Você está na página 1de 67

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MARIA GILCELANNIA HOLANDA LIMA

DIAGNÓSTICO DE INCIDÊNCIAS DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS COM A


UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA MATRIZ GUT - ESTUDO DE CASO

MOSSORÓ
2019
MARIA GILCELANNIA HOLANDA LIMA

DIAGNÓSTICO DE INCIDÊNCIAS DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS COM A


UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA MATRIZ GUT - ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Felipe Augusto Dantas de


Oliveira.

MOSSORÓ
2019
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o
mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as
leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n°
9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-
á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata.
A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e
seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus
créditos bibliográficos.

L732d Lima, Maria Gilcelannia Holanda.


DIAGNÓSTICO DE INCIDÊNCIAS DE MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS COM A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA MATRIZ
GUT - ESTUDO DE CASO / Maria Gilcelannia Holanda Lima.
- 2019.
69 f. : il.

Orientador: Felipe Augusto Dantas de Oliveira.


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia Civil, 2019.

1. Construção Civil. 2. Grau de Priorização. 3.


Manutenção. 4. Vida Útil. I. Oliveira, Felipe
Augusto Dantas de, orient. II. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi
desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e
gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA),
sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação
dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas
de Pós-Graduação da Universidade.
MARIA GILCELANNIA HOLANDA LIMA

DIAGNÓSTICO DE INCIDÊNCIAS DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS COM A


UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA MATRIZ GUT - ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Defendida em: _____ / _____ / __________.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo suporte espiritual nessa minha jornada. Nos
momentos de angustia ele me deu forças para levantar e seguir em frente, todas as vezes que
achei que não era capaz. Sem ele eu não seria nada.
Agradeço a meus pais Gilberto de Lima e Marli Holanda, por todo apoio, por terem
dividido comigo todos os momentos bons e ruins, me dando amparo emocional e financeiro
para realizar meu sonho. Por ter agarrado com eles minha meta de vida, fazendo a meta de vida
deles.
Agradeço a Manoel Marques, meu namorado e melhor amigo, por sempre acreditar em
mim, mesmo quando nem eu mesmo acredito. Por ter me guiado, apoiado, e incentivado nos
momentos de fraqueza. Por ter me levantado quando eu não tinha forças.
Agradeço a meu orientador Felipe Augusto, por todos os ensinamentos. Por ter dedicado
seu tempo para compartilhar comigo seus conhecimentos. E pela paciência que teve comigo.
Muito obrigada!
Agradeço a banca examinadora, Mayara Araújo e Francisco Rosendo, pela
disponibilidade e contribuição para a melhoria do meu trabalho.
Agradeço a minha amiga Bismara Oliveira, por me fazer certa até mesmo quando estou
errada. Por ser meu ombro amigo sempre que preciso desabafar. Por estar ao meu lado a mais
de 14 anos, comemorando minhas vitórias e me apoiando nas derrotas.
Agradeço a todos meus amigos que estiveram comigo durante essa jornada, em especial
a minha amiga e colega de curso Cândida Maria, por ter se mantido firme ao meu lado desde o
início do curso, por toda palavra a amiga que compartilhamos, por ter me ensinado tanto. E a
minha colega de curso, sócia, e principalmente minha amiga, Évelyn Bárbara, que apesar de
termos conhecido no meio do curso, nossa cumplicidade faz parecer que nos conhecemos a
anos.

Obrigada!
“Não faça da sua vida um rascunho, poderá
não ter tempo de passa-la a limpo. ”
Mario Quintana
RESUMO

A queda do mercado financeiro na área da Construção Civil nos últimos anos, e o aumento nos
insumos e mão de obra, influenciaram na busca de obras com custo baixo e com maior rapidez
na execução, além da contratação de mão de obra desqualificada. Tais fatores contribuem para
o surgimento precoce de manifestações patológicas. Na construção civil a patologia é o campo
que estuda as incidências de manifestações patológicas, que são consideradas como doenças
nas construções. As incidências de manifestações patológicas contribuem negativamente para
a vida útil, durabilidade e desempenho das edificações. Diante da problemática em questão
tornou-se interessante realizar um estudo em um residencial de três pavimentos, com 7
apartamentos, localizado em Mossoró-RN. As manifestações patológicas apresentam
características específicas que ajudam na identificação da sua natureza, origem, e os
mecanismos envolvidos. Um fato notável é que toda edificação, por mais bem planejada que
seja, está sujeita a incidência de manifestações patológicas. O diagnóstico foi feito através de
uma inspeção visual (com registros fotográficos), paquímetro digital (para a determinação das
aberturas das incidências de fissuração), e também o ensaio não destrutivo de ultrassom do
concreto (para a determinação da qualidade do concreto dos pilares da edificação). Com o
levantamento das manifestações patológicas foi aplicado a ferramenta matriz gravidade,
urgência e tendência (GUT), para a determinação do grau de priorização para a solução das
manifestações patológicas. Com os resultados obtidos foi possível concluir que as incidências
com mais urgência para serem tratadas estão relacionadas a fissuração nos pilares,
comprometendo a estrutura tanto nos aspectos estéticos como na segurança. E também outra
manifestação preocupante é a infiltração causada por um vazamento na caixa d’água,
ocasionando o surgimento de outras manifestações patológicas.

Palavras-chave: Construção Civil. Grau de Priorização. Manutenção. Vida Útil.


ABSTRACT

The fall of the financial market in Civil Construction area during recent years and the increase
in inputs and labor influenced the pursuit for constructions with low cost and faster execution,
in addition to hiring disqualified labor. Such factors contribute to the early onset of pathological
manifestations - studied by the field of pathology - adversely contributing to the building's
lifespan, durability and development. Given the problem in question, it became interesting to
conduct a study with 7 apartments in a three storey residential, located in Mossoró-RN. The
pathological manifestations present specific characteristics that help the identification of its
nature, source and mechanisms involved. A noteworthy factor is that every building, however
well planned, is subject to the incidence of pathological manifestations. The diagnosis was
made by visual inspection (with the aid of a camera), digital caliper (for the determination of
crack openings) and also the non destructive ultrasound test of the concrete (for determining
the concrete quality of the building pillars). After this survey of pathological manifestations the
matrix tool Gravity, Urgency and Tendency (GUT) was applied to determine the degree of
prioritization for the solution of pathological manifestations.With the results obtained it was
possible to conclude that the most urgent incidents to be treated are related to crack openings
of the building pillars that compromise the structure in regards to both aesthetic and security
aspects. Another worrisome manifestation is the infiltration caused by a leak in the water tank,
causing the appearance of other pathological manifestations.

Keywords: Civil construction. Degree of prioritization. Maintenance. Lifespan.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição relativa das incidências de manifestações patológicas em estrutura de


concreto aparente. ..................................................................................................................... 18
Figura 2 – Fissura Geométrica/Isoladas ................................................................................... 22
Figura 3 – Fissuras mapeada/Disseminadas. ............................................................................ 22
Figura 4 – Descolamento do revestimento cerâmico. .............................................................. 23
Figura 5 – Mancha em paredes. ................................................. Erro! Indicador não definido.
Figura 6 – Infiltração em residência. ........................................................................................ 24
Figura 7 – Eflorescência no bloco de concreto......................................................................... 25
Figura 8 – Incidência de bolor em uma residência. .................................................................. 26
Figura 9 – Ilustração do recalque diferencial. ........................... Erro! Indicador não definido.
Figura 10 – Incidência de carbonatação do concreto. .............................................................. 27
Figura 11 – Corrosão das armaduras. ....................................................................................... 28
Figura 12 – Ciclo PDCA. ......................................................................................................... 32
Figura 13 – Critérios para manutenção das estruturas. ............................................................. 33
Figura 14 – Paquímetro digital. ................................................................................................ 36
Figura 15 – Medindo a espessura com paquímetro. ................................................................. 36
Figura 16 – Aparelho ultrassom de pulsos de velocidades no concreto. .................................. 39
Figura 17 – Calibração do aparelho. ......................................................................................... 39
Figura 18 – Pontos de transmissão direta. ................................................................................ 41
Figura 19 – Transmissão direta no pilar. .................................................................................. 41
Figura 20 – Transmissão semidireta no pilar. .......................................................................... 41
Figura 21– Leitor de velocidade. .............................................................................................. 42
Figura 22 – Residencial em 2011. ............................................................................................ 44
Figura 23 – Residencial em 2019. ............................................................................................ 44
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Levantamento das manifestações patológicas. ...................................................... 36


Quadro 2 - Pontuação dos campos gravidade, urgência e tendência. ....................................... 37
Quadro 3 – Posicionamento dos transdutores. ......................................................................... 40
Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas. ........................................................ 45
Quadro 5 – Levantamento de manifestações patológicas. ........................................................ 46
Quadro 6 – Levantamento de manifestações patológicas. ........................................................ 47
Quadro 7 – Levantamento de manifestações patológicas. ........................................................ 48
Quadro 8 – Levantamento de manifestações patológicas. ........................................................ 49
Quadro 9 – Levantamento de manifestações patológicas. ........................................................ 50
Quadro 10 – Levantamento de manifestações patológicas. ...................................................... 51
Quadro 11 – Levantamento de manifestações patológicas. ...................................................... 52
Quadro 12 – Levantamento de manifestações patológicas. ...................................................... 53
Quadro 13 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas. .................................. 58
Quadro 14 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas. .................................. 59
Quadro 15 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas. .................................. 60
Quadro 16 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas. .................................. 61
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação com relação a abertura. ..................................................................... 21


Tabela 2 – Quantificação dos parâmetros................................................................................. 38
Tabela 3 – Critérios de avaliação da qualidade do concreto. ................................................... 43
Tabela 4 – Classificação com relação a abertura. ..................................................................... 54
Tabela 5 – Resultados do ensaio de ultrassom do concreto ..................................................... 55
Tabela 6 – Aplicação da matriz GUT. ...................................................................................... 56
LISTA DE SIGLAS

NBR Norma Brasileira Regulamentadora


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
GUT Gravidade, Urgência e Tendência
PDCA Plan, Do, Check, Action
PIB Produto Interno Bruto
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 17
2.2 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 17
2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 17
3 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 18
3.2 PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES ............................................................................ 18
3.3 SINTOMATOLOGIA ................................................................................................... 19
3.4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ......................................................................... 20
3.4.1 Fissuras e Trincas .................................................................................................... 20
3.4.2 Descolamento do Revestimento Cerâmico ............................................................. 22
3.4.3 Manchas .................................................................................................................... 23
3.4.4 Infiltração ...................................................................... Erro! Indicador não definido.
3.4.5 Eflorescência............................................................................................................. 24
3.4.6 Bolor/Mofo ................................................................................................................ 25
3.4.7 Recalque Diferencial ..................................................... Erro! Indicador não definido.
3.4.8 Carbonatação do Concreto ..................................................................................... 26
3.4.9 Corrosão das Armaduras ........................................................................................ 27
3.5 VIDA ÚLTIL, DURABILIDADE E DESEMPENHO DAS EDIFICAÇÕES ............. 28
3.6 DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO ........................................................................... 30
3.7 MEDIDAS DE CONDULTA ........................................................................................ 31
3.8 MÉTODO DE AVALIAÇÃO ....................................................................................... 31
3.8.1 Matriz GUT .............................................................................................................. 31
3.9 MANUTENÇÃO ........................................................................................................... 33
4 METODOLOGIA........................................................................................................ 35
4.1 LEVANDAMENTO DE DADOS ................................................................................ 36
4.1.1 Classificação das aberturas das fissuras ................................................................ 36
4.1.2 Aplicação da Matriz GUT ....................................................................................... 37
4.1.3 Ensaio não Destrutivo de Ultrassom do Concreto ................................................ 38
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 44
5.1 ASPECTOS GERAIS DA EDIFICAÇÃO .................................................................... 44
5.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS ........................................................................... 54
5.4 ULTRASSOM DO CONCRETO.................................................................................. 54
5.5 PRIORIZAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE ACORDO COM A
METODOLOGIA GUT. .......................................................................................................... 56
5.6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO......................................................................................... 58
6 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 62
6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.............................................................. 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 64
15

1 INTRODUÇÃO

O cenário da construção civil nos últimos anos no Brasil não tem sido dos melhores. De
acordo com Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em 2015 o Produto Interno
Bruto (PIB) da construção civil teve sua maior queda em doze anos, registrando uma baixa de
7,6% em seu PIB (CBIC,2016). Simultaneamente, Lima (2015) afirma que em 2015 os insumos
tiveram uma alta de 2,7%, e a mão de obra um aumento de 7%, exigindo que as construtoras
tenham um maior controle com os gastos das obras. Com os custos de insumos e mão de obra
elevado, a capacidade de investimento diminui, influenciando no uso de materiais de má
qualidade e no aumento na mão de obra desqualificada. Juntamente a esses fatores, busca-se
cada vez mais conduzir as obras com mais rapidez. Tais fatores contribuem para o aparecimento
precoce de anomalias e problemas nas construções, chamadas de manifestações patológicas.
As manifestações patológicas nas construções são danos ou defeitos que acarretam um
desempenho inadequado ou até mesmo no comprometimento da segurança da edificação. De
acordo com Capello et al. (2010), as manifestações patológicas são decorrentes de falhas de
projeto, uso de materiais de má qualidade, falha na etapa de construção, uso inadequado do
imóvel ou falta de manutenção. O autor ainda destaca que sua origem pode estar relacionada a
um conjunto de fatores e não somente a uma falha isolada. Nenhuma construção, por mais bem
planejada que seja, e com o uso de materiais de boa qualidade, está isenta de problemas
patológicos.
As trincas ou fissuras são manifestações patológicas que afetam com mais frequência as
edificações em geral. Seu aparecimento interfere na estética, durabilidade e compromete a
segurança das construções. Além disso, suas ocorrências podem ser um aviso de que há algum
problema com a estrutura. Thomaz (1989) enfatiza que dentre todos problemas patológicos
existentes na construção civil, as trincas são as mais importantes devido três aspectos: o aviso
de um eventual estado perigoso, o comprometimento do desempenho da obra (estanqueidade à
água, durabilidade, isolação acústica etc), e o constrangimento psicológico que a fissuração
exerce sobre o usuário da edificação. Suas manifestações estão relacionadas a diversas causas,
como variações térmicas, sobrecargas, recalque diferencial ou características dos materiais
utilizados na construção.
Com o aparecimento desse novo ramo na construção civil tornou-se necessário
desenvolver técnicas para analisar, diagnosticar e solucionar essas anomalias construtivas que
resulta na deterioração das construções. Uma das ferramentas utilizadas para estudo das
manifestações patológica é a Matriz Gravidade, Urgência e Tendência (GUT), que segundo
16

Martins, Pessoa e Nascimento (2017) consiste em analisar a gravidade do problema, a urgência


para a resolução do problema e a tendência de melhora ou piora do problema.
As manifestações patológicas em si apresentam características particulares que
permitem determinar a sua origem, o que levou ao seu aparecimento, e consequentemente a sua
solução. Portanto é de fundamental importância diagnosticar corretamente as causas desses
problemas, e trazer soluções adequadas para cada tipo de patologia. Lordsleem Junior r. e
Franco (1998), afirmam que é fundamental determinar as causas que originaram as fissuras,
antes de da adoção de qualquer medida reparadora.
É de grande importância a presença de um profissional da área para determinar de forma
correta a origem dessas anomalias, levando em consideração aspectos econômicos, segurança
e garantia de solução. O engenheiro José Eduardo Granato (2002) assegura que a inspeção,
avaliação e diagnostico das manifestações patológicas são tarefas que devem ser feitas
periodicamente, de maneira que os resultados possam contribuir para a reabilitação das
construções sempre que for necessário.
De acordo com Nour (2013) os custos com a manutenção e recuperação das
manifestações patológicas era um problema para os usuários das edificações, mesmo com
pouco tempo de uso, pois não havia amparo legal que responsabilizasse os construtores e
projetistas. Isso mudou a partir de novas diretrizes da lei do consumidor, onde decreta condições
de responsabilidades entre ambas as partes no ato de contrato, e responsabilizando o construtor
pelas condições de desempenho do imóvel independente da corresponsabilidade de projetista e
fornecedores.
Desta forma, o estudo de caso busca determinar as possíveis causas de manifestações
patológicas, com base nas suas características e configuração, em um residencial localizado em
Mossoró-RN, utilizando o método da matriz GUT, e com isso estabelecer o diagnóstico correto
das suas ocorrências.
17

2 OBJETIVOS

2.2 OBJETIVO GERAL

Diagnosticar as incidências de manifestações patológicas com a utilização da


metodologia matriz GUT, em um residencial com 3 pavimentos, localizado em Mossoró-RN.

2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar e levantar dados das incidências patológicas;


 Determinar o diagnóstico das manifestações presentes no residencial;
 Aplicar a metodologia matriz GUT para determinação do grau de priorização;
 Propor uma terapia adequada para as manifestações patológicas. .
18

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.2 PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES

A palavra patologia tem origem no grego, onde Pathos significa doença e Logos
significa estudo, logo seu significado é o estudo da doença. A palavra é utilizada em vários
campos da ciência. Na engenharia civil a patologia é um campo que estuda os sintomas, os
mecanismos, as causas, as origens e os diagnósticos dos defeitos nas construções civis
(HELENE, 1992).
De maneira geral, patologia é o estudo de fenômenos e anomalias recorrentes nas
construções, chamados de manifestações patológicas. Helene (1992), enfatiza que os problemas
patológicos apresentam manifestações externas, as quais podem entender qual sua natureza,
origem e os mecanismos envolvidos e suas prováveis consequências. Essas manifestações
podem ser denominadas como lesões, danos, defeitos, ou manifestações patológicas. De acordo
com o autor as manifestações patológicas podem se apresentar de várias maneiras, no qual
determinou em perceptual, como mostra na Figura 1, as incidências patológicas que podem
ocorrer em estruturas de concreto aparente.

Figura 1 – Distribuição relativa das incidências de manifestações patológicas em estrutura de


concreto aparente

22% 20% Corrosão de Armaduras


Ninhos
Flexas Excessivas
20% Degradação Química
21%
Fissuras Ativas e Passivas
7% 10% Manchas Superficiais

Fonte: Adaptador de Helene (1992).


19

Gomes e Xavier (2018) ressaltam que o estudo das manifestações patológicas é de


fundamental importância para a identificação das suas causas, avaliar as consequências, e
buscar as soluções para diminuir o número de ocorrências.
Silva (1996) afirma que a degradação ou deterioração das edificações causa
manifestação patológica indesejável com relação aos aspectos estético, de conforto e até mesmo
da segurança estrutural da edificação. O autor ainda comenta que o estudo das causas,
manifestações e consequência dos problemas patológicos, proporciona a redução das
ocorrências de falhas.
Para Helene (1992) um diagnóstico preciso tem que esclarecer todos os aspectos
relacionados a manifestação, como: Sintoma, Mecanismo, Origem, Causas e Consequência. O
autor ainda esclarece que sintomas podem ser entendidos como sendo manifestações internas
características, que a partir delas pode-se deduzir qual a natureza, a origem e os mecanismos
dos fenômenos envolvidos. Com relação ao mecanismo, é o processo no qual o elemento é
submetido, que ocasiona os problemas patológicos. A origem está relacionada a etapa da obra
na qual o problema patológico foi originado, podendo ser planejamento, projeto, fabricação de
materiais, execução e manutenção. Causas são entendidas como os agentes que provocam o
aparecimento das manifestações patológicas. Consequência é o efeito negativo ou positivo
provocado pelas manifestações.

3.3 SINTOMATOLOGIA

Como foi mencionado anteriormente, as manifestações patológicas apresentam


características específicas que ajudam na identificação da sua natureza, origem, e os
mecanismos envolvidos.
De acordo com Tutikian e Pacheco (2013), quando a edificação apresenta alguma
anomalia, surgem sinais externos ou sintomas que indicam que algo não está certo. Esses sinais
podem demorar a aparecer e muitas vezes podem passar despercebidos. Para os autores, a
sintomatologia busca estudar esses sinais com o objetivo de diagnosticar as manifestações
patológicas. Para realizar um diagnóstico preciso é necessário, inicialmente, realizar uma
inspeção visual para coleta de dados, identificando todos os sintomas, localização e sua
intensidade.
Olivari (2003) garante que os problemas patológicos, em sua maioria, apresentam
sintomas visíveis que, de acordo com suas características, é possível determinar sua origem. O
autor cita ainda os principais sintomas de manifestações patológicas:
20

 Fissuras ou trincas em elementos estruturais e alvenaria;


 Degradação do concreto;
 Carbonatação;
 Corrosão das armaduras;
 Percolação de água;
 Manchas, descolamento de revestimentos de fachada;

3.4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

3.4.1 Fissuras e Trincas

Segundo Oliveira (2012), as fissuras, trincas e rachaduras são características de


manifestações patológicas das edificações encontradas em alvenarias, vigas, pilares, lajes,
pisos, ocasionadas geralmente pelas tensões dos materiais.
De acordo com Duarte (1998), os prédios mais modernos possuem paredes mais finas,
mais sujeitas a movimentações causadas por variações térmicas e umidade. Se essas variações
não estiverem previstas em projetos, com quantidade adequada de juntas, irão surgir tensões de
tração, caso essas tensões sejam superiores as quais as estruturas suportam, irá ocasionar
fissuras.
Chaves (2017) explica que a fissuração é considerada como uma deficiência estrutural
dependendo sempre de sua origem, intensidade e magnitude do quadro de fissuração existente.
O autor ainda ressalva que o concreto, por ser um material de baixa resistência a tração, fissurará
devido as tensões nos materiais.
Corsini (2010) esclarece que quando a solicitação é superior à capacidade de resistência
do material, geralmente surge fissuras para aliviar as tensões. A magnitude e a intensidade da
fissuração irão depender da restrição imposta ao movimento dos materiais e da sua fragilidade
onde, quanto maiores, maior a intensidade das fissuras.
As fissuras podem ser classificadas quanto: as aberturas, a atividade, a forma, as causas,
a direção, as tensões envolvidas, o tipo, etc (MAGALHÃES, 2004).

a) Abertura
É possível classificar a fissuração com relação a sua abertura, variando entre finas,
médias e grossas. A Associação Brasileira e Normas Técnicas NBR 9575:2003 - Projetos de
impermeabilização, classifica as fissuras em: microfissura, quando a abertura possui espessura
21

inferior a 0,05 mm; fissura, quando sua abertura é inferior ou igual a 0,5 mm; e trincas, quando
a abertura é superior a 0,5 mm e inferior a 1 mm.
Olivari (2003) classifica a incidência de fissuração com relação as suas aberturas em
fissura capilar, fissuras, trinca, rachadura, fenda e brecha, de acordo com o Tabela 1.

Tabela 1 – Classificação com relação a abertura


ABERTURAS
ANOMALIAS
(mm)
Fissura Capilar Menor de 0,2
Fissura Até 0,5
Trinca De 0,5 À 1,5
Rachadura De 1,5 À 5,0
Fenda De 5,0 À 10,0
Brecha Acima de 10,0

Fonte: Olivari (2003), adaptado por: autor.

b) Atividade
Quando se trata da atividade, as fissuras podem ser classificadas como ativas ou
inativas/estabilizadas. Fissuras ativas são aquelas que possuem variação na sua abertura durante
um determinado período de tempo, geralmente em períodos regulares, alternando entre
fechamento e abertura, ou abrindo continuamente. Já as fissuras inativas ou estabilizadas, são
aquelas que não possuem variação nem na intensidade e nem no sentido, ao longo do tempo
(DUARTE, 1998).
As fissuras ativas ainda possuem subclassificações chamadas de sazonais e
progressivas. Corsini (2010) especifica que as fissuras ativas sazonais são aquelas que embora
sejam ativas, variam em torno de um valor médio, relacionados a um aumento de temperatura
e umidade. O autor esclarece que as ativas progressivas são aquelas que possuem uma abertura
sempre crescente, podendo causar problemas estruturais, que devem ser reparados antes do
tratamento das fissuras.

c) Forma
No que diz respeito a forma das fissuras, Duarte (1998) classifica como isoladas ou
disseminadas. Fissuras isoladas são aquelas que seguem uma fiada horizontal ou vertical, nas
juntas de assentamento ou partindo os tijolos, podendo também ser em forma de “zig-zag” entre
22

os tijolos. Fissuras disseminadas se apresentam na forma de rede de fissuras, geralmente


superficiais. E sobre sua direção as fissuras podem surgir nas direções verticais, horizontais ou
inclinadas.
Ainda sobre a classificação da forma das fissuras, elas também podem ser chamadas de
geométrica e mapeada. Costa (2016) enfatiza que as fissuras são classificadas pela sua origem
de manifestação e pelo seu desenho, podendo ser geométrico ou mapeado. O autor explica que
a geométrica acompanha o contorno da alvenaria ou estrutura. Já a mapeada distribui-se na
superfície com desenho semelhante a um mapa, sendo geralmente superficiais.

Figura 2 – Fissura Geométrica/Isoladas Figura 3 – Fissuras mapeada/Disseminadas.

Fonte: Thomaz (1989). Fonte: Thomaz (1989).

d) Agentes causadores
As fissuras podem ser causadas por diversos agendes causadores, afirma Duarte (1998),
para o autor as causas mais comuns são: excessivo carregamento sobre a estrutura; variação de
temperatura; retração dos elementos de concreto; deformação de elemento da estrutura atuando
sobre a parede; recalque das fundações; reações químicas dos materiais;

3.4.2 Descolamento do Revestimento Cerâmico

Dentre todas manifestações patológicas que podem ocorrer nos revestimentos


cerâmicos, destaca-se o descolamento. Bauer (2008) determina que as principais causas para o
descolamento estão relacionadas a ausência de juntas de movimentação, deficiência na
execução do assentamento das peças, ou por falta de rejuntamento.
O descolamento do revestimento cerâmico também pode ser chamado de destacamento.
Fontenelle e Moura (2014) afirmam que o destacamento é causado pela perda de aderência das
23

placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões no revestimento são


maiores que a capacidade de aderência entre a placa cerâmica e a argamassa colante e/ou
emboço. Os autores ainda afirmam ser uma patologia séria, por correr risco de acidentes
envolvendo os usuários e possuir um custo alto para o reparo.
Os descolamentos do revestimento cerâmico podem ser identificados antes do
descolamento total da placa, existem alguns sinais para a identificação da manifestação
patológica. Fontenelle e Moura (2014) cita alguns sinais que pode determinar a presença do
fenômeno, como: um som cavo (oco) nas placas cerâmicas quando percutidas, estufamento das
placas cerâmicas na camada de acabamento, seguido do descolamento destas áreas, que pode
ser imediato ou não.
A restauração do fenômeno é trabalhosa e possui um custo elevado, pois o reparo
localizado nem sempre satisfatório para exterminar o problema, é possível que seja necessário
a retirada do revestimento em sua totalidade, podendo chegar ao emboço e refazer todas as
camadas (FONTELLE & MOURA, 2014).

Figura 4 – Descolamento do revestimento cerâmico

Fonte: CWS engenharia (2016).

3.4.3 Manchas

De acordo com Bauer (2008), as manchas são manifestações patológicas comuns nas
grandes cidades, acometidos por pó, fuligem e partículas contaminantes. O autor destaca que a
principal causa desse fenômeno é a poluição atmosférica, classificadas em poluentes naturais
ou biológicos, e resíduos de indústrias.
Com relação as características das manchas, Bauer (2008) determina que elas podem
surgir com coloração diferenciadas, como marrom, verde, preta, entre outras, dependendo da
24

causa. Suas fontes causadoras geralmente são: infiltração, bolor/mofo, eflorescência, entre
outros.
Uma das manchas mais comuns nas residências é a de infiltração. A infiltração é um
dos principais problemas encontrados na construção civil, assim como fissuras e eflorescência,
segundo Roça (2014). O autor determina que as infiltrações são caracterizadas pela percolação
de água por meio dos materiais constituintes, possivelmente alterando suas características.
As infiltrações podem ser causadas de diversas maneiras. Zapla (2012) elenca três
caminhos distintos que podem ocasionar infiltração: por meio de trincas e rachaduras, pelos
poros do material e ainda por falhas presentes no material, como brocas, ninhos no concreto,
fendas junto a armadura. As principais causas de infiltrações ocorrem em defeitos no processo
construtivo, na etapa de projeto e execução, ou obtidos ao longo do tempo com desgastes
naturais, utilizações, falta de manutenção.

Figura 5 – Infiltração em residência

Fonte: Smart Solution (2017).

3.4.4 Eflorescência

Bauer (2008) explica que as eflorescências são causadas devido depósitos salinos,
principalmente de sais alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-terrosos (cálcio e magnésio),
localizados na superfície da alvenaria, oriundo da migração de sais solúveis existentes nos
materiais e/ou componentes das alvenarias. O autor ainda ressalta que sua presença pode alterar
a aparência da superfície na qual está depositada que, em determinados casos, os sais
constituintes podem ser agressivos, causando degradação profunda.
Carasek (2017) divide o fenômeno em eflorescência e criptoflorescência, classificado
de acordo com o local de cristalização dos sais, porém comumente é chamado de eflorescência.
25

A autora explica que em caso de rede capilares formadas na argamassa endurecida, com
quantidade de água suficiente para levar os sais e condições de evaporação moderada, os sais
se cristalizaram pontualmente na superfície do revestimento, sendo esse o fenômeno de
eflorescência. Criptoflorescência ocorre quando os poros capilares não estão bem conectados e
com formação em rede, existirá pouca água e a evaporação é muito intensa. Nesse caso, os sais
precipitam distante da superfície, em depósitos, gerando pressão ocasionada pela hidratação e
cristalização dos sais, produzindo a desagregação da argamassa.

Figura 6 – Eflorescência no bloco de concreto

Fonte: Souza filho (2016).

3.4.5 Bolor/Mofo

Guerra et al. (2012) conceitua o bolor como sendo o problema patológico que se
desenvolve nas superfícies de paredes de edificações, formado a partir da ação de micro-
organismos conhecidos como fungos filamentosos. O autor afirma que a presença de fungos é
percebida pela formação de manchas, que acontece devido a liberação de pigmentos ou na
presença de micélio, caracterizando como um grupo de higas, elementos filamentosos do fungo.
Dentre todos os problemas causados pela manifestação, o autor destaca os danos à saúde dos
ocupantes do ambiente onde há a presença de bolor.
Existe vários fatores que podem influenciar no aparecimento do bolor/mofo, Guerra et
al. (2012) determina alguns desses fatores: temperatura superficial das paredes entre -8°C e
60°C; umidade relativa próximo a superfície da parede entre 70% e 100%; nutrientes e teores
de sal formado a partir de partículas de sujeira; Ph da superfície entre 2 e 11, entre outros.
Os métodos para correção em casos de bolor, de acordo com Paz et al. (2016), na
maioria dos casos é feito com a utilização de uma escova de aço para limpar o local, lavando
26

com bastante água. Em casos mais grave de bolor/mofo em paredes é necessário verificar se há
vazamentos ou infiltração, se não houver é preciso apenas retirar a camada de pintura e passar
um produto impermeabilizante. Nos locais que surge o mofo é preciso lavar e utilizar produtos
desinfetantes, para agir impedindo a proliferação desses fungos.

Figura 7 – Incidência de bolor em uma residência

Fonte: Gazeta do povo (2016).

3.4.6 Carbonatação do Concreto

De acordo com Possan (2004), a carbonatação é um fenômeno físico-químico


ocasionado por reações de gases ácidos do ambiente juntamente com os produtos alcalinos do
concreto. A alcalinidade do concreto é gerada principalmente pela presença de hidróxido de
cálcio (Ca(OH)2), de sódio (NaOH) e de potássio (KOH), dissolvidos ou precipitados no
concreto endurecido.
Possan (2004) ainda explica que a reação que acontece no concreto após o dióxido de
carbono (CO2) penetrar o concreto. O autor explica que o (CO2) reage com hidróxidos, em
especial o Ca(OH)2, que se encontra em quantidade maior. A reação entre os dois compostos é
mostrada a seguir:

CO2 + Ca(OH)2 CaCO3 + H2O (1)


(2)
CO2+2KOH(ou NaOH) K2CO3(ou Na2CO3)+H2O

Possan (2004) afirma que o pH do concreto normalmente apresenta um valor igual ou


superior 12,5 onde, após a reação, esse valor cai para igual ou inferior a 9. O efeito da
carbonatação inicia na superfície e vai adentrando o interior do concreto, formando a chamada
“frente de carbonatação”.
27

Ferreira (2013) ressalta que além da diminuição do pH, a carbonatação causa


microfissuras, devido ao aumento do volume provocado pela formação de novos produtos,
alterando a estrutura de poros e alterando as condições de penetração dos gases envolvidos no
processo.
Existem vários fatores que influenciam na profundidade e velocidade de carbonatação,
relacionados ao pH e ao sistema de poros do concreto, que sofrem alteração devido sua
composição e execução da estrutura de concreto, afirma Ferreira (2013). O autor ainda destaca
como principais fatores a presença de adições minerais, a relação água/aglomerante, o processo
e o tempo de cura, a dosagem, a porosidade, a resistência a compressão. Com relação a fatores
internos do concreto destaca-se a idade, grau de hidratação, agregado e aglomerante. As
condições ambientais que influenciam são: temperatura, umidade relativa do ar, concentração
do CO2 e tempo de exposição.

Figura 8 – Incidência de carbonatação do concreto

Fonte: Paula (2010).

3.4.7 Corrosão das Armaduras

Souza e Ripper (1998) explica que o fenômeno é caracterizado pela eliminação da


película passivante que existe na superfície externa das barras. A película passivante é gerada
a partir do resultado do impedimento da dissolução do ferro devido a elevada alcalinidade da
solução aquosa presente no concreto. Os autores citam ainda os mecanismos de formação da
corrosão, pela destruição da camada óxida da superfície protetora das barras:
28

a) Corrosão por tensão fraturante: aços que são submetidos a grandes esforços mecânicos
(protensão), que na presença de meio agressivo podem sofrer fratura frágil, tendo como
resultado a perda de condição para a sua utilização;
b) Corrosão pela presença de hidrogênio atômico, que torna o aço frágil podendo chegar a
fratura;
c) Corrosão por pite, desenvolve-se a partir de duas formas, localizada e generalizada.
Localizada caracteriza-se pela ação de íons agressivos (cloretos, em especial), sempre
que haja umidade e presença de oxigênio. Generalizada, ocorre em função da
diminuição do pH do concreto para valores inferiores a 9, devido ao dissolvente do CO2
encontrados no ar atmosférico, e transportado através dos poros e fissuras do concreto
sobre o cimento hidratado.
Figura 9 – Corrosão das armaduras

Fonte: Speranza Engenharia.

3.5 VIDA ÚLTIL, DURABILIDADE E DESEMPENHO DAS EDIFICAÇÕES

Possan e Demoliner (2013), afirmam que com o crescimento tecnológico e o aumento


do mercado competitivo das construções, as edificações acabaram cada vez mais esbeltas e
econômicas. A partir disso as construções começaram a apresentar níveis de degradação
indesejados provocados pelo aparecimento de manifestações patológicas, causando problemas
relacionados a qualidade e a durabilidade.
Possan e Demoliner (2013) definem desempenho como sendo o comportamento em uso.
Com relação as edificações, pode ser entendido como as condições mínimas de habitabilidade
(conforto térmico e acústico, higiene, segurança, entre outras), indispensável para o uso de um
ou mais indivíduo, durante um período de tempo. Os autores ainda reiteram que o desempenho
29

pode variar de um usuário para o outro, pois depende das exigências e cuidados do usuário,
além das condições de exposição da edificação.
A norma NBR 15775-1:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho, conceitua
desempenho, durabilidade e vida útil das edificações. Desempenho pode ser definido como o
comportamento durante o uso de uma edificação e seus sistemas. Já a durabilidade, pode ser
entendida como sendo a capacidade das edificações e seus sistemas de desempenhar suas
funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas. Com relação
a vida útil, é definida como o intervalo de tempo em que as edificações e seus sistemas
desempenham as atividades nas quais foram projetadas e construídas, levando em consideração
a periodicidade e correta execução das manutenções especificadas no manual de Uso, Operação
e Manutenção.
Para Souza e Ripper (1998), em caso de acidentes que cause um desempenho
inadequado da estrutura, os responsáveis deverão tomar a melhor decisão de como proceder,
levando em conta a opção mais adequada, respeitando os pontos de vista técnicos, econômicos
e socioambientais.
Souza e Ripper (1998) afirmam que os conceitos de vida útil e durabilidade estão
associados. Para os autores a durabilidade é o parâmetro de aplicação das características de
deterioração do material de concreto e os sistemas estruturais, avaliadas durante um período de
tempo e sobre efeito da agressividade ambiental. Já a vida útil é o período no qual as
propriedades da estrutura ou o material estão respondendo acima do limite mínimo
especificado. Os autores ainda ressaltam que a construção durável está relacionada na utilização
de um conjunto de decisões e procedimentos que assegurem à estrutura e aos materiais
constituintes, um desempenho satisfatório ao longo da sua vida útil.
Silva (2011) explica que o material chega ao fim da sua vida útil quando suas
propriedades, em determinada condição de uso, se deterioram até certo ponto no qual o uso do
determinado material é considerado inseguro ou antieconômico.
Andrade (1997) afirma que a durabilidade das estruturas é um assunto de grande
importância na Engenharia Civil, sendo um tema de estudo de uma grande parcela da
comunidade técnico-mundial. Esse assunto se tornou importante devido os acontecimentos que
ocorreram nos últimos anos no âmbito das construções de concreto.
30

3.6 DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO

Lichtenstein (1988) propôs uma sequência com três passos para a determinação do
diagnóstico das manifestações patológicas apresentadas a seguir:

a) Levantamento de subsídios: organização e obtenção de informações necessárias para o


entendimento do fenômeno. Essas informações podem ser coletadas na vistoria do local,
no levantamento da história do problema e do caso (anamnese) e através de ensaios
complementares.
b) Diagnóstico da situação: entendimento do fenômeno, identificando as múltiplas
relações de causa e efeito que caracterizam as manifestações patológicas, ou seja,
entender os “porquês” e os “comos” a partir dos levantamentos de dados.
c) Definição de conduta: É determinar o trabalho a ser realizado para a reparação do
problema, descrevendo os meios como: material, equipamentos e serviços. E prever as
consequências prováveis, para a garantia da eficiência da sua aplicação.

Andrade (1992) enfatiza que para conhecer a natureza de uma anomalia é recomendado
realizar inicialmente uma inspeção preliminar e se necessário uma inspeção detalhada. O autor
explica que a inspeção preliminar se trata de um exame visual no local para caracterização dos
sintomas e a realização de ensaios simples para a avaliação do problema. A inspeção detalhada
nem sempre é necessária, e é realizada para quantificar a extensão do problema, nesse caso são
necessários ensaios mais formulados.
Tutikian e Pacheco (2013) reitera que profissionais experientes conseguem determinar
as causas das manifestações patológicas apenas com a inspeção visual, mas por muitas vezes é
necessário o uso de ensaios e análise dos projetos para chegar ao diagnóstico. Os autores
conceituam o diagnóstico como sendo o entendimento e explicação dos fenômenos ocorridos e
seus respectivos desenvolvimentos.
Além do diagnóstico das manifestações patológicas os profissionais também devem
apresentar o prognóstico da anomalia. Tutikian e Pacheco (2013) determinam que o prognóstico
tem como intuito explicar as consequências que surgirão caso não sejam efetuadas as medidas
reparatórias dos problemas patológicos, ou seja, hipóteses da evolução do problema.
De acordo Lichtenstein (1988) o diagnóstico é uma atividade unitemporal de avaliação
do problema analisado em determinado instante do processo. No que se trata de prognóstico, é
uma atividade multitemporal em que é previsto problemas futuros de acordo com os parâmetros
determinados. O autor entende o prognóstico como sendo um conjunto de hipóteses da evolução
31

futura do problema, uma previsão dos possíveis desenvolvimento da manifestação patológica,


deixando claro que se trata de possibilidades e não certezas.

3.7 MEDIDAS DE CONDULTA

Helene (1992) afirma que as medidas de reparação podem ser em áreas localizadas ou
a recuperação generalizada da estrutura ou reforços das fundações, pilares, vigas e lajes. O autor
ressalta que a escolha dos materiais e métodos utilizados na correção de uma anomalia
patológica dependerá do diagnóstico do problema, das características da região a ser corrigida,
e das condições de funcionamento do elemento que será corrigido.
Lichtenstein (1988) ressalta que a definição de conduta a ser tomada é feita de maneira
a preencher da melhor forma possível os critérios estabelecidos. O autor estabelece três
parâmetros que devem ser associados na tomada de decisão: grau de incerteza sobre os efeitos;
relação custo/benefícios; disponibilidade tecnológica para execução dos serviços;
Para a solucionar problemas relacionados a fissuras e trincas, Duarte (1998) elenca
alguns questionamentos que devem ser respondidos: a fissura é ativa ou passiva? Existe
infiltração de umidade através da fissura, de tal forma que há manchas, mofo ou danos ao
revestimento? De que forma se apresentam as fissuras, isoladas ou disseminadas em um trecho
de parede? É necessário reforçar a parede de modo a desenvolver a resistência e rigidez inicial?
As fissuras são finas ou possui grande espessura? Há necessidade de demolir e reconstruir
paredes?

3.8 MÉTODO DE AVALIAÇÃO

3.8.1 Matriz GUT

Para a determinação da urgência para a solução das manifestações patológicas é


necessário utilizar-se de alguns métodos e ferramentas, um deles é a metodologia matriz GUT
– Gravidade, Urgência, Tendência. O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
Engenharia (IBAPE), na norma de inspeção predial nacional determina que a ordem de
prioridade deve ser feita em ordem decrescente ao grau de risco e intensidade das anomalias e
falhas, uma das ferramentas recomendada para o uso é a matriz GUT.
De acordo com Sotille (2014), a metodologia matriz GUT foi desenvolvida na década
de 80 pelos autores Kepner e Tregoe, com o objetivo de estabelecer prioridades de acordo com
a necessidade de resolução do problema nas indústrias americanas e japonesas.
32

Periard (2011) ressalta a importância da utilização da Matriz GUT, que auxilia o gestor
a avaliar de forma quantitativa os problemas em uma empresa, determinando a priorização das
ações corretivas e preventivas para a resolução completa ou parcial do problema. Além disso,
o autor afirma que sua montagem e utilização são muitos fáceis.
Apesar de ser uma ferramenta desenvolvida para o campo da administração, pode-se
utilizar da mesma no âmbito da construção civil devido sua praticidade. Sotille (2014) explica
que o objetivo da ferramenta é priorizar as ações de forma racional, levando em consideração a
gravidade, urgência e tendência, e por fim determinar a solução mais adequada e menos
prejudicial.
Sotille (2014) afirma que a matriz GUT é um complemento para outras ferramentas da
gestão de Qualidade e está relacionado com o ciclo PDCA, sigla inglesa que se refere as ações:
planejar (Plan), executar (Do), controlar (Check) e agir (Act), na fase de planejar representado
na Figura 10.

Figura 10 – Ciclo PDCA

Identificação.
Priorização.
Refletir
Análise das causas.
Iniciar Ações:
Busca de Alternativas.
 Corretivas
Busca de Referenciais.
 Preventivas Planos de ação.
Indicadores

Agir Planejar
Action Plan

Controlar Executar
Check do

Comparar o previsto Executar padrões.


com o realizado. Medir, coletar
dados.

Fonte: Adaptado de Sotille (2014).


33

3.9 MANUTENÇÃO

Para garantir a durabilidade de uma estrutura é necessário realizar as manutenções


necessárias. De acordo com Souza e Ripper (1998), manutenção de uma estrutura é um conjunto
de atividades realizadas para a garantia do desempenho necessário ao longo do tempo, ou seja,
tem como objetivo estender a vida útil da obra, com custo compensador.
Souza e Ripper (1998) classifica a manutenção em dois tipos: manutenção estratégica e
manutenção esporádica. Manutenção estratégica é entendida como sendo aquela que é
planejada, incluindo-se o planejamento de possíveis intervenções corretivas e de emergência.
Juntamente da manutenção estratégica é determinado a manutenção preventiva, que ocorre a
partir de informações colhidas através das inspeções. Quando se trata de manutenção
esporádica, é aquela que ocorre na necessidade de uma determinada atividade de reparo ou
reforço, que não possui nenhum plano de ação pré-definido. Para o melhor entendimento, Souza
e Ripper (1998) elaborou um esquema mostrado na Figura 11.

Figura 11 – Critérios para manutenção das estruturas

Fonte: Thomaz (1998).


34

Thomaz (1989) assegura que é imprescindível dar importância a estética, a segurança,


a higiene, a funcionalidade, e ao custo inicial da obra, porém não se deve esquecer de levar
em conta outros aspectos no projeto, como: custo de manutenção e durabilidade da obra.
Para Nour (2013) manutenção de edifícios não tem como objetivo apenas estabelecer
condições de desempenho iguais aos do edifício construído, mas também acompanhar as
necessidades dos seus usuários, levando em consideração aspectos de modernização e
desenvolvimento da edificação.
No que se trata a ação das manutenções, pode-se classificar em manutenção preventiva
e manutenção corretiva. Nour (2013) esclarece que a manutenção preventiva é aquela realizada
de acordo com um programa pré-estabelecido, sem necessidade de existência de problemas no
edifício. A manutenção corretiva é aquela realizada em atendimento a solicitações dos usuários,
ou seja, quando é identificado algum problema no edifício.
Para Helene (1992) a manutenção preventiva é aquela feita com antecedência e previsão,
durante o período de uso da estrutura. Seu custo pode ser 5 vezes menos que o valor necessário
para corrigir problemas gerado pela falta da manutenção preventiva, que pode ter o custo 25
vezes maior que o uso de elementos de proteção que garantem a durabilidade, decididos em
fase de projetos, como: pingadeira, rufos, pinturas com vernizes, entre outros. No que se refere
a manutenção corretiva, a autora explica que diz respeito ao trabalho de diagnóstico,
prognóstico, reparo e proteção da estrutura que já possui manifestações patológica, ou seja, a
reparação dessas anomalias. O autor afirma que a manutenção corretiva é a mais comum.
35

4 METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado no município de Mossoró, localizado no interior do


Estado do Rio Grande do Norte, região nordeste do Brasil, com 281 km de distância da capital
Natal. Sua população, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE é de 294.076 habitantes em 2018, colocando Mossoró como o segundo município mais
populoso do Rio Grande do Norte (IBGE, 2018).
A pesquisa tratou-se de um estudo descritivo exploratório, baseado em campo de
pesquisa quali-quantitativos. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica, através de
artigos, revistas, sites, livros, teses, dissertações e monografias, a fim de aprofundar-se nos
conceitos e no cenário atual da temática em questão. Durante o processo pericial, foi feito uma
inspeção visual e fotográfica com o auxílio de câmera fotográfica, além da utilização de ensaios
complementares.
O período de obtenção de dados e aplicação de ensaios foi feito entre os meses de maio
e julho do ano de 2019. A coleta de dados foi feita em um residencial com sete apartamentos,
distribuídos em três pavimentos (térreo, primeiro andar e segundo andar), localizado em
Mossoró-RN.
A análise da incidência de manifestações patológicas foi feita utilizando o método da
matriz GUT. Foi elaborado quadros para identificação das anomalias e os locais de sua
ocorrência, e para a determinação da gravidade, urgência e tendência das manifestações. Para
auxiliar nos estudos foi elaborado um banco de dados com registros fotográficos do local e de
cada ponto onde havia manifestação patológica.
De acordo com Meireles (2001), a ferramenta Matriz GUT busca responder alguns
questionamentos como: O que devemos fazer primeiro? Por onde devemos começar? Esses
questionamentos serão respondidos levando em consideração a gravidade, a urgência e a
tendência do problema.
Para determinação das causas, a metodologia matriz GUT foi dividida em quatro etapas:
listar os locais com incidências de manifestações patológica, pontuar os parâmetros, classificar
a priorização de cada incidência, determinar o diagnóstico e definir as soluções adequadas.
Após uma análise minucioso dos resultados obtidos foi feito o diagnóstico das
manifestações patológicas, assim como as medidas a serem tomadas para a reparação.
36

4.1 LEVANDAMENTO DE DADOS

O levantamento de dados, relacionados manifestações patológicas no local de estudo,


foi feito a partir de visitas ao local, e com registro fotográfico. Foi elaborado uma listagem de
todos problemas encontrados, para organizar posteriormente em um quadro listando as
manifestações presentes no local, as fotografias e suas possíveis causas, como exposto no
Quadro 1.
Quadro 1 – Levantamento das manifestações patológicas.

REGISTRO POSSÍVEIS
Nº DIAGNÓSTICO
FOTOGRÁFICO CAUSAS

Fonte: Autoria Própria (2019).

4.1.1 Classificação das aberturas das fissurações


Para classificação das aberturas das fissuras presentes no prédio quanto a sua espessura,
foi utilizado um paquímetro digital mostrado na Figura 14, assim garantindo uma maior
precisão das medidas das aberturas. A medição foi feita de acordo com a Figura 15, os
resultados foram comparados com a Tabela 1, para determinação da classificação das aberturas
das fissurações, de acordo com Olivari (2003).

Figura 12 – Paquímetro digital Figura 13 – Medição de fissuras

Fonte: Autoria Própria (2019).


Fonte: Autoria Própria (2019).
37

4.1.2 Aplicação da Matriz GUT

A aplicação do método consiste em quatro passos, determina Sotille (2014): listar os


problemas ou os pontos de análise; pontuar cada tópico; classificar os problemas; e tomar
decisões estratégicas. O autor ainda explica os campos de análise, cada campo é pontuado em
uma escala de 1 a 5, de acordo com o Quadro 2.
a) GRAVIDADE - Intensidade, profundidade dos danos que o fenômeno pode
causar se não houver reparo do mesmo;
b) URGÊNCIA - O tempo para a eclosão dos danos ou resultados indesejáveis
causados pelo fenômeno se não houver reparo do mesmo;
c) TENDÊNCIA - Desenvolvimento que o problema terá se não houver uma
reparação;

Quadro 2 – Pontuação dos campos gravidade, urgência e tendência.


PONTUAÇÃO GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA
Extremamente Imediatamente
Piora muito ou vai
5 grave (dano (está ocorrendo) -
piorar rapidamente
gravíssimo) Ação imediata
Curto Prazo (uma
Muito grave Aumenta ou vai piorar
4 semana) - Com
(grande dano) em pouco tempo
alguma urgência
Prazo Médio (uma
Grave Permanece ou vai
3 quinzena) - O
(dano regular) piorar em médio prazo
mais cedo possível
Longo Prazo (um Reduz-se ligeiramente
Pouco grave
2 mês) - Pode ou vai piorar em longo
(dano leve)
aguardar prazo
Longuíssimo
Desaparece ou não vai
Sem gravidade Prazo (dois ou
1 piorar, podendo até
(dano mínimo) mais meses) - Não
melhorar
há pressa
Fonte: Sotille (2014). Adaptado por: autor.

Para aplicação do método da Matriz GUT inicialmente foi feito uma inspeção visual no
local estudado, analisando cada característica do defeito, por meio de fotografias.
Posteriormente, através de análise de outros estudos foi feita a pontuação de cada campo da
matriz.
38

Para a pontuação dos parâmetros Meireles (2001) afirma ser necessário desenvolver
uma tabela com cinco colunas: problema, gravidade, urgência, tendência e GUT. O autor
recomenda que no campo “problema” seja feito uma descrição do problema analisado, já os
campos que gravidade, urgência e tendência seja feita além da pontuação, uma justificativa para
a pontuação dada.
Para realizar a quantificação foi desenvolvida uma tabela com 8 colunas, para a melhor
organização dos resultados: identificação, manifestações patológicas, local gravidade (G),
urgência (U), tendência (T), GxUxT e ordem de priorização.

Tabela 2 – Quantificação dos parâmetros


Manifestação (G) (U) (T) Ordem de
Identificação Local GxUxT
Patológica Gravidade Urgência Tendência priorização

Fonte: Autoria Própria (2019).

Sotille (2014) explica que o campo GUT trata-se do produto das pontuações dos campos
gravidade, urgência e tendência (GxUxT), que indicará o maior ou menor prioridade de um
determinado problema, levando em considerações todos fenômenos apresentados.

4.1.3 Ensaio não Destrutivo de Ultrassom do Concreto

O ensaio de ultrassom do concreto é classificado como um ensaio não destrutivo que


determina a velocidade de propagação de ondas no concreto. O ensaio é estabelecido pela
norma NBR 8802:2019 Concreto endurecido – Determinação da velocidade de propagação de
onda ultrassônica. A norma é empregada em corpo de prova e testemunho de estruturas, para a
determinação da homogeneidade do concreto em elementos estruturais. O aparelho utilizado
para a realização do ensaio foi o PUNDIT (Portable Ultrasonic Non Destrutive Digital
Indicating Test) da marca PROCEQ, ilustrado na Figura 14.
39

Figura 14 – Aparelho ultrassom de pulsos de velocidades no concreto.

Fonte: PROCEQ.

A NBR 8802:2019 estabelece alguns requisitos para a aplicação do ensaio, o primeiro


deles é que as superfícies do concreto devem estar planas, lisas e limpas. Caso haja
irregularidades nas superfícies, as mesmas devem ser regularizadas por processos mecânicos
ou uma camada de argamassa ou resinas epóxi, com espessura inferiores ou iguais a 1mm, para
proporcionar um bom acoplamento dos transdutores.
Para dar início ao ensaio é necessário realizar a calibração do aparelho, de acordo com
a NBR 8802:2019. Para calibrar é utilizado a barra de referência ou dispositivo equivalente,
conforme a Figura 15, onde os transdutores são acoplados em cada lado da barra e verificado
no painel eletrônico do aparelho o tempo de 25,4 µs.
Figura 15 – Calibração do aparelho

Fonte: Autoria própria (2019).


40

Com o aparelho calibrado é aplicado uma fina camada de acoplante nas faces dos
transdutores ou na superfície do concreto que, para o estudo em questão optou-se por vaselina,
para facilitar o contato entre os transdutores e a superfície do elemento estrutural. O
posicionamento dos transdutores nas faces do concreto é realizado de três maneiras,
determinados pela NBR 8802:2019, mostrado no Quadro 3.

Quadro 3 – Posicionamento dos transdutores

TIPO IMAGEM INLUSTRIVA EXECUÇÃO

Os transdutores são posicionados em faces opostas ao


elemento em estudo, conforme a imagem ao lado. A
NBR 8802:2019 afirma que essa é a forma mais
Transmissão Direta aconselhada para a determinação da velocidade de
propagação de ondas nos elementos em estudo, pois
nesse arranjo as ondas são recebidas com maior
intensidade.

Os transdutores devem ser posicionados em uma


mesma face, como mostra na imagem ao lado. Este
arranjo é utilizado quando se tem acesso apenas em
uma face do elemento a ser estudado, e somente
quando esta face tem comprimento suficiente para
propiciar o deslocamento de transdutor-receptor,
sendo necessário fazer a correta determinação da
Tansmissão Indireta
distância entre os transdutores. Para a determinação
da velocidade de propagação é necessário fixar um
transdutor-emissor em um ponto “E”, e em seguida
fazer leituras transladando o transdutor-receptor nos
pontos “R1”, “R2”, “R3”, “Rn”, com distancia iguais
entre si e em uma mesma reta do transdutor-emissor
fixo.

Os transdutores são posicionados em faces


adjacentes, como exposto na figura ao lado. Este
arranjo é utilizado quando não há possibilidade de
Transmissão Semidireta
acesso nas duas faces opostos do elemento estudado,
e quando uma única face não tiver comprimento
suficiente para se utilizar a transmissão indireta.

Fonte: Autoria Própria (2019).


41

No presente estudo foi feito a leitura do ultrassom em seis pontos equidistantes de cada
elemento, como mostra na Figura 16, utilizando a transmissão direta, mostrado na Figura 19
e semidireta ilustrado na Figura 20.

Figura 16 – Pontos de transmissão direta

Fonte: Autoria Própria (2019).

Figura 17 – Transmissão direta no Figura 18 – Transmissão semidireta


pilar no pilar

Fonte: Autoria Própria (2019). Fonte: Autoria Própria (2019).


42

No que se refere ao acoplamento e pressão entre os transdutores e o elemento de


concreto estudado, a norma determina que deve ser considerado aceitável quando o valor
determinado na leitura apresentar variação máxima de ±1%. A distância entre os eixos e/ou
faces dos transdutores deve ser definido com precisão de ±1%.
Para a determinação dos resultados a NBR 8802:2019 determina que devem ser
calculados as velocidades de propagação onde ondas, determinado a partir da equação a seguir:
𝐿
𝑉=
𝑡
Onde:
V – Velocidade de propagação de ondas ultrassônicas (m/s).
L – Medida da distância entre os eixos e/ou as faces dos transdutores (m).
t – Tempo decorrido desde a emissão da onda até a sua recepção (s).

Os valores das velocidades de propagação das ondas no concreto dos pilares e viga em
estudo foram determinados diretamente no aparelho, sem necessidade de fazer o cálculo, e em
seguida foram organizados em uma tabela.
Figura 19– Leitor de velocidade

Fonte: Autoria Própria (2019).

Existem inúmeros fatores que interferem no resultado, a NBR 8802:2019 cita entre eles
a distância da superfície de contato dos transdutores, presença de armaduras na direção da
propagação da onda, densidade do concreto, densidade e outras características do agregado,
tipo de cimento e grau de hidratação, direção do ensaio da peça, tipo de adensamento do
concreto, idade do concreto, umidade do concreto, temperatura do concreto, forma e tamanho
da peça ensaiada.
43

Foi utilizado parâmetros para a classificação da qualidade do concreto através do valor


da velocidade do pulso ultrassônico, de acordo com Sahuinco (2011). Os critérios utilizados
para a classificação da qualidade do concreto seguem exposto na Tabela 3.

Tabela 3 – Critérios de avaliação da qualidade do concreto

VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO QUALIDADE DO


LINEAR (m/s) CONCRETO
V > 4500 Excelente
3500 < V < 4500 Ótimo
3000 < V < 3500 Bom
2000 < V < 3000 Regular
V < 2000 Ruim
Fonte: Sahuinco apud Cánovas (1988).
44

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 ASPECTOS GERAIS DA EDIFICAÇÃO

Com o auxílio do Google Maps foi possível observar a evolução das manifestações
patológicas na faixada do residencial em 8 anos. O residencial foi construído em 2002, a Figura
22 mostra o residencial em 2011, ainda sem incidências visíveis de manifestações patológicas.
A Figura 23 refere-se ao residencial em 2019, com grande avanço de anomalias patológicas.
Questionamentos importantes foram feitos a atual proprietária do residencial, a partir
disso foi possível constatar algumas possíveis causas para o surgimento de anomalias
patológicas. O primeiro questionamento foi a respeito do acompanhamento técnico durante a
construção do residencial, foi respondido que houve acompanhamento de um engenheiro e um
mestre de obra. Foi perguntado sobre a elaboração do projeto, a resposta foi que houve projeto
arquitetônico feito por um arquiteto e complementares feitos por um engenheiro, não
especificando quais projetos complementares. Outro questionamento foi relacionado a
manutenções periódicas da edificação, foi informado que não há manutenção preventiva para
evitar o aparecimento de anomalias, apenas manutenção corretiva para reparo das
manifestações patológicas.
Com as respostas foi possível observar que apesar de ter sido projetado e acompanhado
por profissionais habilitados, a edificação não está isenta de aparecimento de anomalias. O que
possibilitou o aparecimento de manifestações patológicas foi a falta de manutenção preventiva,
fazendo apenas a manutenção corretiva com os problemas já manifestados.

Figura 20 – Residencial em 2011. Figura 21 – Residencial em 2019.

Fonte: Google (2011). Fonte: Autoria Própria (2019).


45

5.2 DIAGNÓSTICO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Durante a inspeção predial foram encontradas várias incidências de manifestações


patológicas causadas devido, dentre outros fatores, a falta de manutenção preventiva. No
Quadro 4 foram listados os problemas patológicos encontrados no residencial, totalizando 26
problemas patológicas. No quadro também estão dispostos o diagnóstico e as possíveis causas,
ambos baseados na inspeção visual e na literatura, onde verificou-se cada característica das
manifestações patológicas.

Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas.

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Desgaste por tempo de uso;


Desplacamento  Uso de material de má
1 cerâmico qualidade;
 Falhas nas técnicas de
assentamento;
 Superfície muito lisa/Falta de
aderência;
 Movimentação térmica;
 Ausência/desgaste do rejunte;

 Movimentação térmica;
Fissura horizontal  Movimentação dos materiais;
2 na viga  Expansão das armaduras,
causadas pela corrosão;

(continua)
46

Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas.


(continuação)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Carbonatação do concreto;
Corrosão das  Presença de umidade,
3 armaduras favorecendo a corrosão;
 Excesso de água de
amassamento;

 Movimentação térmica;
Fissura horizontal  Falta de conexão da alvenaria
4 na fachada e elemento estrutural;

 Infiltração;
Degradação da
5 argamassa/
Infiltração/mofo

(continua)
47

Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas.


(continuação)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Infiltração;
 Falta de preparação da
superfície antes da pintura
6 Descascamento da (superfície, suja com presença
pintura de partículas soltas ou pó);
 Ausência de selador antes da
pintura;

 Corrosão e expansão das


armaduras;
Fissuração  Carbonatação do concreto;
7 horizontal no pilar  Excesso de cargas;
 Falha no dimensionamento;

 Umidade por Ascenção


capilar;
 Umidade do ar alta;
 Ausência ou deficiência na
8 Salitre impermeabilização da
fundação;
 Alto teor de sais no agregado;

(continua)
48

Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas.


(continuação)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Decorrente de algum
vazamento;
9  Provocado por vazamento da
Mancha de caixa d’água;
Infiltração  Falha na impermeabilização da
caixa d’água.

 Falta de amarração da
alvenaria e pilar;
 Excesso de carga;
Fissuração Vertical  Falha do dimensionamento;
10 no pilar  Corrosão e expansão das
armaduras;

 Corrosão e expansão das


armaduras;
Fissuração vertical  Carbonatação do concreto;
11 no pilar  Excesso de cargas;
 Falha no dimensionamento;

(continua)
49

Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas.


(continuação)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Corrosão e expansão das


armaduras;
Fissuração vertical  Carbonatação do concreto;
12 no pilar  Excesso de cargas;
 Falha no dimensionamento;

 Movimentação térmica;
 Deformação da estrutura;
Fissuração
 Excesso de carga sobre as
13
alvenarias;

Fissuração
horizontal na  Infiltração
viga/Desplacament  Corrosão e expansão das
o da argamassa/ armaduras;
14 corrosão das  Carbonatação do concreto;
armaduras

(continua)
50

Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas.


(continuação)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Retração dos materiais;


 Variação térmica;
 Excesso de aglomerante
tornando o reboco muito
15 Fissuração rígido;
mapeada

 Presença de umidade excessiva


no local;
16 Lodo

 Proliferação de fungos e algas;


 Chuvas irregulares;
Mancha
17

(continua)
51

Quadro 45 – Levantamento de manifestações patológicas.


(continuação)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

Fissuração  Corrosão e expansão das


18 horizontal na viga armaduras;
 Movimentação dos materiais;

 Corrosão e expansão das


Fissuração vertical armaduras;
19 no pilar  Movimentação dos materiais;
 Excesso de cargas;
 Falhas o dimensionamento;

 Corrosão e expansão das


armaduras;
 Movimentação dos materiais;
20 Fissuração no pilar  Excesso de cargas;
 Falhas o dimensionamento;

(continua)
52

Quadro 6 – Levantamento de manifestações patológicas.


(continuação)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Corrosão e expansão das


armaduras;
Fissuração no  Movimentação dos materiais;
pilar/degradação  Excesso de cargas;
21 do reboco  Falhas o dimensionamento;

 Movimentação dos materiais;


 Excesso de aglomerante;
 Presença de umidade;
Degradação do  Alto teor de sais no agregado;
22 reboco

 Decorrente de algum
vazamento;
23 Mancha de  Provocado por vazamento da
infiltração caixa d’água;
 Falha na impermeabilização da
caixa d’água.

(continua)
53

Quadro 4 – Levantamento de manifestações patológicas


(conclusão)

Nº DIAGNÓSTICO REGISTRO FOTOGRÁFICO POSSÍVEIS CAUSAS

 Corrosão e expansão das


Fissuração nos armaduras;
24 componentes da  Excesso de cargas;
laje

 Decorrente de algum
vazamento;
25 Mancha de  Provocado por vazamento da
infiltração caixa d’água;
 Falha na impermeabilização da
caixa d’água.

Mancha na
26 fachada  Proliferação de fungos e algas;
 Chuvas irregulares;

Fonte: Autoria própria.


54

5.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS

Uma das principais manifestações patológicas encontrados no residencial foi a presença


de aberturas em pilares, paredes, vigas e laje. Com o auxílio do paquímetro constatou-se
aberturas que variam entre 1,33mm a 6,24mm, e algumas superficiais que não foram
consideradas na classificação. Comparando os valores da Tabela 2, foi possível classificar as
aberturas em trincas, rachaduras e fendas, como mostra na Tabela 4. Com relação a atividade,
não foi feito a análise para a determinação de fissuras passivas ou ativas.

Tabela 4 – Classificação com relação a abertura

LOCAL ABERTURA (mm) CLASSIFICAÇÃO


Pilar 1 1,79 Rachadura
2,65 Rachadura
Pilar 2 1,64 Rachadura
3,42 Rachadura
1,33 Trinca
Pilar 3
3,87 Rachadura
Pilar 4 5,13 Fenda
5,5 Fenda
Pilar 5
6,24 Fenda
Pilar 6 2,96 Rachadura
Fonte: Autoria Própria (2019).

A partir dos resultados obtidos nota-se que as fissurações – com maior intensidade nos
pilares e vigas – já estão em fase avançada de abertura, com a presença de rachadura e fendas
nos componentes estruturais do residencial. Sendo assim, esse tipo de patologia é uma das
manifestações mais preocupantes e com necessidade de solução mais rápida.

5.4 ULTRASSOM DO CONCRETO

Com relação ao ensaio de ultrassom do concreto, seus resultados possibilitaram a


identificação da velocidade de propagação de ondas no concreto dos pilares com mais
incidência de fissuração e em uma viga com problemas de corrosão de armadura. Esses
resultados foram expostos na Tabela 5. Com os resultados, foi feito a comparação com a
Tabela 3, para classificação com relação a qualidade do concreto.
55

Tabela 5 – Resultados do ensaio de ultrassom do concreto

Velocidade de
Modo de Qualidade do
Local propagação
transmissão Concreto
(m/s)

Pav. Térreo
Direta 2381,67 Regular
Pilar 1

Pav. Térreo
Semidireta 2326,5 Regular
Pilar 2

Pav.
Primeiro Direta 3477,37 Ótimo
Viga 1
Fonte: Autoria Própria (2019).

Feito a comparação, baseado na classificação proposta por Sahuinco (apud Canóvas


1988), foi possível comprovar que a qualidade do concreto nos pilares já está comprometida. A
qualidade do concreto pode ser prejudicada pela falta de homogeneidade, devido à ausência ou
falha na vibração na hora da concretagem. Outro fator que pode influenciar nos resultados é a
presença de fissuração no local, causados por uma possível carbonatação do concreto e a
corrosão das armaduras.
56

5.5 PRIORIZAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE ACORDO COM A METODOLOGIA GUT.

Com o levantamento de manifestações patológicas, foi feito a identificação da ordem de priorização com a aplicação da metodologia GUT,
mostrados na
Tabela 6.
Tabela 6 – Aplicação da matriz GUT.

(G) (U) (T) Ordem de


Identificação Manifestação Patológica Local GxUxT
Gravidade Urgência Tendência priorização
Desplacamento do
Manifestação 1 Fachada 1 2 4 8 21º
revestimento cerâmico
Manifestação 2 Fissura Horizontal Viga 3 3 4 36 10º
Exposição e corrosão de
Manifestação 3 Viga 4 4 4 64 7º
armadura
Manifestação 4 Fissura Horizontal Fachada 1 1 3 3 20º

Infiltração e degradação
Manifestação 5 Pavimento Térreo 2 3 5 30 11º
da argamassa

Manifestação 6 Descascamento da pintura Teto Pav. Térreo 1 2 4 8 22º

Trinca e descascamento
Manifestação 7 Pilar 2 3 4 24 13º
da pintura

Manifestação 8 Salitre Pavimento Térreo 1 2 4 8 19º


Manifestação 9 Infiltração Pavimento Térreo 4 5 5 100 4º
57

Manifestação 10 Rachadura Pavimento Térreo 2 3 4 24 14º


(continua)
Tabela 6 – Aplicação da matriz GUT.
(conclusão)
(G) (U) (T) Ordem de
Identificação Manifestação Patológica Local GxUxT
Gravidade Urgência Tendência priorização
Manifestação 11 Fenda Pilar 4 4 4 64 5º
Manifestação 12 Fenda Pilar 4 4 4 64 6º
Manifestação 13 Rachadura Pilar 3 3 4 36 9º
Infiltração/Corrosão das
Manifestação 14 Viga 4 5 5 100 2º
armaduras/Fissuras
Manifestação 15 Fissura mapeada Alvenaria 1 2 3 6 25º
Manifestação 16 Lodo Pavimento Térreo 1 3 3 9 18º
Manifestação 17 Mancha Fachada 1 2 3 6 26
Manifestação 18 Fissura Horizontal Viga 2 2 3 12 17º
Manifestação 19 Trinca Pilar 3 2 3 18 15º
Manifestação 20 Rachadura Pilar 3 3 3 27 12º
Fissura e degradação da
Manifestação 21 Pavimento Térreo 1 2 3 6 23º
argamassa
Fissura e degradação da
Manifestação 22 Pavimento Térreo 1 2 3 6 24º
argamassa
Manifestação 23 Infiltração Pavimento 1 4 5 5 100 3º
Manifestação 24 Fissuras Laje Pav. 1 5 5 5 125 1º
Manifestação 25 Infiltração Pavimento 2 3 4 5 60 8º
Manifestação 26 Mancha Fachada 2 3 3 18 16º

Fonte: Autoria própria (2019).


58

5.6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Com aplicação da metodologia GUT foi possível determinar a ordem de priorização


para aplicação da terapia adequada para cada manifestação patológica. De acordo com os
resultados as manifestações mais urgentes para serem solucionadas são as de fissuração e o
problema de infiltração que acarretam no surgimento de manifestações patológicas. A seguir
foi determinado as terapias indicadas para cada patologia mostrados no Quadro 7.

Quadro 7 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas

Diagnóstico Identificação Terapia Indicada

a) Verificar o estado das armaduras, se estiverem


oxidadas, tratar com um inibidor de corrosão;
Fissuração Manifestação b) Realizar o estuque com graute por toda laje;
24 c) Se a laje e seus elementos estiverem muito
comprometidos, realizar o reforço estrutural com
profissionais qualificados para função;

a) Apoiar a estrutura com escoras, deixando os pilares


livres de cargas.
b) Verificar se a fissura é superficial, se sim, fazer
apenas um preenchimento com argamassa;
c) Se a fissura for profunda, retirar toda a camada de
Fissuração Manifestações reboco. Verificar o estado das ferragens, se tiver
7, 11, 12, muito corroído, com perda de massa das ferragens,
19,20 fazer a substituição/reforço com profissionais
habilitados para a determinada função;
d) Se não houver grande perdas de massa nas
ferragens, isolar toda a armadura danificada, e
passar o inibidor de corrosão, e em seguida fazer a
cobertura com argamassa.
(Continua)
59

Quadro 8 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas


(Continuação)
Diagnóstico Identificação Terapia Indicada
a) Verificar se a fissura é superficial, se sim, fazer
apenas um preenchimento com argamassa;
b) Se a fissura for profunda, retirar toda a camada de
reboco. Verificar o estado das ferragens, se tiver
muito corroído, com perda de massa das
ferragens, fazer a substituição/reforço com
Fissuração Manifestações profissionais habilitados para a determinada
2,3,14,18 função;
c) Se não houver grande perdas de massa nas
ferragens, isolar toda a armadura danificada, e
passar o inibidor de corrosão, e em seguida fazer
a cobertura com argamassa.
a) Para remover as manchas causadas por fungos e
lodo é necessário utilizar uma escova com
cerdas dura. Existe inúmeros produtos que
podem ser utilizados para tratar de mofo, mas
pode ser utilizado somente o vinagre, ou vinagre
misturado com bicarbonato para o combate.
b) Esfregar toda a área e em seguida limpar com
um pano úmido, tirando todos resíduos de mofo;
Mancha/bolor/lodo Manifestações c) Lixar todo o local, se a mancha ainda estiver no
16,17,26 reboco, será necessário retirar o reboco e fazer
um novo revestimento;
d) Preparar toda a superfície para receber as
demãos de tinta. É indicado o uso de tintas anti-
mofo.
e) No caso do lodo, para a limpeza da área é
indicado o uso de água sanitária, seguindo o
mesmo procedimento.
(Continua)
60

Quadro 9 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas


(Continuação)
Diagnóstico Identificação Terapia Indicada

a) Resolver primeiramente a fonte da


infiltração;
Mancha de Manifestações b) Secar a área e em seguida tirar toda a tinta,
Infiltração 5,9,23,25
lixando o local;
c) Ver a necessidade de utilizar massa corrida;
d) Em seguida preparar a superfície e aplicar
as demãos de tinta;

a) Remover o revestimento cerâmico;


b) Verificar a qualidade do emboço e, se houver
obstrução, fazer um novo emboço;
c) Se o emboço tiver com boa qualidade, fazer o
Desplacamento do Manifestação apicoamento da superfície do emboço onde
revestimento 1 foi retirado o revestimento;
cerâmico d) Realizar o assentamento do novo revestimento
cerâmico com argamassa colante AC-II ou
AC-III, seguindo o procedimento indicado;

a) Excluir todos os danos que podem influenciar


no aparecimento do descascamento, como por
exemplo, a infiltração.
b) Retirar todas as partículas soltas de tinta, lixar
Descascamento de Manifestação e limpar toda a superfície. É imprescindível
pintura 6 que a mesma esteja seca.
c) Se necessário, utilizar massa corrida;
d) Preparar toda a superfície com selador e em
seguida aplicar as demãos de tinta.

(Continua)
61

Quadro 13 – Propostas de soluções para as manifestações patológicas


(Conclusão)
Diagnóstico Identificação Terapia Indicada

a) Para remover as manchas causadas por fungos e


lodo é necessário utilizar uma escova com cerdas
dura. Existe inúmeros produtos que podem ser
utilizados para tratar de mofo, mas pode ser
utilizado somente o vinagre, ou vinagre
misturado com bicarbonato para o combate.
b) Esfregar toda a área e em seguida limpar com um
Mancha/bolor/lodo Manifestação pano úmido, tirando todos resíduos de mofo;
16,17,26
c) Lixar todo o local, se a mancha ainda estiver no
reboco, será necessário retirar o reboco e fazer um
novo revestimento;
d) Preparar toda a superfície para receber as demãos
de tinta. É indicado o uso de tintas anti-mofo.
e) No caso do lodo, para a limpeza da área é
indicado o uso de água sanitária, seguindo o
mesmo procedimento.

Fonte: Autoria Própria (2019).


62

6 CONCLUSÃO

Mediante o estudo realizado foi possível observar que as edificações estão sujeitas
diariamente a agentes externos e internos que interfere no seu desempenho, vida útil e
durabilidade. É imprescindível a elaboração de projetos, o acompanhamento de profissionais
habilitados e a determinação de manutenções preventivas e corretivas, para que se possa
estender a vida útil das edificações, e propiciar o desempenho adequado para qual elas foram
projetadas.
As manifestações presentes na edificação podem ser provocadas possivelmente por
falha de projetos, manutenção corretiva com profissionais não habilitados, e principalmente
pela ausência de manutenção preventiva.
No residencial estudado foi observado que as principais manifestações patológicas estão
relacionadas a um vazamento da caixa d’água, que causou infiltração em todos pavimentos,
contribuindo para surgimento de várias outras manifestações patológicas presentes no local.
Outra anomalia preocupante é a incidência de fissuração nos pilares, que compromete
tanto o aspecto estético, como também a segurança, causando desconforto visual aos
moradores. Com o auxílio do paquímetro digital foi possível determinar que as aberturas já
estão em estado avançado, com a presença de trinca, rachadura e fenda.
O ensaio de ultrassom do concreto determinou a qualidade do concreto de acordo com
a velocidade de propagação de ondas. Dessa forma foi possível comprovar que nos pilares
estudados deve-se uma atenção maior, pois a qualidade do concreto já está comprometida, e
sem manutenção preventiva a tendência é piorar.
Com relação metodologia matriz GUT, a ferramenta contribuiu para determinar qual
manifestação está com mais urgência para reparação, contribuindo para a determinação de
tomadas de decisões na hora da manutenção corretiva no prédio.
Com o diagnóstico determinado, e as possíveis soluções indicadas, é recomendado que
toda tomada de decisão seja feita por um profissional da área e que toda a manutenção seja
realizada por uma equipe qualificada.
63

6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A área de patologia é uma das áreas que possuem várias ramificações, e sabendo que
todas elas ainda não foram analisadas, são sugeridas as seguintes considerações para trabalhos
futuros:
 Desenvolver outras metodologias para a avaliação das manifestações
patológicas presentes nas edificações;
 Incrementar no estudo uma proposta de reparo e o orçamento para o mesmo;
 Realizar a avaliação das manifestações patológicas com outra ferramenta, e fazer
comparativos com a metodologia GUT.
 Com relação ao reforço estrutural, elaborar projetos estruturais e fazer
comparativos com o projeto do local estudado;
64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, C. Manual para diagnóstico de obras deterioradas por corrosão de
armaduras. São Paulo: PINI, 1992, 104p.

ANDRADE, Jairo José de Oliveira. Durabilidade das estruturas de concreto armado:


análise das manifestações patológicas nas estruturas no estado de Pernambuco. 1997. 151
f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15775-1:2013 – Edificações


Habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122:1996– Projeto e


execução de fundações. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8802:2019 Concreto


endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica. Rio de Janeiro,
2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: Impermeabilização -


seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2003.

BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção. 5. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2008. 538
p.

(CIBIC) Câmara Brasileira da Industria da Construção (Org.). PIB 2015. 2016. Disponível em:
<http://www.cbicdados.com.br/menu/home/pib-2015>. Acesso em: 05 maio 2019.

CAPELLO, A. et al. Patologia das fundações. 2010. 115f. Monografia (Bacharel em


Engenharia Civil) - Faculdade Anhanguera de Jundiaí, Jundiaí, 2010. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/doc/54137409/PATOLOGIA-DE-FUNDACOES-TCC>. Acesso em:
05 maio 2019.

CARASEK, H. Patologia das Argamassas de Revestimento. Disponível em:


<https://ecivilufes.files.wordpress.com/2011/03/patologias-em-argamassa.pdf>. Acesso em:
08 jun. 2019.

CHAVES, Nathalia Fernandez P. M.. Análise e diagnóstico de trincas e fissurações em


edificações: Estudo de caso em residência na cidade de Cardoso Moreira, RJ. 2017. 35 f. TCC
(Graduação) - Curso de Execução e Manutenção de Edificações, Centro Universitário de
Brasília, BrasÍlia, 2017.

COSTA, Yan Nunes Rangel. Análise e Diagnóstico de trincas e fissuras em


edificações. 2016. 30 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Católica
de Brasília, BrasÍlia, 2016.

CORSINI, Rodnei. Trinca ou fissura?: Como se originam, quais os tipos, as causas e as


técnicas mais recomendadas de recuperação de fissuras. 2010. Disponível em:
<http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/160/trinca-ou-fissura-como-se-originam-quais-
os-tipos-285488-1.aspx>. Acesso em: 07 jun. 2019.
65

CWS ENGENHARIA (Org.). Construtoras de todo o Brasil se mobilizam para encontrar


saídas para o descolamento cerâmica. 2016. Disponível em:
<http://www.cwsengenharia.com.br/blog/12-construtoras-de-todo-o-brasil-se-mobilizam-
para-encontrar-saidas-para-o-descolamento-ceramico>. Acesso em: 07 jul. 2019.

DUARTE, R.B. Fissuras em alvenaria: causas principais, medidas preventivas e técnicas


de recuperação. Porto Alegre, 1998. CIENTEC – Boletim técnico n.25.

FONTENELLE, Maria Aridenise Macena; MOURA, Yolanda Montenegro de. Revestimento


cerâmico em fachadas estudo das causas das patologias. Fortaleza: Comunidade da
Construção, 2004. 71 p.

FRANCO, L.S.; BARROS, M.M.S.B.; SABBATINI, F.H. Desenvolvimento de um método


construtivo de alvenaria de vedação de blocos de concreto celular autoclavados. São Paulo,
EPUSP-PCC,1993. (Documento sobre a análise do sistema construtivo SICAL (MSPET)-
EP/SICAL-1.

FERREIRA, Murilo Batista. Estudo da carbonatação natural de concretos com diferentes


adições minerais após 10 anos de exposição. 2013. 197 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2013.

GOMES, Marcos Eliade Alves; XAVIER, Thássio Josué Barros. Levantamento e


Cadastramento de Patologias Estruturais Utilizando Fotografias Termográficas e Drones
na Composição de Banco Geográficos 2018. 103 f. Relatório final de pesquisa de Iniciação
Científica apresentado à Assessoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Centro Universitário de
Brasília, Brasília, 2018.

GRANATO, José Eduardo. Patologia Das Construções. 2002. Disponível em:


<http://irapuama.dominiotemporario.com/doc/Patologiadasconstrucoes2002.pdf>. Acesso em:
05 maio 2019.

GUERRA, Fernanda Lamego et al. Análise das condições favoráveis à formação de bolor
em edificação histórica de Pelotas, RS, Brasil. Scielo, Porto Alegre, v. 12, n. 4, p.7-23, dez.
2012.

HELENE, P. R. L. Manual para Reparo, Reforço e Proteção de Estruturas de Concreto.


São Paulo: Pini, 1992.

IBGE. Estimativa da população. 2018. Disponível em:<


https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/mossoro/panorama>. Acesso em: 05 maio 2019.

LICHTENSTEIN, Noberto B. Patologia das construções: procedimento para diagnóstico e


recuperação/ Lichtenstein, Noberto – São Paulo, 1988. 35 p. (Boletim Técnico da Escola
Politécnica da USP, Departamento de Engenharia da Construção Civil).

LIMA, Tomás (Ed.). Redução de custos: seja mais eficiente e competitivo na construção
civil. 2015. Disponível em: <https://www.sienge.com.br/blog/reducao-de-custos-seja-mais-
eficiente-e-competitivo-na-construcao-civil/>. Acesso em: 24 nov. 2015.
66

LORDSLAEEM JÚNIOR, Alberto Casado; FRANCO, Luiz Sérgio. Sistemas de recuperação


de fissuras de alvenaria de vedação: avaliação da capacidade de deformação/A.C.
Lordsleem Júnior, L.S. Franco – São Paulo: EPUSP,1998. 22 p. (Boletim Técnico da Escola
Politécnica da USP, Departamento de Engenharia da Construção Civil, BT/PCC/195).

MAGALHÃES, Ernani Freitas de. Fissuras em Alvenarias: Configurações típicas e


levantamento de incidências no estado do Rio Grande do. 2004. 180 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado Profissionalizante em Engenharia, Engenharia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.

MARTINS, Natalia Pires; PESSOA, Raniely; NASCIMENTO, Rayssa. Priorização na


Resolução de Manifestações Patológicas em Estruturas de Concreto Armado: Método GUT.
Revista de Engenharia e Pesquisa Aplicada, [s.l.], v. 2, n. 3, p.139-148, 28 ago. 2017. Revista
de Engenharia e Pesquisa Aplicada.

MEIRELES, Manuel. Ferramentas administrativas para identificar, observar e analisar


problemas: organizações com foco no cliente. São Paulo: Arte e Ciência, 2001. 144p.

MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo Cesar; SCHBAID, Fernando. Patologia das


Fundações. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 63 p.

NOUR, Antonio Abdul. Manutenção de edifícios: diretrizes para elaboração de um sistema


de manutenção de edifícios comerciais e residenciais. 2013. 84 f. Monografia
(Especialização) - Curso de Gestão da Produção de Edifícios, Engenharia da Construção Civil
e Urbana, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

OLIVARI, Giorgio. Patologias em Edificações. 2003. 95 f. TCC (Graduação) - Curso de


Engenharia Civil, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003.

OLIVEIRA, Alexandre Magno de. Fissuras, trincas e rachaduras causadas por recalque
diferencial de fundações. 2012. 96 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia
Civil, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.

PAULA, Carla Castro de. Patologias de estruturas de concreto: identificação e


tratamento. 2010. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/patologias-de-
estruturas-de-concreto-identificacao-e-tratamento_14342_10_0>. Acesso em: 08 set. 2019.

PAZ, Lidiane A. F. da et al. Levantamento de patologias causadas por umidade em uma


edificação na cidade de Palmas - TO. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia
Ambiental, Santa Maria, v. 20, n. 1, p.174-180, abr. 2016.

POSSAN, Edna. Contribuição ao estudo da carbonatação do concreto com adição da sílica


ativa em ambiente natural e acelerado. 2004. 155 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.

POSSAN, E.; DEMOLINER, C. A. Desempenho, Durabilidade e Vida Útil das Edificações:


abordagem geral. Revista Técnico-Cientifica do CREA-PR, v. 1, n. 1, p. 93-111, 2013.
Disponível em: <http://creaprw16.crea-
pr.org.br/revista/Sistema/index.php/revista/article/view/14/10>. Acesso em: 09 jun. 2019.
67

PERIARD, Gustavo. Matriz GUT: Guia Completo, 2011. Disponível em:<


http://www.sobreadministracao.com/matriz-gut-guia-completo/> . Acesso em: 05 jun. 2015.

Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949- Fundações : Guia prático de projeto, execução e
dimensionamento/ Yopanan . C.P. Rebelo. São Paulo : Zigurate Editora, 2008.

ROÇA, Gregorio Berto. Análise das manifestações patológicas de uma edificação


residencial - estudo de caso. 2014. 63 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia
Civil, Universidade TecnolÓgica Federal do ParanÁ, Curitiba, 2014.

SILVA JUNIOR, Francisco Cerqueira Da. Uma revisão sobre as manifestações patológicas
mais frequentes em fundações de concreto de edificações. 2008. 90 f. Monografia
(Especialização) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira
de Santana, 2008.

SILVA, Lucília Maria Bernardino da. Desenvolvimento de um sistema especialista para


diagnóstico de fissuras em concreto armado. 1996. 166 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Universi, Porto Alegre, 1996.

SILVA, Luiza Kilvia da. Levantamento de manifestações patológicas em estruturas de


concreto armado no estado do ceará. 2011. 61 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Engenharia Civil, Universidade Federal do CearÁ, Fortaleza, 2011.

SOLUTION, Smart. TUDO SOBRE INFILTRAÇÃO. 2017. Disponível em:


<https://ssra.com.br/2017/10/03/tudo-sobre-infiltracao/>. Acesso em: 08 jul. 2019.

SOTILLE, Mauro Afonso. A ferramenta GUT - Gravidade, Urgência e Tendência. 2014.


Disponível em: <https://www.pmtech.com.br/PMP/Dicas%20PMP%20-
%20Matriz%20GUT.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2019.

SOUZA, Vicente Custódio Moreira de; RIPPER, Thomaz. Patologia recuperação e reforço
de estrutura de concreto. São Paulo: Pini, 1998. 262 p.
THOMAZ, Eurico. Trincas em edifícios – Causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Pini, 1989.

TUTIKIAN, B; PACHECO; M. Boletín Técnico - Inspección, Diagnóstico y Prognóstico en


la Construcción Civil. Merida, 2013. Disponível em< http://alconpat.org.br/wp-
content/uploads/2012/09/B1_Inspe%C3%A7%C3%A3o-Diagn%C3%B3stico-e-
Progn%C3%B3stico-na-Constru%C3%A7%C3%A3o-Civil1.pdf > Acesso em: 12 jun. 2019.

VICTOR, Manuel. Corrosão nas armaduras de concreto armado. Disponível em:


<http://speranzaengenharia.ning.com/page/corrosao-nas-armaduras-de-concreto-armado>.
Acesso em: 07 jul. 2019.

ZAPLA, Leonardo. Na luta contra as infiltrações: Já é possível evitar a quebradeira.


Disponível em:
<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=36&Cod=1089infiltr%C3%A7a%C
3%A3o>. Acesso em: 07 jun. 2019.

Você também pode gostar