por falecimento (porque isso levaria o
Município a solicitar o envio da certidão relativa e a suspensão do cancelamento pelo AIRE), mas enviar um
pedido de cancelamento por indisponibilidade. Ainda que esta não reflicta integralmente a situação de
facto, é no entanto a única solução possível para, pelo menos, proceder à actualização dos dados pessoais,
enquanto se aguarda a desejável conclusão da parte que diz respeito mais directamente ao estado civil. É
claro que este procedimento NÃO deve ser seguido em todos os Estados onde a repartição consular tem a
possibilidade de solicitar diretamente às autoridades locais a necessária certidão de estado civil.

CAPÍTULO V

AIRE E VOTE NO EXTERIOR

1. Arquivos consulares, listas AIRE e lista atualizada

Os arquivos consulares e as listas AIRE são duas bases de dados distintas geridas respetivamente pela rede
consular e pelo Ministério do Interior; anualmente este cuida da formação da lista atualizada, para fins
eleitorais.

Nos capítulos anteriores, foram examinadas as características dos arquivos consulares e do AIRE, que são
duas listas diferentes que são de responsabilidade, respectivamente, dos escritórios consulares e dos
Municípios italianos.
A lei do voto dos italianos no estrangeiro (n. 459 de 27.12.2001) estabeleceu uma terceira lista, distinta das
duas anteriores, destinada a preparar as listas eleitorais a serem utilizadas quando os italianos votam no
estrangeiro (renovação do Parlamento e consultas do referendo).

A arte. 5º, de fato, estabelece que "O Governo, mediante a unificação dos dados do registro dos italianos
residentes no exterior e dos arquivos consulares, elaborará a lista atualizada dos cidadãos italianos
residentes no exterior visando à elaboração das listas eleitorais"; as listas de eleitores resultam, portanto,
da comparação entre o AIRE e os arquivos consulares, que produz a lista atualizada (que inclui também os
menores e os que não têm direito a voto), da qual é posteriormente extraída a lista de eleitores, obtida
precisamente ao excluir os menores e os que não têm direito de voto, segundo este regime:

ARQUIVOS CONSULARES+AIRE ---------- lista atualizada ---------- lista eleitoral

2. Características da lista atualizada e diferenças em relação aos arquivos e AIRE

A lista atualizada, elaborada anualmente pelo Ministério do Interior, baseia-se na comparação de dados
consulares e AIRE, de acordo com critérios específicos.

A lista atualizada é elaborada uma vez por ano, normalmente no mês de janeiro, com base nos dados do
mês de dezembro anterior, tanto no que se refere aos arquivos consulares como no que diz respeito ao
AIRE. Ao contrário das duas últimas, a lista atualizada é estática, ou seja, uma vez compilada, não está
sujeita a alterações e acréscimos ao longo do ano, como acontece com os arquivos e com o AIRE. Em caso
de acto eleitoral, a lista de votantes pode ser rectificada e integrada quer eliminando quer acrescentando
nomes, presentes os requisitos e autorizações necessários; mas trata-se de assunto estritamente eleitoral
e, portanto, extrapola o escopo deste manual, que trata dos aspectos de gestão do cartório. Porém, como a
presença ou ausência de nomes na lista atualizada depende do trabalho de todo o ano nos arquivos
consulares e no AIRE (do qual deriva a lista atualizada), algumas questões serão examinadas nos próximos
pontos deste capítulo que se detectam no momento da operação na lista actualizada mas que, decorrentes
das operações efectuadas nos ficheiros e no AIRE, devem ser clarificadas de forma a orientar e organizar
correctamente a actividade que continuamente se desenvolve para a actualização das essas listas.

3. Unificação e os vários tipos de resultado: alinhados, "somente MAE" e "somente MIN"

Ao cruzar os dados AIRE e os arquivos consulares, que são de procedências e status diferentes, destacam-se
os casos de alinhamento completo, ou seja, casos presentes em apenas um deles, denominado apenas
MAE ou apenas MIN.

A operação de “unificação” de que trata o art. 5 da lei n. 459/2001 consiste na comparação informatizada
dos dados dos arquivos consulares e do AIRE, de acordo com regras previamente estabelecidas em acordo
entre os dois Ministérios envolvidos (Estrangeiros e Interior). Estas regras foram gradualmente afinadas ao
longo do tempo (a comparação foi feita ainda antes da entrada em vigor da lei) e estão agora estáveis há
vários anos.

Ao final da comparação, cada nome presente nas bases de dados é marcado de forma diferente
dependendo do resultado da comparação. Existem, portanto, três tipos de resultado: nome "alinhado":
está presente tanto nos arquivos consulares quanto no AIRE; nome "Apenas MAE": está presente nos
arquivos consulares, mas NÃO no AIRE;

- Nome "Solo MIN": está presente no AIRE mas NÃO nos arquivos consulares.

A lista atualizada consiste em todos os nomes alinhados mais todos os nomes "MIN Only"; estes últimos, de
facto, embora não constem dos arquivos consulares, encontram-se no entanto inscritos no único registo
que tem valor legal (TAIRE), pelo que, até serem cancelados, têm direito a serem incluídos na lista
actualizada de cidadãos residentes no estrangeiro .
4. Como lidar com "somente MAE" e "somente MIN"

Casos de desalinhamento devem ser tratados adequadamente, para que diminuam progressivamente,
aproximando cada vez mais os arquivos consulares dos dados do AIRE.

Embora a elaboração da lista atualizada seja realizada de forma centralizada e, portanto, não faça parte da
atividade dos postos consulares, é necessário, no entanto, que os operadores saibam como chegar à
inclusão ou não de um nome, para poder rastrear a causa de um possível problema (não inclusão, não
exclusão ou discrepâncias em generalidades) e assim poder adotar ações corretivas para resolvê-lo.

O assunto foi amplamente abordado na mensagem n. 301/50838, de 11.02.2008, publicada na legislação


consular na seção "Registro Consular", à qual deve ser feita referência para uma discussão completa sobre
o assunto.

Em geral, diante de casos potencialmente anômalos (na verdade, tanto os MAEs quanto os MINs sozinhos
não deveriam existir em teoria, exceto pelo curto período de tempo que decorre entre a comunicação de
uma alteração e seu recebimento no AIRE), a Repartição Consular deve examinar a posição individual para
identificar - à luz dos elementos expostos na referida mensagem - em que ponto a cadeia foi, por assim
dizer, "quebrada" e, portanto, qual é a peça que falta para a conclusão do procedimento e a consequente
transformação da posição de pertencer a apenas uma das listas para pertencer a ambas (ou, se necessário,
à sua eliminação de ambas).

Será assim necessário verificar se os dados pessoais estão corretamente inscritos nas bases de dados (ver a
este respeito o capítulo II, ponto 5) tendo em conta que, salvo prova em contrário, são autênticos os
indicados pelo Município; que o estado civil foi regularizado conforme ilustrado no cap. I, ponto 2; que o
cidadão não seja considerado pelo Município como residente em outra circunscrição consular; e em geral
verificar o que pode ter gerado a falta de correspondência entre os dois arquivos (arquivos e AIRE),
realizando as ações necessárias para corrigir a discrepância e completar a documentação conforme o caso.

5. A admissão ao voto não implica a inclusão no AIRE: porquê?

Durante as eleições, e em casos pontuais e limitados, a repartição consular pode ver-se obrigada a garantir
o direito de voto também aos cidadãos que não estejam inscritos nos registos consulares ou no AIRE.

No período que antecede as consultas eleitorais no estrangeiro, são frequentes os casos de pessoas que
solicitam a admissão ao voto e para as quais as Câmaras Municipais concedem a autorização prescrita que
permite a inscrição do eleitor na lista aditada. No entanto, em muitos casos verificou-se que o Município,
apesar do pedido feito pelo posto consular e da resposta positiva que lhe foi dada, não procedeu
posteriormente ao registo do cidadão no seu próprio AIRE.

Existe também o mesmo e inverso problema, ou seja, dos cidadãos que são comunicados pelos Consulados
como afastados por motivos diversos, mas que não são posteriormente cancelados pelo AIRE.

Isto porque os assuntos eleitorais, os dados pessoais e os assuntos do estado civil são diferentes, e muitas
vezes os gabinetes que tratam dos dois assuntos nos Municípios também são diferentes:
consequentemente, o registo no AIRE é feito pela Conservatória do Registo de um Município (e não o
cartório eleitoral que emitiu a autorização) após o recebimento de um mod. ConsO 1, e não na sequência
da receção de pedido de autorização de voto e da sua aceitação; a anulação do AIRE - por exemplo por
perda da nacionalidade - ocorre após a recepção e transcrição do respectivo certificado de naturalização e
não após a notificação de que o interessado não tem direito de voto.

Com base no anterior, as repartições consulares devem proceder nos prazos prescritos ao exame da lista
eleitoral e à sua integração tanto na entrada como na saída; mas não devem perder de vista as verificações
efectuadas nessa ocasião, prevendo - se possível em simultâneo para não ter de voltar a examinar o
processo posteriormente - também enviando a documentação necessária, conforme o caso, para a
actualização do estado civil, cidadania ou 'AIRE que, repetimos, são aspectos diferentes do estritamente
eleitoral com base no qual se concede a autorização ou se exonera do cargo.

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