Você está na página 1de 5

à Suspensã o coletiva

A suspensão coletiva tem na sua base, como já se disse, um impedimento que se verifica na
esfera jurídica do empregador. Isto é, é o empregador que se encontra impedido de receber a
prestaçã o de trabalho do trabalhador, seja por situaçã o de crise empresarial (artigos 298º a 308º
CT) ou por encerramento temporá rio da empresa (artigos 309º a 316º CT).

As regras gerais do artigo 294º e 295º do CT, sã o também aplicadas aos casos de suspensã o colectiva.

O empregador pode reduzir temporariamente os períodos normais de trabalho (artigo 298º nº1 do CT)
ou ainda suspender o contrato.
Essa reduçã o ou suspensã o pode ocorrer apenas por motivos de mercado: produto que deixa de ter
escoamento no mercado, queda da procura, afetando gravemente a atividade normal. Estruturais:
dificuldades de tesourarias, tecnoló gicas a necessidade de ser utilizado com o recurso a novas tecnologias
o exemplo de ensino à distâ ncia. Catá strofe: pandemia, é ainda necessá rio um requisito adicional, essa
medida tem que ser viá vel a assegurar a empresa e manutençã o dos postos de trabalho.
A lei refere que é necessá rio que a empresa que recorre ao layoff, esteja com a sua situaçã o regularizada
com a SS e com o fisco. Nº4 artigo 298ºCT, excepto nas situaçõ es que se enquandram no nº3 do mesmo
artigo.
A reduçã o

Segundo o artigo 298º CT há suspensão coletiva com base em crise empresarial (chamado layoff)
apenas se essa suspensã o (decidida unilateralmente, pelo empregador) se verificar essencial
à preservaçã o dos postos de trabalho. Segundo o artigo 298-A, a empresa só pode recorrer novamente a
layoff, se já tiver passado pelo menos metade do tempo anteriormente utilizado, exceto se existir acordo
entre empregador e trabalhador.
Esta suspensã o deve ter uma duraçã o previamente definida, nã o superior a 6 meses, prazo que poderá ser
prorrogado por mais 6 meses, mediante decisã o escrita e fundamentada do empregador (artigo 301º CT),
no entanto se o motivo estiver relacionado com catá strofe ou outra ocorrência que tenha afetado
gravemente a sua atividade o tempo má ximo é de 1 ano, que pode ser prorrogado por mais 6 meses, pelo
301 nº3.
Nos artigos 299º e 300º, referem o procedimento do layoff.
Pelo artigo 303º, nº1, alínea a) CT há direito ao trabalhador auferir compensação retributiva. A
este respeito acrescenta o artigo 305º CT que o trabalhador recebe 2/3 (66,6%) da sua retribuição
ou o equivalente ao salário mínimo (consoante o valor da retribuiçã o).
O trabalhador:
a) Têm direito a receber uma compensaçã o retributiva mensal da entidade empregadora =2/3 retribuiçã o
normal ilíquida, (art. 305.º, n.º1, al. a) e n.º3 do CT) i. com garantia de um valor mínimo
=RMMG(rendimento mínimo) - €635 ii. e um valor má ximo = a 3 x RMMG - 1905€ A compensaçã o é paga
pela entidade empregadora mas suportada: (n.º4) 1. 30% pela entidade empregadora 2. 70% pela
Segurança Social  (Reduçã o dos custos salariais). O trabalhador recebe esses 2/3 ou o RMMG, mas ainda
com os descontos à SS (11%).
b) Mantêm o direito à s regalias sociais e à s prestaçõ es de Segurança Social - (art. 305.º, n.º1, al. b) do CT);
c) Podem exercer outra atividade remunerada fora da empresa em conjunto com a); Porém, a descontar
na compensaçã o retributiva e comunicaçã o obrigató ria ao empregador – (art. 305.º,n.º1, al.C) e n.º 3
artigo 305º CT), ainda tem que comunicar ao empregador no prazo de 5 dias al b) nº1 artigo 304, se nã o
comunicar viola o dever de lealdade, dando a possibilidade de existir um procedimento disciplinar grave
e ainda perde o direito à compensaçã o retributiva e restituir o que recebeu fora da empresa, nº2 artigo
304 CT;
d) Recebem o subsídio de Natal por inteiro, que é pago pela entidade empregadora (a Segurança Social
comparticipa a entidade empregadora com um valor igual a 50% da compensaçã o retributiva)
O subsídio de férias é pago nos termos gerais, numa situaçã o de condiçõ es de normais de trabalho. –
(art.306.º do CT)
e) Eventual acesso a Formaçã o Profissional – pagamento de 30% do IAS(indexante dos apoios sociais)
(438,81€) pelo IEFP(Instituto de emprego e formaçã o profissional) a acrescer à compensaçã o retributiva
(131,643€)– (arts. 302º e 305º, n.º 5 CT)

OBRIGAÇÕ ES DO EMPREGADOR: (art.303.,n.º1 CT)

a) Pagar pontualmente a compensaçã o retributiva


b) Pagar pontualmente as contribuiçõ es para a SS
c) Nã o distribuir lucros
d) Nã o aumentar a retribuiçã o ou (…) a membros dos corpos sociais
e) Nã o proceder a admissã o ou a renovaçã o de CT para preencher o posto de trabalho suscetível de ser
assegurado por trabalhador em sit. de reduçã o /suspensã o
(n.º 2) - O empregador nã o pode fazer cessar o contrato de trabalhador abrangido por tal medida,
a) quer durante esse período,
b) quer nos 30/60 dias subsequentes (consoante dure <=/> a 6 meses), com excepçã o da cessaçã o -de
comissã o serviço; -de contrato de trabalho a termo; - Despedimento por facto imputá vel ao trabalhador.
Sob pena de sançã o do n.º 3 do art.303.º CT

- (*) REDUÇÃO DO PNT – Modalidade de Lay-off não suspensiva: (n.º2 do art. 298.º CT)
Medida da Redução do PNT:
i ) interrupção da actividade por um ou mais períodos normais de trabalho, diários ou semanais,
podendo abranger diferentes grupos de trabalhadores, rotativamente;
ii ) diminuição do número de horas do período normal de trabalho, diário ou semanal. Pagamento
em caso de REDUÇÃO DO PNT (n.º 2 do art.305.ª):
Durante a redução, - a retribuição do trabalhador é calculada na proporção das horas de trabalho
prestadas¸ - podendo ser cumulável com compensação retributiva nos exacto termos do n.º 3 deste
art.305.º CT. Ex: trabalhador recebe 1000 €, é reduzido o tempo de trabalho para metade, só deveria
receber 500€, no entanto ainda faltam os 135€ para chegar ao RMMG, esses 135€ são pagos (70%
pela SS e 30 % pelo empregador).

Diz o artigo 306º CT que, na suspensã o coletiva, o tempo de suspensã o nã o afeta o vencimento
e a duraçã o das férias.

Fora do círculo de situaçõ es de grave crise empresarial, pode ainda haver suspensão coletiva
por encerramento temporário da empresa ou do estabelecimento - artigo 309º CT. Neste caso, os
trabalhadores conservam direitos em matéria retributiva: têm direito a 75% da retribuiçã o (se
esta for superior ao ordenado mínimo) se o encerramento temporá rio se ficar a dever a caso
fortuito ou de força maior; têm direito a 100% da retribuiçã o se o encerramento se ficar a dever a
facto imputá vel ao empregador (asae fecha) ou a motivo do interesse deste. ( remodelaçã o de empresa )

Aula 14/04

CASO PRÁ TICO:

Imagine que Antó nio viu o seu contrato de trabalho suspenso pelo
facto de a sua empresa ter recorrido ao Lay Off, por apresentar
uma situaçã o financeira débil, devido ao facto de a sua
facturaçã o ter apresentado quebras de 30%, por razõ es de
mercado (o produto que constitui o seu top de vendas é
considerado ambientalmente nocivo, tendo-se verificado uma
queda na sua procura e havendo necessidade de reajustamentos
no seu processo produtivo).
Esta medida de Lay off foi decidida por 6 meses.
Que quantias e em que termos deverã o ser pagas ao trabalhador,
supondo que Antó nio aufere uma retribuiçã o mensal de :
A) Retribuiçã o mensal € 1000.

Aplicar o 305 nº1 , 2/3 da sua retribuiçã o ilíquida, ou o valor do RMMG, ou seja recebe, 666,66 € = 30%
pago pela empresa (200€) , 70 % pela SS (466.66€).
B) Retribuiçã o Mensal 900 € (retribuiçã o-base €750 + subs. Alimentaçã o €150).
Subs alimentaçã o 260, nã o se considera retribuiçã o. 305 nº1, 66% dos 750€, tendo que o valor ser pelo
menos RMMG, ( 635€), ou seja o trabalhador devia receber 635€, 30% pago pela empresa, 70% pela SS.

C) Retribuiçã o Mensal €3000.


Pelo 305nº1, 2/3 desses 3000€, o qual nã o pode exceder 3xdo RMMG ( 1905€ ) , ou seja, como excede, vai
receber os 1905€ 30% (571€) pela empresa e 70% (1333,5%) pela SS nº6 e nº4, 305.

D) Retribuiçã o Mensal de €1500. Trabalhador recebe 1000€ , 30% empresa, 70% pela SS.
(E se se tratasse de uma reduçã o do PNT(período normal de trabalho) para 20 horas
semanais?)

Regime Lay off simplificado – Vantagens

Só podem aderir a esse layoff se estiverem com a situaçã o regularizada da SS.


Artigo 1º,
artigo 2º,
artigo 3º,
artigo 4º nº1 b) conj artigo 7,8 e 9, c) conj artigo 10, al d) conj artigo 11º, mas ainda assim tem que
ddescontar o salá rio do trabalhador (pagamento das quotizaçõ es) nº5 artigo 11.
artigo 5º
artigo 6º
artigo 13º semelhante ao 303 nº2

Analisar as modalidades de suspensã o por acordo, e suspensã o por decisã o do trabalhador. 317 ss

à Suspensã o por mú tuo acordo

A suspensão consensual ou por mútuo acordo ocorre, em princípio, na licença sem retribuiçã o
(artigo 317º, nº1 CT) e na designada “pré-reforma” (artigo 318º e ss. CT).
A licença sem retribuiçã o determina a suspensã o do contrato de trabalho com os efeitos
previstos no artigo 295º CT. Trata-se de uma faculdade discricioná ria das partes, isto é, qualquer
que seja o motivo subjacente ao pedido, as partes poderã o determinar a suspensã o do vínculo
jurídico-laboral, para tanto sendo necessá rio, mas também suficiente, que nisso acordem.
As partes poderã o celebrar um acordo de pré-reforma, suspendendo o contrato de um
trabalhador com idade igual ou superior a 55 anos e passando este a receber di empregador uma
prestaçã o pecuniá ria mensal (artigo 318º CT). Este acordo está sujeito a forma escrita, devendo
conter, entre outras indicaçõ es, a do montante da prestaçã o de pré-reforma (artigo 319º CT), que
nã o poderá ser inferior a 25 % da retribuiçã o do trabalhador na data do acordo (artigo 320º CT).
Caso o empregador nã o pague pontualmente a prestaçã o de pré-reforma, o trabalhador terá o
direito de retomar o pleno exercício de funçõ es ou de resolver o contrato com direito a
indemnizaçã o (artigo 321º CT).
à Suspensã o por decisã o do trabalhador (por falta de pagamento da retribuiçã o)
A falta de pagamento pontual da retribuiçã o confere ao trabalhador a faculdade de suspender
o contrato (artigo 323º, nº3 CT), consistindo esta suspensã o por decisã o do trabalhador numa
modalidade atípica de suspensã o em tudo semelhante à figura da exceçã o de nã o cumprimento
do contrato. Segundo o artigo 325º, nº1 CT o trabalhador passa a ter o direito de suspender o
contrato de trabalho apó s 15 dias de atraso no pagamento da retribuiçã o, tendo que o comunicar
por escrito ao empregador com a antecedência de 8 dias em relaçã o à data de inicio da
suspensã o.
O trabalhador nã o pode faltar ao trabalho, correndo o risco de sofrer procedimento disciplinar por faltas
injustificadas.
Durante o período de suspensã o o trabalhador pode aferir subsidio de desemprego Lei 105/2009 artigo
25º.
CONTINUA PAGINA 13 DE DT II 1º FREQ.PDF

Você também pode gostar